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DIREITO ADMINISTRATIVO

POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL


PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE

AULA 1
(01/06/13)

Prezado(a) aluno(a),

Nessa primeira aula será abordado o seguinte tema:

• Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos,


poderes e organização; natureza e fins;

• Organização administrativa da União; administração direta e


indireta;

Destaco que o número de páginas dessa aula ultrapassou a média


que costumo manter – em torno de 50 págs.-, porém o conteúdo
exigiu essa extensão.

Qualquer dúvida utilize-se do fórum disponibilizado pelo Ponto dos


Concursos.

Grande abraço e ótima aula!

Armando Mercadante
armando@pontodosconcursos.com.br

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PONTO 2
ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

2.1. ESTADO

O conceito de Estado varia segundo o ângulo em que é considerado.


Na minha opinião, se cair uma questão sobre este tema, a banca vai
cobrar o conceito de Estado apresentado pelo Código Civil, como
pessoa jurídica de direito público externo. O nosso país, cujo
nome é Brasil, é um Estado: a República Federativa do Brasil.

Ocorre que não existe apenas este conceito, conforme dito acima,
pois haverá variações de acordo com o ângulo escolhido. Em que
pese considerar ser bastante remota a chance de a banca cobrar o
que abaixo será exposto, não podemos correr o risco da omissão.
Assim sendo, segue alguns conceitos sob pontos de vistas variados:

 Ponto de vista Sociológico: corporação territorial dotada de


um poder de mando originário;

 Aspecto Político: comunidade de homens, fixada sobre um


território, com potestade superior de ação, de mando e de
coerção;

 Sob o prisma Constitucional: pessoa jurídica territorial


soberana.

Antecipando-me a vocês, concordo que são conceitos de difícil


entendimento, mas não deixem de lê-los. Percebam que no conceito
sociológico o enfoque maior dado é para o território (“corporação
territorial”), ao passo que no político para o fator humano
(“comunidade de homens”). Busquem macetes nos estudos. Por
exemplo: os políticos são homens, portanto, aspecto político liga-se
aos homens.

O nosso Estado recebe o nome de República Federativa do Brasil,


que é uma nação politicamente organizada.

De acordo com o Código Civil, os Estados são pessoas jurídicas de


direito público externo. Muito cuidado com esse detalhe na prova,
pois também existem pessoas jurídicas de direito público interno .
Veja que a diferença nas expressões está apenas na última palavra.
Nada de leitura rápida no dia da prova! Neste dia os detalhes farão a
diferença. Por favor, atenção!!!

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Cuidado também para não confundir a Estado (Brasil, Uruguai...)


com Estado-membro (Minas Gerais, Rio de Janeiro...).

O Estado brasileiro, que é pessoa jurídica de direito público externo,


é composto por pessoas jurídicas de direito público interno:
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, todos autônomos
nos termos da Constituição Federal.

É comum os candidatos confundirem União com o Estado brasileiro.


Não faça isso! A União, pessoa jurídica de direito público interno,
integra o Estado brasileiro, pessoa jurídica de direito público
externo.

Atenção para a seguinte pegadinha de concurso: mesmo quando a


União representa o Estado brasileiro no plano internacional ela
permanece sendo pessoa jurídica de direito público interno. Não
haverá mudança da sua natureza jurídica!

Enquanto a República Federativa do Brasil (Estado brasileiro) possui


soberania, nos termos do art. 1º da CF, os entes federados (União,
Estados, DF e Municípios) possuem autonomia política. Veja bem
que União, da mesma forma que as demais pessoas políticas,
não possui soberania!

A autonomia política dos entes federados lhes confere capacidade


para criar sua Constituição ou Lei Orgânica (auto-organização);
para organizar seu governo e para eleger seus governantes
(autogoverno); e para organizar seus próprios serviços
(autoadministração).

Portanto, até aqui vimos que a República Federativa do Brasil é


um Estado por constituir-se uma nação politicamente
organizada. Possui personalidade jurídica de direito público
externo e soberania. É composta pela União, pelos Estados,
pelo Distrito Federal e pelos Municípios, todos pessoas
jurídicas de direito público interno e autônomos na forma da
CF.

Quanto à organização do Estado...

O Estado brasileiro adotou como forma de Estado a federação (não


confundir com forma de governo, que é a República; usem o seguinte
macete: Forma de Estado – FEderação). Nossa Federação é
composta pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
todos pessoas jurídicas de direito público interno, possuidores de

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autonomia política. Esta autonomia é um dos traços marcantes da


federação, significando, conforme já dito linhas acima, que possuem
capacidade de auto-organização, ou seja, capacidade para editarem
seus próprios diplomas constitutivos (constituições e leis orgânicas –
municípios e DF possuem leis orgânicas), além de capacidade de
autogoverno e autoadministração, significando, respectivamente,
o poder de organizar seu governo e eleger seus governantes.

Ao deparar-se na prova com as expressões “entes federados”,


“pessoas políticas” ou “entidades estatais”, saiba que a banca está se
referindo às pessoas que compõem a federação. Afirmar, por
exemplo, que os Territórios Federais são pessoas políticas é
flagrante equívoco, pois eles não integram a federação.

A propósito, é importante destacar este fato. Atualmente, no Brasil


não existem Territórios Federais, apesar da possibilidade de criação
estar prevista na Constituição Federal (art. 18, §2º, CF/88).

Quando da promulgação da atual constituição, existiam três


Territórios Federais: Fernando de Noronha, Amapá e Roraima. Após a
Carta Magna, o primeiro foi incorporado ao estado de Pernambuco e
os outros transformados em estados.

Desta forma, o que você deve considerar para o dia da prova é que
os territórios federais: a) são pessoas jurídicas de direito público
interno; b) não possuem autonomia política; c) não integram a
federação brasileira; d) integram a União; e) são apenas
descentralizações administrativas-territoriais da própria União.

Outro aspecto importante que merece comentários diz respeito à


soberania. Ser soberano é não estar limitado por nenhum outro poder
na órbita interna e não ter de acatar regras de outros países. Os
Estados são soberanos, como é o caso do Estado brasileiro, mas
nossos Estados-membros (MG, RJ, SP), o DF e os Municípios não.

Organizando as idéias: o Brasil é soberano e as pessoas políticas


são autônomas.

Agora, chamo a sua atenção para a formação da República Federativa


do Brasil. Você sabia que há diferença entre a formação física e a
formação político-administrativa do Estado brasileiro?

Já pensou em comprar uma passagem de avião para a União? Sem


chances, não é?! Isso porque a União não possui existência física,
mas apenas político-administrativa.

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O art. 1º da CF traz a formação física do Estado brasileiro: “A


República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em
Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos”. Observe
que a União não é citada nesse artigo, justamente por não fazer
parte da formação física do Estado brasileiro. Este é composto
fisicamente pelos Estados, Municípios e Distrito Federal.

Já no art. 18 da CF consta a formação político-administrativa do


Estado brasileiro: “A organização político-administrativa da República
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Constituição”.

Então, por favor, quero sua atenção quanto a essa diferença na


prova.

Até aqui tudo certo? Se ainda estiver com dúvidas retorne na matéria
e faça uma nova leitura.

Para fechar essa primeira parte, só mais uma informação bem


simples relativamente aos Estados: seus elementos são povo,
território e governo soberano.

Quanto aos Poderes do Estado ...

A vontade do Estado é manifestada por meio de seus Poderes


Legislativo, Executivo e Judiciário, que de acordo com o art. 2º
da CF são independentes e harmônicos entre si.

O Brasil adota a clássica tripartição dos Poderes concebida por


Montesquieu, até hoje adotada nos Estados de Direito, que prevê
uma divisão constitucional de tarefas entre eles: Executivo (função
administrativa), Legislativo (função legislativa) e Judiciário
(função judicial). Essas funções precipuamente atribuídas a cada
Poder são chamadas de funções típicas.

Quanto a essa teoria é interessante destacar um ponto muito


explorado pelas bancas em concursos públicos: não há uma divisão
absoluta de funções entre os três Poderes.

Contudo, é possível que um Poder exerça função atribuída


originariamente a outro Poder. Pense no Presidente da República,
Chefe do Poder Executivo, editando uma medida provisória (atividade
legislativa). Outro exemplo é o Senado Federal – órgão do Legislativo

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– julgando o Presidente da República em processo de impeachment.


Também é exemplo o STF, órgão do Judiciário, realizando licitação ou
concurso público, que são funções típicas do Executivo. Quando tais
situações ocorrem estaremos diante das funções atípicas.

Então memorize que os Poderes do Estado exercem tanto função


típica – que é a função principal -, como função atípica.

Daí estar errada qualquer afirmação em provas de que os Poderes


exercem suas funções com exclusividade. Não há exclusividade,
mas sim predominância no exercício das funções típicas!

Bom, a partir de agora deixemos de lado as funções legislativa e


judiciária e nos concentremos na função administrativa (atividade
administrativa), exercida tipicamente pelo Executivo.

A pergunta que faço para você é: os Poderes Executivo,


Legislativo e Judiciário exercem atividade administrativa?

Respondo que sim, e creio que você também, pois o Poder


Executivo exerce tipicamente a função administrativa, ao
passo que os demais Poderes a exercem de forma atípica.

Portanto, sendo certo que os três Poderes exercem atividade


administrativa, não há dúvidas de que eles devem obediência às
normas constitucionais próprias da administração pública, em
especial, as constantes nos art. 37 a 41 da CF.

Para comprovar essa afirmação, faça a leitura do art. 37, caput, da


CF: “a administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte”.

2.2. GOVERNO

Enquanto o Estado é nação politicamente organizada, o Governo


traça as metas e as diretrizes do Estado por meio dos seus
agentes políticos (Presidentes, Governadores, Senadores e etc.).

Só que a banca pode cobrar o conceito de Governo e aqui entraremos


numa matéria mais abstrata, cuja compreensão fica um pouco
dificultada. Então preciso da sua dedicação para entender essa parte.
Lembre-se que concurso é feito de detalhes!

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A doutrina apresenta três sentidos para a expressão Governo:


formal, material e operacional.

a) Sentido formal: conjunto de Poderes e de órgãos constitucionais.

b) Sentido material: conjunto de funções estatais básicas.

c) Sentido operacional: condução política dos negócios públicos.

Eu passo a seguinte dica para meus alunos: em sentido formal pense


em “quem faz” (Poderes e órgãos) e no sentido material pense na
“matéria feita”, no que “será feito” (as funções estatais). Já o sentido
operacional é dinâmico, pois é a realização das operações públicas.

Portanto, até agora já vimos as definições de Estado e de Governo,


faltando tratar da Administração Pública.

Pois bem, se o Governo traça os planos do Estado, eu pergunto:


quem é que vai executar esses planos? Creio que já saiba a resposta:
Administração Pública.

O Estado, como nação politicamente organizada, tem seus


planos e metas traçados pelo Governo, cuja execução ficará a
cargo dos agentes públicos que integram a Administração
Pública.

2.3. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Vimos até esse momento que o Estado, por meio de seus Poderes,
exerce as funções administrativa, legislativa e judiciária.

Estudamos que não há exercício exclusivo pelos Poderes de suas


funções típicas, sendo possível que um Poder exerça função de outro,
desde que haja autorização constitucional.

Com base nesse raciocínio, concluímos que os três Poderes exercem


função administrativa. O Executivo de forma típica e os demais
Poderes de forma atípica.

Isso já foi visto na questão anterior. Mas aí eu lhe pergunto: será


que a expressão administração pública alcança apenas o
Poder Executivo?

Ora, se a função administrativa é desempenhada pelos três Poderes,


logicamente a administração pública faz-se presente também nos três

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Poderes. É justamente isso o que diz o art. 37, caput, da CF: “a


administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes...”.

Dessa forma, onde houver exercício de função administrativa


haverá administração pública.

Mas qual será o sentido da expressão administração pública? Os dois


sentidos mais usados pela doutrina são os seguintes:

a) Sentido subjetivo, formal ou orgânico: nesse sentido, você


deve pensar em “quem faz”, ou seja, em quem exerce a atividade
administrativa. Esse sentido abrange as pessoas jurídicas, órgãos
e agentes públicos encarregados de exercer a função
administrativa. Portanto, se na sua prova a banca indicar no
enunciado a União, o Departamento da Polícia Federal ou os agentes
da polícia federal, você estará diante do sentido subjetivo de
administração pública, pois são, respectivamente, pessoa jurídica,
órgão e agente público.

b) Sentido objetivo, material ou funcional: nesse sentido, a


expressão administração pública corresponde à atividade
administrativa, ou seja, a função administrativa que é
predominantemente (e não exclusivamente) exercida pelo Poder
Executivo. Então, numa questão de prova cujo gabarito seja sentido
objetivo, no enunciado não haverá referência a pessoas jurídicas,
órgãos ou agentes públicos, mas sim à atividade (função)
administrativa.

Mas você pode indagar: Armando, como vou saber se determinada


atividade é administrativa?

De cara elimine as atividades legislativas e jurisdicionais. Portanto,


leis e decisões judiciais não correspondem à atividade administrativa.

Num segundo momento, adote como referência a doutrina, que


afirma que administração pública em sentido objetivo abrange as
seguintes atividades: fomento, polícia administrativa, serviço
público e intervenção. Há autores que incluem a atividade
regulação econômica. Todavia, prevalece o entendimento de que a
atividade de regulação é parte de fomento, de polícia administrativa e
de intervenção. Essas atividades já englobariam a regulação.

Diante dessas explicações, vou reproduzir o enunciado para nova


análise: “O poder regulador insere-se no conceito formal de
administração pública”.

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Para resolver essa questão é suficiente que o candidato lembre que


sentido formal está ligado a “quem faz” e sentido material a “o que é
feito”.

Regulação é atividade administrativa (”o que é feito”), portanto,


administração pública em sentido material. Por isso é que o
enunciado está errado, pois indica que regulação é
administração pública em sentido formal.

Antes de encerrar, não posso deixar de apresentar outros sentidos


atribuídos à expressão administração pública...

Alguns autores fazem uma distinção adotando como referência a idéia


de que administrar compreende planejar e executar. Então
teremos:

a) Sentido amplo subjetivo e objetivo: aqui você também pode


usar aquela dica que eu passei. Sentido subjetivo “quem faz” e
sentido objetivo “o que é feito”.

a.1) Sentido amplo subjetivo: abrange tantos os órgãos


governamentais (Governo – função de traçar diretrizes para o
Estado), como os órgãos administrativos (Administração Pública –
função de executar os planos do Governo);

a.2) Sentido amplo objetivo: compreende a função política


(planos do Governo) e a função administrativa (execução dos
planos).

b) Sentido restrito subjetivo e objetivo

b.1.) Sentido restrito subjetivo: abrange apenas os órgãos


administrativos.

b.2.) Sentido restrito objetivo: abrange apenas a função


administrativa.

No sentido amplo a expressão envolve o Governo (planejamento) e a


Administração Pública (execução), enquanto no sentido restrito
apenas Administração Pública (planejamento).

Não se preocupe se não entender esses sentidos de cara, pois de fato


essa matéria é mais complicada. Releia com calma, compare os
sentidos, busque fazer as associações que sugeri (“quem faz”, “o que
é feito”). De tudo, se não entender, estarei à disposição no fórum.

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Tenho certeza que você não sairá do curso sem compreender a


matéria. Palavra de professor! Dá-lhe responsabilidade heim...(rs)

Por fim, um quadro comparativo entre Governo e Administração


elaborado com base nos ensinamentos do saudoso Hely Lopes
Meirelles:

GOVERNO ADMINISTRAÇÃO
Atividade política e discricionária.
Atividade neutra, podendo ser
discricionária ou vinculada.
Conduta independente. Conduta hierarquizada.
Comanda com responsabilidade Executa sem responsabilidade
constitucional e política, mas sem constitucional ou política, mas
responsabilidade profissional pela com responsabilidade técnica e
execução. legal pela execução.
É o instrumento de que dispõe o
Estado para por em prática as
opções políticas do Governo.

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PONTO 3
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Quando União, Estados, DF e Municípios, exercem suas atividades


diretamente, ou seja, por meio de seus órgãos e de seus
agentes públicos, temos a chamada centralização.

Portanto, a atuação do TCU, que é órgão da União, corresponde à


centralização administrativa, o mesmo ocorrendo com o
Departamento da Polícia Federal ou a Receita Federal do Brasil,
ambos também órgãos federais.

Diferentemente, quando União, Estados, DF e Municípios transferem


para outras pessoas competência para execução de suas atividades,
temos a chamada descentralização administrativa.

