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Avaliação Psicológica, 2010, 9(1), pp.

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AVALIAÇÃO DE COMPORTAMENTOS ANTI-SOCIAIS E TRAÇOS


PSICOPATAS EM PSICOLOGIA FORENSE
Tárcia Rita Davoglio - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil
Irani Iracema de Lima Argimon - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil

RESUMO
Os comportamentos anti-sociais e os traços psicopatas representam ainda hoje um verdadeiro desafio para a Psicologia e
Psiquiatria Forense, as quais se mobilizam na busca por evidências de validade para diferentes procedimentos de
avaliação. O objetivo deste artigo é apresentar, por meio de uma revisão teórica, as características básicas do Transtorno
de Personalidade Anti-social e da Psicopatia, focando nas suas implicações no âmbito da avaliação psicológica forense,
priorizando a realidade brasileira. Constatou-se que, cada vez mais, a utilização de recursos projetivos associados a
instrumentos psicométricos padronizados está sendo sugerida na avaliação forense destas personalidades, demandando
por medidas e técnicas de investigação distintas da clínica.
Palavras-chave: Psicologia Forense; Avaliação Psicológica; Transtorno de Personalidade Anti-social; Psicopatia; Testes
e escalas.

ASSESSMENT OF ANTISOCIAL BEHAVIORS AND PSYCHOPATHY TRACES


IN FORENSIC PSYCHOLOGY

ABSTRACT
The antisocial behaviors and psychopathy traces still represent a true challenge for the Forensic Psychology and
Psychiatry. They are mobilized in the search for evidences which validate different assessment procedures. The goal of
this article is to introduce, through a theoretical review, the basic features of the Antisocial Personality Disorder and
Psychopathy, focusing on their implications in the forensic psychological assessment range, prioritizing the Brazilian
reality. An increasing use of projective resources, associated to standardized psychometric instruments are being
suggested to be used as psychodiagnostic assessment of these personalities, demanding distinct measures and techniques
from clinical research.
Keywords: Forensic Psychology; Psychological Assessment; Antisocial Personality Disorder; Psychopathy; Tests and
scales.

