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Responsabilidade Civil

no Direito do Trabalho

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1ª edição — 2005
2ª edição — 2007
2ª edição — 2ª tiragem — junho, 2007
3ª edição — 2008
3ª edição — 2ª tiragem — março, 2009
4ª edição — 2010
5ª edição — 2014
5ª edição — 2ª tiragem — setembro, 2014
5ª edição — 3ª tiragem — abril, 2015
6ª edição — 2017

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José Affonso Dallegrave Neto
Mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná. Doutor em Direito pela Universidade
Federal do Paraná. Pós-doutorando pela Universidade de Lisboa (FDUNL). Membro da
Academia Brasileira de Direito do Trabalho, cadeira n. 28. Professor dos Cursos de
Pós-graduação da PUC-PR, Unicuritiba e APEJ. Professor da Ematra IX — Escola da Magistratura
Trabalhista do Paraná. Professor de Direito do Trabalho dos Cursos Telepresenciais do CERS e
NTC. Professor convidado do Programa de Doutoramento da Universidade de Lisboa (FDUNL).
Membro-Diretor da Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas. Membro da JUTRA —
Associação Luso-brasileira de Juristas do Trabalho.

Responsabilidade Civil
no Direito do Trabalho
6ª edição

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EDITORA LTDA.
 Todos os direitos reservados

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São Paulo, SP — Brasil
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Junho, 2017

Produção Gráfica e Editoração Eletrônica: R. P. TIEZZI X


Projeto de Capa: FABIO GIGLIO
Impressão: ORGRAFIC

Versão impressa — LTr 5836.2 — ISBN 978-85-361-9317-5


Versão digital — LTr 9188.1 — ISBN 978-85-361-9311-3

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Dallegrave Neto, José Affonso


Responsabilidade civil no direito do trabalho / José
Affonso Dallegrave Neto. — 6. ed. — São Paulo : LTr, 2017.
Bibliografia

1. Direito do trabalho — Brasil 2. Responsabilidade


(Direito) — Brasil I. Título.

17-05024 CDU-347.51:331.823(81)

Índice para catálogo sistemático:


1. Brasil : Responsabilidade civil : Direito do trabalho
347.51:331.823(81)

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Agradecimentos
Sou grato a todos os meus amigos e colegas que contribuíram para que
essa obra fosse concretizada, em especial os integrantes da banca de
doutoramento da UFPR.
Agradeço aos colegas do escritório “Dallegrave Neto — Advocacia
Trabalhista” pelo apoio; em especial à advogada Manuela Souza Trindade
Dallegrave, pelo auxílio na pesquisa da jurisprudência, e ao advogado
Marcos Cesar Rampazzo Filho, na sugestão dos textos.

A Deus, fonte de inspiração e amor.


Aos meus filhos, Pietra e Pedro.
À minha mãe querida, Marilda Anciutti Dallegrave
À minha esposa e companheira, Manuela Dallegrave.

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Sumário

Prefácio...................................................................................................................... 17

Introdução................................................................................................................. 23

Parte I — Teoria Geral da Relação Jurídica................................................................. 29


1. Obrigação, dever e sujeição........................................................................................ 29
2. Obrigação, ônus e responsabilidade.............................................................................. 35
3. Relação jurídica obrigacional em uma perspectiva dinâmica.............................................. 36
4. Elementos da relação obrigacional.............................................................................. 38
4.1. Sujeitos........................................................................................................... 39
4.2. Objeto............................................................................................................. 44
4.3. Garantia. ........................................................................................................ 49
4.4. Fato jurídico.................................................................................................... 51
Resumo da Parte I......................................................................................................... 52

Parte II — Contrato de Trabalho. ............................................................................... 56


1. Contrato de trabalho como fonte de obrigação............................................................ 56
2. Contrato de trabalho como negócio jurídico................................................................ 60
3. Contrato de trabalho: concepção atual e resistências.................................................... 65
4. Reafirmando a ideologia social do direito do trabalho................................................... 68
Resumo da Parte II........................................................................................................ 69

Parte III — Teoria Geral da Responsabilidade Civil....................................................... 72


1. Conceito e fundamentos............................................................................................. 72
2. Responsabilidade civil contratual e extracontratual....................................................... 75

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3. Responsabilidade subjetiva e objetiva: evolução histórica................................................. 78
3.1. Teorias objetivas do risco................................................................................... 86
3.2. Teoria do risco da atividade econômica................................................................ 91
4. Espécies de responsabilidades no contrato de trabalho.................................................... 95
5. Inexecução contratual............................................................................................... 97
5.1. Indenização suplementar e cláusula penal. .......................................................... 100
5.2. Obrigações principais, secundárias e deveres anexos.............................................. 102
6. Ônus da prova à luz do novo CPC............................................................................ 105
6.1. Distribuição estática e dinâmica do ônus da prova. .............................................. 107
6.2. Critérios para inversão do onus probandi............................................................ 110
6.3. Ônus da prova na responsabilidade contratual.................................................... 115
Resumo da Parte III..................................................................................................... 117

Parte IV — Responsabilidade Civil Pré e Pós-Contratual............................................. 125


