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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS APLICADAS

CURSOS DE ADM, C.C E C.E

LEGISLAÇÃO BRASILEIRA PARA CRIAÇÃO DE LOTEAMENTO DE


CHÁCARAS.

POLUIÇÃO DO SOLO POR RESÍDUOS TÓXICOS DA PRODUÇÃO


INDUSTRIAL DE ADUBOS.

ESTUDO DE CASO.

Meire Daniela Elisbão – RA 183143276

Isabela da Silva Pinheiro – RA 193143413

Renato Jurgensen de Souza - RA193143119


Maio de 2020.

LIMEIRA - SP

LEGISLAÇÃO BRASILEIRA PARA CRIAÇÃO DE LOTEAMENTO DE


CHÁCARAS.

Tem sido comum a divisão de glebas em áreas rurais ou de expansão urbanas em lotes de 2 a
3 mil metros quadrados, ou ainda, áreas passiveis de parcelamento, Na maiorias das vezes
esse parcelamento é irregular, impossibilitando o registro da propriedade em nome do
comprador.

Para concluirmos sobra a possibilidade das criação de chácaras de recreio, passaremos por
inúmeros conceitos jurídicos.

Fração mínima para parcelamento

A fração mínima Para Parcelamento (FMP) que exprime a relação entre a dimensão do
imóvel, a situação geográfica e as condições de aproveitamento econômico, o que nada mais é
a fração mínima para o parcelamento do imóvel rural. No Estado de São Paulo essa área varia
de 2 a 3 ha.

Da Transmissão Sem a Necessidade de Autorização


Segundo norma trazida do o artigo 8º da Lei nº 5.868/72, há a dispensa de aprovação estatal
para o parcelamento do solo rural, desde que respeitado o módulo rural. Assim, somente é
necessária o projeto assinado pelo engenheiro, com a respectiva ART, para a lavratura da
escritura e registro:

Art. 8º – Para fins de transmissão, a qualquer título, na forma do Art. 65 da Lei número 4.504,
de 30 de novembro de 1964, nenhum imóvel rural poderá ser desmembrado ou dividido em
área de tamanho inferior à do módulo calculado para o imóvel ou da fração mínima de
parcelamento fixado no § 1º deste artigo, prevalecendo a de menor área.

Interpretando tal dispositivo conforme a expressão “a qualquer título” podemos facilmente


extrair que essa possibilidade de desmembramento somente é possível quando não se
configurar empreendimento rural, tendo em vista que para tais casos ainda esta vigente do
Decreto-lei 58/1937 em total consonância com o art. 53 da lei de Parcelamento do Solo
Urbano, o qual dispõe:

Art. 53. Todas as alterações de uso do solo rural para fins urbanos dependerão de prévia
audiência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, do Órgão
Metropolitano, se houver, onde se localiza o Município, e da aprovação da Prefeitura
municipal, ou do Distrito Federal quando for o caso, segundo as exigências da legislação
pertinente.

O que seria empreendimento Rural?

Podemos, porém, emprestar da legislação um conceito bem pertinente, conforme se observa


do Decreto-lei 1.510/76 dispõe sobre o tratamento tributário aplicável à pessoa física
equiparada à pessoa jurídica em decorrência de operações com imóveis, traz uma regra no art.
11

Art. 11. A subdivisão ou desmembramento de imóvel rural em mais de 10 (dez) lotes, ou a


alienação de mais de 10 (dez) quinhões ou frações ideais desse imóvel serão equiparadas a
loteamento para os efeitos do disposto no inciso Ill do artigo 3º do Decreto-lei nº 1.381, de 23
de dezembro de 1974.

Assim, tal decreto que tem força de lei, estabelece um limite fiscal, que lido juntamente com o
art. 8º da lei 5869/72 e a normatização do INCRA, conclui-se que a divisão do imóvel rural
acima de 10 lotes poderá configurar empreendimento rural.

Parcelamento Rural (Empreendimento Rural)


Destinação do Imóvel Rural
Em primeiro lugar deve-se destacar qual será a finalidade do imóvel fracionado, pois ele que
irá definir a legislação aplicável a espécie e interpretando luz da instrução normativa 17-b do
INCRA, podemos destacar:

I) Para fins urbanos, em área de expansão urbana

São os conhecidos por diversos nomes os mais comuns são sítios de recreio e chácara de
recreio.

Devem seguir as mesmas regras para o Parcelamento do Imóvel Urbano e legislações


estaduais e municipais pertinentes, tema que retornaremos ao fim.

II) Para fins Urbanos, em área rural

Somente poderão ser executados em área que:

a) por suas características e situação, seja própria para a localização de serviços comunitários
das áreas rurais circunvizinhas;

b) seja oficialmente declarada zona de turismo ou caracterizada como de estância


hidromineral ou balnearia;

c) comprovadamente tenha perdido suas características produtivas, tornando antieconômico o


seu aproveitamento.

Cabendo sua prova ao proprietário, através de declaração pelo município, ouvido o INCRA, e
o projeto, também aprovado pela prefeitura, e registrado no Cartório de Registro de Imóveis
da comarca.

