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Assistencia humanizada da UTI Neonatal

Rafael Ferreira Prado


Matricula:62110025

Projeto interdiciplinar II

BELFORD ROXO
2021
A humanização da assistência em uma UTI
Neonatal tanto ao recém-nascido quanto para a
família e os profissionais de saúde, durante todo
o processo de hospitalização, buscando
minimizar toda dor, estresse, sofrimento e
desgaste relacionado à internação, é de vital
importância
A humanização é entendida como a maneira de
ver, considerar e acolher o outro de uma forma
global, holística e humana, compreendendo as
experiências, sentimentos e peculiaridades do sujeito de maneira empática, valorizando seus medos e
receios, respeitando seus valores e crenças (Schimith, Simon, Brêtas e Budó; 2011). No âmbito da saúde
pública, a humanização tem sido uma das prioridades nas políticas de saúde no Brasil. No ano de 2004 o
Ministério da Saúde criou a Política Nacional de Humanização (PNH) com o objetivo de humanizar a
assistência em saúde, priorizando o atendimento com qualidade. No que tange à humanização do
cuidado Neonatal, o Ministério da Saúde também preconiza várias ações voltadas ao respeito, à
individualidade e ao acolhimento do recém-nascido e sua família, buscando estimular o vínculo entre pais
e bebê durante sua permanência no hospital e após a alta. Um bom exemplo da implantação do modelo
de cuidado humanizado no campo neonatal é o manual de Norma de Atenção Humanizada ao Recém-
Nascido (RN) de Baixo Peso – Método Canguru, uma adaptação à realidade brasileira do Método
Canguru originariamente proposto pelo Dr. Edgar Rey Sanabria no Instituto Materno- Infantil (IMI) de
Bogotá, na Colômbia. Esse método promove atenção humanizada ao recém-nascido (RN) de baixo peso
e possui um conjunto de ações na assistência que envolve o RN, sua família e os profissionais de saúde
(Lamy, 2003). Diante dessa necessidade crescente de humanizarmos a assistência, encontramos vários
desafios em relação a uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Um deles o ambiente,
extremamente distinto do ambiente intrauterino, repleto de procedimentos muitas vezes incômodos e
dolorosos, barulhos, vários manuseios que acabam por acarretar interrupção dos ciclos de sono, alterações
de temperatura, luzes fortes e constantes. Por isso, a preocupação com a ambiência deve ser constante,
visto a necessidade de manter-se um ambiente calmo, tranquilo, silencioso, aconchegante e com o mínimo
de manuseio possível. Lembrando que a participação dos pais no processo de recuperação do RN é
fundamental, temos também que salientar a importância da humanização e a assistência a esses pais, que
se veem de repente em um ambiente percebido como assustador, se deparando com a dificuldade de
reconhecer seu bebê em um ambiente que foge daquela imagem de bebê perfeito, alimentada durante a
gestação (Reichert e Costa, 2000). O vínculo estabelecido entre os pais e o bebê durante a gestação é
muitas vezes rompido de forma desfavorável no caso de um parto prematuro ou por conta de alguma
patologia ou complicação e, ao perceber-se após o parto sem seu bebê idealizado nos braços, os pais são
inseridos em um momento de angústia e estresse intenso. Voltar para casa deixando seu bebê ainda no
hospital, muda drasticamente a rotina e o cotidiano dessas famílias. Incluir essa família nos cuidados ao
RN, ouvir de forma atenta, acalentar quando necessário, permitir que essa mãe tenha a oportunidade de
“maternar” seu filho, são ações primordiais e devem ser exercidas por toda a equipe. Não podemos
esquecer também da humanização no que se refere à equipe de profissionais que trabalha em uma UTI
Neonatal, submetida a vários estímulos estressantes, jornadas de trabalho intensas e exaustivas. Faz-se
necessário cuidar de quem cuida, para que com isso o profissional possa exercer suas funções da melhor
forma possível. Projetos de educação permanente, treinamentos em serviço e ações de sensibilização
voltadas à equipe de profissionais acerca da importância da humanização da assistência também são de
extrema valia. Indo ao encontro à ideia mencionada no manual Norma de Atenção Humanizada ao
Récem-Nascido de Baixo Peso – Método Canguru: Estamos falando do momento mais nobre da nossa
existência, que é o cuidado com a continuidade da nossa espécie, a espécie humana. Nada mais sensível,
delicado e importante do que a constituição de um novo ser. Nada mais desafiante do que ajudar a cuidar
desse momento, de forma atenta, segura, conhecendo cada particularidade; respeitando a sua integralidade
e sabendo prevenir, antecipar e atuar quando necessário. (Ministério da Saúde, 2017, p. 07) Frente a todo
exposto, a humanização da assistência em uma UTI Neonatal implica em pensarmos no desenvolvimento
de um projeto terapêutico singular que proporcione uma visão holística e humana, e inclua não apenas o
recém-nascido, como a família, buscando com isso minimizar a dor, o estresse, o sofrimento e o desgaste
relacionados ao período de internação.

Referencias
https://laboro.edu.br
http://reme.org.br
www.arca.fiocruz.br

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