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Me.

Maílson José da Silva

Higiene
Ocupacional I

PLANO DE ESTUDOS

Calor Vibrações

Ruído Radiações

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

• Entender os conceitos de avaliação da exposição ocupa- • Entender os conceitos de avaliação da exposição ocupa-
cional ao ruído. cional a radiações.
• Aplicar as técnicas de avaliação quantitativa da exposição • Aplicar as técnicas de avaliação quantitativa da exposição
ocupacional ao calor. ocupacional a vibrações.
Ruído

Você já entrou em um ambiente fabril? Caso sim,


dependendo do segmento da indústria, você ob-
servou que existem diversos fatores que, de certa
forma, “atacam” nosso conforto: barulho de má-
quinas, calor, luz intensa, vibrações, dentre outros.
Estes fatores se constituem em agentes ambientais
que podem ou não provocar acidentes e doenças
nos trabalhadores. Para verificar se os agentes am-
bientais são, de fato, riscos ambientais, é preciso
fazer avaliações utilizando técnicas da Higiene
Ocupacional (HO). Esta unidade iniciará nosso
estudo sobre técnicas de avaliação HO. A HO é
formada por conhecimentos de diversas áreas,
como da física, química, matemática e engenharia,
ela trata do reconhecimento, antecipação, avalia-
ção e controle dos riscos ambientais presentes
no ambiente de trabalho. Os riscos que serão es-
tudados são: ruído, calor, radiações (ionizantes
e não ionizantes), vibrações, agentes químicos, e
agentes biológicos. Já estudamos cada um desses
riscos na Unidade 1. Aqui, iremos mostrar como
cada risco é avaliado utilizando os métodos e fer-
ramentas da HO.
A Higiene Ocupacional pode ser definida como a “ciência e arte dedicada à antecipação, reconheci-
mento, avaliação e controle de fatores ambientais ou fatores estressantes presentes ou originários
do ambiente de trabalho, que podem causar doenças, prejudicar a saúde e bem-estar ou trazer
desconforto significativo entre trabalhadores ou cidadãos de uma comunidade”.
Fonte: Goelzer(1998, s.p.).

Iniciamos esta unidade por um dos riscos mais presentes nos ambientes de trabalho: o ruído. Este é
produzido por máquinas e equipamentos usados em diferentes atividades laborais. Exemplos: um
martelo batendo em um prego ou uma marreta batendo em um material metálico; uma lixadeira
fazendo o corte de uma barra de aço; uma furadeira perfurando uma parede; um secador de cabelos
em um salão de cabeleireiros etc.
O ruído pode ser prejudicial à saúde humana quando estiver em uma intensidade muito alta. Para
saber se uma intensidade sonora é segura, é preciso compará-la com um limite de tolerância. O limite
define intensidades de ruído máximas, conforme o tempo de exposição, que não causarão danos à
saúde auditiva da maioria dos trabalhadores que ficam expostos durante toda a vida laboral. Portanto,
a simples presença de ruído em um ambiente de trabalho não significa que ele é um local insalubre
(um ambiente causador de doenças). É preciso usar técnicas de avaliação da HO para determinar a
gravidade da exposição ao ruído. Caso o ambiente seja insalubre, devem ser adotadas medidas para
modificá-lo e fazer o monitoramento das exposições. Para você entender corretamente as bases da
avaliação ocupacional ao ruído, vamos entender primeiro o que é o som.

O termo “insalubre” é usado para designar um ambiente ou atividade que causa danos à saúde dos
trabalhadores. A insalubridade é avaliada por meio da Norma Regulamentadora NR-15, do antigo
Ministério do Trabalho e Emprego (agora Ministério da Economia). No entanto, vale destacar que
algumas atividades e ambientes geram danos à saúde, mas não estão presentes no texto legal NR-15.

UNIDADE 3 77
Som: Potência, Frequência, Ruído,
Ruído Contínuo e Ruído de Impacto

O som é formado por variações na pressão de um meio. Assim, se não existir um meio de propagação
para as ondas sonoras, seja o ar ou a água, por exemplo, não haverá som. O som é formado por ondas
mecânicas. Como toda onda, a onda sonora possui as características de comprimento de onda, am-
plitude e frequência. Observe a Figura 1, que ilustra uma onda mecânica.

Figura 1 - Parâmetros de ondas


Fonte: Fantazzini (2001 apud SESI, 2007, p. 120).
No eixo vertical (Figura 1), temos representado a potência (P) e no
eixo horizontal o tempo. Observe que a potência muda ao longo
do tempo, possuindo um pico dado pela amplitude da onda (A). A
onda se repete conforme seu comprimento (letra grega lambda - λ).
Por que é importante saber essas características do som?
Quando ouvimos um som “muito forte” significa que a sua po-
tência (dada pela amplitude da onda) é muito alta. A potência do
som é medida por meio da unidade decibéis (dB) (Figura 2).

78 Higiene
Intensidade do ruído em dB
90-120 dB
Sirene, alarme 140 Explosão
130 Avião a decolar

85-115 dB 120 Tiro, buzina


Discoteca,
bar musical, 110 Martelo pneumático
concerto Serra mecânica
100
Máquina perfuradora
90 (bermequim)
70-100 dB 80 Recreio
Leitor de música
70 Aspirador
60 Máquina de lavar roupa
50-90 dB
Tráfego rodoviário 50

40
Biblioteca
30
40-80 dB 20
Sala de aula
10 Cabina insonorizada

0 Limiar auditivo
30-80 dB
Voz ciciada,
falada ou Sons excepcionais: Perigo: Limiar do Sem
lesão irreversível sons lesivos som lesivo risco
gritada
Figura 2 - Exemplos de níveis de ruído
Fonte: adaptada de Cochlea (2001, on-line)1.

Veja que a voz humana possui intensidade de 30 maiores de som, e comprimentos maiores geram
a 80 decibéis (dB). O tráfico rodoviário, porém, frequências menores. A frequência de um som é
possui intensidade que varia de 50 dB a 90 dB. medida pela unidade Hertz (Hz) que é o número
Quanto maior a intensidade, mais prejudicial é o de ciclos por segundo de uma onda. O ouvido
som para a saúde auditiva. Sons acima de 90 dB, humano pode ouvir sons na faixa de 16-20 Hz a
como é o caso do ruído produzido por uma serra 16-20 KHz (SESI, 2007).
mecânica ou um martelo pneumático, oferecem
um perigo expressivo para o ouvido, sendo que
intensidades acima de 115 db(A) oferecem risco
grave e iminente (BRASIL, 1978c).
No entanto, não conseguimos ouvir todo tipo Considera-se grave e iminente risco toda condi-
de som. A audibilidade do som dependerá de sua ção ou situação de trabalho que possa causar aci-
frequência. Conforme o comprimento de onda do dente ou doença com lesão grave ao trabalhador.
som, existirão diferentes tipos de frequência. Com- Fonte: Brasil (1978a).
primentos de onda menores geram frequências

UNIDADE 3 79
Quando diversos sons, de diferentes frequências, são produzidos em um ambiente, existe, na verdade,
um ruído – conjunto de sons de diferentes frequências e intensidades. Este ruído pode ser de impacto –
quando produz picos de energia com duração inferior a um 1 segundo a intervalos superiores a 1 segundo
– ou ruído contínuo ou intermitente.
As características de intensidade sonora (medida em dB), frequência (medida em Hz) e tipo de
ruído são importantíssimas nas medições dos níveis de ruído, explicadas a seguir.

