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SALTO TRIPLO

ATLETISMO II

Prof. Lupércio Luiz de Oliveira


DESCRIÇÃO TÉCNICA

1 - Concentração
2 - Corrida
3 - 1º Impulso
4 - 2º Impulso
5 - 3º Impulso
6 - Queda

1 – Concentração

2 - Corrida

Essas duas fases podem ser comparadas com as mesmas do salto em extensão. A corrida
representa grande parte do potencial de energia que será usado no salto. Essa corrida deve ser veloz e
ritmada, diferindo de uma corrida para provas de velocidade apenas no seu final, quando perde um
pouco da sua inclinação, a fim de que o centro de gravidade do corpo se atrase ligeiramente.
O tamanho da corrida, as marcas intermediárias e os detalhes quanto ao tamanho dos últimos
passos, são fatores já descritos para o salto em extensão e também se aplicam no salto triplo.

3 - 1º Impulso

Sendo o salto triplo a soma de três impulsos semelhantes, mas não exatamente iguais,
procuraremos descreve- los separadamente. O primeiro impulso se faz, após um trecho de corrida que se
assemelha a do salto em extensão. Aqui, definem-se duas escolas a saber: a escola dos saltadores que
procuram maior elevação, onde a citada semelhança é maior e a escola dos saltadores que
aproveitando mais o fator velocidade saltam com menor elevação.

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O contato com a tábua de impulsão faz-se com a planta do pé. Alguns saltadores,
principalmente os que procuram maior elevação, fazem ligeira entrada de calcanhar. Isso, quando feito
com algum exagero pode causar lesão bastante prejudicial. A perna de impulso, com pequena flexão,
estende-se imediatamente, impulsionando o quadril para cima e para frente. O joelho da perna contrária
é lançado energicamente para frente, mantendo-se elevado. Os braços iniciam nesse momento, uma
ação que terá bastante importância na manutenção do equilíbrio durante o salto. O braço que
corresponde à perna de impulso vai para frente e o outro para trás. Os braços são lançados
energicamente, orientados pelos cotovelos. A fase da impulsão já determinou o ângulo de subida para o
salto. Por um instante, o saltador procura uma imobilidade relativa. O importante é manter o equilíbrio
e a orientação do joelho adiantado em boa altura. A elevação é resultante direta das fases anteriores e o
saltador deve apenas não fazer movimentos prematuros para não prejudicá- la.
Terminada a fase de elevação ou com maior rigor, nos movimentos finais da mesma, aparece a
fase que chamamos de flutuação. No salto triplo não interessa o aproveitamento máximo da
possibilidade de progressão do primeiro impulso, pois viria prejudicar a seqüência do salto, pela perda
de velocidade e sobrecarga excessiva para a perna que se repete no segundo impulso.
A perna que foi lançada à frente, no primeiro impulso, abaixa-se e fica normalmente para trás.
Assim, a queda se dá na mesma perna impulsora. Essa perna vai para o chão e procura contato com a
planta do pé. Está quase estendida, mas cede à pressão do corpo e flexiona-se um pouco.

4 - 2º Impulso

Em continuidade aos movimentos, aparece a ação para o 2º impulso. A perna apoiada estende-
se energicamente, impulsionando o quadril para cima e para frente. Os braços ajudam o equilíbrio,
continuando sua ação de forma alternada. A perna livre repete sua ação do primeiro impulso, mas,
desta vez procurando ainda maior elevação. A velocid ade já está reduzida e procura-se atingir com esta
elevação a maior distância possível. O saltador espera o resultado da impulsão, deixando que seu corpo
progrida. A manutenção do equilíbrio continua a ser fator de suma importância.

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5 - 3º Impulso

A queda se processa agora na perna que esteve livre e que passa a ser neste momento impulsora.
Sua ação é semelhante à do salto em extensão, apenas com prejuízo da velocidade, o que dificulta a
melhor utilização das técnicas diferenciarias de passada no ar e arco. Assim, a maioria dos saltadores,
usa o grupado para arrematar o salto triplo.

