Você está na página 1de 13

Construção de Tecnologias Sociais e Políticas Públicas: Conceitos e Contextos, Reflexões

e Perspectivas.

Carla Renata Santos dos Santos


IFBA, bolsista, c.renata.santos@gmail.com

Carlos Alex de Cantuária Cypriano


IFBA, professor/pesquisador, alexcypriano2@gmail.com

Djane Santiago de Jesus


IFBA, professor/pesquisador, djane@ifba.edu.br

Eixo Temático: Política Pública para Economia Solidária e Controle Social.

Resumo
A tecnologia se constitui em um fator indispensável para garantia de sustentabilidade de bens
e serviços, influenciando, desta forma, diretamente na estruturação de distribuição social e no
processo de transformação social. O presente artigo trata da centralidade da participação
social no processo de construção de Políticas Públicas e de Tecnologia Social, bem como as
especificidades decorrentes disso para um desenvolvimento mais democrático e justo.

Palavras-Chave: Tecnologias Sociais. Políticas Públicas. Democracia.

1 INTRODUÇÃO
O termo “Política” vem da palavra grega polis, que, usualmente, é definido por cidade-
estado, sendo que cidade, neste sentido, engloba o urbano e o rural. A Cidade-Estado acabou
por se constituir como a maneira importante de existência coletiva dos seres humanos por
toda região grega.
A política existe bem antes dos gregos, entretanto, a forma de entendimento do poder,
bem como da autoridade foi modificada a partir do pensamento grego. Assim afirma Wolff:

“(...) todos os povos vivem politicamente. A partir do momento em


que houve humanidade em alguma parte da terra, houve política. (...)
a primeira sociedade particular na qual se reconheceu que a política
não é característica de uma sociedade particular, mas do homem em
geral,foi a sociedade particular grega.” (WOLFF, 2003, p.26).

A vida política abarca a vida em Sociedade, onde os seres humanos que vivem
politicamente dividem determinado espaço, tempo, cultura, riqueza e outros aspectos que
caracterizam a comunidade à qual cada um está inserido, fazendo com que, esta comunidade,
através do exercício da política, tente viver de forma justa. Ao falar em viver de uma forma
justa, remete-se a aspectos tais como a participação da vida pública, administração de

1
assuntos e interesses comuns e até mesmo ao ato de governar. "A política foi inventada como
modo pelo qual a sociedade, internamente dividida, discute, delibera e decida em comum para
aprovar ou rejeitar as ações que dizem respeito a todos os seus membros." Chauí (1994,
p.370)
Assim, Wolff (2003) define política por dois traços importantes: a necessidade da
existência de uma comunidade, bem como a existência de uma instância de poder dentro desta
comunidade, que, para o autor, são dois aspectos complementares e, ao mesmo tempo,
opostos, visto que não existe política sem a idéia de comunidade, como também não há
política sem um poder que garanta o prosseguimento da existência da comunidade. A
invenção da política não é somente inventar o político e fazer que não exista outro tipo de
poder além do exercido pela própria comunidade para se proteger e perpetuar, como também
é desenvolver formas para que essa comunidade tome poder de enfrentar o mundo, de
inventar coletivamente o futuro.
Pensar em desenvolvimento com Inclusão Social abarca a implementação de ações
políticas direcionadas à melhoria de vida dessa comunidade, de forma que a mesma participe
deste desenvolvimento, seja parte integrante do processo, construindo e operacionalizando
soluções tecnológicas para seus problemas sociais a partir do seu cotidiano. O alcance deste
patamar só será possível através de criação e implementação de estratégias que possibilitem o
empoderamento dessa comunidade para que, entre outras ações estratégicas, participem
efetivamente do processo de formação da agenda pública, além da sensibilização dos demais
atores sociais envolvidos no processo de busca por esse desenvolvimento. A comunidade de
pesquisa, por exemplo, deverá assumir sua função de produtora de conhecimento voltado para
a inclusão social, tendo em vista, principalmente, seu papel influenciador na elaboração de
políticas públicas relacionadas ao desenvolvimento científico e tecnológico.
Neste contexto, conforme Fonseca e Serafim (2009), há duas maneiras de
proporcionar a relação entre as políticas públicas e a Tecnologia Social (TS): a primeira está
centrada no uso da TS como um tema transversal, assumindo o papel de política meio, tendo
em vista que a construção e implementação da TS envolve políticas sociais, ambientais e,
principalmente, de Ciência e Tecnologia; e a segunda é o uso da TS como norteadora da
Política de Ciência e Tecnologia, objetivando conectar a produção do conhecimento com as
demandas sociais, de forma a possibilitar o desenvolvimento social.
Desta forma, Silva e Faria (2009) afirmam que o papel da Ciência e Tecnologia torna-
se de fundamental importância na busca pelo desenvolvimento, tendo em vista que permite a
ampliação das habilidades criativas imprescindíveis à solução de problemas. Assim, o acesso
ao conhecimento torna-se condição primordial para as diversas formas de organização
socioeconômica, dentre as quais está a Economia Solidária.

