01 Guia Do Iniciante Manutencao

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CURSO

DE
MANUTENÇÃO
NOTEBOOKS
INDICE

CONSIDERAÇÕES GERAIS........................ 2
MÉTODO DE TRABALHO ........................... 6
PESQUISA DO DEFEITO ............................ 18
DEFEITOS INTERMITENTES ..................... 33
MANUTENÇÃO DE PLACA MÃE:
CONSIDERAÇÕES:

O primeiro passo é ter certeza


que o defeito realmente é na
placa mãe:

Devemos fazer todos os testes necessários para descartamos


defeitos em periféricos e softwares. Concentramos, então, a
suspeita sobre a placa mãe. Devemos retira-la do notebook e
coloca-la numa bancada de trabalho, onde será testada
separadamente.
O teste de funcionamento é f eito com o mínimo de
dispositivos conectados, isso significa apenas o processador
e cooler e um módulo de memória.
Na bancada precisamos ter:
1. Uma fonte universal para notebooks (testada).
2. Módulos de memória DDR, DDR2 e DDR3 (testadas).
3. Um monitor externo.
4. Processador reserva compatível (se possível).
5. Uma placa de diagnóstico.

Devemos retirar todos os periféricos conectados à placa, como


módulo de CD/DVD, HD e placa rede sem fio. A placa mãe do
notebook deve ter apenas o processador, um módulo de
memória (testada) e estar conectada a uma fonte de
alimentação, também, testada anteriormente. Podemos
conectar um monitor externo para teste.
Quando nestas condições a placa não ligar, devemos procurar
o defeito nos componentes da placa como: Circuito regulador
de tensão, capacitores, mosfets, CIs ou chipsets. Neste caso o
uso de uma placa de diagnóstico poderá indicar possíveis
componentes defeituosos.

Como funciona a placa de


diagnóstico:

A corrente elétrica tem seu caminho na placa mãe


pré-determinado. O processador ao ser energizado, automatica-
mente, procura o endereço do BIOS para ler e executar suas
instruções. Este conecta e ativa todo o hardware da placa mãe
e inicializa os testes de todos os componentes. Este
teste é chamado de POST e possui etapas pré-determinadas.

Cada etapa ou teste que o POST realiza esta associada a um


código e a placa de diagnóstico busca este código e m ostra
em tempo real no display. Quando o POST encontra algum
hardware com defeito ele interrompe o teste, mas o código
referente a este teste já está capturado no display da placa de
diagnóstico. Desta maneira é só verificar a qual hardware este
código esta associado e descobrir o componente ou circuito
danificado (A relação de códigos e seus significados vêm junto
com o manual da placa de diagnóstico).
Observando a placa de diagnóstico em funcionamento
(quando uma placa mãe está perfeita) iremos notar que os
códigos vão mudando conforme evolui o teste e somente para
quando o monitor começa a dar vídeo. Este último código
armazenado refere-se ao último teste significando que a
placa mãe passou por todos os testes de hardware e está
perfeita.
Atenção: A placa de diagnóstico só tem utilidade na busca de
defeito se o computador não der vídeo. Isso porque no
momento que aparece vídeo no monitor significa que o POST
foi completo e até aí está tudo OK com a placa. Desta
maneira se ainda existir algum defeito terá que ser descoberto
por outros meios.
Quando existe algum defeito na placa o código apresentado no
display refere-se ao hardware com problema. Existem vários
tipos de placa de diagnóstico, mas o pr incípio de
funcionamento é o mesmo. Algumas mostram o código do
último teste bem sucedido e o código do teste com problema,
algumas tem dois dígitos e outras quatro. Não deixe de ler o
manual.

Como funciona a placa


mãe:

A placa mãe tem a função de conectar todo o hardware do


sistema proporcionando a comunicação entre todos os
periféricos interno ou externo. Ela fornece o caminho para
circulação dos dados e também o caminho para circulação da
energia elétrica necessária para o perfeito funcionamento dos
equipamentos ligados a ela. Cada dispositivo eletrônico ligado à
placa mãe desempenha uma função específica e importante no
sistema. A placa mãe tem a função de receber a energia
elétrica da fonte de alimentação e fornecer em quantidades e
valores exatos exigidos por cada dispositivo. Todos estes
pequenos componentes eletrônicos, coloridos, de várias formas
e tamanhos conectados a placa mãe (capacitores, resistores,
transistores, circuitos integrados, etc.) realizam funções
específicas, moldando a energia elétrica em valores de tensão,
corrente, sentido de fluxo, interrupção ou circulação de acordo
com o que aquele circuito ou dispositivo exige para funcionar.
Quando todos os componentes da placa mãe estão perfeitos seu
funcionamento é automático e sem erros. Mas, apenas um
componente com defeito para todo o sistema.
O que o técnico precisa
conhecer:

O técnico precisa ter conhecimento no mínimo básico de


eletrônica, conhecimento em hardware, conhecer os principais
circuitos de energia da placa: O que alimenta o processador,
o que alimenta a memória Ram e o circuito do chipset.
Conhecer todos os componentes e saber suas funções no
circuito. Precisa ainda saber como retirar os componentes
(dessoldagem) suspeitos da placa, como testar corretamente
cada componente, como encontrar um componente substituto e
como soldar novamente na placa.
Conserto:

O conserto da placa mãe consiste em encontrar os


componentes com defeito, ou suspeitos. Dessoldar
corretamente e retirar da placa. Testar, confirmar o defeito ou
não, encontrar o substituto e soldar novamente na placa. Pode-
se dizer, ainda, que o correto manuseio, solda e retrabalho
com componentes eletrônicos é parte fundamental no
conserto.
O curso:

O curso teórico e apostilas de eletrônica irão ajudar muito


no conhecimento da placa mãe e a familiarização com os
componentes, as pesquisas na internet sobre termos
desconhecidos ou informações mais detalhadas são
indispensáveis. O curso em vídeo irá mostrar ao vivo e em
tamanho real como realizar os procedimentos, mas somente
o treinamento com placas mãe sucatas darão a segurança e
o domínio indispensável para realização de consertos.
Sua dedicação e empenho serão proporcionais ao sucesso.
Não tenha pressa de aprender.