INTRODUÇÃO1 Goodwin & Guze, 1981; Debray, 1982; Turner &


Hersen, 1984; Harpur, Hare & Hakstian, 1989;
Avaliar aspectos de personalidade em Kernberg, 1995; Hare, 1996; Cooke & Michie, 2001;
Psicologia Forense tem sido um desafio. Primeiro Gauer & Cataldo Neto, 2003). A etiologia da palavra
pela escassez de instrumentos de avaliação que (do grego psyché, alma + path, sofrimento) remete
respaldem as impressões clínicas que dão sustentação imediatamente à idéia de doença mental, no intuito
a tais diagnósticos (Widiger & Rogers, 1989; de nomear estados desviantes. Neste sentido, o termo
Kosson, Forth, Steuerwald & Kirkhart, 1997). Em Psicopatia costuma ser usado popularmente como
seguida, porque as pessoas com Transtorno de sinônimo de anti-social para descrever uma gama de
Personalidade Anti-Social (TPAS) e/ou traços problemas de comportamentos não específicos, que
psicopatas têm como característica a tendência a envolvem delinqüência, agressividade e baixo
negar ou minimizar atributos pessoais socialmente controle dos impulsos (Lilienfeld, 1994). Do ponto
inadequados (Klonsky, Oltmanns & Turkheimer, de vista clínico, contudo, o comportamento anti-
2002; Bornstein, 2003). Isto ocorre, especialmente, social nem sempre é comparável à Psicopatia
quando estes atributos têm implicação legal para a (Garrido, 2005), porém, devido às contravenções e
própria pessoa, o que contribui para tornar a tarefa do transgressões da lei típicas destes indivíduos, esses
avaliador ainda mais complexa. conceitos se apresentam como temas que se colocam
A literatura atual enfatiza que a Psicopatia é entre a clínica e o judiciário, sendo por isso alvo de
uma condição clínica que desperta controvérsia já na atenção da Psicologia Forense.
sua classificação diagnóstica (Cleckley, 1941; Na área forense, a avaliação psicológica exige
que o profissional tenha sempre presente a
1
Contato: possibilidade de distorção dos dados pelo periciado.
Email: tarciad@gmail.com
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Diante disso, a busca de recursos que termo Distúrbio Sociopático de Personalidade, na
instrumentalizem o psicólogo nessa avaliação é vital. intenção de diminuir a confusão terminológica e
Segundo Rovinski e Elgues (1999), uma pesquisa gerar uma unificação. Ainda assim, para muitos a
realizada no Rio Grande do Sul com psicólogos Psicopatia e a Sociopatia continuaram sinônimos,
forenses constatou que 87% dos pesquisados enquanto para outros, a Sociopatia, a qual apresenta
utilizavam instrumentos além da avaliação clínica, traços anti-sociais e agressivos, deveria ser vista
preferencialmente, técnicas projetivas e gráficas. A como um subgrupo de uma categoria mais ampla,
tendência à utilização de instrumentos padronizados que seria a própria Psicopatia (Goodwin &
na Psicologia Forense é comum em outros países, Guze,1981).
ainda que estes nem sempre atendam as Cleckley em sua famosa obra “The Mask of
especificidades de avaliação decorrente da demanda Sanity” de 1941 definiu a Psicopatia de modo mais
legal, no que se refere a relevância e credibilidade específico e amplo e, em 1976, Hare, Hart e Harpur
(Rovinski, 2000). completaram esses critérios. Desse modo, a
Sem a intenção de esgotar o tema, este artigo Psicopatia ficou caracterizada pela presença de
teórico discute as implicações da presença de problemas de conduta na infância; inexistência de
comportamentos anti-sociais e traços psicopatas no alucinação e delírios; ausência de manifestações