“(...) a Economia Solidária é uma estratégia surgida no âmago de


resistências e lutas sociais contra o desemprego e a pobreza, composta
por atividades socioeconômicas cujo primado é do trabalho sobre o
capital, de caráter associativo e autogestionário que tem garantido a
reprodução da vida dos trabalhadores e trabalhadoras, e que pode
promover a inclusão social e o desenvolvimento econômico, social e
cultural com maior sustentabilidade, equidade e democratização”.
(NISHIMURA, 2009, p. 94).

2
A construção da Economia Popular Solidária, baseado em Bocayuva e Varanda
(2009), são reforçadas por três dimensões da Tecnologia Social. A primeira dimensão enxerga
a Tecnologia Social como um campo de aprendizagem, unificando ações com vistas à
superação das desigualdades; na segunda dimensão a Tecnologia Social é vista como um
aglomerado de conhecimentos aplicados ao processo de organização de associações e
cooperativas; e a terceira e última dimensão, a mais destacada no presente trabalho, a
Tecnologia Social é vista como maneira de fortalecimento de políticas públicas, dentro de
diversas configurações sociais, locais e institucionais.

2 TECNOLOGIAS SOCIAIS: REVELANDO CONCEITOS E ARBODAGENS

A tecnologia se constitui em um fator indispensável para garantia de sustentabilidade


de bens e serviços, influenciando, desta forma, diretamente na estruturação da distribuição da
riqueza social e no processo de transformação social. Nesta perspectiva, a Ciência e
Tecnologia assumem um importante papel na organização socioeconômica da sociedade,
tendo em vista à necessidade de se pensar novas formas de fazer pesquisa e gerar tecnologias,
objetivando a construção de um novo modelo de desenvolvimento, onde a valorização dos
saberes locais pode ser considerada um aspecto norteador deste processo.
A Tecnologia Social surge como uma alternativa para o alcance deste objetivo, sendo
considerado um processo desafiador, onde o envolvimento direto dos interessados no
desenvolvimento das tecnologias e um intercâmbio com os atores tradicionalmente ocupados
em desenvolver essas tecnologias (em especial às Instituições de Pesquisa) são fatores
importantes que devem ser considerados.
A construção do conceito de Tecnologia Social inicia-se desde meados da década de
1960, com o surgimento da abordagem acerca de Tecnologias Apropriadas1 e, posteriormente,
a adequação Sócio-Técnica2. Entretanto, só na década de 1990, com uma abordagem centrada
na produção de tecnologias ambientalmente sustentáveis, surge o termo “Tecnologias
Sociais”. Diversas são as conceituações acerca das Tecnologias Sociais, Thomas (2009)
enfatiza a possibilidade de definir a Tecnologia Social como uma alternativa de criação,
desenvolvimento, implementação e gerenciamento de tecnologia orientada para a resolução de
mazelas sociais e ambientais, de forma a possibilitar a geração de uma dinâmica econômica e
1
As tecnologias apropriadas, conforme Thomas (2009), constituem-se de duas fases: a primeira fase (cujo
resultados concentrou-se em experiências consideradas paternalistas, a partir da transferência de tecnologias
maduras, tendo como criadores os tecnólogos de países desenvolvidos) centrava a necessidade pela produção de
tecnologias familiares ou comunitárias, ou seja, de pequena escala, baixo conteúdo científico, tecnológico e
baixa complexidade. E a segunda fase, datada da década de 1970, tendo como foco a economia aplicada e a
engenharia, de forma a inserir uma noção de eficiência conforme a aplicação, intensificando o caráter
mecanicista na abordagem e incorporando nesta concepção o desenvolvimento de tecnologias não só para os
países em desenvolvimento, como também para os pequenos mercados nos países desenvolvidos.

2
Adequação Sócio-Técnica – AST, conforme afirmam Dagnino e Novaes (2005) é um método surgido nas
décadas de 60 e 70, cuja finalidade é a adaptação do conhecimento científico e tecnológico aos fatores sociais,
econômicos e ambientais presentes na relação entre Ciência, Tecnologia e Sociedade.