Medições: Limites, Ponderação,


Resposta Dinâmica e Dose de Ruído

Como vimos, um ruído será prejudicial à saúde se possuir uma intensidade tal que ultrapasse um certo
valor de limite de tolerância. No Brasil, os limites de tolerância são dados pela Norma Regulamentadora
NR-15, em seus anexos 1 e 2, conforme ilustra a Tabela 1.
Tabela 1 - Limites de tolerância para ruído
NÍVEL DE RUÍDO dB(A) Máxima Exposição Diária Permissível
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Fonte: Brasil (1978c, on-line).

80 Higiene
Veja, aluno(a), como aponta a Tabela 1, uma ex- “IMPULSE” (impacto) ou “FAST” (rápido).
posição a 85 dB(A) durante 8 horas de trabalho Observe que, em um ambiente de trabalho, po-
é considerada uma exposição dentro do limite dem existir diversas fontes de ruído simultâneas.
de tolerância. Entretanto, uma exposição a um O nível de ruído geralmente não permanece o
ruído de 90 dB(A) durante 5 horas de trabalho é mesmo durante toda a jornada de trabalho. Se al-
considerada insalubre, pois o limite de tolerância guns equipamentos são desligados, por exemplo,
para 5 horas de trabalho é de 88 dB(A). o nível de ruído diminui; se o trabalhador circula
por diferentes ambientes durante sua jornada de
trabalho, o nível de ruído irá variar. Diversas outras
situações causam variação no nível de ruído du-
rante a jornada laboral. Para considerar correta-
O limite de tolerância não é o único parâmetro mente as variações de ruído conforme os limites
usado para iniciar a aplicação de medidas correti- de tolerância explicitadas no Quadro 1, é preciso
vas em um ambiente. Caso o valor da intensidade calcular a dose de ruído.
de ruído seja igual a 50% do valor do limite de
tolerância, deve-se tomar uma ação, pois este
valor representa o Nível de Ação.
Fonte: Brasil (1978b).
Os níveis de impacto deverão ser avaliados em
Observe, na Tabela 1, que o ruído está sendo re- decibéis (dB), com medidor de nível de pressão
presentado com a unidade de dB(A). Este “A” na sonora operando no circuito linear e circuito de
unidade possui um significado importante: que resposta para impacto. O limite de tolerância
o ruído está sendo ponderado na curva de pon- para ruído de impacto será de 130 dB (linear).
deração A. Uma curva de ponderação serve para Em caso de não se dispor de medidor do nível
corrigir a intensidade do ruído conforme sua fre- de pressão sonora com circuito de resposta para
quência, já que o ouvido humano tem uma ten- impacto, será válida a leitura feita no circuito de
dência a escutar menos os sons mais graves (de resposta rápida (FAST) e circuito de compensa-
baixa frequência) e ter uma sensibilidade maior ção "C". Neste caso, o limite de tolerância será
para os sons mais agudos (de alta frequência). de 120 dB(C).
Além da curva de ponderação A, existem as cur- Fonte: adaptado de Brasil (1978c).
vas B, C e linear. Para medir o ruído contínuo ou
intermitente, utilizamos a curva A. Esta deve ser
parametrizada no equipamento de medição (que
iremos explicar em seguida). E para medir o ruí-
do de impacto, utilizamos a curva de compensa-
ção C ou linear. Dose de ruído é um valor que expressa a expo-
Além da ponderação, é preciso parametrizar sição ao ruído durante uma jornada de trabalho.
o equipamento de medição quanto ao circuito de Quando seu valor excede a unidade, significa que
resposta. Para ruídos contínuos ou intermitentes, o limite de tolerância foi ultrapassado.
o circuito de resposta é “SLOW” (resposta lenta); Fonte: baseado em Brasil (1978c).
para ruídos de impacto, podemos usar os circuitos

UNIDADE 3 81
A dose é calculada pela seguinte expressão:
C1 C2 C3 Cn
+ + ...
T1 T2 T3 Tn

Em que:
C: tempo total de exposição a um certo nível de ruído.
T: tempo total de exposição permitida para o nível de ruído.

1 EXEMPLO Um trabalhador fica exposto a 85 dB(A) durante 4 horas e a 90 dB(A) durante 2 horas.
Nesse caso, conforme dados da Tabela 1, o valor da dose de ruído é de:

C1 C2 4 2
1
T1 T2 8 4

Neste caso, a dose de ruído não ultrapassou a unidade e o ambiente não é considerado
insalubre.

Realização de medições
de exposição ao ruído
Tenha sua dose extra de
conhecimento assistindo ao Agora que você conhece os conceitos fundamen-
vídeo. Para acessar, use seu tais usados nas medições, vamos entender como
leitor de QR Code. elas são feitas.
São utilizados, basicamente, dois tipos de equi-
pamentos para medir o ruído: o dosímetro e o
medidor de leitura instantânea (conhecido como
decibelímetro) – Figuras 3 e 4.

Figura 3 – Medidor de ruído


de leitura instantânea

82 Higiene
Figura 4 – Dosímetro de ruído
Fonte: Instrutherm ([2020], on-line)2.

O medidor de leitura instantânea é, geralmente, um equipamento


maior, segurado pelo avaliador próximo da zona auditiva do tra-
balhador. O equipamento registra o nível de ruído instantâneo. O
avaliador deverá registrar o nível de ruído, conforme o intervalo
de tempo. Após fazer diversos registros, é feito o cálculo manual da
dose, se necessário, ou então se compara os níveis medidos com o
tempo de exposição para determinar se o limite de tolerância foi
ultrapassado.
Com a utilização do dosímetro, o avaliador não precisa ficar
segurando o equipamento próximo da zona auditiva do trabalhador.
O microfone do dosímetro é preso no ombro do trabalhador, na
zona auditiva, e a dose é fornecida após a medição. Tanto o dosíme-
tro como o medidor de leitura instantânea devem ser configurados
conforme as características do ruído a ser medido. Para o ruído
contínuo ou intermitente:

UNIDADE 3 83
• Para dosímetros: O dosímetro deve atender a algumas especificações
- Circuito de ponderação “A”. mínimas: atender à norma ANSI S1.25-1991 ou
- Circuito de resposta lento (SLOW). suas versões futuras; classificação mínima do tipo 2.
- Critério de referência – 85 dB (A). O medidor integrador portado pelo avaliador
- Nível limiar de integração – 80 dB (A). deve atender: especificações constantes na Nor-
- Faixa de medição mínima - 80 a 115dB ma IEC 804 ou suas versões futuras; classificação
(A). mínima tipo 2.
- Incremento de duplicação de dose - 3 O medidor de leitura instantânea deve aten-
ou 5 (caso esteja usando a NR-15 como der a: norma ANSI S1.4-1983 e IEC 651 ou suas
referência, usar incremento de 5). versões futuras.
- Indicação de ocorrência de níveis supe- Antes de iniciar as medições, é preciso se cer-
riores a 115 dB (A). tificar que os equipamentos utilizados atendam às
• Para medidores de leitura instantânea: especificações apresentadas. Além dos medidores
- Circuito de ponderação “A”. em si, utiliza-se um calibrador acústico que deve
- Circuito de resposta lento (SLOW) ou atender às especificações da norma ANSI S1.40-
rápido (quando especificado pelo fabri- 1984 ou IEC 942-1988. Os calibradores são usados
cante). antes e depois da medição para verificar se houve
- Critério de referência – 85 dB (A). alteração significativa dos valores lidos (variação
- Nível limiar de integração – 80 dB (A). maior que 1db).
- Faixa de medição mínima - 80 a 115dB.
- Incremento de duplicação de dose - 3
ou 5 (caso esteja usando a NR-15 como Utilização de
referência, usar incremento de 5). Protetores Auriculares
- Indicação de ocorrência de níveis supe-
riores a 115dB (A). A proteção contra ruído deve ser preferencial-
mente feita por meio de medidas que atuem dire-
Para a medição de ruído de impacto, as configu- tamente na fonte de ruído. Enclausurar fontes de
rações mínimas são: ruído, construir paredes com material absorvente,
• Circuito de ponderação “linear” ou “C”. realizar a manutenção de equipamentos, fixar pe-
• Circuito de resposta para medição de nível ças soltas em máquinas, dentre outras medidas,
de pico ou FAST. reduzem o nível de ruído produzido nos ambien-
• Faixa de medição de pico mínimo de 100 tes de trabalho. Caso o nível de ruído ultrapasse
a 150dB. um valor mínimo de 80 dB(A), que é o nível de
ação, será preciso fornecer proteção por meio de
protetores auriculares.