âmbito da avaliação psicológica forense, priorizando neuróticas; impulsividade e ausência de autocontrole;
o contexto brasileiro. Dando ênfase às técnicas e irresponsabilidade; encantamento superficial, notável
instrumentos de avaliação, partiu-se de uma revisão inteligência e loquacidade; egocentrismo patológico,
da literatura em base de dados (Medline, Pubmed, autovalorização e arrogância; incapacidade de amar;
Scielo) e em material bibliográfico relacionado, com grande pobreza de reações afetivas básicas;
a utilização de descritores amplos, em inglês e sexualidade impessoal e pouco integrada; falta de
português, como: Avaliação Forense, Psicopatia, sentimento de culpa e vergonha. Além disso, a
Transtorno de Personalidade Anti-Social. O material pessoa se apresenta como indigna de confiança; com
encontrado foi publicado, principalmente, nas falta de empatia nas relações interpessoais; faz
últimas duas décadas, sendo que as publicações manipulação do outro através de recursos enganosos;
nacionais são bastante reduzidas em relação às mente e não é sincero. Há perda específica da
internacionais. intuição; incapacidade para seguir qualquer plano de
vida; conduta anti-social sem arrependimento
Aspectos conceituais da Psicopatia e do Transtorno aparente; ameaças não cumpridas de suicídio e
de Personalidade Anti-social incapacidade de aprender com a própria experiência
O termo Psicopatia foi introduzido na literatura (Gauer & Cataldo Neto, 2003).
pela Escola de Psiquiatria Alemã. Kraepelin, em Esse trabalho de Cleckley influenciou o DSM-
1904, ao definir a personalidade psicopática incluiu II, no qual o diagnóstico de Psicopatia ficou
os casos de inibição do desenvolvimento da circunscrito à personalidade anti-social, sendo a
personalidade, no que se refere ao afeto e a volição, presença de histórico de crimes e delitos necessária,
além de alguns casos de psicose incipiente. mas insuficiente para caracterizar o transtorno
Schneider, em 1923, foi além, difundindo a (Kernberg, 1995). Já o DSM III manteve o termo
Psicopatia como um distúrbio de personalidade que Personalidade Anti-social, antecedido pelo termo
não afeta nem a cognição nem a estrutura orgânica, transtorno. Nesse modelo, os traços de personalidade
mas que ainda assim traria prejuízos para o indivíduo desaparecem quase por completo e o diagnóstico se
ou para a sociedade. Kahn, em 1931, agrupou na justificaria essencialmente pela persistente violação
personalidade psicopática vários problemas e das normas sociais, incluindo a mentira, o furto, a
desordens de personalidade não classificadas como cabulação de aulas, a inconstância laboral e detenção
doenças mentais, tendo como condição essencial o criminal (Shine, 2000).
desajustamento social (Shine, 2000). Autores como Turner e Hersen (1984),
Para a Organização Mundial de Saúde, a criticaram nessa classificação a ausência de culpa e
classificação Anti-Social refere-se ao distúrbio de remorso como característica, porém, consideraram-na
personalidade no qual predominam manifestações vantajosa por enfatizar o comportamento,
sociopáticas ou associais (Debray, 1982). Por outro aumentando a confiabilidade diagnóstica. Por outro
lado a Associação Psiquiátrica Americana (APA) lado, Hare (1996) afirma que os critérios do DSM-III
cunhou, já na primeira edição do Manual Diagnóstico e DSM III-R são muito amplos, incluindo quase
e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-I, o todos os padrões de interação agressivos e

