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Dissertação de Mestrado
Rio de Janeiro
Agosto de 2008
Vanessa Carvalho Nofuentes
Ficha Catalográfica
CDD: 900
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acabou por ser definido pela historiografia através das críticas elaboradas pelos
membros da Associação Brasileira de Educação, cujo discurso negaria
experiências anteriores. O presente trabalho destaca que preocupações com a
freqüência escolar, a falta de prédios adequados, material didático e com os
modos “civilizados e cívicos” em uma escola moderna, que moralizava e
civilizava, estavam presentes no movimento analisado. A campanha empreendida
pela Liga encontrou apoio nos diversos cantos do Brasil, sobretudo através da
atuação de Ligas estaduais e municipais. A análise destas ações evidencia que as
Ligas atuavam em uma dupla direção ao coordenar ações de combate ao
analfabetismo que incentivavam o engajamento e a mobilização da sociedade em
favor da instrução e, ao mesmo tempo, chamar o Estado a atuar, exigindo sua
intervenção em questões como a decretação da obrigatoriedade do Ensino
Primário. Percebe-se que, entre memórias e esquecimentos, as Ligas fundadas
durante a década de 1910 têm muito a nos revelar acerca da mobilização social
neste país, demonstrando que a Primeira República representa um momento
estratégico na História do Brasil.
Palavras-chave:
Primeira República; Liga; Analfabetismo; Educação.
Abstract
This work proposes a reflection upon the context of the Against illiteracy
Brazilian League’s foundation, observing, through the action strategies of its first
administration (1915-1922), the intellectual goals involved on that project,
engaged on the illiteracy combat all over the country. We also intent to analyze its
place at the Education History, once the references about the Against illiteracy
Brazilian League are rare. The mentioned place has been defined by the
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Keywords
First Republic; League; Illiteracy; Education.
SUMÁRIO
1. Introdução 10
7. Fontes 147
8. Anexos 148
8.1. Anexo I 148
8.2. Anexo II 150
8.3. Anexo III 153
8.4. Anexo IV 154
8.5. Anexo V 155
8.6. Anexo VI 158
8.7. Anexo VII 160
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Introdução
*
Versos retirados de edição elaborada em 1941, intitulada “Liga Brasileira Contra o
Analfabetismo”, localizada na Biblioteca Nacional, contendo informações diversas sobre esta
Liga. Não podemos precisar em que período o poema foi elaborado.
11
2
Ibid, p.135-136.
15
3
Ibid, p.341.
4
Vanilda Pereira Paiva. Educação Popular e educação de adultos. 2a edição. São Paulo: Edições
Loyola, 1983 (1ª edição 1973).
16
Brasileira de Educação feita por Marta Carvalho5, percebemos que não podemos
fazer uma distinção tão definida entre os dois momentos apontados por Nagle. A
autora destaca que o grupo da ABE não era formado apenas por profissionais em
educação e os diferentes interesses de médicos, advogados, engenheiros que
participavam da associação davam maior abrangência às questões ali abordadas.
Em segundo lugar, destaca que o grupo da ABE guardou do entusiasmo pela
educação a prioridade pela instrução como solução transformadora do país e sobre
isto, destaca as idéias de Miguel Couto que ficam evidentes na famosa frase: “No
Brasil só há um problema nacional – a educação do povo”. Por fim, Marta
Carvalho aponta que o ocorrido não foi uma despolitização do campo
educacional, mas sim uma politização em novos termos.
Marta Carvalho faz uma importante apreciação acerca da participação dos
principais membros da ABE na fundação do Partido Democrático do Distrito
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5
Marta Maria Chagas de Carvalho. Molde nacional e fôrma cívica: higiene, moral e trabalho no
projeto da Associação Brasileira de Educação (1924-1931).Bragança Paulista, SP: EDUSF, 1998.
17
6
Conferência de Azevedo Sodré na Associação Brasileira de Educação em 1926 sobre “O
problema da educação nacional”. Apud Marta Carvalho, op.cit. p.149.
7
Sobre o tema ver Luciano Mendes de Faria Filho. “Instrução elementar no século XIX” In:
Lopes, Eliana Marta Teixeira; Faria Filho, Luciano Mendes e Veiga, Cynthia Greive (orgs.). 500
anos de educação no Brasil. 3ª Edição. Belo horizonte: Autêntica, 2003.
18
8
Dentre os métodos de ensino podemos destacar o método individual, o mútuo e o intuitivo.
Destaque para o último que em fins do século XIX enfatizava não apenas o estudo das “primeiras
letras”, mas sim uma educação do corpo e do espírito. Ibid. Ver também Diana Gonçalves Vidal.
“Escola Nova e processo educativo” In: Eliane Marta T. Lopes, Luciano Mendes F. Filho e
Cynthia G. Veiga (orgs). 500 anos de educação no Brasil, op.cit.
9
Alessandra Schueler destaca em seu trabalho as ações do professor Manoel José Pereira Frazão
que propunha uma escola moralizadora e cívica, afirmando o papel essencial dos professores
públicos, preocupados com a cidadania e a reconstrução da Nação brasileira. A autora enfatiza
ainda a existência de diversos grupos, associações e conferências que demonstram a organização
coletiva dos professores públicos no período em questão. Ver Alessandra Frota M. Schueler.
Formas e Culturas escolares na cidade do Rio de Janeiro: representações, experiências e
profissionalização docente em escolas públicas primárias (1870-1890). Tese de Doutorado,
Niterói, UFF, 2002.
19
O Ato Adicional de 1834 determinaria que a formação do povo ficaria a cargo das
Assembléias Provinciais.10 A Constituição republicana de 1891 manteria o perfil
descentralizado do ensino, uma vez que o ensino primário e secundário era de
responsabilidade dos estados e municípios, sendo a União responsável pelo ensino
superior. A grande modificação republicana seria a laicidade do ensino nas
escolas públicas. Temas como a gratuidade e a obrigatoriedade do ensino
ganhariam destaque nos debates acerca da educação, ficando sob responsabilidade
dos estados e municípios na maioria das vezes.
As escolas primárias durante o período imperial funcionavam de forma
precária. Em geral, a escola funcionava na casa do professor, compreendendo
apenas uma sala de aula. Esta precariedade permanece durante a Primeira
República sendo raras algumas exceções. Neste sentido, a criação dos chamados
Grupos Escolares na última década do século XIX foi representativa de um
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10
Sobre a legislação educacional desde o Império ver Angela de Castro Gomes. “A escola
republicana: entre luzes e sombras” In: GOMES, Angela de Castro, PANDOLFI, Dulce Chaves;
ALBERTI, Verena (orgs), coordenação; Américo Freire [et al.]. A República no Brasil. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira: CPDOC, 2002, pp. 385-437.
11
Um exemplo representativo de tais inquietações é a inauguração em 1894 da Escola Normal
Caetano Campos em São Paulo, considerada como escola modelar ao utilizar o método intuitivo,
tomado como base de um ensino moderno. Primava-se, sobretudo, pela visibilidade, preocupando-
se com os edifícios escolares que deveriam se contrapor às visões da escola no período imperial.
Sobre o tema ver Marta Carvalho. A Escola e a República. São Paulo: Brasiliense, 1989.
20
12
São raros os trabalhos que mencionam diretamente o movimento realizado pela Liga Brasileira
Contra o Analfabetismo. Dentre estes, a obra de Ana Maria Araújo Freire, é uma das que faz
menção à Liga ao traçar um histórico desde o período colonial (1534) até os anos de 1930
buscando compreender o problema do Analfabetismo no Brasil. Entretanto, discordamos da autora
que vincula a campanha empreendida pela Liga Contra o Analfabetismo à uma ideologia da
inferioridade do analfabeto associada à cor negra e destacada como forma de preconceito elitista;
este é um argumento que não visualizamos em nossa pesquisa. Ver Ana Maria Araújo Freire.
Analfabetismo no Brasil: da ideologia da interdição do corpo à ideologia nacionalista, ou de
como deixar sem ler e escrever desde as Catarinas (Paraguaçu), Filipinas, Madalenas, Anãs,
Genebras, Apolônias e Grácias até os Severinos. São Paulo: Cortez: Brasília: INEP, 1989.
21
1
Vicente Licínio Cardoso. À margem da História da República (Idéias, Crenças e Afirmações).
Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1981, Tomo II, 2v (Biblioteca do Pensamento Político
Republicano, 8), p. 109-110.
23
2
Ibid, Tomo I, Nota do Editor.
24
próprias forças as energias capazes de fazê-la progredir, sendo para isto necessário
estudar e conhecer tais energias. Para o autor, era a educação o nosso problema
básico, nossa maior necessidade – sobretudo a educação popular, apontada como
necessidade vital. As questões educacionais eram por ele entendidas não como
simplesmente pedagógicas, mas sim como questões nacionais, no sentido de
formação da nacionalidade e do país. O Brasil necessitava de cultura (cultura
física, mental, profissional, cívica, social e política). 5
Em “O Idealismo da Constituição”, Oliveira Vianna chama a atenção para
o fato de que havia um imenso desacordo entre o idealismo do movimento de
1889 e da Constituição de 24 de fevereiro com a realidade nacional. Havia se
instituído um regime democrático que derivaria, portanto, da vontade do povo
manifesta pela opinião pública. Porém, segundo Vianna, tínhamos “um povo em
que a “opinião pública”, na sua forma prática, na sua forma democrática, na sua
forma política, não existe”. Não existia um sentimento de interesse coletivo.
Assim, sem organizar uma opinião pública, a democracia republicana no Brasil
continuaria sendo apenas um sonho eterno. 6
A preocupação em se pensar a questão nacional emergiu em diferentes
momentos do processo de autoconsciência dos intelectuais brasileiros. Segundo
3
Vicente Licínio Cardoso. “À Margem da República”. Ibid, Tomo II, pág. 103
4
Ibid, p. 110.
5
A. Carneiro Leão. “Os deveres das novas gerações brasileiras” In: Cardoso, Vicente Licínio. À
margem da história da república, op. Cit.
6
Oliveira Vianna. “O Idealismo da Constituição” Ibid.
25
guerra de 1914 traz uma nova era: a de incerteza, onde os padrões intelectuais
brasileiros seriam revisados, reacendendo-se a necessidade de pensar o Brasil do
ponto de vista brasileiro. A comemoração do Centenário surge como momento
simbólico para se fazer um balanço da situação do Brasil nos 100 anos decorridos:
havíamos avançado rumo ao progresso ou regredimos?
Foi buscando responder a tais indagações que os intelectuais brasileiros se
colocaram a pensar o país, objetivando propor soluções para uma nação que
precisava adquirir identidade própria. Chegar-se-ia à conclusão de que a
República não havia cumprido seu papel no que concerne à formação de cidadãos
e de uma consciência nacional, havendo a necessidade de republicanizar o Brasil
no sentido de organização de uma sociedade não mais identificada como
democrática apenas no papel das constituições.
7
Lúcia Lippi Oliveira. A questão nacional na Primeira República. São Paulo: Brasiliense, 1990.
8
Mônica Pimenta Velloso vincula a preocupação com o significado de ser brasileiro com a busca
da intelectualidade pelo “ser moderno”, fazendo uma análise acerca do modernismo brasileiro
onde evidencia que a idéia de modernidade acaba por diversas vezes se imiscuindo com a
construção de uma identidade nacional. Somente através da busca pela “brasilidade” o Brasil teria
seu acesso aos tempos modernos assegurado. A proposta da autora é evidenciar que há muitos
“sinais de modernidade” em movimentos que antecedem à famosa Semana de Arte Moderna
realizada em São Paulo em 1922. O modernismo brasileiro deve, desta forma, ser entendido como
algo mais complexo e diversificado que a simples marcação cronológica pré e pós 1922. Sobre o
tema ver Monica Pimenta Velloso. “O modernismo e a questão nacional”. In: Ferreira, Jorge e
Delgado, Lucília Neves de Almeida (orgs). O Brasil Republicano – O tempo do liberalismo
excludente: da Proclamação da República à Revolução de 1930. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2003. Vol.1, pp. 351-386.
26
Educação e saúde seriam apontadas como dois elementos que faziam parte
da receita de cura dos males brasileiros. Surgem, assim, diversos movimentos de
caráter nacionalista que propunham soluções cuja utopia estava na construção da
nação brasileira. As novas bandeiras nacionalistas propunham um programa de
lutas e a necessidade de organizar movimentos que atuariam na salvação do país
buscando uma nova identidade nacional.9 Inúmeras seriam as associações
fundadas neste contexto. Na análise da atuação de tais movimentos, algumas
referências conceituais se fazem necessárias, uma vez que noções importantes
como a idéia de Nação, intelectualidade e nacionalismo entram em jogo de forma
intensa, permeando a maioria dos movimentos organizados.
A partir da década de 1980, os estudos sobre a nação ganham grande
projeção. Nesta década, foram publicadas obras como as de Benedict Anderson e
Eric Hobsbawn10 que representam importantes referências sobre o tema. A nação
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9
Lúcia Lippi, op. Cit.
10
Benedict Anderson. Nação e consciência nacional. São Paulo: Ed. Ática, 1989 e Eric
Hobsbawn. Nações e Nacionalismo desde 1780. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
11
Khaterine Verdery. “Para onde vão a “nação” e o “nacionalismo”?”. In: Balakrishnan, Gopal
(org). Um mapa da Questão Nacional. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000, p. 240.
27
como símbolo devem-se ao fato de possuir um significado ambíguo, uma vez que
é uma noção utilizada de forma peculiar por diferentes grupos. 12
Em resposta ao descontentamento em relação à República e os
questionamentos acerca de nosso caráter nacional, destacamos no pensamento dos
intelectuais envolvidos com os movimentos nacionalistas que surgem nos anos 10
um conteúdo utópico. Ao formularem um projeto de transformação da sociedade,
tais intelectuais se colocavam como liderança moral da nação, representantes das
camadas politicamente afônicas.13 Posicionavam-se como possuidores de uma
missão social que deveria contemplar a formação de uma nação (civilizada).