O uso dos braços

Com relação ao trabalho dos braços, existem duas escolas bem definidas.
A primeira, de que falamos na descrição anterior é a do trabalho alternado dos braços. Esses
são lançados para frente e para trás alternadamente, desencontrando-se da perna correspondente.
A segunda escola é a do trabalho simultâneo dos braços. Dentro dessa escola, após o trabalho
do 1º impulso, o braço atrasado espera pela vinda do outro que estava adiantado e, dai por diante
passam a trabalhar juntos, para frente e para trás. É uma linha que também apresenta bons
resultados, embora seja de assimilação mais difícil.

6 - Queda

Essa se faz à semelhança do salto em extensão.

PROGESSÃO DIDÁTICA

Quando se trabalha com grupos de iniciantes na prova de salto em extensão, nota-se que alguns
empregam, com relativa facilidade, ambas as pernas para o impulso. Essa é uma circunstância que pode
favorecer a prática do salto triplo, pois, no mesmo há a necessidade das duas pernas serem impulsoras.
A progressão didática para o salto triplo não requer um número grande de exercícios. Os
principiantes, tendo adquirido a noção da repetição do impulso em uma das pernas (1º e 2º saltos),
conseguem com relativa facilidade a complementação do salto triplo. Mesmo assim, ainda é importante
a prática de determinados exercícios, pois os mesmos facilitam o melhor uso do ritmo e da postura
durante os saltos, que são de grande importância no desenvolvimento téc nico do iniciante e deverão ser
praticados como educativos, mesmo quando o saltador está formado.

l - Pequenos saltos na seqüência das pernas esquerda - esquerda - direita - direita -


esquerda - esquerda - direita - direita. . .

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2 - Pequenos saltos na seqüência do salto triplo: esquerda, esquerda, direita,
esquerda, esquerda, direita ... , ou direita, direita, esquerda...

3 - Pequenos saltos na seqüência das pernas esquerda, direita, esquerda, direita ...

4 - Pequenos saltos repetidos somente a perna esquerda.

5 - Pequenos saltos repetindo somente a perna direita.

6 - Execução dos exercícios anteriores, precedidos de pequena corrida com o


emprego de saltos maiores.

7 - Execução dos exercícios anteriores, precedidos de uma corrida com maior


aceleração e queda na areia, já com fechamento semelhante ao salto em extensão.

8 - Execução do salto triplo.

NOTA: Seqüência didática apresentada, não tem um número fluxo de saltos em


cada série, ficando a critério do professor, de acordo com as possibilidades
dos iniciantes.

DETALHES TÉCNICOS

1 - A corrida deve ser veloz, principalmente no seu trecho final.

2 - O saltador de triplo corre ligeiramente menos inclinado que o corredor de velocidade


principalmente no trecho final.

3 - A corrida deve ser regular no tamanho das passadas. Essas são crescentes até que se atinja a maior
velocidade.

4 - As impulsões são feitas com as plantas dos pés. Alguns saltadores fazem- nas com ligeiro apoio dos
calcanhares.

5 - As impulsões são feitas com ação global do corpo. A perna de impulso faz a ação principal, que se
complemento com as ações da perna de chute e dos braços.

6 - As fases de elevação devem ser prolongadas ao máximo, com projeção pronunciada para frente do
joelho da perna de chute.

7 - O tronco deve ser mantido bem próximo da vertical.

8 - O esquema dos movimentos dos braços é fundamental para a manutenção do equilíbrio do salto e
deve auxiliar na dinâmica das impulsões.

9 - Do terceiro impulso para a queda, teoricamente há a possibilidade do emprego das duas técnicas
citadas no salto em extensão.

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Entretanto, pela perda de velocidade já ocorrida nesse momento, o que aparece na prática é a
utilização do grupado ou de um pequeno arco.