Estude por capítulos assistindo os vídeos, explorando o material


teórico de apoio e realizando treinamentos práticos com placas
defeituosas.
Estamos à inteira disposição para esclarecer quais quer
dúvida sobre o curso. Desejamos a você muito sucesso.
Que Deus ilumine seus estudos!!

.
PLACA MÃE:

MÉTODO DE TRABALHO:

Muitos técnicos conseguiriam facilitar consideravelmente sua


rotina de trabalho, sua vida e de s eus clientes se utilizassem um
método racional de trabalho. Está é a palavra-chave:
“MÉTODO”, qualquer trabalho, em qualquer campo, que seja
desordenado e sem método, se não chegar a ser desastroso,
fatalmente redundará em desperdício de tempo, frustrações, e
até prejuízos financeiros, e isto se aplica com muita propriedade
à eletrônica e seus problemas de manutenção.
Frequentemente, técnicos de manutenção gastam tempo
precioso tentando encontrar defeitos que não são realmente
defeitos, ou que poderiam ser achados mais rapidamente se
fosse seguido um método ordenado de trabalho. Este método é
o que propomos conceituar aqui.
Ele é baseado em uma sistemática abrangente, e p ode ser
aplicado praticamente a qualquer tipo de equipamento, desde
um simples radiozinho de bolso até equipamentos profissionais
de alta complexidade, podendo abreviar a pesquisa de defeitos,
muitas vezes, de forma surpreendente. É claro que não se trata
de um procedimento milagroso, que possa resolver qualquer
problema de manutenção em minutos, mas pode ajudar
bastante. É como a famosa a brincadeira que se faz com
principiantes em centros de reparação: dão-lhes um determinado
aparelho para achar o defeito, e o i nfeliz do técnico passa horas
tentando fazer o equipamento funcionar, para depois ficar
sabendo que não havia energia na tomada em que estava ligado
o aparelho, ou que, simplesmente, o m esmo era para 220V e
estava conectado a uma tomada de 110 V.
Por incrível que possa parecer, isto realmente existe. Isto e muito
mais; já presenciei o caso de um técnico gastar meia hora
pesquisando um defeito e finalmente descobrir um fusível aberto.
E outros casos em que um conhecimento apenas superficial do
equipamento levou o técnico a procurar um defeito inexistente,
pois bastava girar um determinado controle, ou retocar um
ajuste, para trazer o equipamento de volta ao funcionamento
normal. Estes e outros problemas de manutenção poderiam ser
facilmente resolvidos seguindo um método racional de pesquisa
de defeitos. Mas, para tanto, são necessários inicialmente certos
pré-requisitos básicos, como veremos a seguir.

PRÉ-REQUISITOS:

A todos aqueles que se propõem executar manutenção, corretiva


ou preventiva, são necessários alguns pré-requisitos sem os
quais estarão desarmados para enfrentar uma batalha dura, e
poderão sair perdendo. Eles são apenas quatro, mas em volume
e custo chegam a ser bastante extensos o que frequentemente é
a causa de sua não existência.
São eles:
1) Conhecimento;
2) Equipamento;
3) Ferramentas;
4) Componentes de reposição.

CONHECIMENTO:
Por “conhecimento” entendemos uma sólida formação teórica,
com muito bom conhecimento das leis princípios básicos da
eletrônica e da eletricidade, capacidade análise de circuitos,
amplo conhecimento de componentes e ainda o conhecimento
específico do equipamento com o qual se vai trabalhar. A tudo
isto é ai nda desejável aliar-se uma boa experiência na parte
prática.

É claro que este conhecimento varia em grau e número de


técnico para técnico e em proporção direta com sua
competência, como resultado.

Devemos ainda levar em consideração aquela parte do


conhecimento que não esta na “cuca”, mas sim armazenada, por
assim dizer, em esquemas, manuais de instrução, livros de
dados, descrições de circuitos, et. Estas são tão importantes
quanto a formação técnica e muitas vezes são totalmente
imprescindíveis para o sucesso de um trabalho. Como este item
Conhecimento é um tanto complexo, vamos subdividi-lo e
analisar um pouco aquela parte que não está diretamente
relacionada com a formação escolar.

1.1 - Conhecimento do aparelho:


É a compreensão de sua finalidade e da maneira de operá-lo
corretamente, ou s eja, fazê-lo funcionar de forma que cumpra
sua finalidade com a máxima eficiência. Isto implica em ter
conhecimento da operação e funcionamento de t odos os seus
controles, sejam eles externos ou internos, isto é, controles de
operação e controles de ajuste e calibração. Muitas vezes um
aparelho que parecia “pifado” volta a funcionar quase que
milagrosamente, com o simples girar de um botão ou ajuste de
um controle interno. É claro que há casos em que é necessária
uma recalibração total, mas isto será discutido mais adiante.

1.2 – Compreensão do funcionamento dos circuitos:


Não basta saber o que um aparelho faz é preciso que se saiba
também como o faz, isto é, como ele funciona, para se puderem
acompanhar seus diversos estágios e v erificar se estão ou não
executando a tarefa para a qual foram projetados, e da maneira
que deveriam. Se assim não for corre-se o risco de, durante a
manutenção, aprofundarmo-nos mais e mais em um labirinto de
circuitos e componentes, sem que se vislumbre uma saída.

1.3 – Esquema: O esquema ou diagrama deve estar disponível


e, sempre que possível, com voltagens e formas de onda nos
diversos pontos de teste. De preferência, deve ser acompanhado
dos circuitos. A maioria dos equipamentos profissionais, e alguns
de entretenimento, possuem manuais de serviço contendo todas
as informações necessárias.
1.4 - Literatura técnica: Por literatura técnica entende-se o
conjunto de manuais de componentes, gráficos, tabelas, livros de
consulta, revistas, manuais de s erviço, etc. Tudo é m uito
importante, pois ninguém, por mais privilegiado que seja,
conseguiria guardar na memória toda a i mensa quantidade de
informação necessária a este trabalho.