A utopia de construir a nação estaria ligada ao desenvolvimento de um
processo civilizatório que teria seus caminhos definidos de acordo com os retratos
do Brasil que foram sendo elaborados. Os caminhos rumo à civilização
dependiam dos projetos político-intelectuais elaborados, podendo vincular-se à
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12
Ibid. Seu sentido ambíguo estaria relacionado aos públicos distintos ao qual Nação se destina
(internos e internacionais), seu uso evoca sentimentos distintos formados em relação a ela através
de períodos identificados como sendo de “construção nacional”.
13
Em seu artigo “A gênese de uma Intelligentsia – os intelectuais e a política no Brasil, 1920 a
1940”, Luciano Martins define uma noção de Intelligentsia, apontando algumas de suas
características principais. Sua análise parte dos fenômenos russo e polonês (tomados como
“clássicos”) passando a identificar a gênese de uma intelligentsia no Brasil. Martins destaca que
esta se constitui no Brasil nos anos 20 estando marcada pela busca por uma ponte entre a
modernidade e a modernização; tal busca conduz nossos intelectuais ao Estado. Aqui, adotamos
alguns aspectos apontados por Martins acerca da noção de Intelligentsia, porém, nos contrapomos
a sua idéia de que a intelligentsia no Brasil fosse desprovida de um pensamento utópico. Revista
Brasileira de Ciências Sociais. Número 4, vol. 2, junho de 1987, pp. 65-87.
14
Norbert Elias. O processo civilizador. Uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 1990, p. 23.
28
ser entendida, assim, como categoria descritiva que designa uma “atitude geral
17
das populações ao viver relações públicas” , representando o suporte das
formas de organização e politização sociais.
Todo grupo de intelectuais organiza-se a partir de afinidades e de uma
“sensibilidade ideológica ou cultural” comum – isto forma o que se chama de
estrutura organizacional de sociabilidade – esta por sua vez alimenta
“microclimas” em meio aos quais as atividades e comportamentos intelectuais são
desenvolvidas (uma espécie de microcosmo particular).18 Considerando-se o meio
intelectual polimorfo e polifônico, Rebeca Gontijo destaca três aspectos
norteadores, segundo Trebitch: a relação com a política (uma vez que, não há
meio intelectual sem um espaço público de debates); a definição de valores
próprios (no meio intelectual, as relações estabelecidas com o outro é remetida a
valores compartilhados) e o papel das representações (a representação de uma
“comunidade ideal”, através da qual a história dos intelectuais se organiza, pode
15
Jean-François Sirinelle. “Os intelectuais”. In: René Rémond (org). Por uma História política.
Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996.
16
São inúmeras as referências às Ligas que se dedicavam às causas mais variadas possíveis.
Através das pesquisas no periódico “A Noite” foi possível fazer um breve levantamento de
algumas dessas denominações entre os anos de 1915 e 1922. Ver ANEXO I.
17
Ver Rebeca Gontijo. “História, cultura, política e sociabilidade intelectual”. In: Soihet, Rachel;
Bicalho, Maria Fernanda Baptista e Gouvêa, Maria de Fátima Silva (org). Culturas Políticas:
ensaios de história cultural, história política e ensino de História. Rio de Janeiro: Mauad, 2005.
18
Esta dupla acepção de sociabilidade (rede organizacional e “microclima”) é elaborada por
Sirinelle, op. Cit.
29
adquirir formas diversas). Gontijo, tomando por base as idéias de Sirinelli, traz
uma interpretação pertinente acerca dos intelectuais ao pensá-los como “criadores
e mediadores culturais e como atores políticos, relativamente engajados na vida
da cidade e/ou nos locais de produção e divulgação de conhecimentos e
promoção de debates” 19.
A fundação de associações como a Liga de Defesa Nacional, a Liga
Nacionalista, a Liga Pró-Saneamaento do Brasil e a Liga Brasileira Contra o
Analfabetismo tinha por objetivo dar um novo rumo ao país, solucionando os
grandes problemas da pátria. A análise do contexto de fundação destas
associações deixa transparecer o compartilhamento de idéias e ações, formando
redes de sociabilidades que têm como foco principal, conforme veremos no tópico
a seguir, o desafio de construir a Nação brasileira. Vale à pena, neste sentido,
retornar a Vicente Licínio Cardoso acerca do papel da “geração nascida com a
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Nacional contando com o apoio de diversas camadas da sociedade (já neste ano
foi realizado o primeiro sorteio militar de acordo com a lei).22
O Presidente da Liga de Defesa Nacional seria sempre o Presidente da
República. Um Diretório Central composto por 50 personalidades deveria ser o
cérebro da Liga; dentre estes 50 membros eram escolhidos um presidente, onze
vice-presidentes, uma Comissão Executiva e um Conselho Fiscal. Dentre as
atribuições que cabiam ao Diretório Central estava a nomeação de Diretórios
Regionais. 23 O objetivo central da Liga de Defesa Nacional, de acordo com seus
estatutos, era “congregar os sentimentos patrióticos dos brasileiros de todas as
classes” difundindo “a educação cívica, o amor à justiça e o culto ao
patriotismo”.
O fim último da instituição, segundo Leila Capella, era a integridade
nacional e esta integridade seria obtida por meio de dois movimentos: de um lado,
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22
A Guarda Nacional seria extinta em 1918, pondo fim à dualidade do serviço militar. Uma
missão francesa, chegada em 1920, viria a complementar o trabalho dos “jovens turcos”,
produzindo efeitos na organização do exército e na educação militar. Ibid.
23
Composição da Primeira Diretoria da Liga de Defesa Nacional: Presidente da Liga – Dr.
Wenceslau Braz Pereira Gomes, Presidente da República. Vice-Presidentes – Conselheiro João
Alfredo Corrêa de Oliveira, Almirante Alexandrino de Alencar, Conselheiro Ruy Barbosa,
Conselheiro Francisco de Paula Rodrigues Alves, General Caetano de Farias, Monsenhor Vicente
Lustosa de Lima, Dr. Gabriel Osório de Almeida, Dr. Pedro Lessa, Dr. João Pandiá Calogeras, Dr.
Miguel Couto e Dr. Miguel Calmon du Pin e Almeida. Comissão Executiva – Dr. Pedro Lessa,
presidente; Dr. Miguel Calmon, vice-presidente; Olavo Bilac, secretário geral; Felix Pacheco, 1°
secretário; Dr. Joaquim Luiz Osório, 2° secretario; Affonso Vizeu, Tesoureiro. Conselho Fiscal –
Dr. Homero Baptista, Dr. Alberto de Faria, Dr. Guilherme Guinle. Diretório Central – Conde de
Affonso Celso, Affonso Vizeu, Alberto de Faria, Almirante Alexandrino de Alencar, Dr. Alfredo
Ellis, Dr. Aloysio de Castro, Álvaro Zamith, Antonio Antunes de Figueiredo,
Dr. Antonio Carlos Ribeiro de Andrade, Antonio Muller dos Reis, Dr. Augusto Daniel de Araújo
Lima, Dr. Augusto Olympio Viveiros de Castro, Dr. Bernardo Monteiro, Candido
Gaffrée, Conselheiro Candido de Oliveira, Conde Carlos de Laet, Dr. Carlos Peixoto, Dr. Cícero
Peregrino da Silva, Dr. Clovis Bevilaqua, Felix Pacheco, Conselheiro Francisco de Paula
Rodrigues Alves, Dr. Gabriel Ozório de Almeida, Guilherme Guinle, Henrique Coelho Netto, Dr.
Homero Baptista, Almirante Innocencio de Lemos Bastos; Marechal Jeronymo de Moraes
Jardim; Conselheiro João Alfredo Correa de Oliveira, Dr. João Galeão Carvalhal, João G. Pereira
Lima, Dr. João Pandiá Calogeras, Dr. João Texeira Soares, Dr. Joaquim Luiz Osório, Joaquim
Souza Ribeiro, Jorge Street, Marechal Jose Bernardino Bormann,; General Jose Caetano de
Faria, Almirante Julio Cezar de Noronha; Dr. Luiz Soares dos Santos, Dr. Miguel Calmon, Dr.
Miguel Couto, Conselheiro Nuno de Andrade, Olavo Bilac, Oscar de Porciúncula, Dr. Oscar
Lopes, Dr. Oswaldo Gonçalves Cruz, Dr. Pedro Lessa, Dr. Raul Pederneiras, Conselheiro Ruy
Barbosa e Monsenhor Vicente Lustosa de Lima. Ver Leila Maria Correa Capella. As malhas de
aço do tecido social: a revista “A Defesa Nacional” e o serviço militar obrigatório. 1985. 267
páginas. Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Federal Fluminense, Niterói:
1985.p. 235-236.
32
24
estariam os mestiços, os vagabundos e os analfabetos. Daí derivavam suas
propostas de ação que, conforme constam em seus estatutos, deveriam promover:
a propagação da educação popular e profissional; a difusão da educação cívica em
todas as escolas (civis, militares ou religiosas), nos lares, oficinas, corporações e
associações; defesa do trabalho nacional, da lavoura, da indústria, do comércio,
das ciências e das artes (interessando-se por todas as questões que importariam à
prosperidade, segurança e dignidade do país); o desenvolvimento do civismo; a
fundação e sustentação de associações de escoteiros, linhas de tiro e batalhões
patrióticos; apoio à execução de leis de preparo e organização militar; aconselhar
e facilitar a instrução militar; além do combate ao analfabetismo, ao alcoolismo e
à vagabundagem. 25
Neste contexto de intensa mobilização nacionalista, Olavo Bilac foi, sem
dúvida, um dos maiores entusiastas dos movimentos que emergiram durante a
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primeira década do século XX. Seu ideário viria a permear diversos destes
movimentos, estando o poeta envolvido na fundação, inclusive, da Liga Brasileira
Contra o Analfabetismo. Bilac representa apenas um dos muitos intelectuais ou
homens de letras que compartilhavam da preocupação fundamental que era
identificar os grandes problemas nacionais e buscar soluções para tais problemas.
Tais intelectuais estariam presentes em diversas Ligas, enquanto formuladores de
propostas e como atores efetivos de campanhas que visavam mobilizar a
sociedade, evidenciando uma rede de sociabilidades que era tecida por valores
compartilhados dentro de cada movimento e entre as diversas Ligas fundadas.
A defesa nacional que dava nome à Liga fundada em 07 de setembro de
1916 era definida por Olavo Bilac como sendo:
24
Ibid, p. 239.
25
Ibid, p. 237 e 238.
26
Ibid, p. 237.
33
27
Jorge Nagle. Educação e Sociedade na Primeira República, op. Cit, p.70.
34
28
Ibid.
29
Ibid, p.71.
30
No interior deste grupo, desenvolveu-se um movimento católico que teve como órgão a revista
A ordem e como organização o Centro Dom Vital fundado em 1922, tendo Jackson Figueiredo
como uma de suas principais lideranças. Este movimento católico teve como ponto de partida a
carta pastoral escrita por Dom Sebastião Leme em 1916, que apontava a ausência da instrução
35
religiosa como uma das principais causas dos males que afligiam a nação. Ver S. Mainwaring. “A
igreja da neocristandade” In: Igreja Católica e política no Brasil (1916-1985). São Paulo:
Brasiliense, 1989.
31
Jorge Nagle, op. Cit, p. 73.
32
Nara Britto. Oswaldo Cruz: a construção de um mito na ciência brasileira. Rio de Janeiro:
Fiocruz, 1995. 111p.
36
36
Ibid, p. 82
37
Ver também Gilberto Hochman. “Regulando os efeitos da interdependência: sobre as relações
entre saúde pública e construção do Estado (Brasil 1910-1930)”. Estudos Históricos. Rio de
Janeiro: Ed. FGV, 1993, v. 11, pp. 40-61.
38
1
Trecho retirado de “Liga Contra o Analfabetismo”. O Paiz, 08/09/1915, p.2. Não consta autoria.
40
que lhe prestar a imprensa do país, pois sem esse apoio não será possível
obter-se o concurso do povo brasileiro, condição indispensável para a
realização da idéia.4
2
“Uma cruzada Santa. O melhor meio de comemorarmos o Centenário da Independência”. A
Noite, 22/04/1915, p.1.
3
A partir daqui, quando nos referirmos à Liga Brasileira Contra o Analfabetismo, utilizaremos a
sigla LBCA.
4
“A comemoração do Centenário da Independência. A fundação de uma associação com
ramificações em todo país”. A Noite, 19/04/1915, p.2.
5
.”Uma cruzada Santa. O melhor meio de comemorarmos o Centenário da Independência”. A
Noite, 22/04/1915, p.1.
41
6
Ibid.
42
7
“Uma cruzada santa! A luta contra o analfabetismo”. A Noite, 23/04/1915, p.2.
8
“O Pão do espírito. Inaugurada hoje a Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”, A Noite,
07/09/1915, p.3. A notícia da inauguração da Liga Brasileira Contra o Analfabetismo seria
publicada ainda nos jornais O Paiz (“Liga Contra o Analfabetismo”. O Paiz, 08/09/1915, p.2) e
Gazeta de Notícias (“A inauguração da Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. Gazeta de
Notícias, 08/09/1915, p.4.
43
9
Ver Lúcia Lippi de Oliveira, “As festas que a República manda guardar” In: Estudos Históricos,
Rio de Janeiro: Ed. FGV, 1989, v. 2, pp. 172-189.
