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Sinop-MT
2018/2
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS
CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA
_________________________________________________________________________________
Sinop-MT
2018/2
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS
CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA
_________________________________________________________________________________
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS
CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA
_________________________________________________________________________________
humana.”
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus por me garantir forças e sabedoria para concluir este trabalho
com êxito.
Agradeço aos meus pais e minha família por todos os anos em que estiveram
me apoiando nessa trajetória. Aos meus colegas de laboratório por toda a ajuda nos
experimentos e conselhos repassados.
Agradeço ao Professor Domingos Rodrigues, e à Dienefe Rafaela Giacoppini
que concederam as amostras e fizeram a identificação botânica da espécie para a
realização desse estudo. Agradeço também aos Professores Leonardo Gomes de
Vasconcelos, da UFMT Câmpus de Cuiabá, por todo o auxílio e conhecimentos
adquiridos ao longo da realização das análises de RMN e IV. E a professora Carla
Regina Andrighetti por toda a ajuda na realização dos experimentos de CCD, e por ter
sempre estado disposta a me ajudar.
Agradeço ao meu Orientador, Adilson Paulo Sinhorin por todo apoio na
realização desse trabalho, e por todos os anos de orientação durante a iniciação
científica, aos quais contribuíram muito para minha formação.
Agradeço, de maneira geral, à todos aqueles que de alguma forma contribuíram
com a concretização deste trabalho e para minha formação profissional e pessoal.
“Ama-se mais o que se conquista com esforço.”
(Benjamin Disraeli)
RESUMO
COSTA, T. B. Estudo fitoquímico dos extratos das cascas dos frutos secos da
Copaifera langsdorffii Desf. 2019. 71 p. Trabalho de Curso de Farmácia –
Universidade Federal de Mato Grosso, Campus de Sinop.
Figura 13. Ácido copálico identificado por RMN de 1H e 13C isolado do extrato
bruto das folhas da C. langsdorffii, apresentado como tese de
doutorado...........................................................................................................45
Figura 15. Ácido caurenóico identificado por RMN de 1H e 13C isolado do extrato
bruto das folhas da C. langsdorffii, apresentado como tese de
doutorado...........................................................................................................46
Tabela 11. Resultados da análise de Infravermelho do extrato EAE das cascas dos
frutos da C. langsdorffii...........................................................................................51
EE – extrato etanólico
EH – extrato hexânico
DPPH – 2,2-difenilpicril-hidrazila
IV – Infravermelho
1. INTRODUÇÃO
A maior parte das reações adversas deve-se ao fato de que na maioria das
vezes, esses fitoterápicos são utilizados pela população de modo indiscriminado, por
automedicação, sem o conhecimento de seus possíveis efeitos tóxicos, o que pode
induzir a ocorrência de agravos, principalmente quando o uso é concomitante com
outros medicamentos (SILVEIRA et al, 2008). Isso ocorre devido à crença
populacional de naturalidade inócua dessas plantas medicinais e fitoterápicos
(SILVEIRA et al, 2008). Com isso, o conhecimento e identificação dos componentes
químicos presentes em uma determinada planta, e aqueles responsáveis pela ação
terapêutica, são primordiais para determinar o uso correto e se obter a ação esperada,
sendo que o desconhecimento da composição dessas plantas ou fitoterápicos podem
apresentar grandes riscos, bem como não acarretar benefício algum para o
organismo.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Sua identificação botânica é difícil, sendo realizada, na maioria das vezes, segundo
características das flores, como: pubenescência das sépalas, comprimento dos
anteros e a condição glabrosa ou não do pistilo. As características dos frutos são
igualmente importantes, mas estes são dificilmente encontrados em coleções
botânicas (JÚNIOR; PINTO, 2002).
O óleo-resina extraído de C. langsdorffii, na sua forma in natura, é considerado um
importante remédio na medicina popular, tendo como principal finalidade ações
terapêuticas anti-inflamatórias e anti-infeccioso pulmonar. Do óleo de C. langsdorffii já
foi isolado o ácido caurenóico, e avaliado por ensaios biológicos, apresentando
potencial atividade anti-inflamatória e citotóxico inibindo o crescimento de células
cancerosas (SOUSA, 2011).
A atividade anti-tumoral de óleos de C. langsdorffii foi observada contra carcinoma
IMC, em camundongos. O fracionamento guiado por bioensaios, mostrou que os
diterpenos colavenol e o ácido hardwíckico apresentaram potente atividade anti-
tumoral, sem apresentarem citotoxicidade contra as mesmas células. Estudos
realizados com ácido caurenóico isolado de C. langsdorffii mostram também atividade
relaxante do músculo liso, sobre contrações uterinas induzidas (JÚNIOR; PINTO,
2002).
