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30/08/2021 Harmônica – Wikipédia, a enciclopédia livre

Harmônica
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Em acústica e telecomunicações, uma harmônica (português brasileiro) ou


harmónica (português europeu) de uma onda é uma frequência específica de Som
vibração que tem a propriedade de causar o fenômeno de ressonância. A tais Onda
frequências é dada a denominação frequências de ressonância. Por definição,
a frequência que causa a primeira ressonância de uma onda é chamada de Amplitude
frequência fundamental, e dela provêm os demais harmônicos.[1] Fase
Frente de onda
Os harmônicos têm uma forte aplicação na música, pois eles definem as
frequências do som (uma onda mecânica longitudinal) audível que Frequência fundamental
correspondem às notas da escala musical (mais precisamente, às notas do que
Harmônica
chamamos série harmônica). Partindo-se da frequência fundamental, é
possível obter frequências, cada uma delas correspondente à frequência de Frequência
determinada nota musical da série. Por esse motivo, o conjunto de todos os Hertz
modos de oscilação possíveis é chamado de série harmônica.
Altura tonal
Oitava
Índice Velocidade do som
Efeito Doppler
Definição e contextualização
Denominação
Nós e antinós
Equações
Duas extremidades fixas
Duas extremidades livres
Uma extremidade livre e uma extremidade fixa
Síntese das equações de harmônicos
Harmônicos na música
Exemplificação
Aplicação na análise intervalar da formação de acordes
Ver também
Referências
Ligações externas

Definição e contextualização
As duas principais circunstâncias em que os harmônicos são visualizados mais facilmente são no
comportamento de cordas vibrantes e de ondas em tubos sonoros. Isso se dá pelo fato de, em casos com
esses, a onda encontrar-se limitada a um espaço fixo, o que provoca reflexões e interferências. Esse é o
princípio das ondas estacionárias, correspondentes ao estudo dos harmônicos, formadas por interferência
de ondas que se propagam em sentidos opostos.[2]

Tomando como exemplo uma corda de determinado comprimento e presa nas duas extremidades, pode-se
facilmente observar o comportamento estacionário da onda ao provocar uma instabilidade na corda. A
onda criada propaga-se pela corda até atingir as extremidades, e então, é refletida, provocando

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interferência com ela própria. Dessa maneira, é possível ter a configuração de onda estacionária dada pela
imagem.

Esquematização do comportamento de uma onda estacionária (preta). As duas ondas que a formam (azul e vermelha)
interferem entre si e formam a onda resultante. Pelo fato das extremidades fixas, as ondas (azul e vermelha) são reflexões da
mesma onda. Ao interferirem entre si, formam a onda estacionária (preta). Os pontos vermelhos representam os nós (ou
nodos) da onda resultante.

Para o campo dos harmônicos, a onda estacionária também é chamada de modo de oscilação. O fato é que
tais modos de oscilação só são formados quando a onda tem determinadas frequências e, nesse caso, ao
formar-se a onda estacionária, é dito que a onda sofreu ressonância. Apenas frequências específicas,
chamadas frequências de ressonância, fazem com que a onda estacionária seja formada e,
consequentemente, haja ressonância. Caso a frequência seja diferente, a interferência das ondas refletidas
não será tal a formar a onda estacionária, mas sim pequenas (muitas vezes, imperceptíveis) vibrações
aleatórias no meio de propagação.[1]

Esse princípio é facilmente observável em cordas vibrantes com as duas extremidades fixas. Em tubos
sonoros, entretanto, pode haver uma ou duas extremidades abertas. Porém, a onda continua sendo
refletida na extremidade do tubo, mesmo que não de forma completa.[1] E, da mesma forma, ao interferir
com a outra onda, o som resultante pode entrar em ressonância ao se formar uma onda estacionária,
apenas em determinadas frequências.

Denominação

A série harmônica ou espectro de ressonância, , é o conjunto de todas as frequências de ressonância


das ondas que, ao interferirem após uma reflexão, sofrem ressonância. No campo da
música, a série harmônica também corresponde às frequências, porém inclui sua relação com as notas
musicais em diferentes alturas da extensão do som.[3]

O número harmônico, , é o índice de determinada frequência. É conveniente dizer que é o número


referente ao n-ésimo harmônico. Assim, refere-se ao primeiro harmônico, refere-se ao
segundo harmônico, e assim por diante.

