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Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).

Aluno ANDRÉ PASCHOAL


CPF - 25993848855
MATÉRIA: Direito Civil - Sucessões
PROF:Maria Cristiana Simões Amorim Ziouva
AULA: 01

1. Considerações Gerais
 CONCEITO: é o conjunto de normas e princípios que regem
a transmissão da herança e do legado aos herdeiros/legatários, em
razão do falecimento de alguém.
Em havendo o falecimento de uma pessoa, não é possível que
o patrimônio/direito que ela tenha fique acéfalo. A Lei regula a
transmissão dos direitos e patrimonio – e é o Direito das Sucessões que
regula essa transmissão.
 FORMAS DE SUCESSÃO: Legítima e Testamentária
Sucessão Legítima (“ab intestato” – sem testamento): é aquela
em que a herança é deferida aos herdeiros expressamente indicados
pela Lei, de acordo com a ordem de vocação hereditária prevista no
artigo 1.8291.
É como se fosse uma forma de sucessão subsidiária: em não
havendo sucessão testamentária, teremos a sucessão legítima.
Teremos a sucessão legítima quando: (i) o sujeito falece e não
deixa testamento; (ii) o sujeito falece e deixa testamento, mas este não
compreende todos os bens; (iii) o sujeito falece e deixa testamento, mas
este caduca ou é declarado nulo (Art. 1.7882).
A Sucessão Legítima é a forma mais usual de Sucessão no
Direito Brasileiro.
É a ordem de vocação hereditária atual:
I - descendentes, em concorrência com o cônjuge
sobrevivente(dependendo do regime de bens: o cônjuge sobrevivente
não concorre com os descendentes se se casado este com o falecido no
regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens
(art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o
autor da herança não houver deixado bens particulares);
II - ascendentes, em concorrência com o cônjuge (sempre, não
importa o regime de bens);
III - cônjuge sobrevivente;
IV – colaterais (até o quarto grau, inclusive).

1 Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso
Extraordinário nº 878.694)
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da
comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão
parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais
2Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos

bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado
nulo.
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Aluno ANDRÉ PASCHOAL
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Obs: se o cônjuge era casado com o falecido no regime de


comunhão universal de bens, ele não herda junto com o descendente,
uma vez que ele já seria meeiro. Agora, se casado no regime da
comunhão parcial de bens e deixou bem particulares, além de ser
meeiro ele também será herdeiro.

Sucessão Testamentária: é aquela em que a herança ou o


legado será deferida ao herdeiro ou ao legatário, de acordo com o ato
de última vontade (testamento).Esta é a forma prioritária de sucessão.
Obs: chama-se de “herdeiro testamentário” ou “herdeiro
instituído” aquele indicado no ato de última vontade (testamento) – não
se confundem com o “legatário”- sendo este último aquele que terá
direito ao legado.
Pergunta-se: A liberdade do testador em testar é absoluta ou
relativa?! Resposta: Depende da existência ou não de herdeiro
necessário (descendente, ascendente e cônjuge).
Em havendo herdeiros necessários, a liberdade de testar do
testador é relativa, porque o testador deve respeitar a legítima desses
herdeiros.
Em não havendo herdeiro necessário, todo patrimônio é
disponível, não havendo se falar em legítima.

 Existe ainda uma terceira forma de sucessão, mas que não é


acolhida pelo Direito Brasileiro3: é a “Sucessão Contratual” ou “Pacta
Corvina” ou, ainda, “Sucessão Pactícia”.
Exceção do artigo 2.0184 – partilha inter vivos., que trata-se de
verdadeira sucessão antecipada, porém restrita aos bens presentes no
momento.

2. Da Abertura da Sucessão
A sucessão se abre com a morte (art. 1.7845): Aberta a
sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e
testamentários – a lei não fala em legatário (cuja regra é outra).

3Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
4Art. 2.018. É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última vontade, contanto que não prejudique a
legítima dos herdeiros necessários.
5Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.

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A herança se transmite independentemente de qualquer ato


dos herdeiros legítimos e testamentários, independentemente, inclusive,
do conhecimento deles sobre a morte da pessoa – Princípio da Saizine
ou “DroiteduSaizine” (expressão originária do Direito Gaulês).

Obs: Não confundir o “DroiteduSaizine” com a noção de


“aceitação de herança”, pois o Princípio da Saizine não significa que a
herança foi aceita, mas apenas que houve a transmissão – a aceitação
ou renúncia se dará em um momento posterior.
A transmissibilidade imediata abrange a propriedade/domínio e
a posse dos bens que compõem a herança.
Obs: Se o direito é personalíssimo, não é transmitido.
 REGRA PARA O LEGATÁRIO:
- Propriedade de coisa fungível: o legatário somente a adquire
somente após a partilha.
- Propriedade de coisa infungível: o legatário a adquire desde o
momento da sucessão (morte).
- Transmissão da posse de bem: o legatário a adquire somente
após a partilha.

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