EQUIPAMENTO:

Este é o requisito mais difícil de s er satisfeito, em virtude do


empate de capital em que implica, mas, quando se usa
equipamento adequado, o retorno é r ápido e gar antido (desde
que o equipamento seja realmente usado e saiba como usá-lo
com eficiência). Infelizmente, na maioria dos casos, o que se faz
é improvisar ou usar equipamento insuficiente ou inadequado,
com a consequente ineficiência.

Por equipamento entendemos o conjunto de instrumentos de


teste e m edição necessários, ao bom desempenho do trabalho
de manutenção. Se nos restringirmos apenas ao reparo do
aparelho, já necessitaremos de al gum equipamento, mas, se,
além disto, tivermos de executar calibração e ajustes, tudo se
complica, pois, neste caso, necessitaremos de padrões e
geradores de alta precisão, e cujo custo é muito elevado.

Alguns equipamentos são de uso geral, aplicáveis nas mais


diversas circunstâncias, e out ros de us o mais específico, como
por exemplo, o frequencímetro, o gerador de pulsos, o analisador
de espectro, etc.
Os equipamentos de uso geral que todo técnico deve ter são:

Multímetro, ou “multitester”, como querem alguns. Este é básico


e obrigatório em qualquer bancada, pois é utilizado para medir
as quantidades básicas da eletricidade: voltagem (contínua e
alternada), corrente e r esistência. Alguns tipos medem ainda
outras quantidades, como capacitância e i ndutância, além das
sempre presentes, mas nunca usadas, escalas de dB.

Um multímetro digital é de grande valia, pois oferece maior


precisão e alta impedância em todas as escalas, inclusive as
mais baixas, em que p ermite medir tensões da or dem de
milivolts. Atualmente já é possível adquirir um DVM, como
também é chamado, a um custo razoável.

Osciloscópio.
Para execução de r eparos de nível pouco acima da “ tentativa e
erro”, haverá necessidade de um osciloscópio. Ele é atualmente
o único meio de se ver com precisão e clareza o que está
acontecendo “dentro” de um circuito eletrônico. Com ele pode-se
medir voltagens e c orrentes de qualquer tipo, desde CC até as
formas de onda mais complexas; verificar a presença de ruídos;
etc.
Com o osciloscópio pode-se medir e a nalisa praticamente
qualquer coisa; basta que se disponha do transdutor adequado.

O osciloscópio é um instrumento de
grande utilidade no laboratório. Este é um
modelo portátil, pesando apenas três quilos, e operado à bateria,
especial para trabalhos de campo.

FERRAMENTAS:

Por isto elas devem ser fortes e resistentes, da melhor qualidade


possível. E claro que as ferramentas de boa qualidade são
caras, mas, neste item, não vale a pena economizar, pois
ferramentas baratas, consequentemente de baixa qualidade,
duram pouco, ás vezes pouquíssimo, e, em muitos casos, mais
aborrecem do que ajudam.

Um jogo de ferramentas básico é


indispensável. Acréscimos podem ser
feitos à medida que forem sendo
necessários.

Ferramentas básicas

1. Estilete - Por incrível que pareça é a


primeira ferramenta utilizada pelo
montador de computadores. Lembre-se
que é necessário a desembalagem do equipamento e que
normalmente vem lacrado com fitas adesivas e caixa de papelão
que precisam ser abertas, ou no caso de “importação” do país
vizinho, vem embalado em matéria plástica inviolável que só um
bom estilete pode superar.

2. Chave Philips - Esta é a principal ferramenta de um


mantenedor ou montador de computadores. Todos os parafusos
do gabinete que vem acomodados em um saquinho plástico são
do tipo Philips. De acordo com muitos profissionais o simples uso
de uma chave Philips é o suficiente para a substituição de
qualquer componente de um microcomputador PC, por isso, é
recomendado à compra da melhor marca de chave que você
possa encontrar, verifique junto a uma loja de ferramentas quais
são as marcas de confiança.

3. Alicate de bico - Um alicate de bico é extremamente


necessário. Muito versátil, substitui uma pinça, principalmente na
hora de retirada de um determinado jumper da placa de sistema
ou do jumper do display que determina o clock que aparecerá
para o usuário. Eventualmente pode ser usado para “pegar”
aquele parafuso difícil que caiu exatamente entre dois pontos de
difícil acesso no computador.

4. Alicate de corte - Como o nome diz serve para cortar ou


aparar determinados componentes do computador. Em
eletrônica tem a função básica de descascar fios ou corta-los,
aqui em informática, usamos para este fim, mas também, para
aparar os suportes de nylon da placa de sistema que não
possuem furos apropriados na placa metálica do gabinete,
fazendo assim um apoio improvisado da placa ao gabinete.
5. Vasilhame de parafusos - Na verdade não só de parafusos
de todos os tamanhos ou tipos , mas de arruelas, suportes de
nylon para a placa de sistema, arruelas isoladoras, parafusos de
fixação da placa de sistema ao gabinete, elásticos ou amarras,
Straps etc. Podemos afirmar que guarda as miudezas
necessárias para que o mantenedor tenha tudo a mão em
qualquer hora.

6. Chave de fenda - No item


anterior falamos que o
obrigatório é uma chave
Philips, não mentimos, mas o
uso de uma pequena chave de
fenda é necessário para
conectar ou desconectar uma
impressora da LPT1 ou
mesmo para equipamentos
que fogem do padrão
genérico. Da mesma forma
verifique as marcas de
conceito, na verdade todas
suas ferramentas devem
obedecer ao princípio da
qualidade.

7. Chave tipo canhão - ferramenta necessária para a montagem


ou substituição da placa de sistema. É com ela que fixamos
firmemente os parafusos sextavados que unem a placa de
sistema ao gabinete.

Ferramental complementar

1. Multitester - É um instrumento mais elaborado que não deve


faltar na mala do mantenedor. Usado para verificação de tensões
na fonte de alimentação, quando usado em escala de Volts. Bem
como verificação de continuidade nos diversos flat cables ou
possíveis curtos em cabos de rede coaxial por exemplo.

