Espírito Santo, a Igreja é manifestada ao mundo. O dom do Espírito inaugura um tempo novo na "dispensação do mistério": o tempo da Igreja, durante o qual Cristo manifesta, torna presente e comunica sua obra de salvação pela liturgia de sua Igreja, "até que ele venha". Durante este tempo da Igreja, Cristo vive e age em sua Igreja e com ela de forma nova, própria deste tempo novo. Age pelos sacramentos, é isto que a tradição comum do Oriente e do Ocidente chama Os Sacramentos de "economia sacramental"; esta consiste na comunicação (ou "dispensação" dos frutos do Mistério Pascal de cristo na celebração da liturgia A Economia Sacramental "sacramental" da Igreja. (1076) Os sacramentos “são como que forças que saem do Corpo de Assim, esta nova etapa do do Catecismo da Igreja para curar as feridas do pecado e para nos dar a vida nova do Cristo” (CIC 1116). Católica tem por objetivo abordar o novo tempo e a nova forma de Deus salvar os homens através da O Catecismo da Igreja Católica é dividido em quatro partes: Igreja, pela economia sacramental. Credo Apostólico, Sacramentos, Dez Mandamentos e, por último, o Pai Nosso. Esta aula é a introdução à segunda parte que se inicia no número 1066.
A ideia dos sacramentos encontra representação na figura da
hemorroísa (Mc 5, 25-34), curada ao tocar a orla do manto de Jesus. Os sacramentos "são como que forças que saem do Corpo de Cristo para curar as feridas do pecado e para nos dar a vida nova do Cristo" (CIC 1116).
Os sacramentos são as formas que Jesus escolheu para
distribuir ao longo da história, nas várias gerações cristãs, a graça santificante que brota da Sua Cruz, do Seu Corpo, quando do Seu lado aberto brotou sangue e água dali brotaram também os sacramentos. Concretamente é a chamada "economia sacramental". O Catecismo explica o termo da seguinte forma:
No Símbolo da Fé, a Igreja confessa o
mistério da Santíssima Trindade e seu "desígnio benevolente" sobre toda a criação: o Pai realiza o "mistério de sua vontade" entregando seu Filho bem-amado e seu Espírito para a salvação mundo e para a glória do seu nome. Este é o mistério de Cristo, revelado e realizado na história segundo um plano, uma "disposição" sabiamente ordenada que S. Paulo denomina "a realização do mistério" e que a tradição patrística chama de "Economia do Verbo Encarnado" ou "a Economia da Salvação" (1066) No Antigo Testamento, houve o anúncio da vinda de um Contudo, apesar de a morte de Cristo na Cruz representar uma Messias. Os judeus esperavam que ele viesse e instaurasse aparente derrota, ela é, na verdade, uma vitória, uma graça, pois, novos céus e nova terra, pois a humanidade sobrevive neste é a Igreja que brota do peito aberto de Cristo. mundo marcado pelo pecado e dominado pelo demônio (Gên 3). Esta é a novidade maior: Jesus não é somente o Messias, é o próprio Deus que se fez homem; é a união entre Deus e o No entanto, desde o início há também uma promessa divina. homem. Um mistério denominado "união hipostática". Deus diz: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar" (3, 15). Trata-se do proto-Evangelho, o primeiro anúncio da vinda de Jesus, pelo qual os profetas esperavam. A A economia sacramental, portanto, é a forma de o homem entrar descendência da mulher aniquilará a serpente. E veio Jesus. em unidade com o Cristo. Simbolicamente, como Eva brotou do lado de Adão, também a Igreja brotou do lado de Cristo. Quando Adão dormiu, Deus fez Eva; quando Cristo dormia morto na cruz, Ele fez a Igreja. O grande escândalo dos judeus é que eles olharam para Jesus e se perguntaram como pode ser ele o Messias esperado se o mundo continua o mesmo, se a maldade persiste? Se a serpente continua viva? O messias deveria vir e fazer justiça, fazer Do peito aberto de Cristo brota um rio de água e de sangue, que novos céus e nova terra. significam a Eucaristia e o Batismo, os dois sacramentos principais que fazem da humanidade Corpo de Cristo.
João Batista também se sentiu confuso. Estando preso, ouviu
falar sobre os feitos de Jesus e lhe mandou um recado O protestantismo, por sua vez, nada mais fez do que jogar fora a indagando: "És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar economia sacramental, pois não cria - e ainda não crê - que a outro?" (Mt 11,3) O que Jesus estava pregando, portanto, eram Igreja possa ser instrumento de salvação nem na eficácia dos completamente assustador e novo para a mentalidade da época. sacramentos. Em Lutero, esse processo não ocorreu plenamente, Jesus responde : contudo, com esses pressupostos (sola gratia, sola fide), com o decorrer do tempo, a conclusão é de que os sacramentos nada fazem e que tudo depende da própria pessoa. Os pentecostais são um bom exemplo. "Voltem e contem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos Infelizmente não foram somente os protestantes que se ressuscitam e aos pobres é anunciada a Boa afastaram dos sacramentos. Muitos católicos também. Parece Nova. E feliz aquele que não se escandaliza absurdo, mas muitos que se dizem católicos já não creem na por causa da mim" (11, 4-7) eficácia dos sacramentos.
Ora, partes dos sinais previstos estavam acontecendo. Mas
outra parte não. O que não se sabia, contudo, era que a vinda Pregadores transformam os sacramentos numa pedagogia do Messias seria em duas etapas. naturalista, num psicologismo sem sentido. Para alguns deles, o batismo é para "tomar consciência da fé" e não para inserir a pessoa no Corpo de Cristo. Ele não perdoa pecados, não dá a graça santificiante, é apenas uma tomada de consciência. Para O que não se sabia ainda era que a aquela vinda de Jesus não outros, a Eucaristia é tão somente uma partilha. A confissão é seria a última. A primeira seria de modo humilde, mas tratada como uma espécie de sessão terapêutica gratuita, já não é deixando claro que era o Messias prometido. No entanto, não mais um ato de arrependimento, de reconhecimento da própria realizou tudo. Jesus morreu, ressuscitou, subiu aos céus, miséria diante de Deus que derrama sobre cada um a sua infinita enviou o Espírito Santo e inaugurou, assim, o chamado "tempo misericórdia, mas tão somente um momento para se livrar das da Igreja", que não havia sido previsto pelos profetas do próprias culpas. Antigo Testamento. Um tempo no qual se dá a "economia sacramental."
A Igreja é o Corpo de Cristo, portanto, o sacramento universal,
como diz o Concílio Vaticano II, através do qual a humanidade é Trata-se de uma novidade, de algo inesperado. Cristo morreu salva. A fé é necessária, evidentemente, mas existem também na Cruz e com ela esmagou o inimigo. A sua vitória, aos olhos sinais eficazes nos quais a graça santificante de Cristo é desavisados, é praticamente invisível, pois o mundo continua o distribuída. Deste modo, em cada sacramento dispensado há um mesmo, com guerras, maldades, doenças, morte, etc. crescimento na graça santificante.
O Catecismo da Igreja Católica explica de modo muito claro o