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E.E.M.

DITE FREITAS
POLO DITE FREITAS – ENSINO MÉDIO - TUBARÃO SC
Componente Curricular: Filosofia
Professor (a): Marcos Rodrigues
Turmas: 310,311,312,313,316,317
Data: 11/05/2021

Orientações: Leia atentamente o conteúdo da aula, não precisa copiar. Para quem recebe o conteúdo
de filosofia impresso, colar o texto no caderno.
Responder as perguntas no caderno.
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Aula 1

A Revolução e a Investigação Científica

Chamamos de revolução científica o período entre os anos de 1550 e


1770, aproximadamente. Este período foi marcado por mudanças na forma do
pensamento e da fé aceitos na Europa. A ciência, até essa época, estava
interligada com a filosofia separou-se para tornar-se um conhecimento mais
prático, estruturado e fundamentado.

COMO ACONTECEU? Seu início, pode-se dizer, se deu com a


proposta do modelo heliocêntrico de Nicolau Copérnico, ou seja, com a
proposta de que a Terra não está no centro do universo, e se que ela se move.
O pensamento da população a respeito da composição da matéria baseava-se
somente na terra, no fogo, no ar e na água, mas algum tempo depois, tudo
passou a ser diferente: sabia-se da existência das pequenas partículas e de seu
papel na formação das coisas. Com o início dessa revolução, passou-se a ir
contra muitos pensamentos da igreja e novos estudos foram realizados para
que essa visão de Copérnico fosse aceita. Surgiram então novas propostas de
Galileu Galilei, René Descartes, Christiaan Huygens e Isaac Newton.
O termo Revolução Científica, no entanto, somente passou a ser usado
a partir de 1939, quando Alexandre Koyré, historiador francês, começou a
usar o termo para designar o período de mudanças intelectuais radicais

MOTIVOS: Entre as principais causas, podemos citar o renascimento


cultural, a imprensa, a reforma protestante e o hermetismo, que nada mais é
que o estudo e a prática da filosofia oculta e da magia. Com o surgimento do
renascimento, vieram correntes de pensamento que pregavam o uso do senso
crítico mais aprofundado, assim como uma atenção maior às necessidades
humanas. Com esse senso crítico, o homem passou a ver mais os fenômenos
naturais ao invés de levar tudo pelo que a Igreja Católica dizia

OS AVANÇOS: Entre muitas mudanças que essa revolução trouxe


para a ciência, está a percepção de que quando estudamos a natureza da Terra,
também estamos conhecendo como ela é no Universo. A observação das
manchas solares feita por Galileu em torno do ano de 1610 foi o que mais
determinou a mudança de pensamento quanto ao movimento da Lua em
torno da Terra, assim como dos planetas ao redor do Sol.
Ele descobriu que as manchas não pareciam estar estacionadas,
movendo-se pelo disco solar com aparência irregular variando, diariamente,
na opacidade e em número. Passou ainda a lançar-se contra tudo que se
acreditava até então, contra a crença tradicional e argumentando sobre a
doutrina ortodoxa, afirmando que esta deveria também ser testada por meio de
observações confiáveis e deduções matemáticas. Além disso, a ciência passou
a ser mais aceita e ganhou muitas outras ferramentas, ganhando espaço e
removendo as influências místicas da Idade Média nos pensamentos. A
imprensa foi inventada por Johannes Gutenberg e, com isso, as releituras
foram eliminadas, mantendo cópias dos originais a todos que a quisessem,
sem interpretações equivocadas. A matemática descreveu verdades, a física
explicou os fenômenos da natureza que antes eram explicados como
fenômenos divinos pela igreja, e provou-se que a Terra é que se movia em
torno do Sol.
O Humano como Objeto de Investigação Científica

Embora as ciências humanas sejam recentes, a percepção de que os


seres humanos são diferentes das coisas naturais é antiga. Sob esse ponto de
vista, podemos dizer que, do século XV ao início do século XX, a
investigação do humano realizou-se de três maneiras diferentes:

PERÍODO DO HUMANISMO: inicia-se no século XV com a ideia


renascentista da dignidade do homem como centro do Universo, prossegue
nos séculos XVI e XVII com o estudo do homem como agente moral,
político e técnico-artístico, destinado a dominar e controlar a Natureza e a
sociedade, chegando ao século XVIII, quando surge a ideia de civilização, isto
é, do homem como razão que se aperfeiçoa e progride temporalmente através
das instituições sociais e políticas e do desenvolvimento das artes, das
técnicas e dos ofícios. O humanismo não separa homem e Natureza, mas
considera o homem um ser natural diferente dos demais, manifestando essa
diferença como ser racional, livre, agente ético, político, técnico e artístico.