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comportamento transgressor, mas negligenciando o mental, mas perturbação da saúde mental. No Direito
TPAS não agressivo, no qual predomina o Civil, em geral, o TPAS ou a Psicopatia, não sofrem
comportamento cronicamente parasítico e/ou medidas restritivas a não ser em casos especiais de
espoliativo. interdição. Já no Direito Penal, examina-se, via
No DSM-IV (1995) a nomenclatura continua avaliação psicológica forense, a capacidade de
sendo TPAS, equivalendo à denominação Dissocial entendimento e de determinação do indivíduo que
com a Psicopatia e a Sociopatia, reagrupando o que o tenha cometido um ato ilícito penal. Esta capacidade
DSM-I distinguia como reação anti-social e reação de entendimento depende essencialmente dos
dissocial. Segundo Kernberg (1995), porém, a reação aspectos cognitivos, que se encontram, quase sempre,
anti-social estaria se referindo ao psicopata e a reação preservados no TPAS, bem como na Psicopatia. Por
dissocial àquele grupo de pessoas que ignora normas outro lado, a determinação, que depende da
sociais, que são geradas em ambiente social anormal, capacidade volitiva (ou seja, a intenção de) é
mas são capazes de mostrar fortes sentimentos de considerada vital pela legislação brasileira. Ela pode
fidelidade no aspecto pessoal. Neste sentido, a estar preservada nos casos de transtorno de
Psicopata envolve sempre comportamentos anti- intensidade leve, mas estar comprometida
sociais, porém, nem todo comportamento anti-social parcialmente no TPAS ou na Psicopatia, o que pode
tem as características da Psicopatia ou do TPAS. gerar uma condição jurídica de semi-imputabilidade
Esta constatação assume grande importância (Morana, Stone & Abdalla-Filho, 2006). Na
ao se propor uma avaliação psicológica destes legislação brasileira, a semi-imputabilidade faculta
aspectos, considerando suas repercussões clínica, ao juízo diminuir a pena ou enviar o réu a um
jurídica e social. Segundo Ibañez e Ávila (1989) a hospital para tratamento, caso haja recomendação
avaliação psicológica para fins forenses é clínica de intervenção terapêutica ou de medida de
caracterizada pela produção de investigações segurança própria ou alheia.
psicológicas e comunicação de seus resultados Do ponto de vista clínico, pelos critérios do
visando à aplicação no contexto legal. Todo o DSM-IV (APA, 1995) o comportamento anti-social
processo de coleta de dados, exame dos elementos e quando persistente faz parte de alguns diagnósticos
apresentação de evidências está voltado para o psiquiátricos. O Transtorno de Conduta e o
contexto jurídico e não para o clinico. Surge, assim, a Transtorno Desafiador Opositivo caracterizam
demanda para que os conhecimentos da Psicologia categorias diagnósticas usadas para crianças e
estejam adaptados à legislação específica de cada adolescentes, enquanto o TPAS aplica-se aos
área de avaliação e jurisdição a que pertencem. indivíduos com 18 anos ou mais. Os estudos que
investigam especificamente o comportamento
Relevância jurídica e clínica da avaliação forense delinqüente tendem a afirmar que a idade de início e
dos traços de personalidade a persistência dos atos infracionais são importantes
Do ponto de vista legal, quando o autor de um preditores da severidade e continuidade da prática de
ato infracional é reconhecido como capaz de comportamentos anti-sociais (Farrington, 1995).
responsabilizar-se por suas condutas, o próprio Assim, identificar a presença de comportamentos e
judiciário, através da legislação, encarrega-se de características anti-sociais precocemente pode
conduzir o caso. Porém, quando o delito envolve a representar uma maior oportunidade de intervenção
capacidade de julgamento do indivíduo ou o controle terapêutica ou ações preventivas eficazes.
do próprio comportamento, a avaliação da Já em adultos, a diferenciação clínica entre
responsabilidade legal sai da esfera jurídica e se comportamentos anti-sociais e traços psicopatas e
enviesa nas capacidades mentais do sujeito. Neste condutas infratoras circunstanciais, além de
caso, são relevantes as condições de imputabilidade representar diferenças penais, são de grande valor na
ou inimputabilidade previstas na lei, que na prática, determinação prognóstica (Achenbach, 1991;
determinam as medidas punitivas, correcionais ou de Lambert, Wahler, Andrade & Bickman, 2001), ainda
segurança a serem implementadas diante dos crimes que sempre guardem reservas nas suas predições.
ou delitos cometidos. Avaliar estas condições Neste sentido, a avaliação psicológica forense, para
demanda ao judiciário a assessoria técnica de além de questões jurídicas, repercute sobre a
especialistas na área, entrando em cena a perícia qualidade de vida do sujeito avaliado e suas opções
psicológica forense. de reinserção social, mostrando-se um campo de
No Brasil, para fins forenses, os Transtornos de estudo vasto e ainda pouco explorado.
Personalidade (TP) não são considerados doença

