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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

UnU DE PIRES DO RIO


CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM REDES DE COMPUTADORES

CABEAMENTOS

ALUNA: FABIANA J. XAVIER

PROF: SILVIO RIBEIRO

PIRES DO RIO
ABRIL DE 2011

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SUMARIO:

Introdução_________________________________________ p.3

I-Cabo Coaxial______________________________________ p.4

II-Cabo De Par Trançado______________________________ p.8

III-Cabo Crossover Ou Cabo Direto_____________________ p.10

IV-Fibra Óptica_____________________________________ p.12

Conclusão__________________________________________ p.18

Bibliografia_________________________________________ p.19

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Introdução

Para haver uma comunicação em rede é necessário que essas informações


passem por algum lugar até chegar a seu destino. Esses locais, esse meio de transporte
damos o nome de cabeamento.

Assim como a tecnologia foi se desenvolvendo ao longo do tempo o mesmo


se deu com os cabeamentos, a necessidade de melhorar o tráfico e a segurança das
informações, ter preços mais acessíveis e por que não um material mais fácil de
manipular fórum algumas das motivações deste processo.

Desde os cabos coaxiais inflexíveis ou difíceis de manipular até ao cabo


óptico de hoje houve grandes avanços tanto na parte física quanto na estrutura de rede,
mas principalmente na eficiência destas operações.

Hoje através da internet até mesmo um leigo em cabeamentos consegue


montar um cabeamento direto ou crossover para ligar diretamente seus dois
computadores em casa. Com a internet cada vez mais presente na vida das pessoas,
conseguir melhorar cada vez mais a maneira de interliga-las e de modo seguro e
eficiente é um dos princípios que acompanham essas novas tecnologias.

Há vários tipos de cabeamentos, uns já ultrapassados outros em pleno


desenvolvimento. Um com o preço mais acessível outros mais eficientes no
desempenho, mas todos de algum modo contribuíram para a melhoria do tráfico de
informações que temos hoje e que tende a melhorar com o tempo.

A seguir será apresentado mais detalhadamente cada cabeamento, suas


utilidades, a evolução que sofreu durante o tempo, a maneira mais correta de lidar com
cada um, seus pontos positivos e negativos e seu melhor aproveitamento.

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I-CABO COAXIAL

Os cabos coaxiais são cabos constituídos de 4 (quatro) camadas: um


condutor interno, o fio de cobre que transmite os dados; uma camada isolante de
plástico, chamada de dielétrico que envolve o cabo interno; uma malha de metal que
protege as duas camadas internas e, finalmente, uma nova camada de revestimento,
chamada de jaqueta.

Se você envolver um fio condutor com uma segunda camada de material


condutor, a camada externa protegerá a primeira da interferência externa. Devido a esta
blindagem, os cabos coaxiais (apesar de ligeiramente mais caros que os de par trançado)
podem transmitir dados a distâncias maiores, sem que haja degradação do sinal. Existem
4 (quatro) tipos diferentes de cabos coaxiais, chamados de 10Base5, 10Base2, RG-59/U
e RG-62/U

O cabo 10Base5 é um tipo mais antigo, usado geralmente em redes baseadas


em mainframes. Esta cabo é muito grosso, tem cerca de 0.4 polegadas, ou quase 1 cm de
diâmetro e por isso é muito caro e difícil de instalar devido à baixa flexibilidade. Outro
tipo de cabo coaxial pouco usado atualmente é o RG62/U, usado em redes Arcnet.
Temos também o cabo RG-59/U, usado na fiação de antenas de TV.

Além da baixa flexibilidade e alto custo, os cabos 10Base5 exigem uma


topologia de rede bem mais cara e complicada. Temos o cabo coaxial 10base5 numa
posição central, como um backbone, sendo as estações conectadas usando um segundo
dispositivo, chamado transceptor, que atua como um meio de ligação entre elas e o cabo
principal.