2. Caixa de micro chaves - De uso eventual para pequenos


parafusos de fenda ou do tipo Phillips.

3. Borracha - Normal do tipo que apaga caneta, usada quando


precisamos limpar contatos de placas do micro que com o
tempo podem “zinabrar”, causando mau contato e consequente
defeito.

4. Lanterna de inspeção - Usada principalmente em


manutenção quando é necessário enxergar nos cantinhos
escuros do gabinete para verificar se determinado strap está
habilitado ou desabilitado, ou mesmo o número de um chipset
qualquer. Para facilitar a operação a lâmpada está posicionada
na ponta de uma haste flexível.

5. Lupa com lâmpada - com função semelhante a da lanterna de


inspeção, a lupa aumenta, e a lâmpada ilumina o detalhe a ser
observado.

6. Pinça tríplice - Usada normalmente para pegar aquele


parafuso que caiu bem no meio dos chips da placa mãe.
Agarra e dispensa o uso de pressão pela mão humana,
segurando o parafuso automaticamente.

7. Pincel - Usado normalmente para limpar possíveis sujeiras


incrustadas nos slots de memória ou de placa de expansão.
Recomenda-se também após a pincelada o uso de um limpa
contato químico que é vendido em lojas de eletrônica.

8. Canivete Suíço - Vocês não podem imaginar a utilidade que


um canivete suiço pode proporcionar em todos os campos
incluindo a manutenção de computador. Só na hora que você
precisar de uma... tesourinha, no canivete vai encontrar, ou
aquela... serrinha, tudo está lá.

9. Pinça metálica - Para pegar pequenos objetos ainda é uma


excelente ferramenta essencial na mala de ferramentas.

10. Sacador de chip - É raro o uso, mas quando precisar é a


melhor ferramenta para fazer o procedimento, normalmente já
vem junto com o kit de ferramentas.

Para completar o arsenal de ferramentas, podemos ainda citar


algumas ferramentas especiais e outras de bancada:

Morsa - Uma pequena morsa tem-se mostrado de extrema


utilidade na hora que precisamos daquela terceira mão, como
por exemplo, na hora de soldar um conector de rede.

Ferro de solda e sugador de solda - Algumas atividades


podem exigir eventualmente o uso de solda, o que justifica a
compra de um pequeno ferro de solda de 24 ou 30 Watts.
Parafusadeira elétrica - Para quem trabalha com montagem
de micros em grande escala esta ferramenta dinamiza
bastante tal trabalho.

Luminária de bancada ajustável com lupa - pode ser usada


em serviços de montagem de micro para melhor visualização
do local de trabalho.

Pulseira anti estática - A eletricidade estática é a maior


inimiga dos componentes do computador, usando uma
pulseira, você vai proteger seu trabalho de possíveis prejuízos.

Outro cuidado com as ferramentas é não deixá-las enferrujar, e,


para isto, existe uma infinidade de produtos à disposição no
mercado, desde o corriqueiro óleo de cozinha, até a sofisticada
graxa de silicone. E qualquer um deles serve para evitar a
ferrugem.

Esta é uma maleta de ferramentas


usada para trabalho de campo. Além
das ferramentas, contém multímetro,
peças de reposição, congelador,
lubrificante, etc.

COMPONENTES DE REPOSIÇÃO:
Nenhum dos itens anteriores pode ser considerado mais, ou
menos importante do que o outro; todos são igualmente
importantes, mas este último é, decididamente, de importância
vital e absolutamente indispensável.

Suponha que um ótimo técnico, com o manual de serviço, com


ferramentas e equipamento adequados, está fazendo
manutenção de um aparelho que conhece muito bem, e
descobre que um determinado estágio está defeituoso, estágio
este constituído de um circuito integrado e mais alguns
componentes; e des cobre, ainda, que algumas voltagens estão
incorretas. O próximo passo será substituir o CI e c omprovar o
funcionamento correto do equipamento. Mas ele não possui o CI.
Então o que fazer?

Não há o q ue fazer. Sem componentes adequados para


substituir, simplesmente não há manutenção corretiva. Muito
mais poderia ser dito a respeito dos pré-requisitos necessários à
manutenção em eletrônica; o que f oi dito é apenas um resumo,
mas mesmo assim, a muitos parecerá exigência de mais, e
podem pensar que s empre “dão um jeito”. A esses eu temeria
confiar até mesmo manutenção de um ferro elétrico de p assar
roupa. Um serviço mal feito (“quebra galho”) pode vir a dar
prejuízos muito maiores no futuro.
PESQUISA DO DEFEITO:

Uma vez determinado que certo aparelho não esteja funcionando


corretamente, ou simplesmente não está funcionando, passamos
às etapas necessárias para a localização do defeito. E a primeira
providência, antes de pesquisar o defeito, diz respeito à limpeza.

Quando um aparelho vai para manutenção, geralmente está sujo


e empoeirado, muitas vezes com camadas de poeira, na parte
interior, assustadoramente espessas. Neste caso, antes de tudo,
deve-se proceder à retirada da poeira com ar comprimido ou com
um aspirador de pó. Frequentemente é necessário ajudar a
“desgrudar” a poeira com um pequeno pincel chato. Há casos
mais severos em que o aparelho está e/ou graxa (principalmente
quando foi submetido à “lubrificação” de chaves rotativas, por
algum curioso) nos quais a poeira adere, e se torna muito difícil a
sua remoção.

Em outros casos o acúmulo progressivo de sujeira, durante anos,


forma uma camada grossa resistente que não sai com o pincel.
Nestes casos, o melhor é proceder a uma lavagem do aparelho
completo, ou de parte dele, com água e detergente, pondo-o em
seguida para secar em uma estufa.

Dividimos em seis etapas a tarefa de localização de defeitos:


Mas, antes de abrir o aparelho e mergulhar na sua
complexidade, devemos tomar consciência de uma regra básica,
que muitas vezes ajuda a poupar tempo e “fosfato”:

“Procure
primeiro as
causas
simples”.
Na figura
acima
algumas das prováveis falhas que podem fazer com que a
alimentação não chegue ao aparelho.

