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DIREITO

PROCESSUAL
PENAL MILITAR
Processo Penal Militar e sua aplicação
Parte 3

Prof. Pablo Cruz


PROCESSO PENAL MILITAR E SUA APLICAÇÃO
Casos de inadmissibilidade de interpretação não literal

2º Não é, porém, admissível qualquer dessas


interpretações, quando:
a) cercear a defesa pessoal do acusado;
b) prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou
lhe desvirtuar a natureza;
c) desfigurar de plano os fundamentos da acusação que
deram origem ao processo.
PROCESSO PENAL MILITAR E SUA APLICAÇÃO
Suprimento dos casos omissos

Art. 3º Os casos omissos neste Código serão supridos:


a) pela legislação de processo penal comum, quando
aplicável ao caso concreto e sem prejuízo da índole do
processo penal militar;
b) pela jurisprudência;
c) pelos usos e costumes militares;
d) pelos princípios gerais de Direito;
e) pela analogia.
PROCESSO PENAL MILITAR E SUA APLICAÇÃO
No que tange à integração de lacunas do CPPM, o CPP
comum é a primeira fonte supressiva. Desse modo, é
justamente pelo CPPM não tratar claramente da ação penal
privada subsidiária da pública que se costuma invocar as
disposições do CPP comum como forma de suprimir tal
lacuna, o que implica, por exemplo, na possibilidade do MP
aditar e repudiar a queixa subsidiária ou, em qualquer
momento, no caso de negligência da parte, retomar a ação.
Contudo, deve-se ter cautela pra que a aplicação
subsidiária do CPP e da legislação processual comum não
desvirtue a lógica processual penal militar ou não haja
previsão expressa sobre sua vedação.
PROCESSO PENAL MILITAR E SUA APLICAÇÃO
Exemplo de vedação expressa é a prevista na lei
9099/95, em seu art. 90-A, que determina o afastamento
completo dos juizados especiais criminais da esfera militar.
Uma outra fonte de integração é a jurisprudência. O
STF, por exemplo, em processo de execução na esfera
militar, tem aplicado o benefício da progressão de regime
mesmo diante da ausência de previsão legal específica.
A adoção dos usos e costumes para integrar lacunas
também é admitida. Um exemplo de costume militar é a
prevalência da Marinha sobre as demais forças, tendo em
vista sua antiguidade o que acabou por ser positivado na Lei
de Organização da Justiça Militar da União em seu art. 16
onde se informa que o Capitão-Tenente (Marinha) antecede
o Capitão (Exército e Aeronáutica).
PROCESSO PENAL MILITAR E SUA APLICAÇÃO
Aplicação da Lei Processual no Espaço e no Tempo

CPPM, Art. 4º Sem prejuízo de convenções, tratados e


regras de direito internacional, aplicam-se as normas dêste
Código: Tempo de paz ...
Tempo de guerra
II - em tempo de guerra:
a) aos mesmos casos previstos para o tempo de paz;
b) em zona, espaço ou lugar onde se realizem
operações de fôrça militar brasileira, ou estrangeira que lhe
seja aliada, ou cuja defesa, proteção ou vigilância interesse
à segurança nacional, ou ao bom êxito daquelas operações;
PROCESSO PENAL MILITAR E SUA APLICAÇÃO

O art. 4º do CPPM quase que em sua integralidade


reproduz as disposições de territorialidade e
extraterritorialidade do art. 7º do CPM.
Contudo, em tempo de guerra, o inciso II do art. 4º do
CPPM, especificamente em sua alínea “b”, se verifica uma
diferença. Assim, mesmo que o fato ocorra em zona de
operação militar brasileira, se houver uma força aliada, será
aplicada a lei processual brasileira, sendo um caso de
extraterritorialidade. Trata-se de extraterritorialidade
irrestrita, ou seja, independe de quem seja o autor ou a
vítima.
PROCESSO PENAL MILITAR E SUA APLICAÇÃO

Observe que o CPP comum determina que sua


própria aplicação se dê somente em território nacional.
Assim, se observa importante diferença entre o CPP comum
e o CPPM que é naturalmente mais abrangente, isso por
regular situações frequentemente transnacionais, em que
suas atividades podem se desenrolar em território
estrangeiro.
PROCESSO PENAL MILITAR E SUA APLICAÇÃO
CPPM, Art. 5º As normas dêste Código aplicar-se-ão a
partir da sua vigência, inclusive nos processos pendentes,
ressalvados os casos previstos no art. 711, e sem prejuízo
da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

No tocante à aplicação da lei processual no tempo, nos


mesmos moldes da legislação comum, o CPPM adotou o
princípio da imediatidade.
Logo, se inquirindo sobre a aplicação da lei processual
penal no tempo se afirma que a mesma se dá de forma
IMEDIATA (não retroagindo mesmo que beneficie o réu -
diferentemente da lei penal).
PROCESSO PENAL MILITAR E SUA APLICAÇÃO
Art. 711. Nos processos pendentes na data da entrada
em vigor dêste Código, observar-se-á o seguinte:
a) aplicar-se-ão à prisão provisória as disposições que
forem mais favoráveis ao indiciado ou acusado;
b) o prazo já iniciado, inclusive o estabelecido para a
interposição de recurso, será regulado pela lei anterior, se
esta não estatuir prazo menor do que o fixado neste Código;
c) se a produção da prova testemunhal tiver sido
iniciada, o interrogatório do acusado far-se-á de acôrdo com
as normas da lei anterior;
d) as perícias já iniciadas, bem como os recursos já
interpostos, continuarão a reger-se pela lei anterior.

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