84 Higiene
Existem, basicamente, três modelos, ilustrados pela Figura 5.

Protetor Protetor de inserção de Protetor de inserção de


circum-auricular espuma de expansão lenta polímero pré-moldado
Figura 5 – Modelos de protetores auriculares
Fonte: adaptado de Protcap ([2020], on-line)3, Astro Distribuidora ([2020], on-line)4 e Zeus do Brasil ([2020], on-line)5.

Os protetores que possuem melhor eficiência são os circum-auriculares, seguidos pelos de inserção de
espuma de expansão lenta e pelos de inserção de polímero pré-moldado. Para obter um nível maior de
proteção contra ruídos, pode-se utilizar o protetor circum-auricular juntamente com os de inserção.
O que determina o nível de proteção do protetor é seu valor de atenuação NRR (Noise Reduction
Rate ou Nível de Redução do Ruído) expresso em decibéis. Este valor pode ser determinado por qua-
tro métodos diferentes: método longo, NRR, NRRa e NRRSF. O nível de atenuação determinado pelo
método NRRSF é o mais prático de ser utilizado, pois ele considera o nível de atenuação para usuários
leigos no uso dos protetores auriculares, já que o seu mau uso reduz o nível original de proteção de-
terminado por fábrica.

2 EXEMPLO Em uma fábrica, o ruído constante de diversos equipamentos produz uma intensida-
de sonora máxima de 92dB (A) durante oito horas de trabalho. Um protetor auricular
do tipo de inserção pré-moldado possui NRRSF=18db. Quanto de intensidade sonora
chegará ao ouvido do usuário do EPI? A redução é satisfatória? Neste caso, chegará ao
ouvido do usuário a seguinte intensidade:

dB (A) (ouvido) = dB(A)-NRRSF=92-18=74dB(A).

UNIDADE 3 85
Como o limite de tolerância para oito horas é de 85 dB (A), verificamos que a atenuação é satisfatória.
O exemplo mostrou como é prático o uso do NRRSF. No entanto, seu valor pode ser usado direta-
mente se o trabalhador usar o protetor durante toda sua jornada de trabalho. Caso ele use parcialmente,
deve ser feito uma correção, que é dada pela Tabela 2.
Tabela 2 – Correção para o NRR nominal de protetores
CORREÇÃO PARA O NRR NOMINAL DO PROTETOR
Tempo de uso em porcentagem de jornada de 8 horas
50 75 87,5 94 98 99 99,5 100% do tempo NRR – atenuação nominal
-20 -15 -11 -7 -3 -2 -1 25
-15 -11 -7 -4 -2 -1 -1 20
-11 -7 -4 -2 -1 -1 0 15
-7 -4 -2 -1 -1 0 0 10
-240 120 60 30 10 5 2,5 0
Tempo de não uso em minutos por jornada de 8 horas

Fonte: Fantazzini (apud SESI, 2007, p. 142).

Para o nosso exemplo, se o protetor não é usado durante 1 hora (60 min) da jornada laboral, a porcen-
tagem de uso em relação à jornada de oito horas é de:

480  60
 0, 875  87, 5%
480
Cruzando esse valor com o valor de NRR = 20 na Tabela 2 (usamos o valor de 20, pois é o que mais se
aproxima do valor do NRRSF = 18 do protetor), obtemos um desconto de -7. Portanto, o nível de ruído
médio que chegará ao ouvido do trabalhador durante toda a jornada de trabalho será de:

dB(A)(ouvido) = dB(A) - NRRSF(com desconto) = 92 - 11 = 81dB(A)

Veja que, após avaliar a exposição ao ruído, é preciso determinar o equipamento de proteção mais
adequado que, no caso do protetor auricular, precisa ser verificado quanto ao seu correto uso (durante
toda a jornada de trabalho em que há exposição ao ruído e colocação correta do equipamento).
Vimos que a avaliação do ruído é feita de forma quantitativa, utilizando-se equipamentos de medição
de pressão sonora, e que as medidas de controle são aplicadas conforme o nível de ruído encontrado.
Em algumas situações, quando o nível de ruído não atinge 50% do valor do limite de tolerância, as
medidas de controle podem ser dispensadas.
Agora, vamos estudar outro agente ambiental físico: o calor. Assim como o ruído, o calor pode gerar
apenas um desconforto ou, dependendo de sua intensidade, tempo de exposição e tipo de atividade
desenvolvida, pode gerar doença nos trabalhadores.

86 Higiene
Calor

Neste momento, como está a temperatura do seu


ambiente? Com certeza você já passou pelo des-
conforto criado pelo calor. Especialmente aqui
no Brasil, a temperatura ambiental pode atingir
valores que geram diversas reações no corpo: suor
excessivo, sensação de cansaço e desânimo, difi-
culdade para raciocinar em algumas situações
etc. Será que o calor que sentimos no dia a dia,
especialmente no verão, é prejudicial à nossa saú-
de? O calor se torna prejudicial aos trabalhadores
quando ocorre uma sobrecarga térmica no orga-
nismo. Se o calor gerado pelo corpo não é dissipa-
do satisfatoriamente, ocorre a sobrecarga. O calor
vem de fontes artificiais de ambiente interno e do
sol. Alguns exemplos de fontes artificiais de calor
são: fornos, muflas, fogões industriais, chapa para
fritura de carnes, motores etc. Os trabalhadores
recebem o calor dessas fontes e, ao mesmo tempo,
desempenham atividades que produzem calor em
seu organismo. A combinação da temperatura
ambiente e dos períodos de descanso deve ser tal
que permita uma dissipação do calor produzido
pelo corpo .

UNIDADE 3 87
tes termômetros: termômetro de bulbo úmido
(tbn), termômetro de globo (tg) e termômetro de
bulbo seco (ts). O outro parâmetro avaliado é a
taxa metabólica (M), que é dependente da ativi-
dade realizada. Estes dois parâmetros estabelecem
os limites de tolerância ao calor que, quando ul-
trapassados, gerarão a sobrecarga térmica.
O IBUTG é calculado por duas equações diferen-
tes. Para ambientes sem carga solar, ele é dado por:
IBUTG = 0,7tbn + 0,3tg (1)

E para ambientes com carga solar:

Formas de trasmissão de calor IBUTG = 0,7tbn + 0,2tg + 0,1ts(2)

Para avaliar o risco de uma atividade com exposi- A taxa metabólica não é calculada por meio de
ção ao calor, são avaliados basicamente dois parâ- equação. Ela é obtida por meio de tabelas. A se-
metros. O Índice de Bulbo Úmido Termômetro guir, estão dispostas as taxas de metabolismo
de Globo (IBUTG) é um valor de temperatura por atividade de acordo com a NR-15, anexo III
composto pela temperatura lida por três diferen- (BRASIL, 1978c).