1. Responsabilidade civil pré-contratual.......................................................................... 125
2. Distinção entre negociações prévias e pré-contrato....................................................... 128
3. Dano pré-contratual: responsabilidade contratual ou aquiliana?................................... 131
3.1. Violação ao dever de informação e de proteção de dados..................................... 134
4. Competência material da Justiça do Trabalho.............................................................. 139
5. Ônus da prova........................................................................................................ 141
6. Dano pós-contratual............................................................................................... 143
6.1. Prescrição do dano pós-contratual.................................................................... 145
6.2. Ônus da prova................................................................................................ 148
Resumo da Parte IV..................................................................................................... 149

Parte V — Elementos da Responsabilidade Civil.......................................................... 153


1. Dano material e moral. ........................................................................................... 153
1.1. Dano emergente e lucro cessante....................................................................... 156
1.2. Conceito de dano moral. ................................................................................. 158
1.3. Indústria do dano moral ou da exploração moral?.............................................. 164
1.4. Enquadramento do dano estético...................................................................... 166
1.5. Dano à imagem do empregado: conceito e enquadramento. ................................... 168
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1.6. Enquadramento do dano existencial e o direito à felicidade................................... 176
1.6.1. Posições críticas. ................................................................................... 178
1.6.2. Dano existencial e sua reparação. ............................................................ 180
1.7. Dano moral sofrido pela pessoa jurídica............................................................. 186
1.8. Fixação do valor do dano moral. ..................................................................... 190
1.9. O caráter punitivo do dano moral..................................................................... 195
1.10. Dano moral coletivo..................................................................................... 196
1.10.1. Quantificação e destino da indenização do dano moral coletivo................. 200
1.10.2. Ação civil pública na Justiça do Trabalho............................................... 202
1.10.3. Dano moral social e Dumping Social...................................................... 206
2. Ato ilícito e culpa................................................................................................... 212
2.1. Excludentes de ilicitude: legítima defesa, exercício regular de direito e estado de ne-
cessidade....................................................................................................... 214

2.2. Graus de culpa............................................................................................... 218


2.3. Abuso de direito.............................................................................................. 221
3. Nexo causal........................................................................................................... 224
3.1. Excludentes da responsabilidade. ....................................................................... 227
3.1.1. Teoria do fortuito interno....................................................................... 230
Resumo da Parte V...................................................................................................... 233

Parte VI — Honorários Advocatícios......................................................................... 245


1. Natureza alimentícia e autônoma dos honorários advocatícios...................................... 245
2. Honorários de sucumbência e assistência judiciária gratuita no novo CPC....................... 247
3. Cabimento dos Honorários pelo fundamento da reparação integral da vítima. ................. 251
4. Revogação da Lei n. 5.584/70 e seus efeitos.............................................................. 254
5. Hipóteses de cabimento de honorários......................................................................... 257
6. Novidades do Projeto de Lei n. 6.787/2016............................................................... 260
Resumo da Parte VI..................................................................................................... 263

Parte VII — Indenização pela perda de uma chance...................................................... 266


1. Teoria da perda de uma chance.................................................................................. 266
2. Previsão legal......................................................................................................... 268

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3. Quantificação do dano............................................................................................ 270
4. Distinção com a regra do art. 129 do Código Civil. ................................................... 272
Resumo da Parte VII.................................................................................................... 274

Parte VIII — Acúmulo e Desvio Funcional.................................................................. 276


1. Inexecução contratual............................................................................................. 276
2. Locupletamento ilícito.............................................................................................. 277
3. Da ilicitude da ordem patronal. ................................................................................ 278
4. Desempenho de atividades afins ou correlatas.............................................................. 279
5. Da indenização por acúmulo e desvio funcional........................................................... 283
Resumo da Parte VIII................................................................................................... 286

Parte IX — Terceirização, responsabilidade por fato de terceiro, e dano causado pelo


empregado............................................................................................................ 288

1. Responsabilidade do empregador por fato de outrem..................................................... 288


1.1. Presunção de culpa do empregador......................................................................... 291
1.2. Plano objetivo e subjetivo da responsabilidade........................................................... 294
2. Terceirização, nova Lei n. 13.429/17, e os acidentes dos terceirizados. ......................... 295
2.1. Comentários à nova Lei n. 13.429/17............................................................... 300
2.2. Empresa Prestadora de Serviços, Contratante e Trabalhador................................ 306
2.3. Acidente de trabalho de trabalhadores terceirizados. ........................................... 312
3. Reembolso do empregador acerca do dano causado pelo empregado. .............................. 315
3.1. Desconto salarial previsto em instrumento normativo da categoria........................ 319
Resumo da Parte IX..................................................................................................... 320

Parte X — Assédio no Trabalho e no Processo do Trabalho....................................... 329


1. Assédio sexual: conceito e alcance. ........................................................................... 329
2. Assédio moral: conceito, nomenclatura e alcance. ...................................................... 333
3. Atitude dolosa do assediante e seus efeitos. ................................................................ 336
4. Distinção entre assédio sexual e moral....................................................................... 337
5. Perfil do agente e da vítima no assédio sexual e moral.................................................. 339
6. Assédio moral organizacional e a síndrome de burnout. ............................................... 339
7. Do dever do empregador de zelar por um ambiente saudável e a previsão da NR-17........... 345

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8. Efeitos contratuais decorrentes da prática do assédio................................................... 347
9. Responsabilidade direta e indireta da empresa............................................................... 349
10. Dano material e moral. ......................................................................................... 352
11. Prova judicial do assédio........................................................................................ 355
11.1. Comprovação parcial dos atos de assédio. Sentença extra petita.......................... 358
11.2. A dispensa da prova da dor em concreto.......................................................... 359
12. Assédio processual na Justiça do Trabalho............................................................... 360
12.1. Distinção com a litigância de má-fé.................................................................. 364
Resumo da Parte X...................................................................................................... 367