Muitas vezes o técnico perde um tempo enorme tentando


localizar um defeito, quando o simples reaperto de um conector
em um soquete, por exemplo, poderia resolver o problema. Em
equipamentos complexos, com cabos de interligação e placas de
circuito impresso com conectores, isto é muito comum. É a
versão moderna do famoso “fiozinho solto”, a que todos os leigos
atribuem todos os defeitos de todos os equipamentos
eletrônicos.

As seis etapas são as seguintes:

1) Assegurar-se de que todas as condições necessárias para


o funcionamento do aparelho sejam satisfeitas.
2) Assegurar-se que todos os controles estejam
corretamente posicionados
3) Verificar se não há problemas de calibração e ajuste
4) Efetuar rigorosa inspeção visual
5) Localizar o estágio defeituoso
6) Localizar o componente defeituoso.

Para o fim de analisar cada uma destas etapas, vamos


nomeá-las abreviadamente assim:

1) Condições;
2) Controles;
3) Calibração;
4) Inspiração;
5) Estágio;
6) Componente.
CONDIÇÕES:

Uma trilha de circuito impresso que parece normal


a olho nu pode revelar uma rachadura quando
examinada com lente de aumento.

Todo equipamento eletrônico necessita de determinadas


condições para seu correto funcionamento, e a mais elementar
dessas condições é a alimentação de energia elétrica. Portanto,
as verificações iniciais são as seguintes: verificar se há tensão
na rede que o alimenta e se essa tensão é a correta para o
aparelho. Por exemplo, um equipamento para 220 V ligado em
rede de 110 V não funcionará corretamente. Se o aparelho for
alimentado por pilhas ou baterias, medir a voltagem das mesmas
com carga, pois se as baterias podem apresentar voltagem
normal em circuito aberto. Podem “arriar” quando ligadas a uma
carga.

No caso de um aparelho completamente “morto”, verificar se a


tensão de alimentação está realmente chegando ao aparelho,
isto é, se não há um fusível aberto (muitos equipamentos
possuem mais de um), se o interruptor está funcionando, se o
cordão de força não está interrompido, etc.

Além das condições gerais, aplicáveis a qualquer equipamento,


existem outras, mais específicas e aplicáveis somente aos
equipamentos a que se referem. Estas devem ser verificadas
nos próprios manuais de instrução dos aparelhos. Por exemplo,
certo instrumento pode ter seu funcionamento correto
assegurado somente se um determinado plug estiver encaixado
em algum soquete meio escondido na parte traseira do mesmo;
outro pode necessitar de uma conexão de água para
resfriamento, a uma determinada pressão, etc.

Outro fator muito importante que se deve ter em mente,


principalmente no nosso clima, é a temperatura. Todos os
fabricantes de aparelhos profissionais estabelecem uma faixa de
temperatura para seu bom funcionamento. Na maioria dos casos,
se esta faixa for ligeiramente ultrapassada, nada acontecerá,
mas, se, por exemplo, um determinado instrumento for
especificado para funcionar em temperaturas entre 10 ºC e 25
ºC, e estiver em um ambiente cuja temperatura é 40 ºC (o que
não é tão difícil como possa parecer) muito provavelmente
apresentará problemas.

Finalmente, deve-se considerar algo muito importante: todo


equipamento eletrônico é sempre um sistema que opera sob o
princípio de estímulo e reação. Todos eles têm sempre uma ou
mais entradas e uma ou mais saídas. Todos devem produzir um
determinado efeito quando estimulados corretamente. Esse
efeito pode ser muito simples, como em um oscilador de áudio,
ou muito complexo, como em um computador. O efeito é a razão
da existência do aparelho, mas, para que o produza, ele deve
receber um ou mais estímulos, ou seja, devem existir fatores que
atuem sobre sua entrada. Por exemplo, um rádio receptor tem
como efeito o som fornecido por seu alto-falante, que é a saída,
e o fator ou estímulo que vai produzir a saída é a onda
eletromagnética que atinge sua antena, que é a entrada.

CONTROLES:

Existem muitos casos em que o usuário de um determinado


equipamento chama o técnico de manutenção, alegando que o
mesmo está defeituoso, somente para descobrir desconcertado,
que o simples girar de um ou mais botões de controle faz com
que o aparelho volte a funcionar normalmente. Não havia defeito,
mas apenas erro de operação.
Se for desagradável acontecer isto com o usuário, com o técnico
de manutenção é desastroso. Por isso é imperativo que o técnico
conheça bem o aparelho e sua operação. E, caso ele venha a se
defrontar com um equipamento que desconheça, o melhor que
tem a fazer é ter um pouco de paciência, ler o manual de
instruções e familiarizar-se com o antes de começar a trabalhar
nele, caso contrário correrá o risco de perder muito mais tempo
enredando-se em controles e conceitos desconhecidos, e
somente chegar a um resultado satisfatório por acaso. Se
chegar.

Portanto, a segunda coisa a fazer é verificar se todos os


controles estão operando satisfatoriamente e se consegue com
eles fazer o aparelho funcionar. Muitos aparelhos possuem
controles meio escondidos, no painel traseiro, ou nas laterais,
que podem ser inadvertidamente movidos, causando uma
perturbação qualquer “inexplicável”. Também o ajuste incorreto
de um controle pode indicar falsamente um defeito que não
existe. Por exemplo, um determinado osciloscópio pode ter o
controle de estabilidade de trigger Fora de ajuste, fazendo com
que o traço desapareça da tela. E, se, por acaso, a lâmpada
piloto estiver queimada, (o que é bastante comum) ele
aparentará estar completamente “morto”, quando na realidade
não tem problema algum exceto a lâmpada queimada.

CALIBRAÇÃO:

A constatação de problemas é, na maioria dos caos, bastante


fácil, pois eles raramente fazem um aparelho deixar de funcionar.
O que geralmente acontece é que ele funciona perfeitamente,
mas, fora das especificações originais.

Isto não quer dizer que não existam casos em que uma
descalibração cause a paralisação do funcionamento. Estes
casos existem, mas são raros e geralmente acontecem com
equipamentos de baixo custo, nos quais os controles de
calibração têm normalmente, faixa mais ampla de atuação, para
compensar a maior tolerância nos valores dos componentes.