Dessa forma, a atuação do INSS, que é autarquia federal integrante


da administração indireta, bem como das concessionárias e das
permissionárias de serviços públicos, que são pessoas jurídicas de
direito privado não integrantes da administração indireta,
correspondem à descentralização administrativa.

Em resumo...

Centralização ocorre quando a atividade é desempenhada


diretamente pela administração direta. É o serviço executado,
por exemplo, pelo Departamento da Polícia Federal (órgão da União)
ou pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (órgão do Estado de
Minas Gerais).

Descentralização ocorre quando a atividade é transferida pela


administração direta para entidades da administração indireta
(autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de
economia mista) ou para concessionários e permissionários de
serviços públicos. É o serviço executado, por exemplo, pelo INSS
(autarquia federal), pelas concessionárias de telefonia (OI, VIVO ...)
ou pelas permissionárias de transporte municipal (provavelmente na
sua cidade o transporte urbano é realizado por empresas
permissionárias).

Prosseguindo...

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Porém, há duas formas de descentralização administrativa:


descentralização legal e descentralização negocial.

Em seu estudo vincule descentralização legal à administração


indireta e descentralização negocial às concessionárias e às
permissionárias de serviços públicos.

A descentralização legal, também denominada de


descentralização por serviço, descentralização funcional,
descentralização técnica ou outorga (guarde principalmente esse
nome), ocorre quando o ente federativo atribui a titularidade e a
execução de determinada atividade para as pessoas jurídicas por ele
criadas (autarquias e fundações públicas de direito público) ou
cuja criação foi por ele autorizada (fundações públicas de direito
privado, empresas públicas e sociedades de economia mista).

Importante destacar que também integram a administração indireta


as agências reguladoras (são autarquias ou fundações públicas
com regime especial), agências executivas (autarquias ou
fundações públicas que formalizam contrato de gestão com o Poder
Público) e associações públicas (autarquias).

Para ficar mais fácil o entendimento, pense que na


descentralização legal o ente federado transfere a titularidade
e a execução de determinada atividade para entidade
integrante da administração indireta.

Dessa forma, o INSS, que é uma autarquia, exerce as atividades que


recebeu da União como titular, uma vez que a descentralização legal
implica na transferência da titularidade e da execução da
atividade.

Analisaremos agora a descentralização negocial, que também é


denominada de descentralização por colaboração ou delegação
(atenção para essa última expressão).

Diferentemente do que ocorre na descentralização legal, na


descentralização negocial a pessoa política (União, Estados, DF e
Municípios) não transfere a titularidade do serviço, mas tão
somente a sua execução para concessionárias ou
permissionárias de serviços públicos. Essa transferência da
execução é formalizada por meio de contrato.

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Dessa forma, concessionárias e permissionárias recebem


competência para a execução de serviços públicos, porém, a
titularidade permanece com o ente público concedente.

Todas as vezes que você pensar em descentralização deve pensar em


duas pessoas. Um ente federado transferindo competências para
outra pessoa integrante da administração indireta ou para
concessionárias/permissionárias de serviços públicos.

Aqui é preciso chamar sua atenção para o fato de que todas as


entidades da administração indireta são pessoas jurídicas. Da
mesma forma, as concessionárias obrigatoriamente são pessoas
jurídicas. Já as permissionárias podem ser pessoas jurídicas ou
pessoas físicas.

Creio que a essa altura você já está firme na distinção entre


centralização e descentralização.

Vamos então estudar a desconcentração administrativa...

Se descentralização envolve a transferência de competência entre


pessoas, a desconcentração consiste na distribuição interna de
competências dentre os vários órgãos que integram as
pessoas jurídicas.

Dessa forma, adotando-se como referência a pessoa jurídica INSS, a


distribuição de competências entre seus órgãos - Gerências
Executivas, Postos de Atendimento, Corregedoria, Diretorias e etc –
corresponde à desconcentração administrativa.

3.2. ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA

O Decreto-lei nº 200/67 que dentre outras providências dispôs sobre


a organização da Administração Federal e estabeleceu diretrizes para
a Reforma Administrativa, em seu art. 4º assim dividiu a
Administração Federal:

I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados


na estrutura administrativa da Presidência da República e dos
Ministérios.

II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes


categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;

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c) Sociedades de Economia Mista; e


d) Fundações públicas1.

É certo que o referido decreto-lei tem aplicação restrita à


Administração Pública federal, o que não significa que as entidades
acima citadas não integrem também a administração indireta dos
Estados, Distrito Federal e Municípios.

Desta forma, existem autarquias, empresas públicas, sociedades de


economia mista e fundações públicas no âmbito da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

O quadro abaixo indica a composição das Administrações Direta e


Indireta:

ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO INDIRETA


DIRETA
Órgãos da União Autarquias
Órgãos dos Estados Fundações públicas de direito
público
Órgãos do Distrito Federal Fundações públicas de direito
privado
Órgãos dos Municípios Empresas públicas
Sociedades de economia mista

União, Estados, Distrito Federal e Municípios são chamados de entes


federados ou pessoas políticas, ao passo que as pessoas jurídicas
integrantes da Administração Indireta são denominadas de
entidades administrativas.

Todos os componentes da Administração Direta, as autarquias e as


fundações públicas de direito público são pessoas jurídicas de
direito público, enquanto as fundações públicas de direito privado,
empresas públicas e sociedades de economia mista são pessoas
jurídicas de direito privado.

Além desses nomes listados como componentes da Administração


Indireta, outras pessoas jurídicas também a integram, mas não com
natureza jurídica diferente das apresentadas, pois serão espécies de
autarquias e/ou de fundações públicas, dependendo do caso. São as

1
Relativamente às fundações públicas, é interessante destacar desde já que atualmente prevalece a
posição que admite a existência de duas espécies: fundação pública de direito público e fundação
pública de direito privado.

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seguintes entidades: agências reguladoras, agências executivas


e associações públicas.

As agências reguladoras até então foram criadas no Brasil com a


natureza de autarquias em regime especial (o que não impede que
possam ser criadas com outra natureza jurídica, como fundações
públicas, por exemplo), enquanto as executivas podem ser autarquias
ou fundações públicas que firme com o Poder Público contrato de
gestão e possuam plano estratégico. Já as associações públicas são
constituídas com a forma jurídica de autarquias.

Importante frisar, apesar de não ser objeto de estudo desse curso,


que as pessoas jurídicas componentes do terceiro setor, as
chamadas paraestatais, não integram a Administração Pública.
São elas: organizações sociais, entidades de apoio, sociedades
civis de interesse privado e serviços sociais autônomos.

A administração indireta está presente em todos os três Poderes


(Executivo, Legislativo e Judiciário), conforme se depreende do caput
do art. 37 da CF: “a administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios...”.

As entidades da Administração Indireta estão vinculadas ao Ministério


em cuja área de competência estiver enquadrada a sua principal
atividade. Por exemplo, a autarquia Instituto Nacional do Seguro
Social – INSS está vinculada ao Ministério da Previdência Social. Esta
vinculação é denominada supervisão ministerial, tutela ou
controle finalístico.

Dessa forma, o controle das pessoas administrativas caberá ao


ministério a que estiverem vinculadas e se materializará sob a forma
de supervisão, sem prejuízo da utilização de outros instrumentos de
controle previstos na CF 88.

Apesar da previsão deste controle, é preciso destacar que não há


hierarquia entre as pessoas integrantes da administração direta e as
da administração indireta. A hierarquia não se faz presente na
descentralização, mas sim na desconcentração, institutos que já
foram objeto de estudos.

Além disso, vale ressaltar que as pessoas administrativas não


integram a estrutura orgânica da Administração Direta. Assim sendo,
a Caixa Econômica Federal (pessoa administrativa), que é uma
empresa pública federal, não integra a estrutura orgânica da União.
Diferentemente, a Receita Federal do Brasil, que é um órgão federal,

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é integrante da estrutura orgânica da União. A expressão estrutura


orgânica está associada a órgãos e não a pessoas jurídicas.

Por fim, cumpre informar que nem toda sociedade em que o Estado
tenha participação acionária integra a administração indireta,
significando dizer que o Estado de Minas Gerais pode adquirir ações
de empresas, sem que estas passem a integrar a administração
indireta mineira.

3.3. ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

A partir desse ponto, iremos estudar cada um das entidades


integrantes da administração indireta.

- AUTARQUIAS

1) Exemplos:

INSS, INCRA, CADE, CVM, IBAMA, Banco Central do Brasil, ANATEL,


CVI e Conselhos de Fiscalização de profissões regulamentadas, como
Conselho de Medicina, Conselho de Odontologia etc. (exceto OAB,
conforme entendimento do STF - ADI nº 1.717-DF)

2) Natureza jurídica:

Possuem personalidade jurídica de direito público interno (art.


41, IV, Código Civil), podendo ser federais, estaduais, distritais ou
municipais.

3) Criação:

Criada por lei específica, nos termos do art. 37, XIX, CF.

4) Momento da aquisição da personalidade jurídica:

A regra prevista no art. 45 do Código Civil de que a existência legal


das pessoas jurídicas tem início com a inscrição no registro próprio de
seus atos constitutivos não se aplica às autarquias, pois essa norma
se restringe às pessoas de direito privado.

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O momento de criação da autarquia coincide com o de


vigência da lei específica que a instituiu, motivo pelo qual não é
necessário o registro de seus atos constitutivos no Cartório.

5) Extinção:

Pelo princípio da simetria ou paralelismo das formas jurídicas, pelo


qual a forma de nascimento dos institutos jurídicos deve ser a mesma
de sua extinção, será lei específica o instrumento legislativo idôneo
para extinção das autarquias, de competência privativa do Chefe do
Executivo.

6) Iniciativa do projeto de lei de instituição/extinção:

Competência privativa do Chefe do Poder Executivo (Presidente


da República, Governadores e Prefeitos), conforme art. 61 da CF:

Art. 61. ( ... )


§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as
leis que:
( ... )
II - disponham sobre:
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da
administração pública, observado o disposto no art. 84,
VI;

Portanto, é o Chefe do Poder Executivo quem apresenta o projeto de


lei de criação de uma autarquia.

A CF/88 refere-se ao Presidente da República, devendo tal regra pelo


princípio da simetria constitucional ser aplicada também aos Estados
(governadores), Distrito Federal (governador) e Municípios (prefeitos)
com as devidas adaptações.

Apenas para fins de esclarecimento, a palavra “órgão” nesse


dispositivo constitucional foi utilizada de forma imprecisa, pois a
Constituição atribuiu-lhe um sentido amplo, abrangendo os
órgãos propriamente ditos e entidades da administração
indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e
sociedades de economia mista).

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7) Organização:

É reservada ao Chefe do Poder Executivo a competência para


editar decretos aprovando o regulamento ou estatuto da autarquia.
É o que determina o art. 84, VI, “a”, da CF/88:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


( ... )
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal,
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos.

8) Conceito:

Do decreto-lei nº 200/67 (art. 5º, I): “o serviço autônomo, criado


por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita
próprios, para executar atividades típicas da Administração
Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento,
gestão administrativa e financeira descentralizada”.

Como muitos alunos acham esse conceito complexo, segue outra


definição: pessoa jurídica de direito público, de natureza
administrativa, integrante da Administração Indireta, com
patrimônio próprio exclusivamente público, criada por lei
específica para execução de funções típicas do Estado.

9) Objetivos sociais:

Serviços públicos (saúde, educação, previdência social etc) ou


desempenho de atividades administrativas (Banco Central
fiscalizando atividades desenvolvidas pelas instituições financeiras).

Estão excluídas do seu objeto atividades de cunho econômico


e mercantil. As autarquias não visam lucros.

10) Autonomia administrativa:

Todas as entidades integrantes da Administração Indireta possuem


essa característica.

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11) Supervisão ministerial:

Entre a autarquia e a pessoa política instituidora não há


hierárquica, mas apenas vinculação (tutela ou controle
finalístico), por meio da qual a administração direta fiscaliza se a
autarquia está desempenhando as funções que lhe foram atribuídas.

12) Patrimônio:

O patrimônio é próprio e público, de acordo com o art. 982 do


Código Civil.

Os bens das autarquias, por serem públicos, possuem as seguintes


características:

• impenhorabilidade: não podem ser penhorados.

• imprescritibilidade: os bens públicos são imprescritíveis, não


estando sujeitos à usucapião.

• não sujeição a ônus: sobre um bem público não incide


gravames (ônus), como exemplos, uma hipoteca ou um penhor.

• alienação condicionada: o bem público poderá ser alienado3,


desde que observados alguns requisitos previstos em lei
(art. 17 da Lei 8.666/93).

13) Pagamento de débitos decorrentes de sentença judicial:

Os débitos das pessoas jurídicas de direito público decorrentes de


sentença judicial são pagos por meio de precatório, nos termos do
art. 100 da CF, ou por meio de Requisição de Pequeno Valor -
RPV, quando de pequeno valor (no âmbito federal, até 60 salários
mínimos).

Quanto a esse item eu chamo a sua atenção para o fato de que os


débitos das pessoas públicas, não decorrentes de sentença
judicial, não são pagos por precatório ou por RPV, mas sim
administrativamente.

2
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
3
A expressão alienação nesse contexto significa transferência da titularidade de determinado bem (“trocar
o dono”). Alienar não se resume à venda, pois existem outros meios de mudança de proprietário, como
ocorre na doação, na permuta e na dação em pagamento.

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Dessa forma, se a União desapropriar um imóvel e o proprietário


concordar com a indenização proposta, o valor será pago
administrativamente, e não por meio de precatório ou de RPV, pois o
débito não decorreu de sentença judicial.

14) Nomeação dos dirigentes e aprovação prévia do


Legislativo:

Atualmente, mudando sua posição originária, o STF considera


constitucional a exigência de que a nomeação pelo Chefe do
Executivo de dirigentes de autarquias, que são ocupantes de
cargos em comissão, esteja condicionada à prévia aprovação
pelo Poder Legislativo (ADI nº 1.281-PA).

Inclusive, o art. 84, XIV, da CF, condiciona a nomeação do presidente


e dos diretores do Banco Central à aprovação pelo Senado Federal,
bem como de outros servidores, quando determinado em lei:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


(...)
XIV - Nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros
do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os
Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o
presidente e os diretores do banco central e outros
servidores, quando determinado em lei.

15) Regime de trabalho:

A Emenda Constitucional nº 19/98, alterando o caput do art. 39 da


CF, pôs fim à obrigatoriedade das pessoas jurídicas de direito público
adotarem regime jurídico único para os seus servidores,
possibilitando às autarquias a adoção do regime de pessoal
estatutário (por ex., Lei 8.112/90 para as autarquias federais)
ou celetista (CLT), de acordo com o que estabelecesse a lei.

Passou a ser possível determinado ente federado ser estatutário e as


suas autarquias celetistas. Conforme eu disse, a EC 19/98 pôs fim
ao regime jurídico único, passando a conviver dois regimes
distintos: estatutário, que se baseia num estatuto, e celetista.

O regime estatutário é reservado para os ocupantes de cargos


públicos, enquanto o regime celetista para os ocupantes de emprego
público.

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Inclusive, no âmbito federal foi editada a Lei 9.962/00 para disciplinar


o regime de emprego público do pessoal da Administração federal
direta, autárquica e fundacional.

Porém, depois de aproximadamente 10 anos da promulgação da EC


19/98, olha o que acontece...

Identificaram um vício na votação do seu projeto, e por conta desse


vício foi proposta uma ação direta de inconstitucionalidade no STF
(ADI 2135). Não deu outra: o STF, em 02/08/07, deferiu
parcialmente medida cautelar para suspender com efeitos ex
nunc (daquele momento para frente) a eficácia do indigitado
art. 39, caput, com a redação da EC nº 19/98.

Se a EC 19/98 pôs fim ao regime jurídico único ao alterar o art. 39 da


CF, com a suspensão de sua aplicação volta a ser aplicado o art. 39
com sua redação anterior, ou seja, fica restabelecido o regime
jurídico único.

Com essa decisão, o regime jurídico a ser adotado obrigatoriamente


pelas pessoas jurídicas de direito público volta a ser o estatutário
(posição que prevalece na doutrina e na jurisprudência).

Mas e os entes federados que adotaram o regime de emprego público


após a EC 19/98? Como a decisão do STF teve efeitos ex nunc, só
produzindo efeitos a partir daquele momento, essas situações
permanecerão inalteradas, aplicando-se, contudo, o regime jurídico
único para as nomeações posteriores à decisão do STF.