3
social, viabilizando a busca por um desenvolvimento sustentável. Já a Rede de Tecnologia
Social3 conceitua Tecnologia Social como “produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis,
desenvolvidas na interação com a comunidade e que devem representar efetivas soluções de
transformação social”.
Entretanto, para Dagnino (2009), esta definição torna-se inadequada ao se tratar de
uma abordagem voltada para o desenvolvimento de uma tecnologia coerente com os
princípios da Economia Solidária, ou seja, oposta à Tecnologia Convencional, produzida
pelos setores empresariais capitalistas. O autor considera essa definição, no aspecto analítico-
conceitual, um tanto frágil, pois não viabiliza a concepção de um fator preponderante para a
sustentabilidade da Economia Solidária, isto é, um conjunto de indicações de estilo
sociotécnicos alternativo que norteie as ações referentes ao planejamento, à promoção, bem
como ao desenvolvimento de Tecnologias Sociais para empreendimentos econômicos
solidários4, levadas a cabo por gestores de políticas sociais e de Ciência e Tecnologia,
Institutos de Pesquisa entre outros. Este conjunto de indicações está relacionado a práticas
fundadas em relações de cooperação, que valorizem o trabalho coletivo, o cuidado com o
meio ambiente e a autogestão, influenciando diretamente a capacidade de expansão contínua e
o alcance das mesmas pelos empreendimentos, que são condicionados à aspectos sociais,
econômicos, tecnológicos e culturais.
Desenvolver uma Tecnologia Social não é uma tarefa fácil. Essa afirmação pode ser
comprovada ao se deparar com inúmeras tentativas sem êxito de construção de Tecnologias
Sociais pelo mundo. A esse respeito, Thomas (2009) levanta uma indagação: Por que e para
quem funcionam ou não algumas Tecnologias Sociais?
Para o autor, a descontinuidade no desenvolvimento das Tecnologias Sociais reflete
problemas relacionados à concepção das mesmas, onde, na maioria das vezes, não é algo
pensado com os beneficiados, de forma a considerar o contexto local em relação com o
processo de trabalho e o modo de gestão, bem como as especificidades de seus aspectos
socioculturais (como, por exemplo, religião, divisão de trabalho) e aspectos socioeconômicos
(preços referentes à matéria-prima, por exemplo). Este fato, com base ainda em Thomas, se

3
A Rede de Tecnologia Social (RTS) surgiu em abril de 2005, em Brasília, com o objetivo de reunir, organizar,
articular um conjunto de Instituições com a finalidade de contribuir para a promoção do desenvolvimento
sustentável, através da difusão e a reaplicação em escala de Tecnologias Sociais. Fonte: www.rts.org.br.

4
Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) – são organizações que possuem as seguintes características:
a) São organizações coletivas (associações, cooperativas, empresas autogestionárias, grupos de produção
informal), suprafamiliares, cujos sócios/as são trabalhadores/as urbanos/as ou rurais. Os que trabalham no
empreendimento são, na sua quase totalidade, proprietários/as ou co-proprietários/as, exercendo a gestão coletiva
das atividades e da colocação dos seus resultados.
b) São organizações permanentes (não são práticas eventuais).
c) São organizações que realizam atividades econômicas de produção de bens, de prestação de serviços e de
comercialização (compra, venda e troca de insumos, produtos e serviços). Tais atividades econômicas devem ser
permanentes ou principais, ou seja, a “razão de ser” da organização.
d) São organizações econômicas singulares ou complexas. Ou seja, deverão ser consideradas as organizações de
diferentes graus ou níveis, desde que cumpridas às características acima identificadas. As organizações
econômicas complexas são as centrais de associação ou de cooperativas, complexos cooperativos, redes de
empreendimentos e similares. Mais informações no portal
http://www.mte.gov.br/ecosolidaria/ecosolidaria_empreendimento.asp.

4
explicita na diversidade de definições de TS concebidas antes na perspectiva positiva de seus
efeitos do que na consideração aos aspectos contraditórios e restritivos à sua criação e
operacionalização implícitos em discussões relacionadas com determinismo tecnológico, não
utilização de forma intensiva de conhecimentos científicos e tecnológicos, voluntarismo, não
aproveitamento de economias de escala, utilização de forma restrita de maquinarias de
sistemas considerados complexos, não utilização de conhecimentos tácitos, entre outras.
Thomas (2009) define como principais atores no processo de construção das
Tecnologias Sociais as cooperativas populares, Movimentos Sociais, Organizações Não
Governamentais (ONGs), unidades públicas de Investigação e Desenvolvimento, divisões
governamentais, empresas públicas, empresas privadas, sendo que esta última tem uma
pequena escala de participação.
A variedade de atores envolvidos no processo de construção de uma Tecnologia Social
permite que o mesmo passe a ser visto como um processo político, tendo em vista que
possibilita uma escolha tecnológica, de forma democrática. Assim, há uma carência de a
necessidade de se pensar Ciência e Tecnologia para a Inovação, mas com foco para a inclusão
social, geração de renda e sustentabilidade ambiental.
Com isso, o processo de desenvolvimento da Tecnologia Social acaba por se tornar tão
importante quanto o seu resultado, ou até mais importante que ele, tendo em vista que o
mesmo possibilita a transformação da realidade, a partir do envolvimento profundo dos atores
implicados e/ou demandantes de uma determinada tecnologia a ser construída, de forma a
solucionar problemas específicos, assegurando uma melhoria na qualidade de vida da
população de uma determinada nação. Desta forma, pode-se afirmar que a Tecnologia Social
seja uma ferramenta inovadora e que proporcione inclusão social e geração de renda.