Parte XI — As Revistas Íntimas no Expediente de Trabalho......................................... 375


1. O procedimento das revistas íntimas em empregados...................................................... 375
2. Espécies praticadas no ambiente de trabalho. ............................................................... 377
3. Critérios objetivos para o procedimento da revista........................................................ 380
Resumo da Parte XI..................................................................................................... 383

Parte XII — Acidente do Trabalho: Questões Conceituais........................................... 385


1. Acidente típico e doença ocupacional. ........................................................................ 385
2. Acidente do trabalho por concausa........................................................................... 390
2.1. A concausa como fator de redução da indenização. ............................................ 392
3. Acidentes por equiparação legal................................................................................ 395
4. Custeio do seguro de acidente do trabalho................................................................. 398
5. Benefícios previdenciários acidentários........................................................................ 401
6. Caso dos autônomos............................................................................................... 403
7. Caso dos empregados domésticos............................................................................... 405
8. Seguro privado contra acidentes. .............................................................................. 409
8.1. Denunciação à lide da seguradora..................................................................... 411
9. (Im)possibilidade de compensar as indenizações. ............................................................ 415
9.1. Compensação do valor do SAT na indenização judicial. ....................................... 416
9.2. Ação regressiva do INSS.................................................................................. 417
10. Competência judicial para a ação acidentária trabalhista............................................ 423
10.1. A nova competência trazida pela EC n. 45........................................................ 427
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11. Constitucionalização da responsabilidade civil........................................................... 429
12. Garantia de emprego do acidentado......................................................................... 435
13. Nexo técnico epidemiológico e os efeitos sobre a ação indenizatória.............................. 439
13.1. Da impugnação pela parte interessada.............................................................. 442
13.2. Repercussão do NTEP nas ações trabalhistas acidentárias................................... 443
13.3. Fator acidentário previdenciário: uma questão de equidade.................................. 445
13.4. Críticas e vantagens do novo sistema............................................................... 447
14. Responsabilidade penal do dano acidentário............................................................... 449
Resumo da Parte XII.................................................................................................... 454

Parte XIII — Elementos da Responsabilidade Civil Acidentária. ................................... 466


Quadro Esquemático Introdutório. ............................................................................... 466
1. Dano acidentário.................................................................................................... 467
2. Culpa acidentária (e a responsabilidade subjetiva)......................................................... 471
2.1. Graus de culpa............................................................................................... 476
2.2. Normas Regulamentadoras do MTE.................................................................. 480
2.3. Objetivos das NRs........................................................................................... 484
3. Atividades de risco (e a responsabilidade objetiva)......................................................... 488
3.1. Danos ambientais............................................................................................ 491
3.1.1. Responsabilidade civil preventiva e indenização............................................ 492
3.2. Atividade normal de risco prevista no Código Civil.............................................. 499
3.2.1. Jurisprudência sobre atividade normal de risco. .......................................... 502
4. Nexo causal e as excludentes da responsabilidade......................................................... 507
5. Ônus da prova nas ações acidentárias........................................................................ 517
Resumo da Parte XIII................................................................................................... 523

Parte XIV — Indenização Decorrente de Acidente do Trabalho................................... 532


1. Danos materiais acidentários. ................................................................................... 532
1.1. Indenização no caso de morte da vítima.............................................................. 532
1.1.1. Prestação de alimentos por meio de pensão. ............................................... 533
1.1.2. Duração provável da vida da vítima. ........................................................ 535
1.1.3. Dependentes do acidentado falecido.......................................................... 536
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1.2. Indenização pela incapacidade temporária............................................................ 539
1.3. Indenização pela incapacidade permanente. .......................................................... 541
1.3.1. Valor da pensão na incapacidade total. .................................................... 544
1.3.2. Pagamento de uma só vez........................................................................ 546
1.3.3. Valor da pensão na incapacidade parcial................................................... 551
1.3.4. Modificações supervenientes no estado de saúde. ........................................ 554
1.3.5. Agravamento do dano e da doença ocupacional......................................... 557
2. Constituição de capital como garantia da pensão. ....................................................... 560
3. Indenização do dano moral acidentário...................................................................... 563
3.1. Parâmetros para o arbitramento. ...................................................................... 564
3.2. Forma de pagamento e legitimidade ad causam. ................................................... 567
3.3. Dano moral dos familiares da vítima (dano por ricochete)..................................... 571
Resumo da Parte XIV................................................................................................... 579

Parte XV — Prova Pericial e o Novo CPC.................................................................. 587


1. Prova pericial......................................................................................................... 587
2. Indeferimento da prova pericial.................................................................................. 591
3. Qualificação do perito judicial.................................................................................. 594
4. Compromisso legal do perito e impugnação................................................................. 596
5. Nomeação de mais de um perito pelo juiz..................................................................... 597
6. Indicação de assistente técnico.................................................................................. 598
7. Livre convencimento do julgador............................................................................... 599
8. Indicação de doença diversa da diagnosticada no laudo. .............................................. 603
9. Procedimento legal para a realização da perícia........................................................... 605
10. Pagamento de honorários periciais........................................................................... 607
10.1. Cabimento de depósito prévio........................................................................... 612
10.2. Pagamento de honorários periciais como pressuposto recursal............................. 613
Resumo da Parte XV.................................................................................................... 614

