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Condutores Elétricos
Condutores Elétricos
CONDUTORES ELÉTRICOS
Caratinga 2014
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CONDUTORES ELÉTRICOS
Caratinga 2014
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Sumário
1. DEFINIÇÃO................................................................................................................. 04
2. METAIS USADOS EM CONDUTORES ELÉTRICOS............................................. 05
3. CONDUTIVIDADE E RESISTIVIDADE................................................................... 07
4. FLEXIBILIDADE DOS CONDUTORES ELÉTRICOS............................................. 11
5. CONEXÕES.................................................................................................................11
6. RESISTÊNCIA À CHAMA.........................................................................................12
7. CONSTITUIÇÃO DOS CONDUTORES ELÉTRICOS E CABOS DE
ENERGIA.....................................................................................................................13
7.1.1. Alma Condutora........................................................................................... 13
7.1.2. Camada Isolante........................................................................................... 14
8. CÓDIGO DE CORES...................................................................................................15
9. MATERIAIS ISOLANTES.......................................................................................... 16
9.1. Isolações poliméricas............................................................................................. 16
9.1.1. Materiais poliméricos empregados nas terminações.................................. 16
9.1.1.1. Polietileno.........................................................................................16
9.1.1.2. Borracha de silicone.........................................................................17
9.2. Isolações termoplásticas......................................................................................... 17
9.3. Isolações termoplásticas a frio.............................................................................. 17
9.4. Isolação termofixa................................................................................................. 18
9.5. O Fenômeno de “Walter Treeing”........................................................................ 18
9.6. Processo de reticulação de isolantes.......................................................................19
9.7. Determinação da espessura de isolação..................................................................20
9.8. Dimensionamento dos cabos em função da isolação..............................................21
9.8.1. A tensão elétrica...........................................................................................21
9.8.2. A corrente elétrica........................................................................................22
9.9. Cobertura dos condutores elétricos.........................................................................22
9.9.1. Capas metálicas.............................................................................................23
9.9.1.1. Écran metálico...................................................................................24
9.9.1.2. Armadura metálica............................................................................24
10. CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DA SELEÇÃO DA
SEÇÃO DOS CONDUTORES....................................................................................24
11. DADOS BÁSICOS PARA ESPECIFICAÇÃO E PROJETO.......................................25
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................27
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1. DEFINIÇÃO
O condutor
O sistema dielétrico
A blindagem metálica
A proteção externa
Os condutores de cobre têm o seu uso mais generalizado, devido às suas altas e
superiores características mecânicas e elétricas. Principalmente para o seu uso em fios e cabos
isolados para baixa tensão, onde há os requisitos de facilidade e segurança para as conexões.
Para a utilização no setor de transmissão, ilustrado na figura 2, e distribuição aérea de
energia, o alumínio é geralmente utilizado principalmente devido à sua baixa densidade e seu
menor custo de mercado.
Conforme afirmam Cavalin; Cervelin (2009), a utilização do cobre em larga escala se
deve ao fato dele apresentar as propriedades e características que lhe garantem uma posição
de destaque entre os metais condutores, dentre as quais se podem citar1:
1
CAVALIN; CERVELIN, 2009, p. 223.
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Os fios podem ser usados como condutores elétricos nus ou isolados, ou podem ser
produtos semiacabados destinados à fabricação de cabos.
Em função de suas propriedades elétricas, térmicas, mecânicas e custos, o cobre e o
alumínio são os metais mais utilizados desde os primórdios da indústria de fabricação de fios
e cabos elétricos. A prática leva a observar que, quase sempre, as linhas aéreas são
construídas em alumínio e as instalações internas são com condutores de cobre. De acordo
com a norma de instalações elétricas de baixa tensão, a NBR 5410, é proibido o uso de
alumínio em instalações residenciais.
2
(Indústria: 1º lugar - ferro e aço; e na área elétrica: 1º lugar - cobre).
3
Segundo CAVALIN; CERVELIN, 2009, p. 224.
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As três principais diferenças entre o cobre e o alumínio são: condutividade elétrica, peso e
conexões.
Os metais são elementos químicos que formam sólidos opacos, lustrosos, bons condutores
de eletricidade e calor e, quando polidos, bons refletores de luz. A maioria dos metais é forte,
dúctil, maleável e, em geral, de alta densidade, esses fatores juntos conferem aos metais como
o cobre e o alumínio as características de bons condutores elétricos.