A frequência fundamental é dada por , a frequência de ressonância do primeiro harmônico (ou,


simplesmente, primeiro harmônico). Na música, uma das frequências fundamentais é dada por
, cujo som corresponde ao Lá1, a décima quinta tecla branca do piano moderno. As demais
frequências são dadas por múltiplos inteiros dessa frequência: 220 Hz, 330 Hz, 440 Hz e assim por diante.
Essas frequências formam a série harmônica musical e guardam interessantes propriedades intervalares
entre si, campo de estudo da teoria harmônica. Não existe apenas uma série harmônica na música:
qualquer série pode ser formada partindo de uma frequência fundamental (ou som gerador).[4][5]

Nós e antinós

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Para o estudo dos harmônicos, é importante ressaltar que os nós (ou nodos) de uma onda são pontos onde
o deslocamento transversal é nulo. Os antinós (ou antinodos) são pontos de deslocamento transversal
máximo.[3] Ao analisar as extremidades de uma onda estacionária, verifica-se que, se a extremidade é fixa,
nela, a onda apresenta um nó; se a extremidade é livre, nela, a onda apresenta um antinó.[1]

Essa abordagem será útil na concepção dos diferentes casos de harmônicos, explicitada a seguir.

Equações
Como os harmônicos estão relacionados às ondas estacionárias, que
dependem da interferência de ondas refletidas nas extremidades, é
possível verificar três casos particulares de seu comportamento:[1]

Em ondas com duas extremidades fixas;


Em ondas com duas extremidades livres;
Em ondas com apenas uma das extremidades fixas.

A primeira situação é mais comumente verificada em cordas


vibrantes, e as duas últimas, em tubos sonoros. Entretanto, a análise
das grandezas da onda é feita da mesma forma para os três casos. Os Comportamento das ondas
resultados abaixo são conhecidos como condição para onda estacionárias com extremidades
fixas. A distância entre dois nós
estacionária[3], pois as equações seguintes são aplicáveis a casos tais
consecutivos vai sendo diminuída a
que a onda é estacionária, e ocorre ressonância.
cada harmônico, na proporção
.
Duas extremidades fixas

Nesse caso, vamos supor que a onda, senoidal, está se propagando numa corda esticada que está presa nas
duas extremidades. A corda tem comprimento . Pelo fato de as extremidades estarem fixas, elas não
podem oscilar, o que implica que, nas extremidades, estão nós da onda.

A mais simples configuração possível nessa condição é ter um antinó no centro da corda. Como o
comprimento de onda é a distância entre duas cristas ou dois vales consecutivos[2], é notável que, para
essa configuração, .

Ampliando a abordagem, se a onda tiver dois antinós entre as extremidades, teremos uma oscilação
completa no comprimento da corda. Nessa configuração, tem-se . Verificando
o comportamento da onda com três antinós, é visível uma oscilação completa e meia oscilação entre as
duas extremidades, o que fornece

Se continuarmos com o processo, a onda apresentará cada vez mais antinós entre as extremidades, e o
comprimento de onda ficará cada vez menor. Analisando os resultados, fica claro que, se a onda tem
duas extremidades fixas,

Relacionado essa equação com , obtém-se que:

(frequências de ressonância, duas extremidades fixas)

Sendo a frequência de ressonância para determinado . Toda a análise acima foi feita a partir de

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Animação representando o comportamento de uma


onda se propagando entre duas extremidades fixas,
em cada linha é apresentado uma harmônico
diferente. É possível comparar as duas colunas, na
direita há a ênfase no comportamento entre os nós e
na coluna da esquerda vê-se a modificação total do
modo de vibração em função da frequência do
harmônico.
Comportamento de ondas estacionárias com duas
extremidades fixas. Em vermelho, os nós; em azul,
os antinós. A figura apresenta os quatro primeiro observações de ondas estacionárias. Isso implica que a
harmônicos. Observe que: onda está sofrendo ressonância em tais configurações e,
portanto, a frequência dada será uma frequência de
ressonância. Observa-se que a menor frequência
possível para um determinado comprimento é dada
quando , ou seja:

Essa é a frequência ou modo fundamental do primeiro harmônico, . Ela ocorre quando a onda
estacionária formada tem apenas um antinó entre suas extremidades fixas. As seguintes frequências,
formadas são múltiplos inteiros de , pois:

Se estivermos tratando de uma corda, podemos relacionar os resultados acima com a equação ,
que expressa a velocidade de uma onda que propaga-se numa corda. Assim, apenas para cordas, obtemos:

[2][3]
(frequências de ressonância, ondas estacionárias em

cordas, duas extremidades fixas)

Em linguagem matemática, pode-se denotar a equação desse caso numa equação mais geral como:

(frequências de ressonância, duas extremidades fixas)

Duas extremidades livres

Nesse caso, vamos supor que a onda tratada é uma onda sonora que propaga-se no interior de um tubo de
comprimento . Mesmo que a onda seja longitudinal, o comprimento de onda também é a distância
entre duas cristas ou vales consecutivos. A análise, portanto, é semelhante.

