ANÁLISE DE CONJUNTURA FOSP: Organização

criada da luta dos

A mudança de governo Lula/Dilma vem acompanhada de uma série de
mudanças nos dados econômicos estruturais da sociedade capitalista – que
trabalhadores
interferem na questão da exploração da ‘mais-valia’ e na resposta social
A Federação Operária de São Paulo
concomitante. Isso nos conduz a ante-sala de uma nova, e possível, crise do
(FOSP), instrumento da luta por bem
capitalismo mundial, com nítidos reflexos no Brasil.
estar e emancipação, iniciada no começo
Dos dados econômicos mais significativos destaca-se a questão do
do século XX, quando as condições de
desemprego – vendida pelo governo e pela midia burguesa – como resolvido pelo
opressão e exploração sobre os
governo de Frente Popular, mas dentro da óptica de FHC, de que, cerca de, 20%
trabalhadores eram aviltantes. A situação
da classe trabalhadora já estava praticamente fora do contexto social e
atual não mudou nesses 105 anos e o
econômico. Esse índice nos dá uma ordem de 20% de lumpemproletariado, dentro
século XXI começa com grandes desafios à
do universo social brasileiro. Sabemos que o Lumpemproletariado pode ser tanto
organização da classe trabalhadora, com
uma força para a revolução (Rússia 1917 e Espanha 1933-36), como para a reação
seus direitos sendo precarizados.
mais escarniçada (Rússia 1919-1923, Espanha 1937-8 e Alemanha nazista 1933-
A FOSP surgiu da necessidade dos
37).
trabalhadores se unirem em organizações
Esse dado isoladamente já nos mostra a situação tensa da época em que
que defendam os interesses dos próprios
vivemos e que não nos permite vacilos ou dissensões pessoais, mas, sim, nos pede
trabalhadores. Interesses imediatos
uma maior solidariedade e ação conjunta.
(redução das horas trabalhadas, reajustes
A crise no Brasil se reflete pelo esgotamento das políticas assitencialistas do
de saláriospara compensar a carestia, etc.),
governo Lula/PT (1ª gestão) e do governo de Frente Popular/Lula (2ª gestão). O
bem como a emancipação das relações de
próprio acirramento da crise esvazia os cofres do governo – que inventa maneiras
exploração e opressão do Capital e o
de aumentar a sangria da arrecadação de impostos(o que aponta para um
advento do comunismo libertário, objetivo
acirramento da inflação e do desemprego). Os próprios investimentos em
do sindicalismo revolucionário.
estruturas básicas (transportes, estradas, saúde , educação, etc.) deverão sofrer
A organização sindical, no início do
uma retração significativa. Essa situação tende a ser agravada pela crise
século XX, eram feitas de forma
mundial que se avizinha e cresce fora de nossas fronteiras, do qual a questão das
clandestina nas fábricas, fazendas e nos
revoltas nos países árabes são a ponta do iceberg. Aparentemente uma nova crise
bairros onde a maioria dos trabalhadores
de energia, devido ao fornecimento de petróleo, se anuncia. Esse dado já nos
habitavam. A associação dos trabalhadores
coloca de orelha em pé – com a crise do fornecimento de petróleo intervindo na
era ‘caso de polícia’. Ao governo cabia a
capacidade de crescimento do capitalismo no curto prazo – somada a não
repressão. Prender, deportar e assassinar
resolução plena da crise capitalista de 2008. A crise econômica de 2008-2009 foi
os trabalhadores com atividades sindicais.
um desdobramento da crise financeira internacional, precipitada pela falência do
Os trabalhadores acuados, uniam-se para
tradicional banco de investimento gringo Lehman Brothers, fundado em 1850.
resistir, mas quase sempre tinham suas
Em efeito dominó, outras grandes instituições financeiras quebraram, no
sedes invadidas e seus jornais
processo também conhecido como "crise dos subprimes". Até hoje os U$A e a
empastelados. O governo chegou a criar
Comunidade Européia não sairam completamentedesse embroglio do neo-
prisões flutuantes e campos de
liberalismo, enquanto isso países periférios (como o Brasil e a China) tiveram um
concentração, em regiões inóspitas do país,
aumento de importância no cenário do capitalismo mundial.