Elaborei um quadro para facilitar seu estudo:

Entre CF/88 e Entre a EC 19/98 A partir da publicação da


EC 19/98 e a publicação da cautelar na ADI 2.135
cautelar na ADI
2.135
Regime jurídico Regime jurídico Regime jurídico único:
único: estatutário ou estatutário. Porém, será
estatutário celetista mantido o regime celetista
para os empregados
contratados entre a EC
19/98 e a ADI 2.135, pois a
decisão teve efeitos ex
nunc.

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16) Prerrogativas:

As autarquias gozam das mesmas prerrogativas e privilégios


assegurados à Fazenda Pública (União, Estados, DF e Municípios):

• imunidade tributária (art. 150, §2º, CF/88), que veda a


instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços das
autarquias, desde que estes sejam vinculados a suas finalidades
essenciais;

• impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas;

• imprescritibilidade de seus bens (não podem ser adquiridos por


terceiros via usucapião);

• prescrição qüinqüenal, significando que as dívidas e direitos de


terceiros contra as autarquias prescrevem em cinco anos, salvo
exceções legais;

• créditos sujeitos à execução fiscal;

• os débitos decorrentes de condenação em sentença judicial são


pagos por meio de precatórios ou de RPV (requisição de
pequeno valor).

• prazos processuais dilatados, conforme art. 188 do CPC:


“computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro
para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério
Público”.

17) Foro dos litígios:

De início, faça a seguinte divisão:

• ações que envolvam discussões sobre relação laboral (sobre


relação de trabalho, como exemplo, ações pleiteando pagamento
de férias, 13º, horas extras etc...)

• demais ações (ações de dano moral, de ressarcimento etc...).

Destaco que todo o meu raciocínio será desenvolvido levando-se em


conta autarquias federais...

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- Ações que envolvam discussões sobre relação laboral

Se o regime de trabalho da autarquia for celetista (lembre-se que


durante um período conviveram os regimes celetista e estatutário),
as ações trabalhistas serão julgadas na Justiça do Trabalho.

Portanto, um empregado de uma autarquia celetista deve propor uma


ação na Justiça do Trabalho para pleitear horas extras não pagas.

Agora, se o regime for estatutário, as ações que envolvam relação


laboral serão julgadas na Justiça Federal.

Dessa forma, se determinado servidor do INSS pretender pleitear


diferenças em suas remunerações, deverá propor a ação na Justiça
Federal.

Será também da Justiça Federal, e não da Justiça do Trabalho, a


competência para julgamento das ações envolvendo servidores
temporários e autarquias federais, conforme decidiu o STF na
Reclamação nº 5.171.

Demais ações

Quanto às demais ações (dano moral, ressarcimento...), a


competência será da Justiça Federal, conforme art. 109, I, da CF,
exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à
Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho.

18) Agências reguladoras e agências executivas

De forma resumida ...

- Agências reguladoras

No Brasil estão sendo criadas como autarquias em regime especial


para regular e/ou fiscalizar as atividades de determinados setores
que desempenham atividades econômicas no país (ex: ANATEL,
ANVISA, ANS etc).

Nada impede que sejam criadas com outra forma jurídica, como
fundações públicas, por exemplo.

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- Agências Executivas

Poderão ser qualificadas como agências executivas as autarquias


e as fundações públicas que celebrem com o Poder Público
contrato de gestão, com o objetivo de obterem maior autonomia
administrativa e financeira.

Em contraprestação, assumem o compromisso de alcançar


determinadas metas de desempenho.

19) Associações Públicas:

A Lei 11.107/05 institui a possibilidade de a União, os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios reunirem-se para a realização de
objetivos de interesse comum por meio de consórcios públicos.

Dessa reunião constituir-se-á pessoa jurídica de direito privado ou


pessoa jurídica de direito público. Neste último caso, será
denominada de associação pública, que nos termos do art. 41, IV,
do Código Civil, tem natureza jurídica de autarquia.

20) Conselho de profissões regulamentadas:

Você deve estar se perguntando: por que o Armando considera


importante tratar de conselhos de fiscalização nessa aula?

A resposta é simples: porque são autarquias em regime especial,


matéria abrangida pelo tema administração indireta, presente em
diversos concursos públicos.

Você não precisar conhecer o funcionamento do Conselho Federal de


Medicina ou do Conselho Federal de Engenharia, que são exemplos de
conselhos de profissões regulamentadas, mas tem que saber que
esses conselhos são enquadrados como autarquias, exceto a
Ordem dos Advogados do Brasil – OAB.

Portanto, se a banca afirmar numa prova que todos os


conselhos de profissões são classificados como autarquias,
essa assertiva estará errada, pois a OAB, em que pese ser
conselho de profissão, não é considerada pelo STF como autarquia.
Os demais conselhos são autarquias.

De acordo com o STF, a OAB é uma pessoa jurídica de direito


público, porém não se enquadra como autarquia, não sendo

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obrigada a realizar concursos públicos nem a prestar contas ao TCU


(ADI 3026/DF).

Dessa forma, para fazer o ponto na prova: os conselhos de


profissão são autarquias, exceto a OAB4.

Você deve aplicar aos conselhos de profissões regulamentadas todas


as características e as prerrogativas das autarquias que a seguir
serão revisadas, ressalvando-se apenas uma particularidade: os
servidores dos conselhos de profissões federais não são
regidos pela Lei 8.112/90, mas sim pelo regime trabalhista
(CLT), de acordo com a Lei 9.649/98 (ADI 1.717-DF).

Atenção para esse último detalhe (regime trabalhista dos conselhos),


pois se a banca afirmar que todas as autarquias federais são regidas
pela Lei 8.112/90, essa assertiva está equivocada, pois os conselhos
profissionais não são, além de outras autarquias cujo respectivo ente
público optou pelo regime celetista, conforme será estudado
oportunamente.

- FUNDAÇÕES PÚBLICAS

No início da aula, demonstrei para você que na administração pública


existem duas fundações: fundação pública de direito público e
fundação pública de direito privado.

Na verdade, muitos alunos ficam com dúvidas quanto à existência


dessas duas fundações quando fazem a leitura do art. 37, XIX, CF:
“somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as
áreas de sua atuação”.

Observe que o legislador constituinte faz menção à autorização para


criação de fundação, o que conduz o aluno a entender que só existe a
fundação pública de direito privado, pois para ser pública deveria ser
criada por lei específica.

Ocorre que doutrina e jurisprudência majoritárias admitem a


existência de duas fundações: uma criada por lei específica

4
Ressaltou-se a diferença entre a OAB e os demais conselhos profissionais a justificar o seu tratamento
diferenciado, uma vez que aquela não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas, mas
também a defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos
humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e
pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas.

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(fundação pública de direito público) e outra cuja criação é


autorizada por lei específica (fundação pública de direito
privado).

Relativamente à fundação pública de direito público, sua semelhança


com as autarquias é enorme, tanto que alguns doutrinadores a
denominam de fundações autárquicas.

Dessa forma, o que eu disse nas questões relacionadas às


autarquias será aplicável a essas fundações, cujos exemplos
são FUNAI e FUNASA.

Nas provas, as bancas identificam e exploram duas diferenças


indicadas pela doutrina entre as autarquias e as fundações
autárquicas:

I) Enquanto a fundação pública é uma universalidade de bens


personificada (personalizada), a autarquia é serviço público
personificado.

II) As autarquias são criadas para o exercício de funções típicas


do Estado, enquanto as fundações autárquicas exercem funções
típicas e atípicas.

Portanto, como você já conhece as principais características das


autarquias e das fundações públicas de direito público, a partir desse
momento iniciaremos um breve estudo das fundações públicas de
direito privado.

- FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PRIVADO

O conceito apresentado pelo Decreto-lei 200/67, em seu art. 5º, IV, é


o seguinte: “entidade dotada de personalidade jurídica de
direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de
autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades
que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito
público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio
gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento
custeado por recursos da União e de outras fontes”.

Agora, um conceito mais simples: pessoa jurídica de direito


privado, de natureza administrativa, integrante da
Administração Indireta, cuja criação é autorizada por lei

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específica, com patrimônio destinado para a execução de


atividades de caráter social.

Vamos então às principais características:

1) Personalidade jurídica: pessoa jurídica de direito privado.

2) Criação, extinção e organização: a lei específica, de


iniciativa do Chefe do Poder Executivo, autorizará a sua
criação e a sua extinção, cabendo ao decreto também do Chefe
do Executivo definir a sua organização.

É interessante reiterar que as pessoas jurídicas de direito público,


como as autarquias e as fundações autárquicas, adquirem
personalidade jurídica (“nascem”) no momento de vigência da lei
instituidora.

Já as pessoas jurídicas de direito privado, que é o caso das fundações


públicas de direito privado, adquirem personalidade jurídica com
a inscrição de seus atos constitutivos (estatuto) no registro
próprio (cartórios de pessoas jurídicas).

3) Patrimônio: bens privados, sendo impenhoráveis aqueles


destinados às suas finalidades.

4) Objetivos: assistência social, assistência médica e hospitalar,


educação, ensino, pesquisa e atividades culturais. Destacando que
fundações não exercem atividades econômicas.

Nos termos da parte final do art. 37, XIX, CF, caberá à lei
complementar definir as áreas de atuação dessas fundações.
Essa LC ainda não foi aprovada (há projeto em tramitação).

5) Regime de trabalho: celetista.

6) Prerrogativas: em regra não possui privilégios. Uma prerrogativa


garantida consta do art. 150, §2º, da CF, que lhe confere a
imunidade tributária relativamente a impostos sobre patrimônio,
renda ou serviços, desde que vinculadas às suas atividades
essenciais. Isso por que a CF, nesse ponto, não faz qualquer ressalva
relativamente às fundações públicas de direito público e às de direito

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privado, apenas se referindo a fundações instituídas e mantidas pelo


Poder Público. Outro privilégio diz respeito à impenhorabilidade de
bens informada acima.

7) Regime jurídico: o regime jurídico será de direito privado,


com incidência de regras de direito público (por ex:
obrigatoriedade de realizar concurso público e licitação). Daí dizer-se
que seu regime jurídico é híbrido, como ocorre com as sociedades de
economia mista e as empresas públicas.

Concluindo, as fundações instituídas pelo Estado com


personalidade jurídica de direito privado não se sujeitam
inteiramente a esse ramo do direito, pois também haverá
incidência de normas de direito público.

- EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

Até o momento, estudamos as principais características das


autarquias, das fundações autarquias e das fundações públicas de
direito privado. Restam agora duas entidades: empresas públicas
(Caixa Econômica Federal e CORREIOS) e sociedades de economia
mista (Petrobrás e Banco do Brasil).

Em virtude das semelhanças entre essas duas pessoas jurídicas


integrantes da administração indireta, será possível estudá-las em
conjunto.

Para facilitar o seu estudo, unifiquei abaixo as características dessas


entidades:

1) Personalidade jurídica: pessoa jurídica de direito privado.

2) Criação, extinção e organização: a lei específica, de iniciativa


do Chefe do Poder Executivo, autorizará a criação e a extinção,
cabendo ao decreto, também do Chefe do Executivo, definir a
organização.

Sendo pessoas jurídicas de direito privado, a aquisição da


personalidade jurídica (“nascimento”) ocorrerá, após a
autorização legislativa, com o registro dos atos constitutivos
no órgão competente (Cartório ou Junta Comercial).

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3) Patrimônio: os bens são privados, conforme art. 98 do Código


Civil reproduzido na questão nº 16.

Quanto à possibilidade de penhora desses bens, raciocine da seguinte


maneira na prova: os bens das empresas públicas e das sociedades
de economia mista exploradoras de atividades econômicas são
penhoráveis; já os bens das prestadoras de serviços públicos
vinculados à prestação do serviço público serão
impenhoráveis. Essa é a posição que predomina no STF e no STJ.

4) Objetivos: prestação de serviços públicos e exploração de


atividades econômicas (nos casos de segurança nacional ou
relevante interesse público).

Enquanto as autarquias e as fundações públicas (seja de


direito público ou de direito privado) não podem exercer
atividades econômicas, empresas públicas e sociedades de
economia mista podem. É por meio dessas entidades que o Estado
explora as atividades econômicas. Leia com atenção o art. 173 da CF
abaixo reproduzido:

“Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a


exploração direta de atividade econômica pelo Estado só
será permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei”.

Dessa forma, de acordo com referido dispositivo constitucional, a


exploração direta de atividade econômica pelo Estado, que se dá por
intermédio dessas entidades, será permitida em duas situações:
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a
relevante interesse coletivo.

Ocorre que empresas públicas e sociedades de economia mista, em


regra, são criadas para a prestação de serviços públicos.

Portanto, dois são os objetivos dessas entidades: prestação de


serviço público e exploração de atividade econômica.

5) Regime de trabalho: celetista (seus empregados ocupam


emprego público).

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6) Falência: não estão sujeitas à falência, seja prestadora de serviço


público ou exploradora de atividade econômica. Na verdade,
nenhuma entidade integrante da administração indireta está
sujeita à falência.

7) Prerrogativas: as exploradoras de atividades econômicas


não possuem qualquer privilégio. Tanto é assim que a CF no já
citado art. 173, 1º, II, sujeita-as ao regime jurídico próprio das
empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,
comerciais, trabalhistas e tributários.

Na mesma linha, preceitua o §2º do art. 173 da CF/88 que tais


entidades não poderão gozar de privilégios fiscais não
extensivos ao setor privado.

Quanto a essa última frase muito cuidado! A CF não diz que elas não
podem gozar de privilégios fiscais! Elas poderão sim gozar destes
benefícios desde que sejam estendidos às demais empresas do
setor privado.

Diferentemente é a situação das prestadoras de serviços


públicos, às quais não se aplica o conteúdo do art. 173 da CF, mas
sim o do art. 175.

Essas são regidas predominantemente pelo regime jurídico de


direito público, motivo pelo qual fazem jus a algumas
prerrogativas, conforme inclusive vem reiteradamente decidindo o
STF.

Foi assim, por exemplo, no julgamento do RE 407099/RS, em que o


STF estendeu para os Correios, que é empresa pública federal
prestadora de serviços públicos, a imunidade tributária recíproca de
que trata o art. 150, VI, “a”, CF, c/c o §2º do mesmo artigo
(imunidade de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, desde
que vinculados às suas atividades essenciais).

8) Regime jurídico: o regime jurídico será híbrido (direito


privado + direito público). Quando prestadoras de serviços públicos,
predominam as normas de direito público; quando exploradoras de
atividades econômicas, predomínio das normas de direito privado.

Dependendo do objetivo social escolhido haverá mudança no regime


jurídico.

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As autarquias e as fundações públicas de direito público são regidas


pelo regime jurídico administrativo (ou regime jurídico de direito
público).

Já o regime jurídico das fundações públicas de direito privado, das


empresas públicas e das sociedades de economia mista será híbrido
(normas de direito público + normas de direito privado).

Basta você pensar na Caixa Econômica Federal, empresa pública


federal, que apesar de ser regida por normas de direito privado, pois
sua personalidade jurídica é de direito privado, submete-se a
algumas normas de direito público, como, por exemplo,
obrigatoriedade de realizar concursos públicos e licitações.

Quanto ao regime jurídico das empresas públicas e das sociedades de


economia mista é preciso ainda distinguir se prestadoras de
serviços públicos ou exploradoras de atividades econômicas.

Em ambos os casos o regime jurídico será híbrido (público +


privado).

Contudo, se prestadoras de serviços públicos, serão


enquadradas no art. 175 da CF, sendo suas atividades regidas
predominantemente por normas de direito público. Se
exploradoras de atividades econômicas, enquadram-se no art.
173 da CF, com predominância das normas de direito privado.

A propósito, veja a redação desse art. 173 da CF:

“A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública e


da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo
sobre:
I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela
sociedade;
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,
comerciais, trabalhistas e tributários;
III – licitação e contração de obras, serviços, compras e
alienações, observados os princípios da administração pública;
IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de
administração e fiscal, com a participação de acionistas
minoritários.

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V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a


responsabilidade dos administradores.

O estatuto dessas entidades exploradoras de atividade econômica


ainda não foi criado. Conforme consta do art. 173, a sua criação
depende da aprovação de uma lei, que ainda não existe.

É muito importante que você grave que esse art. 173 só se aplica
às exploradoras de atividade econômica.

9) Diferenças:

Existem diferenças entre empresa pública e sociedade de economia


mista envolvendo composição do capital, forma jurídica e foro
dos litígios.

Vamos analisar cada uma dessas diferenças:

9.1) Composição do capital:

Para entender essa parte da matéria eu peço para meus alunos


pensarem na empresa pública Caixa Econômica Federal e na
sociedade de economia mista Banco do Brasil.

Pergunto: você pode comprar ações da CEF? E do Banco do Brasil?

