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Editora UFPB
João Pessoa - PB
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
EDITORA UFPB
CONSELHO EDITORIAL
Editora UFPB
João Pessoa - PB
2019
Direitos autorais 2019 – Editora UFPB
Editora UFPB
Projeto Gráfico Alexandre José Barbosa da Câmara
Editoração Eletrônica e Design da Capa Alexandre José Barbosa da Câmara
Imagem da Capa FERREZ, Marc. Costume de chef indien, Jauapiry.
Divisão de Iconografia, Biblioteca Nacional.
Revisão ortográfica Malu Resende
Catalogação na publicação
Seção de Catalogação e Classificação
444 p.
ISBN 978-85-237-1414-7
UFPB/BC CDU 39
EDITORA UFPB
Cidade Universitária, Campus I, Prédio da Editora Universitária, s/n.
João Pessoa – PB
CEP 58.051-970
http://www.editora.ufpb.br
E-mail: editora@ufpb.br
Fone: (83) 3216.7147
Editora filiada à:
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
João Pacheco de Oliveira e Rita de Cássia Melo Santos................................ 7
I OS PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS
ETNOGRAFIA E ARQUITETURA
Alban Bensa............................................................................................... 221
SOBRE OS AUTORES.......................................................................435
INTRODUÇÃO
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(Organizadores)
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DE ACERVOS COLONIAIS AOS MUSEUS INDÍGENAS:
FORMAS DE PROTAGONISMO E DE CONSTRUÇÃO DA ILUSÃO MUSEAL
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João Pacheco de Oliveira e Rita de Cássia Melo Santos
(Organizadores)
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DE ACERVOS COLONIAIS AOS MUSEUS INDÍGENAS:
FORMAS DE PROTAGONISMO E DE CONSTRUÇÃO DA ILUSÃO MUSEAL
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(Organizadores)
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João Pacheco de Oliveira e Rita de Cássia Melo Santos
(Organizadores)
pesquisador, não pode ser imposta aos indígenas de carne e osso, que
não podem ser tutelados e avaliados exclusivamente por uma abstra-
ção acadêmica, mas tem – como qualquer população do planeta – seus
próprios horizontes e suas estratégias políticas.
O indígena estetizado que vemos em alguns grandes museus é
um produto construído por antropólogos, museólogos, colecionadores
e estudiosos de arte primitiva. Estes profissionais têm um mérito, como
o artista também, de produzir uma bela obra, que possa emocionar o
público urbano e atrair turistas de todas as partes do mundo. Mas aquela
obra é uma ficção, uma construção que remete ao artista e de maneira
alguma ao próprio pesquisado, nem à sua realidade vivida. Ao longo
da história a Antropologia se relacionou de diferentes modos com as
populações autóctones e as tomou como elemento fundamental na
sua constituição. A passagem dos “selvagens românticos” aos “povos
primitivos” apontada por Benoît de L'Estoile num dos artigos desta
coletânea demonstra uma das muitas faces de tal relação.
Há que mencionar por fim uma outra categoria, que é o mercado,
que se infiltra e reenquadra algumas das práticas que derivam das
metáforas precedentes. Os conhecimentos e as imagens sobre os
“outros” engendradas durante o processo de pesquisa também podem
ser transformados em bens e produtos de mercado, gerando retornos
como qualquer outra mercadoria. Isto pode ser feito de modo literal
quando os “objetos dos outros” se tornam mercadorias com valores
negociados a partir de um mercado próprio das artes étnicas, como
analisado por Nuno Porto em seu artigo. Ou ainda, como nas relações
mais contemporâneas, o mercado de consultorias se constitui num
grande escoadouro para jovens pesquisadores que não são absorvidos
pela estrutura universitária de ensino e pesquisa, operando em relação
à produção de conhecimentos com regras próprias e frequentemente
discrepantes da comunidade científica (para este aspecto, vide livro e
documento produzido pela ABA sobre perícias antropológicas – 2014 e
2016, OLIVEIRA, MURA, SILVA, 2015). Também não é raro que, para obter
financiamentos, equipes de pesquisa tenham que metamorfosear suas
propostas de investigação em prioridades estabelecidas por governos e
instituições internacionais, podendo assim acessar fundos e programas
especiais de fomento a certos temas de pesquisa.
Para uma disciplina como a Antropologia, cuja experiência de
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FORMAS DE PROTAGONISMO E DE CONSTRUÇÃO DA ILUSÃO MUSEAL
A FORMULAÇÃO DA PROPOSTA
2 Naquela ocasião, encontraram-se no Museu Nacional por dois dias Ceiça Feitosa,
Pitaguary, representando a Apoinme; Victor Peruare, Bakairi, vinculado ao Museu
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(Organizadores)
Rondon; Zita Enoré, Pareci, da Associação Sakore Winã (T.I. Ponte Pedra); Joacelino
Marcos Raposo, Macuxi, do Centro Cultural Surumu (CIR); Joacelino Marcos Raposo,
Makuxi, do Centro Cultural Surumu (CIR); Romancil Cretã (Kaingang), Arpinsul; Pedro
Inácio e Nino Fernandes (Tikunas) Museu Magüta; Rita Gomes (Potiguara), Secretaria de
Educação do Ceará; Edmilson de Albuquerque, Associação dos Povos Indígenas de Roraima
APIRR; Rosevaldo Ferreira (Babau Tupinambá), Associação Indígena Tupinambá da Serra
do Padeiro – AITSP; Valeriano Xavante, Museu de Sangradouro; Weibe Tapeba, Centro
Cultural Tapeba; Eujácio Batista Lopes Filho, Museu Indígena da Aldeia Pataxó de Coroa
Vermelha – BA; José de Oliveira, Organização dos Professores Indígenas Saterê-Mawê;
Bonifácio Baniwa FEPI/AM; Antônio Pessoa Gomes (Caboquinho – Potiguara), Centro
Cultural dos Potiguara; Francisco Ashaninka, Assessoria Especial dos Povos Indígenas do
Acre; e Tonico Benites (Guarani), PPGAS – Museu Nacional.
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(Organizadores)
4 http://www.museus.gov.br/acessoainformacao/acoes-e-programas/pontos-de-memoria/
programa-pontos-de-memoria/
5 http://www.museus.gov.br/revista-musas/
6 Para consultar os livros da coleção, ver: http://www.museus.gov.br/wp-content/
uploads/2013/09/BoletimBibliograficoCenedom_n24_jun_ jul2014.pdf
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REFERÊNCIAS
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(Organizadores)
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