Os transceptores perfuram o cabo 10Base5, alcançando o cabo central que


transmite os dados, sendo por isso também chamados de "derivadores vampiros". Os
transceptores são conectados aos encaixes AUI das placas de rede (um tipo de encaixe
parecido com a porta de joystick da placa de som, encontrado principalmente em placas
antigas) através de um cabo mais fino, chamado cabo transceptor. Além de antiquada,
esta arquitetura é muito cara, tanto com relação aos cabos e equipamentos, quanto em
termos de mão de obra.

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Os cabos 10Base5 foram praticamente os únicos utilizados em redes de
mainframes no inicio da década de 80, mas sua popularidade foi diminuindo com o
passar do tempo por motivos óbvios.

(Atualmente você só se deparará com este tipo de cabo em instalações bem


antigas ou, quem sabe, em museus;).

Finalmente, os cabos 10Base2, também chamados de cabos coaxiais finos,


ou cabos Thinnet, são os cabos coaxiais usados atualmente em redes Ethernet e, por
isso, são os cabos que você receberá quando pedir por "cabos coaxiais de rede". Seu
diâmetro é de apenas 0.18 polegadas, cerca de 4.7 milímetros, o que os torna
razoavelmente flexíveis.

Os cabos 10Base2 são bem parecidos com os cabos usados em instalações


de antenas de TV, a diferença é que, enquanto os cabos RG-59/U usados nas fiações de
antena possuem impedância de 75 ohms, os cabos 10Base2 possuem impedância de
apenas 50 ohms. Por isso, apesar dos cabos serem parecidos, nunca tente usar cabos de
antena em redes de micros. É fácil diferenciar os dois tipos de cabo, pois os de redes são
pretos enquanto os para antenas são brancos.

O "10" na sigla 10Base2, significa que os cabos podem transmitir dados a


uma velocidade de até 10 megabits por segundo, "Base" significa "banda base" e se
refere à distância máxima para que o sinal pode percorrer através do cabo, no caso o "2"
que teoricamente significaria 200 metros, mas que na prática é apenas um
arredondamento, pois nos cabos 10Base2 a distância máxima utilizável é de 185 metros.

Usando cabos 10Base2, o comprimento do cabo que liga um micro ao outro


deve ser de no mínimo 50 centímetros, e o comprimento total do cabo (do primeiro ao
último micro) não pode superar os 185 metros. É permitido ligar até 30 micros no
mesmo cabo, pois acima disso, o grande número de colisões de pacotes irá prejudicar o
desempenho da rede, chegando ao ponto de praticamente impedir a comunicação entre
os micros, em casos extremos.

Conectamos o cabo coaxial fino à placa de rede usando conectores BCN,


que por sua vez são ligados a conectores T ligados na placa de rede. Usando cabos
coaxiais os micros são ligados uns aos outros, com um cabo em cada ponta do conector
T.

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Conector BCN desmontado

Conector T na placa de rede

São necessários dois terminadores para fechar o circuito. Os terminadores


são encaixados diretamente nos conectores T do primeiro e último micro da rede. Pelo
menos um dos terminadores, deverá ser aterrado.

Terminador

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Se você não instalar um terminador em cada ponta da rede, os sinais
retornarão quando chegarem às pontas do cabo, embora um pouco mais fracos,
formando os chamados pacotes sombra. Estes pacotes atrapalham o tráfego e
corrompem pacotes bons que estejam trafegando, praticamente inutilizando a rede.

Em redes Ethernet os terminadores devem ter impedância de 50 ohms (a


mesma dos cabos), valor que geralmente vem estampado na ponta do terminador.

Para prender o cabo ao conector BCN, precisamos de duas ferramentas: um


descascador de cabo coaxial e um alicate de crimpagem. O descascador serve para
retirar o dielétrico do cabo, deixando exposto o fio de cobre, enquanto o alicate para
crimpagem serve para prender o cabo ao conector, impedindo que ele se solte
facilmente. O alicate de crimpagem possuirá sempre pelo menos dois orifícios, o menor,
com cerca de 1 (um) mm de diâmetro serve para prender o pino central do conector
BCN ao fio central do cabo. A maior serve para prender o anel de metal.