Você não poderá adquirir ações da CEF, mas poderá comprar as do


BB, justamente em função da composição do capital dessas
entidades. A sociedade de economia mista é formada
obrigatoriamente pela conjugação do capital privado com o
público. Já o capital da empresa pública é inteiramente público
(pertencente a integrantes da administração publica).

Por isso, é comum encontrar a afirmação de que o capital da


empresa pública é exclusivamente público, significando que sua
origem é exclusivamente de entidades integrantes da administração
pública (entes federados: União, Estados, DF e Municípios; e pessoas
administrativas: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e
sociedades de economia mista).

O capital votante majoritário da empresa pública será


obrigatoriamente da pessoa política instituidora, podendo o

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capital remanescente pertencer a outra(s) pessoa(s) política(s) e/ou


a quaisquer entidades da administração indireta. Quando houver
capital de mais de uma entidade a empresa pública será
pluripessoal.

Quanto a essa última informação, há uma particularidade


interessante nas empresas públicas: elas podem ser unipessoais,
quando o capital pertencer exclusivamente à pessoa política
instituidora. Tome como exemplo os CORREIOS. A única “dona” dos
CORREIOS é a União. O mesmo acontece com a CEF, cujas quotas
pertencem na integralidade à União.

No caso das sociedades de economia mista, conforme já dito,


haverá conjugação de capital público com o da iniciativa privada,
devendo o capital votante majoritário permanecer nas mãos
da pessoa política instituidora ou de pessoa administrativa
integrante de sua administração indireta.

9.2) Forma jurídica:

Enquanto as sociedades de economia mista só podem ser


criadas como sociedades anônimas, as empresas públicas
podem ser instituídas sob qualquer forma admitida no
ordenamento jurídico, inclusive sociedade anônima.

Inclusive, quanto às empresas públicas federais, como é da


competência da União legislar sobre direito civil e comercial (art. 22,
I, CF), é possível a sua criação sob novas formas jurídicas.

9.3) Foro dos litígios:

A terceira diferença entre essas entidades diz respeito ao foro dos


litígios, ou seja, em que juízo deve ser ajuizada uma ação em que
uma dessas pessoas jurídicas seja parte.

Vou ressaltar que todo o meu raciocínio a partir de agora será


desenvolvido adotando como referência pessoas jurídicas da
administração federal, pois é o que vai interessar para seu concurso.

Não sei se na sua cidade tem Fórum. Se existir, você poderá afirmar
que no seu município tem Justiça Estadual.

Agora, em muito menos cidades existe a Justiça Federal. O que eu


posso lhe afirmar é que existe em todas as capitais.

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Uma terceira “Justiça” será interessante para nosso estudo: a Justiça


do Trabalho.

Portanto, nas questões de provas envolvendo administração pública e


foro processual, pense nessas três “Justiças” que será suficiente.

Nesse ponto do nosso estudo, não me limitarei apenas às empresas


públicas e sociedades de economia mista, mas também trarei para
análise as demais entidades da administração indireta, pois as bancas
exploram bem esse tema.

De início, faça a seguinte divisão: ações que envolvam discussões


sobre relação laboral (sobre relação de trabalho, como exemplo,
ações pleiteando pagamento de férias, 13º, horas extras, etc...) e
demais ações (ações de dano moral, de ressarcimento, etc...).

Vou buscar facilitar ao máximo o entendimento...

Se o regime de trabalho da entidade for celetista, as ações


trabalhistas serão julgadas na Justiça do Trabalho. Portanto, um
empregado da Caixa Econômica Federal (empresa pública), deve
propor uma ação na Justiça do Trabalho para pleitear horas extras
não pagas.

Aqui você deve lembrar que todas as pessoas jurídicas de direito


privado integrantes da administração indireta são celetistas
(fundações públicas de direito privado, empresa públicas e sociedades
de economia mista).

Portanto, quanto às ações trabalhistas, não há diferença entre


empresa pública e sociedade de economia mista.

Agora, se o regime for estatutário (somente pessoas jurídicas de


direito público), as ações que envolvam relação laboral serão julgadas
na Justiça Federal. Lembrando aqui que apenas estou considerando
entidades da administração pública federal. Portanto, se
determinado Polícia Federal pretender pleitear diferenças em suas
remunerações, deverá propor a ação na Justiça Federal. Serão
estatutários, em regra, os servidores das autarquias e das fundações
autárquicas (sem contar nos servidores das pessoas políticas).

Será também da Justiça Federal a competência para julgamento das


ações envolvendo temporários e União, autarquias e fundações
autárquicas federais.

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Até aqui sem problemas? Qualquer dúvida, tente buscar a solução


com novas leituras do texto. Se não conseguir, estarei à disposição
no fórum do site.

Vamos agora esquecer as ações trabalhistas e pensar nas demais


ações. Nesse ponto surgirá a diferença entre empresa pública e
sociedade de economia mista federais.

Veja o que diz o art. 109 da CF:

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:


I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa
pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés,
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes
de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do
Trabalho;

Observe que o constituinte não fez referência às sociedades de


economia mista. Enquanto as empresas públicas, juntamente
com a União e as autarquias (aqui podemos incluir também as
fundações públicas de direito público), serão julgadas pela
Justiça Federal, as sociedades de economia mista serão
julgadas pela Justiça Estadual (“Fórum”).

Segue um quadro resumo de diferenças:

Empresas Soc. de Economia Mista


Públicas
Capital público público + privado
Forma jurídica qualquer forma sociedade anônima
jurídica
Foro dos litígios
Ações Justiça do Trabalho Justiça do Trabalho
trabalhistas
Demais ações Justiça Federal Justiça Estadual

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QUESTÕES COMENTADAS

Importante esclarecer que as questões abaixo foram reproduzidas no


final dessa ação sem os respectivos comentários.

1) (CESPE/SEJUS/ES/2009) O Estado constitui a nação


politicamente organizada, enquanto a administração pública
corresponde à atividade que estabelece objetivos do Estado,
conduzindo politicamente os negócios públicos.

COMENTÁRIOS

De início, está correta a afirmação de que o Estado é nação


politicamente organizada.

Contudo, na segunda parte da questão, a banca faz referência à


administração pública, porém, comete equívoco. Traçar objetivos
para o Estado conduzindo politicamente os negócios públicos é
papel do Governo, e não da administração pública, como
afirma o enunciado.

Enquanto o Estado é nação politicamente organizada, o Governo


traça as metas e as diretrizes do Estado por meio dos seus
agentes políticos (Presidentes, Governadores, Senadores e etc.).

GABARITO: errada

2) (CESPE/SEJUS/ES/2009) A vontade do Estado é manifestada


por meio dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os quais, no
exercício da atividade administrativa, devem obediência às normas
constitucionais próprias da administração pública.

COMENTÁRIOS

A vontade do Estado é manifestada por meio de seus Poderes


Legislativo, Executivo e Judiciário, que de acordo com o art. 2º
da CF são independentes e harmônicos entre si.

O Brasil adota a clássica tripartição dos Poderes concebida por


Montesquieu, até hoje adotada nos Estados de Direito, que prevê
uma divisão constitucional de tarefas entre eles: Executivo (função
administrativa), Legislativo (função legislativa) e Judiciário

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(função judicial). Essas funções precipuamente atribuídas a cada


Poder são chamadas de funções típicas.

A pergunta que faço para você é: os Poderes Executivo,


Legislativo e Judiciário exercem atividade administrativa?

Respondo que sim, e creio que você também, pois o Poder


Executivo exerce tipicamente a função administrativa, ao
passo que os demais Poderes a exercem de forma atípica.

Portanto, sendo certo que os três Poderes exercem atividade


administrativa, não há dúvidas de que eles devem obediência às
normas constitucionais próprias da administração pública, em
especial, as constantes nos art. 37 a 41 da CF.

Para comprovar essa afirmação, faça a leitura do art. 37, caput, da


CF: “a administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte”.

GABARITO: correta

3) (CESPE/Polícia Federal/Agente da Polícia Federal/2012)


Existe a possibilidade de participação de recursos particulares na
formação do capital social de empresa pública federal.

COMENTÁRIOS

O capital da empresa pública não admite a participação da iniciativa


privada, sendo oriundo exclusivamente de pessoas jurídicas
integrantes da Administração Pública.

GABARITO: errada

4. (CESPE/PC-ES/Escrivão de Polícia/2011) Diferentemente da


descentralização, em que a transferência de competências se dá para
outra entidade, a desconcentração é processo eminentemente
interno, em que um ou mais órgãos substituem outro com o objetivo
de melhorar e acelerar a prestação do serviço público.

COMENTÁRIOS

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Descentralização ocorre quando a atividade é transferida pela


administração direta para entidades da administração indireta
ou para concessionários e permissionários de serviços
públicos. É o serviço executado, por exemplo, pelo INSS (autarquia
federal), pelas concessionárias de telefonia (OI, VIVO ...) ou pelas
permissionárias de transporte municipal (provavelmente na sua
cidade o transporte urbano é realizado por empresas
permissionárias).

Se descentralização envolve a transferência de competência entre


pessoas, a desconcentração consiste na distribuição interna de
competências dentre os vários órgãos que integram as
pessoas jurídicas.

Portanto, está correta a assertiva, que afirma que na


descentralização a transferência de competências se dá para outra
entidade, e a desconcentração é processo eminentemente interno,
em que um ou mais órgãos substituem outro com o objetivo de
melhorar e acelerar a prestação do serviço público.

GABARITO: correta

5. (CESPE/MPU/Analista/Processual/2010) As entidades
compreendidas na administração indireta subordinam-se ao
ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua
principal atividade, mantendo com este uma relação hierárquica de
índole político-administrativa, mas não funcional.

COMENTÁRIOS

Na descentralização não há hierarquia entre as pessoas


envolvidas, mas sim vinculação.

O ente federado exercerá sobre a entidade da administração indireta


o que a doutrina denomina de controle finalístico, supervisão
ministerial ou simplesmente tutela. Portanto, entre União
(administração direta) e INSS (administração indireta) não existe
hierárquica, mas sim vinculação.

Já na desconcentração haverá relação de hierarquia entre os


órgãos envolvidos. Pense na Polícia Federal que é um órgão.
Dentro da Polícia Federal existem diversos órgãos que se ligam por
relações de subordinação e de coordenação. A Corregedoria da PF,
por exemplo, é subordinada à Diretoria Geral. Ou seja, esses órgãos
vinculam-se por uma relação de hierarquia.

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Portanto, descentralização ocorre sem hierarquia e


desconcentração com hierarquia.

Dessa forma, pelas explicações acima apresentadas, equivoca-se a


banca ao afirmar na questão “as entidades compreendidas na
administração indireta subordinam-se ao ministério”. Erra também
ao afirmar “mantendo com este uma relação hierárquica de índole
político-administrativa”,

GABARITO: errada

6. (CESPE/MMA/Analista Ambiental/2011) No âmbito da União,


a administração direta compreende os serviços integrados na
estrutura administrativa da Presidência da República e dos
respectivos ministérios, enquanto a administração indireta é exercida
por entidades dotadas de personalidade jurídica própria.

COMENTÁRIOS

O Decreto-lei nº 200/67, que, dentre outras providências, dispôs


sobre a organização da Administração Federal e estabeleceu
diretrizes para a Reforma Administrativa, em seu art. 4º assim dividiu
a Administração Federal:

I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços


integrados na estrutura administrativa da Presidência da
República e dos Ministérios.

II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes


categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica
própria:
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista; e
d) Fundações públicas5.

Essas informações já são suficientes para concluirmos que a assertiva


apresentada está correta, pois simplesmente reproduziu trechos do
art. 4º.

GABARITO: correta

5
Relativamente às fundações públicas, é interessante destacar desde já que atualmente prevalece a
posição que admite a existência de duas espécies: fundação pública de direito público e fundação
pública de direito privado.

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7. (CESPE/PC-ES/Perito Papiloscópico/2011) O Distrito Federal


é considerado uma entidade administrativa.

COMENTÁRIOS

União, Estados, Distrito Federal e Municípios são chamados de entes


federados ou pessoas políticas, pois gozam de autonomia
política; ao passo que as pessoas jurídicas integrantes da
Administração Indireta são denominadas de entidades
administrativas, sendo detentoras de autonomia administrativa.

Aí residir o erro da questão: o DF não é entidade administrativa,


mas sim ente político!

GABARITO: errada

8. (CESPE/IPAJM/Advogado/2010) Segundo o princípio da


legalidade, somente por lei específica podem ser criadas autarquias,
empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações,
cabendo à lei complementar definir suas áreas de atuação.

COMENTÁRIOS

Trataremos nessa questão da criação e extinção das entidades da


administração indireta...

Tal tema deve ser tratado à luz do art. 37, XIX, CF, com reflexos da
doutrina e da jurisprudência. Eis a sua redação:

XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e


autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação

O primeiro ponto fundamental diz respeito à necessidade da edição


de lei específica (leia-se lei ordinária específica) para criação das
entidades administrativas.

Interessante destacar que a expressão “especifica” significa que a


lei versará somente sobre um tema. No caso do inciso XIX, a
criação de cada entidade administrativa.

Vamos à análise da criação/extinção de cada pessoa administrativa...

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- Autarquias e fundações públicas de direito público

Sendo pessoas jurídicas de direito público, serão criadas e extintas


por lei específica de iniciativa do Chefe do Poder Executivo.

Contudo, não basta a edição da lei para que nasçam (em termos
jurídicos, adquiram personalidade jurídica).

A aquisição de personalidade jurídica só ocorrerá com a


vigência da lei instituidora.

Pelo princípio da simetria ou paralelismo das formas jurídicas, pelo


qual a forma de nascimento dos institutos jurídicos deve ser a mesma
de sua extinção, será lei específica o instrumento legislativo idôneo
para extinção, de competência privativa do Chefe do Executivo.

A regra prevista no art. 45 do Código Civil de que a existência legal


das pessoas jurídicas tem início com a inscrição no registro próprio de
seus atos constitutivos não se aplica às autarquias e fundações
governamentais de direito público, pois essa norma se restringe às
pessoas de direito privado.

O momento de criação da autarquia e da fundação pública de


direito público coincide com o de vigência da lei específica que
a instituiu, motivo pelo qual não é necessário o registro de seus
atos constitutivos no Cartório.

- Fundações governamentais de direito privado, empresas


públicas e sociedades de economia mista

Sendo pessoas jurídicas de direito privado, lei específica de


iniciativa do Chefe do Poder Executivo autorizará a criação e a
extinção.

É interessante reiterar que as pessoas jurídicas de direito público,


como as autarquias e as fundações autárquicas, adquirem
personalidade jurídica (“nascem”) no momento de vigência da lei
instituidora. Já as pessoas jurídicas de direito privado, que é o caso
das fundações públicas de direito privado, empresas públiacs e
sociedades de economia mista, adquirem personalidade jurídica
com a inscrição de seus atos constitutivos (estatuto) no registro
próprio (cartórios de pessoas jurídicas).

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Da mesma forma, a extinção ocorre no momento do registro do


ato desconstitutivo no órgão competente.

Aplicando as explicações para resolução da questão apresentada,


errou a banca nos seguintes pontos: empresas públicas, sociedades
de economia mista e fundações públicas de direito privado não são
criadas por lei específica. Além disso, cabe à lei complementar definir
apenas a área de atuação das fundações públicas de direito privado.

GABARITO: errada

9. (CESPE/TJ/PI/Juiz/2007) Nos termos do Código Civil, os bens


das empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras
de serviço público serão públicos.

COMENTÁRIOS

Nessa questão trataremos do patrimônio das entidades


integrantes da administração indireta...

O Código Civil é bem claro ao preceituar em seu art. 98 que são


públicos “os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público interno; todos os outros são
particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem”.

Dessa forma, os bens das fundações públicas de direito privado,


das empresas públicas e das sociedades de economia mista
serão privados.

GABARITO: errada

10. (CESPE/BACEN/Procurador/2009) Não colide materialmente


com a CF a determinação de que sejam previamente aprovadas, pelo
Poder Legislativo, as indicações dos presidentes das entidades da
administração pública indireta.

COMENTÁRIOS

Atualmente, mudando sua posição originária, o STF considera


constitucional a exigência de que a nomeação pelo Chefe do
Executivo de dirigentes de autarquias, que são ocupantes de
cargos em comissão, esteja condicionada à prévia aprovação
pelo Poder Legislativo (ADI nº 1.281-PA).

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Inclusive, o art. 84, XIV, da CF, condiciona a nomeação do presidente


e dos diretores do Banco Central à aprovação pelo Senado Federal,
bem como de outros servidores, quando determinado em lei:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...)


