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Direito Internacional

Privado (DIP-4)
Princípios Gerais de DIP
Mestre Arlete Sulemane Loução
4. Princípios gerais de DIP
• Princípios – regras jurídicas; noções elementares de uma disciplina; proposições jurídicas que se traduzem em directrizes de soluções.
• Princípios de DIP – directrizes/orientações que conformam o DIP como disciplina; informam o conteúdo do conjunto de normas de
DIP e que trazem soluções aos problemas de interpretação e integração de lacunas.

• PRINCÍPIO DA HARMONIA JURÍDICA INTERNACIONAL DE SOLUÇÕES


Este princípio visa alcançar a mesma solução para uma dada questão, seja qual for o tribunal em que a questão é decidida, como forma
de assegurar a continuidade e uniformidade das situações jurídicas plurilocalizadas. Exemplo: Situação B ou C, onde os tribunais dos
Estados em conexão, apliquem a mesma solução ao caso concreto.
 Acabava com as situações em que seriam competentes dois ou mais Estados;
 Exige que haja um modelo universal de resolução de conflitos
 Atende à posição privilegiada do Estado competente na escolha do elemento de conexão
 As normas de conflito devem ser bilaterais (categoria X- ordenamento jurídico Y)
4. Princípios gerais de DIP
• PRINCÍPIO DA HARMONIA JURÍDICA INTERNA – visa a coerência na regulação das situações
jurídicas de DIP, impedindo a adopção de soluções que conduzam a contradições normativa ou valorativas
dentro da mesma ordem jurídica. Exemplo: No ordenamento jurídico moçambicano, o casamento
deve ser avaliado com o mesmo sentido, quer a situação se levante numa acção de família, de
sucessões, de obrigações, de reais…
• Para haver coerência entre a regulação das situações jurídicas, deve evitar-se o Fenómeno dépéçage, isto
é, de fraccionamento das situações jurídicas, que pode acontecer com a segmentação das relações em sub-
relações.
• Exemplo 1 de fraccionamento: instituto jurídico do casamento – capacidade/forma/regimes de bens/efeitos/convenções
antenupciais…
• Exemplo 2 de fraccionamento: Instituto jurídico dos Contratos:
forma/capacidade/modalidades/conteúdo/cumprimento/execução/garantia…
4. Princípios gerais de DIP
• PRINCÍPIO DA EFECTIVIDADE – visa a preferência da aplicação da lei do
Estado com melhor competência para regular a questão controvertida.
Exemplo: artigo 25, artigo 31/1; artigo 46/1, todos do CC.
• PRINCÍPIO DA ORDEM PÚBLICA INTERNACIONAL - visa proteger a
ordem jurídica interna; os valores fundamentais determinados como o alicerce
do ordenamento jurídico. Este princípio constitui uma excepção à normal
aplicação das normas de DIP, quando do resultado dessa aplicação se mostrar
intolerável por manifesta incompatibilidade com os princípios ético-jurídicos
fundamentais do Estado do foro. Exemplo: artigo 22 do CC
4. Princípios gerais de DIP
• PRINCÍPIO DO RESPEITO PELOS DIREITOS ADQUIRIDOS - visa resguardar
as expectativas legítimas dos sujeitos das relações de DIP, de verem
aplicadas às suas relações, as normas jurídicas ao abrigo das quais se
constituíram. Direitos adquiridos são aqueles direitos em que o sujeito se
encontra regularmente investido, por já se terem produzido, em parte ou no
todo, os efeitos jurídicos das relações jurídicas em que tal sujeito está
interessado. Exemplo: a capacidade negocial relacionada com a
maioridade, varia de Estado para Estado; «uma vez capaz, sempre
capaz», a favor da segurança jurídica e estabilidade das relações jurídicas.

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