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1. Identificação
CURSO: BIMESTRE: 2º
TURMA(S):
Aluna/o:
Aluna/o:
2. Tema
Conjurações no Brasil na época do Iluminismo: leituras histórico-poéticas sobre a Inconfidência Mineira.
3. Objetivos de aprendizagem
1
4. Questões
4.1.
4.2.
Ao fim do processo revolucionário das Treze Colônias inglesas, prevaleceu um modelo de república
federativa, na qual os estados teriam significativa autonomia para administrar suas leis, suas forças e seus
recursos. Em contrapartida, durante a Revolução Francesa, predominou a concepção de uma república
centralizada, em que as diversas regiões do território francês deveriam sustentar um maior vínculo de
obediência ao poder, irradiado de Paris. Ainda no caso da França, fez-se intensa a disputa entre, pelo menos,
três vertentes republicanas, a saber: uma república popular jacobina (1792-1794), uma república democrática
igualitarista, representada pela Conjuração dos Iguais, de 1796, e uma república burguesa conservadora,
encarnada pelo Diretório e pelo Consulado (1795-1804). No Brasil, também houve conjurações, em que
distintas concepções de república foram debatidas. Os casos da Conjuração Mineira (1789) e da Conjuração
Baiana (1798), por exemplo, podem ser comparados entre si. Se em Salvador foram apregoadas a abolição
da escravidão e a igualdade entre todos os cidadãos, dando ao movimento um claro perfil popular e
democrático, na Capitania de Minas Gerais não havia consenso sobre tais questões.
Cecília Meireles conhecia esta história de revolução de ideias e de sociedades. Nascida em 1901, no
Rio de Janeiro, onde também residiu, vinha escrevendo crônicas sobre a Revolução Francesa e Tiradentes
para o jornal Diário de Notícias, desde o início da década de 1930. Em 1942, quando era diretora da revista
Travel in Brazil, produzida pelo Departamento de Imprensa e Propaganda, escrita unicamente em inglês e
voltada para o público estrangeiro, viajou para Ouro Preto e fez a cobertura da Semana Santa daquele ano.
Desde então, estabeleceu um vigoroso elo com a cidade, mantido até o fim da vida, e deu início às suas
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indagações e investigações, que culminariam com a publicação do Romanceiro da Inconfidência, em 1953.
Ao longo de todo o período de gestação da obra, pesquisou os arquivos e a historiografia da Inconfidência
Mineira, hospedando-se, muitas vezes, em Ouro Preto e, às vezes, em Belo Horizonte. Em carta a seu amigo,
o poeta açoriano, Armando Côrtes-Rodrigues, de 4 de setembro de 1947, Cecília relatou:
“Estou toda século 18, com raízes pelo 17. Porque esses inconfidentes eram meio enciclopedistas, meio
pedreiros-livres; e é preciso estar dentro da Revolução Francesa, da Independência dos Estados Unidos, ler
Franklin e Jefferson, Voltaire, Montesquieu, Diderot; ir aos árcades italianos; estudar Portugal desde D. João
V, pelo menos; ir aos clássicos espanhóis, principalmente Gracián, ir à política peninsular do tempo, Deus
meu!” (MEIRELES, 1998, p. 25).
Sendo assim, com base no relato acima, no “Romance XXIV ou da bandeira da inconfidência” – do
Romanceiro da Inconfidência – no slide da aula sobre conjurações e no capítulo 4 do livro didático de
História, responda:
A) Quais tipos de república foram discutidas pelos inconfidentes mineiros? Para respaldar sua resposta,
pense em quais medidas políticas, econômicas e culturais compuseram o plano dos conjurados e em
qual conjunto de ideias os partícipes da trama se inspiraram.
B) Qual tipo de república ou quais valores republicanos eram admirados por Cecília Meireles? Para
desenvolver sua resposta, atente para a subjetividade lírica da autora e a forma como ela trata os
princípios, resumidos no lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade.”
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C) Do ponto de vista de vocês, qual tipo de república ou quais valores republicanos poderiam ser
desejáveis para o Brasil do século XXI?
4.3.
4
4.4.
4.5.
5. Dica
Cecília Meireles, como poeta-historiadora, mergulhou de cabeça no universo da Inconfidência Mineira,
apropriando-se de muitos termos, comuns no século XVIII, mas que, hoje, podem nos soar estranhos. Para
superar esse possível choque inicial, existem muitas formas de encarar o desafio da leitura do Romanceiro
da Inconfidência. Uma delas é ler um romance, uma fala ou um cenário, de uma vez, sem se deter diante de
um ou outro termo ignorado; depois, reler, tentando extrair algum possível sentido da palavra desconhecida;
por fim, consultar um dicionário ou fazer uma pesquisa pela internet, acerca do significado daquele vocábulo,
realizando, por fim, uma última leitura, munida, mais claramente, dos códigos semânticos das palavras.
Reparem como as leituras subsequentes ganharão desenvoltura em relação àquele primeiro contato inicial.
O mais importante é compreender que a presença de termos pouco usuais, em alguns versos, não devem se
constituir em obstáculos intransponíveis à leitura, à compreensão e à apreciação da obra. Pelo contrário: o
arcaísmo de certas palavras, embora, em um primeiro momento, possa parecer complicado, permite revelar
parte do Brasil do passado, do universo linguístico, de valores ético-morais e de padrões de comportamento,
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de objetos e de profissões, da cultura material e da cultura imaterial.
Ademais, a leitura prévia do texto "O Guia do Leitor do Romanceiro da Inconfidência", de Darcy
Damasceno, pode ser bastante últil para a tarefa proposta. Este breve artigo está situado antes do início da
obra, propriamente dita, no arquivo da plataforma Microsoft Teams.