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Mamã,

conta-me uma história…


- Avental de histórias –

Dia da Mãe 2011


A Lebre e a Tartaruga

A Lebre andava sempre ligeira, quase a correr como o vento, e fazia-lhe

nervos ver a pachorrenta da Tartaruga a caminhar vagarosamente para onde

quer que fosse. Chovesse ou fizesse sol, houvesse perigo ou não, a Senhora

Tartaruga não passava do seu passo habitual, pausado e sossegado.

Nos dias de festa, quando a bicharada combinava sair junta e todos se

punham a andar, era certo e sabido que a velha Tartaruga ficava para trás, a

andar compassada; por sua vez, a Lebre respirava fundo e punha-se à frente de

todos, a correr.

Um belo dia, a lebre não se conteve e disse à Tartaruga:

- Se eu fosse como tu, já tinha morrido de aborrecimento. Eu podia cá

andar nesse passinho mole e vagaroso! Eu ainda queria ver-te a correr comigo, a

ver se espevitas!

- Muito bem – respondeu a Tartaruga, pacatamente. – Vamos lá

experimentar isso. Fazemos uma corrida de cinco quilómetros, e aposto que

quem vai ganhá-la sou eu!

- Bonita aposta! – Replicou a Lebre. – Vamos já sair de dúvidas!

Convidaram a Cabra para juiz e ambas partiram para a corrida. A Lebre,

como sempre, largou veloz como um foguete e em pouco tempo se perdeu de

vista. A Tartaruga, como era seu costume, deixou-se ficar a andar lentamente, a

andar... a andar... pela estrada fora.

Depois de correr um bocado, a Lebre voltou-se para trás e, não avistando a

Tartaruga, deu uma gargalhada:


- A esta hora ainda ela está a começar a andar! Nem me vale a pena andar

mais por agora! Até tenho tempo de dormir uma soneca enquanto espero por

essa molengona!

E deitou-se na relva fresquinha e apetitosa que havia à beira do caminho,

adormecendo em seguida. Dormiu, sonhou, ressonou... e entretanto a Tartaruga,

que vinha a andar devagar, muito devagarinho, mas sem perder um momento,

passou junto dela, viu como dormia descuidadamente, sorriu e continuou o seu

caminho.

Quando a Lebre acordou, voltou a olhar para trás. “Ainda não há-de vir a

meio caminho – pensou. – Agora em quatro pulos chego ao fim e ganho a corrida.”

Mas quando olhou para diante viu a Tartaruga, que acabava de chegar

naquele instante ao lugar combinado para o fim da corrida. Tinha ganho a aposta!

A Lebre engoliu o orgulho, baixou as orelhas, e reconheceu que cada um é

como é.
A Galinha Ruiva
Era uma vez uma Galinha Ruiva, que morava com seus pintinhos numa quinta.

Um dia, ao visitar a sua horta, viu que o milho estava pronto para colher.

Então, a Galinha Ruiva teve a ideia de fazer um delicioso bolo de milho.

Todos iam gostar!

Era uma tarefa que dava muito trabalho: era preciso colher as espigas de

milho, tirar as folhas, moer o milho para fazer farinha, e finalmente, fazer o

bolo. Mas a Galinha Ruiva tinha a certeza que os seus amigos iam ajudá-la.

Então, foi ter com o gato e pediu-lhe ajuda. Mas ele respondeu:

- Eu não posso ajudar-te. Tenho muito sono.

A seguir, a galinha foi pedir ajuda ao seu amigo coelho, mas ele disse-lhe:

- Eu não posso ajudar-te. Está na hora de brincar.

A galinha começava a ficar um pouco triste, mas lembrou-se do seu amigo

porco, e pediu-lhe ajuda. Mas também ele lhe respondeu:

- Eu não posso ajudar-te. Acabei de almoçar.

Como todos os seus amigos lhe negaram ajuda, a Galinha Ruiva foi preparar

tudo sozinha: colheu as espigas, debulhou o milho, moeu a farinha, preparou o

bolo e colocou no forno.

Quando o bolo ficou pronto ...

Aquele cheirinho espalhou-se por toda a quinta, e atraiu os amigos da

galinha. Todos ficaram com água na boca, e cheios de vontade de provar o bolo.

Então a galinha ruiva disse-lhes:

- Quem foi que me ajudou a colher o milho e a prepará-lo? Quem me ajudou

a fazer o bolo?

Todos ficaram bem quietinhos. (Ninguém tinha ajudado.)


- Então quem vai comer o delicioso bolo de milho sou eu e os meus pintinhos.

Vocês podem continuar a descansar.

E assim foi: a galinha e seus pintinhos aproveitaram a festa, e nenhum dos

preguiçosos foi convidado.