Condutividade elétrica será demonstrada pelo seu símbolo ( ), essa característica é usada
para especificar o caráter elétrico de um material. Ela é simplesmente o recíproco
da resistividade, ou seja, inversamente proporcionais e é indicativa da facilidade com a qual
um material é capaz de conduzir uma corrente elétrica. A unidade é a recíproca de ohm-metro,
isto é, [(Ω-m)]. As seguintes discussões sobre propriedades elétricas usam tanto a
resistividade quanto a condutividade.
ρ a resistividade elétrica
elétrica. A prata é ótimo condutor, mas o cobre é o mais aplicado pela melhor relação
custo/benefício.
O fenômeno da supercondutividade é observado em alguns materiais e algumas ligas.
Neste caso, a resistividade é nula, e a condutividade é infinita. Mas isto só é possível quando a
substância encontra-se a baixíssimas temperaturas, o que não permite seu funcionamento em
diversas áreas.
Ainda segundo Kítor (2014), durante o processo de condutividade elétrica, quando se
dá o deslocamento destas cargas ocorrem interações entre os elétrons e a cadeia de átomos.
Isto causa alguma resistência ao movimento destes elétrons conforme mostra a figura 3, esse
processo é descrito como resistividade elétrica apresentada pelo material condutor.
Figura 3: Representação de três elétrons em uma rede cristalina. Ao se mover pela rede de átomos, ocorre perturbação da
cadeia de átomos.
reta e um determinado comprimento, maior será sua resistividade. O melhor condutor elétrico
conhecido é a prata4. Este metal, no entanto, é excessivamente caro para o uso em larga
escala. O cobre vem em segundo lugar na lista dos melhores condutores, sendo amplamente
usado na confecção de fios e cabos condutores. Logo após o cobre, encontramos o ouro que,
embora não seja tão bom condutor como os anteriores, devido à sua alta estabilidade química
(metal nobre) praticamente não oxida e resiste a ataques de diversos agentes químicos, sendo
assim empregado para banhar contatos elétricos. O alumínio, em quarto lugar, é três vezes
mais leve que o cobre, característica vantajosa para a instalação de cabos em linhas de longa
distância.
A resistência de um condutor ôhmico é devida às colisões entre as cargas de condução
e os átomos ou íons. As cargas de condução são aceleradas pela força eletrostática, mas
devido às colisões acabam por atingir uma velocidade média constante.
A resistência é determinada pela relação que existir entre a velocidade média atingida
e a diferença de potencial (por unidade de comprimento) que produz o movimento.
Os fatores que determinam o valor da resistência são: a natureza do material, o
tamanho do condutor e a temperatura.
Para estudar a influência do tamanho do condutor, consideremos dois cilindros
idênticos, de comprimento L e área transversal A, cada um com resistência R, ligados em
série ou em paralelo. A resistência do material é dada pela fórmula da equação 3, descrita
abaixo.
Sendo
ρ a resistividade elétrica
R a resistência elétrica
A seção transversal
L o comprimento do material
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À temperatura ambiente, 20°C.
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Onde:
é a resistência 20ºC
é o coeficiente de temperatura e
T é a temperatura em graus centígrados.
Um condutor elétrico pode ser constituído por uma quantidade variável de fios de
cobre, desde um único fio até centenas deles. Essa quantidade de fios determina a
flexibilidade do cabo. Quanto mais fios, mais flexível o condutor e vice-versa.
Para identificar corretamente o grau de flexibilidade de um condutor, é definida pelas
normas técnicas da ABNT a chamada classe de encordoamento. De acordo com essa
classificação apresentada pela NBR 6880, são estabelecidas seis classes de encordoamento,
numeradas de 1 a 6, seguindo uma ordem crescente de flexibilidade.
A norma define ainda, como caracterizar cada uma das classes, em função do número
de fios, diâmetro e resistência elétrica máxima.
A NBR 6880 estabelece valores de resistência elétrica máxima, número mínimo e
diâmetro máximo dos fios que compõem um dado condutor. Isso, na prática, resulta que
diferentes fabricantes possuam diferentes construções de condutores para uma mesma seção
nominal (por exemplo, 10mm²). A garantia de que o valor da resistência elétrica máxima não
seja ultrapassada está diretamente relacionada à qualidade e á pureza do cobre utilizado na
confecção do condutor.
Um condutor elétrico pode ser constituído por uma quantidade variável de fios, desde
um único fio até centenas deles. Essa quantidade de fios determina a flexibilidade do cabo.