10
Ibid. Conselho Deliberativo: Irineu Marinho, Irene de Avellar Penteado, Leonidia Ferraz
Teixeira, Dr. Álvaro Baptista, Dr. Carlos Pinto Seidl, Marcelino Penteado, Tenente Antonio Freire
de Vasconcelos, Prof. José Antônio Gonçalves, Capitão de Corveta Raul Elysio Daltro, Prof. José
Ferreira da Rosa, Lindolfo de Azevedo, Dr. Oscar Thrompowsk Leitão de Almeida, Dr. José
Honório Menelick. Sócios Fundadores: Tenente da Marinha José Valentim Dunham Filho, Manoel
Pedro da Cunha, Edgard Bretas, Perseverando da Silva Oliveira, M. Jacy Monteiro, Francisco
Pinto, José Ribeiro Gomes, Dr. Aurélio Domingues, Dr. Nicanor Queiroz do Nascimento, Alfredo
Carlos de Mello, Augusto Santos, Luiz Eusébio de Mello Castello Branco, Dr. Carlos dos Santos
Imbassahy, Prof. Maria da Conceição Reis da Silva, Tenente da Marinha Octavio Sanctos, Carlos
da Rocha, Luiz Palmier, Dr. Affonso José dos Santos, Prof. Jardilina Carolina Rodrigues, Roberto
Pinto Seidl, Pedro Leite Bastos, Virgilio Ramos da Silva, Tenente da Marinha Agenor Sanctos,
Pedro Sérgio da Cunha, Laura de Oliveira Sanctos, Erik Jacobson, Capitão Manoel Alves da
Rocha Pinto, Álvaro Castilho, Dr. Francisco Lopes de Oliveira Araújo, Dr. Fábio Lopes dos
Santos Luz, Raul Pinto de Mendonça, Coronel Dr. José Maria Moreira Guimarães, Francisco Vaz,
H. Z. Tucker, Dr. Nuno Pinheiro de Andrade, Dr. Taciano Accioly Monteiro, Coronel José
Francisco Firmino, Dr. Francisco Bittencourt da Silva Filho, Coronel Tasso Fragoso, Luiz Gabriel
da Silva Mello, Corinto da Fonseca, Prof. Alberto Moreira Alves, Poeta Olavo Bilac, J. W.
Leopard, Dr. Asterio Jobin, Tenente da Polícia Militar Dr. Albino Monteiro, Dr. Leôncio Corrêa,
Esther Sanctos, Paulo Viriato da Fonseca Galvão, Maria Emília da Rocha Sanctos, Judith Sanctos,
Corina Berlinck da Silva, Prf. Leonor Bastos Brandão, Capitão de Mar e Guerra Dr. Henrique
44
associados cujas contribuições não poderiam ser menores que 500 réis, aceitando-
se ainda qualquer outra oferta de artigos escolares ou serviços didáticos. Solicitar-
se-ia também apoio da corporação legislativa na aprovação de projetos que
contemplassem os propósitos do movimento então fundado. Aos redatores dos
jornais, pedia-se um espaço (diária ou semanalmente) para a propaganda do lema
de combate ao analfabetismo.
Ferreira Santos Reis, Odette Fernandes Fortuna, Nair Sanctos, Dr. Mario Sanctos, Tenente da
Marinha Flávio Sanctos, Edith Caldas, Dr. Ricardo Joaquim da Cunha Júnior, Tenente Nelson
Simas de Souza, Coronel Esperidião Rosas, General Joaquim Ignácio Baptista Cardoso, Tenente
da Marinha Cícero Bernardino dos Santos. Ver também, “Uma cruzada Abençoada. A Liga
Brasileira Contra o Analfabetismo realizou uma importante sessão”, A Noite, 30/08/1915, p.3, que
informa sobre a adesão de 150 pessoas da capital além de 18 pessoas que poderiam ensinar
gratuitamente nas escolas a serem fundadas.
11
Liga Brasileira Contra o Analfabetismo, 1941. Localização: II-291,4,15 (Biblioteca Nacional
- Obras Gerais), pp.15-19.
45
12
Ibid. pp. 25-29.
46
O trecho de 1919 faz uma menção direta às ações que vinham sendo
empreendidas no âmbito da defesa nacional com a lei do sorteio militar de 1916,
bandeira defendida pela Liga de Defesa Nacional. Porém, em relação à instrução,
base da formação de cidadãos e que deveria ser o primeiro elemento da Defesa
Nacional, o que se verificava, de acordo com a professora Maria Santos era o
“dar de ombros” por parte do Congresso Nacional.
O foco central das colocações feitas neste discurso refere-se à idéia de que,
para a República se consolidar de fato no Brasil, a educação precisava ser
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0610412/CA
13
Ibid.
14
Ibid.
47
15
Ibid.
16
Ver “Ennes de Souza” In: Grande Enciclopédia Delta Larrousse. Rio de Janeiro: Editora
Delta S.A, 1978, Vol. 14, p.6412.
48
17
Disponível em <http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/iah/P/verbetes/acadbrci.htm>
Acesso em 09 de junho 2008.
18
Disponível em <http://prumo.gob.org.br/Museu/hex22.aspx>. Acesso em 09 de junho 2008.
49
19
Ver “Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”, 1941, op.cit, p.65.
20
“Homero Batista” In: Grande Enciclopédia Delta Larousse, op. cit, Vol. 2, p. 801.
21
Disponível em <http://www.ligadadefesanacional.org.br/actaprimeira.htm>.Acesso em 09 de
junho 2008.
22
Disponível em r <http://pt.wikipedia.org/wiki/Irineu_Marinho>.Acesso em 09 de junho 2008.
23
“Carlos Pinto Seidl” In: Grande Enciclopédia Delta Larousse, op. Cit, Vol. 13, p. 6235.
50
Comissão para atuar junto aos Professora Maria dos Reis Santos
poderes municipais Álvaro de Castilho
Marcellino Penteado
Corinto da Fonseca
Franco Vaz
Olavo Bilac
Corinto da Fonseca
Conselho Deliberativo Professor Alberto Moreira Alves
J. W. Shepard
Dr. Astério Jobim
24
“Uma campanha patriótica. Prosseguem vitoriosamente os trabalhos da Liga Contra o
Analfabetismo”. A Noite, 15/10/1915, p.4.
52
Podemos perceber que a idéia era atuar de forma simultânea junto aos
poderes municipais, estaduais e federais e na busca pelo apoio da sociedade civil;
sendo estas as estratégias fundamentais de atuação da Liga.
O desenrolar destas estratégias encaminha-nos para uma série de ações que
visavam o combate ao analfabetismo, seja através da fundação de escolas ou pela
propaganda contra aquele que era considerado o nosso maior mal, que se daria
das mais variadas maneiras, acarretando também os mais diversos tipos de apoios
e doações. Além disto, a organização de conferências e de festivais em benefício
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25
Ver ANEXO II.
26
Ver ANEXO III.
53
ESTADOS PERIÓDICOS
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Todos estes jornais foram alvo de agradecimentos por parte da Liga por
publicarem periodicamente seu lema de propaganda contra o analfabetismo.
27
Liga Brasileira Contra o Analfabetismo, 1941. Localização: II-291,4,15 (Biblioteca Nacional
- Obras Gerais), pp. 3-6.
54
28
Joaquim Nogueira Paranaguá, natural de Corrente no Piauí, foi médico da Santa Casa de
Misericórdia de Teresina e Ministro de Estado Tesoureiro da Imprensa Nacional. Atuou ainda
como deputado provincial durante o Império, foi vice-governador do estado do Piauí (1889 a
1890), Deputado Federal (1891 a 1896) e Senador (1897 a 1906) durante a Primeira República.
Disponível em: <http://www.senado.gov.br/sf/senadores/senadores_biografia> Acesso em 10 de
junho 2008.
29
“Uma campanha patriótica. Prosseguem vitoriosamente os trabalhos da Liga Contra o
Analfabetismo”, op. Cit.
30
Ibid.
55
31
“A guerra contra o Analfabetismo. A Brigada Policial inaugura os cursos noturnos. Uma idéia
que dever ser imitada”. A Noite, 05/11/1915, p.4.
32
“Os trabalhos da Liga Contra o Analfabetismo”. A Noite, 26/11/1915, p.4.
56
primária que funcionaria no “stand” da linha de tiro dessa localidade, sendo esta a
primeira que a liga iria inaugurar.33
À Câmara dos Deputados, o deputado José Bonifácio apresentaria o
seguinte requerimento de apoio à Liga:
Requeiro que seja nomeada uma comissão especial de nove membros para
o fim de propor ao Congresso, em projeto de lei, as medidas mais prontas
e eficazes para o combate ao analfabetismo, atendidas desta forma as
justas aspirações do povo brasileiro e o elevado movimento da LBCA. A
nomeação desses nove membros far-se-á dentre os deputados que
constituem a comissão de instrução pública, finanças, constituição e
justiça, no intuito de serem estudadas as medidas no seu aspecto
pedagógico, financeiro e constitucional. Sala das sessões, 13 de dezembro
de 1915 – José Bonifácio 34
pela Loja Asylo da Prudência filiada ao Grande Oriente do Brasil. Antônio Corrêa
Pinto havia proposto que se fundasse escola gratuita para os filhos dos maçons,
mas também para qualquer outra criança que nela queira se matricular. Esta escola
começaria a funcionar por todo o mês de abril corrente na Rua do Ouvidor n.26,
um comitê foi organizado para tratar da instalação da referida escola sendo
composto pelos seguintes nomes: Attila Pinheiro (venerável da Loja); Antônio
Corrêa Pinto (autor da proposta e relator da comissão); Dr. Antônio Espínola de
Athayde, Accacio Arthur dos Santos Leite, capitão Zacarias Menezes Doria,
Miguel Pappaterra, Francisco Estevão Gonçalves e Antônio Rodrigues Cardoso35
Aulas noturnas gratuitas estariam funcionando regularmente também no
Centro Cívico Sete de Setembro tendo como professores o Padre Olympio de
Castro, o acadêmico Alberto Roxo, o Dr. Vasconcelos Galvão, Pedro Leite
Bastos, Rosalvo Costa e Dr. Honório Menelick. As disciplinas ministradas seriam:
Língua Nacional, Geografia, História, Aritmética, Desenho, Inglês, Francês, aulas
de Educação Física e Instrução Militar, entre outras. Comentava-se também, a
33
“Liga Contra o Analfabetismo”. A Noite, 03/12/1915, p.4; “Combate ao Analfabetismo”. A
Noite. 13/12/1915, p.3 e “Liga Contra o Analfabetismo”. A Noite, 17/12/1915, p.4. Ver também
“Liga Contra o Analfabetismo”. O Paiz, 03/12/1915, p.6.
34
Ibid.
35
“A guerra contar o Analfabetismo”. A Noite, 16/03/1916, p.5.
57
36
“Mais adesões para a Liga Contra o Analfabetismo”. A Noite, 26/02/1916, p.2 e “Aulas
noturnas gratuitas”. A Noite, 31/03/1916, p.5.
37
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo. Comemoração do primeiro aniversário”. A Noite,
15/05/1916, p.4. Ver também “Associações – Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. O Paiz,
13/05/1916, p.6
38
“As Comissões da Câmara. As associações de aeronáutica e as Ligas Contra o Analfabetismo. A
responsabilidade dos funcionários”. A Noite, 10/07/1916, p.3.
39
“Comitê de Propaganda Contra o Analfabetismo”. A Noite, 12/08/1916, p.4.
40
“Vai fundar-se o primeiro curso da Liga Contra o Analfabetismo”. A Noite, 20/08/1916, p.2.
58
41
“A Liga Brasileira Contra o Analfabetismo realizará festiva solenidade no salão nobre do Clube
Militar das 16 às 18hs”. A Noite, 06/09/1916, p.4.
42
“Combate ao Analfabetismo”. A Noite, 05/10/1916, p.4.
43
Ibid.
44
“O Centenário da Independência do Brasil e o Analfabetismo”. A Escola Primária. Rio de
Janeiro: Ed. Francisco Alves &C, N., 1916, p.45 e 46.
59
45
“O Combate ao analfabetismo”. A Noite, 01/12/1916, p.4.
46
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 26/01/1917, p.4.
47
“A Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 07/01/1917, p.4. O livro publicado em
1916 era composto por trechos de uma conferência do médico no Instituto Central do Povo (RJ);
trazendo informações sobre a importância da instrução, da higiene e do conhecimento sobre a vida
sexual.
48
“Combate ao Analfabetismo”. A Noite, 12/01/1917, p.4.
60
noticiada no dia 6 do mesmo mês, foi lida uma carta de Saturnino Barbosa
(pedagogo paulista) que havia realizado na Biblioteca Nacional uma conferência
sobre o tema “Crítica introspectiva”. Na carta, o pedagogo sugere a criação de um
laboratório de pedagogia experimental. O assunto seria estudado pela diretoria da
49
Liga. As preocupações com a pedagogia ficam evidentes neste contexto,
embora não tenhamos acesso às idéias que compõem a proposta deste “laboratório
de pedagogia experimental”, podemos conjecturar que propostas técnico-
pedagógicas já estavam dentre as preocupações dos que se dedicavam à causa da
instrução durante os anos 10.
Em reunião ocorrida em março de 1917, o presidente a Liga, Ennes de
Souza notificou que uma escola mantida pela Fábrica de Vidros Esberard em São
Cristóvão estava obtendo notáveis progressos triplicando a freqüência. O Dr.
Corrêa de Freitas apresentou pessoalmente saudações à Liga Contra o
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49
“O combate ao analfabetismo”. A Noite, 06/02/1917, p.5.
50
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 02/03/1917, p.4 e “Liga Brasileira Contra o
Analfabetismo”. A Noite, 09/03/1917, p.4.
51
Ibid
61
52
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 25/03/1917, p.4 e “Liga Brasileira Contra o
Analfabetismo”. A Noite, 22/04/1917, p.4.
53
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo. Importantíssimas adesões”. A Noite, 06/05/1917, p.4.
54
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 17/06/1917, p.2.
62
55
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 14/07/1917, p.5 e “Combate ao
Analfabetismo”. A Noite, 12/08/1917, p.5.
56
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 14/07/1917, p.5.
57
Ibid.
58
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 19/02/1918, p.2 e “O combate ao
analfabetismo. Intensifica-s a propaganda”. A Noite, 17/05/1918, p.5.
63
da Viação para que a repartição dos correios adote nos seus carimbos o lema
“Combater o Analfabetismo é um dever de honra de todo o Brasileiro”, a exemplo
do que já se praticava, para outros fins, em Buenos Aires e na agência de
Barbacena.59
Prosseguiam também as manifestações de apoio através de doações como
a do leiloeiro Luiz Vernet que mandou ofertar à Liga a quantia de 65$,
proveniente do leilão feito do mostruário paraense da Exposição de Frutas. Esta
quantia seria aplicada na aquisição de livros e outros artigos escolares.60 Em
sessão publicada no dia 31 de maio de 1918, Ennes de Souza comunicou a oferta
de bancos-carteiras feita pelo Dr. Trajano de Medeiros, além da fundação de uma
escola modelo nas suas oficinas. Júlio Guedes informou também terem sido
distribuídas em algumas escolas mantidas pela Liga cerca de 30 bancos-cadeiras
ofertadas pelo comendador Casemiro Costa.61
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59
Ibid.