Para crimpar os cabos coaxiais é indispensável ter o alicate de crimpagem.


Não dá para fazer o serviço com um alicate comum, pois ele não oferece pressão
suficiente. Um alicate de crimpagem de cabos coaxiais custa a partir de 45 reais;
entretanto, a maioria das lojas que vendem cabos também os crimpam de acordo com a
necessidade do cliente.

Descascador de cabos coaxiais (à esquerda) e alicate de crimpagem.

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II-CABO DE PAR TRANÇADO

Os cabos de par trançado vêm substituindo os cabos coaxiais desde o início


da década de 90. Hoje em dia é muito raro alguém ainda utilizar cabos coaxiais em
novas instalações de rede, o mais comum é apenas reparar ou expandir redes que já
existem. Mais adiante teremos um comparativo entre os dois tipos de cabos.

O nome "par trançado" é muito conveniente, pois estes cabos são


constituídos justamente por 4 (quatro) pares de cabos entrelaçados. Veja que os cabos
coaxiais usam uma malha de metal que protege o cabo de dados contra interferências
externas; os cabos de par trançado por sua vez, usam um tipo de proteção mais sutil: o
entrelaçamento dos cabos cria um campo eletromagnético que oferece uma razoável
proteção contra interferências externas.

Cabo de par Trançado

Além dos cabos sem blindagem (como o da foto) conhecidos como UTP
(Unshielded Twisted Pair), existem os cabos blindados conhecidos como STP (Shielded
Twisted Pair). A única diferença entre eles é que os cabos blindados além de contarem
com a proteção do entrelaçamento dos fios possuem uma blindagem externa (assim
como os cabos coaxiais), sendo mais adequados a ambientes com fortes fontes de
interferências, como grandes motores elétricos e estações de rádio que estejam muito
próximas. Outras fontes menores de interferências são as lâmpadas fluorescentes
(principalmente lâmpadas cansadas que ficam piscando), cabos elétricos quando
colocados lado a lado com os cabos de rede e mesmo telefones celulares muito
próximos dos cabos.

Par trançado x Coaxial: Disse anteriormente que cada uma destas


categorias de cabos possui algumas vantagens e desvantagens. Na verdade, o coaxial
possui bem mais desvantagens do que vantagens em relação aos cabos de par trançado,
o que explica o fato dos cabos coaxiais serem cada vez mais raros. Numa comparação
direta entre os dois tipos de cabos teremos:

Distância máxima: o cabo coaxial permite uma distância máxima entre os


pontos de até 185 metros, enquanto os cabos de par trançado permitem apenas 100
metros.

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Resistência a interferências: Os cabos de par trançado sem blindagem são
muito mais sensíveis à interferências do que os cabos coaxiais, mas os cabos blindados
por sua vez apresentam uma resistência equivalente ou até superior.

Mau contato: Usando cabo coaxial, a tendência a ter problemas na rede é


muito maior, pois este tipo de cabo costuma ser mais suscetível a mau contato do que os
cabos de par trançado. Outra desvantagem é que usando o coaxial, quando temos
problemas de mau contato no conector de uma das estações, a rede toda cai, pois as duas
"metades" não contam com terminadores nas duas extremidades. Para complicar, você
terá que checar PC por PC até encontrar o conector com problemas, imagine fazer isso
numa rede com 20 micros...

Usando par trançado, por outro lado, apenas o micro problemático ficaria
isolado da rede, pois todos os PCs estão ligados ao hub e não uns aos outros. Bastaria
então verificar qual é o PC conectado à entrada do Hub onde a luz está apagada e
substituir o cabo. Este já é um argumento forte o suficiente para explicar a
predominância das redes com cabo de par trançado.

Custo: Os cabos coaxiais são mais caros que os cabos de par trançado sem
blindagem, mas normalmente são mais baratos que os cabos blindado. Por outro lado,
usando cabos coaxiais você não precisará de um hub. Atualmente já existem hubs de 8
(oito) portas por menos de 100 reais, não é mais um artigo caro como no passado.

