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Se você colocar um tweeter diretamente ligado ao amplificador, verá que ele só "falará" o
que ele sabe "falar: sons agudos. Mas uma música tem sons graves, médios e agudos.
Tudo o que um alto-falante não consegue responder vira calor. Se a potência for
aumentada, o tweeter rapidamente queimará, seja qual tipo for (piezoelétricos, cone de
papel, supertweeter, etc). O mesmo acontece com os médios e drivers.
Cada falante tem uma resposta de frequência. Quando usamos um conjunto de falantes,
muitas vezes dois deles podem "falar" a mesma frequência (por exemplo, um woofer de
10" com resposta de 70Hz a 4KHz em conjunto com um driver titânio com resposta de
800Hz a 18KHz). Só que tal situação não é boa, pois a sobreposição de frequências (2
"falando" a mesma coisa) gera excessos indesejados naquela frequência. Na prática, é
melhor que cada faixa de frequências só seja respondida por um determinado falante. E
pelo alto-falante que melhor responder essa frequência. Um woofer e um driver, por
exemplo, ao responder uma mesma faixa de frequências, o fazem com sonoridades
diferentes.
a) woofer até 4KHz – driver de 4KHz até 5KHz, supertweeter de 5KHz até 20KHz
b) woofer até 500Hz – driver de 500Hz até 8KHz, supertweeter de 8KHz até 20KHz
c) woofer até 1KHz – driver de 1KHz até 6KHz, supertweeter de 6KHz até 20KHz.
Cada tipo de ajuste vai ter um tipo de sonoridade diferente. Qual a forma certa*?
Analisando as curvas de resposta de frequências dos falantes (disponíveis nos manuais
dos mesmos) podemos descobrir em qual faixa cada um deles é melhor, é mais linear (o
som sofre menos variações). E muitas vezes fazendo testes, muito testes, até encontrar a
melhor sonoridade (é isso que bons fabricantes fazem: muitos testes).
* Dica: evite cortes próximos das frequências limites de um falante, pois em geral são as
partes mais irregulages da sua resposta de frequência. Assim, das 3 opções acima, a
terceira é a melhor, mas o correto realmente é analisar as curvas de resposta dos falantes.
Já vimos que cada tipo de falante tem uma sensibilidade inerente ao seu tipo de
construção. Podemos ter, por exemplo, uma caixa de som com as seguintes
características:
Assim, para termos uma caixa de som "equilibrada" é necessário inserirmos no caminho
entre o sinal elétrico e os falantes componentes eletrônicos que vão efetuar a filtragem e
a atenuação (diminuição da sensibilidade) dos falantes, permitindo um equilíbrio
melhor.Os componentes que fazem a filtragem são os capacitores e os indutores. Os
componentes que fazem a atenuação são as resistências. Vamos estudá-los.
Capacitores
Na prática, essa proteção é pouca para proteger os falantes. Caixas equipadas apenas
com capacitores são utilizadas em sistemas domésticos, de pouca potência, mas nem um
pouco adequadas para as altas potências dos sistemas de PA. O sintoma típico é que a
queima de falantes.
Uma forma de contornar esse problema é escolher um corte bem acima do que o falante
poderia responder. Por exemplo: um tweeter de 8 Ohms que começa a responder a partir
de 3,5KHz (e usaria capacitor de 4,7µF) é utilizado com um capacitor de 3,3µF (corte em
6KHz). Só que essa situação pode gerar grandes problemas. Veja um exemplo:
Para quem está montando suas próprias caixas, os fabricantes sérios de alto-falantes
indicam, nos manuais dos seus produtos, os capacitores a utilizar com seus produtos.
Não um tipo somente, mas vários valores de capacitores, e para cada valor teremos a
influência na resposta de frequência e a potência que o driver terá. A potência tem
relação direta com o valor do capacitor. Quanto mais alto o valor do capacitor, mais baixa
será a frequência de corte e com isso mais graves receberá, correndo o risco de queima.
Logo, deverá suportar menos potência. Veja o exemplo:
Indutores
Os indutores, um tipo de bobina (um fio enrolado em torno dele mesmo, em volta de ar
(bobina de núcleo a ar) ou em torno de um pedaço de ferro (bobina de núcleo de ferrite).
Quando submetidos a um sinal elétrico, os indutores têm a propriedade de deixar passar
apenas os sinais abaixo de uma determinada freqüência (chamada de "Frequência de
Corte"), e não deixa passar sinais de freqüências acima disso.
Assim como os capacitores, os indutores também são filtros de 1a. ordem. A sua
atenuação é de 6dB/oitava. Na verdade, eles não "cortam" totalmente as frequências
acima do seu corte correspondente, mas sim vão atenuando-as, em uma curva
descendente. Um indutor com corte em 4KHZ em 8 Ohms, atenuará sons de 8KHz com
menos 6dB (uma oitava acima), e sons de 16KHZ com menos 12dB/oitava (duas oitavas
acima).
O grande problema dos indutores é que eles não são comerciais (ou raramente são). Eles
precisam ser construídos.
Atenuadores
Para quem quiser montar suas próprias caixas, indicamos a leitura do excelente artigo do
Prof. Homero Sette, da Selenium, disponibilizado na seção de Downloads do site:
http://www.somaovivo.mus.br/downloads/divisores_capacitores.zip , que envolve a
escolha dos capacitores e atenuadores necessários.
A grande vantagem de se usar divisores profissionais é que eles são de 2ª ordem (12
dB/oitava). Cada "corte" de frequência é feito com um capacitor (atenuação de 6
dB/oitava) mais um indutor (atenuação de 6 dB/oitava). Usados em conjunto, a proteção
fornecida ao falante é muito melhor. Existem inclusive divisores de 3ª ordem (18
dB/oitava) e 4ª ordem (24 dB/oitava). Claro que, quanto maior a ordem, mais complicado
e mais caro será o divisor, mas maior será a proteção fornecida ao falante.
Apesar de caros, são os divisores que vão garantir a melhor qualidade sonora. No Brasil,
as empresas mais conhecidas são a Nenis (www.nenis.com.br) e a EAM
(www.eam.com.br). Ambas, além de fabricar diversos modelos (diversas potências e para
várias vias), fazem divisores especiais, de acordo com a encomenda dos clientes.
O divisor é tão bom que a fama ultrapassa as fronteiras dos operadores de áudio.
Recentemente, um amigo leigo pediu emprestado algumas das várias caixas de som do
Anfiteatro. Ele queria uma que tivesse um divisor. Não quis saber se a caixa tinha woofer
de qual tamanho, driver titânio ou supertweeter, etc. Ele insistia que queria qualquer
uma, desde que tivesse divisor. Provavelmente houve alguma caixa que ele gostou muito
e falaram que o som bom era por causa do divisor de frequências. Daí ele associou que
som bom é por causa do uso de divisores. Pode não estar completamente correto, mas já
está no caminho certo.
Mão na massa!
Tem alguma caixa de som com sonoridade ruim? Que tal desmontá-la, anotar os
parâmetros dos falantes (marca, modelo, potência), e pedir uma sugestão de divisor de
frequência aos fabricantes? Talvez com um pequeno investimento seja possível dar uma
nova vida para a caixa!
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Revisado/reescrito em 05/Mar/2008