XIV - Nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros
do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os
Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o
presidente e os diretores do banco central e outros
servidores, quando determinado em lei.

O erro da questão está na parte destacada: “não colide


materialmente com a CF a determinação de que sejam previamente
aprovadas, pelo Poder Legislativo, as indicações dos presidentes das
entidades da administração pública indireta”.

A decisão do STF alcança apenas as autarquias (penso ser possível a


extensão para as fundações públicas de direito público), não se
aplicando às pessoas administrativas de direito privado
integrantes da administração indireta. A assertiva foi muito
abrangente, alcançando todas as entidades administrativas.

GABARITO: errada

11. (CESPE/TRE-ES/Técnico Judiciário/Administrativa/2011)


Considere que João pretenda ingressar como empregado na
PETROBRAS, sociedade de economia mista, integrante da
administração indireta da União. Nessa situação, João não precisa ser
previamente aprovado em concurso público, visto que o regime
jurídico dessa empresa é o celetista.

COMENTÁRIOS

Trataremos nessa questão do regime de trabalho das entidades


integrantes da administração indireta...

A assertiva traz duas informações corretas: sociedade de economia


mista integra a administração indireta da União e o seu regime
jurídico de trabalho é o celetista.

Equivoca-se ao afirmar que o ingresso em sociedade de economia


dispensa concurso público. A CF é clara ao prever a obrigatoriedade
do concurso público para toda a administração pública, seja
direta ou indireta, seja para cargos eftivos ou para empregos
públicos.

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Portanto, João deverá prestar concurso para ingressar na


Petrobrás.

GABARITO: errada

12. (CESPE/IFB/Professor/Direito/2011) A Ordem dos


Advogados do Brasil, na qualidade de autarquia profissional, não
integra a administração indireta e não se submete ao controle do
Tribunal de Contas da União.

COMENTÁRIOS

A Ordem dos Advogados do Brasil elenca-se dentre os conselhos de


profissões regulamentadas, juntamente com o Conselho Federal de
Medicina, de Engenharia e etc...

Você não precisar conhecer o funcionamento do Conselho Federal de


Medicina ou do Conselho Federal de Engenharia, mas tem que
saber que esses conselhos são enquadrados como autarquias,
exceto a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB.

Portanto, se a banca afirmar numa prova que todos os


conselhos de profissões são classificados como autarquias,
essa assertiva estará errada, pois a OAB, em que pese ser
conselho de profissão, não é considerada pelo STF como autarquia.
Os demais conselhos são autarquias.

De acordo com o STF, a OAB é uma pessoa jurídica de direito


público, porém, não se enquadra com autarquia, motivo pelo
qual não integra a administração indireta, não sendo obrigada a
realizar concursos públicos nem a prestar contas ao TCU (ADI
3026/DF).

GABARITO: errada

13. (CESPE/STM/Analista Judiciário/Administração/2011) As


empresas públicas são criadas por lei, compostas de capital
governamental e dotadas de personalidade jurídica de direito público
para explorarem atividade econômica.

COMENTÁRIOS

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A banca afirma que o capital da empresa público é governamental,


pretendendo dizer que é exclusivamente público;

Equivoca-se ao afirmar que empresa pública é pessoa jurídica de


direito público. Já vimos que a natureza jurídica é pessoa jurídica
de direito privado.

Também comete erro na afirmação de empresas públicas são criadas


por lei. Na realidade, já estudamos que a lei específica autoriza a
criação dessas entidades (art. 37, XIX, CF).

GABARITO: errada

14. (CESPE/IPAJM/Advogado/2010) A Empresa Brasileira de


Correios e Telégrafos não goza de qualquer imunidade tributária, uma
vez que a CF veda que empresas públicas gozem de privilégios não
extensivos às do setor privado.

COMENTÁRIOS

As empresas públicas e sociedades de economia mista


exploradoras de atividades econômicas não possuem qualquer
privilégio.

Tanto é assim que a CF no já citado art. 173, 1º, II, sujeita-as ao


regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários.

Na mesma linha, preceitua o §2º do art. 173 da CF/88 que tais


entidades não poderão gozar de privilégios fiscais não
extensivos ao setor privado.

Quanto a essa última frase muito cuidado! A CF não diz que elas não
podem gozar de privilégios fiscais! Elas poderão sim gozar destes
benefícios desde que sejam estendidos às demais empresas do
setor privado.

Diferentemente é a situação das prestadoras de serviços


públicos, às quais não se aplica o conteúdo do art. 173 da CF, mas
sim o do art. 175.

Essas são regidas predominantemente pelo regime jurídico de


direito público, motivo pelo qual fazem jus a algumas
prerrogativas, conforme inclusive vem reiteradamente decidindo o
STF.

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Foi assim, por exemplo, no julgamento do RE 407099/RS, em que o


STF estendeu para os Correios, que é empresa pública federal
prestadora de serviços públicos em regime de monopólio, a
imunidade tributária recíproca de que trata o art. 150, VI, “a”, CF, c/c
o §2º do mesmo artigo (imunidade de impostos sobre patrimônio,
renda ou serviços, desde que vinculados às suas atividades
essenciais).

Aplicando essa última lição à questão apresentada, equivocou-se a


banca ao afirmar que os Correios não goza de qualquer imunidade
tributária, pois, conforme dito no parágrafo anterior, o STF tem
entendimento diverso.

GABARITO: errada

15. (CESPE/PC-ES/Delegado de Polícia/2011) A administração


pública pode instituir empresas públicas e sociedades de economia
mista mediante autorização legal, as quais estarão inteiramente
sujeitas ao regime jurídico de direito privado, por força de lei.

COMENTÁRIOS

Trataremos nessa questão do regime jurídico das entidades


integrantes da administração indireta...

A questão, de início, afirma com acerto que empresas públicas e


sociedades de economia mista são criadas mediante autorização
legal, conforme já estudamos (art. 37, XIX, CF).

Peca, porém, ao afirmar que o regime jurídico a que estão sujeitas é


inteiramente de direito privado. De acordo com o que será
demonstrado adiante, veremos que o regime é híbrido (público +
privado).

As autarquias e as fundações públicas de direito público são regidas


pelo regime jurídico administrativo (ou regime jurídico de direito
público).

Já o regime jurídico das fundações públicas de direito privado, das


empresas públicas e das sociedades de economia mista será híbrido
(normas de direito público + normas de direito privado).

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Quanto ao regime jurídico das empresas públicas e das sociedades de


economia mista é preciso ainda distinguir se prestadoras de
serviços públicos ou exploradoras de atividades econômicas.

Em ambos os casos o regime jurídico será híbrido (público +


privado). Contudo, se prestadoras de serviços públicos, serão
enquadradas no art. 175 da CF, sendo suas atividades regidas
predominantemente por normas de direito público. Se
exploradoras de atividades econômicas, enquadram-se no art.
173 da CF, com predominância das normas de direito privado.

GABARITO: errada

16. (CESPE/PREVIC/Técnico Administrativo/2011) Empresas


públicas são pessoas jurídicas de direito privado integrantes da
administração indireta criadas por lei sob a forma de sociedades
anônimas com o objetivo de explorar atividade econômica ou prestar
determinado serviço público.

COMENTÁRIOS

As informações corretas passadas pela assertiva são: empresa


pública é pessoa jurídica de direito privado; integrante da
administração indireta; e tem como objeto explorar atividade
econômica ou prestar serviços públicos.

Essas características também valem para a sociedade de


economia mista.

Quanto aos erros...

O primeiro erro reside na afirmação de que empresa pública é criada


por lei. Já vimos que empresa publicas, sociedades de economia
mista e fundações públicas de direito privado não são criadas por
lei, uma vez que a lei autoriza a criação.

O segundo erro da questão consiste na afirmação de que empresas


públicas são criadas sob a forma jurídica de sociedade anônima.

Enquanto as sociedades de economia mista só podem ser


criadas como sociedades anônimas, as empresas públicas
podem ser instituídas sob qualquer forma admitida no
ordenamento jurídico, inclusive sociedade anônima.

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Inclusive, quanto às empresas públicas federais, como é da


competência da União legislar sobre direito civil e comercial (art. 22,
I, CF), é possível a sua criação sob novas formas jurídicas.

Portanto, empresas públicas, diferentemente do que afirmou a


questão, não são criadas sob a forma de sociedade anônima,
mas sim podem adotar qualquer forma jurídica, inclusive
sociedade anônima.

GABARITO: errada

17. (CESPE/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Administrativa/2012)


Quando determinada pessoa jurídica de direito público distribui
competências internamente, tem-se um exemplo de processo de
descentralização.

COMENTÁRIOS

A definição apresentada não guarda relação com o instituto da


descentralização, mas sim com a desconcentração.

Essa consiste na distribuição interna de competências para os órgãos


integrantes de uma mesma pessoa jurídica, seja esta pessoa política
(União, Estados, DF e Municípios) ou entidade administrativa
integrante da administração indireta.

A desconcentração cria entre os órgãos uma relação de subordinação


e de coordenação, motivo pelo qual está associada à ideia de
hierarquia (diferentemente da descentralização, que se associa à
ideia de vinculação sem hierarquia). Como exemplo, temos a
Secretaria da Receita Federal, que é órgão da União, dividida em
Superintendências, Delegacias de Julgamento, Delegacias, Alfândegas
e Agências.

GABARITO: errada

18. (CESPE/TJ-RR/Técnico Judiciário/2012) Quando o Estado


cria entidades dotadas de patrimônio e personalidade jurídica para
propiciar melhorias em sua organização, ocorre o que se denomina
desconcentração.

COMENTÁRIOS

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A assertiva traz a ideia de descentralização e não de


desconcentração. A descentralização ocorre quando competências das
pessoas políticas (União, Estados, DF e Municípios) são transferidas
para as entidades da administração indireta (autarquias, fundações
públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas) por
meio de descentralização legal, também chamada de outorga (ou
descentralização por serviços), ou para as concessionárias e
permissionárias por meio da descentralização negocial, também
conhecida como delegação (ou descentralização por colaboração).

GABARITO: errada

19. (CESPE/PC/CE/Inspetor de Polícia Civil/2012) O


surgimento de uma autarquia se consolida com o registro de seus
estatutos em cartório.

COMENTÁRIOS

Conforme visto nas questões anteriores, as autarquias são criadas


por meio de lei específica, coincidindo a sua instituição com o
momento em que a lei instituidora entra em vigor. Portanto, as
autarquias, da mesma forma que as fundações públicas de direito
público, nascem, ou seja, adquirem personalidade jurídica, com a
vigência da lei que as criou.

GABARITO: errada

20. (CESPE/PC-CE/Inspetor de Polícia Civil/2012) A instituição


de fundação pública deve ser autorizada por lei ordinária específica,
ao passo que a definição de sua área de atuação deve ser feita por
lei complementar.

COMENTÁRIOS

Nos termos do art. 37, XIX, da CF, a criação de fundação pública


deve ser autorizada por meio de lei ordinária específica (isso vale
para a fundação pública de direito privado), devendo sua área de
atuação ser definida por lei complementar.

GABARITO: correta

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21. (FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário -


Área Judiciária) Distinguem-se as autarquias das sociedades
de economia mista que exploram atividade econômica, dentre
outras características, em função de
a) não serem dotadas de autonomia e personalidade jurídica própria,
embora submetidas ao regime jurídico de direito privado.
b) seu regime jurídico de direito público, exceto quanto ao processo
de execução ao qual se submetem, típico do direito privado.
c) sua criação ser autorizada por lei, bem como por se submeterem
tanto ao regime jurídico público, quanto ao regime jurídico privado.
d) serem criadas por lei, bem como em função de seu regime jurídico
de direito público.
e) se submeterem a processo especial de execução, que excetua o
regime dos precatórios, embora não afaste a prescritibilidade de seus
bens.

COMENTÁRIOS

A) errada – ambas são dotadas de autonomia e de personalidade


jurídica própria. As sociedades de economia mista sujeitam-se ao
regime jurídico de direito privado, ao passo que as autarquias ao
regime jurídico de direito público.

B) errada – a autarquia é que está sujeita ao regime jurídico de


direito público, inclusive no que se refere ao processo de execução.

C) errada – a autarquia é criada por meio de lei, ao passo que a


sociedade de economia mista não é criada por lei, pois por meio
dessa é autorizada a criação. Quanto ao regime, autarquia submete-
se a regime jurídico de direito público e sociedade de economia mista
ao regime jurídico predominantemente de direito privado.

D) correta.

E) errada – apesar de as autarquias se submeterem a processo


especial de execução, aplica-se a elas o regime dos precatórios.

GABARITO: Letra D

22. (FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário -


Execução de Mandados) Em relação às empresas estatais, é
correto afirmar que
a) se submetem ao regime jurídico de direito público quando se tratar
de empresa pública, porque o capital pertence a pessoas jurídicas de
direito público.

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b) se submetem ao regime jurídico típico das empresas privadas,


com derrogações por normas de direito público.
c) não se submetem a lei de licitações, porque sujeitas ao regime
jurídico típico de direito privado.
d) não se submetem a lei de licitações, salvo no que se refere às suas
atividades fins, que dependem sempre de licitação.
e) se submetem integralmente ao regime jurídico de direito privado,
sem derrogações, a fim de resguardar o princípio da isonomia em
relação às demais empresas que atuem no setor.

COMENTÁRIOS

A) errada – todas elas se submetem ao regime jurídico de direito


privado. O capital das empresas públicas não pertence
necessariamente a pessoas jurídicas de direito público, pois pode ser
integrada por outra empresa pública ou sociedade de economia
mista.

B) correta

C) errada – todas as integrantes da administração indireta estão


sujeitas a lei de licitações.

D) errada – idem letra C

E) errada – submetem-se ao regime jurídico de direito privado,


porém com derrogações. Exemplos: obrigatoriedade de licitar e de
fazer concurso público.

GABARITO: Letra B

23. (FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico Judiciário -


Área Administrativa) A respeito das entidades integrantes da
Administração indireta, é correto afirmar que
a) se submetem, todas, ao regime jurídico de direito público, com
observância aos princípios constitucionais e às demais regras
aplicáveis à Administração pública.
b) as empresas públicas e sociedades de economia mista que
explorem atividade econômica submetem- se ao regime tributário
próprio das empresas privadas.
c) as autarquias regem-se pelo princípio da especialização e
submetem-se ao regime jurídico de direito público, gozando de

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capacidade política.
d) apenas as empresas públicas podem explorar atividade econômica
e sempre em caráter supletivo à iniciativa privada, submetidas ao
regime próprio das empresas privadas, salvo em matéria tributária.
e) apenas as sociedades de economia mista sujeitam- se ao regime
de direito privado, podendo orientar suas atividades para a obtenção
de lucro.

COMENTÁRIOS

A) errada - todas devem observância aos princípios constitucionais e


às demais regras aplicáveis à Administração pública, porém apenas
as autarquias e as fundações públicas de direito público sujeitam ao
regime jurídico de direito público.

B) correta – conforme dispõe o art. 173, §1º, da Constituição


Federal.

C) errada – o único erro da frase: “gozando de capacidade política”.


Apenas os entes federados (União, Estados, DF e Municípios) gozam
de autonomia política.

D) errada – também as sociedades de economia mista podem


explorar atividade econômica.

E) errada – além das sociedades de economia mista, sujeitam-se ao


regime de direito privado as empresas públicas e as fundações
públicas de direito privado.

GABARITO: Letra D

24) (FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado – IX)


Atento à crescente especulação imobiliária, e ciente do
sucesso econômico obtido pelas construtoras do País com a
construção de imóveis destinados ao público de alta renda, o
Estado “X” decide ingressar nesse lucrativo mercado. Assim,
edita uma lei autorizando a criação de uma empresa pública e,
no mesmo ano, promove a inscrição dos seus atos
constitutivos no registro das pessoas jurídicas.
Assinale a alternativa que apresenta a alegação que as
construtoras privadas, incomodadas pela concorrência de uma
empresa pública, poderiam apresentar.
a) A nulidade da constituição daquela pessoa jurídica, uma vez que
as pessoas jurídicas estatais só podem ser criadas por lei específica.
b) O objeto social daquela empresa só poderia ser atribuído a uma

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sociedade de economia mista e não a uma empresa pública.


c) Os pressupostos de segurança nacional ou de relevante interesse
coletivo na exploração daquela atividade econômica não estão
presentes.
d) A criação da empresa pública não poderia ter ocorrido no mesmo
ano em que foi editada a lei autorizativa.