Quanto mais fios, mais flexível o condutor e vice-versa. Para identificar corretamente o grau
de flexibilidade de um condutor, é definida pelas normas técnicas da ABNT na chamada
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classe de encordoamento. De acordo com essa classificação apresentada pela NBR 6880, são
estabelecidas seis classes de encordoamento, numeradas de 1 a 6.
5. CONEXÕES
Uma das diferenças mais marcantes entre cobre e alumínio está na forma como se
realizam as conexões entre condutores ou entre condutor e conector. O cobre não apresenta
requisitos especiais quanto ao assunto, sendo relativamente simples realizar as ligações dos
condutores de cobre. No entanto, o mesmo não ocorre com o alumínio. Quando exposta ao ar,
a superfície do alumínio é imediatamente recoberta por uma camada invisível de óxido, de
difícil remoção e altamente isolante.
Assim, em condições normais, se encostarmos um condutor de alumínio em outro, é
como se estivéssemos colocando em contato dois isolantes elétricos, ou seja, não haveria
contato elétrico entre eles. Nas conexões em alumínio, um bom contato somente será
conseguido se rompermos essa camada de óxido.
Essa função é obtida através da utilização de conectores apropriados que, com a
aplicação de pressão suficiente, rompem a camada de óxido. Além disso, quase sempre são
empregados compostos que inibe a formação de uma nova camada de óxido uma vez
removida a camada anterior.
6. RESISTÊNCIA À CHAMA
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Quando esta existir no cabo.
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Por outro lado, as almas condutoras com secção circular são constituídas por camadas
concêntricas. No entanto, no caso de secções grandes, a alma condutora poderá ser
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segmentada, isto é, composta por vários elementos cabeados, com forma sectorial, podendo
ser ligeiramente isolado entre eles. Esta constituição tem por objetivo, a redução do efeito
pelicular e de proximidade e, por consequência, a resistência ôhmica em corrente alternada,
permitindo um maior aproveitamento da secção útil.
8. CÓDIGO DE CORES
9. MATERIAS ISOLANTES
9.1.1.1 Polietileno
quanto maior o teor de água infiltrada no isolamento maior será a permissividade, levando ao
aumento do risco da ocorrência da ruptura dielétrica, uma vez que ela é diretamente
proporcional ao teor de água na isolação.
As arborescências úmidas são classificadas em dois tipos: as “bow tie tree” e as
“vented tree”. As “bow tie tree” possuem a forma de uma gravata, aparecem devido às
impurezas contidas no XLPE enquanto as “ventes tree”, são provenientes da umidade do meio
ambiente. O crescimento das “bow tie tree” ocorre no interior da isolação do cabo a partir das
impurezas encontradas no XLPE e crescem a partir de um ponto central e em sentidos opostos
seguindo a coordenada radial. O crescimento da “vented tree” ocorre a partir da fronteira do
XLPE e das camadas semicondutora interna e externa, fazendo com que a água penetre na
isolação a partir da ação do campo elétrico e são mais nocivas que a “bow tie tree”.
A função básica da isolação é confinar o campo elétrico gerado pela tensão aplicada ao
condutor no seu interior. Com isso, é reduzido ou eliminado o risco de choques elétricos e
curtos-circuitos.
Podemos comparar a camada isolante de um cabo com a parede de um tubo de água.
No caso do tubo, a parede impede que a água saia de seu interior e molhe a área ao seu redor.
Da mesma forma, a camada isolante mantém as linhas de campo elétrico (geradas pela tensão
aplicada) “presas” sob ela, impedindo que as mesmas estejam presentes no ambiente ao redor
do cabo.
No caso do tubo, não pode haver nenhum dano à sua parede, tais como furos e trincas,
sob pena de haver vazamento de água. Da mesma forma, não pode haver furos, trincas,
rachaduras ou qualquer outro dano à isolação, uma vez que isso poderia significar um
“vazamento” de linhas de campo elétrico, com subsequente aumento na corrente de fuga do
cabo, o que provocaria aumento no risco de choques, curtos-circuitos e até incêndios.
As duas principais solicitações a que a camada da isolação está sujeita são o campo
elétrico (tensão) e a temperatura (corrente).
Em relação à tensão elétrica, como vimos anteriormente, o PVC está limitado a 6 kV,
o que o torna recomendado para emprego em cabos de baixa tensão, seja de potência, de
controle, de sinal ou para ligação de equipamentos.