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Assim como em uma corda, as ondas sonoras do interior de


um tubo possuem nós e antinós, e sofrem reflexões nas
extremidades. As extremidades abertas do tubo são como
extremidades livres de uma corda presa a um anel que
movimenta-se livremente. Uma onda na corda, ao propagar-se
até uma extremidade livre, tem deslocamento máximo na
extremidade em questão. Portanto, na extremidade livre, a
onda apresentará um antinó ao refletir-se: o mesmo ocorre em
tubos sonoros com uma extremidade aberta.

Para o caso de duas extremidades livres (e, portanto, um


antinó em cada extremidade), a situação mais simples possível
é a de um antinó em uma extremidade na parte superior e um
segundo antinó na outra extremidade na parte inferior. Nesse
caso, tem-se apenas um nó, no centro do tubo, e é verificável
que . Se o número de nós da onda
estacionária for aumentando, teremos as situações seguintes
em que , seguida por , e assim por diante.
Comportamento de ondas estacionárias com O processo continua indefinidamente, e obtém-se, da mesma
duas extremidades livres (abertas). Em forma que para duas extremidades fixas:
vermelho, os nós; em azul, os antinós. A
figura apresenta os quatro primeiro
harmônicos. Observe que:

Aplicando a equação acima, tem-se que, para tubos


sonoros com duas extremidades abertas,

(frequências de ressonância, duas extremidades livres)

Todas as frequências da série harmônica são múltiplos inteiros da frequência fundamental, dada por

Tem-se que a velocidade do som é dada pela equação , então é possível obter a relação, apenas
para tubos sonoros de duas extremidades abertas:

(frequências de ressonância, ondas sonoras, tubos de duas extremidades livres)

Numa equação mais geral, para esse caso, teremos:

(frequências de ressonância, duas extremidades livres)

Uma extremidade livre e uma extremidade fixa

Pelo que exposto no caso anterior, nesse caso, como uma das extremidades está fixa, nela, a onda
estacionária apresenta, necessariamente, um nó. Na extremidade livre ou aberta, ela deve apresentar,
necessariamente, um antinó.

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A configuração mais simples, para esse terceiro caso, é


a que, partindo-se do nó da onda, na extremidade fixa,
o próximo antinó seja justamente o da extremidade
livre. Nesse caso, verifica-se que . As
configurações seguintes, sempre respeitando o nó de
uma extremidade e o antinó de outra, teremos
, seguido de , , , e assim por
diante indefinidamente. Observa-se que o
comprimento de onda, nesse caso, é dado por:

A frequência de ressonância, portanto, será dada por:

(frequências de ressonância, uma extremidade fixa apenas)


Comportamento de ondas estacionárias com uma
Se quisermos expressar a relação entre uma frequência extremidade fixa e uma livre (aberta) . Em vermelho,
de ressonância qualquer e a frequência os nós; em azul, os antinós. A figura apresenta os
quatro primeiro harmônicos. Observe que:
fundamental que, nesse caso, é dada por ,

teremos:

Da mesma forma, se estivermos tratando de tubos sonoros com uma extremidade fixa, apenas, é possível
ter a relação:

(frequências de ressonância, ondas sonoras, tubos de uma extremidade fixa

apenas)

Para esses casos, temos que a equação pode ser expressa por:

(frequências de ressonância, uma extremidade fixa apenas)

Síntese das equações de harmônicos

Frequências de ressonância para duas extremidades

fixas ou duas extremidades livres.

Frequências de ressonância para uma extremidade

fixa.

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Relação entre uma frequência de ressonância qualquer e a frequência fundamental


, dada quando em qualquer caso. O número harmônico segue sempre as restrições aplicadas na
equação das frequências de ressonância dadas acima.

Harmônicos na música
Uma das áreas de estudo da teoria da música é a Harmonia,
que estuda as relações intervalares e as proporções dos
acordes, suas sucessões e as notas que os compõe.[6] A
física por trás dos harmônicos é apenas adaptada a termos
musicais na área da Harmonia. O conjunto de frequências,
, está relacionado a determinados sons na
escala, e é chamado de série harmônica. A importância
desse assunto à música é que, a partir dessa série, é possível Configuração típica de um som com uma
obter uma relação de intervalos e sons gerados a partir do frequência fundamental de 100 Hz.
som gerador, que é, justamente, a base para o estudo dos
acordes, do contratempo e, consequentemente, da
harmonia.