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Medidas e Instrumentos de Avaliação Forense no auto-relato, permitiriam acessar aspectos não-
Na avaliação psicológica das características verbais e através da habilidade do entrevistador seria
anti-sociais e psicopatas é fundamental a observação possível detectar as inconsistências do relato. Esses
atenta do comportamento do examinando, desde o resultados apontam que pode ser uma limitação
momento de sua entrada na sala de exame. Os confiar em um único método ou em uma única
indivíduos com estas características são tipicamente medida para avaliar a personalidade.
manipuladores, portanto, podem tentar controlar suas De acordo com Caballo (2008), em geral, os
verbalizações durante a perícia, simular e dissimular, questionários avaliam diretamente o transtorno de
manipulando suas respostas e reações, levando a crer personalidade ou podem avaliar as supostas
que o uso de testes psicológicos tende a dificultar dimensões que estão subjacentes ao mesmo,
estes comportamentos e fornecer elementos classificando-se como gerais ou específicos,
diagnósticos complementares (Morana, Stone & dependendo de seus objetivos. Embora úteis, a maior
Abdalla-Filho, 2006). limitação nos questionários, segundo o autor, refere-
De acordo com Anastasi (1977, p.24) um teste se a dificuldade na validação de suas propriedades
psicológico define-se como “uma medida objetiva e psicométricas.
padronizada de comportamento”. Ressalta-se, no Outro estudo (Nunes, Nunes, & Hutz, 2006) foi
entanto, que as resoluções 025/2001 e 002/2003 do desenvolvido com o objetivo de associar os
Conselho Federal de Psicologia demarcam a resultados da Escala Fatorial de Socialização (EFS) e
importância e os critérios necessários para a a Escala Fatorial de Extroversão (EFE), com o uso de
credibilidade dos testes psicológicos, sendo entrevista semi-estruturada para a identificação de
indispensáveis os estudos de avaliação de suas traços do TPAS, em grupos clínicos e não clínicos.
propriedades psicométricas antes de utilizá-los em Os resultados revelaram que a utilização conjunta de
uma população. instrumento e entrevista apresentou maior poder de
De acordo com Abdalla-filho (2004b) a predição em ambos os grupos. Nesse modelo,
avaliação diagnóstica de TP enfrenta a polêmica encontrou-se sensibilidade de 87,8% e especificidade
divergência entre a valorização maior de entrevistas de 90,9%, apontando para a vantagem da associação
livres ou a aplicação de testes padronizados. Ainda desses dois instrumentos para o diagnóstico do
não há um instrumento totalmente confiável para o TPAS. No entanto, entre as escalas de uso mais
diagnóstico de TP, o que leva, de modo geral, a tradicional, o Inventário Multifásico de
pouca utilização dos mesmos (Lopez-Ibor,1993). Personalidade de Minnesota (MMPI) tem se
Porém, o TPAS é quem mais se beneficia das mostrado um instrumento que evoluiu ao longo das
entrevistas estruturadas na investigação diagnóstica mudanças teóricas e diagnósticas em psicopatologia,
devido aos indicativos bastante objetivos no servindo de referência em estudos de validação de
comportamento de seus portadores (Websten, 2001), outros instrumentos (Caballo, 2008), especialmente
principalmente se associadas ao uso de informações os relacionados aos TP.
complementares provindas de familiares, amigos e As técnicas projetivas também são citadas
cuidadores institucionais (Caballo, 2008). Há, como recursos importantes na investigação
contudo, autores que criticam estas fontes colaterais psicológica forense. Entre elas, a mais tradicional é o
de informações alegando que as mesmas podem estar Teste de Rorschach, que consiste em dez pranchas
tão contaminadas quanto às informações provindas com manchas de tinta simétricas, cujas respostas
do relato do próprio indivíduo, especialmente, oferecem amplas informações sobre a dinâmica da
quando associado à dinâmica da personalidade personalidade do examinando. De acordo com
psicopata (Oltmanns, Turkheimer & Strauss,1998). Kernberg, Weiner e Bardenstein (2003), de modo
Blackburn, Donnelly, Logan e Renwick geral, o Teste de Rorschach refletiria traços de
(2004), partindo da hipótese de que indivíduos com Psicopatia por meio da ausência de vínculo e
TP podem ter pouca consciência ou insight sobre presença de ansiedade menor que o esperado. Neste
suas intenções pessoais ou sobre os efeitos do seu sentido, referem que a interpretação do Rorschach,
comportamento em outras pessoas, utilizaram o quando realizada pelo sistema compreensivo de
Questionário de Diagnóstico da Personalidade, Exner (1999), aponta significativa ausência de
baseado no Exame Internacional dos Transtornos de agressividade e de respostas de movimento, em
Personalidade, avaliando 156 homens com distúrbios comparação à população geral.
psiquiátricos. O estudo concluiu que apesar das Utilizando o Rorschach, Abade, Coelho e
entrevistas semi-estruturadas também serem baseadas Fazzani (1993) desenvolveram um estudo com