PERÍODO DO POSITIVISMO: inicia-se no século XIX com


Augusto Comte, para quem a humanidade atravessa três etapas progressivas,
indo da superstição religiosa à metafísica e à teologia, para chegar,
finalmente, à ciência positiva, ponto final do progresso humano. Comte
enfatiza a ideia do homem como um ser social e propõe o estudo científico da
sociedade: assim como há uma física da Natureza, deve haver uma física do
social, a sociologia, que deve estudar os fatos humanos usando
procedimentos, métodos e técnicas empregados pelas ciências da Natureza.
A concepção positivista não termina no século XIX com Comte, mas
será uma das correntes mais poderosas e influentes nas ciências humanas em
todo o século XX. Assim, por exemplo, a psicologia positivista afirma que
seu objeto não é o psiquismo enquanto consciência, mas enquanto
comportamento observável que pode ser tratado com o método
experimental das ciências naturais.

PERÍODO DO HISTORICISMO: desenvolvido no final do século


XIX e início do século XX por Dilthey, filósofo e historiador alemão. Essa
concepção, herdeira do idealismo alemão (Kant, Fichte, Schelling, Hegel),
insiste na diferença profunda entre homem e Natureza e entre ciências naturais
e humanas, chamadas por Dilthey de ciências do espírito ou da cultura. Os
fatos humanos são históricos, dotados de valor e de sentido, de significação e
finalidade e devem ser estudados com essas características que os distinguem
dos fatos naturais. As ciências do espírito ou da cultura não podem e não
devem usar o método da observação-experimentação, mas devem criar o
método da explicação e compreensão do sentido dos fatos humanos,
encontrando a causalidade histórica que os governa.

RELATIVISMO: as leis científicas são válidas apenas para uma


determinada época e cultura, não podendo ser universalizadas. As coisas são
como são e cada indivíduo pode interpretá-las de forma a aproximar-se da
realidade. O Relativismo pode ser entendido como a postura ou teoria de
refutar a existência de verdades e de defesa da opinião. Entretanto, não
existem, no relativismo, social ou cultural, normas finitas e supremas de
“bem” e de “mal” para julgar a própria sociedade. Socialmente, o relativismo
permitiu que aquilo que no passado era considerado "mal", "errado", hoje não
tem nem essa conotação nem é igualmente considerado "bom" ou "correto".

Filosofia da História: os indivíduos humanos e as instituições


socioculturais só são compreensíveis se seu estudo científico subordinar-se a
uma teoria geral da História que considere cada formação sociocultural seja
como “visão de mundo” particular, seja como etapa de um processo histórico
universal.
Para escapar dessas consequências, o sociólogo alemão Max Weber
propôs que as ciências humanas – no caso, a sociologia e a economia –
trabalhassem seus objetos como tipos ideais e não como fatos empíricos. O
tipo ideal, como o nome indica, oferece construções conceituais puras, que
permitem compreender e interpretar fatos particulares observáveis. Assim, por
exemplo, o Estado se apresenta como uma forma de dominação social
(através da legitimação da violência) e política sob vários tipos ideais
(dominação carismática, dominação pessoal burocrática, etc.), cabendo ao
cientista verificar sob qual tipo encontra-se o caso particular investigado.
Para Weber, “homens dominam homens”; então ele pretende entender a
sociologia dentro das intenções do estado (vale lembrar que Weber se refere
ao estado moderno).

Objetivismo: A realidade existe independente das interpretações pessoais das


pessoas. A realidade é uma coisa e a interpretação dessa realidade é outra.
Para o objetivismo, a realidade é uma só e pode-se investigar para se
aproximar dela ou descobrir como ela realmente é. A verdade não é múltipla.
Interpretativismo: A verdade é uma questão de interpretação (ponto de
vista). A pessoa interpreta as coisas da realidade de acordo com sua
experiência de vida. Não existe realidade alguma a ser encontrada fora das
nossas interpretações.

ATIVIDADES

1 - Observe a imagem e responda:

a) A imagem se refere às etapas do


método científico contemporâneo.
Podemos dizer que é um método
Positivista e Objetivista? Por que?

b) Pesquise cada uma das etapas


propostas pelo método científico:
observação, perguntas, hipóteses,
experimento, análise e conclusão.
Depois, faça um resumo sobre cada
uma dessas etapas.

c) Por que as ciências naturais


dependem do empirismo como
método?

d) Pesquise e responda: O que se


entende por falseabilidade no método
científico?

e) As ciências humanas precisam, ou conseguem, usar de todas as etapas


apresentadas? Por que?

2 – Sabemos que Galileu foi forçado pela igreja a contestar suas descobertas.
Logo depois, foi preso, condenado por heresia. Quais descobertas de Galileu
foram contra os dogmas da igreja? Por que?
3 – Podemos dizer que o conceito de cultura é uma visão relativista? Qual a
importância do relativismo para as ciências humanas?

4 – Faz pouco tempo que o ensino de filosofia foi formalmente inserido nas
escolas brasileiras. Qual a importância dessa disciplina e dos temas que ela
engloba mostrados no terceiro quadrinho? Reflita e responda com suas
palavras.

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