A principal característica construtiva dos cabos associada com a tensão elétrica é a
espessura da isolação. Ela varia de acordo com a classe de tensão do cabo e da qualidade do
material utilizado e é fixada pelas respectivas normas técnicas aplicáveis. Em geral, quanto
maior a tensão elétrica de operação do cabo, maior a espessura da isolação.
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É sabido que todo condutor elétrico percorrido por uma corrente aquece. E também é
sabido que todos os materiais suportam, no máximo, determinados valores de temperatura,
acima dos quais eles começam a perder suas propriedades físicas, químicas, mecânicas,
elétricas etc.
Desse modo, a cada tipo de material de isolação correspondem três temperaturas
características que são:
Temperatura em Regime Permanente
É a maior temperatura que a isolação pode atingir continuamente em serviço normal. É
a principal característica na determinação da capacidade de condução de corrente de um cabo.
Temperatura em Regime de Sobrecarga
É a temperatura máxima que a isolação pode atingir em regime de sobrecarga.
Segundo as normas de fabricação, a duração desse regime não deve superar 100 horas durante
doze meses consecutivos, nem superar 500 horas durante a vida do cabo. E sua resistência a
agentes químicos em geral e a água é consideravelmente boa;
Temperatura em Regime de Curto-circuito
É a temperatura máxima que a isolação pode atingir em regime de curto-circuito.
Segundo as normas de fabricação, a duração desse regime não deve superar 5 segundos
durante a vida do cabo.
A tabela 1 indica as temperaturas características das isolações em PVC e EPR.
70 100 160
atmosfera agressiva no ambiente da instalação. O fio estanhado, por exemplo, possui essa
característica.
A cobertura pode ser composta dos mesmos materiais usados na isolação, sendo que o
mais utilizado é o PVC, mas não possui a mesma composição do polímero usado na isolação,
pois não tem função isolante, mas sim de resistência mecânica e/ou química. Também podem
ser usados na cobertura o neoprene e o hypalon, que são geralmente aplicados em cabos para
instalações que exigem desempenhos mecânico e/ou químico específicos, como plataformas
de petróleo.
Em baixa tensão, para aplicações específicas, os condutores ainda podem receber uma
blindagem para proteger o ambiente em que o cabo está instalado contra os “ruídos elétricos”
que o circuito pode gerar ou proteger as veias do cabo contra os “ruídos” existentes no local.
Geralmente são usados materiais metálicos com baixa resistência elétrica, como fitas de
cobre, de alumínio poliéster e tranças de fios de cobre. Os condutores comumente blindados
são aqueles para controle e instrumentação.
Para cabos de média tensão, a blindagem é obrigatória. “A função da blindagem é
fazer com que o cabo se comporte como se fosse um condutor sólido e o campo elétrico fique
confinado no interior do cabo, pois não é possível fazer um condutor solido para média
tensão”, acrescenta Carlos Finck, da Wirex Cable.
Se o écran tem uma função essencialmente elétrica, a armadura tem uma função
essencialmente mecânica (raramente a armadura desempenha simultaneamente as duas
funções). Seguidamente, serão caracterizados, com mais detalhe, aqueles tipos de
revestimentos.
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É realizado em cobre ou alumínio, consistindo num conjunto de fios ou fitas, que são
aplicados helicoidalmente (em hélice), de modo a que nenhum espaço livre seja visível.
Eventualmente pode constituir-se como uma bainha (bainha: revestimento formando um tubo
de matéria contínua). É geralmente ligado à terra.
Permite assegurar o escoamento das correntes capacitivas, bem como das correntes de
curto-circuito – concretamente da componente homopolar da corrente de curto-circuito fase-
terra. Protege contra as perturbações eletromagnéticas no caso de cabos de telecomunicações.
Garante a proteção das pessoas, em caso de perfuração do cabo por um corpo condutor
exterior, já que este é colocado ao potencial da terra (admitindo que o écran está ligado à
terra).
• capacidade de curto-circuito
• dimensionamento econômico
PAZZINI, Luiz H. Alves. Linhas Elétricas. Faculdades Integradas de São Paulo, São Paulo:
(s. ed.), ( s.d.). Disponível em:
<http://www.engonline.fisp.br/3ano/instalacoes_eletricas/CondutoresEletricos.pdf>. Acesso
em 07 jun. 2014.
TEIXEIRA JÚNIOR, Mário D. da R. Cabos de Energia. 2. ed. São Paulo: Artliber Editora,
2004.