Parte XIV — Prescrição da Ação Trabalhista Reparatória e Acidentária..................... 621


1. Prescrição e competência trabalhista.......................................................................... 621
2. Prescrição quinquenal para pretensão trabalhista........................................................ 623
2.1. Conceito de crédito trabalhista......................................................................... 625

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3. Prescrição nas diversas ações acidentárias.................................................................. 626
4. Prescrição da ação acidentária trabalhista................................................................. 629
4.1. Inaplicabilidade do prazo prescricional geral (art. 205, Código Civil)..................... 630
5. Regras de transição................................................................................................. 634
6. Efeitos da redução do prazo prescricional................................................................... 637
7. Dano pós-contratual e agravamentos da lesão............................................................ 639
8. Danos continuados................................................................................................. 645
9. Ciência inequívoca do dano. ..................................................................................... 648
9.1. Direito estrangeiro.......................................................................................... 651
10. Prescrição do dano ambiental................................................................................. 653
10.1. Espécies de dano ambiental.............................................................................. 654
10.2. Distinção de tratamento para os danos coletivos e individuais............................. 657
11. Declaração ex officio............................................................................................ 659
12. Interrupção, impedimento e suspensão do prazo prescricional........................................ 661
Resumo da Parte XVI................................................................................................... 668

Parte XVII — Diretrizes de Cálculos das Verbas Indenizatórias Fixadas em Juízo......... 672
1. Correção monetária................................................................................................ 672
2. Juros de mora. ....................................................................................................... 675
3. Contribuição previdenciária....................................................................................... 676
4. Competência da Justiça do Trabalho para cobrança do Imposto de Renda........................ 677
4.1. Imposto de Renda sobre dano material. .............................................................. 678
4.2. Imposto de Renda sobre dano moral. ................................................................. 680
4.2.1. A mudança de entendimento dos Tribunais Superiores.................................. 683
4.3. Não incidência do IR sobre juros moratórios....................................................... 684
4.4. Responsabilidade pelo pagamento do imposto de renda no processo......................... 686
Resumo da Parte XVII.................................................................................................. 687

Parte XVIII — Direito de Propriedade Intelectual: Indenizações pelas Criações e


Inventos dos Empregados...................................................................................... 691
1. Direito de propriedade intelectual. ............................................................................. 691
2. Criações e invenções do empregado............................................................................ 694
2.1. Regulação legal do direito autoral................................................................... 695
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3. Direitos morais do autor.......................................................................................... 696
4. Direitos patrimoniais do autor. ................................................................................. 700
4.1. Trabalho inventivo de serviço............................................................................ 702
4.2. Trabalho inventivo livre................................................................................... 705
4.3. Trabalho inventivo casual................................................................................ 705
5. Natureza jurídica dos proventos do autor da criação................................................... 708
6. Competência e prescrição da Justiça do Trabalho......................................................... 710
Resumo da Parte XVIII................................................................................................. 712

Parte XIX — Fundamentos para uma Adequada e Sistematizada Teoria da Responsabi-


lidade Civil na Esfera do Direito do Trabalho. ...................................................... 718

1. Solidarismo contratual previsto na Constituição Federal.............................................. 718


2. A limitação da vontade no contrato de trabalho........................................................ 723
3. Flexibilização ou solidarismo contratual?................................................................... 725
4. O poder patronal sobre a pessoa do empregado. .......................................................... 730
5. Tutela à personalidade do empregado......................................................................... 733
6. A boa-fé e o abuso de direito..................................................................................... 738
Resumo da Parte XIX................................................................................................... 746

Parte XX — Um Novo Viés para o Estudo da Responsabilidade Civil no Direito do


Trabalho.............................................................................................................. 751

Referências Bibliográficas.......................................................................................... 757

Índice Temático — Alfabético-Remissivo...................................................................... 777

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Prefácio

O trabalho intelectual é o retrato escrito do seu autor. As ideias e os conceitos que