Tabela 3 – Taxas de metabolismo por atividade


TIPO DE ATIVIDADE Kcal/h
SENTANDO EM REPOUSO 100
TRABALHO LEVE
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex.: datilografia). 125
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex.: dirigir). 150
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 150
TRABALHO MODERADO
Sentado, em movimentos vigorosos com braços e pernas. 180
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 175
De pé, trabalho moderado, em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 220
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar. 300
TRABALHO PESADO
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoção com pá). 440
Trabalho fatigante. 550

Fonte: Brasil (1978c, p. 3).

88 Higiene
A temperatura a que trabalhadores ficam expostos
varia significativamente de acordo com o horário do
dia e da atividade. Para avaliar o IBUTG, é preciso Trabalhadores aclimatizados são aqueles que
selecionar o período da jornada de trabalho em que a passaram pela aclimatização, que é a “adaptação
situação está mais crítica. A medição de temperatura fisiológica decorrente de exposições sucessivas e
deve ocorrer por um período de 60 min. Neste pe- graduais ao calor que visa reduzir a sobrecarga
ríodo, a situação térmica deve ser a mais desfavorável fisiológica causada pelo estresse térmico”.
possível, ou seja, com temperatura ambiente alta e Fonte: Fundacentro (2017, p. 13).
taxa metabólica alta. A medição é feita por meio de
um dispositivo que possui os três termômetros que
comentamos, conforme ilustrado pela Figura 6.

Sensor

2,5 cm

Figura 6 – Conjunto eletrônico e convencional para leitura do IBUTG


Fonte: Fundacentro (2017, p. 31).

O dispositivo da esquerda é um conjunto eletrônico que fornece diretamente o valor de IBUTG.


Ele possui uma esfera de cobre oca de seis polegadas de diâmetro, pintada de preto, para captar a
temperatura de globo proveniente do calor irradiado. Ao lado, há um pequeno pote que possui um

UNIDADE 3 89
termômetro envolto por um pavio umedecido. Ele fornece a temperatura de bulbo úmido. E mais à
direita há o termômetro de bulbo seco. O dispositivo da direita da figura é um conjunto convencional,
composto pelos três termômetros já citados, mas que não fornecem a leitura direta do IBUTG e sim a
leitura individual de cada temperatura. Neste caso, é preciso fazer o cálculo do IBUTG por meio das
equações apresentadas. O dispositivo de medição deve ficar posicionado no local em que permanece
o trabalhador e na altura do corpo da região mais atingida.
Vejamos alguns exemplos de medição e avaliação da exposição ocupacional ao calor.

Avaliação do IBUTG para Regime de Trabalho Intermitente com


Períodos de Descanso no Próprio Local de Prestação de Serviço

Há situações em que os trabalhadores que ficam expostos ao calor realizam pausas para descanso (mo-
mento em que a taxa metabólica diminui) no próprio local de trabalho. Este é o caso, por exemplo, de
um trabalhador que carrega com material um forno e espera por alguns minutos, na frente do forno,
para fazer a retirada do material. O período em que ele não faz o carregamento é considerado período
de descanso no próprio local de trabalho. Os limites de tolerância são estabelecidos pela Tabela 4.
Tabela 4 – Limites de tolerância para regime de trabalho intermitente com descanso no próprio local de trabalho

REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE TIPO DE ATIVIDADE


COM DESCANSO NO PRÓPRIO LOCAL
DE TRABALHO (por hora) LEVE MODERADA PESADA

Trabalho contínuo Até 30,0 Até 26,7 Até 25,0


45 minutos trabalho
30,1 a 30,5 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
15 minutos descanso
30 minutos trabalho
30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
30 minutos descanso
15 minutos trabalho
31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
45 minutos descanso
Não é permitido o trabalho, sem adoção
Acima de 32,2 Acima de 31,1 Acima de 30,0
de medidas adequadas de controle

Fonte: Brasil (1978c, p. 1).

90 Higiene
3 EXEMPLO Um trabalhador carrega material em uma mufla para um experimento científico du-
rante 5 min. e, a seguir, ele aguarda por 20 min. o aquecimento do material e gasta
mais 5 min. para fazer a retirada do material. Como não há carga solar, foram medidas
as temperaturas de globo e de bulbo úmido apenas, obtendo-se os seguintes valores:
tg = 35 °C; tbn = 25 °C.
Neste caso, avaliou-se que a atividade do trabalhador é de intensidade moderada e que
o período em que ele aguarda na frente da mufla é considerado período de descanso.
Utilizando a Equação (1), temos:

IBUTG = 0,7tbn + 0,3tg = (0,7x25) + (0,3x35) = 28 °C (Eq.1)

Para este valor de IBUTG, conforme a Tabela 4, o trabalhador deve trabalhar, no máximo,
45 min. e descansar, no mínimo, 15 min. dentro de uma hora de trabalho. O seu ciclo
de trabalho dura 30 min. (soma dos tempos de atividade e descanso). Se em 30 min.
ele trabalha 10 min e descansa 20min (soma dos tempos de carregamento e descarre-
gamento da mufla), significa que, em uma hora, ele irá trabalhar 20 min. e descansar
40 min. Portanto, para o valor de IBUTG = 28 °C, o tempo de descanso e trabalho está
sendo atendido e a atividade não é insalubre do ponto de vista do calor.

Avaliação do IBUTG para Regime de Trabalho Intermitente


com Períodos de Descanso em Outro Local (Local de Descanso)

Quando o trabalhador executa sua atividade exposto ao calor e depois vai para outro ambiente termi-
camente mais ameno, exercendo atividade leve ou ficando em repouso, a avaliação do IBUTG é feita
de outra forma. Neste caso, são utilizados os limites de tolerância da Tabela 5.
Tabela 5 – Limites de tolerância para regime de trabalho intermitente com descanso em outro local (local de descanso)
M (Kcal/h) MÁXIMO IBUTG
175 30,5
200 30,0
250 28,5
300 27,5
350 26,5
400 26,0
450 25,5
500 25,0
Fonte: Brasil (1978c, p. 2).

UNIDADE 3 91
Nesse tipo de avaliação, deve-se registrar o IBUTG e a taxa de metabolismo M para o local de trabalho
e para o local de descanso. Em seguida, são calculados os seus valores médios e é feita a comparação
de seus valores com os dados da Tabela 5. O cálculo dos valores médios é feito da seguinte maneira:
( IBUTGt xTt )  ( IBUTGd xTd )
IBUTG  ( Eq.2)
60

Em que:
IBUTG : IBUTG médio.
IBUTGt: IBUTG no local de trabalho.
Tt: tempo total de trabalho dentro de 60 minutos.
IBUTGd: IBUTG no local de descanso.
Td: tempo total de descanso dentro de 60 minutos.

( M t xTt )  ( M d xTd )
M ( Eq.3)
60
Em que:
M : taxa metabólica média.
Mt: taxa metabólica no local de trabalho.
Tt: tempo total de trabalho dentro de 60 minutos.
M d: taxa metabólica no local de descanso.
Td: tempo total de descanso dentro de 60 minutos.

