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Para determinar as tensões no solo geradas por um carregamento é preciso considerar que
o solo seja homogêneo, elástico e isotrópico. Há dois tipos de carregamento:
Uma sobrecarga uniforme (Figura 1), como um aterro compactado cobrindo uma área
extensa em torno do ponto considerado. Neste caso, a tensão vertical se igual ao peso do material
depositado.
Neste caso, a tensão da camada aumenta linearmente com a profundidade, assim, para o
ponto P: = + .
No segundo caso, tem-se uma carga na superfície de tamanho limitado, como numa
fundação. Nessa situação, as tensões são induzidas não apenas abaixo da base (Figura 2).
Para o caso de fundações, existem dezenas de formas de calcular a tensão no solo, aqui
apresentaremos algumas formas que são mais gerais e simplificadas.
O primeiro caso de estudo será o de carga concentrada em um ponto. A determinação das
tensões normais e cisalhantes em um ponto qualquer no solo devido à uma carga concentrada
(Figura 3), pode ser determinado a partir de um fator de influência ( ).
Figura 3 - Carga concentrada em um ponto
(4.1)
A tensão vertical no ponto P:
= ∙
(4.2)
A tensão horizontal em P:
= ∙
(4.3)
A tensão cisalhante em P:
= ∙
(4.4)
Ex. 4.1 – Uma carga concentrada de 1000 kN é aplicada sobre uma superfície. Estime as
tensões verticais, horizontais e cisalhantes em um ponto P, na profundidade de 6 m e a 5 m,
lateralmente, a partir da carga (Figura 4).
Figura 4 - exercício 4
R:
3 3
= = = 0,128
5
2 ∙ 1+ 2 ∙ 1+
6
1000
= ∙ = 0,128 ∙ = 3,556
6
5
= ∙ = 3,556 ∙ = 2,47
6
5
= ∙ = 3,556 ∙ = 2,96
6
-----------
Para a situação em que ocorrem cargas lineares distribuídas (Figura 5).
(4.5)
A tensão vertical:
= ∙
(4.6)
Para a tensão horizontal:
2 ( )
= ∙ −
(4.7)
Para tensão cisalhante:
∙
= −
(4.8)
O ângulo é de:
−
= (°)
(4.9)
Já o ângulo :
+
= − (°)
(4.10)
Quando o ponto P se encontra sob a linha central do carregamento (Figura 6), não se tem
tensões horizontais ou cisalhantes. Assim:
=2∙ (°)
(4.11)
( )+
=
(4.12)
= ∙
(4.13)
R:
Para o ponto P1:
=1 ; = = 0,5 ; =0
2 0,5
= = 2∙ = (1) = 45°
1
Em radiano:
45 ∙
= = 0,785
180
Calcular o fator de influência:
1
= ∙( + ∙ cos (2 ∙ + )
1
= ∙ (0,785 + 45° ∙ 45°) = 0,409
A tensão de cisalhamento:
∙ 0,785 ∙ 300
= − = 122,7 − = 47,7
− 0,25 − 0,5 14 ∙
= = = −14° = − = −0,244
1 180
+ 0,25 + 0,5 50,9 ∙
= − = − (−14) = 50,9° = = 0,888
1 180
+ ∙ cos(2 ∙ + ) 0,888 + 50,9 ∙ cos(−2 ∙ 14 + 50,9)
= = = 0,51
300
= − ∙ = 153 − ∙ 0,888 = 68,2 / ²
Para o P3:
0,5 53,12 ∙
=2∙ (°) = 2 ∙ = 53,12° = = 0,927
1 180
( )+ 0,927 + 53,12°
= = = 0,53
-------
A representação gráfica dos pontos com a mesma tensão no solo é chamada de bulbo de
tensão e são importantes por facilitar a avaliação da influência de fundações vizinhas no solo.
Ex. 4.3 – Agora, investigue o efeito de uma nova sapata construída adjacente à do
exercício 4.2. A nova sapata tem 2 m de largura e transmite uma carga distribuída de 250 kN/m²
ao solo. Calcule a tensão vertical sob a sapata A para intervalos de 0,5 m a 1 m de profundidade
(Figura 8).
Analisar os resultados
Quando o carregamento se trata de carga triangular distribuída (Figura 9) temos que:
Figura 9 - Carregamento triangular distribuído
(4.14)
1 2
= ∙ ∙ − 2
2
(4.15)
Os ângulos podem ser determinados de forma simplificada para cada caso:
°= −
(4.18)
°=−
(4.19)
2
=−
2
(4.20)
°=
(4.22)
(4.23)
Combinações de diferentes figuras que representam os carregamentos, podem ser
calculados a partir dos efeitos de cada carregamento em separado.
Ex. 4.4 – Uma faixa de solo de 4 m de extensão é carregada por uma pilha de materiais
na forma triangular. A máxima tensão aplicada é = 80 / . Calcule a tensão vertical, 1,5
m abaixo da superfície, nos pontos , e , como mostrado na Figura 10.
R:
Começando pelo P1. Como dito anteriormente, a combinação de figuras deve ser feita
separadamente e então somados os valores. Para o caso acima iremos calcular a influência de
um triângulo por vez, a começar de T1.