se encontram impregnados na leitura de cada texto são a moldura da pintura de quem
coligiu o conhecimento e o transmitiu nas páginas de sua obra.
Há mais de uma década, conheço o conteúdo da mensagem transmitida por José
Affonso Dallegrave Neto aos seus alunos, em razão das homenagens que os discípulos
continuamente prestam ao profissional competente, sério, responsável e imbuído de
empatia inigualável.
Dentre os fatores que destacam o profissional no mundo da ciência, certamente
são determinantes o amor ao conhecimento e o espírito de pesquisa, sempre voltados
em direção à busca e à exploração das novas fronteiras no inatingível universo do saber.
Nesse particular, Dallegrave é notável. A sua titulação acadêmica (doutor e mestre
pela Universidade Federal do Paraná), bem como a sua valiosa e farta produção intelectual
consistente em sete livros e mais de 50 artigos publicados em revistas especializadas na
área trabalhista demonstram, com absoluta precisão, o seu perfil de profundo conhecedor
da legislação, da doutrina e da jurisprudência em Direito do Trabalho.
No mesmo sentido, sua atividade acadêmica nos programas de graduação e pós-gra-
duação lato sensu e stricto sensu atesta a dedicação do professor imbuído do verdadeiro
sentido da educação. Por outro lado, seu escritório de advocacia na área trabalhista,
um dos mais conceituados da capital paranaense, traduz a vivência do profissional na
prática do direito laboral.
Assim, o autor, à mercê de suas qualificações, vivenciadas na teoria, na prática e na
investigação do direito, permite-nos, à guisa de preâmbulo, definir o perfil da obra lança-
da a lumen por meio da prestigiada e notória LTr Editora, no universo jurídico brasileiro.
O tema da sua obra Teoria da Responsabilidade Civil no Direito do Trabalho, além
de inédito, incursiona em área das mais atuais e presentes no universo do direito — a
responsabilidade civil.
Louis Josserand, em conferência proferida na Universidade de Coimbra, em 1936,
anotou que o termo pertinente seria revolução, “tão rápido, tão fulminante foi o movi-
mento que levou a teoria da responsabilidade civil a novos destinos”.
Realmente, o vertiginoso avanço do progresso técnico-científico por consequência
da revolução industrial, particularmente no século XX, elevou ao infinito a capacidade
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produtiva do ser humano. Ao lado dessa incontestável realidade, surgiram incomensurá-
veis danos, perpetrados em face da inevitável falibilidade humana, que geraram diversos
prejuízos às pessoas. Por decorrência dessa realidade, a responsabilidade civil alcançou
patamares inimagináveis na sociedade contemporânea, ávida na busca de ações indeni-
zatórias perpetradas por ofensores desatentos ao princípio romano neminem laedere.
No âmbito dessa realidade, particularmente ligada ao princípio da teoria do risco-
-proveito, sedimentado na ideia do ubi emolumentum, ibi ônus, Dallegrave discorre, com
precisão cirúrgica, os contornos da responsabilidade civil aplicada no Direito do Trabalho
ou, especialmente, na teoria do risco da atividade econômica pela empresa.
Certamente, é no ambiente de trabalho em que as relações interpessoais são
preponderantes, onde ocorrem os incontáveis conflitos advindos da atividade laboral,
oriundos dos contínuos relacionamentos levados a efeito pelas pessoas no cumprimento
das atividades presentes em seus contratos de trabalho.
O novo modelo de empresa, ambiente de trabalho em que predominam as relações
trabalhistas, possui, na perspectiva atual, uma importante função social, em virtude dos
paradigmas traçados pela Norma Constitucional de 1988. Além disso, a Ordem Jurídica
Maior assegura a dignidade do ser humano como fundamento do Estado Democrático
de direito e, por consequência, como princípio substancial que deve existir nas relações
empregatícias.
Nessa linha de ideias, traçadas de forma elegante, ao alcance do espírito lúcido e
sensível de Dallegrave, o autor emoldura os princípios que devem prevalecer no ambiente
de trabalho do empregado, sob a exclusiva e indiscutível responsabilidade objetiva do
empregador pelos danos patrimoniais e extrapatrimoniais causados pelo seu preposto.
Nesse particular, destaca a relação que contém um sujeito de direito que é ser humano,
em que deve predominar o respeito e a dignidade.
A partir desse quadro, em ocorrendo o abuso patronal, o autor leciona, de forma
clara e precisa, formulação crítica no âmbito da responsabilidade civil, sobre os danos
decorrentes do adimplemento e inadimplemento das relações contratuais aplicáveis ao
direito do trabalho.
Mediante linguagem didática extremamente palatável, o professor incursiona nos
contornos da relação jurídica voltada para o ambiente de trabalho em que deve predo-
minar os comandos axiológicos. Para, na sequência, moldurar as relações no contrato de
trabalho, com suas características e o perfil insertos nas normas contidas na Legislação
Trabalhista.
Nessa linha de conduta, aprofunda-se no estudo da Teoria Geral da Responsabili-
dade Civil, bem como delineia os elementos da Responsabilidade Civil, traçando, com a
precisão arquitetônica, os alicerces e os contornos do edifício dessa teoria.
Assim, coerente com as linhas lógicas e formais de um trabalho científico, destaca
com clareza os contornos da responsabilidade civil decorrentes de acidentes do trabalho,
bem como os danos causados pelo empregado a terceiro ou ao empregador. Para tanto,

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pontua com acerto os novos contornos introduzidos pelos arts. 944, parágrafo único, e
945 do Código Civil de 2002, os novos paradigmas relativos à quantificação dos danos
extrapatrimoniais, em face do grau de culpa da vítima e do agente lesionador. Uma nova
ideia controvertida, para a qual a Jornada STJ n. 46 recomenda interpretação restritiva,
por representar uma exceção ao princípio da reparação integral.
Nesse ponto culminante da sua obra, o professor estabelece as fronteiras entre os
danos causados, delineando a controvertida competência para a apreciação das ações
indenizatórias decorrentes da relação laboral.
Dallegrave, atento à realidade existente no ambiente empresarial, em capítulo
especial, abordou uma das questões mais controvertidas e presentes na atualidade nos
locais de trabalho — o assédio sexual e moral. Trata-se, segundo as corretas investigações
realizadas pelo autor, como ofensa aos direitos da personalidade e ao princípio funda-
mental da dignidade da pessoa humana. Finalmente, o professor, com esmero, propõe
uma adequada e sistematizada teoria da responsabilidade civil na esfera do contrato
de trabalho, adotando como norma principiológica o solidarismo contratual previsto na
Constituição Federal.
Nesse sentido, adota princípios identificados com os do Ministro Eros Grau, do
Supremo Tribunal Federal, quando diz que “sociedade justa é aquela, na direção que
aponta o texto constitucional, que realiza justiça social. Solidária, a sociedade que não
inimiza os homens entre si, que se realiza no retorno...”. Portanto, uma sociedade de
trabalho em que prevaleça o evangelho da solidariedade sedimentado na ideia de “fazer
aos outros o que quereis que os outros vos façam”, apregoada pela filosofia cristã. Um
belo projeto! Fato que identifica a maturidade intelectual e espiritual do autor.
Em sua conclusão, Dallegrave invoca os princípios da boa-fé e da probidade, adotados
pelo Código Civil de 2002, de inspiração nitidamente constitucional, como fundamen-
to de uma nova ordem jurídica que deve prevalecer no ambiente da empresa em sua
preponderante função social. No mesmo roteiro, mostra como ordem fundamental, a
necessidade de que a indenização da vítima no ambiente de trabalho seja a nível patri-
monial e extrapatrimonial e atenda ao princípio fundamental da responsabilidade civil
consistente na restitutio in integrum. Ato contínuo, conclui afirmando que uma sociedade
livre, justa e solidária somente será alcançada quando as relações entre as pessoas, em
quaisquer níveis, forem pautadas pelos princípios axiológicos que nortearam os legisla-
dores na elaboração da Constituição Cidadã de 1988 — uma verdadeira revolução na
direção da dignidade da pessoa.