COMENTÁRIOS

LETRA A) Errada - as empresas públicas não são criadas por meio de


lei específica, mas sim têm a sua criação autorização por lei
específica. A instituição dar-se-á após o registro do ato constitutivo.

LETRA B) Errada – a exploração de atividade econômica pode ser


desempenhada tanto por empresa pública como por sociedade de
economia mista.

LETRA C) Correta – conforme art. 173 da Constituição Federal,


empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de
atividades econômicas apenas podem ser criadas razões de relevante
interesse público ou por imperativos de segurança nacional. Dessa
forma, cabível a alegação das construtoras privadas.

LETRA D) Errada – não há impedimento legal para que empresas


públicas sejam constituídas no mesmo ano em que editada a lei
específica autorizativa de sua criação.

GABARITO: letra C

25) (FGV – 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado – VIII)


Quanto às pessoas jurídicas que compõem a Administração
Indireta, assinale a afirmativa correta.
a) As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas por
lei.
b) As autarquias são pessoas jurídicas de direito privado, autorizadas
por lei.
c) As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito público,
criadas por lei.
d) As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado,
criadas para o exercício de atividades típicas do Estado.

COMENTÁRIOS

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Conforme estudado nessa aula, as autarquias são pessoas jurídicas


de direito público (criadas por meio de lei específica) e as empresas
públicas pessoas jurídicas de direito privado (criadas mediante
autorização de lei específica).

GABARITO: letra A

26) (FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado – VII) Em


relação às entidades que compõem a administração indireta,
assinale a alternativa correta.
a) Para a criação de autarquias, é necessária a edição de uma lei
autorizativa e posterior registro de seus atos constitutivos no
respectivo registro como condição de sua existência.
b) Para criação de uma empresa pública, é necessária a edição de
uma lei específica sem a exigência de registro de seus atos
constitutivos no respectivo registro por se tratar de uma pessoa
jurídica de direito público.
c) Para criação de uma sociedade de economia mista, é necessária a
edição de uma lei autorizativa e registro de seus atos constitutivos
no respectivo registro por se tratar de uma pessoa jurídica de direito
privado.
d) Por serem pessoas jurídicas, todas necessitam ter seus
respectivos atos constitutivos registrados no respectivo registro como
condição de sua existência.

COMENTÁRIOS

LETRA A) Errada - as autarquias são criadas com a vigência da lei


específica criadora, não dependendo de registro de atos constitutivos.

LETRA B) Errada - para criação de uma empresa pública é


necessária a edição de uma lei específica que autorize a criação e
posterior registro do atos constitutivos.

LETRA C) Correta – o mesmo raciocínio é válido para as empresas


públicas e fundações públicas de direito privado.

LETRA D) Errada – as pessoas jurídicas de direito público não


dependem de registro para existência.

GABARITO: letra C

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27) (FGV - 2010 - OAB - Exame de Ordem Unificado - 3 -


Primeira Fase - Fev/2011) É correto afirmar que a
desconcentração administrativa ocorre quando um ente
político
a) cria, mediante lei, órgãos internos em sua própria estrutura para
organizar a gestão administrativa.
b) cria, por lei específica, uma nova pessoa jurídica de direito público
para auxiliar a administração pública direta.
c) autoriza a criação, por lei e por prazo indeterminado, de uma nova
pessoa jurídica de direito privado para auxiliar a administração
pública.
d) contrata, mediante concessão de serviço público, por prazo
determinado, uma pessoa jurídica de direito público ou privado para
desempenhar uma atividade típica da administração pública.

COMENTÁRIOS

A desconcentração está associada à criação e desmembramento de


órgãos públicos.

GABARITO: letra A

28) (FGV - 2008 - Senado Federal - Policial Legislativo


Federal) Assinale a afirmativa correta.
a) Situam-se na administração indireta as organizações sociais e as
organizações da sociedade civil de interesse público.
b) A administração indireta das pessoas federativas é constituída de
entidades dotadas de personalidade jurídica própria.
c) Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito público e
sempre se destinam à prestação de serviços públicos.
d) As sociedades de economia mista só podem explorar atividade
econômica com autorização expressa em decreto do Chefe do
Executivo.
e) É inviável a participação de pessoas do setor privado no capital
social das sociedades de economia mista.

COMENTÁRIOS

LETRA A) Errada – são paraestatais, não integrando a Administração


Pública.

LETRA B) Correta – umas com natureza jurídica de direito público


outras com natureza jurídica de direito privado.

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LETRA C) Errada - empresas públicas são pessoas jurídicas de direito


privado e têm como objeto a prestação de serviços públicos ou a
exploração de atividades econômicas.

LETRA D) Errada - as sociedades de economia mista só podem


explorar atividade econômica com autorização expressa de lei
específica.

LETRA E) Errada - é possível a participação de pessoas do setor


privado no capital social das sociedades de economia mista. Para
ilustrar: aquisição de ações do Banco do Brasil por particulares na
bolsa de valores.

GABARITO: letra B

29) (FGV - 2008 - Senado Federal - Operador de TV) No que


concerne à administração indireta, é correto afirmar que:
a) as agências reguladoras são instituídas por lei sob a forma de
fundações governamentais.
b) as autarquias integram a estrutura da administração direta da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
c) sociedades de economia mista e empresas públicas são entidades
dotadas de personalidade jurídica de direito privado.
d) é constitucionalmente vedada às empresas públicas a exploração
de atividade econômica de natureza empresarial.
e) o capital social da empresa pública é constituído exclusivamente
pela pessoa federativa que a instituiu.

COMENTÁRIOS

LETRA A) Errada - as agências reguladoras são instituídas por lei sob


a forma de autarquias.

LETRA B) Errada - as autarquias integram a estrutura da


administração indireta da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.

LETRA C) Correta – tendo a sua criação autorização por lei


específica.

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LETRA D) Errada – o art. 173 da CF permite a exploração de


atividades econômicas em casos de relevante interesse coletivo ou
em casos de segurança nacional.

LETRA E) Errada - o capital social da empresa pública é constituído


pela pessoa federativa que a instituiu bem como outras entidades
integrantes da administração pública, seja direta ou indireta. É
possível a criação de empresa pública unipessoal, composta apenas
pelo capital da pessoa política instituidora, como é o caso dos
CORREIOS e da CEF.

GABARITO: letra C

30) (FGV - 2008 - Senado Federal - Técnico Legislativo –


Administração) Assinale a alternativa correta.
a) Empresas públicas podem ter personalidade jurídica de direito
público quando prestam serviços públicos.
b) Sociedades de economia mista podem ter a sua instituição
autorizada por decreto do Chefe do Executivo.
c) Fundações governamentais não podem assumir a forma de
entidade autárquica.
d) Agências reguladoras são autarquias de regime especial e têm
personalidade jurídica de direito público.
e) Os serviços sociais autônomos integram a administração indireta
como entidades especiais.

COMENTÁRIOS

LETRA A) Errada - as empresas públicas possuem personalidade


jurídica de direito privado independentemente de prestarem serviços
públicos ou explorarem atividades econômicas.

LETRA B) Errada - sociedades de economia mista e empresas


públicas têm suas instituições autorizadas por lei específica (art. 34,
XI. CF).

LETRA C) Errada – nada impede que lei específica transforme uma


fundação governamental em entidade autárquica.

LETRA D) Correta – como exemplos, ANATEL, ANVISA, ANEEL...

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LETRA E) os serviços sociais autônomos são entidades paraestatais,


não integrantes da administração pública.

GABARITO: letra D

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

01) A personalidade jurídica do Estado brasileiro pode ser de direito


público ou de direito privado, caso atue, respectivamente, no campo
do Direito Público ou no do Direito Privado, pois a teoria da dupla
personalidade do Estado é adotada no Brasil.

02) A União possui personalidade jurídica de direito público externo.

03) Os Territórios Federais, apesar de possuírem personalidade


jurídica de direito público, nos termos do art. 41, II, do CC, não
integram a Federação brasileira.

04) A Administração Centralizada é denominada de Direta e a


Descentralizada de Indireta.

05) Através da centralização, o Estado atua diretamente executando


suas tarefas por meio de seus órgãos e agentes; já na
descentralização, o Estado outorga ou delega a atividade a outras
entidades, atuando de forma indireta.

06) Na desconcentração, ocorre a distribuição, em uma mesma


entidade, de atribuições para outros órgãos.

07) Há hierarquia na descentralização, ao passo que controle


finalístico na desconcentração.

08) Sendo as autarquias serviços públicos descentralizados,


personalizados e autônomos, acham-se integradas na estrutura
orgânica do Executivo.

09) A espécie organizacional da Administração Pública Indireta que


deve ter sua área de atuação definida em lei complementar é
autarquia.

10) Os contratos celebrados pelas fundações públicas devem ser


precedidos de licitação, exceto, se possuírem natureza de direito
privado.

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11) Após a Emenda Constitucional 19/98, ficou vedado ao Poder


Público criar fundações sob regime de direito privado.

12) Autarquias são criadas por lei específica.

13) Autarquias são pessoas jurídicas de direito privado.

14) Autarquias são pessoas administrativas integrantes da


administração descentralizada.

15) Os bens das autarquias são públicos, portanto, impenhoráveis.

16) Os bens das autarquias estão sujeitos à prescrição.

17) As autarquias possuem autonomia financeira e administrativa,


mas não política.

18) As fundações governamentais têm sua área de atuação definida


por lei específica.

19) As agências reguladoras só podem ser constituída sob a forma de


autarquias.

20) As fundações instituídas pelo poder público, tanto as que têm


personalidade jurídica de direito público quanto as de direito privado,
são criadas para a persecução interesses coletivos.

21) As agências reguladoras são autarquias sob regime especial.

22) No contexto da Administração Pública Federal, o que distingue


e/ou assemelha os órgãos da Administração Direta em relação às
entidades da Administração Indireta, é que os primeiros integram a
estrutura orgânica da União e as outras não.

23) A qualificação como agência executiva pode recair tanto sobre


entidade autárquica como fundacional, integrante da Administração
Pública.

24) Entre União e o Banco do Brasil, que é uma sociedade de


economia mista federal, há hierarquia.

25) Autarquias são entes administrativos autônomos, criados por lei


específica, com personalidade jurídica de Direito Público externo,
patrimônio próprio e atribuições estatais específicas.

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26) As autarquias são entes autônomos, mas não são autonomias.


Inconfundível é autonomia com autarquia: aquela legisla para si; esta
administra-se a si própria, segundo as leis editadas pela entidade que
a criou.

27) O conceito de autarquia é meramente administrativo; o de


autonomia é precipuamente político.

28) A autarquia é forma de descentralização administrativa, através


da personificação de um serviço retirado da Administração
centralizada.

29) À autarquia pode ser outorgado serviço público típico e atividades


industriais ou econômicas, desde que de interesse coletivo.

30) Sendo a autarquia um ente autônomo, não há subordinação


hierárquica para com a entidade estatal a que pertence, mas sim
mera vinculação à entidade-matriz, que, por isso, passa a exercer um
controle legal, expresso no poder de correção finalística do serviço
autárquico.

31) A autarquia, sendo um prolongamento do Poder Público, uma


longa manus do Estado, deve executar serviços próprios do Estado,
em condições idênticas às do Estado, com os mesmos privilégios da
Administração-matriz e passíveis dos mesmos controles dos atos
administrativos.

32) O que diversifica a autarquia do Estado são os métodos


operacionais de seus serviços, mais especializados e mais flexíveis
que os da Administração centralizada.

33) A instituição das autarquias, ou seja, sua criação, faz-se por lei
complementar específica.

34) A organização das autarquias se opera por decreto, que aprova o


regulamento ou estatuto da entidade, e daí por diante sua
implantação se completa por atos da diretoria, na forma
regulamentar ou estatutária, independentemente de quaisquer
registros públicos.

35) O patrimônio inicial das autarquias é formado com a transferência


de bens móveis e imóveis da entidade matriz, os quais se incorporam
ao ativo da nova pessoa jurídica.

36) Os atos dos dirigentes das autarquias não são considerados atos
administrativos.

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37) Os contratos das autarquias estão sujeitos à licitação.

38) O controle das autarquias realiza-se na tríplice linha política,


administrativa e financeira, mas todos esses controles adstritos aos
termos da lei que os estabelece.

39) Em função da autonomia administrativa das autarquias, não é


possível a nomeação de seus dirigentes pelo Executivo.

40) As agências executivas são autarquias em regime especial.

41) O controle financeiro opera nos moldes da Administração direta,


inclusive através da prestação de contas ao tribunal competente, por
expressa determinação constitucional.

42) As fundações públicas são "universalidades de bens


personalizadas, em atenção ao fim, que lhe dá unidade".

43) As fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público integram


a administração indireta, podendo ter personalidade jurídica de
direito público ou de direito privado.

44) As fundações públicas prestam-se à realização de atividades não


lucrativas e atípicas do Poder Público, mas de interesse coletivo,
como a educação, cultura, pesquisa, sempre merecedoras do amparo
estatal.

45) Todas as fundações do Poder Público são criadas por lei específica
da entidade matriz e estruturadas por decreto, independentemente
de qualquer registro.

46) Empresas públicas e sociedades de economia mista têm,


exclusivamente, como objeto institucional atividades relativas a
serviços públicos.

47) As empresas públicas são criadas por lei específica.

48) As empresas públicas possuem capital exclusivamente público.

49) As empresas públicas podem ser constituídas sob a forma de


sociedade anônima.

50) As empresas públicas têm como objeto a exploração de


atividades econômicas ou a prestação de serviços públicos.

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51) As empresas públicas que explorem atividades econômicas não


estão obrigadas a licitar.

52) As empresas públicas não podem gozar de privilégios fiscais.

53) As sociedades de economia mista integram a administração


indireta, podendo ser federais, estaduais, municipais ou distritais.

54) As sociedades de economia mista são constituídas na forma de


sociedade anônima.

55) Considerando que, por disposição constitucional, compete ao MP


a tutela de interesses públicos, é indispensável a fiscalização do
órgão sobre todos os atos das fundações criadas pelo Governo,
segundo reconhecem os estudiosos.

56) A entidade pública que instituiu a sociedade de economia mista


responde, solidariamente, pelas suas obrigações.

57) Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado cuja


criação é autorizada por lei específica, com capital exclusivamente
público, para realizar atividades de interesse da Administração
instituidora nos moldes da iniciativa particular, revestindo-se da
forma de sociedade anônima (S/A).

58) As empresas públicas assemelham-se às sociedades de economia


mista por admitirem a participação do capital particular.

59) As empresas públicas e as sociedades de economia mista


sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, exceto
quanto às obrigações trabalhistas e tributárias.

60) Quanto à contratação de obras, serviços e compras, bem como à


alienação de seus bens, a empresa pública fica sujeita a licitação nos
termos da Lei 8.666/93, enquanto não promulgada lei que confira o
tratamento especial previsto na CF/88.

61) Os atos dos dirigentes de empresas públicas, no que concerne às


funções outorgadas ou delegadas pelo Poder Público, são equiparados
a atos de autoridade para fins de mandado de segurança, e, quando
lesivos do patrimônio da entidade, sujeitam-se à anulação por ação
popular.

62) As empresas públicas não possuem, por natureza, qualquer


privilégio administrativo, tributário ou processual, só auferindo

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aqueles que a lei instituidora ou norma especial expressamente lhes


conceder.

63) As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito


Público, com participação do Poder Público e de particulares no seu
capital e na sua administração, para a realização de atividade
econômica ou serviço de interesse coletivo outorgado ou delegado
pelo Estado.

64) As sociedades de economia mista revestem-se da forma das


empresas particulares, porém, por integram a Administração Pública,
não admitem lucro.

65) A doutrina é pacífica ao afirmar que toda participação estatal


converte o empreendimento particular em sociedade de economia
mista.

66) O regime de pessoal das entidades integrantes da Administração


Indireta é o dos empregados de empresas privadas, sujeitos à CLT;
não obstante, ficam sujeitos a concurso público, salvo para os cargos
ou funções de confiança.

67) O objeto da sociedade de economia mista tanto pode ser um


serviço público ou de utilidade pública como uma atividade econômica
empresarial.

68) A sociedade de economia mista adquire personalidade jurídica


com a entrada em vigor da lei que autorizou sua instituição.

69) A sociedade de economia mista exploradora de atividade


econômica está sujeita à falência.

70) O capital da empresa pública é exclusivamente público, mas pode


pertencer a uma ou mais entidades.

71) Em relação ao capital da empresa pública federal, não há mais


obrigatoriedade de que ele pertença exclusivamente à União; outras
pessoas jurídicas de direito público interno, bem como entidades da
Administração Indireta da própria União, dos Estados, do DF e dos
Municípios dele podem participar, desde que a maioria do capital
votante permaneça com a União.