Velocidade máxima: Se você pretende montar uma rede que permita o


tráfego de dados a 100 mbps, então a única opção é usar cabos de par trançado categoria
5 (cinco), pois os cabos coaxiais são limitados apenas 10 mbps. Atualmente é
complicado até mesmo encontrar placas de rede com conectores para cabo coaxial, pois
apenas as placas antigas, ISA de 10 megabits possuem os dois tipos de conector. As
placas PCI 10/100 possuem apenas o conector para cabo de par trançado.

III-CABO CROSSOVER OU CABO DIRETO

Quando queremos montar um cabo para


interligar dois computadores, não precisamos utilizar
dispositivos como hubs, já que se pode ligar uma
máquina à outra diretamente. Neste caso, o cabo do tipo
"crossover" (cruzado ou invertido) deve ser utilizado.

Por outro lado, quando três ou mais


computadores devem ser interligados, um equipamento
como o hub se mostra ideal. Neste caso, é necessário
criar um cabo para cada computador e conectá-los ao

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hub. No entanto, o cabo tipo crossover não serve a esse propósito, devendo ser utilizado
o cabo do tipo "direto", também conhecido como "patch cable".

Em resumo, para ligar computador a computador, usa-se cabo crossover.


Para ligar computador a hub, usa-se cabo direto. A diferença entre eles é que o cabo
crossover tem a disposição de seus fios de maneira diferente em uma ponta em relação à
outra, enquanto que o cabo direto tem a disposição dos fios iguais em cada extremidade.

OBS.: o cabo crossover também deve ser usado quando é necessário


conectar um hub a outro.

Um pouco mais sobre o cabo

O cabo UTP é um dos mais usados para a criação de redes de computadores


baseadas em fios. Seu desenvolvimento foi fruto dos trabalhos da Electrical Industrial
American (EIA) e da Telecomunications Industrial American (TIA), que pesquisaram o
desenvolvimento de um meio de comunicação eficiente para redes. Após essa definição,
a Bell Laboratories trabalhou no desenvolvimento do cabo UTP (Unshilded Twisted
Par).

Nas redes padrão Ethernet praticamente são só usados cabos UTP CAT 5
(cinco). Isso quer dizer que esse tipo de cabo é composto por quatro pares de fios e
opera à frequência de 100 MHz.

A foto abaixo mostra os pares de fio. Repare que eles são combinações das
cores laranja, azul, verde e marrom com correspondentes na cor branca. Assim, um fio
na cor azul tem como par um fio nas cores azul e branco. Um fio na cor verde tem como
par um fio nas cores verde e branco, e assim por diante:

É mais comum encontrar cabos UTP com revestimento na cor azul, no


entanto, não é difícil encontrar cabos em outras cores.

Montando o cabo direto

O primeiro passo para montar o cabo consiste em tirar parte do revestimento


(em cerca de 1 (um) cm) das extremidades do cabo, deixando expostos os fios. Para
isso, deve-se usar um alicate de corte (alguns alicates de crimpagem contam com esse
recurso, como o modelo usado neste tutorial), mas tome cuidado para não cortar os fios.
Em seguida, deve-se colocá-los na seguinte ordem:

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Essa sequência é conhecida como norma EIA/TIA 568A.

Após a realização desse passo, é necessário encaixar o conector RJ-45,


tomando-se o cuidado de fazer com que cada fio entre no orifício correspondente. Para
isso, segure o conector firmemente em uma mão e a ponta do cabo na outra. Insira os
fios vagarosamente, certificando-se de que nenhum ficou pelo caminho. Se ao atingir o
final do conector você notar que algum fio tem alguma diferença de tamanho ou está
mais atrás em relação aos outros, refaça o procedimento. Os fios devem ter o mesmo
tamanho e todos devem chegar ao final dos orifícios do conector.

É muito importante que o revestimento do cabo também entre no conector.


Do contrário, será mais fácil ocorrer o rompimento dos fios. A figura ao lado mostra
essa situação.