Um aparelho sai de calibração geralmente devido à alteração


dos valores dos componentes com o tempo. Em certos casos, a
alteração assume proporções muito grandes, passando então
assumir características de defeito. Neste caso, uma recalibração
não irá restaurar o funcionamento normal e o componente
normal e o componente alterado deverá ser substituído. De
qualquer forma, sempre que um aparelho se apresenta
defeituoso, uma verificação de sua calibração se faz necessária,
durante e depois do reparo.

INSPEÇÃO:

Esta é, talvez, a parte mais tediosa de um serviço de


manutenção, mas frequentemente é mais do que compensadora,
pois descobre defeitos sem que seja necessário efetuar análises
e medições.

Parte da inspeção visual já deve ter sido efetuada durante a


limpeza do aparelho, se esta foi necessária, pois tais coisas
como um conector solto ou a falta de alguma válvula, CI ou
transistor “soqueteado” (isto realmente existe!) são facilmente
perceptíveis.

A inspeção pode realmente descobrir defeitos, mas é necessário


que seja feita de maneira certa, pois se pode examinar um
aparelho várias vezes, e não encontrar a falha que lá esteja, e
não se souber o que procurar. As falhas mais comuns que se
podem encontrar pela inspeção dos circuitos são: soldas frias,
conexões dessoldadas e Fios partidos (principalmente junto a
pontes, soquetes, conectores, terminais e circuitos impressos);
fios descascados ou pontas de fios fazendo curto com outras
partes do circuito; circuitos impressos danificados ou com fios de
solda fazendo curto entre trilhas adjacentes; componentes
queimados ou descorados; válvulas embranquecidas;
capacitores inchados ou vazando; conectores ou placas de
circuito impresso deslocados; porcas e parafusos soltos ou
perdidos dentro do aparelho; Insetos e aracnídeos em geral (é
sério: já encontrei uma fonte de alta tensão de um osciloscópio
Tektronix “pifada” porque uma barata se meteu entre o terminal
“vivo” e o chassi).

No trabalho de inspeção algumas ferramentas simples são de


grande utilidade:

a) um alicate de bico, para puxar fios e conexões;


b) um objeto pontudo que pode ser uma alavanca feita com
agulha de sapateiro que mencionei nas ferramentas para mover
coisas, afastar coisas e raspar circuitos impressos;
c) um pincel chato, para remover poeira;
d) uma lente de aumento para examinar soldas e possíveis
curtos nos circuitos impressos;
e) um espelho de dentista, cujo uso é evidente.

Outros sentidos, além da visão, podem, e deve ser usados neste


passo da pesquisa: o olfato, o tato, o sentido térmico, a audição,
e ainda aquele décimo quinto sentido que todo eletrônico deve
ter: a “desconfiança”.

ESTÁGIO:

Esta etapa é, sem dúvida, a mais complexa e trabalhosa, e a que


mais exige do técnico em conhecimentos e habilidade.

Toda aquela bagagem de conhecimentos, de familiaridade com o


aparelho sob teste, de desembaraço no uso de instrumentos
auxiliares, e toda a literatura técnica de consulta, deverão estar a
postos para serem usados neste passo. E quanto mais complexo
for o aparelho, tanto mais eles serão necessários.

Mas, antes de continuarmos, vamos rever o que se entende por

estágio. Veja a figura acima:


Exemplo de estágio. Cada bloco representa um estágio de um
receptor de rádio e em conjunto com os outros, perfazem o
receptor completo.

É um termo bastante relativo, que pode significar um simples


diodo, acompanhado por um capacitor e um resistor, formando
um estágio detector, até um computador completo, com 32
kbytes de memória, e que é um estágio de um Sistema
Automático de Testes Lógicos. Um estágio pode ser qualquer
coisa, desde que faça parte de um sistema maior. Por exemplo,
um motor elétrico que seja ligado por uma chave magnética, a
qual é ligada e desligada por uma botoeira, é um sistema de três
estágios.

Coloquemos, então, a questão da seguinte forma:


Estágio é um conjunto de componentes que executam uma
função bem determinada, dentro de um sistema maior que inclui,
necessariamente, outros estágios” Isto posto, vamos ver os
vários modos de se pesquisar o estágio defeituoso em um
equipamento eletrônico.
5.1) Acompanhamento de sinal: É o modo pelo qual,
munido de um sensor-indicador apropriado, tal como um
osciloscópio, voltímetro ou “pesquisador de sinal”, o técnico tenta
acompanhar um sinal injetado no aparelho, ou produzido por ele,
através de seus vários estágios, para descobrir qualquer
anomalia introduzida por algum deles.

5.2) Injeção de sinal: É o modo inverso do anterior. O


técnico, ao invés de acompanhar o sinal, injeta um sinal
apropriado no aparelho; nas entradas de seus vários estágios.
Este método, naturalmente, só pode ser usado quando o próprio
aparelho sob teste serve de indicador, mostrando a saída de
sinal através de um ponteiro, uma tela, um display, etc.

5.3) Injeção: Acompanhamento de sinal – É uma


combinação dos dois anteriores, e é normalmente utilizado
quando o aparelho sob teste não fera um sinal próprio, ou não
recebe de um acessório, e também não pode servir de indicador.

Esta barata meteu-se entre


o terminal vivo da alta
voltagem e o chassis, foi
eletrocutada e causou a
paralisação no aparelho.

5.4) Medições -
De voltagens, correntes e resistência.
Este é o modo mais trabalhoso e difícil de ser usado para
localizar o estágio defeituoso (é normalmente usado para
localização do componente defeituoso), pois, além de se ter de
provar o maior número de pontos no circuito é, talvez, o mais
frequentemente usado. Muitas vezes o técnico acredita que
perderia muito tempo em familiarizar-se com o aparelho e
aprender como funciona, e acaba por perder mais tempo ainda
tentando consertá-l0 mediante o expediente de “suspeitar” de
certos componentes, sem nenhuma dose razoável de
argumentos para isto, e trocá-los, apenas para descobrir que não
era aquele o responsável, continuando o processo até acertar,
geralmente, por acaso.

