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# O Átomo de Hidrogênio de Acordo com a Mecânica Quântica (Modelo

Atômico de Rutherford)

Segundo o modelo de Rutherford os átomos são constituídos de um núcleo de cargas


positivas e de uma quantidade de cargas negativas (elétrons) circundado esse núcleo de modo
semelhante há um sistema planetário. Temos que em um átomo neutro o número de prótons é
igual ao número de elétrons, a carga elementar de um elétron é e=1,6 ∙ 10−19 C e as dimensões

de um átomo são da ordem de 10−10 m.

Figura a: Modelo Atômico Clássico Segundo Rutherford

Fonte: Blog Hoje Tem Natureza. 2020

Devido a facilidade para compreensão, o Átomo de hidrogênio é um dos mais


estudados, pois através dele podemos entender melhor como funciona a estrutura atômica e as
implicações no mundo quântico. Da teoria clássica de Rutherford temos que o elétron se
localiza em uma órbita circular entorno do núcleo com um raio r e uma velocidade linear
constante v. A partir disso podemos considerar que sobre o elétron agem duas forças, a força
eletrostática dada pala lei de Coulomb e a força centrífuga, com isso concluímos que o átomo
estará em condição de estabilidade quando as forças sobre ele estiverem equilibradas, ou seja:

e2 m v2
= (1)
4 π ε0 r2 r

Figura b: Representação do Átomo de Hidrogênio

Fonte: Apostila Cap.2


Este conceito, infelizmente, não estava em harmonia com o que já se conhecia da Teoria
Eletromagnética, pois através desta é possível verificar que uma carga em movimento emite
energia em forma de ondas eletromagnéticas perdendo assim energia. Como a energia cinética
do elétron depende diretamente da velocidade ao quadrado, este resultado implica em perda de
velocidade causando uma diminuição da força centrífuga, desestabilizando assim a estrutura do
átomo que logo entraria em colapso pois o elétron se chocaria com o núcleo devido a força
eletrostática conforme é mostrado na figura a seguir:

Figura C: Trajetória do Elétron ao Irradiar Energia.

Fonte: SANTOS, 2020.

A Física Clássica não consegue explicar tal problema, para isso se fez necessário a
aplicação de novos conceitos que deram origem a Física Quântica.

# Modelo atômico de Bohr

A partir dos anos de 1900, o cientista alemão Max Planck em seus estudos relacionados
a emissão de radiação de corpos negros juntamente com os estudos de Einstein sobre o efeito
fotoelétrico trouxe novas ideias para a Física, que posteriormente deram origem a teoria da
Física Quântica. Planck constatou que a melhor descrição dos dados era obtida com a hipótese
de que a energia emitida ou absorvida pelo corpo negro sob forma de radiação é quantizada, ou
seja, é um múltiplo inteiro de uma certa quantidade, e mais, que este quantum de energia é
proporcional à frequência da radiação. A constante de proporcionalidade h, conhecida como
constante de Planck, é a constante universal característica dos fenômenos quânticos, assim
como a velocidade da luz é a constante característica da Relatividade. (CARUSO, 2008)

E=nhν (2)

E → Energia quantizada;

n → Número inteiro

h → Constante de Planck, ¿ 6,623 ⋅10−34 J.s;


ν → Frequência da Radiação;

A partir desta constatação e de experimentos envolvendo a emissão de radiação do


Hidrogênio, onde foi verificado que o Hidrogênio possui um espectro discreto, Niels Bohr
chegou às conclusões de que: os elétrons se movem em um número de orbitas estacionárias bem
definidas onde dentro da mesma orbita o elétron não emite nem absorve radiação e que ao saltar
de uma orbita para outra, o elétron pode emitir ou absorver um quantum de energia.

Com isso foi possível explicar o problema do átomo de Rutherford e serem feitas as
correções necessárias. Por isso o modelo passou a se chamar Modelo Atômico de Rutherford-
Bohr.

Figura d: Modelo Atômico de Rutherford- Bohr

Fonte: Wikipedia, 2020.

# Partículas e ondas

Uma das questões mais polêmicas no estudo da Física é como explicar o


comportamento onde, ora partículas se comportam como ondas, ora ondas se comportam como
partículas, por exemplo luz que é uma onda eletromagnética, mas ocasionalmente apresenta
comportamento como de um feixe de partículas.

Observando a Hipótese Quântica de Planck ( E=hf ), onde f é a frequência da luz e o


Princípio de Equivalência Massa-Energia de Einstein ( E=mc 2), onde c é a velocidade da luz,
podemos começar a estabelecer relações entre as ondas e partículas:

hf =mc 2 (3)

ou hf /c =mc ( 4)
A relação entre a frequência, a velocidade da luz e o comprimento de onda é dado por:

c
λ= (5)
f

Assim podemos reescrever 4 da seguinte forma:

h /λ=mc (6)

A expressão anterior da a relação entre uma propriedade das partículas (m) e uma
propriedade das ondas ( λ ). Esta relação encontrada pelo físico De Broglie pode ser aplicada
também aos elétrons, atribuindo assim características de ondas aos elétrons e fortalecendo ainda
mais a relação de dualidade onda-partícula.

h /λ=m v (7)

Onde v é a velocidade dos elétrons.

Considerando o elétron como uma onda que se desloca ao longo de um raio r devemos
esperar que raio e comprimento de onda estejam relacionados:

nλ=2 πr n=1,2,3 …(8)

Logo o elétron só pode se deslocar em orbitas onde a equação acima seja satisfeita.

Para se calcular os valores permitidos para a energia total que o elétron pode ter
podemos considerar que em cada órbita, a energia total é a soma da energia cinética Ec com a

energia potencial E p :

E=Ec + E p (9)

Onde

1
Ec = mv 2 (10)
2

−e 2
Ep= (11)
4 π ε0 r

Fazendo a soma temos:

−e2
E= (12)
8 π ε0 r
Mas o raio r é dado em função de n pela expressão:

−n2 h 2 ε 0
rn = n=1,2,3. .(1 3)
π m e2

Assim podemos chegar a expressão final para a energia:

−m e 4
En = 2 2 2 n=1,2,3 … (1 4)
8 ε0 n h

As energias En são chamadas de níveis de energia permitido para o elétron.

Para o átomo de Hidrogênio podemos encontrar que:

13,8
En ≅− n=1,2,3 …(15)
n2

No diagrama a seguir podemos verificar a distribuição para os níveis energéticos do


elétron no átomo de hidrogênio para as 5 primeiras camadas:

Podemos verificar também que a transição de um elétron de um nível de energia inicial


para um nível energético final entre duas camadas quaisquer é dada expressão:

Ei −Ef =hf (16)


# Referências
Figura a: Disponível em: <https://hojetemnatureza.com.br/2020/05/15/tudo-o-que-voce-precisa-saber-
sobre-modelos-atomicos/>

NEVES, W. 2002. Materiais Elétricos: Capitulo 2 – Estrutura da Matéria.

SANTOS, V. 2020. Modelo Atômico de Rutherford ou “Planetário” (1911). Disponível em:


https://www.ufrgs.br/colegiodeaplicacao/wp-content/uploads/2020/09/100-Qui%CC%81mica-semana-
26.pdf. Acesso em: 09 de mai. 2021.

CARUSO, F. 2008. Física Quântica. Disponível em:


http://www.cbpf.br/~caruso/fcn/publicacoes/pdfs/155-verbete-quantica.pdf. Acesso em: 09 de
mai. 2021

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