3. A TECNOLOGIA SOCIAL E O PLANO DE AÇÃO DE CIÊNCIA E


TECNOLOGIA E INOVAÇÃO - PACTI 2007-2010

O planejamento e os planos5 tornam-se instrumentos de controle do Estado, tendo em


vista que acabam por indicar caminhos, de forma a orientar o Estado no que diz respeito à
execução de ações de interesse do coletivo, isto é, ao atendimento das necessidades da
população. Estas ações, identificadas no Planejamento e nos Planos – que podem, neste
contexto, ser considerados instrumentos de estabelecimento de políticas públicas -, estão
estreitamente relacionados ao processo de democratização e à participação social na
identificação e resolução das demandas sociais, tendo em vista que a fundamentação dos
mesmos são, teoricamente, apoiadas em diretrizes fundamentadas em Conferências realizadas
nas três instâncias do governo: municipal, Estadual e Federal.
O Ministério de Ciência e Tecnologia, MCT, através do seu Plano de Ação de Ciência,
Tecnologia e Inovação 2007-2010, já define as áreas relacionadas à problemática social para

5
Pode-se definir planejamento como um método de identificações de ações específicas para o alcance de um
determinado objetivo. Já o plano diz respeito a um guia para a realização das ações, isto é, uma sistematização
do processo de organização destas ações, de forma a viabilizar o alcance do objetivo almejado.

5
identificação e solução das demandas sociais, de forma a possibilitar um ambiente favorável
para o desenvolvimento e implementação das Tecnologias Sociais. São elas: água,
saneamento básico, habitação, educação básica e tecnológica, agricultura familiar, agricultura
urbana, saúde, segurança, segurança alimentar e nutricional, agroindústria cooperativada,
meio ambiente, recursos renováveis, reciclagem, artesanato, empreendimentos solidários,
infra-estrutura de apoio (estradas, barragens, entre outras), eco e agro-turismo, formação de
recursos humanos. (MCT, 2010).
O Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação - que foi apresentado em 2007,
como parte integrante dos Planos desenvolvidos para o segundo mandato do governo do
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva - surge com base nos quatros eixos estratégicos que
norteiam a atual Política de Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, a saber:

• Expansão e Consolidação do Sistema Nacional de C,T&I - Expansão,


integração, modernização do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia e
Inovação (SNCTI), através da articulação com os governos estaduais para
ampliação da base científica e tecnológica nacional;

• Promoção da Inovação Tecnológica nas Empresas - Contribuição incisiva


para o desenvolvimento de um ambiente favorável à Inovaçãonas empresas,
fortalecendo a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP);

• Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em áreas Estratégicas -


Fortalecimento das atividades de pesquisa e inovação em áreas estratégicas
para a soberania do país, em especial energia, aeroespacial, defesa nacional e
amazônia;

• Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Social - Promoção


da popularização e o ensino de ciências, a universalização do acesso aos bens
gerados pela ciência, e a difusão de tecnologias para melhoria das condições de
vida da população.

Dentro da quarta linha de ação – Ciência, Tecnologia e Inovação para o


Desenvolvimento Social – encontra-se a Tecnologia Social como uma vertente para a
consolidação das atuais políticas públicas do Estado, de forma a contribuir para a redução da
pobreza, analfabetismo, fome e exclusão social.
Para tanto, conforme o MCT (2010), as diretrizes definidas para o alcance de tal
objetivo foram: a promoção da interação dos conhecimentos acadêmicos com os saberes e as
práticas sociais,ou seja, o conhecimento tácito, objetivando a apropriação, difusão e geração
de novos saberes, usufruindo dos seus resultados; o desenvolvimento de metodologias
interativas e participativas; a valorização da extensão universitária como produtora, difusora,
facilitadora e ampliadora do acesso ao conhecimento científico e tecnológico e aos seus
benefícios; a reiteração da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão como
estratégia de desenvolvimento e difusão científicos e tecnológicos; o fomento dos
empreendimentos individuais ou associativos de pequeno e médio portes e as ações sociais
destinadas à geração de ocupação, trabalho e renda, por meio da geração e difusão de

