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Escola de Frankfurt

Primeira corrente a pensar seriamente os meios de comunicação de


massa. Nascida sob o impacto da ascensão do nazi-fascismo na Europa
dos anos ‘20 e ‘30, procura entender o papel dos MCM no
fortalecimento dos regimes autoritários

Respostas buscadas pela Escola


de Frankfurt:
• Como a propaganda nazi conseguiu
manipular elementos sado-
masoquistas do inconsciente?
•Como os MCM passaram por cima
das agências socializadoras (na época
Famíla, Escola, Igreja)?
•O que tornou a propaganda nazi
moderna. Qual foi a sua novidade em
relação as formas de propaganda
tradicionais?
Max Horkheimer
Aproximação entre a sociologia da família, a
psicanálise feudiana a crítica do marxismo
ao sistema capitalista monopolista.
Da sociologia da família vai buscar as bases
da personalidade autoritária na
desestruturação da Família Patriarcal;
Da psicanálise freudiana, as relações entre o
mal-estar da civilização com a repressão dos
desejos, sadismo e masoquismo sociais e
Meios de Comunicação de Massas;
Do marxismo, a critica ao fetichismo da
mercadoria e a atualização da critica à
exploração da mais-valia
Theodor Adorno

Como sociólogo e, ao mesmo tempo,


músico (violinista) empreendeu uma
abordagem radical sobre a
mercantilização da arte pela “Indústria
Cultural”.
É dele a intuição mais radical sobre o
porquê do holocausto no nazi-fascismo:
antes de um acidente na história, foi a
consequência de uma história
“subterrânea” dos destinos dos impulsos
da natureza humana num mundo
“administrado” e sem “transcendência”.
Herbert Marcuse

Foi quem levou às últimas consequências a


crítica freudomarxista da sociedade. Nos
EUA suas idéias libertárias foram utilizadas
pelos movimentos jovens de Contra-
Cultura (hippies, Flower Power, beatniks)
nos anos 60, e Marcuse os apoiou
explicitamente.
Marcuse denuncia como a Indústria
Cultural, sob a aparência de libertar a
sexualidade e o desejo, os instrumentaliza e
domina sob o “Princípio do Desempenho”.
Contexto Histórico

 Impacto da transmissão radiofônica


“Guerra dos Mundos”
 A Revolução Russa de 1917 gera
uma onda de otimismo no meio
político de Esquerda na Europa
 Ascensão do nazi-fascismo por toda
Europa com o apoio dos MCM
enterra a esperança revolucionária
de Esquerda
 A hiperinflação pós-guerra (I Guerra
Mundial) cria um clima de
pessimismo político
Ditadores tornam-
tornam-se celebridades midiáticas
Fundamentos da Teoria Crítica

 Karl Marx

 Sigmund Freud
Fetichismo da Mercadoria
 Fetichismo: essência do
pensamento mítico, mágico
e religioso. O homem cria
um produto. Este passa a
adquirir vida própria
(assume alguma qualidade
sobrenatural) e passa a
dominar o próprio criador
Fundamentos da Escola de Frankfurt
 Karl Marx – fetichismo da mercadoria e a estética da mercadoria:
o capitalismo mantém o pensamento mágico e religioso através
da mercadoria e o dinheiro
– O fetichismo da mercadoria surge a partir de uma contradição de
interesses na troca mercantil mediada pela moeda: valor de uso
(consumidor) e valor de troca (capital)

– Motivado pelo valor de troca, a mercadoria passa a adquirir


qualidades humanas para maximizar as vendas
– Além disso, essas qualidades humanas tornam-se abstratas
(fantasias), ou seja, prometem mais do que podem cumprir
– As qualidades humanas somente são realizadas em ambiências,
cenografias ou espaços estereotipados. Trazida para a realidade, a
mercadoria frustra
– Os investimentos na estética são tão vultosos que a própria técnica
da produção da mercadoria passa a ser um fetiche. Ex.: a
publicidade e o marketing auto-referenciais
Publicidade promotora de valores de uso
Fase intermediária: os grandes feitos individuais deslocados
da esfera do trabalho para a esfera midiática
A ascendência dos valores simbólicos na publicidade
Conclusões
 A propaganda nazista era essencialmente fetichista (religiosa)
ao investir de poderes humanos ou supra-humanos objetos,
símbolos, roupas etc.
Conclusões
 Ao deslocar as pessoas
conhecidas e admiradas
da esfera do trabalho para
a midiática, cria-se a
celebridade fetiche, ou
seja, famosas não pelo o
que realizaram mas pela
exposição midiática.
Conclusões
 Em consequência, a
sociedade de consumo
pós-guerra guarda, na
sua essência, o
fetichismo religioso
iniciado pela
propaganda nazista.
Marcas e Objetos
passam a ter uma
natureza religiosa,
investida de poderes
humanos e mágicos de
transformação
Base da Teoria da Comunicação de Massas:
desestruturação da família patriarcal
 Características da Família patriarcal:
– Família “pequeno-burguesa”
– Presença do ego-ideal paterno
– Autonomia: família produtora dos seus próprios itens de
consumo
– Ambiguidade: instituição repressiva e, ao mesmo tempo,
formadora de indivíduos “livres” – separação do ego
individual diante do mundo público (mercado e relações
formais)
 Crise e o surgimento da família nuclear
– Crise econômica leva à proletarização dos pais
– O ego-ideal paterno substituído pelos meios de comunicação
– Constituição de egos frágeis, muito cedo expostos ao mundo
público e sem resistências (autonomia e pensamento crítico –
“alter-dirigidos”).
Ego-ideal e
Ego-
Meios de Comunicação de Massas
“Correia de
Transmissão” Chefe
A busca de egos-
Füher
ideais nos MCM leva Pai
ao autoritarismo
difuso na sociedade Mãe
(fascismo)
Relação de amor e
ódio com os egos-
ideiais dos MCM Filhos
Ausência dos pais no imaginário infantil
INDÚSTRIA CULTURAL
Nos anos 30 percebe-se o início do processo de
concentração midiática. As mídias deixam de existir de
forma independente para concentrar-se em grandes
grupos, num processo de alto investimento de capital e
alinhamentos dos veículos em uma “cross mídia”
INDÚSTRIA CULTURAL
1. Perda da independência editorial

O conteúdo das mídias é


ideologicamente alinhado aos
interesses econômicos e políticos do
conglomerado como um todo.

2. Padronização das linguagens

A linguagens das mídias dentro do


conglomerado sofre um processo de
homogeneização e padronização
industriais

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