4 EXEMPLO Um trabalhador carrega material em uma mufla para um experimento científico durante
5 min. e a seguir ele sai da sala e vai para uma sala administrativa e permanece lá por
20 min. Em seguida, ele retorna à mufla e fica exposto ao calor por 5 min. para fazer a
retirada do material. Como não há carga solar, foram medidas as temperaturas de globo
e de bulbo úmido apenas, obtendo-se os seguintes valores para o local de trabalho:
tg = 35 °C
tbn = 25 °C
No local de descanso, os valores de temperatura medidos foram:
tg = 28 °C
tbn = 20 °C
Nesse caso, avaliou-se que a atividade de carregar e retirar o material na mufla tem
intensidade moderada, com M=175 kcal/h e a atividade realizada em sala administra-
tiva tem intensidade leve, com M=125 kcal. Observe que o trabalhador, durante uma
hora, trabalha o equivalente a 20 min. e fica em local de descanso durante um tempo
equivalente a 40 min.
Como os locais de trabalho e descanso são diferentes, devemos calcular o valor médio

92 Higiene
de IBUTG e da taxa metabólica com aplicação das Equações 2 e 3:

IBUTG t (0 , 7x 25 ) ( 0 , 3 x 35) 28 C

IBUTG d (0, 7 x 20 ) (0, 3 x 28) 22 ,4 C

( IBUT Gt xTt) ( IBUTG d xTd ) ( 28 x 20 ) ( 22, 4 x 40)


IBUTG 24, 27 C
60 60
( 175 x 20 ) ( 125 x 40 )
M , kcal / h
14167
60
Para uma taxa M de até 175 kcal/h, conforme os limites de tolerância apresentados,
o valor de IBUTG deve ser, no máximo, 30,5 °C. Portanto, nesta situação, o limite de
tolerância não foi ultrapassado.

Como vimos, o calor é avaliado quantitativamente por meio do índice IBUTG e este se diferencia
conforme o regime de trabalho. Em outro momento, estudaremos outro agente ambiental físico: as
vibrações. Diferentemente do ruído e calor que explicamos como é feita a avaliação quantitativa, iremos
focar na avaliação qualitativa deste agente ambiental.

UNIDADE 3 93
Radiações

Ruído e calor são dois agentes ambientais que


normalmente percebemos em nosso ambiente. E
as radiações, você consegue perceber com facili-
dade? Embora sejam invisíveis, podemos perceber
seus efeitos, principalmente em nossa pele. É fácil
observar que, após uma longa exposição aos raios
solares, nossa pele muda de cor, geralmente com
o aparecimento de manchas ou sinais de queima-
dura. Os raios possuem um conjunto de radia-
ções com efeito térmico. As radiações possuem
muitas aplicações industriais e nas atividades do
cotidiano. As radiações ionizantes são utilizadas
no controle de qualidade de soldas, esterilização
de alimentos, medição de densidade de materiais,
dentre outros. As radiações não ionizantes são
utilizadas na topografia, esterilização de bancadas
de trabalho, solda e corte, cortinas de luz, mapea-
mento de superfícies e iluminação.
A seguir, apresentamos conceitos básicos de
avaliação da exposição ocupacional às radiações.

94 Higiene
Avaliação da Exposição
Ocupacional a Radiações Ionizantes

Este tipo de radiação possui grandes efeitos na saúde humana, como os efeitos genéticos que são trans-
mitidos hereditariamente. Alguns efeitos são: anemia, diminuição do número de plaquetas, inibição
da proliferação celular, redução da fertilidade, fibrose renal e hepatite de radiação (SALIBA, 2014).
As radiações ionizantes são de diferentes tipos: radiações alfa, beta, gama, raios-x, elétrons, prótons
e nêutrons. Conforme o anexo 5 da NR-15, os limites de tolerância, as obrigações e os controles básicos
para a proteção contra os efeitos causados pela radiação ionizante estão na Norma CNEN-NE-3.01
“Diretrizes Básicas de Radioproteção”, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Esta nor-
ma estabelece os limites de dose individual para os indivíduos ocupacionalmente expostos, conforme
Tabela 6.

Tabela 6 – Limites de dose individual


Limites de Dose Anuais [a]

Indivíduo do
Grandeza Órgão Indivíduo ocupacionalmente exposto
público

Dose efetiva Corpo inteiro 20 mSv [b] 1mSv [c]

20 mSv [b]
Dose equivalente Cristalino 15mSv
(Alterado pela resolução CNEN 114/2011)

Pele [d] 500 mSv 50 mSv

Mãos e pés 500 mSv ---


Fonte: CNEN (2014, p. 13).

UNIDADE 3 95
A medição de radiação ionizante é feita por meio de medições de área, que medem o nível de radiação
de maneira instantânea, e por meio de medições individuais, utilizando dosímetros, que registram a
radiação acumulada ao longo do tempo. A unidade de medida é o Sievert(Sv). Dentre os equipamentos
utilizados nas medições existem (SOUZA, 2008):
• Câmara de ionização (medição de raios-x em pulsos).
• Detector Geiger Müller (medição de radiação de partículas alfa, beta, gama e raios-x).
• Detector de cintilação.
• Caneta dosimétrica.
• Filme dosimétrico (medição de raios-x, partículas gama e nêutrons).
• Dosímetro termoluminiscente (medição de elétrons, prótons, partículas gama, beta e raios-x).

O uso de cada tipo de equipamento vai depender da sensibilidade e robustez requeridas e do tipo de
radiação a medir.
Na avaliação das radiações ionizantes, é preciso estar atento às medidas de controle existentes e ao
tempo de exposição, bem como à intensidade de energia recebida pela fonte de radiação. Quanto mais
próximo o trabalhador estiver delas, maior serão os efeitos nocivos.

Avaliação da Exposição Ocupacional


a Radiações Não Ionizantes

As radiações não ionizantes possuem efeito térmico importante no organismo humano. A luz do sol
representa uma radiação não ionizante que pode aquecer tecidos e até penetrar na epiderme. A avaliação
desse tipo de agente físico, para fins de insalubridade, é descrita no anexo 7 da NR-15. Ele determina
que as micro-ondas, ultravioletas e o LASER são radiações não ionizantes e que a exposição a elas, sem
proteção adequada, pode caracterizar situação insalubre.
A avaliação deste agente, para fins legais, é feita de forma qualitativa, ou seja, é preciso:
a) Identificar se existe alguma fonte de radiação não ionizante no local de trabalho, descrevendo
suas características.
b) Identificar se existe proteção adequada que impeça que as ondas atinjam a pele, olhos e demais
partes do corpo humano.
c) Identificar os efeitos da exposição, em decorrência do tipo de radiação não ionizante, sua in-
tensidade e o tempo de exposição.

As radiações não ionizantes são ondas eletromagnéticas que carregam partículas discretas de energia,
porém elas não desalojam elétrons dos tecidos humanos, como as radiações ionizantes.
As micro-ondas e as ondas de alta frequência possuem limites de tolerância definidos pela ACGIH.
As ondas de alta frequência possuem limites de tolerância dados pela Lei 11.934/2009 e resolução
ANATEL 303, de 02 de julho de 2002. Essas ondas possuem comprimentos de onda maiores, de 100
km a 0,3 cm (SESI, 2007). Elas são usadas em estações de rádio, TV, aplicações médicas, radar e no
micro-ondas.

96 Higiene
Os raios ultravioletas se dividem em UVA, UVB e UVC. Seu
comprimento de onda é bem menor do que as micro-ondas e as
ondas de alta frequência, girando em torno de 400 nm a 100 nm
(SESI, 2007). As ondas ultravioletas possuem um efeito térmico e
ocular importantes, sendo que não são percebidos de imediato. O
trabalhador que fica exposto a essas radiações poderá perceber
seu efeito nocivo apenas após 6 ou 12 horas de exposição. Além de
atingirem o corpo diretamente, as radiações UV atacam os traba-
lhadores por meio de ondas refletidas. Algumas fontes de radiação
UV são: sol, arcos elétricos, soldas (principalmente as modalidades
protegidas com argônio – MIG, TIG, MAG), lâmpadas germici-
das, lâmpadas de vapor de mercúrio, cura de resinas, lâmpadas da
indústria gráfica e corpos incandescentes acima de dois mil graus
Celsius (SESI, 2007).
O LASER é uma sigla para Amplificação de Luz por Emissão
Estimulada de Radiação. Ele pode reproduzir vários tipos de radia-
ção não ionizante, possui como característica principal concentrar
uma grande quantidade de energia em uma pequena área. Isso
pode causar a destruição de tecidos atingidos pelo raio LASER.
Ao contrário das demais radiações não ionizantes, o LASER não
perde energia conforme sua distância da fonte que o originou. Para
conhecer a potência do laser, você pode consultar a sua classificação.
Os LASERs são classificados em cinco classes (SALIBA, 2014):
a) Classe I – risco baixo, poder irradiante baixo.
b) Classe II – potência maior que 1,0 mW.
c) Classe IIIA – potência entre 1 a 5,0 mW.
d) Classe IIIB – potência de 5 a 500 mW.
e) Classe IV – potência maior que 500 mW.