72) As empresas públicas e as sociedades de economia mista não


poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor
privados.

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73) A Justiça Federal é competente para apreciar as causas em que


as empresas públicas e sociedades de economia mista da União
forem interessadas

74) A Justiça Federal é competente para apreciar todas as causas em


que as empresas públicas da União forem interessadas.

75) Os litígios trabalhistas envolvendo os empregados e empresa


pública da União serão decididos pela Justiça Federal.

76) A Constituição Federal prevê a edição do estatuto jurídico da


empresa pública e da sociedade de economia mista que explorem
atividade econômica. No conteúdo da referida norma jurídica,
conforme o texto constitucional, não está previsto dispor sobre forma
de distribuição de seus resultados, inclusive para os acionistas
minoritários.

77) As empresas públicas e sociedades de economia mista, no


contexto da Administração Pública Federal, detêm alguns aspectos e
pontos em comum, juridicamente, mas entre os que lhes são
diferentes destaca-se o foro de controle jurisdicional.

78) O regime jurídico dos servidores de empresas públicas poderá ser


trabalhista ou estatutário.

79) Somente por lei específica pode ser autorizada a criação de


empresa pública e de sociedade de economia mista, mas a criação de
suas subsidiárias prescinde de autorização legislativa;

80) A participação da sociedade de economia mista em empresa


privada prescinde de autorização legislativa.

81) Conforme a norma constitucional, as empresas públicas e as


sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica
terão um tratamento diferenciado quanto às regras de licitação.

82) Admite-se, na esfera federal, uma empresa pública, sob a forma


de sociedade anônima, com um único titular do capital.

GABARITO: 01) F, 02) F, 03) C, 04) C, 05) C, 06) C, 07) F, 08) F, 09) F, 10) F,
11) F, 12) C, 13) F, 14) C, 15) C, 16) F, 17) C, 18) F, 19) F, 20) C, 21) C, 22) C,
23) C, 24) F, 25) F, 26) C, 27) C, 28) C, 29) F, 30) C, 31) C, 32) C, 33) F, 34) C,
35) C, 36) F, 37) V, 38) C, 39) F, 40) F, 41) C, 42) C, 43) C, 44) C, 45) F, 46) F,
47) F, 48) V, 49) V, 50) V, 51) F, 52) F, 53) V, 54) V, 55) F, 56) F, 57) F, 58) F,
59) F, 60) F, 61) V, 62) V, 63) F, 64) F, 65) F, 66) F, 67) V, 68) F, 69) F, 70) V,
71) V, 72) F, 73) F, 74) F, 75) F, 76) V, 77) V, 78) F, 79) F, 80) F, 81) V, 82) V.

Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto

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Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto
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Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto
82 82

Gabarito comentado

01) Errada - A personalidade jurídica do Estado brasileiro pode ser de direito


público ou de direito privado, caso atue, respectivamente, no campo do Direito
Público ou no do Direito Privado, pois a teoria da dupla personalidade do
Estado é adotada no Brasil. (O Estado brasileiro – a República Federativa do
Brasil – possui apenas uma personalidade jurídica: pessoa jurídica de direito
público)

02) Errada - A União possui personalidade jurídica de direito público externo.


(Pessoa jurídica de direito público interno. O Brasil é que é pessoa jurídica de
direito público externo)

03) Correta - Os Territórios Federais, apesar de possuírem personalidade jurídica


de direito público, nos termos do art. 41, II, do CC, não integram a Federação
brasileira. (uma vez que não possuem autonomia. A Federação é composta por
União, Estados, DF e Municípios)

04) Correta - A Administração Centralizada é denominada de Direta e a


Descentralizada de Indireta. (A Direta integrada pelos órgãos da União, dos
Estados, do DF e dos Municípios e a Indireta pelas autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista)

05) Correta - Através da centralização, o Estado atua diretamente executando suas


tarefas por meio de seus órgãos e agentes; já na descentralização, o Estado
outorga ou delega a atividade a outras entidades, atuando de forma indireta. (Na
descentralização o Estado pode outorgar poderes para a administração indireta –
descentralização legal – ou delegar para as concessionários e permissionárias –
descentralização negocial).

06) Correta - Na desconcentração, ocorre a distribuição, em uma mesma entidade,


de atribuições para outros órgãos. (lembrar que na desconcentração a distribuição
de competências ocorre dentro da mesma pessoa jurídica; ao passo que na
descentralização ocorre entre pessoas jurídicas)

07) Errada - Há hierarquia na descentralização, ao passo que controle finalístico


na desconcentração. (estão invertidos.... a hierarquia está presente na
desconcentração, enquanto o controle finalístico na descentralização)

08) Errada - Sendo as autarquias serviços públicos descentralizados, personalizados


e autônomos, acham-se integradas na estrutura orgânica do Executivo. (quem
está integrado na estrutura orgânica dos Poderes são os órgãos; autarquias são
pessoas jurídicas de direito público interno)

09) Errada - A espécie organizacional da Administração Pública Indireta que deve


ter sua área de atuação definida em lei complementar é autarquia. (são as
fundações públicas de direito privado, conforme se extrai do art. 37, XIX, da CF)

10) Errada - Os contratos celebrados pelas fundações públicas devem ser

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precedidos de licitação, exceto, se possuírem natureza de direito privado.


(independentemente da natureza dos contratos, a licitação, em regra, é obrigatória
para todas as entidades integrantes da administração pública)

11) Errada - Após a Emenda Constitucional 19/98, ficou vedado ao Poder Público
criar fundações sob regime de direito privado. (pode criar tanto fundações públicas
de direito privado como fundações públicas de direito público)

12) Correta - Autarquias são criadas por lei específica. (conforme art. 37, XIX, CF)

13) Errada - Autarquias são pessoas jurídicas de direito privado. (são pessoas
jurídicas de direito público)

14) Correta - Autarquias são pessoas administrativas integrantes da administração


descentralizada. (as entidades integrantes da administração indireta são
denominadas de pessoas administrativas; ao passo que União, Estados, DF e
Municípios, de pessoas políticas)

15) Correta - Os bens das autarquias são públicos, portanto, impenhoráveis. (sendo
públicos, os bens serão impenhoráveis, imprescritíveis, insuscetíveis a ônus e terão
a alienação condicionada)

16) Errada - Os bens das autarquias estão sujeitos à prescrição. (conforme dito
acima, são imprescritíveis, não sendo sujeitos a usucapião)

17) Correta - As autarquias possuem autonomia financeira e administrativa, mas


não política. (somente as pessoas federadas possuem autonomia política: União,
Estados, DF e Municípios)

18) Errada - As fundações governamentais têm sua área de atuação definida por lei
específica. (as fundações governamentais são as fundações pública. A área de
atuação, das fundações públicas de direito privado, será definido por lei
complementar, conforme art. 37, XIX, CF)

19) Errada - As agências reguladoras só podem ser constituída sob a forma de


autarquias. (não necessariamente)

20) Correta - As fundações instituídas pelo poder público, tanto as que têm
personalidade jurídica de direito público quanto as de direito privado, são criadas
para a persecução interesses coletivos. (tendo como objeto a execução de
atividades administrativas ou a prestação de serviços públicos)

21) Correta - As agências reguladoras são autarquias sob regime especial. (em
regra, no Brasil, estão sendo criadas com esse formato)

22) Correta - No contexto da Administração Pública Federal, o que distingue e/ou


assemelha os órgãos da Administração Direta em relação às entidades da
Administração Indireta, é que os primeiros integram a estrutura orgânica da União
e as outras não. (órgãos federais integram a estrutura orgânica da União, ao passo
que as entidades da administração indireta não são órgãos, mas sim pessoas
jurídicas, portanto, não integrantes de estrutura de órgãos)

23) Correta - A qualificação como agência executiva pode recair tanto sobre
entidade autárquica como fundacional, integrante da Administração Pública. (desde
que a autarquia ou fundação firmem com o Poder Público um contrato de gestão)

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24) Errada - Entre União e o Banco do Brasil, que é uma sociedade de economia
mista federal, há hierarquia. (já vimos que na descentralização não existe
hierarquia)

25) Errada - Autarquias são entes administrativos autônomos, criados por lei
específica, com personalidade jurídica de Direito Público externo, patrimônio
próprio e atribuições estatais específicas. (de direito público interno)

26) Correta - As autarquias são entes autônomos, mas não são autonomias.
Inconfundível é autonomia com autarquia: aquela legisla para si; esta administra-
se a si própria, segundo as leis editadas pela entidade que a criou. (a doutrina
considera autonomias os entes federados: União, Estados, DF e Municípios)

27) Correta - O conceito de autarquia é meramente administrativo; o de autonomia


é precipuamente político. (envolvendo a autonomia administrativa das entidades
que integram a administração indireta e a autonomia políticas das integrantes da
administração direta)

28) Correta - A autarquia é forma de descentralização administrativa, através da


personificação de um serviço retirado da Administração centralizada. (falou em
personificação de serviço, pense em autarquia; falou em personificação de bens,
pense em fundações)

29) Errada - À autarquia pode ser outorgado serviço público típico e atividades
industriais ou econômicas, desde que de interesse coletivo. (autarquias não
exercem atividades industriais ou econômicas)

30) Correta - Sendo a autarquia um ente autônomo, não há subordinação


hierárquica para com a entidade estatal a que pertence, mas sim mera vinculação à
entidade-matriz, que, por isso, passa a exercer um controle legal, expresso no
poder de correção finalística do serviço autárquico. (lembrar que subordinação
hierárquica só existe entre órgãos)

31) Correta - A autarquia, sendo um prolongamento do Poder Público, uma longa


manus do Estado, deve executar serviços próprios do Estado, em condições
idênticas às do Estado, com os mesmos privilégios da Administração-matriz e
passíveis dos mesmos controles dos atos administrativos. (lembrando que as
autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno)

32) Correta - O que diversifica a autarquia do Estado são os métodos operacionais


de seus serviços, mais especializados e mais flexíveis que os da Administração
centralizada. (essa é a proposta da criação das entidades da administração
indireta: especialização)

33) Errada - A instituição das autarquias, ou seja, sua criação, faz-se por lei
complementar específica. (lei ordniária específica)

34) Correta - A organização das autarquias se opera por decreto, que aprova o
regulamento ou estatuto da entidade, e daí por diante sua implantação se completa
por atos da diretoria, na forma regulamentar ou estatutária, independentemente de
quaisquer registros públicos. (característica das pessoas jurídicas de direito público)

35) Correta - O patrimônio inicial das autarquias é formado com a transferência de


bens móveis e imóveis da entidade matriz, os quais se incorporam ao ativo da nova
pessoa jurídica. (por exemplo, os bens do INSS foram transferidos inicialmente pela
União, que é a entidade matriz)

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36) Errada - Os atos dos dirigentes das autarquias não são considerados atos
administrativos. (são considerados atos administrativos, inclusive passíveis de
mandado de segurança)

37) Correta - Os contratos das autarquias estão sujeitos à licitação. (de todas as
entidades da administração indireta)

38) Correta - O controle das autarquias realiza-se na tríplice linha política,


administrativa e financeira, mas todos esses controles adstritos aos termos da lei
que os estabelece. (é a essência da vinculação administrativa)

39) Errada - Em função da autonomia administrativa das autarquias, não é


possível a nomeação de seus dirigentes pelo Executivo. (basta pensar que o Banco
Central é uma autarquia e seu Presidente é nomeado pelo Presidente da República)

40) Errada - As agências executivas são autarquias em regime especial. (agência


executiva é qualificação atribuída também às fundações públicas)

41) Correta - O controle financeiro opera nos moldes da Administração direta,


inclusive através da prestação de contas ao tribunal competente, por expressa
determinação constitucional. (todas as entidades integrantes da administração
indireta devem prestar contas ao tribunal de contas)

42) Correta - As fundações públicas são "universalidades de bens personalizadas,


em atenção ao fim, que lhe dá unidade". (conforme dito linhas acima, falou em
personificação de bens pensou em fundações)

43) Correta - As fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público integram a


administração indireta, podendo ter personalidade jurídica de direito público ou de
direito privado. (se pessoa jurídica de direito público, serão criadas por lei
específica; se pessoa jurídica de direito privado, a criação será autorizada por lei
específica)

44) Correta - As fundações públicas prestam-se à realização de atividades não


lucrativas e atípicas do Poder Público, mas de interesse coletivo, como a educação,
cultura, pesquisa, sempre merecedoras do amparo estatal. (lembrando que
fundações a autarquias não podem exercer atividades econômicas)

45) Errada - Todas as fundações do Poder Público são criadas por lei específica da
entidade matriz e estruturadas por decreto, independentemente de qualquer
registro. (a frase não se aplica às fundações públicas de direito privado)

46) Errada - Empresas públicas e sociedades de economia mista têm,


exclusivamente, como objeto institucional atividades relativas a serviços públicos.
(podem também prestar serviços públicos)

47) Errada - As empresas públicas são criadas por lei específica. (a lei específica
autoriza a criação, que se dará quando do registro do ato constitutivo no órgão
competente)

48) Correta - As empresas públicas possuem capital exclusivamente público. (todo


o capital da empresa pública advém da administração pública)

49) Correta - As empresas públicas podem ser constituídas sob a forma de


sociedade anônima. (podem adotar qualquer forma jurídica)

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50) Correta - As empresas públicas têm como objeto a exploração de atividades


econômicas ou a prestação de serviços públicos. (da mesma forma que as
sociedades de economia mista)

51) Errada - As empresas públicas que explorem atividades econômicas não estão
obrigadas a licitar. (a regra de licitar aplica-se tanto às exploradoras de
atividades econômicas como às prestadoras de serviços públicos)

52) Errada - As empresas públicas não podem gozar de privilégios fiscais. (se
prestadoras de serviços públicos, podem gozar de certos privilégios; se
exploradoras de atividades econômicas, o privilégio deverá ser estendido às demais
empresas do setor privado: art. 173, §1º, CF)

53) Correta - As sociedades de economia mista integram a administração indireta,


podendo ser federais, estaduais, municipais ou distritais. (o mesmo raciocínio vale
para autarquias, fundações públicas e empresas públicas)

54) Correta - As sociedades de economia mista são constituídas na forma de


sociedade anônima. (diferentemente das empresas públicas, que podem adotar
qualquer forma jurídica)

55) Errada - Considerando que, por disposição constitucional, compete ao MP a


tutela de interesses públicos, é indispensável a fiscalização do órgão sobre todos
os atos das fundações criadas pelo Governo, segundo reconhecem os estudiosos.
(como já há fiscalização pela administração direta, torna-se desnecessária a
atuação do MP, o que não impede que o mesmo fiscalize. Não há obrigatoriedade,
porém não há proibição de fiscalização)

56) Errada - A entidade pública que instituiu a sociedade de economia mista


responde, solidariamente, pelas suas obrigações. (a responsabilidade será
subsidiária)

57) Errada - Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado cuja
criação é autorizada por lei específica, com capital exclusivamente público, para
realizar atividades de interesse da Administração instituidora nos moldes da
iniciativa particular, revestindo-se da forma de sociedade anônima (S/A).
(qualquer forma jurídica)

58) Errada - As empresas públicas assemelham-se às sociedades de economia


mista por admitirem a participação do capital particular. (não admite capitar
particular, mas tão somente de integrantes da administração pública)

59) Errada - As empresas públicas e as sociedades de economia mista sujeitam-se


ao regime jurídico próprio das empresas privadas, exceto quanto às obrigações
trabalhistas e tributárias. (inclusive. Essa regra vale para as exploradoras de
atividades econômicas – art. 173)

60) Errada - Quanto à contratação de obras, serviços e compras, bem como à


alienação de seus bens, a empresa pública fica sujeita a licitação nos termos
da Lei 8.666/93, enquanto não promulgada lei que confira o tratamento especial
previsto na CF/88. (a lei especial será aplicada para as empresas públicas e
sociedades de economia mista exploradoras de atividades econômicas, não se
aplicando às prestadoras de serviços públicos)

61) Correta - Os atos dos dirigentes de empresas públicas, no que concerne às

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funções outorgadas ou delegadas pelo Poder Público, são equiparados a atos de


autoridade para fins de mandado de segurança, e, quando lesivos do patrimônio da
entidade, sujeitam-se à anulação por ação popular. (os atos praticados por
dirigentes de empresas públicas e de sociedades de economia mista, quando do
exercício de função pública, são considerados atos administrativos)

62) Correta - As empresas públicas não possuem, por natureza, qualquer privilégio
administrativo, tributário ou processual, só auferindo aqueles que a lei instituidora
ou norma especial expressamente lhes conceder. (essa é a regra, que se aplica
também para as sociedades de economia mista)

63) Errada - As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito


Público, com participação do Poder Público e de particulares no seu capital e na
sua administração, para a realização de atividade econômica ou serviço de
interesse coletivo outorgado ou delegado pelo Estado. (pessoa jurídica de direito
privado)

64) Errada - As sociedades de economia mista revestem-se da forma das empresas


particulares, porém, por integram a Administração Pública, não admitem lucro.
(não há impedimento legal quanto à auferição de lucros)

65) Errada - A doutrina é pacífica ao afirmar que toda participação estatal converte
o empreendimento particular em sociedade de economia mista. (o Poder Público
pode ser sócio ou acionista de empresas que não integram a administração
indireta)

66) Errada - O regime de pessoal das entidades integrantes da Administração


Indireta é o dos empregados de empresas privadas, sujeitos à CLT; não
obstante, ficam sujeitos a concurso público, salvo para os cargos ou funções de
confiança. (e as autarquias e as fundações públicas de direito público que adotam
regime estatutário?)

