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Alunas: Carolina Arantes Araujo Costa - RA00217461; Dângila Feitoza -RA00215935; Mônica
Guimarães - RA00215886; Rayanne do Carmo RA00215892;
1. Sob o ponto de vista filosófico, a Lei 11.101/05, cria um novo paradigma: “Separa a sorte da
empresa, da sorte do empresário”. Discorra sobre o tema, comparando o novo sistema com o Dec.-Lei
7.661/45.
Resposta: A Lei 11.101/05 confere responsabilidade às pessoas que são responsáveis pela
empresa, mas alcançou também os credores e o poder judiciário. Buscou unir esforços a fim de
impulsionar e reestruturar a situação financeira, social e econômica da empresa, segundo Gladston
Mamede, "Afinal, quem faliu foi o empresário ou a sociedade empresária, não a empresa, que é mero
objeto. Assim a lei 11.101/05 permite a preservação da empresa, apesar da insolvência do empresário
ou sociedade empresária. A liquidação do patrimônio empresarial não mais se confunde com a
extinção da empresa. Isso é viável pois se transfere apenas do ativo, sem o respectivo passivo, que
será mantido na massa falida."
Sendo assim, com a recuperação judicial, além de possibilitar a participação dos credores
nas discussões no sentido de encontrar opções de recuperação, através da assembleia de credores, a lei
também possibilitou várias alternativas de recuperação.
2. O Chapter 11 norte-americano, nos trouxe o instituto do cram down que está encartado no art. 58, §
1o da Lei 11.101/05. Defina e explique.
Desta forma, tal mecanismo acaba permitindo então que seja imposto um plano que não teve a
aprovação total da assembleia, alegando que tem o objetivo de preservar a empresa, manter os
empregos e garantir os créditos, visto a situação econômica na qual a empresa se encontra.
Contudo, a aplicação de tal instituto no EUA acaba sendo bem diferente da forma na qual é
aplicado no Brasil, visto que, no Artigo 58 §1 da Lei 11.191/05, estabelece que o Juiz deverá analisar
se foram cumpridos os requisitos para que se conceda a recuperação judicial, enquanto no modo
norte-americano o Juiz pode impor, isto é, agir de forma coercitiva, independentemente do
cumprimento dos recursos, impedindo então que os credores se manifestem sobre tal assunto.
Sendo assim, na forma brasileira, o Juiz está incumbido de discricionariedade, ou seja, para
que se aplique é cram down, é necessário que se analisem as hipóteses previstas no Artigo 58 §1 e
seus incisos, não agindo então de forma arbitrária, mas sim dentro dos limites da lei, como vemos a
seguir:
§ 1º O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não
obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma assembléia,
tenha obtido, de forma cumulativa:
II - a aprovação de 3 (três) das classes de credores ou, caso haja somente 3 (três)
classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 2 (duas) das classes ou,
caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo
menos 1 (uma) delas, sempre nos termos do art. 45 desta Lei; (Redação dada
pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)
III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço)
dos credores, computados na forma dos §§ 1º e 2º do art. 45 desta Lei.
Outro ato previsto em lei se refere à execução frustrada, quando o empresário não realiza o
pagamento, depósito, nomeação de bens à penhora ou não realiza o pagamento quando este é
executado individualmente por um credor nos termos do artigo 94, II: “executado por qualquer
quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo
legal”.Nesta hipótese, o valor do título pode ser inferior a 40 salários-mínimos.
Por fim, a prática de atos de falência se caracteriza quando ocorre a liquidação precipitada,
negócio simulado, alienação irregular de estabelecimento, simulação de transferência de
estabelecimento, garantia real, abandono do estabelecimento empresarial, e descumprimento do plano
de recuperação judicial, previstos nas alíneas do inciso terceiro, artigo 94.
Na sentença declaratória o juiz poderá determinar medidas cautelares com o fim de preservar
o interesse dos credores, como o sequestro de bens, sendo publicada no órgão oficial ou em jornal de
grande circulação.