É certo que muitas vezes este processo tem de ser usado, mas,
em conjunto com outros, e de uma forma racional, isto é, quando
já se tem uma ideia bastante razoável da região do circuito onde
é mais provável estar o defeito, e os componentes suspeitos
devem ser testados mediante substituição direta.

Estes são os processos mais práticos e acessíveis para pesquisa


do estágio defeituoso.
Existem outros, mais sofisticados e que exigem equipamentos
mais complexos e, portanto. Caros e difíceis de serem,
conseguidos. Falaremos deles em outra ocasião.
Quanto a qual dos modos de teste acima descrito usar, depende
de vários fatores: até que ponto o técnico está familiarizado com
o equipamento; tipo de aparelho que está testando; tipo e
quantidade de equipamentos auxiliares disponíveis; etc. De nada
adianta, por exemplo, desejar-se usar o método de injeção de
sinal se não se dispuser de um gerador apropriado.

O caso mais frequente é que se usa mais de um processo,


separada ou simultaneamente, e aquele mais usado em conjunto
com outros é o de medida de resistência, voltagem e corrente,
mas isto geralmente é feito quando se chegou a um estágio
suspeito, e já se procura o componente defeituoso.

Quando o defeito parece ter atingido mais de um estágio,


geralmente é apenas porque eles estão interligados e,
consequentemente, uma falha em um deles se propaga aos
outros.
Quando ocorrer que todos os estágios parecem ter problemas, é
óbvio que o responsável mais provável é a fonte ou as fontes de
alimentação.
Mas não se deve esquecer que um estágio defeituoso pode
sobrecarregar a fonte de alimentação e assim, afetar todo o
sistema. Mais adiante trataremos de alguns casos especiais
como intermitentes e circuitos de malha fechada.

Exemplos de malha fechada. No oscilador, à esquerda, o elo de


realimentação B determina a frequência e a amplitude do sinal
de entrada do amplificador, o qual vem de sua saída. No
regulador de tensão, à direita, o sinal de entrada do
amplificador/comparador é uma amostra da tensão de saída,
que, por sua vez, depende da saída do amplificador.

COMPONENTES:

Uma vez localizado o estágio defeituoso, o passo lógico seguinte


é procurar o responsável para trocá-lo. Nesta etapa os processos
usados são essencialmente os mesmos que para a localização
do estágio, apenas em escala menor. Vejamos alguns
procedimentos:

6.1) Verifique as voltagens e formas de onda – um componente


defeituoso fatalmente alterará voltagens e/ou formas de onda.
Por comparação com as normais, verifica-se as alterações que
normalmente serão maiores, quanto mais perto do componente
defeituoso.

6.2) Verifique os componentes - certos componentes como, por


exemplo, diodos e capacitores, podem ser verificados no próprio
circuito quanto a curtos ou abertos. Outros devem ser retirados e
medidos fora do circuito, ou substituídos.

Algumas verificações podem ser feitas como segue:

Válvulas - o mais eficiente teste para válvulas é a substituição


direta. É a única maneira de se assegurar se a válvula está ou
não operando satisfatoriamente. Os testadores comuns de
válvulas apenas indicam se ela está emitindo razoavelmente e
nada mais. É claro que curtos podem ser verificados com o
ohmímetro.

Um caso particular de válvula é o Tubo de Raios Catódicos, ou


Cinescópio, que pode ser testado pela observação da imagem,
desde que se meçam antes as voltagens nos seus eletrodos e se
assegure que estão todas corretas.

Transistores – O melhor teste para transistores é também a


substituição direta, mas não é o único válido. Ao contrário das
válvulas, os transistores são componentes resistivos, suas
junções podem condições podem ser verificadas com o
ohmímetro. Mas, outros tipos de falhas somente podem ser
percebidos mediante testes mais elaborados, ou por
substituição.

De qualquer forma um testador de transistores é mais


conveniente, e um traçador de curvas, o ideal, pois testará o
componente sob condições dinâmicas simuladas. Mas mesmo
este teste não assegura 100% de certeza em todos os casos,
pois, como dissemos, as condições são simuladas e,
consequentemente, não são idênticas às condições reais do
circuito.

Deve-se ter o máximo de cuidado com os MOSFET, pois são


facilmente danificáveis por cargas estáticas, e estas podem
existir em nosso corpo ou em nossas roupas em quantidades
impressionantes.

Diodos – podem ser testados com o ohmímetro ou com o


traçador de curvas. Valem aqui as mesmas considerações que
para os transistores.

Resistores – podem ser testados com o ohmímetro ou com o


traçador de curva. Em alguns casos é necessário usar um
megohmímetro.

Indutores – podem ser testados com o ohmímetro, somente


quanto à continuidade.
Quanto a espiras em curto, somente com aparelho especial ou
com ponte de indutâncias.
Os transformadores podem, muitas vezes, ser testados com
voltímetro de CA, medindo-se as tensões nos seus terminais.

Capacitores – podem ser testados com ohmémetro quanto a


curtos ou fugas. O melhor é usar uma ponte de capacitâncias ou
um capacímetro digital, de preferência um que meça também o
fator de dissipação.

Circuitos integrados-
Estes são os componentes mais complexos e,
consequentemente os mais difíceis de serem testados; existem
em uma infinidade de funções diferentes.

Primeiramente, devemos considerar que existem duas grandes


categorias de Cls, os lineares e os digitais, sendo que os
primeiros são os que apresentam maior diversidade de funções.
Existem meios de testar Cls, tanto lineares como digitais, mas
são métodos que empregam equipamento muito especial,
sofisticado e caro, e só se justificam quando a quantidade a ser
testado é muito grande e constante. No caso de manutenção os
métodos usados são basicamente os mesmos já descritos para
estágios, principalmente os mesmos já descritos para estágios,
principalmente acompanhamento de sinal. Isto quando se tratar
de Cls simples. Para os mais complexos, com maior número de
funções, ou de entradas e saídas, o mais prático é substituição
direta. É praticamente impossível testar, por exemplo, um
microprocessador, um chip de memória, ou mesmo um
multiplexador por meio dos métodos convencionais já descritos.