60
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 24/05/1918, p.4.
61
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 31/05/1918, p.4.
62
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 06/06/1918, p.3.
63
Ibid.
64
destacado que, “até pouco tempo, a pátria e o civismo eram esquecidos entre nós,
não havia preparo e educação para este sentimento inato ao povo”. Segundo o
autor, com o advento da guerra, a nação que era descrente na juventude tornou-se
cheia de fé e esperança no futuro. Fazia-se necessário, assim, repensar a
necessidade da educação cívica, efetivando-se um programa delineado sobre o
tema. Milton Cruz comentou também acerca da elevação moral do cidadão que
compreende seus deveres cívicos. 65
Durante os anos de 1919 e 1920, os trabalhos da LBCA continuariam,
embora o número de notícias que se remetiam ao movimento de combate ao
analfabetismo tenha diminuído desde meados de 1918. Isto se deve, em parte, ao
destaque que os periódicos “A Noite” e “O Paiz” dariam às notícias que
envolviam os dois grandes temas daquele contexto: a primeira grande guerra
(1914-1918) e a gripe espanhola. Sobretudo em 1918, as notícias sobre a I
Guerra Mundial ocupavam as primeiras páginas dos jornais brasileiros.
Paulatinamente, as páginas dos periódicos dariam grande destaque à epidemia de
gripe espanhola que assolou a população, fazendo inúmeras vítimas fatais.
Durante o ano de 1918, as reuniões da LBCA foram interrompidas por um mês
em razão da epidemia.
64
“Os novos horizontes da maçonaria brasileira. Combate às religiões, não, mas ao analfabetismo.
A sessão magna de amanhã”. A Noite, 23/06/1918, p.3.
65
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 15/11/1918, p.5. Sobre a Conferência ver
também “A campanha contra o analfabetismo”. O Paiz, 15/11/1919, p.9.
65
Souza pelos serviços por ele prestados ao Brasil na abolição dos escravos, na
propaganda republicana, na campanha em prol do ensino agrícola, na proteção à
infância e na luta contra o analfabetismo. Assumia a presidência da LBCA Maria
do Nascimento Reis Santos. Na reunião acima mencionada, ficou decidido o
seguinte: 1º) que a diretoria tomaria o encargo de tornar efetiva a homenagem,
dirigindo convites aos governadores dos estados e às associações patrióticas
existentes; 2º) a sessão se realizaria no dia 06 de maio, aniversário de nascimento
de Ennes de Souza; 3º) Que sob a direção de Leôncio Corrêa fosse naquele dia
publicada uma homenagem; 4º) que a diretoria da Liga solicitasse ao prefeito que
o nome de Ennes de Souza fosse dado a uma das escolas municipais.67
Vários telegramas e ofícios de condolências foram recebidos pela Liga. Para
citarmos alguns, temos os encaminhados pelo general Dr. Lauro Sodré, Joaquim
Ignácio Baptista Cardoso, pela Liga de Defesa Nacional, pela Associação
Propagadora das Belas Artes, a diretoria da escola da União Fabril de São
Cristóvão, Associação Cristã dos Moços, Instituto de Proteção à Infância (a
diretoria deste resolveu dar o nome de Ennes de Souza a um dos salões de seu
66
Alguns dos prêmios entregues foram os seguintes: “Conselheiro Manoel Francisco Correia”
oferecido por Leôncio Correia; “Duque de Caxias” e “Comendador Bittencourt da Silva” oferecido
por Albino Monteiro, além de outros três prêmios oferecidos pelo professor Vicente Avelar. “7 de
setembro”. O Paiz, 07/09/1919, p.3 e “Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite,
08/09/1919, p.5.
67
“Dr. Ennes de Souza. Uma sessão cívica”. A Noite, 09/03/1920, p.5; “Homenagem ao Dr. Ennes
de Souza. Resoluções da L.B. Contra o Analfabetismo”. A Noite, 12/03/1920, p.4 e “A memória
do Prof. Ennes de Souza”. A Noite, 06/05/1920, p.2.
66
sociedade civil. Bons exemplos dessa mobilização são as duas notícias que
seguem, ambas publicadas no dia 5 de junho de 1921.
A primeira notícia refere-se à decisão da Federação dos Trabalhadores do
Rio de Janeiro de fundar uma escola. Para isto, aproveitaria a antiga sede da
construção civil que ficava à Rua Barão de S. Felix, n. 119. Uma comissão
procurou o ministro da justiça e publicou o seguinte manifesto:
68
“O aniversário da Liga Contra o Analfabetismo”. A Noite, 05/09/1920, p.6.
69
“Combatamos o Analfabetismo. A comissão da Federação dos Trabalhadores do Rio de Janeiro
já se entendeu com o Sr. Alfredo Pinto”. A Noite, 05/06/1921, p.2
67
notar a idéia recorrente de que nosso povo só seria grande através da instrução. É
ela a chave para que o Brasil tomasse novos rumos.
A segunda notícia que gostaríamos de ressaltar, diferentemente da anterior,
faz um apelo. Os moradores do Sapê clamam por uma escola primária:
70
“Para combater o Analfabetismo. Os moradores do Sapê pedem a criação de uma escola
primária”. A Noite, 05/06/1921, p.2.
71
“As campanhas santas. Aumenta o entusiasmo pelo combate ao analfabetismo”. A Noite,
19/08/1921, p.6.
68
Artigo 3º) Todo chefe de família ou de casa, homem ou mulher, assim como
todo chefe de empresa ou sociedade de propriedade urbana, pastoril ou
agrícola, de oficina, de fábrica, de navio, de estaleiro, de agremiação de
indivíduos de toda espécie, tanto na cidade como no campo, em mar como
na terra, pagará uma multa de 1$000 por mês correspondente a cada
indivíduo analfabeto maior de quinze anos, que estiver sob sua autoridade,
fiscalização ou dependência.
Artigo 4º) Ficarão isentos dessa multa os inválidos de toda espécie, assim
como os sexagenários.
Artigo 5º) Será multado em um conto de rés todo indivíduo que embaraçar
ou prejudicar a execução da presente lei, mesmo por palavra ou por escrito.
Artigo 8º) Desde logo, o governo federal criará algumas escolas que
funcionarão nos centros mais populosos do país.
Pela instrução popular: Há em vossa casa alguém que não saiba ler, escrever
e contar? Aproveite o momento, encaminhe para as escolas do 2º distrito
todos os analfabetos de vossas relações. Não tendes recursos para enviar
vossos filhos para a escola? Pedi auxílio e a Caixa Escolar dará o que for
indispensável.
Deixam vossos filhos de freqüentar a escola por falta absoluta de recursos
para tratamento de saúde? Fazei um pedido de auxílio à escola mais
próxima: a inspetoria escolar apelará para o médico escolar e para os
Departamentos de assistência Municipal e de Saúde pública.
São necessários em casa os serviços de vossos filhos durante o período
oficial de trabalhos nas escolas? Com o regime provisório de aulas
extraordinárias podeis escolher melhor hora no espaço que vai das 8hs da
manhã às 9hs da noite, e assim não tereis em casa analfabetos.
O trabalho fora do lar impede alguém de vossa casa de aprender a ler? Com
um pouco de boa vontade encontrarão todos, das 8 da manhã às 9 da noite
algum tempo para obter o benefício inestimável que é saber ler, escrever e
contar.
Ide, pois, a qualquer dos seguintes postos e encontrareis ensino gratuito:
Chácara da Floresta 5, Praça do Castelo (morro do Castelo), Rua Visconde
do Rio Branco 18, Rua do Lavradio 56, Rua Evaristo da Veiga 126, Rua da
Glória 26, Rua do Catete 117, Praça Duque de Caxias 20, Rua das
73
“As campanhas santas. Pela primeira vez, as escolas públicas funcionaram em domingo”. A
Noite, 22/08/1921, p.1
70
74
“As campanhas santas. Onde se pode aprender a ler no 2º distrito”. A Noite, 19/09/1921, p.6.
75
“7 de setembro”. A Noite, 07/09/1921, p.2.
76
“Combatendo o Analfabetismo. Um novo método de ensino de primeiras letras”. A Noite,
03/10/1921, p.4.
71
77
“A campanha contra o analfabetismo, como está sendo feita, tem inconveniências. Em certas
casas de aparência vulgar, as professoras não devem entrar”. A Noite, 10/10/1921, p.5.
72
à saúde; assim, exigia-se o mesmo tipo de ação no que se referia à educação, não
bastando cuidar apenas da saúde do nosso povo (o doente Jeca Tatu estava sendo
curado, mas ainda não tinha instrução...).
Em reunião de janeiro de 1917, a diretoria da Liga decide enviar uma
mensagem ao Presidente da República; a princípio, a mensagem seria enviada no
dia 13 de maio daquele ano. Novamente o 13 de maio é posto como data
simbólica para as ações da LBCA, o que se objetiva naquele momento era a
libertação do povo brasileiro do grande mal que assolava a Nação. Juntamente
com a mensagem, seriam distribuídas à imprensa e às associações do país 2 mil
folhas que deveriam receber 40 assinaturas cada. O texto aprovado para a
mensagem era o seguinte:
80
Constituição da República Federativa do Brasil (1891). Disponível em <
www.presidencia.gov.br> Acesso em 14 de maio 2008.
81
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 24/05/1918, p.4.
82
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 23/01/1919, p.4.
74
83
ano, a freqüência escolar diminuía, engrossando a onda de analfabetismo.
Tendo em vista a situação acima denunciada, algumas sugestões seriam feitas,
passando sempre pela necessidade da obrigatoriedade do ensino primário. Em
novembro de 1919, o intendente Antônio Nogueira Penido apresentou ao
Conselho Municipal do Rio de Janeiro um projeto de lei tornando obrigatório a
partir de 7 de setembro de 1922 a freqüência nas escolas primárias pelas crianças
de 7 a 12 anos completos. O projeto previa ainda a divisão do curso da Escola
Normal em duas partes: o curso geral e o curso especial para formação de
professores. 84
Em setembro de 1920, Miguel Couto daria suas sugestões. Em idéias
expostas no 91º Aniversário da Academia de Medicina, o analfabetismo seria
mais uma vez apontado como um dos nossos problemas gravíssimos. Uma
solução para este problema era a emissão de milhares de apólices cujos juros,
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garantidos por impostos especiais, deveriam ser distribuídos pelas câmaras dos
municípios que aplicariam mais de um quinto de suas rendas em benefício da
instrução. Segundo Miguel Couto, a questão da instrução era urgente e requeria
grande atenção do governo:
A criança é o futuro cidadão e este, para ser útil, precisa ser sadio e forte,
assim colocou-a sob sua proteção o governo ao organizar o Departamento de
Saúde Pública; porém, chegada a 2ª infância, o espírito da criança precisa,
para ser útil a si mesma e também à sociedade, de proteção ainda: é então o
momento da escola [...] E quem nos diz que o presidente da república; cujo
poder de decisão é tão forte que está efetuando o congraçamento dos
Estados, não conseguirá também a extinção do analfabetismo nas grandes
cidades da União pela obrigatoriedade do ensino elementar? 85
83
Em 1918, no mês de julho a freqüência era de 50.528, em agosto de 51.177; já em 1919 a
freqüência no mês de julho era de 48.048 e em agosto 46.937. “Uma situação alarmante. Engrossa
a onda do Analfabetismo”. A Noite, 12/10/1919, p. 1.
84
“Obrigatoriedade da Instrução Primária e a Reforma do Ensino Normal”. A Noite, 06/11/1919,
p.3.
85
“As sugestões do patriotismo. Uma idéia luminosa do professor Miguel Couto. Combate ao
analfabetismo”. A Noite, 04/07/1920, p.1.
75
86
“A campanha Contra o Analfabetismo. Um apelo aos legisladores”. A Noite, 09/07/1921, p.6.
76
87
Ver “O Ensino Primário e a Conferência Interestadual. As teses que serão debatidas. O Sr.
Presidente da República presidirá a inauguração do dia 12”. A Noite, 10/10/1921, p.2.
88
Compareceram à Conferência representando a União: Carneiro Leão, Melo e Souza, Victor
Vianna, Rodrigo Octavio, Gustavo Guimarães, Sérgio de Carvalho, João Luderitz, Professor
Orestes Guimarães e Coronel Raimundo Pinto Seidl. Fizeram parte da Conferência como
delegados de instituições particulares Laudelino Freire (da Liga de Defesa Nacional), Sampaio
Dória (da Liga Nacionalista de São Paulo), Maria Nascimento Reis Santos (da Liga Brasileira
Contra o Analfabetismo), Américo de Moura (pela escola 7 de setembro de São Paulo), Ignácio do
Amaral (pela Escola Primária) e Professor João Camargo (pela Liga Pedagógica do Ensino
Secundário). Ver “Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”, op. Cit. p.50.
77
89
“Cerimônia inaugural. A Conferência Interestadual do Ensino Primário. O Discurso do Sr.
Ministro da Justiça”. A Noite, 12/10/1921, p.3.
78
90
De acordo com Ana Maria Freire, o parecer mencionado foi apresentado em 12 de setembro de
1882, porém jamais foi discutido pela Câmara. Rui Barbosa escreveu os pareceres na condição de
relator da Comissão de Instrução da Câmara, contando com a cooperação dos deputados Thomaz
de Bonfim Spindola e Ulysses Machado Pereira Vianna. O capítulo XVI foi dedicado ao “Fundo
Escolar” que tinha como idéia fundamental uma instrução para todos que deveria ser custeada por
todos. Este fundo ou taxa escolar adviria dos impostos pagos por toda a população (dotação
territorial; dotação tributária e dotação eventual). Ver Ana Maria Araújo Freire. Analfabetismo no
Brasil, op. Cit. pp. 112-153.