Clayton Reis
Magistrado do Tribunal de Justiça do Paraná aposentado. Doutor e mestre em Direito pela UFPR.
Especialista em Responsabilidade Civil pela UEM. Professor Universitário de graduação e
pós-graduação no Paraná. Professor da Escola da Magistratura do Paraná.
Membro fundador da Academia Paranaense de Letras Jurídicas do Paraná.

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Liberdade é o direito de fazer algo que não prejudique a outrem.
Henri Lacordaire

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Introdução

Vivemos um paradoxo nos dias correntes. De um lado, temos uma Constituição que
consagra o Estado Democrático de Direito e sua opção para um solidarismo que coloca
o homem no centro do sistema jurídico, encerrando normas, preceitos e princípios que
reconhecem e asseguram a dignidade do ser humano, impondo à ordem econômica o
primado do trabalho, a função social da propriedade e a busca do pleno emprego (art.
170, CF). De outro lado, verificamos um modelo de Estado que submete à eficiência
econômica todos os valores sociais e políticos, priorizando o capital, sobretudo o especu-
lativo, e abrindo portas para a instauração plena de uma economia de corte globalizada.
É, pois, a pujança do neoliberalismo.
Sobre o tema, impende consignar a observação de Carlos Pianovski Ruzyk:
“Em suma: a dignidade da pessoa humana, segundo a racionalidade que in-
forma a atividade econômica — obviamente inserida no mercado —, é negada
como princípio e como valor fundamental. Há uma evidente clivagem entre
aquilo que estabelece a ordem jurídica e o que se concretiza no curso das
atividades econômicas.”(1)
O novel modelo, de forma arguta, traz motes como o da “modernidade” ou “fle-
xibilização” quando colima ultimar seu objetivo nuclear: reduzir o espectro dos direitos
trabalhistas. Nesse compasso, surge a reestruturação produtiva e suas técnicas de down-
size e avaliação rigorosa sobre a figura do empregado, que deve se apresentar como uma
figura multifuncional e versátil, submetendo-se às novas mudanças que miram para uma
maior produtividade da empresa. E assim o poder de comando do empregador chega,
amiúde, às raias do abusivo, enquanto o trabalhador é tratado como uma espécie de
“mercadoria descartável”. Os danos materiais e morais infligidos ao empregador são
consequências dessa prática espúria.
A partir desse quadro de profusão de danos e abusos decorrentes do poder patronal,
a presente obra colima contribuir na formulação de uma teoria crítica da responsabilidade
civil proveniente da (in)execução das obrigações do contrato de trabalho. Antes (e junto)
disso, faz-se mister analisar a norma posta em sua dimensão dogmática.

(1)  RUZYK, Carlos Eduardo Pianovski. A responsabilidade civil por danos produzidos no curso de atividade econômica e a tutela
da dignidade da pessoa humana: o critério do dano ineficiente. In: RAMOS, Carmem Lucia Silveira et al. (orgs.). Diálogos sobre
direito civil: construindo a racionalidade contemporânea. Rio de Janeiro: Renovar, 2002. p. 142.