10 - É preferível uma ligeira diminuição do primeiro impulso, para que se tenha a possibilidade de
executar o segundo impulso de forma eficiente, tanto no ganho de distância como na manutenção
de equilíbrio e menor perda de velocidade para a execução do terceiro impulso.

REGULAMENTO DO SALTO TRIPLO

1 - O tempo de que dispõe o atleta para realizar cada tentativa é de 1,30 minutos. Este tempo não é
imperativo, podendo ou não ser adotado em competições.

2 - A ordem em que os saltadores farão suas tentativas será decidida por sorteio.

3 - O comprimento mínimo exigido para o corredor de saltos é de 40 metros, recomendando-se sempre


que possível, corredores de saltos com 45 metros ou mais. Não será permitido ao saltador colocar
nenhuma "marca" no corredor de saltos, podendo, no entanto colocar "marcas" fornecidas pela
organização, fora do corredor de saltos.

4 - Quando houver mais de oito saltadores, cada um terá direito a três tentativas e os oito que tiveram
os melhores resultados, terão mais três tentativas adicionais. No caso de empate, no oitavo lugar, os
saltadores empatados terão também direito às três tentativas adicionais.
Quando houver somente oito saltadores ou urnas, cada um terá direito a seis tentativas.

5 - Idem ao salto em extensão, com a tábua de impulso, colocada no mínimo a 13 metros da caixa de
queda.

6 - O primeiro salto deve ser dado de tal forma que o saltador caia com o mesmo pé com que foi dada a
primeira impulsão; no segundo salto ele deverá cair com o outro pé, com o qual o salto será
completado.

7 - O saltador comete falta se:

a) Tocar o solo, com qualquer parte do corpo, quer esteja apenas correndo ou
saltando, além da linha de medição determinada pela tábua de impulsão em sua
borda mais próxima da caixa de queda.

b) Saltar ao lado da tábua de impulsão, a frente ou atrás do prolongamento da


linha de medição.

c) No momento da queda, tocar o solo fora da caixa de queda, mais próximo à


linha de medição que a marca feita na caixa de queda.

d) Após completado o salto, voltar andando pela caixa de queda.

e) Na passagem do primeiro para o segundo salto, tocar o solo com a perna, que
não a de impulso. Isto é considerado um quarto impulso.

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8 - Quando ocorrer empate, após a realização das seis tentativas, a classificação será feita pelo segundo
melhor resultado dos saltadores empatados. Persistindo o empate, pelo terceiro melhor, e assim por
diante.
Se ainda assim persistir o empate, em se tratando de primeiro lugar, os empatados farão mais uma
tentativa.

NOTA: Toma-se o segundo, terceiro, etc, melhor resultado do saltador, apenas para decidir a
classificação, permanecendo, no entanto, para efeito de distância, conseguida no salto, o
melhor resultado de cada saltador.

9 - Para a homologação de recorde no salto triplo, a velocidade do vento deve ser medida por um
período de 5 segundos, a partir do momento em que o saltador passar por uma marca colocada a 35
metros de distância da tábua de impulso ou, caso faça uma corrida menor que 35 metros a partir do
momento em que inicia essa corrida. Em cada salto será calculada a média da velocidade do vento
durante esse podado de 5 segundos. O Anemômetro deve ser colocado a 20 metros da tábua de
impulso e a 2 metros do corredor de saltos a uma altura de 1,22 metros. A homologação do recorde
só poderá ser feita quando o vento a favor da corrida do saltador for no máximo de 2 metros por
segundo.

10 - Todos os saltos serão medidos a partir da marca mais próxima feita na caixa de queda por qualquer
parte do corpo do saltador, estendendo-se até a linha de medição e em ângulo reto com essa linha.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BARROS, N.; DEZEM R. O Atletismo – Descrição Técnica, Progressão Didática, Detalhes Técnicos
e Regulamento. 1990, 2ª Edição – Editora Apoio Ltda.

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