79
União, de modo que “talvez o combate ao mal que a presente conferência visa
vencer, seja agravado com a interferência e assistência de auxílios por parte do
governo federal”. Por fim, o delegado afirma lavar as mãos.93
Ao término dos trabalhos, a I Conferência Interestadual do Ensino Primário
chegaria às seguintes conclusões:
91
Liga Brasileira Contra o Analfabetismo, op. Cit, 1941, p.44.
92
“Conferência sobre o Ensino Primário. O delegado do Rio Grande do Sul lava as mãos”. A
Noite, 16/11/1921, p.3.
93
Ibid.
80
94
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”, op. Cit. p. 61-63
81
Estatística extraída do relatório organizado por Orestes Guimarães e Mello e Souza por
designação da Conferência Interestadual do Ensino Primário. Fonte: A Noite, 07/01/1922.
95
“Vinde a mim os analfabetos. Um patriótico apelo aos estudantes em férias”. A Noite,
09/01/1922, p.6
96
“Oh! A luta Contra o analfabetismo! Escolas que dão o “exemplo””. A Noite, 03/04/1922, p.4.
84
97
“Tudo, tudo pela desanalfabetização”. A Noite, 25/04/1922, p.5.
98
“Em prol da extinção do analfabetismo no Brasil. Um apelo ao Sr. Prefeito que merece ser
atendido”. A Noite, 12/07/1922, p.4.
99
“A Mensagem do Sr. Presidente do Estado do Rio”. A Noite, 03/08/1922, p.6.
85
mesmo com esta pesquisa, novas diretorias foram eleitas e novas cruzadas devem
ter sido realizadas visando acabar com o analfabetismo no Brasil. Voltaremos a
isto mais adiante.
4
1
Trecho retirado de uma conferência da LBCA. Ver Liga Brasileira Contra o Analfabetismo,
op. Cit., pp.31 e 32.
88
2
Ver ANEXO IV.
3
Ver “Uma campanha patriótica. Prosseguem vitoriosamente os trabalhos da Liga Contra o
Analfabetismo”. A Noite, 15/10/1915, p.4. A escritora mineira Maria Lacerda Moura foi uma das
atuantes personagens da Liga em Barbacena, sendo uma de suas fundadoras. Maria Lacerda Moura
formou-se na Escola Normal de Barbacena em 1904, onde também lecionou. Envolveu-se com o
movimento operário anarquista, participando diretamente do movimento operário sindical. Foi
uma das pioneiras do feminismo no Brasil. Entre 1918 e 1919, morando em São Paulo, publicou
dois livros sobre a instrução das mulheres como instrumento transformador de suas vidas e
assumiu a presidência da Federação Internacional Feminina (criada por mulheres das cidades de
Santos e São Paulo). Ver Maria Lacerda Moura (1887-1945). Disponível em
<http://netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_2349.html>. Acesso em: 14 de abr. 2008 e
Maria Lacerda Moura: trajetória de uma rebelde. Disponível em
<http://www.historia.uff.br/nec/textos/gehatex02.pdf>. Acesso em: 14 de abr. 2008.
4
“A Festa da bandeira em Campos”. A Noite, 20/11/1915, p.4.
89
uma Liga em Passo Fundo (RS) e a criação de um curso gratuito com concorrida
freqüência. No estado do Paraná, o Centro Paranaense também declarava sua
adesão aos ideais da LBCA, esperando instalar em breve instituições congêneres
naquele estado. 6
Iniciam-se ainda as primeiras providências para a fundação de uma Liga
na cidade de Niterói, assim como outras em todo o estado do Rio de Janeiro
como, por exemplo, a Liga criada na cidade de Campos. A idéia da criação de
uma Liga Fluminense Contra o Analfabetismo foi destacada pelo Dr. Luiz
Palmier. O Major Maximiano Martins, nomeado delegado da LBCA na capital do
estado do Rio vinha desenvolvendo atividades em torno desta iniciativa.7 Nilo
Peçanha, Presidente do estado do Rio de Janeiro, havia conversado com o Major
Maximiano Martins sobre a organização de uma Liga Fluminense Contra o
Analfabetismo e declarado seu apoio à fundação da Liga em Niterói, prometendo
ainda empreender campanha contra a ignorância, difundindo o ensino primário em
todo o estado. 8
Em 1915 iniciam-se as nomeações de delegados da LBCA. Conforme
apontamos no capítulo anterior, a ação destes delegados era essencial para a
5
“Os trabalhos da Liga Contra o Analfabetismo”. A Noite, 26/11/1915, p.4.
6
“Liga Contra o Analfabetismo”. A Noite, 03/12/1915, p.4 e “Prosseguem os trabalhos da Liga
Contra o Analfabetismo. Importantes adesões”. A Noite, 24/12/1915, p.2.
7
“Liga Contra o Analfabetismo”. A Noite, 17/12/1915, p.4.
8
“Prosseguem os trabalhos da Liga Contra o Analfabetismo. Importantes adesões”. A Noite,
24/12/1915, p.2.
90
difusão dos objetivos da Liga, uma vez que eram os delegados que faziam o
intercâmbio de informações entre a Liga Brasileira e suas seções. Em outubro
daquele ano, o presidente da LBCA declara a nomeação do Dr. Domingos
Jaguaribe para delegado da Liga em São Paulo e de Maria Piedade Ennes Belchior
9
com a mesma função em São Luís do Maranhão. Em dezembro, uma carta foi
enviada pelo general Joaquim Inácio, do Rio Grande do Sul, manifestando seu
apoio à LBCA, ficando este designado para delegado naquele estado. Por proposta
do sócio da Liga Brasileira Luiz Lobo, Gentil Bittencourt, Mário Sá e Octávio
Sacramento foram designados delegados no estado do Amazonas, onde
pretendiam fundar instituições locais de propaganda contra o analfabetismo.
Ao longo do ano de 1916, aumentam as adesões aos intuitos da LBCA em
todo o país. Em fevereiro, Luiz Palmier, um dos principais propagadores das
idéias de combate ao analfabetismo no estado do Rio de Janeiro, comunicou à
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LBCA que já haviam muitos núcleos organizados por sua iniciativa no interior
daquele estado, haviam representantes nos municípios de Petrópolis, Sapucaia,
Paraíba do Sul, Niterói, Carmo, Duas Barras, Vassouras e Cabo Frio.
O Espírito Santo, através do Centro Espírita de Cachoeiras do Itapemirim,
solicita algumas informações à LBCA e o envio de seus estatutos para a fundação
de uma seção da Liga naquele estado em maio de 1916. O mesmo procedimento
foi feito em relação a José Danny, professor do Patronato Agrícola em Arraial dos
Souzas (SP), que desejava trabalhar pela causa da Liga na localidade.
Notícias vindas da cidade de Campos (RJ) destacavam reunião organizada
por Thiers Cardoso no edifício da Associação dos Empregados do Comércio, onde
se fizeram representar os jornais “Folha do Comércio”, “Monitor Campista”, “A
Noite”, “O Rio de Janeiro” e “Gazeta do Povo” a fim de tratar do combate ao
analfabetismo. O foco principal da reunião era a necessidade da decretação do
ensino primário obrigatório. Organizou-se, então, uma comissão de membros da
imprensa visando agir sob o lema “Educação Cívica”. 10 Nota-se que a questão da
obrigatoriedade do ensino era uma das principais bandeiras da LBCA, sendo
seguida pelas Ligas locais. Além disto, não se pode perder de vista a ênfase
9
Ver “Uma campanha patriótica. Prosseguem vitoriosamente os trabalhos da Liga Contra o
Analfabetismo”. A Noite, 15/10/1915, p.4.
10
“Contra o Analfabetismo – A imprensa campista quer o ensino obrigatório”. A Noite,
13/05/1916, p.3.
91
constante dada pelos envolvidos com as ações das Ligas Contra o Analfabetismo
ao civismo e/ou à virtude cívica que deveria ser aflorada no povo brasileiro.
As manifestações de apoio e as notícias de mobilização no estado do Rio
de Janeiro ganharam destaque nas reuniões da LBCA. De acordo com Henrique
Milhomes, a Liga Contra o Analfabetismo em São Gonçalo havia ultrapassado o
número de 200 associados, além de obter a fundação de escolas diurnas e
conseguir que os edifícios das escolas estaduais fossem cedidos para aulas
noturnas. Há informações de que no estado do Rio haviam sido criadas mais 36
escolas, louvando-se, neste sentido, o auxílio do Presidente do Estado à causa da
instrução e a influência decisiva do Dr. Luiz Palmier nas ações fluminenses. 11
Em julho de 1916, o deputado do Rio Grande do Norte, Dr. José Augusto
expôs seu trabalho sobre a difusão do ensino primário e sobre a criação de um
Conselho Nacional de Educação em sessão da LBCA. A Liga lançou em ata voto
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0610412/CA
11
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo. Comemoração do primeiro aniversário”. A Noite,
15/05/1916, p.4.
12
“Contra o Analfabetismo. A Liga Brasileira trabalha”. A Noite, 21/07/1916, p.4.
13
“Contra o Analfabetismo”. A Noite, 29/07/1916, p.1.
14
“Combate ao Analfabetismo”. A Noite, 05/10/1916, p.4.
15
“O Combate ao Analfabetismo. A Liga continua a trabalhar”. A Noite, 31/10/1916, p.4. Ver
também “O Combate ao Analfabetismo”. A Noite, 01/12/1916, p.4.
92
16
“O combate ao Analfabetismo. Funda-se uma liga em “Foz do Iguaçu””. A Noite, 14/10/1916,
p.4.
17
Ibid.
18
“Mais adesões para a Liga Contra o Analfabetismo”. A Noite, 26/02/1916, p.2.
19
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 11/05/1916, p.4.
20
“O Combate ao Analfabetismo. A Liga continua a trabalhar”. A Noite, 31/10/1916, p.4.
93
Ribeirão Preto (SP), que havia notificado a fundação de uma Liga local, além da
decretação da obrigatoriedade da instrução primária na zona de sua jurisdição.
Ainda de São Paulo, chega a notícia da fundação de uma Sociedade que destinar-
se-ia a ministrar “instrução moral, espiritual e intelectual aos decaídos, mutilados
da vida e desfavorecidos da fortuna de todas as idades e de ambos os sexos”. 23
Atuando como delegado no Ceará, Mozart Monteiro informou à LBCA
que havia oficiado ao Governador daquele estado, J. Thomaz Sabóia, solicitando
auxílio no que pudesse conceder para o combate ao analfabetismo no Ceará.
Registrar-se-ia em ata de reunião da Liga Brasileira voto de louvor e
agradecimento ao referido governador do Ceará pela fundação de uma Liga
naquele estado. 24
Em fevereiro daquele ano, a LBCA recebe informações vindas de Itajubá
de que o deputado mineiro Pedro Bernardo Guimarães apresentou à Câmara de
Deputados em Belo Horizonte um projeto considerando de utilidade pública as
Ligas contra o analfabetismo de Lavras, de Vila Nepomuceno e de Barbacena. Tal
projeto havia sido apresentado em 18 de agosto de 1916. O referido deputado
mineiro foi, então, nomeado delegado especial da LBCA no estado de Minas
21
“A Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 07/01/1917, p.4.
22
“Combate ao Analfabetismo”. A Noite, 12/01/1917, p.4.
23
Ibid.
24
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 26/01/1917, p.4.
94
Gerais, por mostrar-se solidário à Liga e agir de acordo com seu programa,
lançando bases de diversas associações de combate ao analfabetismo. 25
Retornando de viagem a Minas Gerais, o presidente da Liga Brasileira,
Ennes de Souza, declarou que desenvolveu naquela região do Brasil uma ativa
propaganda em favor da instrução, sendo auxiliado por Carlos Góes que, em
breve, afirmou lançar as bases para uma Liga em Belo Horizonte. Atuavam na
cidade de Ouro Preto o Dr. Costa Senna, Alberto Magalhães e Luiz Caetano
Ferraz, sendo todos investidos da função de delegados da Liga naquela
localidade.26
Ainda em fevereiro de 1917, chega à LBCA a notícia de que em Vila Nova
de Lima não havia mais analfabetos graças aos esforços do diretor da “S. João
d’El Rey Gold Mining Company Limited” que fundou uma escola na região. Por
intermédio dos delegados Manoel Dantas e Alípio Silva chegam informações
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25
“O Combate ao Analfabetismo”. A Noite, 06/02/1917, p.5.
26
“Combate ao Analfabetismo. Em Villa Nova de Lima (Morro Velho) não há mais analfabetos”.
A Noite, 16/02/1917, p.4.
27
Ibid.
28
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 25/02/1917, p.4.
95
29
Ibid.
30
Ibid.
31
A fundação de Caixas Escolares, tema recorrente nas ações das Ligas, sobretudo no que se
refere à importância da freqüência escolar, será alvo de nossa atenção mais adiante. “Liga
Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 02/03/1917, p.4.
96
32
receberam nomes de mártires da Revolução de 1817. Também em março de
1917, Luiz Palmier informou em reunião da LBCA a fundação de uma Liga
Contra o Analfabetismo em Paraíba do Sul (RJ), sob a orientação e patrocínio de
Eurico Teixeira Leite, prefeito municipal. Declarou ainda que a Liga Fluminense
Contra o Analfabetismo estava atuando junto aos poderes estaduais para fundar 15
escolas em localidades diversas. 33
Prosseguiam as nomeações de delegados, enviados para atuar em todo o
território nacional. Remigio de Oliveira foi designado para trabalhar em nome da
Liga Brasileira em Brusque (SC), em razão da propaganda contra o analfabetismo
que vinha desenvolvendo em várias localidades catarinenses como São José,
34
Palhoça, Lages, São João e Nova Trento. Ernesto Cony Filho também foi
nomeado delegado na região mineira de Estação de Sítio, onde desenvolvia
propaganda em prol dos ideais da LBCA.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0610412/CA
32
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 02/03/1917, p.4.
33
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 09/03/1917, p.4.
34
Ibid.
35
“Combate ao Analfabetismo”. A Noite, 18/03/1917, p.4.