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homicidas que apresentavam condutas violentas e incluindo a identificação de prováveis recidivas. No
cruéis. Observaram, dentre outros aspectos, que os Brasil, ele já vem sendo usado com certa freqüência
examinandos evidenciaram dificuldades na prova, nos contextos forenses, exatamente pelo avanço já
indicadas pelas reações imediatas e sem organização obtido nas pesquisas internacionais com a sua
diante da apresentação das manchas, denotando utilização (Hare, 2003).
afetividade infantil e com pouco controle, O PCL-R originou diversas versões derivadas
principalmente através do julgamento. O estudo como o Inventário de Psicopatia de Hare: Versão de
enfatiza que o Teste de Rorschach é uma das técnicas Rastreamento ([Hare Psychopathy Checklist:
mais valiosas entre os testes psicológicos para a Screening Version; PCL:SV] Hart, Cox &
investigação de traços de personalidade psicopata, Hare,1995) e o Inventário de Psicopatia de Hare:
que, no entanto, concorre com outras técnicas Versão Jovens ([Hare Psychopathy Checklist: Youth
gráficas e projetivas ainda com poucos estudos de Version; PCL:YV]; Forth, Kosson, & Hare, 2003).
validade e confiabilidade para a realidade brasileira. Este último, o PCL:YV, mostra-se ainda mais
Por outro lado, o Rorschach tem também se inovador por ter sido desenvolvido para avaliar a
mostrado relevante aos processos de validação de presença de traços de Psicopatia em adolescentes,
outros instrumentos utilizados na área forense. entre 12 e 18 anos. Consiste em uma escala de 17
Morana (2004), no estudo realizado com uma itens que investigam aspectos característicos da
amostra brasileira, carcerária, masculina e adulta, Psicopatia e mais três itens específicos para avaliar o
associou os resultados do Rorschach a uma escala comportamento criminal.
específica de Psicopatia, o PCL-R ([Hare A pesquisa empírica com populações jovens
Psychopathy Checklist Revised]; Hare, 1991). A utilizando o PCL:YV já está bastante disseminada no
autora encontrou forte concordância (0,87) entre os contexto internacional, com resultados psicométricos
dois instrumentos, levando a inferir a validade do uso adequados (Forth, Kosson, & Hare, 2003).
concorrente de técnicas projetivas, como o Recentemente, vem sendo introduzida no cenário
Rorschach, e escalas objetivas, como o PCL-R, para brasileiro, na tentativa de enfatizar a prevenção e as
a investigação da personalidade em avaliações intervenções precoces, coerentes com o propósito das
forenses. medidas de proteção e sócio-educativas propostas
Sem dúvidas, a utilização de instrumentos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. O
psicométricos padronizados no contexto forense está PCL:YV já foi traduzido para o português (Brasil)
sendo mais bem aceita e estudada na atualidade, bem como o seu manual (Gauer,Vasconcellos &
especialmente, nos estudos internacionais. Robert Werlang, 2006) e está sendo utilizado em estudos
Hare, por exemplo, nas últimas décadas, deu início à empíricos com adolescentes em conflito com a lei
extensa pesquisa em populações norte-americanas (Beheregaray, 2008; Ronchetti, 2009; Davoglio,
com o objetivo de encontrar parâmetros que 2009; ver também Schmitt,Pinto, Gomes, Quevedo &
pudessem diferenciar a condição da Psicopatia dos Stein, 2006). Para fim de validação de suas
demais comportamentos anti-sociais. Desenvolveu, propriedades psicométricas na população brasileira
assim, um importante instrumento de avaliação, o jovem em cumprimento de Medida Sócio-Educativa
Inventário de Psicopatia de Hare, o PCL-R (Hare, em restrição de liberdade, o PCL:YV tem se
1991; Morana, 2004) para ser utilizado mostrado um instrumento confiável, ainda que os
especialmente com populações adultas forenses e estudos empíricos sejam incipientes e, portanto,
correcionais. O PCL-R é uma escala de 20 itens, ainda não generalizáveis.
validada para o Brasil por Morana (2004), para medir Instrumentos de avaliação, quer sejam
características afetivas, interpessoais, anti-sociais e projetivos ou não, devem seguir as recomendações
comportamentais da Psicopatia. É pontuada através científicas que atestam sua credibilidade, ao mesmo
de uma entrevista semi-estruturada e de informações tempo que precisam se ajustar aos objetivos da
colaterais, numa graduação de zero a dois para cada investigação. Segundo Rovinski e Elgues (1999), a
item, perfazendo um total de 40 pontos. O ponto de avaliação nas perícias psicológicas está sempre e
corte não é estabelecido de forma rígida, mas um prioritariamente relacionada às questões que são
resultado acima de 30 pontos, em situações forenses, geradas pela lei. No entanto, os psicólogos tendem a
traduziria um psicopata típico. utilizar na área forense métodos de investigação
Segundo Hart (1998), vários estudos idênticos aos utilizados na clínica, o que parece gerar
demonstraram a utilidade do PCL-R como inconsistências relevantes. A especificidade desta
instrumento de avaliação de risco de violência, avaliação, que é distinta da clínica, exige uma