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A base da argumentação pauta-se na proeminência da Constituição Federal e seu
quadro axiológico. Assim, a premissa epistemológica adotada é aquela que Edmundo
Lima de Arruda Júnior denomina de plano do instituído sonegado(2), cabendo ao opera-
dor jurídico buscar a eficácia dos direitos fundamentais institucionalizados, mas que são
sonegados na práxis contratual.
A 1ª edição desta obra é expressão fiel da tese de doutoramento em Direito das
Relações Sociais pela Universidade Federal do Paraná. Para nossa surpresa, em apenas
dois meses, se esgotaram os exemplares da edição original. A 2ª edição, atualizada e
ampliada, esgotou-se também em apenas dois meses, sendo necessária uma 2ª tiragem.
A 3ª edição foi publicada com nova e detalhada revisão do conteúdo, da doutrina
e da jurisprudência, com destaque para a inclusão de todos os verbetes aprovados na 1ª
Jornada de Direito Material e Processual na Justiça do Trabalho, promovida pela ANA-
MATRA, com o apoio do TST, realizada em novembro de 2007, da qual tive a honra de
participar como moderador convidado, justamente na IV Comissão atinente à Respon-
sabilidade Civil do Empregador.
Como destaque da 3ª edição, aponte-se a inclusão de pormenorizado comentário
acerca do Nexo Técnico Epidemiológico e da questão de inclusão e compensação dos
valores da Seguradora Privada. Nesta edição, foi acrescido item específico sobre o ônus
da prova em matéria acidentária, a qual restou subdividida em duas partes: Elementos
da Responsabilidade Civil Acidentária e Indenização decorrente de Acidente do trabalho.
A 3ª edição se esgotou em quatro meses, sendo necessária, também, uma 2ª tiragem
em março de 2009.
Na 4ª edição foi feita a revisão e a atualização de todos os capítulos com substituição
e inclusão de novas ementas da jurisprudência. Além disso, houve acréscimo de novos
capítulos e temas, com destaque para a questão das revistas íntimas após o expediente,
das diretrizes de cálculos da indenização (juros, correção monetária dos descontos fiscais
e previdenciários), da indenização pela perda de uma chance e das novas figuras do dano
morte, do dano moral social e do assédio processual. Esta 4ª edição também contempla
um estudo detalhado sobre a prova pericial em matéria acidentária e a questão dos
agravamentos como danos acidentários novos e sobrepostos.
Na 5ª edição foi atualizada a jurisprudência, nomeadamente a do TST e introduzido
um capítulo completo sobre o Direito de Propriedade Intelectual. Além disso, alguns temas
e enfoques foram acrescidos, com destaque para o Teletrabalho; Dano à imagem; Dano
existencial e o direito à felicidade; Dano moral social e o Dumping social; Dano ambiental;
Teoria do fortuito interno; Novo entendimento do TST para os honorários advocatícios;
Questões processuais do assédio moral e sexual; Jurisprudência sobre atividade normal
de risco; A concausa como fator de redução da indenização; O acidente do trabalho
à luz da nova lei dos domésticos; Dano por ricochete; Reconhecimento pela perícia de
doença diversa da inicial; Prescrição do dano ambiental; Prescrição dos danos continuados;

(2)  ARRUDA JÚNIOR, Edmundo Lima de. Introdução à sociologia jurídica alternativa. São Paulo: Acadêmica, 1993. p. 184.

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Conceito de ciência inequívoca do dano para fins de prescrição; Novo entendimento do
TST para o imposto de renda.
Passados três anos e três tiragens da 5ª edição, surge agora a 6ª edição com ampla
e meticulosa atualização da jurisprudência e da lei. Destaque-se aqui o novo Código de
Processo Civil (Lei n. 13.105/15), a nova Lei da Terceirização (Lei n. 13.429/17), e o Projeto
de Lei n. 6.787/16(3) que visa alterar mais de uma centena de dispositivos da Consolidação
das Leis do Trabalho, a maioria deles pensado nos interesses dos empregadores, ainda
que sob a alcunha de “modernização das relações de trabalho”.
O objetivo desta obra é apresentar o instituto da responsabilidade civil de forma
sistêmica e crítica, preocupando-se com a sua aplicação teórica e prática na seara das
relações de trabalho. Trata-se de obra inacabada, seja porque a ciência é dialética, seja
porque o instituto da responsabilidade civil é um dos mais reflexivos, permeáveis e di-
nâmicos do Direito.

José Affonso Dallegrave Neto

www.dallegrave.com
www.facebook.com/joseaffonso.dallegraveneto.5

(3)  Relatório e substitutivo apresentados pelo Deputado Rogério Marinho ao Projeto de Lei n. 6.787/2016, de iniciativa do Governo
Federal, que implementa Reforma Trabalhista, o qual restou aprovado pela Câmara dos Deputados na madrugada de 27.4.2017.
O texto segue para votação no Senado, agora como Projeto de Lei da Câmara (PLC) n. 38/2017. Se não houver modificação, o
texto irá para sanção presidencial.

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“Levemos em conta, no entanto, que a responsabilidade civil é
matéria viva e dinâmica na jurisprudência. A cada momento estão
sendo criadas novas teses jurídicas como decorrência das necessidades
sociais” (VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil: responsabilidade civil.
8. ed. São Paulo: Atlas, 2008. v. IV, p. 13).
“A aplicação do instituto da responsabilidade civil no
Direito do Trabalho distingue-se de sua congênere do Direito Civil.
Ao contrário das relações civilistas, lastreadas na presunção
de igualdade entre as partes, o Direito do Trabalho
nasce e desenvolve-se com o escopo de reequilibrar a posição de
desigualdade inerente à relação de emprego.”
(TST; RR n. 930/2001-010-08-00.6; 3 Turma;
Relª Minª Maria Cristina I. Peduzzi; DOU 19.3.2004)

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Parte I

Teoria Geral da Relação Jurídica

“São evidentes as conexões do Direito do Trabalho com o Direito Civil, já que


as relações individuais de trabalho são relações jurídicas de Direito Privado, de
carácter obrigacional e contratual, aplicando-se-lhes, pois, nesses domínios, o
Código Civil.”
Bernardo da Gama Lobo Xavier(4)