Por definição, som gerador é o som da frequência fundamental. Fisicamente, é o som da frequência , e
os próximos sons da série harmônica serão múltiplos inteiros dessa frequência. A esses próximos sons dá-
se o nome de sons harmônicos, sobretons ou sons concomitantes.

Não existe uma única série harmônica na música. É possível gerar uma série a partir de qualquer nota
musical. Geralmente são escolhidas as notas mais graves, de frequência menor, o que faz sentido, pois, ao
escolher uma nota de frequência baixa como som gerador, teremos uma grande gama de sons gerados a
partir dele, com frequências mais altas (múltiplos inteiros do primeiro som). Caso a frequência fosse
muito alta (som gerador muito agudo), os sons gerados por ela seriam de frequências ainda mais altas e,
possivelmente, já inaudíveis ao ouvido humano.

Exemplificação

Utilizando um piano, instrumento de grande extensão, como exemplo, temos que o som é gerado por
cordas vibrantes. Logo, as frequências são dadas por:

Percebe-se que, para um instrumento de cordas, a frequência do som depende não apenas do tamanho da
corda, mas também da tensão aplicada a ela e de sua massa específica linear. Em um piano, por exemplo,
as cordas têm diferentes comprimentos, diferentes tensões aplicadas nas extremidades e diferentes
espessuras, o que, consequentemente, fornece diferentes sons para cada corda ou conjunto de cordas
vibrantes. Entretanto, isso não influencia as notas musicais da série harmônica formada, como exposto a
seguir.

Se escolhermos o som gerador como o Lá-1 (utilizando a numeração internacional de oitavas[4]), a oitava
teclada branca de um piano moderno de 88 teclas, teremos uma frequência de 55  Hz. Para essa série
harmônica, o Lá-1, de 55 Hz[7], é o som gerador, de . Temos que:

Esse é o som gerador da série em questão. Como

teremos que os próximos elementos da série harmônica iniciada no Lá-1, independentemente se


estivermos tratando de cordas vibrantes ou tubos sonoros, serão dados por:

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A série acima foi até por convenção de


que 4180 Hz é a frequência, aproximada, do Dó7,
Visualização na pauta das primeiras notas da série a última tecla do piano. Abaixo, será
harmônica iniciada em , do Lá-1. Os números dos demonstrado que, a partir de certo ponto, os
harmônicos são obtidos dividindo as frequências da série intervalos entre os sons gerados começarão a ser
pela frequência do som gerador (nesse caso, 55 Hz). Isso sempre muito pequenos e que, se for muito
equivale a dizer que grande, a distância entre as notas musicais na
série será maior.

Analisando as frequências obtidas, para cada uma delas existe um som correspondente e, para eles, uma
nota musical. Ao conjunto de todas essas notas (ou sons) damos o nome de série harmônica. Nesse caso, a
série está representada na tabela abaixo.

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Harmônico ( ) Frequência ( ) Nota musical Intervalo Amostra de áudio

0:00 MENU
1 (fundamental) 55 Hz Lá-1 1ª justa

0:00 MENU
2 110 Hz Lá1 8ª justa

3 165 Hz Mi2 5ª justa

0:00 MENU
4 220 Hz Lá2 4ª justa

5 275 Hz Dó#3 3ª maior

6 330 Hz Mi3 3ª menor

7 385 Hz Sol3 3ª menor

0:00 MENU
8 440 Hz Lá3 2ª maior

19 1045 Hz Dó5 2ª menor

20 1100 Hz Ré 2ª menor

21 1155 Hz Ré5 2ª menor

22 1210 Hz - -

23 1265 Hz Mi -

24 1320 Hz Mi5 2ª menor

71 3905 Hz - -
72 3960 Hz Si6 -

73 4015 Hz - -
74 4070 Hz - -
75 4125 Hz - -
76 4180 Hz Dó7 -

Na tabela acima, os intervalos são dados entre a nota musical do harmônico anterior. Observa-se que,
quando é muito grande, a tendência é não existirem notas musicais para determinadas frequências. Por
volta de , isso já começa a ser aparente. Isso ocorre pois as notas musicais, com exceção do Lá, não
apresentam frequências inteiras, mas sim decimais; na tabela, estão aproximadas por valores cuja
diferença é imperceptível ao ouvido humano. Entretanto, ao passo em que vai crescendo, o erro
aumenta após se acumular por tantos ciclos e, consequentemente, as notas musicais passam a ser
aproximadamente encontradas em frequências cada vez mais esparsas.