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adaptação das informações aos quesitos jurídicos Os estudos atuais sugerem que, além das
formulados, valorizando as estratégias para a entrevistas clínicas, os testes psicológicos e
obtenção dos dados, de forma a se ter uma maior instrumentos padronizados podem ser valiosos na
confiabilidade dos mesmos. investigação diagnóstica de transtornos como a
Na atualidade, torna-se então relevante Psicopatia e o TPAS, não sendo excludentes entre si.
entender a avaliação forense, no campo psicológico, De acordo com a literatura pesquisada, há vantagens
como uma atividade ampla, ultrapassando muito a na utilização de técnicas e testes psicológicos
idéia psicometrista que sustentou os primeiros conjuntamente com as entrevista na avaliação
trabalhos na área jurídica. Isto tende a ser forense, visando a confirmação e complementação
particularmente verdadeiro quando a avaliação se dos achados clínicos de traços de personalidade
direciona para questões que envolvem a psicopática ou TPAS. Rovinski e Elgues (1999)
personalidade. Deste modo, instrumentos projetivos enfatizam, porém, a relevância do nível de
ou psicométricos são coadjuvantes num trabalho conhecimento sobre as técnicas e instrumentos
diagnóstico que se sobrepõe às questões meramente utilizados pelos psicólogos avaliadores. Quando
nosográficas. A importância dos mesmos reside comparadas, as categorias projetivas/gráficas e
justamente em contribuir para a compreensão inventários/escalas demonstraram uma relação
aprofundada e ampla do fenômeno apresentado via significativa entre aqueles que são mais usados pelos
judicial (Rovinski, 2009). psicólogos e os que são mais conhecidos. Deste
modo, remetem ao fato que os psicólogos não só
CONSIDERAÇÕES FINAIS usam menos as escalas e inventários como também
conhecem menos esse tipo de instrumento, em
É indispensável muito bom senso, ao lado da relação aos projetivos e gráficos.
capacitação técnica, para a avaliação adequada de A literatura consultada permite inferir que as
traços de Psicopatia e de comportamentos anti- peculiaridades das abordagens psicodiagnósticas
sociais (Abdala-Filho, 2004a). A presença de clínica e forense não devem ser negligenciadas,
transtorno mental, associada aos comportamentos especialmente quando se referem às características
violentos ou transgressores, não deve ser anti-sociais e psicopatas. Duas importantes questões
negligenciada, mas tampouco superestimada, em podem ser levantadas com base nisso. Primeiro: as
uma avaliação psicológica forense. No próprio técnicas e instrumentos de avaliação diferem no
relacionamento perito-periciado é possível perceber cenário clínico e forense. Há instrumentos como o
alguns sinais que revelam as características de próprio PCL em suas diversas versões, que foram
personalidade anti-sociais ou mesmo psicopatas, desenvolvidos com o objetivo específico de
como a falta de empatia e os déficits interpessoais utilização forense, cuja aplicação em contextos
(Morana e colaboradores, 2006). diferentes exige muita cautela. Da mesma forma,
Neste sentido, novos instrumentos de avaliação inferências feitas a partir de instrumentos
têm sido desenvolvidos, como a Medida Interpessoal originalmente propostos para situações clínicas,
de Psicopatia ([Interpersonal Measure of como as técnica projetivas, devem ser respaldadas
Psychopathy, IM-P]; Kosson e colaboradores, 1997), também por resultados provindos de fontes
uma escala que avalia aspectos afetivos e adicionais. Segundo: os critérios de escolha das
interpessoais do entrevistado em relação ao técnicas e instrumentos não devem estar mais
entrevistador, durante a própria entrevista de centrados na habilidade do entrevistador do que nos
avaliação. A IM-P já está sendo utilizada na pesquisa objetivos e nas características da população-alvo.
empírica em amostras brasileiras, em associação ao Essas duas constatações, pela sua relevância,
PCL:YV, com resultados psicométricos preliminares demandam uma reflexão crítica aprofundada por
bastante satisfatórios e similares aos encontrados nos parte dos profissionais forenses.
estudos internacionais (Davoglio, 2009). Embora
promissora, a IM-P demanda ainda por mais REFERÊNCIAS
pesquisas antes da sua aplicabilidade em avaliações
forenses. Porém, abre a possibilidade de acesso a Abade, A., Coelho, L., & Fazzani Neto, R. (1993).
outras fontes de informação sobre o comportamento Apreensão e representação de imagens em
interpessoal associado às características anti-sociais e protocolos de Rorschach de examinandos
psicopatas, além do auto-relato e informações de violentos. Revista Brasileira de Ciências
familiares ou institucionais. Criminais, 1: 64-75.

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SOBRE AS AUTORAS:

Tárcia Rita Davoglio: Mestre em Psicologia Clínica; Psicóloga Clínica; Perita Forense; Especialista em
Psicoterapia Psicanalítica e Psicopatologia do Bebê.

Irani Iracema de Lima Argimon: Doutora em Psicologia; Coordenadora do Grupo de Pesquisa Avaliação e
Intervenção Psicológica no Ciclo Vital/PUCRS. Professora dos cursos de Graduação e de Pós-Graduação em
Psicologia.

Avaliação Psicológica, 2010, 9(1), pp. 111-118

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