6
tecnologias socialmente sustentáveis; a desburocratização e simplificação do registro de
projetos propostos pela sociedade e as normas de acesso ao financiamento, de forma a dar
mais agilidade e incentivo ao seu desenvolvimento; a busca pela melhoria da distribuição do
conhecimento e a valorização da diversidade cultural.
Essas diretrizes podem ser consideradas especificamente, neste contexto, formas de
conhecimento e de ação que deverão ser construídas com os grupos sociais, com a
participação efetiva dos atores sociais.
A iniciativa do governo no que se refere à inserção de Tecnologias Sociais dentro de
um dos eixos estratégicos que norteiam a Política Nacional de Ciência e Tecnologia e
Inovação, confirma a crescente importância que o Estado tem dado ao tema, o que pode ser
observado também ao verificar, no decorrer dos últimos três anos, a ampliação de fundos
setoriais, de fomento à pesquisa e desenvolvimento de programas e projetos nessa área. Na
Bahia, por exemplo, não só o governo federal, como o Estadual, (através, principalmente, da
Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB, da Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Inovação da Bahia e Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do
Estado da Bahia) têm buscado avançar nesta área, através de lançamento de diversos editais e
programas voltados para apoio a tecnologias para o desenvolvimento social (Edital FAPESB
015/2009, cujo recursos alocados foram de quatro milhões de reais); Apoio a Pesquisas
voltadas para o Semiárido Baiano (Edital FAPESB 006/2007, para o qual foram alocados
recursos na ordem de três milhões de reais); Apoio a incubadoras de empreendimentos
econômicos solidários (Edital FAPESB/ SECTI/SETRE 007/2008, sendo alocados recursos
financeiros não-reembolsáveis no valor total de quatro milhões de reais). (FAPESB, 2010)
Entretanto, apesar das iniciativas do governo concretizadas e em andamento, a
consolidação efetiva da Tecnologia Social na Política Nacional de Ciência e Tecnologia e
Inovação ainda é um desafio, tendo em vista que a quantidade de recursos destinados à área é
absolutamente reduzida, quando comparada com o volume de recursos destinados ao alcance
dos objetivos dos demais eixos estratégicos, principalmente o eixo de Promoção da Inovação
Tecnológica nas Empresas. Este fato pode estar relacionado à questão de que as iniciativas
relacionadas à Tecnologia Social ainda são consideradas apenas como complementares
enquanto políticas de desenvolvimento ou de C&T ou mitigadoras enquanto política social,
ou seja, sem muito destaque, havendo a necessidade de aumentar sua importância na Agenda
de Política de Ciência e Tecnologia.

3 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA TECNOLOGIAS SOCIAIS: PECULIARIDADES


ABRANGENTES DESSA CONSTRUÇÃO

A necessidade de criação de instrumentos que viabilizem a efetiva participação dos


cidadãos na gestão pública, bem como os limites da democracia representativa são debates
que têm crescido nos últimos anos.
Faria (2003) afirma que para se discutir políticas públicas é importante o entendimento
de duas dimensões: a política, de forma a identificar qual o efetivo papel da população, de
forma que a mesma não entre apenas como coadjuvante; e a dimensão pedagógica, que se
visualiza a discussão política como um aprendizado novo no tocante à construção coletiva do
conhecimento. Fonseca e Serafim (2009) afirmam que a geração de conhecimento tecnológico
7
coletivamente requer a participação ativa dos variados atores envolvidos, tais como a
comunidade de pesquisa, movimentos sociais e o Estado, que deverão estar conscientizados,
sensibilizados e empoderados para participação tanto na construção da Tecnologia, quanto na
formulação de políticas públicas que se possam alcançar patamares relevantes de
aprofundamento da democracia representativa, de forma que a incorporação da participação
social em contextos democráticos podem se converter em invenção Institucional.
Partindo da perspectiva do Conceito de Tecnologia Social como um fator
preponderante no processo de reversão da Tecnologia Convencional (que, conforme Dagnino
(2009) foi criada pela e para a grande corporação, possuindo um conjunto de características
distintas da Tecnologia Social, principalmente no que diz respeito à modo e ritmo de
produção, efeitos sobre o meio ambiente, entre outros), proporcionando sustentabilidade
econômica à comunidade envolvida no processo de construção coletiva do conhecimento e
alavancando, desta maneira, uma alternativa de desenvolvimento tecnológico, a TS se
apresenta, conforme explicitado anteriormente, como uma nova abordagem no tocante aos
problemas sociais, bem como das pendências relacionadas à inclusão social, de forma que
estes problemas não sejam mais interpretados de forma convencional, ou seja, a partir da
identificação de demandas por conhecimento científico e tecnológico por parte dos mais
diversos atores, exceto os mais importantes, que são os atores que necessitam e utilizarão a
referida tecnologia.
A dinâmica de inserção dos usuários das Tecnologias Sociais nas decisões
tecnológicas, conforme afirma Thomas (2009) abre a possibilidade de aprofundamento das
relações democráticas, permitindo a consolidação da vida política.
Fonseca e Serafim (2009) apresentam duas possibilidades que podem orientar essa
ação: Estimular a formação efetiva de grupos de trabalho e de discussão entre os atores
envolvidos; e a Educação em Ciência, Tecnologia e Sociedade, que possibilitaria a interface
das diferentes noções de Ciência e Tecnologia, tendo em vista a possibilidade de abordagem a
partir de diversos campos disciplinares, tais como economia, sociologia, filosofia, entre
outros).
Entretanto, Bacelar (2003) afirma que o Estado Brasileiro ainda não tem a tradição de
um Estado Regulador, que dialogue com a sociedade civil e os espaços públicos. Para a
autora, o país está em fase de aprendizado. Isso pode ser considerado um dos principais
entraves para a consolidação da proposta da Tecnologia Social, o que pode ser ratificado com
a afirmação de Dagnino e Novaes (2005, p.9):

“(...) a tecnologia é em si mesma um processo de construção social e,


portanto, político (e não apenas um produto) que terá que ser
operacionalizado nas condições dadas pelo ambiente específico onde
irá ocorrer, e cuja cena final depende dessas condições e da interação
passível de ser lograda entre os atores envolvidos”.