97
intuito da Liga enviada pelo Ministro da Marinha, que afirmava seu esforço para
libertar os marujos do analfabetismo. 36
O governador do Ceará, Sergio Saboya, encaminhou ofício à LBCA, onde
manifestava seu regozijo pela “fervorosa acolhida que mereceu de seus
37
coestaduanos na campanha ali iniciada”. Em 25 de março de 1917, Mozart
Monteiro propõe a inserção em ata de voto de louvor e agradecimento à Liga
Cearense. Monteiro entregou aos membros da LBCA vários exemplares do
“Diário do Estado” de Fortaleza, onde se verificaria a intensidade do movimento
naquela região. Do Rio Grande do Sul, o coronel Moreira Guimarães, comandante
da 2ª Brigada de Cavalaria em Alegrete, comunicou a fundação de uma Liga
naquela localidade, solicitando ainda estatutos à LBCA. O Dr. Luiz Palmier
comentou a fundação de uma escola paroquial em Areal (RJ), dirigida pelos
católicos locais. Comunicou ainda a fundação, pela Companhia Petropolitana, de
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0610412/CA
36
Ibid.
37
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 25/03/1917, p.4.
38
Ibid.
39
“A Campanha contra o Analfabetismo no estado do Rio”. A Noite, 31/03/1917, p.4.
40
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 22/04/1917, p.4.
98
41
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo. Importantíssimas adesões”. A Noite, 06/05/1917, p.4.
42
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 17/06/1917, p.2.
43
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 08/07/1917, p.4 e 14/07/1917, p.5.
44
“O ensino obrigatório no Estado do Rio”. A Noite, 18/07/1917, p.1 e “A obrigatoriedade da
instrução no Distrito. Um projeto no Conselho”. A Noite, 17/08/1917, p.3.
99
45
“Combate ao Analfabetismo”. A Noite, 12/08/1917, p. 5 e “Contra o analfabetismo em Queluz”.
A Noite, 14/08/1917, p.5.
46
Ver “A difusão do ensino primário”. A Noite, 01/10/1917, p.2; “Um projeto sobre o ensino
primário na capital pernambucana”. A Noite, 23/12/1917, p.4 e “A pérola da Guanabara através da
estatística”. A Noite, 31/12/1917, p.1.
47
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 15/04/1917, p.4 e “Liga Brasileira Contra o
Analfabetismo”. A Noite, 22/04/1917, p.4.
100
48
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo. Importantíssimas adesões”. A Noite, 06/05/1917, p.4.
49
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 19/02/1918, p.2.
50
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo. Mais uma filial no Rio Grande do Sul”. A Noite,
10/05/1918, p.2
51
Ibid.
101
para atuar em diversos lugares do país. O literato Antônio Salles foi designado
para o estado do Ceará e a professora Alzira Casabona de Oliveira atuaria no
Maranhão, na localidade de Mirador. 54
Em junho de 1918, a Liga Maçônica Charitas de São João D’el Rei (MG)
comunicou à LBCA a fundação de uma escola noturna denominada João
Gonzaga, sendo inaugurada em 30 de maio. À LBCA foram remetidos os jornais
“A Idea” de Paty e “Lumea” de Jaguari, onde foi publicado o lema da Liga, além
de artigos sobre a extinção do analfabetismo. O delegado da LBCA em Cruz Alta
(RS), o major do exército Maximiano Martins, deu ciência à Liga de uma
estratégia utilizada para interessar os jovens de Santo Ângelo na campanha da
Liga Contra o Analfabetismo. A carta enviada pelo delegado destaca o seguinte:
Assistindo a uma festa escolar do sexo feminino em Santo Ângelo, fiz uma
oração sagrando a missão de professora e roguei às meninas, em nome da
Pátria, que cada uma prometesse, tomando Deus por testemunha,
encarregar-se de dar luz a um analfabeto de seu lar ou da vizinhança. Elas,
levantando-se, estenderam as mãozinhas e prometeram. Ultimamente, três
meses depois daquele dia feliz, encontrando-me com a professora, fui por
ela informado de que só uma das meninas não cumpriu a promessa. 55
52
“O combate ao Analfabetismo. Intensifica-se a propaganda”. A Noite, 17/05/1918, p.5.
53
Ibid.
54
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 31/05/1918, p.4.
55
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 06/06/1918, p.3.
102
57
56
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 15/11/1918, p.5.
57
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. A Noite, 23/01/1919, p.4; “Guerra ao analfabetismo”.
A Noite, 13/03/1919, p.4;
58
“Combatendo o analfabetismo”. A Noite, 24/05/1919, p.1.
59
“A campanha contra o Analfabetismo no Exército”. A Noite, 23/06/1919, p.2.
60
“A campanha contra o analfabetismo”. A Noite, 22/07/1919, p.5.
103
61
“Contra o analfabetismo”. A Noite, 04/05/1920, p.4.
62
“Liga Barbacenense Contra o Analfabetismo”. A Noite, 21/05/1920, p.4
63
“Contra o analfabetismo”. A Noite, 12/07/1920, p.5 e “Os filhos de Alfenas não são analfabetos!
Magnífica revelação do recenseamento”. A Noite, 03/10/1920, p.3.
64
“Combatamos o analfabetismo! O que se tem feito em Barbacena”. A Noite, 22/10/1920, p.5.
104
65
“Os baluartes contra o analfabetismo no interior. O club Comercial de Juazeiro na Bahia”. A
Noite, 09/11/1920, p.5.
105
São Paulo, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe e Rio de Janeiro foi
bastante relevante, nos dando indícios de que a guerra contra o analfabetismo
atingiu quase todo o Brasil. De modo a aprofundar nossa análise e objetivando
melhor compreender as ações empreendidas nos estados e localidades, no tópico
seguinte, analisaremos a campanha das Ligas Contra o Analfabetismo em Sergipe
e no estado do Rio de Janeiro. 66
66
A análise especificamente destes dois estados deve-se ao fato de que, após longa pesquisa e em
razão das dificuldades em relação às fontes, estes são os únicos estados que possuem trabalhos que
se dedicam ao estudo específico sobre Ligas estaduais.
106
67
secretário) José da Silva Ribeiro (tesoureiro) e Evangelino de Faro (orador).
Fundada após sugestão de Theodoro Sampaio, no 5º Congresso Brasileiro de
Geografia (realizado em Salvador em setembro 1916), a Liga Sergipense teve uma
longa duração garantida pela colaboração de instituições como o Instituto
Histórico e Geográfico de Sergipe e, posteriormente, da Loja Maçônica Cotingiba.
A Liga de Sergipe implantou uma rede de escolas de alfabetização, cujas
inaugurações se repetiram até 1950.
Destacamos aqui o trabalho pioneiro de Clotildes Farias de Sousa que faz
uma análise detalhada das ações da Liga em Sergipe. A autora procurou mostrar
em seu trabalho que a fundação da Liga Sergipense estava inserida em um
movimento nacional. Nesse sentido, relacionou a fundação da Liga Sergipense
Contra o Analfabetismo com o movimento nacionalista da época e à campanha
empreendida por Olavo Bilac e a Liga de Defesa Nacional. Esta campanha teve
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O Brasil ainda não está feito, como pátria completa. E a culpa é nossa,
como foi dos nossos antepassados, porque a nossa cegueira ou o nosso
egoísmo, a nossa vaidade, a nossa pequenina política de rasteiras paixões
deixaram a massa do povo privada de fartura, de instrução, de higiene, de
‘humanidade’. Temos vivido e gozado no litoral do país, numa estéril
fruição de orgulho, de mando, de retórica e não nos dirigimos ao coração
da terra, à alma da gente simples, aos milhões de homens que vivem pelos
sertões abandonados à incúria, à pobreza, ao analfabetismo. [...]
67
Clotildes Farias de Sousa. Por uma pátria de luz, espírito e energia: a campanha da Liga
Sergipense contra o Analfabetismo (1916-1950). 2004. 141f. Dissertação (Mestrado em
Educação), Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, p. 27.
68
José Silvério Baía Horta. 1994. O hino, o sermão e a ordem do dia: a educação no Brasil
(1930-1945). Apud Clotildes Farias de Sousa, Idem.
107
reconhecemos que o Brasil ainda não está feito como pátria completa...
Como fazê-lo? Dar-lhe novas gerações de homens fortes e conscientes,
dando-lhes estas duas necessidades, primordiais, básicas de defesa: o
trabalho e a instrução. Sem o pão e o livro, sem a riqueza e o ensino, não
pode ter saúde, nem alegria, nem dignidade, nem alma, quem tem fome e
não pode pensar. 69
69
Carlota Josefina Malta Cardozo dos Reis Boto. 1990. Rascunhos de escola na encruzilhada
dos tempos. São Paulo. Tese (Doutorado em História e Filosofia da Educação). Faculdade de
Educação, Universidade de São Paulo. p. 215. Apud Clotildes Farias de Sousa, Idem. p.46
70
SERGIPE. 1917. “Estatutos da Liga Sergipense contra o Analfabetismo”. Aracaju: Imprensa
Oficial. p. 1. Apud Clotildes Farias de Sousa. Idem. p. 27.
71
Idem, p. 88.
108
72
Itala Silva de Oliveira. 1916. “Nos domínios da instrução IV”. Aracaju, ano VI, n. 1639, p. 2, 14
de novembro. Apud Clotildes Sousa, Idem, p. 91.
109
73
Clotildes Sousa, Idem, p. 120.
110
74
Ibid, p.107-109.
75
Ver Rosa Fátima de Souza. 1998. Tempo de civilização: a implantação da escola primária
graduada no Estado de São Paulo (1890-1910). São Paulo: Ed. da UNESP, p.16 Apud Clotildes
Farias, Idem.
111
76
Sua fundação solene seria realizada em 21 de Abril (data do “suplício de Tiradentes”), sendo
depois transferida para 18 de maio. Entretanto, os jornais não publicam notícias referentes ao dia
da fundação. “Liga Contra o Analfabetismo”. O Fluminense, 20/03/1916, p.2. e “Liga Contra o
Analfabetismo”. O Fluminense, 04/04/1916, p.1.
77
Faziam parte do Conselho Consultivo: Alfredo Backer, Francisco Chaves de Oliveira Botelho,
Barão de Miracema, Visconde de Quissamã, Feliciano Sodré, Eduardo Cotrim, Leopoldo de
Bulhões, Octávio Kelly, Mario Vianna, Galdino Filho, Geraque Collet, Oliveira Viana, Dr.
Alberto Torres, Antônio Ribeiro Velho Avellar, Coronel Francisco X. Guimarães, Benedicto
Pereira Nunes, Buarque Nazareth, Henrique Borges Monteiro, Almirante Adelino Martins, Dr.
Aquino e Castro, Modesto de Guimarães, Alvaro Rocha, Manoel Reis, Julião de Castro, Manoel
Themistocles de Almeida, Júlio Veríssimo da Silva Santos, Samuel Costa, Leoni Ramos, Antônio
Januzzi, Manuel W. Lengruber, Conde Modesto Leal, Barão de Amparo, Carlos Palmer, Coronel
José Ribeiro Pereira e Mucio de Paixão. “Liga Fluminense Contra o Analfabetismo”. O
Fluminense, 10/04/1916, p.1.
112
adesões obtidas entre abril e outubro, período que registra um grande número de
adeptos a cada reunião.
Ao que indicam as notícias nos jornais, a exemplo do que ocorria na
LBCA, as reuniões da Liga Fluminense eram realizadas semanalmente. No ano de
1916, ocorreram, sobretudo, nas instalações da Sociedade Beneficente Amparo
Operário. Entretanto, não podemos especificar o local destas reuniões nos anos
posteriores de atuação.
A proposta do movimento então fundado, chamava a atenção para a
necessidade de se nomear comissões escolares em cada distrito das
municipalidades, tendo em vista, através de cursos noturnos gratuitos, alfabetizar
todas as pessoas entre 14 e 50 anos. O juiz de paz seria o presidente das comissões
nos distritos e o superintendente de ensino seria o responsável nos municípios.
78
Diversas foram as comissões municipais organizadas e já neste momento
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0610412/CA
78
Ver ANEXO V.
79
“Caixas Escolares”. O Fluminense, 17/07/1916, p.1.
80
São Gonçalo foi o primeiro município a fundar uma Liga local, estando esta sob a incumbência
do Coronel Henrique Milhomens. Em notícias sobre sessões realizadas no edifício da Câmara
113
Municipal, menciona-se a participação de mais de 200 pessoas. “Liga São Gonçalense Contra o
Analfabetismo”. O Fluminense, 02/05/1916, p.1 e “S. Gonçalo”. O Fluminense, 09/05/1916, p.2.
81
A Constituição de 1891 atribuía aos Estados da federação a responsabilidade pelo ensino
primário no Brasil, mas segundo relatório apresentado em 1892 ao presidente do Estado do Rio de
Janeiro, José Thomaz Porciúncula, pelo Diretor Interino dos Negócios do Estado Bacharel Miguel
Joaquim Ribeiro de Carvalho, foi transferido às municipalidades o serviço de instrução pública
primária pela Constituição. Ao que indicam as reivindicações da Liga Contra o Analfabetismo, o
ensino ainda não era considerado obrigatório no Estado do Rio.
82
Não foi possível analisar cada um destes jornais locais, por razões diversas. Entretanto, esta
análise é um caminho importante a ser trilhado em trabalhos futuros. “Liga Fluminense Contra o
Analfabetismo”. O Fluminense, 31/08/1916, p.1 e 06/09/1916; “Combate ao Analfabetismo”. O
Fluminense, p.1 e 23/10/1916, p.1 e 25/11/1916, p.2.
83
“Liga Fluminense Contra o Analfabetismo”. O Fluminense, 31/07/1916, p.1.
114
84
ciência da realidade escolar do estado . Infelizmente, não encontramos os
referidos questionários emitidos às municipalidades, entretanto, a partir de seus
itens, podemos conjecturar que havia grande preocupação em conhecer os
programas adotados nas escolas, assim como as condições de ensino.