67) Correta - O objeto da sociedade de economia mista tanto pode ser um serviço
público ou de utilidade pública como uma atividade econômica empresarial. (o
mesmo raciocínio aplica-se às empresas públicas)

68) Errada - A sociedade de economia mista adquire personalidade jurídica com a


entrada em vigor da lei que autorizou sua instituição. (com o registro do seu ato
constitutivo)

69) Errada - A sociedade de economia mista exploradora de atividade econômica


está sujeita à falência. (nenhuma integrante da administração pública está
sujeita)

70) Correta - O capital da empresa pública é exclusivamente público, mas pode


pertencer a uma ou mais entidades. (desde que integrantes da administração
pública)

71) Correta - Em relação ao capital da empresa pública federal, não há mais


obrigatoriedade de que ele pertença exclusivamente à União; outras pessoas
jurídicas de direito público interno, bem como entidades da Administração Indireta
da própria União, dos Estados, do DF e dos Municípios dele podem participar, desde
que a maioria do capital votante permaneça com a União. (o que não pode haver é
participação de capital particular)

72) Errada - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não

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poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privados. (esse


raciocínio só vale para as exploradoras de atividades econômicas. Gabarito
alterado)

73) Errada - A Justiça Federal é competente para apreciar as causas em que as


empresas públicas e sociedades de economia mista da União forem interessadas
(apenas empresas públicas da União, conforme art. 109, I, CF)

74) Errada - A Justiça Federal é competente para apreciar todas as causas em que
as empresas públicas da União forem interessadas. (todas não, basta pensar nas
ações trabalhistas)

75) Errada - Os litígios trabalhistas envolvendo os empregados e empresa pública


da União serão decididos pela Justiça Federal. (pela Justiça do Trabalho)

76) Correta - A Constituição Federal prevê a edição do estatuto jurídico da empresa


pública e da sociedade de economia mista que explorem atividade econômica. No
conteúdo da referida norma jurídica, conforme o texto constitucional, não está
previsto dispor sobre forma de distribuição de seus resultados, inclusive para os
acionistas minoritários. (conforme art. 173)

77) Correta - As empresas públicas e sociedades de economia mista, no contexto


da Administração Pública Federal, detêm alguns aspectos e pontos em comum,
juridicamente, mas entre os que lhes são diferentes destaca-se o foro de controle
jurisdicional. (para as federais, em regra, ações de empresas públicas tramitam na
Justiça Federal, enquanto ações envolvendo sociedades de economia mista na
Justiça Estadual)

78) Errada - O regime jurídico dos servidores de empresas públicas poderá ser
trabalhista ou estatutário. (somente trabalhista, pois o regime estatutário é
exclusivo das pessoas jurídicas de direito público)

79) Errada - Somente por lei específica pode ser autorizada a criação de empresa
pública e de sociedade de economia mista, mas a criação de suas subsidiárias
prescinde de autorização legislativa; (depende de autorização, conforme art. 37,
XX)

80) Errada - A participação da sociedade de economia mista em empresa privada


prescinde de autorização legislativa. (depende de autorização legislativa,
conforme art. 37, XX)

81) Correta - Conforme a norma constitucional, as empresas públicas e as


sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica terão um
tratamento diferenciado quanto às regras de licitação. (conforme art. 173, CF)

82) Correta - Admite-se, na esfera federal, uma empresa pública, sob a forma de
sociedade anônima, com um único titular do capital. (basta pensar que a empresa
pública pode adotar qualquer forma jurídica, além de poder ser unipessoal, ou seja,
ser constituída apenas por uma pessoa jurídica)

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QUESTÕES COMENTADAS NESSA AULA

1. (CESPE/SEJUS/ES/2009) O Estado constitui a nação


politicamente organizada, enquanto a administração pública
corresponde à atividade que estabelece objetivos do Estado,
conduzindo politicamente os negócios públicos.

2. (CESPE/SEJUS/ES/2009) A vontade do Estado é manifestada


por meio dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os quais, no
exercício da atividade administrativa, devem obediência às normas
constitucionais próprias da administração pública.

3) (CESPE/Polícia Federal/Agente da Polícia Federal/2012)


Existe a possibilidade de participação de recursos particulares na
formação do capital social de empresa pública federal.

4. (CESPE/PC-ES/Escrivão de Polícia/2011) Diferentemente da


descentralização, em que a transferência de competências se dá para
outra entidade, a desconcentração é processo eminentemente
interno, em que um ou mais órgãos substituem outro com o objetivo
de melhorar e acelerar a prestação do serviço público.

5. (CESPE/MPU/Analista/Processual/2010) As entidades
compreendidas na administração indireta subordinam-se ao
ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua
principal atividade, mantendo com este uma relação hierárquica de
índole político-administrativa, mas não funcional.

6. (CESPE/MMA/Analista Ambiental/2011) No âmbito da União,


a administração direta compreende os serviços integrados na
estrutura administrativa da Presidência da República e dos
respectivos ministérios, enquanto a administração indireta é exercida
por entidades dotadas de personalidade jurídica própria.

7. (CESPE/PC-ES/Perito Papiloscópico/2011) O Distrito Federal


é considerado uma entidade administrativa.

8. (CESPE/IPAJM/Advogado/2010) Segundo o princípio da


legalidade, somente por lei específica podem ser criadas autarquias,
empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações,
cabendo à lei complementar definir suas áreas de atuação.

9. (CESPE/TJ/PI/Juiz/2007) Nos termos do Código Civil, os bens


das empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras
de serviço público serão públicos.

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10. (CESPE/BACEN/Procurador/2009) Não colide materialmente


com a CF a determinação de que sejam previamente aprovadas, pelo
Poder Legislativo, as indicações dos presidentes das entidades da
administração pública indireta.

11. (CESPE/TRE-ES/Técnico Judiciário/Administrativa/2011)


Considere que João pretenda ingressar como empregado na
PETROBRAS, sociedade de economia mista, integrante da
administração indireta da União. Nessa situação, João não precisa ser
previamente aprovado em concurso público, visto que o regime
jurídico dessa empresa é o celetista.

12. (CESPE/IFB/Professor/Direito/2011) A Ordem dos


Advogados do Brasil, na qualidade de autarquia profissional, não
integra a administração indireta e não se submete ao controle do
Tribunal de Contas da União.

13. (CESPE/STM/Analista Judiciário/Administração/2011) As


empresas públicas são criadas por lei, compostas de capital
governamental e dotadas de personalidade jurídica de direito público
para explorarem atividade econômica.

14. (CESPE/IPAJM/Advogado/2010) A Empresa Brasileira de


Correios e Telégrafos não goza de qualquer imunidade tributária, uma
vez que a CF veda que empresas públicas gozem de privilégios não
extensivos às do setor privado.

15. (CESPE/PC-ES/Delegado de Polícia/2011) A administração


pública pode instituir empresas públicas e sociedades de economia
mista mediante autorização legal, as quais estarão inteiramente
sujeitas ao regime jurídico de direito privado, por força de lei.

16. (CESPE/PREVIC/Técnico Administrativo/2011) Empresas


públicas são pessoas jurídicas de direito privado integrantes da
administração indireta criadas por lei sob a forma de sociedades
anônimas com o objetivo de explorar atividade econômica ou prestar
determinado serviço público.

17. (CESPE/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Administrativa/2012)


Quando determinada pessoa jurídica de direito público distribui
competências internamente, tem-se um exemplo de processo de
descentralização.

18. (CESPE/TJ-RR/Técnico Judiciário/2012) Quando o Estado


cria entidades dotadas de patrimônio e personalidade jurídica para

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propiciar melhorias em sua organização, ocorre o que se denomina


desconcentração.

19. (CESPE/PC/CE/Inspetor de Polícia Civil/2012) O


surgimento de uma autarquia se consolida com o registro de seus
estatutos em cartório.

20. (CESPE/PC-CE/Inspetor de Polícia Civil/2012) A instituição


de fundação pública deve ser autorizada por lei ordinária específica,
ao passo que a definição de sua área de atuação deve ser feita por lei
complementar.

21. (FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário -


Área Judiciária) Distinguem-se as autarquias das sociedades
de economia mista que exploram atividade econômica, dentre
outras características, em função de
a) não serem dotadas de autonomia e personalidade jurídica própria,
embora submetidas ao regime jurídico de direito privado.
b) seu regime jurídico de direito público, exceto quanto ao processo
de execução ao qual se submetem, típico do direito privado.
c) sua criação ser autorizada por lei, bem como por se submeterem
tanto ao regime jurídico público, quanto ao regime jurídico privado.
d) serem criadas por lei, bem como em função de seu regime jurídico
de direito público.
e) se submeterem a processo especial de execução, que excetua o
regime dos precatórios, embora não afaste a prescritibilidade de seus
bens.

22. (FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário -


Execução de Mandados) Em relação às empresas estatais, é
correto afirmar que
a) se submetem ao regime jurídico de direito público quando se tratar
de empresa pública, porque o capital pertence a pessoas jurídicas de
direito público.
b) se submetem ao regime jurídico típico das empresas privadas,
com derrogações por normas de direito público.
c) não se submetem a lei de licitações, porque sujeitas ao regime
jurídico típico de direito privado.
d) não se submetem a lei de licitações, salvo no que se refere às suas
atividades fins, que dependem sempre de licitação.
e) se submetem integralmente ao regime jurídico de direito privado,
sem derrogações, a fim de resguardar o princípio da isonomia em
relação às demais empresas que atuem no setor.

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23. (FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico Judiciário -


Área Administrativa) A respeito das entidades integrantes da
Administração indireta, é correto afirmar que
a) se submetem, todas, ao regime jurídico de direito público, com
observância aos princípios constitucionais e às demais regras
aplicáveis à Administração pública.
b) as empresas públicas e sociedades de economia mista que
explorem atividade econômica submetem- se ao regime tributário
próprio das empresas privadas.
c) as autarquias regem-se pelo princípio da especialização e
submetem-se ao regime jurídico de direito público, gozando de
capacidade política.
d) apenas as empresas públicas podem explorar atividade econômica
e sempre em caráter supletivo à iniciativa privada, submetidas ao
regime próprio das empresas privadas, salvo em matéria tributária.
e) apenas as sociedades de economia mista sujeitam- se ao regime
de direito privado, podendo orientar suas atividades para a obtenção
de lucro.

24) (FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado – IX)


Atento à crescente especulação imobiliária, e ciente do
sucesso econômico obtido pelas construtoras do País com a
construção de imóveis destinados ao público de alta renda, o
Estado “X” decide ingressar nesse lucrativo mercado. Assim,
edita uma lei autorizando a criação de uma empresa pública e,
no mesmo ano, promove a inscrição dos seus atos
constitutivos no registro das pessoas jurídicas.
Assinale a alternativa que apresenta a alegação que as
construtoras privadas, incomodadas pela concorrência de uma
empresa pública, poderiam apresentar.
a) A nulidade da constituição daquela pessoa jurídica, uma vez que
as pessoas jurídicas estatais só podem ser criadas por lei específica.
b) O objeto social daquela empresa só poderia ser atribuído a uma
sociedade de economia mista e não a uma empresa pública.
c) Os pressupostos de segurança nacional ou de relevante interesse
coletivo na exploração daquela atividade econômica não estão
presentes.
d) A criação da empresa pública não poderia ter ocorrido no mesmo
ano em que foi editada a lei autorizativa.

25) (FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado – VIII)


Quanto às pessoas jurídicas que compõem a Administração
Indireta, assinale a afirmativa correta.

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a) As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas por


lei.
b) As autarquias são pessoas jurídicas de direito privado, autorizadas
por lei.
c) As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito público,
criadas por lei.
d) As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado,
criadas para o exercício de atividades típicas do Estado.

26) (FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado – VII) Em


relação às entidades que compõem a administração indireta,
assinale a alternativa correta.
a) Para a criação de autarquias, é necessária a edição de uma lei
autorizativa e posterior registro de seus atos constitutivos no
respectivo registro como condição de sua existência.
b) Para criação de uma empresa pública, é necessária a edição de
uma lei específica sem a exigência de registro de seus atos
constitutivos no respectivo registro por se tratar de uma pessoa
jurídica de direito público.
c) Para criação de uma sociedade de economia mista, é necessária a
edição de uma lei autorizativa e registro de seus atos constitutivos
no respectivo registro por se tratar de uma pessoa jurídica de direito
privado.
d) Por serem pessoas jurídicas, todas necessitam ter seus respectivos
atos constitutivos registrados no respectivo registro como condição
de sua existência.

27) (FGV - 2010 - OAB - Exame de Ordem Unificado - 3 -


Primeira Fase - Fev/2011) É correto afirmar que a
desconcentração administrativa ocorre quando um ente
político
a) cria, mediante lei, órgãos internos em sua própria estrutura para
organizar a gestão administrativa.
b) cria, por lei específica, uma nova pessoa jurídica de direito público
para auxiliar a administração pública direta.
c) autoriza a criação, por lei e por prazo indeterminado, de uma nova
pessoa jurídica de direito privado para auxiliar a administração
pública.
d) contrata, mediante concessão de serviço público, por prazo
determinado, uma pessoa jurídica de direito público ou privado para
desempenhar uma atividade típica da administração pública.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE

28) (FGV - 2008 - Senado Federal - Policial Legislativo


Federal) Assinale a afirmativa correta.
a) Situam-se na administração indireta as organizações sociais e as
organizações da sociedade civil de interesse público.
b) A administração indireta das pessoas federativas é constituída de
entidades dotadas de personalidade jurídica própria.
c) Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito público e
sempre se destinam à prestação de serviços públicos.
d) As sociedades de economia mista só podem explorar atividade
econômica com autorização expressa em decreto do Chefe do
Executivo.
e) É inviável a participação de pessoas do setor privado no capital
social das sociedades de economia mista.

29) (FGV - 2008 - Senado Federal - Operador de TV) No que


concerne à administração indireta, é correto afirmar que:
a) as agências reguladoras são instituídas por lei sob a forma de
fundações governamentais.
b) as autarquias integram a estrutura da administração direta da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
c) sociedades de economia mista e empresas públicas são entidades
dotadas de personalidade jurídica de direito privado.
d) é constitucionalmente vedada às empresas públicas a exploração
de atividade econômica de natureza empresarial.
e) o capital social da empresa pública é constituído exclusivamente
pela pessoa federativa que a instituiu.

30) (FGV - 2008 - Senado Federal - Técnico Legislativo –


Administração) Assinale a alternativa correta.
a) Empresas públicas podem ter personalidade jurídica de direito
público quando prestam serviços públicos.
b) Sociedades de economia mista podem ter a sua instituição
autorizada por decreto do Chefe do Executivo.
c) Fundações governamentais não podem assumir a forma de
entidade autárquica.
d) Agências reguladoras são autarquias de regime especial e têm
personalidade jurídica de direito público.
e) Os serviços sociais autônomos integram a administração indireta
como entidades especiais.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL
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Gabarito: 1) F, 2) V, 3) F, 4) V; 5) F; 6) V; 7) F; 8) F; 9) F; 10) F; 11) F; 12)


F; 13) F; 14) F; 15) F; 16) F, 17) F, 18) F, 19) F, 20) V, 21) D, 22) B, 23) D,
24) C, 25) A, 26) C, 27) A, 28) B, 29) C, 30) D.

Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto


30 30
Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto
30 30
Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto
30 30

Com esses exercícios encerro essa minha primeira aula.

Qualquer dúvida é só fazer contato.

Grande abraço

Armando Mercadante
armando@pontodosconcursos.com.br

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