Importante lembrar que nessa hipótese, diferente da anterior deve respeitar o módulo fixado
para a região (em São Paulo 2 a 3 ha), em contrapartida apresenta um procedimento mais
simplificado.
III) Para fins agrícolas, em área rural.
Nessa hipótese caberá exclusivamente ao INCRA a análise e liberação do projetos, seguindo
do disposto no Estatuto da Terra, no Decreto-Lei nº 58/37 e da Instrução Especial do Incra nº
17-B/1980, que exigem um série documentos e levantamentos.

Exceções a Fração Mínima e os Sítios de Recreio.


Os denominados Sítios de Recreio, deverão ser para fins urbanos e situados em áreas de
expansão urbana, nessa ocasião, deve ser aprovado pelo município, respeitando a Lei de
Parcelamento do Solo.

O município de São José dos Campos, no estado de São Paulo, através da Lei Complementar
488/10, que disciplina o parcelamento do solo no município estabelece:

I) Os lotes, dependendo da declividade, devem ter em entre 3 mil e 5 mil metros quadrados;

II) 15% do total do empreendimento deve ser destinado à área verde e institucional.

III) A zona de uso deve ser caracterizada como Zona de Chácara – ZCH

Portanto, analisamos que não é simples o parcelamento do solo rural para fins urbanos,
devendo ser atendidas muitas regras em diversos corpos normativos. O não cumprimentos
destas poderá trazer sérias consequências na esfera civil e penal, como, por exemplo, o crime
de parcelamento irregular do solo cuja pena é Reclusão de 1 a 4 anos, e multa de 5 a 50 vezes
salário mínimo.

 POLUIÇÃO DO SOLO POR RESÍDUOS TÓXICOS DA PRODUÇÃO


INDUSTRIAL DE ADUBOS

Segundo Mapa (2004), fertilizantes são quaisquer materiais orgânicos e inorgânicos, naturais
ou sintéticos, que forneçam às plantas um ou mais elementos necessários ao seu
desenvolvimento normal. Dentro da cadeia produtiva, os fertilizantes constituem um dos
principais elementos agrícolas. Sua matéria-prima advém dos produtos procedentes da
petroquímica e da mineração. Dentro desse processo, o nitrogênio (N), o fósforo (P) e o
potássio (K) são os mais importantes (BNDES, 2006).
Certos estudos indicam que alguns metais pesados, como alguns elementos-traço, tais como
Magnésio (Mg), Ferro (Fe), Zinco (Zn), Manganês (Mn) e Cobre (Cu) são essenciais para
determinados ecossistemas e participam de processos fisiológicos, como é o caso da
fotossíntese, cadeia respiratória e fixação de nitrogênio para o desenvolvimento de algumas
plantas. Todavia, outros metais pesados como arsênio (As), cádmio (Cd), chumbo (Pb),
mercúrio (Hg) e cromo (Cr) são tóxicos, sendo que há limites toleráveis de teores de
concentrações que podem ser admitidas nesse tipo de produto (Marengoni, et al. 2013). No
Brasil, esses teores são determinados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA, 2004).

As indústrias em sua maioria têm causado danos ao meio ambiente, mas a sociedade tem
adquirido consciência quanto a esses danos (Gonçalves et Heliodoro, 2005).

Esses metais possuem propriedades de bioacumulação no meio ambiente e no tecido dos seres
vivos que não podem degradá-los, permanecendo em caráter cumulativo ao longo da cadeia
alimentar e proporcionando riscos inerentes à saúde através da ingestão de alimentos que
contém esses metais. Ainda seu uso indiscriminado pode contaminar grandes áreas por
carreamento e dar prejuízos altos para a economia do país (e-CYCLE, 2014).

Os fertilizantes contêm em sua composição nitratos e fosfatos e, ao serem lançados nas


plantações, são posteriormente arrastados pela água pluvial, para o leito dos rios ou infiltram
o solo, chegando aos lençóis freáticos e mananciais. Esses compostos aumentam a população
de algas e plantas, ocasionando distúrbios nas populações aquáticas. Este fenômeno de
eutrofização é causado pelo excesso de nutrientes (compostos químicos ricos em fósforo ou
nitrogênio) num corpo de água. O excesso de algas logo entra em decomposição, aumentando
o número de microrganismos decompositores e diminuindo a quantidade de oxigênio
dissolvido (OD) da água (Souza, 2014).

Entretanto, se não fosse pelo uso dos fertilizantes, não seria possível produzir a grande
demanda de alimentos necessária para abastecer as populações (Souza, 2014).
O Brasil necessita proteger a sua biodiversidade compreendendo os limites de seus
ecossistemas e buscar seu desenvolvimento de forma sustentável.

O setor de fertilizantes é um dos maiores consumidores de recursos naturais e energia, gera


resíduos que impactam a qualidade do ar, da água e do solo, possui processos perigosos e
insalubres, além de apresentar um alto índice de desperdício. Nas empresas de fertilizantes as
iniciativas voltadas à gestão adequada dos recursos naturais e dos resíduos dispostos no meio
ambiente são tratadas de forma secundária.