Logo após sua fundação, a Liga buscou o apoio do clero fluminense por
intermédio do Bispo Dom Agostinho Benassi, que prometeu tal adesão após ter
recebido comissão composta pelo Padre Henrique Magalhães, Dr. Luiz Palmier e
Professor Vieira da Rocha enviada para tratar deste assunto85. O apoio se daria
através da fundação de escolas paroquiais e recomendações que seriam dadas aos
vigários sobre a necessidade de combater o analfabetismo. Pedido de auxílio seria
feito também às associações maçônicas para que criassem escolas. Aos juízes de
direito e curadores de órfãos se oficiaria para verificarem nos municípios quais
eram os analfabetos, afim de que providenciassem junto aos tutores a educação
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0610412/CA
destes órfãos.
Vale ressaltar também que, desde o início desta campanha contra o
analfabetismo, a instrução nos quartéis ganha destaque. Através das informações
enviadas à Liga pelo Coronel José Ribeiro Pereira, comandante da Força Militar
do Estado, sabemos da criação de uma escola para os filhos de praças que possuía
32 alunos em setembro de 1916. Segundo relatório do Secretário Geral da Liga
Brasileira já mencionado anteriormente, de acordo com a ação nas corporações
militares, dentro de poucos meses seria diminuto ou nulo o número de
analfabetos. Empenho semelhante se observa na atuação do Diretor da
Penitenciária do Estado, Dr. Pereira Faustino, que também fundou uma escola.
É importante destacarmos novamente que na ausência de fontes como atas
de reuniões, relatórios ou estatutos da Liga Fluminense Contra o Analfabetismo,
assim como da LBCA, os periódicos representam o único meio pelo qual
conseguimos realizar esta pesquisa. Deste modo, embora nossas referências sejam
um tanto fragmentadas, é somente a partir delas que podemos vislumbrar o que foi
este movimento no estado do Rio de Janeiro, da mesma maneira como tentamos
caracterizar o movimento por todo o Brasil.
84
“Liga Fluminense Contra o Analfabetismo”. O Fluminense, 09/10/1916, p.1.
85
“Liga Fluminense Contra o Analfabetismo. A Liga Campista. O apoio do clero e as comissões
municipais”. O Fluminense, 17/05/1916, p.2.
115
causa.
Assim sendo, começaremos a percorrer as principais ações da Liga
Fluminense Contra o Analfabetismo durante os anos de 1916, 1917 e 1918,
pretendendo possibilitar ao leitor um melhor acompanhamento da atuação da Liga
no estado do Rio de Janeiro.
86
Entre o grupo de colaboradores de O Fluminense, podemos ressaltar a presença de Luiz Palmier
(que publicou cerca de 12 artigos neste jornal entre os anos de 1915-18), Jonathas Botelho e
Ramon Alonso, todos membros atuantes da Liga Fluminense Contra o Analfabetismo.
116
87
“A campanha contra o analfabetismo”. O Fluminense, 24/05/1916, p.1. Ver também “Liga
Fluminense Contra o Analfabetismo”. O Paiz, 14/05/1916, p.7.
88
O documento foi enviado ao presidente Nilo Peçanha. O governo atendeu ao pedido e a escola
foi restabelecida. “Liga Fluminense Contra o Analfabetismo”. O Fluminense, 09/01/1917, p.1 e
“Combate ao Analfabetismo”. O Fluminense, 18/04/1917, p.2.
89
“A instrução em Itaboraí”. O Fluminense, 15/11/1916, p.1.
90
“A Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. O Fluminense, 19/07/1916, p.1. “Combate ao
analfabetismo. Os trabalhos da Liga Fluminenses e o relatório da Liga Brasileira”. O Fluminense,
15/10/1916, p.2. Sobre a criação de escolas primárias, ao analisarmos a mensagem do presidente
do Estado do Rio de Janeiro Dr. Nilo Peçanha referente ao ano de 1916, não encontramos
referências diretas à Liga Fluminense Contra o Analfabetismo, entretanto, destaca-se, em relação
ao ensino primário, que “está palpitante a questão de generalizar a instrução, o mais poderoso
elemento de felicidade do povo tem merecido especiais cuidados do governo”. Os números a
respeito da instrução no estado nos informam sobre 303 escolas criadas e 226 instaladas. Ver
Mensagem do Presidente do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Typ. do Jornal do
Comércio de Rodrigues &C, p. 22-23.
117
91
“Escola Operária do Barreto”. O Fluminense, 27/09/1916, p.2; “Liga Fluminense Contra o
Analfabetismo”. O Fluminense, 17/10/1916, p.1 e 15/11/1916, p.1; “Combate ao Analfabetismo”,
O Fluminense, 23/10/16, p.1.
92
“Liga Petropolitana”. O Fluminense, 15/10/1916, p.2.
93
Leopoldo Teixeira Leite, presidente desta Liga e também da Liga Fluminense de Defesa
Nacional, conforme destacaremos mais adiante, fez um apelo às classes produtoras do estado para
que os fluminenses prestem todo o apoio aos altos poderes do Estado e da União em vista do
estado de guerra. “Liga Contra o Analfabetismo”. O Fluminense, 26/11/1917, p.2.
94
“Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. O Fluminense, 24/03/1917, p.2. Havia também três
listas de assinaturas para a mensagem a ser redigida ao Presidente da República pedindo a extinção
do analfabetismo em nossa pátria “Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”. O Fluminense,
19/03/1917, p.2.
95
“Combate ao Analfabetismo”. O Fluminense, 20/02/1917, p.1
96
“Combate ao analfabetismo. Uma importante reunião da Liga Fluminense”. O Fluminense,
27/03/1917, p.1.
97
“Combate ao Analfabetismo”. O Fluminense, 18/04/1917, p.2 e “Liga Contra o
Analfabetismo”, O Fluminense, 02/07/1917, p.1
118
mantinha oito escolas municipais e uma escola noturna municipal foi criada em
Teresópolis – o prefeito Coronel Sebastião Teixeira forneceu todo o material
escolar à municipalidade.99 A Liga destacaria a distribuição de material escolar e
criação de várias escolas solicitadas ao Dr. Nilo Peçanha.
São Gonçalo seria alvo de congratulações por parte da Liga em razão da
publicação do regulamento do ensino municipal e pela doação feita pelo professor
Miguel Maria Jardim, oferecendo 2.000 livros para as escolas municipais de São
Gonçalo. Além da importante inauguração do Grupo Escolar Nilo Peçanha com
presença do presidente do estado e do Dr. Luiz Palmier representado a Liga
Fluminense.100
O Coronel José Ribeiro da Força Militar do Estado informava que obteve
excelentes resultados com a criação das escolas noturnas e diurnas. Entretanto,
celeumas seriam levantadas à decretação do ensino obrigatório em Cantagalo, o
que levou a Liga Fluminense Contra o Analfabetismo a enviar ofício à Câmara
98
“Liga Contra o Analfabetismo”. O Fluminense, 02/07/1917, p.1 e “Liga Contra o
Analfabetismo”. O Fluminense, 24/02/1918, p.1.
99
“Combate ao Analfabetismo”. O Fluminense, 20/02/1917, p.1; “Combate ao Analfabetismo.
Uma importante reunião da Liga Fluminense”. O Fluminense, 27/03/1917, p.1; “Combate ao
Analfabetismo”. O Fluminense, 18/04/1917, p.2; “Combate ao Analfabetismo”. O Fluminense,
28/05/1917, p.1 e “Liga Contra o Analfabetismo”. O Fluminense, 02/07/1917, p.1.
100
“Combate ao Analfabetismo”. O Fluminense, 20/02/1917, p.1; “A inauguração de um grupo
escolar em S. Gonçalo”. O Fluminense, 22/04/1917, p.1e “Combate ao Analfabetismo”. O
Fluminense, 15/10/1917, p.1
119
101
“Liga Fluminense Contra o Analfabetismo”. O Fluminense, 02/05/1917, p.1.
102
“Liga Contra o Analfabetismo”. O Fluminense, 08/04/1918, p.1 e 27/04/1918, p.1.
103
“Liga Contra o Analfabetismo”. O Fluminense, 24/02/1918, p.1 e 08/04/1918, p.1.
120
escola para Salinas Perinas onde havia casa oferecida por Jalles Cabral, um
importante salineiro da região.104
A partir da análise destes três anos de atuação, podemos perceber que a
Liga Fluminense Contra o Analfabetismo se colocava enquanto meio através do
qual as localidades reivindicavam melhorias educacionais. Salta aos olhos a forma
como o entusiasmo em combater o analfabetismo havia tomado o estado do Rio.
De forma mais ampla, podemos destacar preocupações com a realidade escolar
que emergem através deste movimento, seja no que concerne às instalações – aos
edifícios escolares – ou mesmo no que diz respeito às condições do alunado.
104
“Liga Contra o Analfabetismo”. O Fluminense, 08/04/1918, 27/04/1918, p.1 e 12/06/1918, p.2.
105
“Liga Fluminense comunica-se com o Sr. Presidente do Estado”. O Fluminense, 14/06/1916,
p.1. Este pedido foi atendido segundo a notícia “Combate ao analfabetismo. A liga fluminense
dirige-se novamente ao Dr. Nilo Peçanha”. O Fluminense, 07/09/1916, p.1.
106
“Liga Fluminense Contra o Analfabetismo”. O Fluminense, 17/07/1916, p.1.
107
“Liga Fluminense Contra o Analfabetismo”. O Fluminense, 10/08/1916, p.1.
121
108
A realização deste havia sido decidida no último Congresso de Instrução que ocorreu em 1913
na Bahia.“Combate ao analfabetismo. A liga fluminense dirige-se novamente ao Dr. Nilo
Peçanha”. O Fluminense, 07/09/1916, p.1.
109
“Combate ao Analfabetismo. A Liga Fluminense”. O Fluminense, 25/11/1916, p.2. Em 1918,
segundo informações do secretário da Sociedade Beneficente Amparo Operário Coronel Xavier
Baptista Júnior, a escola por ela mantida possuía 63 alunos matriculas com freqüência de 40 em
média.
110
“Contra o Analfabetismo”. O Fluminense, 23/10/1916, p.1
111
“Combate ao Analfabetismo”. O Fluminense, 28/05/1917, p.1.
122
Peçanha quem afirma que “a difusão do ensino vai, pois, se tornando uma
realidade auspiciosa no Estado, como se vê da estatística de matrícula e
freqüência”113. Para o presidente do estado “alguns municípios, os mais
prósperos, muito poderiam auxiliar a ação do governo”. Neste sentido, ressalta
que a população de Miracema, em Santo Antônio de Pádua e a prefeitura de São
Gonçalo, vêm dar uma prova dos sentimentos que os animam em relação à
educação de seus filhos, resolvendo a construção de edifícios higiênicos para os
Grupos Escolares de Miracema e da vila de São Gonçalo. “Seria de desejar que
tão patriótica iniciativa fosse imitada pelas demais municipalidades, em uma
mesma louvável união de sentimento com o Estado, o que permitiria a realização
de um dos mais importantes pontos da reforma do ensino”.114 Fica evidente a
partir destas citações uma consonância entre a iniciativa privada e os desejos do
governo em prol da educação no estado do Rio.
O Dr. Agnello Geraque Collet em mensagem referente ao de 1917 aponta
que em Pádua e Itaocara, comerciantes e industriais, lavradores e proprietários,
haviam construído um grande “comité” que estaria efetivando a construção de
prédios escolares, acompanhando o belo movimento que se alastrava pelo norte
112
Mensagem do Presidente do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Typ. do Jornal do
Comércio de Rodrigues & C, 1915.
113
Através das estatísticas sobre matrícula e freqüência, aponta-se um aumento de mais de 60% da
freqüência se comparada ao ano anterior. Mensagem do Presidente do Estado do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro: Typ. do Jornal do Comércio de Rodrigues & C, 1916. pp. 22-23
114
Idem.
123
115
Mensagem do Presidente de Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Typ. do Jornal do
Comércio de Rodrigues & C, 1917. pp. 9-10.
116
Mensagem do Presidente do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Typ. Do Jornal do
Comércio de Rodrigues & C, 1918. pp. 9-12
117
“O recenseamento da população infantil do 2o distrito. O que disse o Dr. Teixeira Leite”. O
Fluminense, 17/05/1919, p.1.
118
“Combate ao Analfabetismo. A Liga Fluminense”. O Fluminense, 25/11/1916, p.2
124
costurada por elementos que vêm à tona a partir das ações e informações obtidas
através deste membro que em seus artigos publicados nos periódicos da época
dava suas impressões sobre o movimento que tomava o estado do Rio.
Vale fazermos ainda algumas considerações acerca da educação a ser
difundida pela Liga Fluminense, assim como de algumas preocupações que
envolveram seus membros. Em outubro de 1916, a Liga organizou uma primeira
conferência, realizada no edifício da Associação Comercial, cujo tema foi
“Família, Escola e Pátria”. O tema da conferência nos leva novamente a refletir
acerca dos objetivos da Liga. Estes não estavam ligados apenas a aspectos
quantitativos do combate ao analfabetismo, havia uma grande preocupação em
qualificar o ensino, educando de forma integral. Uma segunda conferência teria
como tema “Saúde do corpo e saúde do espírito”, sendo realizada por J.
122
Demoraes. Neste sentido, vale a pena retomar os três pilares – Saúde, Moral e
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122
“Liga Fluminense Contra o Analfabetismo”. O Fluminense, 09/10/1916, p.1 e 28/11/1916, p.1
126
123
“Caixa Escolar” In: A Escola Primária, Ed. Francisco Alves & C. Ano 1, n.1, p.5. Outubro de
1916.
127
das que estavam sendo organizadas no 7º, 11º, 10º, 12º e 13º distrito. Entretanto,
vale ressaltar que o que queremos evidenciar é a maneira como o movimento de
criação de Caixas Escolares ganha proporções maiores a partir da década de 1910,
passando a alcançar todo o território brasileiro e não apenas a capital federal. Isto
é bastante significativo tendo em vista que a realidade da cidade do Rio (enquanto
capital do país) é bastante diferente de outras regiões do Brasil.