Existem alguns estudos químicos e farmacológicos realizados com os frutos da C.
langsdorffi que relatam que os principais constituintes do óleo essencial extraídos são
o γ-muroleno, e β-cariofileno (NETO et al, 2008).
Quanto à composição química, estudos comprovam a presença de cumarina
umbiliferona, ácido caurenóico, ácido poliático, ácido nivenolídeo, amilóides
xiloglucânicos, polissacarídeos, nas sementes de C. langsdorffii, além de 11 ácidos
graxos diferentes, sendo o ácido palmítico e oleico os que possuem maior destaque
(SOUSA, 2011).
2.7 Infravermelho
3.OBJETIVOS
4. MÉTODOS
estes foram secos em bomba de alto vácuo, para a completa retirada dos solventes
utilizados.
Para determinar o teor de flavonoides totais, foi utilizado o método descrito por
Rio (1996). Este método consiste na elaboração de uma curva de calibração com
soluções de quercetina nas concentrações de 0,25; 0,50; 1,0; 1,5; 2,5; 3; 3,5; 4 e 4,5
μg/mL. Foram utilizados 4 mL de uma solução da amostra em uma concentração de
200 μg/mL e 800 µL de solução metanólica de cloreto de alumínio (AlCl3) na
concentração de 50 mg/mL, em um volume total de 25 mL, para a realização do
experimento. Decorrido o tempo de 30 minutos, foi realizada a leitura em triplicata das
soluções em um espectrofotômetro (Cary 50, Varian) no comprimento de onda de 425
nm. Por regressão linear, pôde-se quantificar o teor de flavonoides totais constituintes
do extrato bruto e das frações. O gráfico foi elaborado utilizando-se o programa
estatístico Excel.
(0,625 a 200 μg/mL), expressos como mg de EAG (equivalentes de ácido gálico) por
grama de extrato.
Onde:
30
%AA={[Abscontrole–(Absamostra–Absbranco)] x 100}/Abscontrole.
4.7 Infravermelho
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Extração
Tabela 1. Resultado do teste para grupos funcionais com EH, EAE e EE.
Alcaloides + + +
Cumarinas - + +
Esteroides e Triterpenoides - - -
Flavonoides + + +
Polissacarídeos - - -
Purinas + + -
Saponinas + - -
Taninos - - +
Para identificação dos alcaloides foi utilizada como fase móvel os solventes
tolueno, acetato de etila e dietilamina, na proporção 70:20:10, respectivamente, e
usou-se como revelador o reagente Dragendorff. O resultado para ambos os extratos
testados foram negativos, como mostra a figura 7 abaixo, visto que o esperado era o
aparecimento de bandas de coloração laranja ou marrom.
De acordo com Neto e Silveira (2008), existem poucas citações na literatura até
mesmo do fruto da copaíba, sendo encontrados alguns relatos sobre ácidos graxos e
cumarinas nas sementes. Alguns estudos realizados com óleo das sementes de C.
37
De acordo com relatos na literatura o EH das cascas dos frutos contém ácidos
diterpênicos, como o ácido caurenóico, ácido poliáltico e nivenolídeo, além de conter
uma mistura de ácido caurenóico e óxido de cariofileno (NETO et al, 2008). Através
desta técnica cromatográfica, foi possível constatar a presença de compostos
terpênicos em EH, em EAE e EE, o que indica que esses compostos estão em grande
quantidade presentes nas cascas dos frutos secos.
Através da equação da reta, obtidas a partir das curvas padrões com ácido
gálico (fenóis totais) e quercetina (flavonoides totais), foi possível quantificar os fenóis
40
e os flavonoides totais constantes nos extratos brutos das cascas dos frutos da
espécie C. langsdorffii. (Tabela 2).
EH 7,84 1,12
EE 17,02 1,09
Potencial antioxidante
50,0
% de DPPH Remanescente
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0
Concentração amostra µg.mL
EH EAE EE AA RT
Isso pode ser explicado devido ao extrato EE conter substâncias mais polares
em relação ao EAE e EH, podendo conter mais compostos fenólicos, que também são
substancias antioxidantes, e por esse motivo esse extrato apresentou uma melhor
atividade.
250 21 % 18 % 82 %
200 22 % 31 % 78 %
150 22 % 17 % 66 %
100 22 % 18 % 55 %
50 20 % 16 % 33 %
25 22 % 17 % 34 %
Com a análise de RMN dos extratos, mesmo sendo amostras que contém
diversos compostos, foi possível atribuir a cada um, os grupamentos orgânicos
presentes, de acordo com os deslocamentos químicos e a multiplicidade dos picos,
como mostra as tabelas 4, 5 e 6 abaixo.