1. Obrigação, dever e sujeição

Para que se possa, ao final deste trabalho, fincar fundamentos para uma teoria
capaz de examinar com proficiência a responsabilidade civil oriunda da (in)execução(5)
do contrato de trabalho, deve-se, antes, investigar o próprio contrato como fonte de
obrigação. Ainda, para uma melhor análise da teoria da responsabilidade civil, inicia-se a
tese a partir do exame da relação jurídica obrigacional, vista em seu exato conceito, em
suas distinções e em seus elementos.
A expressão obrigação pode ser utilizada em algumas oportunidades de forma
ampla, outras vezes, de maneira restrita, e em alguns momentos, de modo equivocado.
Tecnicamente, obrigação é espécie do gênero dever, reservando-se o termo para significar
o dever correlato a um direito de crédito(6). A fim de melhor delimitar seu conceito, faz-se
mister retroceder à teoria geral da relação jurídica(7), investigando o traço diferenciador
entre obrigação, dever e sujeição.(7)

(4) XAVIER, Bernardo da Gama Lobo. Curso de direito do trabalho. 2. ed. Lisboa: Verbo, 1993. p. 93.
(5)  A expressão “(in)execução” significa que o dano a ser reparado na órbita trabalhista tanto pode decorrer da simples execução
do contrato — ocasião em que o empregado é acometido de dano em face do simples exercício regular de sua função contratual
— quanto da inexecução do contrato — ocasião em que o dano resulta da inadimplência patronal acerca de suas obrigações e
seus deveres. Registre-se, ainda, o dano por fato de outrem, recaindo sobre a empresa a responsabilidade civil do dano infligido a
terceiro e causado por seu empregado ou preposto. No curso deste livro, será explicitada e demonstrada a existência das espécies
de responsabilidade civil manifestadas no contrato individual de trabalho.
(6)  GOMES, Orlando. Obrigações. 12. ed. atualizado por Humberto Theodoro Júnior. Rio de Janeiro: Forense, 1998. p. 11.
(7)  Conforme assinala o saudoso civilista lusitano Manuel A. Domingues de Andrade: “a parte geral do direito civil compreende
duas grandes teorias: a teoria geral do direito objetivo, a teoria geral da relação jurídica, que redunda no fim das contas, em certo

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Em sentido amplo, relação jurídica é qualquer relação da vida social capaz de
produzir efeitos jurídicos e, portanto, regulamentada pelo Direito. Em sentido estrito,
relação jurídica é “a relação da vida social disciplinada pelo Direito, mediante atribuição
a uma pessoa de um direito subjetivo e a imposição a outra pessoa de um dever jurídico
ou de uma sujeição”(8). A relação de emprego é, pois, um exemplo de relação jurídica
existente entre o empregador que impõe ao empregado o dever de trabalhar de forma
pessoal e subordinada.
Observa-se, no conceito grafado, que na relação jurídica há pelo menos dois sujeitos:
um que detém o direito subjetivo (sujeito ativo) e outro que fica submetido a um dever
ou a um estado de sujeição (sujeito passivo).
Como as relações jurídicas são predominantemente relações humanas, pressupõe-
-se que todas elas são constituídas de um vínculo pessoal. De fato, a relação social é,
por definição, relação entre homens, mas isso não quer dizer que o Direito discipline
apenas relações sociais, tampouco significa que outras sujeições, como a da posse ou
propriedade (sujeição da coisa ao homem), não possam ter igual qualificação jurídica.
A relação jurídica nem sempre irá se confundir com a relação humana, vez que outros
tipos de vinculação também assim se classificam.
Foi Windscheid quem limitou o conceito de relação jurídica ao vínculo entre pessoas,
apadrinhando a ideia de que toda relação jurídica há de ter, exemplarmente, sujeito
passivo. Orlando Gomes observa que “durante algum tempo, a doutrina inclinou-se
para essa concepção personalista, de que resultou a construção teórica dos direitos
reais como integrantes de relações jurídicas entre um sujeito ativo e um sujeito passivo
indeterminado”(9). Mais tarde, verificou-se a desnecessidade de tal construção: “nem é
preciso imaginar a existência de sujeito passivo universal para defini-las, uma vez que,
tecnicamente, torna-se possível conceber relação entre pessoas e coisa, e, até, relação
jurídica entre coisas”(10).
Não se ignore que a relação jurídica obrigacional se diferencia da relação jurídica
real, sobretudo porque, enquanto o titular do direito pessoal de crédito (obrigacional)
pode exigir a prestação de um sujeito passivo determinado (direito relativo), o titular do
direito real pode reivindicar a coisa de quem quer que seja (direito absoluto), em face do
chamado direito de sequela. A individualização do sujeito ocorrerá, no caso concreto, com
a transgressão do dever genérico de abstenção (obrigação negativa geral). Cabe ainda
registrar outra distinção: enquanto a relação jurídica obrigacional pode ser livremente
constituída pelas partes, a relação jurídica real é sempre decorrente de lei, de forma
taxativa (numerus clausus).

sentido, numa teoria geral do direito subjetivo”. ANDRADE, Manuel A. Domingues de. Teoria geral da relação jurídica. Coimbra:
Almedina, 1992. v. 1, p. 1.
(8)  PINTO, Carlos Alberto da Mota. Teoria geral do direito civil. 3. ed. Coimbra: Coimbra, 1996. p. 167. Ambos os autores portu-
gueses mencionados, Mota Pinto e Manuel Andrade, esclarecem que, via de regra, o direito do credor é de exigir a prestação do
devedor, sob pena de execução coercitiva. Contudo, em relação às chamadas obrigações naturais — v. g. dívidas prescritas — há
somente o direito de pretender, pois ao credor não há como exigi-la judicialmente.
(9)  GOMES, Orlando. Introdução ao direito civil. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1986. p. 83.
(10)  Idem.

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