Para além dos aspectos presentes na análise da atuação da Liga
Fluminense Contra o Analfabetismo feita até aqui – solicitações por escolas para
diversos municípios e criação destas seja pelo governo municipal ou estadual ou
124
por outras vias – é em 1918 que a criação de Caixas e Grupos Escolares se
consolida, tomando praticamente todo o Estado do Rio de Janeiro e contando com
apoio governamental. Estes dois aspectos trazem à tona preocupações que seriam
enfocadas posteriormente pelos movimentos em prol da educação, estando a idéia
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0610412/CA
124
Segundo Relatório da Diretoria de Instrução Pública de 1900, “obedecendo à modernidade
pedagógica”, em cumprimento à lei no. 376 de 23/12/1897 o governo criou alguns Grupos
Escolares (“Menezes Vieira”, “Barão de Macahubas”, “Barão de Tautphoeus”, “Honorato de
Carvalho” e “Alonso Adjuto”). Entretanto, é no contexto da Liga Fluminense Contra o
Analfabetismo que a criação de Grupos Escolares ganha destaque.
125
Ibid.
128
126
Projeto referente à criação das Caixas Escolares e Caixas Econômicas Escolares apresentado ao
Presidente do Estado. Relatório apresentado ao Presidente do Estado pelo secretário Geral Dr. José
Mattoso Maia Forte em 1918, p.39-41. As Caixas Econômicas Escolares destinavam-se a receber
as economias dos alunos para lhes serem restituídas no fim do ano letivo, habilitando-os ao
exercício da previdência, sendo inteiramente separadas das Caixas Escolares. Sobre estas últimas,
ver também “Caixa Escolar no Estado do Rio”. O Fluminense, 07/07/1918, p.1.
129
127
Ver ANEXOS VI e VII.
130
128
“Caixa Escolar Nilo Peçanha. A posse da diretoria”. O Fluminense, 04/08/1918, p.2.
129
Edmundo March, “Caixas Escolares”. O Fluminense, 31/08/1918, p.1.
130
Mensagem do Presidente do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Typ. Do Jornal do
Comércio de Rodrigues & C, 1919. pp. 23-35.
131
simplesmente deixam de publicar notícias acerca da Liga que nos serve de objeto
de análise. Entretanto, em lugar desta associação – ou mesmo como seu legado –
ficam as Caixas Escolares. Estas permaneceriam ativas nos municípios por um
longo período. Festivais e outros eventos em favor das Caixas passariam a ser
realizados já em 1918, levando adiante os propósitos da Liga Fluminense Contra o
Analfabetismo.
Assim, encerramos nossa análise acerca da fundação e atuação de Ligas de
combate ao analfabetismo nos estados brasileiros, instituições que pretendiam por
fim ao grande mal que assolava o Brasil e que promoveram um amplo movimento
em cada estado envolvido declarando guerra contra o analfabetismo, chamando a
atenção para a necessidade de melhor instruir os brasileiros.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0610412/CA
5
1
Febvre, 1949, p.428 Apud Jacques Le Goff, “Documento/Monumento” In: História e Memória.
Tradução Bernardo Leitão... [et al.]. 5ª edição, São Paulo: Editora da UNICAMP, 2003, p. 530.
133
2
Ver Jacques Le Goff, “Memória” In: História e Memória, op. Cit. p.419.
134
3
Marc Bloch Apud Jacques Le Goff, “Documento/Monumento”, In: História e Memória, op.
Cit. p.534.
4
Sobre o tema ver trabalhos de Marta Carvalho, A Escola e a República, op. Cit. e Molde
Nacional e Fôrma cívica, op. Cit.
135
5
Ibid. Ver também Helena Bomeny. Os intelectuais da Educação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 2003, 2ª Edição.
136
havia uma separação entre a educação das elites e a educação do povo; à primeira
destinava-se o ensino secundário e superior e ao povo destinava-se a escola
primária que o formaria integralmente tornando-o saudável, disciplinado e
produtivo, evitando, assim, que a educação se tornasse uma arma perigosa,
desestabilizando a sociedade. De acordo com Heitor Lyra da Silva:
6
Acerca das reformas de cunho organizacional destacamos a Reforma Rocha Vaz de 1925
(referente ao ensino secundário e superior), a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública
em 1930, o Estatuto das Universidades Brasileiras em 1931 e a Lei Orgânica do Ensino
Secundário do mesmo ano. Vale destacar que a década de 1920 seria marcada também por
diversas reformas regionais. Em 1920, Sampaio Dória realiza a primeira destas em São Paulo, em
1922-23 o paulista Lourenço Filho vai ao Ceará com intuito renovador. Em 1924, Anísio Teixeira
leva à Bahia seu aprendizado com John Dewey. Em 1925-28 reformas são empreendidas por José
Augusto Bezerra de Menezes no Rio Grande do Norte, em 1927-28 é a vez do Paraná com
Lisímaco Costa. Francisco Campos renovaria o ensino primário e normal do Estado de Minas
Gerais em 1927. Por fim, nos anos de 1927-30, Fernando de Azevedo inicia reformas educacionais
na capital da república. Porém, seria com Anísio Teixeira à frente da direção da Instrução Pública
na cidade do Rio de Janeiro que as reformas ganhariam destaque, sobretudo em razão das
polêmicas que provocaram. Sobre os reformadores ver Helena Bomeny, “Novos talentos, vícios
antigos: os renovadores e a política educacional”. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 6, n.11,
1993. Ver também Clarice Nunes, Anísio Teixeira: A poesia da ação. São Paulo: EDUSF, 2000.
7
Marta Carvalho, Molde Nacional e Fôrma Cívica, op. Cit.
8
Idem, A Escola e a República, op. Cit. p.46.
137
tais movimentos relegados a segundo plano, tal qual haviam feito os membros da
ABE.
Entretanto, de acordo com o que apresentamos ao longo da análise das
ações da LBCA e das ligas estaduais e locais, a preocupação com a freqüência
escolar, com a falta de prédios, material didático, saúde, modos civilizados e
cívicos e com uma escola moderna que “instrui e moraliza, alumia e civiliza” já
estava presente ali, ainda que de maneira germinal. Não se pode afirmar que o
movimento escolanovista produz um modelo escolar novo: o que ocorre é a
adoção de novos significados políticos e pedagógicos para algumas propostas que
já estavam sendo postas em evidência por movimentos anteriores.
A campanha empreendida pela LBCA a partir de 1915 nos permite
vislumbrar um lugar para esta instituição na História da Educação brasileira, um
lugar que é delineado por sua atuação política e educacional que mobiliza a
sociedade brasileira em favor do combate ao analfabetismo e chama o Estado a
intervir nas questões educacionais. Uma das características fundamentais desta
campanha foi o grande engajamento social que se obteve na difusão do ensino
primário em todo o país.
9
Ibid, p. 149.
138
10
Michael Pollak, “Memória, Esquecimento, Silêncio”. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol.
2, n.3, 1989, p.3-15.
11
Ver Anexo VIII.
139
12
Liga Brasileira Contra o Analfabetismo, op. Cit.
13
Todos os textos, discursos ou conferências se encerram com a citação do lema da LBCA
“Combater o analfabetismo é dever de honra de todo brasileiro”.
140
Por que razão a missão da LBCA estava sendo dada como terminada? A
resposta para este questionamento, ou pelo menos parte dela, pode ser dada
através da própria publicação dedicada à LBCA. À página já mencionada onde se
encontra a inscrição “Liga Brasileira Contra o Analfabetismo”, segue-se uma
página dedicada a Getúlio Vargas, onde consta uma foto do presidente da
República dos Estados Unidos do Brasil e um texto que “explicaria” o motivo
para o encerramento dos trabalhos da LBCA. Vargas é apontado como
14
Esta notícia havia sido publicada no “Jornal do Comércio” em 14 de março de 1940. Ver Liga
Brasileira Contra o Analfabetismo, op. Cit.
15
Ibid, p. 1 e 2. Ver ANEXO IX.
141
16
Ibid, p.104.
142
6
Referências bibliográficas
7
Fontes
Revistas:
A Escola Primária (1915-1922)
8
Anexos
8.1. ANEXO I
Liga Nacionalista
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0610412/CA
Liga do Comércio
Liga Monárquica
Liga Marítima
Liga Anônima
Ligas Anti-Germânicas
Liga Esperantista
Liga do Coração
8.2. ANEXO II
Estados Delegados
de Sapucaia)
Autran, Octavio Trinas, José Luiz Rodrigues da Costa, Carlos Lage Savão,
Vicente Avellar Filho, 1º tenente Manoel Barros Lins, Henrique Guimarães,
Osório da Silveira, A. O. Marques, Dr. Oswaldo Avellar, senhoritasTarcília e
Gelina da Silva Sayão, Dr. Antônio de Castro Pereira Rego, Dr. Octavio Steinor
do Couto, Eduardo da Cruz Rangel, Almirante Beaumont, Dr. José Paes Barreto,
Candido Carneiro, Adalberto de Andrade, Romeu Pinto de Lemos, Dr. Gaspar
Santelmo Gomes dos Santos, Nadia Santelmo Gomes, senhorita Nair Gomes
Santos, Exma. viúva de José do Patrocínio, tenente da marinha de guerra José A.
de Paiva Meira, Benvindo A. Taques Horta, Carlos A. de Macedo Soares
Guimarães, Diógenes Marchon, João Guilher, Dr. Raul Pinto, Dr. Orlando
Mattos, professora Lucinda Bittencourt, 1º tenente Caio Lustosa de Lemos,
Manoel Pereira Borges (diretor da Mundial), Gabriel Ferreira da Cruz, Francisco
A. Machado, Roldão Américo, Franco Vieira,
154
8.4. ANEXO IV
8.5. ANEXO V
Cabo Frio: Carlos Palmer, Luiz Bonifácio Ludemberg, Drs. Bráulio Conrado,
Floriano Sampaio e Macedo Soares e Coronel Adolpho Berauger.
Cantagalo: Dr. Rômulo Barreto, Júlio Veríssimo da Silva Santos, Hugo Cunha,
Mário Barreto, Coronel Francisco Lessa, Coronel César Feijane e Professor
Alexandre Brasil.
Pádua: Zeferino Barroso, Dr. Irineu Sodré, André Wernecke, Coronel Perlingeiro,
Franklin de Almeida e Capitão José Giudice.
Itaboraí: Coronel Antônio da Silva Leal, Luiz Pereira dos Santos, João Pery D.
Santos, Hermeto Júnior, Capitão de Fragata Soares da Cunha, Padre Egídio
Carvuoti e Dr. Colatino de Araújo Góes.
Rio Bonito: Coronel Cândido de Araújo, Capitão Alves Vianna, João Carmo, drs.
Antônio Supardo, José Nunes da Costa Tibau, Francisco José Teixeira de Almeida
e Dr. Eugênio Corediro.
Barra Mansa: Henrique Zamith, Pedro Vaz, Drs. Henrique Leite Guimarães e
Pence de Leon.
São Fidélis: Dr. Platão Henrique Garcia, Raul Veiga, Victorino José de Souza
Villela, Coronel João Sanches, Dr. Geraque Collet, Flanklin Baptista da Silva.
São Pedro: Dr. Antônio Alves Teixeira e Souza, Francisco José dos Santos Júnior,
Agenor Evaristo dos Santos, Felippe Lopes Pinheiro, Carlos Oberlaender e
Antônio Homem Cardoso da Matta.
Rio Claro: Coronel Raul Alves de Souza e Silva, José Gonçalves de Souza
Portugal Júnior, Leopoldo Júlio de Sá, Padre Ezequiel e Eufrosino de Moraes
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Pereira.
São João da Barra: Dr. Eduardo Manhães, Coronel Armando Alves da Silva,
Capitão Nelson Pereira, Coronel Felicíssimo Francisco Alves e Professor José
Moreira de Souza.
Japuíba: Drs. Santos Moreira, Jonas Correia da Costa, Pacheco Leão e Coronel
José Pinto Pinheiro.
Angra dos Reis: Drs. Guido Saraiva Nogueira e Portela de Almeida Santos,
Coronel Honório Lima, Augusto Frederico e Coriolano de Souza.
8.6. ANEXO VI
Localidades fluminenses onde ocorreu instalação de Caixas
Escolares:
Itaperuna Cidade
Natividade
Itaocara Três Irmãos
1o distrito
Iguaçu Queimados
Itaboraí Porto das Caixas
Sede
Magé Cidade
Niterói 1o distrito – Caixa Escolar Benjamim Constant
2o distrito – Caixa Escolar Eusébio de Queiroz
3o distrito
4o distrito
5o distrito
6o distrito
Escola Normal.
Paraíba do Sul Grupo Escolar Andrade de Figueira
Petrópolis Grupo Escolar Pedro II
Rio Claro Sem referência sobre a denominação
Rio Bonito Catimbão Grande
Santa Tereza Sem referência sobre a denominação
Sant’Ana de Japuíba Caixa Escolar Miguel Maria Jardim (1o distrito)
159
Vila
3o distrito
Cachoeiras
São Gonçalo Grupo Escolar Nilo Peçanha (1o distrito)
São João da Barra 2o distrito
São Pedro D’Aldeia Sem referência sobre a denominação
Teresópolis Grupo Escolar Euclides da Cunha
Valença Ipiabas e Desengano
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160
Carmo X
Duas Barras X
Iguaçu X
Itaboraí X X X
Itaguaí X
Itaocara X X
Itaperuna X X
Macaé (no distrito de X
Conceição)
Mangaratiba X
Maricá
Magé X X
Niterói X
Nova Friburgo X
Paraíba do Sul X X
Parati X
Petrópolis X X
Piraí X
Resende
Rio Bonito X X
Rio Claro X X
Sant’Ana de Japuíba X X
Santo Antônio de X X
Pádua
São Fidélis X
São Francisco de
Paula
São Gonçalo X X
São João Marcos
São Pedro D’Aldeia X X
161
São Sebastião do
Alto
São João da Barra X X
Santa Maria X
Madalena
Santa Teresa X
Sapucaia X X
Saquarema X
Sumidouro X
Teresópolis X X
Valença X X
Vassouras X X
Entre Rios (distrito X
de Paraíba do Sul)
Areal X
8.9. ANEXO IX
163