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Landerson Lemos Santana de Araújo

TÓPICOS ESPECIAIS EM PRÁTICAS GRUPAIS

Prof. Dr. Ricardo Wagner Machado da Silveira

Resenha V

UBERLÂNDIA

2021
Síntese:

Esquizodrama – teoria, método e técnica

O texto de Baremblitt inicia discutindo sobre a questão da episteme e sobre


certa tendência de normatização dos saberes. E explica o uso e a análise que será
feita dos “vocábulos” utilizados ao longo do texto e para a construção do saber e de
seus conceitos. Classifica as práticas epistêmicas em três: a) Prática teórica, “grupo
de instrumentos agenciados com instruções legais para seu uso [...] um conjunto de
conceitos formais abstratos produzidos heuristicamente a partir de variados
antecedentes”; b) Prática do método, “conjunto de prescrições que indicam como
aplicar a teoria [...] e os conhecimentos já produzidos na intervenção técnica”; e c)
Prática técnica, “conjunto de regras explicitadas na teoria e nas prescrições do
método, que indicam como exercer concreta e efetivamente os conhecimentos
produzidos para gerar as modificações indicadas pela teoria no objeto real da prática
epistêmica”. Então segue para abordar o Esquizodrama que é uma teoria com
“técnica-klinica” fundamentada na esquizoánalise de Gilles Deleuze e Félix Guattari.
Além destes, alguns outros como Espinoza, Nietzche, Bergson, Leibniz, Foucault,
Marx e várias disciplinas com destaque o Teatro. Esta característica oferece um
estatuto de “simulacro” que permite uma inserção multifacetada da técnica.

O método objetiva-se na desconstrução produção e durante o processo


trabalha-se com os seguintes operadores: peripécias, vicissitudes e a metábole.
Trabalha com o conceito de dramatização ou tarefas afirmativas que diferente de
outros métodos não devem ser alvos de interpretações. Elas são fundamentalmente
propicioadoras, inventivas, produtoras. No lugar da interpretação utiliza-se a
experimentação que é a “produção de novas linhas, campos, cenários, objetos ,
movimentos, sempre opcionais acerca do que está experenciando”. Busca se
transpor vários limites discursivos, liguisticos e etc. E por este motivo não visa a
normatização.

Grupo – dispositivo em ação

O texto de Barros já inicia apresentando a ideia de atividade do grupo e o seu


objetivo é discutir a possibilidade do grupo ser um dispositivo. Recorre a leitura
deleuziana sobre os dispositivos de Focault para orientar as suas proposições. Sobre
os dispositivos destaca a relação fundamental entre enunciação e enuciados que
constituem as redes discursivas. Regimes discursivos que também constituem os
grupos. Os grupos também comportam as linhas de força que evidenciam as relações
de poder e por este motivo a emergência de embates de forças. Também estaremos
diante das linhas de subjetivação onde no encontro com o outro haja singularizações.
Propõem um trabalho cartográfico com os dispositivos grupos, acompanhando as
linhas que o cartografam. Os grupos possibilitam o movimento e o desbloqueio de
posições. Por em funcionamento outras formas de ser e de se singularizar.
Análise:

Ambos os textos são bastante interessantes e continuam as nossas


discussões sobre praticas mais politicamente engajadas, subversivas e etc. No
entanto, especialmente o texto do Baremblitt, tive certa dificuldade para realizar a
leitura. Ele usa um recurso muito curioso de várias palavras, ou conceitos, para dizer
de uma coisa, como se ao escolher uma única palavra fosse como impor uma verdade.
A dificuldade que eu falo não é num sentindo ruim, acho que é tipo de texto que já é
escrito dentro da proposta de subverter o que nos é imposto. O mais próximo que
estive da esquizoanalise foi conhecendo o Clínica-Poética.
REFERÊNCIAS:

Baremblitt, G.; Amorim, M.A.; Hur, D.U. (2000) Esquizodrama – teoria, método e
técnica – klínicas. Belo Horizonte: Editora IGB
Barros, R. D. B. (1993) Dispositivo em ação: o grupo. Cadernos da Subjetividade.

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