Você está na página 1de 6

Curso de Especialização em Engenharia de Produção

CENPRO IX – NONA EDIÇÂO

Redução de Custos
Com Inteligência

Analise Critica

Gestão Estratégica de
Custos

Docente:

Prof. Dr. Vagner Cavenaghi

Discentes:

Artur Mori Ubaldini Vier

Bauru

02 / 2011
O autor inicia o texto brilhantemente relacionando tipos de reduções de custos
quanto ao posicionamento estratégico da empresa distinguindo-os em três
tipos:

1 – Reduções de custos que reforçam o posicionamento estratégico da


empresa, usa o exemplo da modificação de um sistema para redução de custo
que trás facilidades aos clientes.

2 – Reduções de custo que não tem impacto no posicionamento estratégico da


empresa, cita a modificação de um sistema de pagamentos de uma
seguradora.

3 – Redução de custo que tem impacto negativo no posicionamento estratégico


da empresa, o caso de uma companhia aérea que demite os funcionários
responsáveis por orientar clientes a qual fila tomar antes de seus vôos.

Durante todo o texto o autor traz uma visão diferente de como encarar os
custos, tendo como pilar principal para programas de redução de custos o “core
business” da empresa e o quanto reduções irão impactar no posicionamento
estratégico da empresa. Este tipo de visão pode ficar mais claro ao se
perguntar.

Quais dos programas de redução de custo que possuímos reforçam o


posicionamento da empresa?

E assim ele descreve que devemos encarar os custos de compras,


atendimento aos clientes, marketing, merchandising, não como despesas que
durante períodos de cortes estas áreas são praticamente pulverizadas, ao
invés disso devemos agregá-las ao custo unitário na forma de rateio, pois
através destes gastos ganhamos clientes e vendemos mais e mais caro.

Realmente métodos clássicos de redução de custos são verdadeiras “tesouras


loucas” como, por exemplo, corte linear, que envolve fornecedores, folhas de
pagamento, compra de insumos, produtos e tudo. Com absoluta certeza este
tipo de iniciativa por parte de gerencia/direção trará enormes impactos
negativos na satisfação de cliente e até mesmo no futuro da empresa. Pois
com tais corte a qualidade do produto final da empresa será inferior, pois utiliza
matérias primas e insumos inferiores, o prazo de entrega ira aumentar ou os
estoques aumentarão, pois fornecedores mais baratos são menos confiáveis ,
atrasam e podem até não entregar. Gerando custos para a empresa. Alguns
funcionários chaves que podem gerar benefícios a empresa serão cortados,
pois são despesas administrativas e não estão diretamente ligados a produção.
Toda a empresa precisa de mão de obra pensante, desenvolvimento, pesquisa,
alinhamento com as tecnologias. Devemos avaliar sempre quais processos e
pessoas geram o diferencial e lucro a empresa.

Vamos nos recordar do significado de empreender:

“Empreendedor é o termo utilizado para qualificar, ou especificar,


principalmente, aquele indivíduo que detém uma forma especial, inovadora, de
se dedicar às atividades de organização, administração, execução;
principalmente na geração de riquezas, na transformação de conhecimentos e
bens em novos produtos – mercadorias ou serviços; gerando um novo método
com o seu próprio conhecimento. É o profissional inovador que modifica, com
sua forma de agir, qualquer área do conhecimento humano. Também é
utilizado – no cenário econômico – para designar o fundador de uma empresa
ou entidade, aquele que construiu tudo a duras custas, criando o que ainda não
existia.”

De certa forma observamos que os empreendedores são aqueles que têm


visão que geram algo que não existia que criam que aperfeiçoam que geram
riquezas e investem. Esta definição tem certa proximidade à pesquisa,
educação, desenvolvimento de produtos ao projeto de produtos. Investimentos
que normalmente são vistos por gestores como despesas e facilmente são
cortados.

Blairo Maggi o maior produtor de soja do mundo e político brasileiro ex-


governador do Mato Grosso, após se formar Eng. Agrônomo no Brasil, morou e
estudou nos Estados Unidos em meados dos anos 80 onde aprendeu quais os
fatores que impactam na plantação de soja, como colher como plantar, como
lucrar. E estes conhecimentos ele trouxe ao Brasil que se adequava muito bem
as condições que a soja precisava. Hoje o Brasil é o segundo maior produtor
de soja do mundo. Agora se pergunte, por que Maggi foi aos estados unidos
estudar?

Seu pai, André Antônio Maggi é um pioneiro em soja e empreendedor e


influenciou Blairo a ir conhecer a tecnologia Americana. Os resultados desta
vigem são monstruosos.

Por que analogamente não podemos considerar as empresas como nossos


grandes pais selecionam alguns de seus filhos para aprenderem como
desenvolver esta família? Esta poderia ser a história daquele funcionário
administrativo que foi cortado durante a campanha de redução de custos que
coincidentemente após aquele programa a empresa começou a encolher e por
fim foi engolida pela concorrência.

Agora vamos analisar o significado de investimento:

“Em economia, investimento significa a aplicação de capital em meios de


produção, visando o aumento da capacidade produtiva (instalações, máquinas,
transporte, infraestrutura) ou seja, em bens de capital. O investimento produtivo
se realiza quando a taxa de lucro sobre o capital supera ou é pelo menos igual
à taxa de juros.