A influência de T1 em P1:
=2 ; =0
2
°= = = 53,13°
1,5
(53,13 ∙ )
→ = = 0,927
180
0,927
= = = 0,295
= ∙ = 0,295 ∙ 80 = 23,6 / ²
A influência de T1 em P2 ( = 4 ):
− 4−2
°= = = 53,13°
1,5
4
°= − °= − 53,13° = 16,31°
1,5
16,31 ∙
= = 0,284
180
1 2 1 2∙4
= ∙ ∙ − 2 = ∙ ∙ 0,284 − (2 ∙ 53,13) = 0,0280
2 2 2
= ∙ = 0,028 ∙ 80 = 2,24 / ²
A influência de T1 em P3 ( = 4,5 ):
− 4,5 − 2
°= ∙ = = 59,03°
1,5
4,5
°= − °= − 59,03° = 12,53°
1,5
12,53 ∙
→ = = 0,218
180
1 2 1 2 ∙ 4,5
= ∙ ∙ − 2 = ∙ ∙ 0,218 − (2 ∙ 59,03) = 0,016
2 2 2
= ∙ = 0,016 ∙ 80 = 1,28 / ²
A influência de T2 em P1 ( = 2 ), o mesmo que de T1.
2
°= = = 53,13°
1,5
(53,13 ∙ )
→ = = 0,927
180
0,927
= = = 0,295
= ∙ = 0,295 ∙ 80 = 23,6 / ²
A influência de T2 em P2 ( = 0):
2
°= − = − = −53,13°
1,5
° = − = 53,13°
2 (2 ∙ −53,13)
=− =− = 0,153
2 2
= ∙ = 0,153 ∙ 80 = 12,24 / ²
A influência de T2 em P3 ( = −0,5 ):
− −0,5 − 2
°= = = −59,04°
1,5
0,5
°= − °= − − (−59,04) = 40,6°
1,5
40,6 ∙
→ = = 0,708
180
1 2 1 2 ∙ (−0,5)
= ∙ ∙ − 2 = ∙ ∙ 0,708 − 2 ∙ (−59,04)
2 2 2
= 0,084
= ∙ = 0,084 ∙ 80 = 6,72 / ²
Agora, devemos somar a influência de cada carregamento sobre cada ponto. Assim, em
P1:
= , + , = , / ²
Para P3:
= , + , = / ²
------
A determinação da tensão em pontos abaixo dos cantos de uma sapata regular pode ser
determinada por meio dos fatores de influência de Steinbrenner , tanto graficamente (Figura
11), quanto por meio analítico (eq. 4.24). Para a determinação da tensão em pontos que não sejam
os cantos, é necessário que se se divida a sapata em retângulos menores de modo que o ponto
escolhido seja um dos cantos, assim, no momento da determinação da tensão, esta deve ser
multiplicada pelo número de áreas formadas.
1 2 ∙ ∙ ∙ ( + 1) ∙ √ 2∙ ∙ ∙√
= ∙ +
4 ( + ∙ )∙ − ∙
(4.24)
Sendo:
= / , = / e = + +1
Onde:
= maior dimensão do retângulo considerado;
= menor dimensão do retângulo considerado;
= profundidade do ponto analisado.
Figura 11 - ábaco dos fatores de influência de Steinbrenner por Fadum
= + 1,15
(4.25)
A tensão induzida em z, será de:
= ∙
(4.26)
A tensão total será a soma da tensão induzida em z e a tensão geostática:
= + = ∙ + ∙
+ 1,15
(4.27)
Para o espraiamento a 45°:
= + ∙
+2
(4.28)
= + ∙
0,575 + 2
(4.29)
Ex. 4.6 – Uma sapata corrida de 2 m de extensão transmite 250 kN/m² a um solo de =
18 / ³. Calcule a tensão vertical total a 3,4 m pelos três métodos de espraiamento.
R: Primeiro com espraiamento a 30°:
= + = ∙ + ∙
+ 1,15
2
= 18,3 ∙ 3,4 + ∙ 250 = 145,8 / ²
2 + 1,15 ∙ 3,4
Para o espraiamento a 45°, temos a tensão total:
= ∙ + ∙
+2
2
= 18,3 ∙ 3,4 + ∙ 250 = 118 / ²
2 + 2 ∙ 3,4
Para o último caso, em que temos o espraiamento 30°/45°:
= ∙ + /(0,575 + 2 ) ∙
2
= 18,3 ∙ 3,4 + ∙ 250 = 124 / ²
0,575 ∙ 2 + 2 ∙ 3,4
Figura 13 - espraiamento a 30°
= + 1,15
(4.25)
A tensão induzida em z, será de:
= ∙
(4.26)
A tensão total será a soma da tensão induzida em z e a tensão geostática:
= + = ∙ + ∙
+ 1,15
(4.27)
Para o espraiamento a 45°:
= + ∙
+2
(4.28)
= + ∙
0,575 + 2
(4.29)
Ex. 4.6 – Uma sapata corrida de 2 m de extensão transmite 250 kN/m² a um solo de =
18 / ³. Calcule a tensão vertical total a 3,4 m pelos três métodos de espraiamento.
R: Primeiro com espraiamento a 30°:
= + = ∙ + ∙
+ 1,15
2
= 18,3 ∙ 3,4 + ∙ 250 = 145,8 / ²
2 + 1,15 ∙ 3,4
Para o espraiamento a 45°, temos a tensão total:
= ∙ + ∙
+2
2
= 18,3 ∙ 3,4 + ∙ 250 = 118 / ²
2 + 2 ∙ 3,4
Para o último caso, em que temos o espraiamento 30°/45°:
= ∙ + /(0,575 + 2 ) ∙
2
= 18,3 ∙ 3,4 + ∙ 250 = 124 / ²
0,575 ∙ 2 + 2 ∙ 3,4
Ex. 4.7 – A Figura 16 mostra uma seção do solo e de uma sapata corrida, assentada a 1
m de profundidade abaixo do solo. Calcule a largura da sapata, que tem que transmitir uma tensão
de 200 kN/m² ao solo, sem ultrapassar a capacidade de carga da argila.
= + = ∙ + ∙
+ 1,15
→ 120 = 19 ∙ 2 + ∙ 200
+ 1,15 ∙ 2