Após ter certeza de que o cabo está devidamente inserido no conector, é


hora de crimpar. Para isso, coloque o conector dentro do espaço correspondente do
alicate de crimpagem (consulte a folha de instruções que acompanha o produto para não
errar). Segure o cabo com uma mão e com a outra pressione o alicate. Após o cabo estar
relativamente preso, reforce o procedimento apertando o alicate com as duas mãos.
Aperte bem, mas tome cuidado para não exagerar e danificar o conector.

Se você notar algum problema após crimpar o cabo, não será possível tirar o
conector. A saída é cortar o cabo nesse ponto e repetir todos os passos.

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O cabo direto tem as duas pontas iguais, logo basta repetir os procedimentos
acima para a outra ponta. Se tudo se sair bem seu cabo direto está pronto para ser usado!

Montando o cabo crossover

O cabo crossover deve ter uma ponta no padrão EIA/TIA 568A. Logo, faça
os procedimentos do tópico anterior em um dos lados do cabo.

Feito isso, na outra extremidade, é necessário que os fios sejam


posicionados no conector RJ-45 na seguinte ordem:

Essa sequência é conhecida como norma EIA/TIA 568B.

Concluídos esses passos, o cabo crossover estará pronto para o uso.

IV-FIBRA ÓPTICA

Ao invés dos cabos convencionais, que transmitem informação representada


por sinais elétricos que trafegam em condutores de cobre, os cabos de fibra óptica
transmitem a informação por raios de luz, trafegando no interior de uma fibra de vidro
flexível. A fibra óptica tem inúmeras vantagens sobre os condutores de cobre, sendo as
principais:

 Maior alcance
 Maior velocidade
 Imunidade a interferências eletromagnéticas

O custo do metro de cabo de fibra óptica não é elevado em comparação com


os cabos convencionais. Entretanto seus conectores são bastante caros, assim como a

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mão de obra necessária para a sua montagem. Um cabo de fibra óptica custa entre 100 e
400 dólares, dependendo do comprimento. Um curso de especialização em montagem
de cabos de fibras ópticas custa cerca de 1000 dólares, e é ministrado pelos fabricantes
dos cabos e conectores. A montagem desses conectores, além de um curso de
especialização, requer instrumentos especiais, como microscópios, ferramentas
especiais para corte e polimento, medidores e outros aparelhos sofisticados.

Devido ao seu elevado custo, os cabos de fibras ópticas são usados apenas
quando é necessário atingir distâncias maiores, para operar com taxas de transmissão
mais altas, em ambientes com muita interferência eletromagnética e quando é necessária
proteção contra descargas atmosféricas.

Figura 42

Estrutura interna de um cabo de


fibra óptica.

A figura 42 mostra a estrutura interna de um cabo de fibra óptica. A fibra


propriamente dita forma o núcleo. Sua espessura é menor que a de um fio de cabelo. A
maioria dos cabos de fibra óptica usados em redes têm fibras com espessura de 50 ou
62,5 microns. Cabos especiais chamados monomodo têm fibras de 8 o ou 10 microns
(lembrando que 1 micron equivale a 1 milésimo do milímetro). O núcleo é revestido por
uma camada também de vidro, chamada casca. O vidro usado na construção do núcleo
tem um elevadíssimo grau de pureza, que é medida em partes por bilhão. Um
revestimento de acrilato, uma espécie de plástico, forma a camada mais externa do
cabo. Vários desses cabos elementares são reunidos formando cabos múltiplos. Os
cabos óticos usados em redes de computadores têm até 48 pares de fibras. Cabos usados
em telefonia possuem até 280 pares de fibras.

Figura 43

Exemplos de cabos de fibras


ópticas (2 e 4 fibras).

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A figura 43 mostra a estrutura interna de um cabo com múltiplas fibras
óticas. As fibras em si, mostradas na figura 42, são reunidas aos pares em cabos com
cerca de 0,85 mm de diâmetro. Um ou vários desses cabos duplos são envolvidos por
fios de aramida, que são fibras que dão maior resistência ao cabo, evitando o seu
esticamento. O conjunto dos cabos duplos e dos fios de aramida são envolvidos por uma
capa plástica externa.