As radiações estão presentes em diversas atividades. Como vimos,


é necessário identificá-las, determinando sua natureza. A avaliação
qualitativa das fontes de radiação permite implementar medidas
de controle eficazes. Vejamos, agora, o agente ambiental vibrações.
Diferentemente das radiações que são ondas eletromagnéticas, as
vibrações são formadas por ondas mecânicas. Elas serão explicadas
no tópico a seguir.

UNIDADE 3 97
Vibrações

Você já andou em um veículo em uma estrada não


asfaltada, por exemplo, em um sítio? Se passou
por situação parecida, deve ter experimentado o
efeito das vibrações sobre o corpo. Elas são cau-
sadas pelo movimento de partes rotativas e por
peças de máquinas e equipamentos que possuem
movimentos repetitivos. A vibração acontece pelo
desiquilíbrio de forças atuando sobre um corpo.
Assim, ora existe uma aceleração sobre o corpo,
ora existe uma desaceleração. Esta é a principal
variável utilizada para caracterizar uma vibra-
ção. Outras variáveis associadas são a velocida-
de, frequência e deslocamento produzidos pela
vibração. Imagine, por exemplo, um trabalhador
usando uma furadeira. O movimento rotativo da
broca causará acelerações na mão do trabalhador.
Essas acelerações podem ocorrer nos três eixos
possíveis de movimento – eixos x, y e z. Outro
caso é a vibração causada pelo movimento de
um trator que é transmitida ao operador que se
encontra sentado no equipamento. A vibração
passa pelas suas nádegas e pode ocorrer nos três
eixos possíveis de movimento – eixos x, y e z. A
Figura 7 ilustra os eixos possíveis em que pode
ocorrer aceleração no corpo humano em função
das vibrações.

98 Higiene
z
z

y x
x
x

y
Figura 7 – Eixos de medição de vibração de corpo inteiro
Fonte: Norma ISO 2631:1985 (apud SESI, 2007, p. 169).

Portanto, para saber se uma exposição ocupacional à vibração é prejudicial à saúde, é preciso medir
a aceleração associada ao movimento vibratório, considerando o eixo em que ela ocorre. A vibração
intensa por longos períodos de tempo está associada à degeneração primária de vértebras e efeitos
no sistema nervoso. Caso ela ocorra em ambientes frios ou com más posturas corporais, as dores na
coluna podem ser intensificadas. Considerando estes efeitos, a NR-15, em seu anexo 8, estabeleceu
limites de tolerância para vibração de corpo inteiro (VCI) e vibração de mãos e braços (VMB). Não
detalharemos todos os cálculos envolvidos na avaliação da exposição ocupacional à vibração, mas nos
ateremos aos principais cálculos usados para determinar se uma exposição ultrapassa ou não o limite
de tolerância estabelecido pela norma.

Avaliação de Vibração de Corpo Inteiro

Esta avaliação é feita por meio de equipamento denominado medidor de vibração. Ele deve atender à
norma ISO 8041:2005 (SALIBA, 2014). Este equipamento possui um acelerômetro triaxial que converte
os sinais mecânicos da vibração em sinais elétricos, mostrando o resultado da vibração resultante em
relatórios que são usados para determinar se o limite ocupacional foi ou não ultrapassado durante a
exposição.

UNIDADE 3 99
Deve-se medir a aceleração ponderada (rms) nos três eixos de
vibração e calcular a aceleração soma resultante. Outra grandeza
medida pelo equipamento é o Valor de Dose de Vibração Resultante
(VDVR) que considera acelerações bruscas de vibração. A medi-
ção é feita durante um ciclo de trabalho e, portanto, não engloba a
jornada completa do trabalhador. Neste caso, é preciso calcular a
aceleração resultante normalizada para uma jornada de trabalho.
No cálculo do VDVR, deve-se considerar o tempo de exposição e
o tempo de medição. A seguir, apresentamos as principais equações
utilizadas na avaliação de vibração de corpo inteiro e um exemplo
de sua aplicação (SALIBA, 2014).
At  (1, 4 Awx )2  (1, 4 Awy )2  ( Awx )2 (Eq. 4)

Em que:
At: aceleração resultante.
Awx: aceleração ponderada no eixo x.
Awy: aceleração ponderada no eixo y.
Awz: acelaração ponderada no eixo z.

A Equação 4 mostra o valor de aceleração resultante da vibração


composta pelas vibrações nos três eixos de medição, ou seja, o equi-
pamento de medição mede os valores de aceleração nos três eixos e
elas compõem uma aceleração resultante que é usada para avaliar
a exposição. Essa aceleração resultante é usada na equação a seguir.

a2 w1.t1  a2 w2 .t2  ...  a2 wn .tn


AEQ  (Eq. 5)
t1  t2  ...  tn

Em que:
AEQ: aceleração equivalente ao tempo de exposição total.
a2wn: aceleração ponderada durante parte do tempo de exposição.
tn: tempo de exposição em que ocorreu a n-ésima aceleração.

A Equação 5 é usada para calcular a vibração resultante de diver-


sos tipos de exposição. Na prática, dentro de um ciclo de trabalho,
existem diferentes exposições à vibração. Por exemplo, um trator,
quando está no asfalto, gera vibração bem diferente de quando está
em uma estrada de terra ou quando está fazendo o carregamento
ou descarregamento de um material. Utilizamos a Equação 5 para
determinar a vibração equivalente ao tempo total de avaliação da

100 Higiene
exposição ocupacional à vibração. Dividimos a exposição total em
parcelas de tempo, conforme o valor de aceleração total medida em
cada parcela. A aceleração equivalente representa apenas parte da
exposição e toda a exposição deve ser considerada para uma jor-
nada de trabalho de oito horas. Este valor é obtido pela Equação 6:

T
Aren = are ( Eq.6)
T0
Em que:
Aren: aceleração normalizada resultante para a jornada de trabalho.
Are: aceleração resultante.
T: Tempo de duração da jornada diária de trabalho.
T0: 8 horas ou 480 minutos.

O valor de aceleração equivalente obtido pela Equação 5 deve ser


normalizado para uma jornada de trabalho de 8 horas. Isso é feito
por meio da Equação 6. Além do valor da aceleração normalizada
resultante, existe o valor de dose de vibração:

TE
VDVE = fVDV j 4 (Eq. 7)
TM
Em que:
VDVE: valor de dose de vibração determinado para cada eixo.
f: fator de multiplicação em função de cada eixo.
VDVj: valor de dose de vibração dp j-ésimo eixo.
TE: tempo de exposição em minutos ou hora.
TM: tempo de medição ou da amostra.

Além do valor de aceleração ponderada, é preciso avaliar o valor de


dose de vibração. Este valor é obtido, para cada eixo, por meio da
Equação 7. Após calcular o valor de cada eixo, é feito o cálculo para
o Valor de Dose de Vibração Resultante por meio da Equação 8.

VDVR  4 (1, 4VDVEx ) 4  (1, 4VDVEy ) 4  (VDVEz )4 (Eq. 8)


Em que:
VDVR: valor de dose de vibração resultante.
VDVEx: valor de dose de vibração no eixo x.
VDVEy: valor de dose de vibração no eixo y.
VDVEz: valor de dose de vibração no eixo z.

