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Consumismo, não

Objetivos
Debater sobre o consumo supérfluo, necessidade e desejo, e exercitar análise de dados

Introdução
A opção por eliminar o consumo supérfluo, revelada a VEJA por Judith Levine, dá margem a
boas reflexões acerca de nosso modo de vida. A sociedade industrial capitalista é esbanjadora
em sua natureza. Seu desenvolvimento está associado, muitas vezes, a falsas necessidades que
ela estimula no público consumidor. Embora não faça parte do programa específico de nenhuma
disciplina, a entrevista pode ser útil, pois envolve questões de cidadania. Uma sugestão de
abordagem é mesclar o tema com atividades matemáticas, trabalhando de início com o
estabelecimento de critérios para distinguir dois aspectos básicos: a necessidade e o desejo. Isso
leva ao levantamento de prioridades - o que configura uma lição preciosa para todos nós.

Atividades
1ª aula - Converse com a turma sobre seus hábitos de consumo periódico. Com o que os
adolescentes costumam gastar a mesada? Peça que cada um enumere numa folha de papel os
produtos que compra com freqüência e os serviços pelos quais geralmente paga. Aí cabem o
hambúrguer, o sorvete, o chocolate, as visitas às lan houses, as sessões de cinema, a aquisição de
CDs, o aluguel de DVDs e cartuchos de games etc. A lista pode ser grande - o que justifica
registrá-la numa planilha eletrônica, desde que a escola tenha essa disponibilidade. Do
contrário, oriente os alunos a construir uma tabela, com espaço suficiente para incluir quatro
colunas.

O passo seguinte é a leitura da seção Auto-Retrato de VEJA. Qual a opinião geral a respeito da
privação a que a autora se impôs? Todos entendem o objetivo de tal experiência?

2ª aula - Chame a atenção para a base das prioridades definidas por Judith Levine. Enfatize a
diferença entre os conceitos de necessidade e desejo utilizados por ela. Ambos podem servir de
referência para classificar os itens listados na tabela elaborada na aula anterior. Encarregue a
turma de incluir mais uma coluna para marcar os hábitos necessários e os supérfluos. Isso feito,
é interessante discutir as variações encontradas entre os jovens. Alguns podem argumentar que
o cinema é uma atividade cultural importante para sua formação, outros terão na lan house ou
na lanchonete semanal o convívio social de que precisam e por aí vai. Verifique as
concordâncias - aquelas atividades que a maioria considera indispensável - e as disparidades.
Nesse ponto, talvez seja proveitoso solicitar a criação de um gráfico de dispersão relacionando
as incidências de cada item para relembrar os conceitos estatísticos de média, moda e mediana.

Sugira, então, que todos determinem o custo mensal das diversas atividades, registrando o
resultado numa terceira coluna, e destinem uma quarta para o peso correspondente na despesa
do mês. Para tanto, deve-se calcular os porcentuais em relação ao total consumido. Esse é um
critério objetivo.

Oriente, em seguida, a aferição de níveis de prioridade de cada item, numa escala de 1 a 5, tanto
para os essenciais quanto para os dispensáveis. Ressalte que esses valores são arbitrários e
subjetivos, embora possam apresentar coincidências entre a moçada.
Desafie a classe a planejar uma redução de, digamos, 50% do consumo. Como? A resposta
imediata é cortar os supérfluos. É possível, no entanto, que isso seja insuficiente, exigindo a
supressão de itens necessários. Em qualquer situação, porém, todos devem notar que a
otimização desse processo inclui considerar os critérios objetivos e subjetivos. Isso pode
significar abrir mão de metade dos hambúrgueres e um terço dos DVDs, por exemplo. Eleja um
caso que reflita a média dos alunos e discuta as possibilidades de redução de gastos. O
levantamento pode ajudá-los a compreender a necessidade de estabelecer parâmetros para a
tomada de decisões.

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