Contaminação do Solo

Define-se um solo contaminado como aquele no qual se encontram substâncias a uma


concentração superior à normal e que implicam um risco ao ecossistema e/ou à saúde das
pessoas.

O solo é especialmente importante, pois funciona como um reator complexo capaz de realizar
funções de filtração, decomposição, neutralização, inativação e armazenamento, entre outras.
É por isso que atua como barreira protetora de outros meios mais sensíveis, como os
hidrológicos e biológicos.

Um solo pode degradar-se por diversas causas (químicas, físicas ou biológicas). Nesse
contexto, o planejamento do projeto de recuperação é um elemento fundamental na pesquisa
de locais potencialmente contaminados.

TRATAMENTO DA CONTAMINAÇÃO DO SOLO

O método de recuperação do solo varia do simples encapsulamento do terreno contaminado com grautes
químicos ao tratamento com lavagem neutralizante e bioquímicos. Um dos tratamentos de recuperação mais
interessante é a fito-recuperação. Nele se utiliza plantas que, de forma natural, promove a absorção/neutralização
do poluente químico existente no solo. De um modo geral, há duas linhas de tratamento para o terreno
contaminado. O método tradicional, com base na engenharia civil, faz uso de grautes químicos injetáveis para
isolar ou encapsular o material tóxico, independente do nível ou concentração existente, criando barreiras
subterrâneas verticais e horizontais no local, impedindo o seu contato com o lençol freático.
Complementarmente, é feito também o tamponamento superficial do material, de modo a impedir o contato com
a chuva e/ou restringir a liberação de gases.

Dentro deste campo de tratamento exigir-se-á uma avaliação ou o monitoramento contínuo do terreno e da água
freática adjacente ao encapsulamento.

“A poluição do solo é uma das principais ameaças à saúde do solo”, afirma o especialista em solo
do PNUMA, Abdelkader Bensada. Para ele, a poluição põe em risco a capacidade dos solos de
fornecer serviços essenciais ao ecossistema e coloca em risco a saúde e o bem-estar humanos.
“A atividade humana é a principal fonte de poluição do solo”, acrescentou Bensada. “Atividades
industriais e agrícolas, mineração, fabricação, transporte e disposição de resíduos são todas fontes
de poluição do solo, o que está se tornando uma emergência global”, concluiu.

A Resolução 3/6 da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, intitulada Gestão da
poluição do solo para alcançar o desenvolvimento sustentável, exige que os Estados-membros
tomem medidas para lidar com a poluição do solo.

As áreas específicas de ação incluem:

 avaliação da extensão e das tendências futuras da poluição do solo, e dos riscos e impactos da
poluição do solo na saúde, no meio ambiente e na segurança alimentar;
 promover uma abordagem coordenada para combater a poluição do solo por meio de uma interface
científico-política reforçada;
 e o compartilhamento de informações nos níveis nacional, regional e internacional.

O PNUMA, a FAO e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estão trabalhando juntos e com
outras instituições internacionais, regionais e nacionais em um relatório global sobre o status da
poluição do solo no mundo e suas tendências, incluindo o impacto dos fertilizantes e pesticidas na
saúde humana.

O método mais moderno, no entanto, para recuperação de terrenos contaminados faz uso de processos físicos,
químicos e biológicos (FQB), que são divididos em cinco itens:

1 – Tratamento térmico

Uso do calor para remover, estabilizar ou destruir os contaminantes.

2 – Tratamento físico

Utiliza processos físicos para separar as substâncias tóxicas do meio hospedeiro.


3 – Tratamento químico

Utiliza reações químicas para remover, destruir ou modificar substâncias tóxicas.

4 – Tratamento biológico

Faz uso de meios metabólicos naturais, como microrganismos e outros agentes biológicos para remover, destruir
ou modificar os contaminantes.

5 – Estabilização/Solidificação

Nesta etapa, os contaminantes são estabilizados quimicamente e/ou modificados, de modo a reduzir sua
potencialidade.

Os cinco meios mencionados acima são eficazes para recuperação do solo e deve ser feita uma avaliação por
empresas e profissionais competentes, como a EMBRAPA, para diagnosticar qual se adequa melhor e trará
retorno mais rápido e correto para o dono do lote que pretende vender como chácaras.
Bibliografia:

https://blogterrasolo.wordpress.com/2016/01/08/parcelamento-do-solo-rural-e-os-sitios-de-recreio-
chacaras-de-recreio/

acessado em 28/05/2020, disponível em https://www.funiber.org.br/recuperacao-de-solos-


contaminados

acessado em 28/05/2020, disponível em http://www.engegraut.com.br/servicos/contaminacao/

acessado em 28/05/2020, disponível em https://nacoesunidas.org/area-de-solo-fertil-equivalente-ao-


tamanho-da-grecia-e-perdida-anualmente-aponta-pnuma/

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