UNIDADE 3 101
Comparamos os valores de aren e VDVR com os limites de tolerân-
cia, estabelecidos no anexo 8 da NR-15 (BRASIL, 1978c):

aren = 1, 1m / s 2
VDVR = 21, 0m / s1,75

Vejamos um exemplo de medição de vibração.

5 EXEMPLO Um trabalhador fica exposto à vibração de corpo inteiro ao operar um trator. Sua ex-
posição ocorre em ciclos de trabalho com duração total de uma hora. O ciclo se repete
durante quatro vezes na jornada de trabalho e é composto por quatro operações:
Tabela 7 - Operações do ciclo de trabalho

Aceleração Tempo Tempo total na jornada


Operação
m/s² (min) de trabalho (min)

1 - Dirigir trator até o abastecimento 0,70 20 80

2 - Aguardar abastecimento 0,60 5 20

3 - Dirigir trator até o gramado para


0,70 5 20
corte

4 - Realizar corte de grama com o


1,40 30 120
trator

Total 60 240
Fonte: o autor.

Tabela 8 – Valores de dose de vibração medidos em cada eixo

Eixo VDV
x 5,0 m/s1,75

y 6,0m/s1,75

z 9,0 m/s1,75

Fonte: o autor.

Os valores de aceleração medidos já são os valores de aceleração ponderada total para


os três eixos. Portanto, não necessitamos fazer o cálculo utilizando a Equação (4), mas
precisamos calcular a aceleração equivalente:
a2 w1.t1 a2 w2 .t2 a2 w3 .t3 a2 w4 .t4 0, 72.20 0, 62.5 0, 72.5 1, 402.30
AEQ = =
t1 t2 t3 t4 20 5 5 30
72, 85
1,10m/s2
60

102 Higiene
Precisamos, agora, determinar o valor da aceleração normalizada para jornada de oito
horas. Esse valor é dado pela Equação 6, considerando que o tempo total da jornada
com exposição é de 240 min:
T 240
Aren  are  1, 10  0, 78 m / s 2
T0 480

Os valores de dose de vibração determinados medidos para cada eixo precisam ser
projetados de acordo com o tempo de exposição, já que os valores foram obtidos ape-
nas para 60 minutos de exposição (tempo de um ciclo). Fazemos o cálculo do valor de
dose de vibração utilizando a Equação 7. Na aplicação desta equação, vamos considerar
que o equipamento de medição já incorporou, nos valores medidos de VDV, o fator de
multiplicação de cada eixo. Assim, o cálculo fica:
TE 240
VDVEx VDVx 4 =5.4 7, 07 m / s1,75
TM 60
TE 240
VDVEy VDV y 4 =6.4 8, 48 m / s1,75
TM 60
TE 240
VDVEz VDVz 4 =9.4 12, 73 m / s1,75
TM 60
Com esses valores, calculamos o valor de vibração resultante dado pela Equação 8 (sem
os fatores de multiplicação para cada eixo):

VDVR 4 (VDVEx ) 4 (VDVEy ) 4 (VDVEz ) 4 =


4 (7, 07) 4 (8, 48) 4 (12, 73) 4 13,57 m/s1,75
Comparando os valores com os limites de tolerância do anexo 8 da NR-15, concluímos
que a exposição à vibração não ultrapassa os limites de tolerância e, portanto, a ativi-
dade não é insalubre.

Avaliação de Vibração de Mãos e Braço

A vibração localizada, de mãos e braços, provoca a obstrução do sangue (isquemia) que causa o
branqueamento de dedos. Isso acontece quando os trabalhadores ficam expostos diariamente a
vibrações em valores acima de limite de tolerância definido por normas técnicas. Os trabalhadores
podem não perceber este efeito, pois ele se inicia pelo branqueamento de dedos por curtos períodos
de tempo. No entanto, o quadro pode se desenvolver chegando à necrose nas pontas dos dedos das
mãos (SALIBA, 2014).
A Fundacentro e a Comunidade Europeia adotam como limite de tolerância para VMB o valor de
5 m/s² e como nível de ação o valor de 2,5 m/s². Este valor é o da aceleração resultante normalizada.
Inicialmente deve-se calcular o valor da aceleração resultante ou também chamada de aceleração
equivalente, dada pelas Equações 5 e 6, explicadas anteriormente, porém aplicadas para valores de

UNIDADE 3 103
aceleração do vetor resultante, atuando diretamente nas mãos e braços. Veja o cálculo desses valores
no exemplo a seguir.

6 EXEMPLO Um trabalhador da indústria metalúrgica utiliza diariamente uma lixadeira durante


um período de 4 horas de trabalho. Para verificar sua exposição à vibração de mãos
e braços, foram medidos os valores de aceleração resultante em quatro operações
distintas, conforme tabela a seguir.
Tabela 9 – Operações do ciclo de trabalho

Operação Aceleração m/s² Tempo de medição (min)


01 8,5 30
02 8,0 15
03 8,9 5
04 7,5 10

Fonte: o autor.

O valor de aceleração resultante é de:

a2 w1.t1 a2 w2 .t2 a2 w3 .t3 a2 w4 .t4 8, 52.30 82.15 8, 92.5 7, 52.10


AEQ = =
t1 t2 t3 t4 30 15 5 10
4086, 05
8, 25 m/s 2
60

Considerando que o tempo de exposição é de 4 horas, a aceleração resultante norma-


lizada para uma jornada de oito horas é igual a:

T 4
Aren  are  8, 25  5, 83 m / s 2
T0 8

Concluímos que esta exposição é prejudicial ao trabalhador, pois ultrapassa o limite de


tolerância de 5 m / S2, e correções devem ser feitas para diminuir a intensidade do agente.

Finalizamos a primeira parte do nosso estudo de HO. Na próxima unidade, abordaremos os riscos
químico e biológico e apresentaremos exemplos de medidas de controle recomendadas para o controle
da exposição contra agentes químicos.

104 Higiene
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.

1. Um trabalhador opera uma empilhadeira dentro de uma fábrica onde existem di-
versos equipamentos, como dobradeiras, lixadeiras, furadeiras e parafusadeiras.
Foi realizada medição de ruído e chegou-se à conclusão que o trabalhador fica
exposto a um nível diário de ruído de 92db(A) durante oito horas de trabalhos.
Considerando essa situação, responda:
a) O valor medido pode ser usado para determinar a exposição ao ruído dos
demais trabalhadores?
b) Qual equipamento de medição de ruído é o mais recomendado para fazer a
medição da exposição ao ruído do operador de empilhadeira?
c) O trabalhador deverá utilizar EPI contra ruídos? Em caso afirmativo, qual equi-
pamento você recomendaria? Em caso negativo, justifique sua resposta.

2. Em uma cozinha industrial, trabalham cinco cozinheiros. Dois deles começaram


a reclamar com frequência que estão com a pressão baixa. Este pode ser um
dos efeitos da exposição ao calor. Considerando esta situação, responda:
a) Na atividade em questão, pode existir a sobrecarga térmica? Justifique sua
resposta.
b) Para confirmar se o trabalho tem relação com o problema de saúde relatado,
o que pode ser feito?
c) Como deve ser feita a medição da exposição ao calor?

105
3. Em um laboratório de pesquisa, foi constatada a presença de radiação beta e LA-
SER. Você foi chamado para avaliar o risco desses agentes ambientais. Responda:
a) Qual é a classificação dessas radiações?
b) Como pode ser feita a avaliação quantitativa da exposição à radiação beta?
c) Como pode ser feita a avaliação qualitativa da exposição ao LASER?