O grande segredo da fibra óptica é a pureza do vidro utilizado. Este vidro é


formado por processos químicos especiais que envolvem vaporização e deposição.
Também é notável o seu processo de fabricação. O vidro é derretido em um forno com
um orifício inferior, até que ocorre a formação de uma gota. Esta gota é puxada e
descartada, e forma-se um pequeno filete que é esticado até a espessura desejada. A
espessura é controlada por um processo computadorizado, e mantida no valor desejado.
A seguir são aplicados a casca de vidro e o revestimento de acrilato.

As fibras são divididas em duas categorias: monomodo e multimodo. As


fibras monomodo são usadas em telefonia e em aplicações que exigem longas linhas,
com vários quilômetros. Sua espessura é de 8 a 10 microns (lembrando que 1 mícron é
igual a 1 milésimo de milímetro), e nela trafega um feixe de laser, sem sofrer reflexão
nas paredes. As fibras multimodo são mais baratas. Têm espessura de 50 ou 62,5
microns e alcance de até 2 km (alguns tipos chegam a apenas algumas centenas de
metros). Este tipo de fibra é usado em redes locais. O feixe de luz sofre várias reflexões
ao longo das paredes internas da fibra, ocasionando um espalhamento do sinal, o que a
torna inadequada para distâncias maiores que 2 km. Por outro lado, permite usar fontes
de luz mais baratas, como LEDs. São produzidas em cabos com 2, 4, 6, 8, 10, 12 ou
mais pares de fibras. O cabo mais simples possui um par de fibras, sendo que cada uma
transporta a luz em uma direção.

Figura 44

Cabo com
conectores ST.

Você encontrará vários tipos de conectores usados nos cabos de fibra óptica.
Um deles é o conector ST, mostrado no cabo da figura 44. Note que em cada
extremidade existem dois conectores, um usado na transmissão e outro na recepção.
Observe que nas extremidades dos conectores existem protetores plásticos, que devem
ser retirados quando o cabo for acoplado ao conector da placa de rede, hub, switch ou

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outros equipamentos. Os protetores plásticos mantém as extremidades da fibra livre de
choques mecânicos, poeira e sujeira em geral.

Outro tipo de conector utilizado é o SC. Trata-se de um conector duplo, cujo


encaixe é feito de forma simultânea para o canal de transmissão e o de recepção.

Figura 45

Cabo com conectores


SC.

A figura 46 mostra outro tipo de conector bastante comum, o MTRJ.


Também é um conector duplo, ou seja, realiza a conexão de duas fibras, uma para
transmissão e outra para a recepção. Existem vários produtos baseados nesses
conectores, criados pela AMP, uma das maiores fabricantes mundiais de conectores.
Existe outro padrão concorrente, o VF-45, criado pela 3M. Fisicamente o conector VF-
45 é bastante parecido com o MTRJ, porém apresenta inúmeras vantagens, como maior
durabilidade, maior facilidade de montagem e menor custo de produção.

Figura 46

Cabo de
fibra óptica com
conectores MTRJ.

Muitos dispositivos, como placas de rede, hubs e switches possuem


conexões diretas para cabos de fibras óticas, utilizando um dos padrões de conectores
aqui citados. Ainda assim, qualquer conexão de rede baseada em cabos convencionais
(ex: RJ-45 ou coaxial) pode ser convertida para cabos óticos, usando pequenos
dispositivos chamados conversores de mídia (figura 47). Normalmente esses
conversores podem ser montados em racks, e qualquer cabo elétrico de rede pode ser
convertido para cabos óticos. Existem conversores entre RJ-45 e ST, RJ-45 e ST, RJ-45
e MTRJ, RJ-45 e VF-45, etc.

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Figura 47

Conversor de
UTP para fibra ótica.