"Investimento" também pode referir-se à compra de ativos financeiros (ações,


letras de câmbio e outros papéis).”

Ou seja, sem investimentos não existem empreendimentos, não existem


empresas, não existe produção, não existe desenvolvimento de tecnologias.
Investir é necessário para evoluir. Em diversidade de produtos em escala de
produção em diferenciação no que for, evoluir.

Isto vai à contramão da metodologia das empresas que trabalham com cortes
lineares, com redução fixa e determinada por departamento, nos fornecedores,
etc... Logo estas empresas encolhem e somem, pois esta nova gestão decidiu
por tais cortes de custos e despesas. Enquanto a geração anterior
empreendeu, teve visão e investiu.

Não estou dizendo que todo gasto da empresa é bem aplicado e que não é
possível reduzir custos e despesas. Muito pelo contrario existem nas listas de
custos das empresas muitos desperdícios, estes sim devem ser combatidos a
unhas e dentes. Por outro lado existem diversos custos bons que geram lucro e
reforçam o posicionamento estratégico da empresa, por isso é preciso usar a
inteligência e o bom senso, ouvir os gestores e a equipe em relação aos gastos
feitos e ter critério critico para reduzir sem se esquecer do futuro, da ação da
concorrência e do desenvolvimento.

No meu ponto de vista os programas não deveriam se chamar como redução


de custos deveriam ser programas de redução de desperdícios.

Sim desperdícios como viagens excessivas de executivos, excesso de


estoques devido a fornecedores ruins ou processos de baixa eficiência, altas
perdas produtivas, desperdício de papel, copos descartáveis, post-it, ligações
pessoais com o telefone da empresa, impressão de trabalhos de universidades
dentro da empresa, motoristas, cozinheiros da empresa, serviços que não são
core business “gastões” e que a empresa teima em não terceirizar, obras de
arte da empresa, escritórios todos em mármore, ouro, prata ou qualquer
construção administrativa que exceda o valor médio de mercado, aviões,
helicópteros, atrasos, horas extras desnecessárias e tudo mais que as pessoas
têm vontade gastam e não traz retorno a empresa.

Esta caça ao desperdício não deve-se limitar as quatro paredes da empresa


mas também fora dela, a negociação, o pagamento de frete a proximidade com
os fornecedores você pode propor que seus fornecedores construam dentro da
empresa será bom para você e para o fornecedor, outras formas inteligentes de
redução podem gerar reduções fora do site da empresa e gerar redução de
despesas a sua empresa e a toda a cadeia.

Obviamente deve-se ponderar tudo isso que foi citado, os funcionários são
profissionais com responsabilidades e necessários para a empresa não é fácil
obter bons profissionais e capacitados, é fundamental que se sintam bem no
ambiente de trabalho, um cafezinho, um café da manha, treinamentos,
capacitações, investimentos em segurança, entre outros podem ser
estratégicos e acabam motivando a equipe apesar de serem encarados como
despesas para a empresa.
O texto então passa a abordar o outro lado da moeda a questão de como
administrar os cliente, deve-se dentro do sistema de gestão estratégica de
custo avaliar clientes como mais ou menos dispendiosos, em função da
previsibilidade/quantidade de compra quantidade e apoio pós venda. Deve-se
dar maior apoio ou reduzir o preço do produto para os cliente mais rentáveis
mesmo correndo o risco de perder os clientes menores e menos rentáveis,
obviamente deve-se ter uma avaliação de médio prazo pois inicialmente
clientes pedem pouco e precisam de apoio pós venda.

Deve-se buscar não apenas reduções internas, mas também sinergias inter
organizacionais de redução de custo beneficiando toda a cadeia até o
consumidor final, como layout de fabricas, proximidade de matérias primas,
água, energia, bens e serviços. Para isso as empresas devem ter um
comportamento coletivo com a ciência de que o aumento no custo de seus
fornecedores será o aumento de preço do produto final, bem como o prazo de
entrega, assim as empresas precisam dividir seus conhecimentos e praticas
para que todos saiam ganhando. Isto seria uma mudança de comportamento
que também trará custo e benefícios. Este tipo de comportamento surge no
projeto do produto quando as empresa juntas buscam desenvolver o melhor
projeto onde todos se beneficiarão para fornecimento de seus clientes. Este
método é chamado de custeio alvo. Isto é fundamental para que no projeto do
produto o custo alvo já seja bem avaliado e o custo de fornecimento já é bem
avaliado a ponto gerar modificações no projeto do produto.

Outro ponto de cooperação é a redução durante etapa de produção, a melhoria


continua (kaizen) e cooperativamente as melhorias são obtidas de forma que
isoladamente não seria possível. Por isso fica claro que para aumentar a
competitividade da empresa é preciso deixar de lado o jeitinho brasileiro, o
egoísmo, a intenção de tirar vantagem de fornecedores e clientes e adotar o
bom senso e o espírito coletivo para se obter reduções coletivas fortalecendo
toda a cadeia produtiva e gerando benefícios aos clientes.

Você também pode gostar