O Coelhinho Branco e a Cabra Cabrês

Era uma vez um coelhinho branco que vivia numa casinha, que ficava numa

quinta.

Um dia, abriu a porta de casa e saiu com uma cesta para ir à horta buscar

couves para fazer um caldinho para o seu jantar. Mas quando voltou, viu que a

porta da sua casa estava fechada,!

Bateu à porta, e ouviu uma voz grossa que vinha lá de dentro a perguntar:

- Quem és tu?

- Eu sou o Coelhinho Branco, e esta casa é minha. Fui à horta buscar couves

para fazer um caldinho. E tu, quem és?

- Eu sou a Cabra Cabrês, que te salta em cima e te faz em três!

O Coelhinho Branco ficou cheio de medo e pensou: “O que é que eu faço?

Não posso voltar para casa pois está lá a Cabra Cabrês que me saltaem cima e

me faz em três. Só me resta ir pedir ajuda a um amigo.”

E foi o que fez. Andou, andou pelos campos fora até encontrar a Tartaruga:

- Olá, o que se passa, Coelhinho Branco, que tens um ar tão triste? -

perguntou-lhe a Tartaruga.

- Amigo, ajuda-me! Fui à horta buscar couves para fazer um caldinho, mas

quando voltei para casa estava lá a Cabra Cabrês que me salta em cima e me faz

em três!

- A Cabra Cabrês! Ai, eu não vou lá que tenho muito medo dela! – respondeu

a Tartaruga.

O Coelhinho Branco ficou ainda mais triste. Só tinha vontade de chorar, mas

como tinha de conseguir voltar a entrar em casa, continuou a pensar: “A

Tartaruga não me pôde ajudar, mas tenho de encontrar uma amigo que possa. Já
sei! Vou procurar o Porco! Ele é grande e forte, e de certeza que me vai ajudar a

fazer fugir a Cabra Cabrês!”

E lá andou até encontrar o Porco:

- Que tens, Coelhinho Branco, que estás tão triste? – disse-lhe o Porco.

- Amigo, podes ajudar-me? É que fui à horta buscar couves para fazer um

caldinho, mas quando voltei para casa estava lá a Cabra Cabrês que me salta em

cima e me faz em três! Não sei o que fazer!

- A Cabra Cabrês! Ai, eu não vou lá, que ela é muito má! Desculpa Coelhinho

Branco, mas eu tenho muito medo!

O Coelhinho branco estava mesmo a ficar muito triste e não sabia o que

havia de fazer. Lembrou-se do seu amigo Gato, que era muito esperto e com

certeza ia conseguir ajudá-lo.

- Olá! Que tens, Coelhinho Branco, que estás tão triste? – perguntou-lhe o

Gato.

- Amigo, ajuda-me! Eu fui à horta buscar couves para fazer um caldinho,

mas quando voltei para casa estava lá a Cabra Cabrês que me salta em cima e me

faz em três! Podes ir lá comigo?

- A Cabra Cabrês, que te salta em cima e te faz em três? Desculpa, mas eu

não vou lá, tenho medo!

O Coelhinho Branco ficou tão triste, tão triste, que se sentou numa pedra e

começou a chorar:

Nisto passou uma Formiga, que lhe perguntou:

- Que tens, Coelhinho Branco, porque choras tanto?

E o Coelhinho Branco respondeu:

- Fui à horta buscar couves para fazer um caldinho, mas quando voltei para

casa estava lá a Cabra Cabrês, que me salta em cima e me faz em três! Já pedi
ajuda à Tartaruga, ao Porco e ao Gato, mas nenhum me quis ajudar. Estou tão

triste pois não sei o que fazer!

- Não te preocupes, Coelhinho Branco, eu vou lá contigo! – respondeu a

corajosa formiga.

E partiram os dois a correr de volta para a casa do nosso amigo.

Mal lá chegaram, o Coelhinho Branco perguntou:

- Quem está ai?

- Sou eu, a Cabra Cabrês, que te salto em cima e te faço em três! E tu quem

és?

Nesse momento, a Formiga deu um grande salto, enfiou-se pelo buraco da

fechadura e exclamou:

- Eu sou a Formiga Rabiga, que te salto em cima e te furo a barriga!

Dentro da casa ouviu-se um grande reboliço e muitos berros da Cabra

Cabrês, que acabou por abrir a janela, saltar dali e fugir depressa pelos campos

fora!

O Coelhinho Branco agradeceu à formiga Rabiga, que o tinha livrado da

Cabra Cabrês, e convidou-a para comerem juntos o caldinho de couves que ele

fez com os legumes que tinha ido buscar à horta.

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