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CÁRIE OCULTA

A prevenção e o tratamento precoce da cárie é algo sempre citado pelos dentistas. Na


maioria das vezes, essa vilã é representada por um pontinho escuro no topo ou na lateral
dos dentes. Mas a questão é que nem todo caso é o mesmo. Você sabia que essa bactéria
pode ultrapassar a camada do esmalte dentário e alcançar a dentina? Se isso
acontecer, quer dizer que existe uma cárie oculta. "Lesões que não são detectadas
através do exame intrabucal feito pelo profissional, pois apresentam ausência ou mínima
alteração superficial no esmalte", explica a estomatologista Dulce Helena Cabelho.

COMO A CÁRIE OCULTA É DIAGNOSTICADA?


A profissional afirma que o diagnóstico de cárie é um dos mais complexos em função
das inúmeras alterações que o esmalte pode apresentar. No caso da lesão oculta o
reconhecimento do problema está nas pigmentações internas e externas dos dentes pela
ausência de cavitação. "A detecção é feita baseada em achados clínicos pela alteração
de cor e com a complementação de exames de imagem onde podem ser visualizadas
áreas compatíveis com perda de estrutura dental", esclarece a especialista.

CÁRIE OCULTA X CÁRIE EXTERNA


Por ser uma complicação invisível aos olhos, Dulce conta que a diferença da cárie
oculta para a externa está apenas na maneira de detectar. "São diagnosticadas através de
exames de imagens, em especial a radiografia Interproximal ou uso de câmeras ou
aparelhos intraorais para o diagnóstico por imagem". Já a outra cárie, basta um exame
visual feito pelo cirurgião-dentista. Você também é capaz de fazer a sua parte
e descobrir alguma alteração com o autoexame bucal que pode ser realizado em frente
ao espelho no conforto de casa. Mas lembre-se que o diagnóstico e tratamento
adequados só podem ser feitos pelo odontologista, ok?

A ESCOVAÇÃO É SEMPRE A MELHOR


PREVENÇÃO
Muito mais que parar de comer doces e alimentos ácidos e açucarados, todo paciente
precisa praticar a higiene bucal após as refeições, sem esquecer aquele intervalo de 30
minutos. Essa limpeza precisa ser um hábito e não uma obrigação na rotina. Pense que
usando o fio dental, escova macia, uma pasta de dentes que combate o açúcar e aquele
enxaguante bucal sem álcool, seu sorriso ficará sempre saudável, bonito e, o melhor de
tudo, bem longe das cáries.

Deve-se investigar a cárie oculta na presença dos seguintes sinais clínicos: opacidade e
alterações na pigmentação. Neste contexto, a prevalência é alta em adultos jovens,
merecendo atenção especial.
Através dos critérios de classificação do International Caries Detection and Assessment
System (ICDAS), dentes que apresentam opacidade e alterações na pigmentação, podem
ser categorizados da seguinte forma: 00 – sem alteração na translucidez do esmalte após
5s; 01 – opacidade visível após secagem por 5s; 02 – opacidade visível mesmo na
presença de umidade; 03 – desagregação do esmalte, vista na presença de umidade e
após secagem prolongada; 04 – esmalte completamente alterado, com sombra da
dentina subjacente, indicando fortemente a presença de carie oculta. Clinicamente,
destaca-se que  na cárie oculta o esmalte oclusal apresenta aspecto sadio ou
minimamente desmineralizado. Sua etiologia não é bem esclarecida e as hipóteses mais
aceitas atualmente são: microbiota específica, deficiência estrutural e anatômica do
esmalte, aumento na ingestão de flúor, que diminuiria a solubilidade do esmalte e da
dentina em meio ácido, tornando o dente mais resistente e retardando o
desenvolvimento da lesão em esmalte, pelo conhecido processo de remineralização,
podendo ocultar o desenvolvimento da cárie em dentina. O melhor diagnóstico se dá
através da associação de exame clínico e exame radiográfico. Dentre as técnicas
radiográficas utilizadas rotineiramente em odontologia, a radiografia interproximal é
considerada o recurso convencional de diagnóstico mais eficaz na identificação da cárie
oculta especialmente nas lesões que comprometem a dentina, onde a intervenção
operatória é imprescindível. O aspecto radiográfico da cárie oculta é um pouco diferente
da imagem radiolúcida da lesão cariosa já conhecida. Na lesão de cárie oculta o aspecto
mais difuso e menos radiolúcido da lesão, torna seu diagnóstico um pouco mais difícil,
especialmente se as radiografias forem obtidas com quilovoltagem baixa, o que aumenta
o contraste na imagem final. Radiografias que apresentam menor contraste e, portanto,
maior número de tons intermediários entre o branco e o preto facilitam a visualização
das lesões.A imagem radiográfica mais comum da lesão cariosa é a de lesão já em
dentina. As lesões incipientes oclusais são de difícil interpretação, pois há sobreposição
das cúspides linguais ou palatinas e vestibulares. Embora a técnica radiográfica mais
indicada para determinação das lesões cariosas ocultas seja a interproximal, estas lesões
podem ser vistas também em radiografias periapicais e panorâmicas. Atributos da
APS: Acesso - Agilizar o acesso a consulta odontológica é um importante atributo da
atenção básica. O acompanhamento odontológico da comunidade assistida
pela Estratégia de Saúde da Família (ESF) faz parte do processo de promoção da saúde
bucal das populações, principalmente orientando a correta higienização da cavidade
bucal e da língua. Integralidade - A integralidade do sistema encaminhando os casos que
necessitem de tratamento especializado aos Centros de Especialidades Odontológicos –
CEOs de cada região. Coordenação do cuidado - A equipe de saúde deve estar ciente e
participar de recomendações que o paciente possa receber de profissionais fora do
território de atuação do Centro de Saúde.

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