o mais famoso é o da Clevelândia, onde
faleceram milhares de sindicalistas. Não
obstante, o sindicalismo revolucionário,
imbuído dos valores anarquistas, levou a
greves, com a solidariedade se avançou
na luta e entre ramos de produção. Nesse
processo tivemos grandes Greves Gerais
como em 1917 e 1919 que paralisaram o
país.
As elites governantes para acabar
com essas organizações criaram
organizações controladas pelegas,
amarelas, crumiros para manter relações
harmônicas entre a patronal e o trabalho.
O ápice desse processo foi com a ditadura
de Getúlio Vargas que estabelece regras,
inspiradas no fascismo italiano. Por isso
temos, atualmente, centrais sindicais
oficiais, com participação no Ministério do
Trabalho, defendendo o capital, em total
submissão ao sistema. Mantendo mais de
5.000 falsos sindicatos sob seu controle e
mantidos pelo Imposto Sindical (R$102
milhões/ano), servindo as camadas
dirigentes empresariais.
Tendo em mente a história, cientes
que o sindicalismo oficial, subordinado ao
capital, atua para a conciliação
favorecendo o lucro burgues (que rouba do
nosso trabalho) não pode ser uma opção
aos trabalhadores. Na reconstrução da
FOSP e da COB, trazemos as práticas de
outrora, que embora antigas, continuam
tão atuais quanto foram em seu tempo: o
boicote, a sabotagem, a greve geral,
ação direta operária, para obter o
controle dos meios de produção e a
autogestão dos mesmos. Por isso
propomos o Rompimento com o os trabalhadores na ordem dos mesmos 62%,
Sindicalismo Oficial, atrelado ao Estado, o
fim do Imposto Sindical, a Redução da
Jornada de Trabalho para 30h/semanais,
o Aumento do Salário Mínimo para
R$2.200,00 conforme a Constituição,
melhores condições de trabalho, tudo para
aliviar de imediato as condições de
trabalho e favorecer o processo
emancipatório onde defendemos a abolição
do salário, para que se distribuam as
riquezas,o fim da propriedade privada, o
controle federativo e autogestionário dos
meios de produção. Para isso a união de
faz necessária. Só assim nós,
trabalhadores, nos emanciparemos de fato.
Contra o lucro, contra o
patronal, contra partido, contra
governo, união anarcosindical!
R$ 2.200,00?
Sim, Unidos Podemos!
Lutas sindicais
Federação Operária de São Paulo
(FOSP)
O SINDIVÁRIOS-SP continua na luta
por melhor transporte público e trânsito da
cidade, tendo participado das últimas
manifestações espontâneas na região da
Estrada do M’Boi Mirim, na região de Santo
Amaro. Encaminhada pelo Comitê
Apartidário de Luta Contra a Carestia, é
solidária a outras manifestações que tem
ocorrido na cidade contra o aumento das
tarifas de transporte. A carestia é a outra
face do arrocho salarial. Manifestou-se
contra o processo de demissões na USP,
levada a cabo pela polítca dos sucessivos
governos estaduais de destruição do ensino
público e gratuito.
Federação Operária do Rio Grande do
Sul (FORGS)
A FORGS desenvolve em todo o estado
uma campanha de denúncia do aumento de
62% que os parlamentares se deram ao
mesmo tempo em que deram 5% de aumento
para o Salário Mínimo. Por conta disso
defendem um aumento imediato para todos
levando o Mínimo para R$ 826,00.
Independentemente disso a COB continua
mantendo a bandeira do Salário Mínimo
constitucional de cerca da R$ 2.200,00.
Federação Operária Mineira (FOM)
Boicote a Lotto e a Finta!
A FF Mercantil, empresa de Araxá-
MG responsável por produtos da marca
brasileira Finta e da italiana Lotto, mantém
seus empregados sob um regime de trabalho
extremamente precário: os trabalhadores
não recebem insalubridade, são expostos a
calor excessivo, ganham menos que um
salário mínimo e muitos são vítimas de
humilhações, perseguições e chantagens. No
dia 22 de março, ocorreu a demissão de Ícaro
Poletto, membro do Sindivários Araxá,
associado à FOM, que se esforçava junto aos
seus companheiros para lutar por seus
direitos. Os funcionários que não se
renderam ao assédio da patronal seguem
sofrendo represálias. Exigimos que nosso
companheiro seja readmitido, que a política
de represálias contra a livre organização dos
trabalhadores tenha um fim e que sejam
atendidas as reivindicações dos
trabalhadores de Araxá!
Coluna AIT-IWA
A CNT-E vitoriosa frente à
Signarama
O Sindicato de Artes Gráficas,
Comunicação e Espetáculos da CNT Madri
chegou a um acordo de conciliação com a
franquia de rótulos Signarama, antes que
fosse finalizado o primeiro julgamento
contra esta empresa. O acordo se deu frente
à pressão sindical, sua luta e seus piquetes
informativos em frente à sede desta
franquia e de sua central. O acordo foi uma
lição de dignidade operária contra a
exploração e negação de direitos mais
elementares do trabalhador/a (horas extras
não pagas, acordos salariais...) realizadas
habitualmente nas franquias desta
companhia de artes gráficas com sede nos
EUA. A CNT comprova que a ação sindical,
o apoio mútuo e a solidariedade entre
trabalhadoras/es é essencial nos conflitos
com empresários.
Ativista encontrada morta em
Varsóvia
Em 7 de março, uma membro ativa do
movimento por moradia, Jolanta Brzeska,
de 64 anos, foi encontrada morta em um
bosque. Jola foi queimada viva. Uma das
fundadoras da Associação de Moradoras(es)
de Varsóvia, palestrante e ativista
comprometida, presente nas manifestações,
contra despejos e aconselhava
inquilinos(as). Envolvida em uma batalha
com o mais notório senhorio de Varsóvia,
Marek Mossokowski, era a última inquilina
restante de um imóvel valioso. A ZSP-AIT
declara: Nós juramos não esquecer a
provação de Jola e sua contribuição à luta
que continuaremos com mais determinação
do que nunca. Não perdoaremos, não
esqueceremos! Nos solidarizamos com a
ZSP-AIT em sua perda, e lhes damos nosso
total apoio.
Dias Internacionais contra as
fronteiras
O 24º Congresso da AIT decidiu que
as Seções da AIT se mobilizassem para
desenvolver durante as duas semanas antes
do Primeiro de Maio de 2011 uma
campanha anarcossindicalista contra as
fronteiras internacionais, solidariedários
aos trabalhadores/as imigrantes. Os
problemas das fronteiras e da xenofobia são
armas que o Estado, o Capital e os políticos
de diversas tendências usam para dividir
os/as trabalhadores/as, escondendo a
verdadeira razão por trás da piora de sua
condição. Uma organização internacional de
trabalhadoras/es revolucionárias/os
internacionalistas, como a AIT, promove a
solidariedade entre todos/as os/as
trabalhadores/as, ‘nacionais’ ou não. Ações
estão planejadas por diversas Seções da
AIT.