Os intervalos, seguindo a tendência acima, também passarão a ficar cada vez menores. No início da série, é
visto que os intervalos são inteiros e bem definidos. Na medida em que aumenta, a série chega a um
ponto em que o intervalo entre duas frequências consecutivas é muito menor que uma 2ª menor. Esse
contexto está relacionado às comas pitagóricas e aos cents, intervalos muito pequenos de som. Um tom é
um intervalo de som correspondente a nove comas, enquanto um semitom é relativo a 100 cents.[5]

A frequência de 440 Hz, correspondente ao Lá3 da escala geral, é a frequência utilizada por músicos para
afinação dos instrumentos. Apesar de diferentes instrumentos terem diferentes timbres, a frequência de
determinada nota é igual para todos. O que diferencia o som gerado de um instrumento para outro é o
comportamento específico da onda estacionária por ele produzida.[1]

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Aplicação na análise intervalar da formação de acordes

Pelo motivo exposto acima, é conveniente, para trabalhar com a relação dos intervalos e das notas
musicais, analisar apenas os primeiros harmônicos. Analisando até o 9º harmônico, é possível ter as notas
de formação de alguns dos acordes consonantes e dissonantes.[5]

Formação de acordes a partir da série harmônica do Dó1. Outros acordes podem ser formados com os
próximos elementos da série. Os acordes formados por essa parte da série foram, respectivamente, da
esquerda para a direita: C, C7, C9, Edim, EØ, Gm.

Na imagem ao lado, ao analisar as notas da série harmônica do Dó1, chegamos às seguintes conclusões:[5]

A união do 4º, 5º e 6º harmônico forma o acorde perfeito maior, ou tríade maior; consonante.
A união do 6º, 7º e 9º harmônico forma o acorde perfeito menor, ou tríade menor; consonante.
A união do 5º, 6º e 7º harmônico forma a tríade diminuta; dissonante.
A união do 4º, 5º, 6º e 7º harmônico forma a tétrade do acorde de sétima da dominante; dissonante.
A união do 5º, 6º, 7º e 9º harmônico forma a tétrade meio-diminuta, ou acorde de sétima da sensível;
dissonante.
A união do 4º, 5º, 6º, 7º e 9º harmônico forma o acorde de nona maior com sétima menor; dissonante.

A partir disso, é possível analisar os próximos elementos da série e ter a formação de qualquer acorde e
sua relação intervalar. Com isso, nasce o estudo da Harmonia, dos intervalos e da formação dos acordes,
que é bastante ampla e complexa dentro da teoria musical moderna.

Ver também
Harmônica artificial Oscilador harmônico
Coma pitagórica
Intervalo (música) Senoide
Escala musical
Nó (ondulatória) Série harmônica (música)
Frequência fundamental
Onda Sobretom
Fundamental ausente
Onda estacionária Som
Harmonia (música)

Referências
1. Halliday, David; Resnick; Walker (2012). Fundamentals of Physics. 2 9 ed. [S.l.]: LTC. ISBN 978-85-
216-1904-8
2. Nussenzveig, Moysés (2014). Curso de Física Básica. 2 5 ed. [S.l.]: Blucher. ISBN 978-85-212-0747-4
3. Tipler, Paul (2009). Physics. For Scientists and Engineers. 1 6 ed. [S.l.: s.n.] ISBN 978-85-216-1710-5
4. Med, Bohumil (2012). Teoria da Música 4 ed. [S.l.]: Musimed. ISBN 978-85-709-2039-3
5. Mascarenhas, Mário; Cardoso, Belmira. Curso Completo de Teoria Musical e Solfejo. 2 2 ed. [S.l.]:
Irmãos Vitale. ISBN 857407098X
6. Schönberg, Arnold (2002). Marden Maluf, ed. Harmonia 1 ed. [S.l.]: Unesp. 580 páginas.
ISBN 8571393621

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7. «Frequencies of Musical Notes, A4 = 440 Hz» (http://www.phy.mtu.edu/~suits/notefreqs.html).


www.phy.mtu.edu. Consultado em 8 de novembro de 2015

Ligações externas
www.musica-e-acordes.com (http://www.musica-e-acordes.com/) Informação sobre distorção
harmônica e não harmônica em guitarras.
www.phy.mtu.edu/~suits/notefreqs.html (http://www.phy.mtu.edu/~suits/notefreqs.html) Tabela de
frequências das notas musicais (em inglês).
musicaeadoracao.com.br/recursos/imagens/tecnicos/teoria/harmonizacao_08.gif (http://musicaeadora
cao.com.br/recursos/imagens/tecnicos/teoria/harmonizacao_08.gif) Tabela simplificada de intervalos
musicais a partir de Dó.

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