Em se tratando da democracia brasileira, Dagnino (2002), afirma que a mesma possui


modelo Institucional elitista (representativo), onde a participação se dá perifericamente, de
forma subordinada, mas, no contexto, o que vale é a representação. A participação tem um
limite institucionalizado muito forte, não é a essência do regime político.

8
O papel da Tecnologia Social não se resume na resolução de um problema pontual,
mas pode ser também considerado um aspecto contribuinte para processo de transformação
Socioeconômica, Sociopolítica e Sociocultural, sustentando, desta maneira, o procedimento
de democratização, que pode ser considerado um dos desafios das políticas públicas. Para
Thomas (2009), as Tecnologias Sociais, no plano sociopolítico, tende a possuir uma
dinamização e coordenação no tocante à intervenção, de forma que possa causar, como efeito,
a integração social e a cidadania. Neste plano, o processo de decisão é horizontal coletivo e
não de cima para baixo (paternalista), onde os usuários das Tecnologias Sociais – onde
destacam-se as comunidades locais organizadas e os movimentos sociais - possuem
autonomia de decisão e independência crescentes. No tocante ao modelo de C&T, o mesmo
deve ser interativo, oriundo de um método flexível de alinhamento e coordenação crescentes.
Neste contexto, para que o Estado passe formular políticas de Ciência e Tecnologia
norteados pelos princípios assinalados pela Tecnologia Social torna-se indispensável a
realização de modificações na base teórica que infunde a concepção da política – que, para o
autor, está centrada na adoção de políticas adotadas por países desenvolvidos, que possuem
uma realidade distinta - bem como modificar também as etapas de formulação e
implementação dessas políticas. (FONSECA E SERAFIM, 2009). Estas etapas são
constituídas por: construção de agendas, momento onde são constituídas as demandas e
problemas; a formulação, propriamente dita; a implementação da política, fase em que as
demandas são analisadas, ocorrendo a definição e execução de estratégias para solução das
mesmas; e, por fim, a análise das políticas, onde ocorre um acompanhamento e avaliação do
alcance dos objetivos.
Enfim, Fonseca e Serafim (2009), destacam a necessidade de, principalmente, duas
modificações nas políticas de C&T: uma é referente à utilização de experiências políticas dos
países desenvolvidos como base para a política de Ciência e Tecnologia do Brasil,
desconsiderando as peculiaridades da nação e as diferenças existentes entre o país e os países
desenvolvidos; a segunda está relacionada a um dos atores no processo de construção das
Tecnologias Sociais, que é a comunidade de Pesquisa, que também se orientam por quesitos
definidos para pesquisa nos países desenvolvidos. Faria (2003) confirma estas características
ao realizar uma abordagem acerca da agenda de pesquisa brasileira:

“Se a agenda de pesquisas no país ainda tem que dar conta de


importantes desenvolvimentos recentes ligados, por exemplo, à
questão das redes sociais e das policy network, expandindo o
trabalho pioneiro no Brasil de Marques (2000), em um
momento como o atual, em que há uma crescente tecnicização
dos processos de formulação e gestão das políticas, muitas
vezes influenciadas drasticamente por atores internacionais, o
que com freqüência implica um considerável grau de
despolitização desses processos, parece imprescindível
considerar como a variável conhecimento tem sido articulada
nas novas vertentes de análise, tão pouco exploradas no
Brasil.” FARIA (2003, p. 22)

Considerando a Agenda da Política, neste caso, a Política de C&T, o conjunto de


demandas, necessidades, assuntos selecionados pelos governantes como aspectos a serem
atuados pelos mesmos, pode-se, então, afirmar que esses temas, bem como os recursos
9
destinados aos mesmos, dependem efetivamente da importância dada pelos “fazedores” desta
agenda. Neste contexto, nota-se ainda uma reduzida importância da Tecnologia Social como
tecnologia para a inclusão social, fato que acontece, principalmente, devido ao fato de que a
fragilidade dos atores mais afetados acaba por se tornar um agente influenciador do
amoldamento desta agenda, não refletindo, de forma efetiva, os reais problemas que
prejudicam esses atores.

“Ainda hoje, a problemática de exclusão social não foi integrada à


agenda pública das políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação,
apesar de ser possível registrar algumas iniciativas pontuais, em
algumas instituições singulares, e alguns projetos de I+D cujos
resultados poderiam trazer aportes em termos de resolução parcial de
problemas de saúde, moradia, energia, acesso a serviços etc”.
THOMAS (2009, p. 62)

Dagnino (2007) afirma a existência de quatro atores formadores das agendas de


Ciência e Tecnologia no Brasil, são eles: o governo, os empresários, a comunidade de
pesquisa, e os movimentos sociais. A existência de uma interação entre a comunidade de
pesquisa e a sociedade, onde estão inseridos os atores locais, acaba por despertar a
possibilidade de edificação de um arquétipo cognitivo, com vistas à concretização do processo
de desenvolvimento social, com base em valores como solidariedade, cooperação e a
sustentabilidade.