43
3,51 – 3,98 singleto Hidrogênio ligado à CH2 alfa à C=O ou alfa à C-O
Tabela 5. Resultados dos grupamentos encontrados através dos espectros de RMN 1H do EAE
das cascas dos frutos da C. langsdorffii
Figura 15. Ácido caurenóico identificado por RMN de 1H e 13C isolado do extrato bruto
das folhas da C. langsdorffii, apresentado como tese de doutorado.
13
Tabela 7. Resultados dos grupamentos encontrados através dos espectros de RMN C do EH
das cascas dos frutos da C. langsdorffii.
13
Tabela 8. Resultados dos grupamentos encontrados através dos espectros de RMN C do EAE
das cascas dos frutos da C. langsdorffii.
5.6 Infravermelho
Tabela 10. Resultados da análise de Infravermelho do extrato EH das cascas dos frutos
da C. langsdorffii.
Tabela 11. Resultados da análise de Infravermelho do extrato EAE das cascas dos frutos da C.
langsdorffii.
1150-1080 cm-1 F
1700-1630 cm-1 F
1750-1670 cm-1 F
Tabela 12. Resultados da análise de Infravermelho do extrato EE das cascas dos frutos
da C. langsdorffii.
utilizados para extração de cada um, em relação ao EE. Pode-se verificar que existem
algumas diferenças entre os comprimentos de onda e intensidade dos picos, o que
pode ser devido à metodologia utilizada na confecção da pastilha, sendo diferente
para cada uma das três amostras analisadas, e ainda devido à concentração de cada
extrato utilizado, resultando em menor absorção e intensidade das bandas.
55
6. CONCLUSÕES
Através de todo estudo realizado com extratos das cascas dos frutos da C.
langsdorffii, foi possível sugerir quais as classes de compostos presentes em extratos
de diferentes polaridades desse material. Pelas análises qualitativas, através de
reações químicas, podemos sugerir a presença de flavonoides, alcaloides, saponinas,
purinas no EH. Já no EAE identificou-se a presença de flavonoides, alcaloides,
cumarinas e purinas. E no EE, foram identificados flavonoides, taninos, cumarinas e
alcaloides.
Com esses dados, pode-se seguir com análises que especifiquem ainda mais
os compostos presentes nos extratos, como a espectrometria de massas e
cromatografia gasosa, a fim de decifrar esses componentes e propor uma avaliação
de possível atividade biológica, a fim de contribuir com a melhora da saúde e
tratamento de doenças que acometem a população em geral. Destacando que
extratos complexos como estes, podem ter uma ação sinérgica, podendo não exercer
determinada atividade ou função se passarem por processos de isolamento, por isso
56
7. REFERÊNCIAS
CRUZ, Ana Paula Gil. Avaliação do efeito da extração e da micro filtração do açaí
sobre sua composição e atividade antioxidante. Rio de Janeiro: UFRJ/IQ, 2008.
FELÍCIO, Rafael de; OLIVEIRA, Ana Ligia Leandrini de; DEBONSI, Hosana Maria.
Bioprospecção a partir dos oceanos: conectando a descoberta de novos fármacos aos
produtos naturais marinhos. Ciência e Cultura, v. 64, n. 3, p. 39-42, 2012.
NETO, J. S. L.; GRAMOSA, N. V.; SILVEIRA, E. R.; Constituintes Químicos dos frutos
de Copaifera langsdorffii Desf.. Química Nova, v.31, n.5, p. 1078-1080, 2008.
PIERI, F. A.; MUSSI, M. C.; MOREIRA, M. A. S.; Óleo de copaíba (Copaifera sp.):
histórico, extração, aplicações industriais e propriedades medicinais. Revista
Brasileira de Plantas Medicinais, v.11, n.4, p. 465-472, 2009
SOUSA, C. M. M.; SILVA, H. R.; VIEIRA JR., G. M.; AYRES, M. C. C.; COSTA, C. L.
S.; ARAÚJO, D. S.; CAVALCENTI, L. C. D.; BARROS, E. D. S.; ARAÚJO, P. B. M.;
BRANDÃO, M. S.; CHAVES, M. H.; Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco
plantas medicinais. Química. Nova, 30, 351-355, 2007.
VEIGA JÚNIOR, V. F.; PINTO, A. C.; O Gênero Copaifera L.. Química Nova, v.25,
n.2, p. 273-286, 2002.
ZERAIK, Maria Luiza. Estudo analítico dos flavonoides dos frutos do maracujá
(Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Degener). 2010. Tese de Doutorado.
Universidade de São Paulo.
ANEXO A
ANEXO B