4. Um trabalhador, denominado de trabalhador “A”, utiliza diariamente uma bri-


tadeira em uma obra de construção civil. Outro trabalhador, denominado de
trabalhador “B”, pilota diariamente um trator, dentro da obra, por quatro horas
diárias. A exposição à vibração do trabalhador “B” foi medida e obteve-se o valor
de aceleração equivalente igual a 2 m/s2. Considerando estes dados, responda:
a) A que tipo de vibrações os trabalhadores A e B estão expostos?
b) O trabalhador B trabalha em condições insalubres?

106
LIVRO

Técnicas de Avaliação de Agentes Ambientais: Manual SESI


Autor: Serviço Social da Indústria
Editora: SESI
Sinopse: este Manual é resultado do Curso de Avaliação de Agentes Ambientais,
promovido pelo Departamento Nacional do SESI, em 2004/05, para seus 27 De-
partamentos Regionais. Este curso foi ministrado pelos professores Mario Luiz
Fantazzini e Maria Cleide Sanchez Oshiro que produziram o material pedagógico
que ora se transforma neste Manual.
Comentário: este manual se encontra disponível na internet para ser baixado gra-
tuitamente. Possui um resumo dos métodos de avaliação de agentes ambientais.

107
ANATEL. Resolução n° 303, de 2 de julho de 2002 (revogada). Aprova o Regulamento sobre Limitação da
Exposição a Campos Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos na Faixa de Radiofrequências entre 9 kHz e 300
GHz. Anatel, Diário Oficial da União, 2002. Disponível em: https://www.anatel.gov.br/legislacao/resolucoes/
17-2002/128-resolucao-303. Acesso em: 27 jan. 2020.

BRASIL. Lei nº 11.934, de 5 de maio de 2009. Dispõe sobre limites à exposição humana a campos elétricos,
magnéticos e eletromagnéticos; altera a Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965; e dá outras providências. Brasília:
Diário Oficial da União. 2009. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/
L11934.htm. Acesso em: 17 jan. 2020.

BRASIL. Norma Regulamentadora nº 15 – Atividades e operações insalubres. Brasil. 1978c.

BRASIL. Norma Regulamentadora nº 3 – Embargo e interdição. Diário Oficial da União 1978a.

BRASIL. Norma Regulamentadora nº 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA. Diário


Oficial da União 1978b.

Comissão Nacional de Energia Nuclear. CNEN NN 3.01: Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica. Março
2014. Rio de Janeiro: CNEN, 2014. Disponível em: http://appasp.cnen.gov.br/seguranca/normas/pdf/Nrm301.
pdf. Acesso em: 16 jan. 2020.

FUNDACENTRO. NHO-06: Avaliação da exposição ocupacional ao calor. 2 ed. São Paulo: Fundacentro,
2017. Disponível em: http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-de-higiene-ocupacional/publicacao/
detalhe/2018/1/nho-06-avaliacao-da-exposicao-ocuacional-ao-calor. Acesso em: 16 jan. 2020.

GOELZER, B. Occupational Hygiene: goals, definitions, general information and practice. In: ILO. En-
cyclopaedia of Occupational Health and Safety, Geneva: ILO, 1998.

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SESI. Serviço Social da Indústria (Brasília) (Org.). Técnicas de avaliação de agentes ambientais: manual
SESI. Brasília: Sesi/dn, 2007.

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São Paulo, 2008.

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REFERÊNCIAS ON-LINE
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2
Em: https://www.instrutherm.net.br/seguranca-e-medicina-do-trabalho/acustica-e-vibracao/dosimetro-de-
-ruido/dosimetro-de-ruido-digital-sem-fio-mod-dos-700.html?___store=english&___from_store=brazil.
Acesso em: 16 jan. 2020.

Em: https://www.protcap.com.br/produtos/auditiva/concha/protetor-auricular-concha. Acesso em: 16 jan. 2020.


3

4
Em: https://www.astrodistribuidora.com/protetor-auricular-pomp-plus-3m-ca-5745?gclid=Cj0KCQiAk7Tu-
BRDQARIsAMRrfUYUj5A957SOz24N6xyOZ3GFQEHbfxHx2aP_chOkHxALt25kY00Jd4saAjwcEALw_wcB.
Acesso em: 16 jan. 2020.
5
Em: https://lojazeusdobrasil.com.br/produtos/detalhes/protetor-auricular-cenourinha-espuma-3m/?gclid=-
Cj0KCQiAk7TuBRDQARIsAMRrfUZ2s0z7EMuvX73lSCHArkxB5XTPbRJvNGVBprxlvhf_BA9owbhLD-
9caAnM2EALw_wcB. Acesso em: 16 jan. 2020.

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1.

a. Não, pois a exposição ao ruído de um operador de empilhadeira é diferente, por exemplo, de um traba-
lhador que opera uma lixadeira diariamente, pois este está mais próximo da fonte de ruído, e a frequência
à exposição de ruído é bem diferente do operador de empilhadeira. Este circula por diversos setores da
fábrica e sua exposição é bem variada.

b. Como a exposição ao ruído é variada, com diferentes fontes e diferentes situações de exposição, o mais
recomendado é a utilização do dosímetro de ruído, que irá fornecer a dose de ruído absorvida durante
todo o período de medição.

c. Como o nível de ruído está acima de 85dB(A) e a exposição se dá por oito horas de trabalho, é recomendado
a utilização de equipamento para diminuir a intensidade de ruído que chega ao ouvido do trabalhador.
Deve ser utilizado um equipamento com NRRSF mínimo de 10, pois este valor diminui a intensidade de
92d(BA) para 82dB(A) , desde que o EPI seja utilizado durante toda a jornada de trabalho.

2.

a. Sim, pois os cozinheiros trabalham constantemente e próximos de fontes de calor: fornos e chamas. Se
o local não tiver uma ventilação adequada, bem como se não forem fornecidas pausas para descanso,
poderá ocorrer a sobrecarga térmica dos trabalhadores.

b. Pode ser feita a medição da exposição ao calor. Se o limite de tolerância for ultrapassado, há forte indício
de que o problema de saúde esteja relacionado ao ambiente de trabalho.

c. A avaliação deve ser feita utilizando-se o termômetro de globo e o termômetro de bulbo úmido. Não é
necessário utilizar o termômetro de bulbo seco, pois a exposição ao calor não envolve a carga solar. A
medição deve ser feita no local e na altura do corpo em que a exposição ao calor é a mais crítica. Deve
ser avaliada a atividade com maior taxa metabólica. O período de trabalho a considerar é de uma ex-
posição de uma hora.

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3.

a. A radiação beta é uma radiação ionizante e o LASER é uma radiação não ionizante.

b. Podem ser utilizados equipamentos que forneçam valores instantâneos ou a dose, medido em Sievert (Sv).

c. A avaliação envolve:

• Identificar se existe alguma fonte de radiação não ionizante no local de trabalho, descrevendo suas
características.

• Identificar se existe proteção adequada que impeça que as ondas atinjam a pele, olhos e demais partes
do corpo humano.

• Identificar os efeitos da exposição, em decorrência do tipo de radiação não ionizante, sua intensidade
e o tempo de exposição.

4.

a. O trabalhador A está exposto a vibrações de mãos e braços, pois utiliza ferramenta manual. O trabalhador
B está exposto a vibrações de corpo inteiro, pois opera veículo que transmite a vibração a todo o corpo.

b. Para responder à pergunta, é preciso calcular a aceleração resultante normalizada para uma jornada
de oito horas:

T 4
Aren are 2 1, 41 m / s 2
T0 8

Como o limite de tolerância é de 1,1 m/s², conclui-se que o trabalhador opera em condições insalubres.

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