Para conectar dois equipamentos em rede que já possuam conexões para


cabos óticos, porém com conectores diferentes, podemos utilizar cabos híbridos, ou
seja, com conectores diferentes em cada extremidade (figura 48). Existem cabos
híbridos SC/ST, SC/MTRJ, ST/VF-45, etc.

Figura 48

Cabo
híbrido SC/ST.

Nunca olhe diretamente o feixe de luz que sai de um cabo de fibra ótica. A
alta intensidade da luz pode causar danos irreversíveis à visão, inclusive cegueira.
Alguns conectores possuem proteção, mas não é bom facilitar.

Algumas placas de rede possuem conexão direta para cabos de fibras


ópticas. A placa mostrada na figura 49 tem dois conectores tipo SC. É mais fácil
encontrar placas para fibras óticas nos padrões Gigabit Ethernet e 10-Gigabit
Ethernet.

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Figura 49

Placa de
rede com conectores
para fibras óticas.

A figura 50 mostra alguns exemplos de conexões utilizando cabos óticos.


Os três switches mostrados possuem conexões ópticas no padrão 100Base-FX. Alguns
computadores desta rede usam placas de rede com conexão para fibras ópticas, nos
padrões 100Base-FX. Dois desses computadores usam placas de rede comuns
(100Base-T), e por isso utilizam conversores de mídia (media converters), acoplando as
fibras ópticas à placa de rede comum.

Figura 50 - Rede usando cabos de fibra óptica.

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CONCLUSÃO

Como vimos há uma variedade de cabeamento, cada qual tendo sua


utilidade e sendo usados para atividades especificas (no caso do cabeamento crossover,
por exemplo).

Cabeamento é o meio físico por onde uma informação trafega para se chegar
a um destino. Dependendo do cabeamento, pode ser mais ou menos rápida, com certa
interferência externa (cabos sem blindagens), podem ter um custo mais elevado e outros
em que a troca, por exemplo, cabeamento coaxial por cabeamento trançado é mais
vantajoso tanto pela qualidade, eficiência e também pelo alto custo que é recuperar ou
aumentar uma rede já ultrapassada.

Cabos de transmissão tem que estar conectados a uma fonte que envia ou
recebe dado. E são os cabeamentos que levam as informações para outro lugar, para
ligar os cabos com o computador, hub, switch, roteadores usam-se os conectores, os
cabos coaxiais usam conectores T e os mais comuns são RJ-45 para par trançados,
crossover e conector ST utilizados em fibras ópticas.

Cada cabeamento tem uma utilidade própria, o cabo coaxial 10Base2 é


muito usado em rede Ethernet mas vem sendo substituído pelo par trançado que é mais
eficiente, maleável e tem um melhor custo, assim como o crossover é utilizado para
interligar dois computadores diretamente, hub com hub...

A procura por um melhor cabeamento que ofereça uma rápida transmissão


de dados, mais seguro e eficiente a custos mais vantajosos vem desenvolvendo um
mercado cada vez mais em alta, já que a tecnologia hoje é acessada por boa parte da
sociedade e com o acesso mais fácil, maior é a procura e as exigências do consumidor.

Os cabos de fibra ótica são mais eficientes tanto na transmissão, qualidade


de transmissão e na recepção, mas seu alto preço ainda é um grande problema para
torna-lo acessível para o grande publico, mas assim como ocorreu como o cabo coaxial
que deu espaço para os de par trançados e assim subsequentemente, um dia também vão
estar ao alcance de todos.

BIBLIOGRAFIA

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In doc. Eletrônico {http://www.hardware.com.br/livros/hardware-
manual/cabeamento.html}, Por Carlos E. Morimoto em 1 de janeiro de 2002 às 04h.

In doc. Eletrônico {http://www.infowester.com/tutcabosredes.php}


Escrito por Emerson Alecrim - Publicado em 18/09/2005 - Atualizado em 18/09/2005.

In doc. Eletrônico {http://www.laercio.com.br/artigos/hardware/hard-


020/hard-020.htm} Autor: Laércio Vasconcelos, Julho/2003.

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