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O tribunal não pode condenar a Administração.

a praticar o ato, salvo se a


apreciação do caso concreto afirmar que há apenas uma solução legalmente
possível.
Temos, ainda, de mostrar o alcance da vinculação – o ato em apreço não
tem de ser um ato estrita e materialmente vinculado perante a lei, mas um ato
vinculado na sua emissão, podendo albergar momentos discricionários da
Administração. A utilidade da sentença para o particular é variável, sendo tanto
maior quanto mais estrita for a vinculação.
Artigo 66.º, nº2, CPTA  O objeto do processo, ou seja, aquilo que é discutido,
é sempre a pretensão do interessado e nunca o ato que havia sido praticado.
Por exemplo, o interessado pretende que lhe seja concedida uma licença
de construção – a administração não responde ou indefere a pretensão; se o
interessado instaura uma ação administrativa contra a administração, o que se
vai discutir é se o interessado preenchia todas as condições legais de que
precisava para a prática do ato.
Se o interessado ganhar e o tribunal condenar a administração à pratica
do ato, o indeferimento é eliminado da ordem jurídica.
Como regra geral, o CPTA exige que, para que se possa recorrer ao
processo, tenha tido lugar um procedimento prévio da iniciativa do interessado,
que vale como requisito geral de acesso. Deste modo:
 A admissibilidade do uso deste meio processual pressupõe a
existência de um requerimento anterior, através do qual o
interessado terá formulado uma determinada pretensão passível de
ser satisfeita ou realizável através de um ato administrativo (a que a
Administração deve dar solução ou, pelo menos, resposta);
 Há uma necessidade de provocação da Administração à prática do
ato para que se abra o procedimento adequado.
Nos termos do artigo 67.º, CPTA, existem situações típicas em que há
lugar a prática de ações de condenação:
1. Omissão/indeferimento tácito  Requerimento do interessado a que a
AP não dá resposta (não foi proferida decisão dentro do prazo
legalmente estabelecido);
2. Indeferimento ou recusa de apreciação do requerimento
 A Administração decide indeferindo a pretensão requerida;
 A Administração recusa-se a apreciar o pedido apresentado
3. Prática de ato administrativo positivo que não satisfaça integralmente a
pretensão do interessado Também chamado de indeferimento
parcial.
Por exemplo: foi pedida uma licença de caça por um período de 2 anos;
a administração defere, mas apenas por 1 ano; implicitamente, este ato
de conteúdo positivo, tem um ato de conteúdo negativo (é um ato
ambivalente).
Neste caso, é permitida a instauração de uma ação administrativa de
condenação à pratica do ato devido – a diferença é que se cumulam os
dois pedidos (o pedido de impugnação do ato administrativo praticado

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