Figura 1 – Formadores da Agenda de CT& I no Brasil


Fonte: Criação Própria.
Cardoso (2003) afirma que, para conduzir o desenvolvimento, é necessário rediscutir a
questão do equilíbrio internacional e do papel do Estado; pensar em política pública voltada
para a transformação. Não para o crescimento, e sim para o conjunto da sociedade.

10
“Além do social, outras dimensões igualmente relevantes de
qualificação do desenvolvimento estão já há algum tempo cobrando
seus espaços no significado implícito do desenvolvimento, para uma
inteligibilidade coletiva mais homogênea de conceito.” (CARDOSO,
2003)

No Brasil, segundo Faria (2003), o papel das idéias e do conhecimento no processo


das políticas públicas tem sido ignorado, sendo reconhecidos, quando muito, como um papel
secundário e/ou justificatório. O Estado não pode tudo, visto que é parte integrante e
constituinte da sociedade e da economia, que precisa se relacionar com outros agentes,
objetivando a construção de ambientes favoráveis à implementação de suas ações.
Há a necessidade de definição de estratégias e o projeto de políticas públicas com base
na produção, implementação, gestão e avaliação das Tecnologias Sociais, de forma a
viabilizar a superação de problemas socioambientais da população, bem como na produção de
bens e serviços de melhor qualidade, distribuição mais racional de recursos, enfim, resultados
que proporcione um avanço das condições de vida do cidadão.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Tecnologia Social pode avançar significamente como instrumento de política


pública, mas para tanto é necessário, principalmente, um aprimoramento no que concerne à
agenda na qual a TS está inserida, de modo que vislumbre uma maior participação dos atores
demandantes e geradores dessa tecnologia.
O Estado investe grande parcela do seu orçamento em produção do conhecimento e
formação de recursos humanos, entretanto, há uma carência significativa quanto ao
aproveitamento dos resultados desse investimento e a inclusão das Tecnologias Sociais na
Agenda de CT&I de forma efetiva e isso pode se constituir em um resultado para o
investimento do Estado, contribuindo redução das mazelas sociais, fator indispensável para
uma melhor qualidade de vida da sociedade. É preciso aproximar mais a comunidade de
Pesquisa do movimento da Tecnologia Social.
É notável a crescente transformação no tocante ao Sistema Nacional de Ciência e
Tecnologia, entretanto, nota-se uma maior preocupação centrada no estímulo à Inovação nas
empresas, visando o aproveitamento da maturidade da comunidade de pesquisa apresentada
no Brasil para o fortalecimento de determinadas áreas estratégicas especificamente para o
empresariado, o que pode ser ratificado com a Lei de Inovação (10.973/2004), preocupação
que ainda não é observada de forma efetiva no tocante às Tecnologias Sociais, uma vez que as
mesmas poderiam também se articular com a formulação estratégica, possibilitando a inclusão
dos atores sociais do campo popular no papel de sujeitos produtivos, minimizando, desta
forma, as desigualdades sociais.

11
REFERÊNCIAS

BACELAR, Tânia. As Políticas Públicas no Brasil: heranças, tendências e desafios. In:


SANTOS JUNIOR, Orlando Alves dos et al. (organizadores). Políticas Públicas e Gestão
Local: programa interdisciplinar de capacitação de conselheiros municipais. Rio de Janeiro:
FASE, 2003.
BOCAYUVA, Pedro Claudio Cunca (Org.); VARANDA, Ana Paula de Moura (Org.).
Tecnologia Social, Economia Solidária e Políticas Públicas. 1. ed. Rio de Janeiro:
FASE/IPPUR-UFRJ, 2009. v. 1. 312 p
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1994, 370 p.
CARDOSO JR., José Celso. Estado, planejamento e políticas públicas: o Brasil em
desenvolvimento. In. http://criseoportunidade.wordpress.com/2009/08/25/estado-
planejamento-e-politicas-publicas-o-brasil-em-desenvolvimento-jose-celso-cardoso-jr/
DAGNINO, Evelina. Democracia, teoria e prática: a participação da sociedade civil. In.
PERISSINOTTO, Renato e FUKS, Mário (Org.). Democracia: teoria e prática. Rio de
Janeiro: Relume Dumará; Curitiba: Fundação Araucária, 2002. P. 141-166.
DAGNINO, Renato et al (2002): Gestão Estratégica da Inovação: metodologias para análise
e implementação. Taubaté, Editora Cabral Universitária. In.
http://www.oei.es/salactsi/rdagnino1.htm
DAGNINO, R. (Org.) . Tecnologia Social: ferramenta para construir outra sociedade.
Brasília: Companhia de Comunicação, 2009.
DAGNINO, R. . As Perspectivas da Política de C&T. Ciência e Cultura (SBPC), v. 59, p.
39-45, 2007
DAGNINO, R. ; NOVAES, Henrique Tahan . A Adequação Sócio-Técnica na agenda do
Complexo de Ciência e Tecnologia e dos Empreendimentos autogestionários. In: XI
Seminario de Gestión Tecnológica - ALTEC 2005, 2005, Salvador - Bahia. XI Seminario
Latino-Iberoamericano de Gestión Tecnológica - ALTEC 2005, 2005.
FAPESB – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia. Disponível em:
<WWW.fapesb.gov.br>. Acesso em: 15 dezembro 2010.
FARIA, Carlos Aurélio Pimenta de. Idéias, conhecimento e políticas públicas: um
inventário sucinto das principais vertentes analíticas recentes. In. Revista Brasileira de
Ciências Sociais: V.18, n.51, São Paulo, fev. 2003.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
69092003000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
FEREJOHN, John e PASQUINO, Pasquale. A teoria da escolha racional na ciência
política: conceitos de racionalidade em teoria política. In. Rev. bras. Ci. Soc. v.16 n.45. São
Paulo, fev. 2001. http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v16n45/4328.pdf
FLEXOR, Georges e LEITE, Sergio Pereira. Análise de Políticas Públicas: breves
considerações teórico-metodológicas. In.
http://www.sep.org.br/artigo/_686_0fe6d13a5276dca8a2a290576df0c15d.pdf
FONSECA, R; SERAFIM, M.A Tecnologia Social e seus arranjos Institucionais. In.
DAGNINO, R. (Org.). Tecnologia Social: ferramenta para construir outra sociedade.
Brasília: Companhia de Comunicação, 2009.
FREY, Klaus. Políticas públicas: um debate conceitual e reflexões referentes à prática da
análise de políticas públicas no Brasil. In. Revista Brasileira de Ciências Sociais:
V.18, n.51, São Paulo, fev. 2003. http://www.ipea.gov.br/pub/ppp/ppp21/Parte5.pdf

12
HALL, Peter e TAYLOR, Rosemary. As três versões do néo-institucionalismo. In. Lua
Nova, n. 58, São Paulo: 2003. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
64452003000100010
HARVEY, David. A produção capitalista do espaço. 2ª Ed. São Paulo: Annablume, 2006.
P. 163-190.
LEFEBVRE, Henri. Espaço e Política. Belo Horizonte: UFMG, 2008. P. 58-78.
NISHIMURA, Sandra Regina. Economia Solidária, Tecnologias Sociais e Políticas Públicas.
In: Bocayuva, Pedro Claudio Cunca; Varanda, Ana Paula. (Org.). Tecnologia Social,
Economia Solidária e Políticas Públicas. Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ - FASE, 2009, v. , p.
92-110.
MCT. Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação 2007-2010. Disponível em:
<WWW.mct.gov.br>. Acesso em: 19 dezembro 2010.
MULANDO, Flavio. O papel das organizações da sociedade civil na formulação de
Políticas Públicas em Moçambique. Caso do G@) e o PARPA II. In.
http://www.iese.ac.mz/lib/publication/Mulando,Flavio_OPapelDas%20OrganizacoesDaSocie
dadeCivil.pdf
PALERMO, Vicente. Como se governa o Brasil? O debate sobre instituições políticas e
gestão de governo In. Dados v.43 n.3 Rio de Janeiro, 2000.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-
52582000000300004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
RANCIÈRE, Jacques. O Desentendimento. Política e Filosofia. São Paulo: Ed. 34, 1996.
SANTOS, Boaventura de Souza. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. 2ª
Ed. São Paulo: Cortez, 2008. P.277-376.
SILVA, Roberto Marinho A. da ; FARIA, Maurício Sardá de . Tecnologias Sociais e
Economia Solidária: diretrizes, desafios e perspectivas para políticas públicas. In: Bocayuva,
Pedro Claudio Cunca; Varanda, Ana Paula. (Org.). Tecnologia Social, Economia Solidária e
Políticas Públicas. Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ - FASE, 2009, v. , p. 71- 91.
SOUZA, Celina. "Estado do campo" da pesquisa em políticas públicas no Brasil. in. Rev.
Bras. Ci. Soc. vol.18 no. 51. São Paulo fev. 2003.
http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v18n51/15983.pdf
THÉRET, Bruno. As instituições entre as estruturas e as ações. Lua Nova, 2003, no. 58,
P.225-254. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
64452003000100011
THOMAS, Hénan Eduardo. Tecnologias para Inclusão Social e Políticas Públicas na América
Latina. In: ORTELOO, ALdalice ET AL. Tecnologias Sociais: Caminhos para a
sustentabilidade. Brasília/DF: s.n, 2009. 278 p.
WOLFF, Francis. A invenção da política. In. NOVAES, Adauto (Org.). A crise do Estado-
Nação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. P. 23-54.

13

Você também pode gostar