Quanto aos componentes eletromecânicos, como chaves,


conectores, cabos, etc., o procedimento de teste é pela inspeção
visual e medição de continuidade com o ohmímetro. Algumas
vezes esses componentes apresentam fugas que não são
perceptíveis com o ohmímetro. Nestes casos, a solução é a
medição com megohmímetro, ou a substituição.

Uma vez localizado e trocado o componente defeituoso, uma


completa verificação do funcionamento será efetuada,
juntamente com uma verificação da calibração. Caso necessário
(e geralmente o é) faz-se uma recalibração, parcial ou total.
Muitas vezes é suficiente um pequeno retoque em alguns
controles.

E, finalmente, dar um pouco de atenção à aparência externa do


aparelho. É uma boa ideia dar uma esfregada com cera líquida
para automóvel, se o móvel for pintado, ou mesmo com WD-40,
que também é bom para limpeza.

Se o móvel for de madeira, um pouco de óleo ou cera, dará uma


ótima aparência. Quase sempre, uma “caprichada” na aparência
externa de um aparelho influencia muito mais a opinião do
cliente (ou do patrão) a respeito do técnico, do que um serviço
de manutenção tecnicamente bem executado. São coisas de
humanos...

CASOS ESPECIAIS:

Um circuito constitui uma “malha fechada” quando a sua entrada


está conectada à saída de tal forma que uma é função da outra.
Os três exemplos típicos são os osciladores, as fontes de
alimentação reguladas e os servomecanismos. Não cabe aqui
uma descrição destes dispositivos, portanto, vamos nos limitar a
mencionar uma linha de procedimento possível para pesquisa de
defeitos neste tipo de circuito.

Provavelmente, o método mais aconselhável é “abrir” a malha


em um ponto onde se conheça bem os parâmetros que devem
existir, e simulá-los mediante dispositivos externos. Por exemplo,
em um registrador potenciométrico, pode-se desligar o
potenciômetro da pena registradora e simular sua ação por meio
de uma fonte e um potenciômetro externo.

Por tudo isso, um dos métodos que se mostra mais eficiente para
o diagnóstico é a medição de voltagens, resistências e correntes.
É relativamente demorado e trabalhoso, mas é o que produz os
resultados mais satisfatórios.
DEFEITOS INTERMITENTES:

Se há algo capaz de deixa um técnico de cabelos brancos,


insone, doido, babão, ou simplesmente louco furioso, é um
defeito intermitente. Procurar este tipo de defeito é mais ou
menos como tentar pegar uma única pulga saltitante no meio
de um bando de cachorros.

Intermitente é aquele defeito geralmente produzindo por um


mau contato, solda fria ou componente quebrado. Que você
tem certeza que achou e consertou, e deixa o aparelho
funcionando quatro dias, devidamente submetido à
pancadinhas, chacoalhadas, sacudidas e exorcismos a
intervalos regulares, somente para vê-lo retornar, no quinto
dia, zombeteiro e cínico, apenas por alguns minutos, e faze- lo
começar tudo de novo.

É claro que o intervalo de tempo entre desaparecer e


aparecer de novo nem sempre é de quatro dias, pode ser tão
curto como poucos segundos, ou tão longo como alguns
meses. Seu aparecimento pode depender de absolutamente
nada, isto é, sem nenhuma causa aparente, e pode também
depender das circunstâncias mais estapafúrdias como, por
exemplo, uma pancadinha com o cabo de uma chave Philips
nº 1, vermelha no lado direito a cinco centímetros da base e
27 cm da frente. Ou o aparelho pode funcionar muito bem no
chão e ficar completamente “morto” em cima da mesa. Ou
pode ser que funcione quando inclinado 37 graus e meio
para a esquerda.
De qualquer forma, o mais frequente é que pancadinhas com
qualquer objeto, ou mesmo com os dedos, provoquem o
aparecimento do defeito. O mais frustrante, no entanto, é
quando nem as pancadinhas provocam mais o aparecimento
defeito e sabemos que ele existe e voltará.

A única coisa quase comum a todos os defeitos intermitentes


é que eles não são elétricos, e sim mecânicos: soldas frias,
conectores rachados, trilhas de CI partidas, soquetes
defeituosos, terminais de componentes soltos, chaves e
interruptores com mau contato, etc.

Eu disse acima “quase” comum por que existem intermitentes


elétricos. São raros, mas quando surgem, podem assumir as
formas mais estranhas. Já encontrei um diodo que somente
conduzia quando a tensão nos seus terminais, no sentido
direto, ultrapassava três volts, e, com as flutuações no
aparelho, isto acontecia esporadicamente.

“Em eletrônica tudo é possível”: Esta frase reflete uma


realidade, ás vezes desconcertante. Mas, se for sempre
lembrada e principalmente quando todos os recursos normais
falharem poderá levar á procura das causas mais absurdas
para os defeitos mais simples. E isso muitas vezes é o que
resolve o problema.

CONCLUSÃO:

Aos técnicos que, devido às circunstâncias, estão habituados


a trabalhar sempre com a mesma marca e tipo de aparelho,
tudo o que foi dito aqui poderá parecer muito rebuscado,
trabalhoso e até confuso. Eles devem reparar sempre os
mesmos defeitos, e por isso já decoraram os sintomas e as
causas, e podem fazer manutenção de “olhos fechados”. Mas
se um deles tiver de consertar um aparelho diferente da sua
linha, e que nunca tenha visto, não conseguirá. Primeiro
porque não tem o conhecimento específico daquele tipo de
equipamento, e segundo, porque não despõe dos recursos
necessários.

Mas se ele puder vir a conhecer e se familiarizar com o


equipamento, e se lhe for, cedidos os recursos e ele seguir
um bom método de trabalho, certamente conseguirá.

A conclusão a que chegamos, é que um técnico que seja


inteligente, tenha boa formação, tenha suas fontes de
consulta, tempo e os recursos materiais necessários,
conseguirá consertar qualquer coisa, desde que siga um
método racional de trabalho.

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