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Dupla: Eduardo Sander Vieira e Mayco Biasibetti

Resumo:
O artigo é um estudo prospectivo realizado no Departamento de Medicina do Tórax, Jinnah
Postgraduate Medical Center, Karachi, durante março a junho de 2017. Publicado na revista
“Pakistan Journal of Medical Sciences” no bimestre nov/dez de 2017. O estudo se refere à
eficácia da utilização do BiPAP e da segurança do equipamento quando utilizado por tubo
endotraqueal para pacientes comatosos com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
que possuem insuficiência respiratória.
O artigo relata em sua introdução que a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) tem
uma grande causa de morbidades e mortalidades no mundo, tendo uma porcentagem
considerável de mortes em países em desenvolvimento, como é o caso do Paquistão e do
Brasil. A literatura aponta ligações entre a insuficiência respiratória junto a exacerbação da
DPOC e essa associação causa mortalidade significativa aos afetados. Nesse ponto, o
estudo insere o BiPAP, relatando que a literatura aponta que o equipamento pode ser
utilizado para reduzir a taxa de intubação e complicações relacionadas à ventilação
mecânica (VM).Por algumas razões envolvendo a contra indicação da máscara facial, o
estudo visa entender a eficácia e a segurança da utilização do BiPAP por meio de tubo
endotraqueal. O estudo incluiu pacientes com DPOC e insuficiência respiratória, que
apresentavam contra indicação do uso de máscara facial. O BiPAP usado tinha: (1) pressão
inspiratória positiva nas vias aéreas (IPAP), 2 - 40 cm H 2 O; (2) pressão expiratória positiva
nas vias aéreas (EPAP), 2 - 16 cm H 2 O; (3) taxa de respiração, 5 - 60 respirações por
minuto; (4) inspiração cronometrada, 0,1– 2,0 segundos; (5) tempo de subida, 1% –6%; Os
pacientes foram mantidos em posição semi reclinada com a cabeça elevada a 45 °. Foram
monitorados os sinais vitais, saturação de oxigênio, eletrocardiograma além de amostras de
gasometria arterial, essas que foram obtidas antes da pesquisa após 2 e 24 horas do início
do procedimento. Os resultados do estudo apontaram que 70% dos pacientes responderam
à terapia e 30% não responderam. não ocorreu diferenças basais de acordo com sexo,
duração da DPOC e idade. Desta forma, foi associado a um efeito positivo do uso de BiPAP
aplicada em tubo endotraqueal nesses pacientes que responderam positivamente. Os
pesquisadores relataram uma melhora significativa no pH, PaCO2 e Gasometria arterial nos
pacientes que realizaram a utilização do BiPAP. Quanto ao estudo, necessita-se de
resultados comparativos de outros delineamentos, como um ensaio clínico randomizado
para verificar a eficácia da utilização do BiPAP. O estudo possui um N baixo e homogêneo
(restrito ao Paquistão), desta forma, necessita de uma amostra maior e mais heterogênea
para a determinação precisa da aplicabilidade em outros locais.

Aplicabilidade: Neste estudo que escolhemos foi utilizado um método diferente de


administração de BiPAP. Em vez de máscara facial, foi usado um tubo endotraqueal como
interface entre o paciente e a máquina. O tubo endotraqueal em um paciente inconsciente
reduz o risco de aspiração e bloqueio das vias aéreas superiores por queda da língua. O
sucesso da terapia como mostrado no nosso estudo é provavelmente devido à redução do
risco de aspiração e pneumonia. Ao usar a máscara facial, existe o risco de vazamento das
pressões inspiratórias através dos espaços de ar potenciais entre a pele e a máscara facial
mal ajustada. As chances desse vazamento são minimizadas pelo tubo endotraqueal. Desta
forma consideramos que em locais com poucos recursos, o uso de BiPAP por meio de tubo
endotraqueal pode ser uma intervenção eficaz e segura para pacientes comatosos com
DPOC e insuficiência respiratória hipercápnica.

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