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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO – UFOP

Instituto de Ciência Exatas e Biológicas – ICEB

Departamento de Química –DEQUI

Curso: Química Industrial Semestre: 2020/1

Disciplina: Físico Química Experimental II - QUI 231

Professor: Dr. Gabriel Max Dias Ferreira

Aluno: Fábio Júnio Pereira Matrícula: 16.2.4318

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PRÁTICA 2: OBTENÇÃO DO DIAGRAMA EUTÉTICO DE UMA MISTURA BINÁRIA.

1. RESULTADOS

Os tubos numerados (1 - 7) que foram utilizados para a determinação da


temperatura de resfriamento de acordo com o tempo são apresentados na
Tabela 1 abaixo, com os valores de massa de cada um dos
componentes´presentes na mistura :

Tabela 1: Valores das massas dos componentes na mistura.

TUBO massa de naftaleno/ g massa de difenilamina/ g

1 5,00 0,00

2 5,00 1,65

3 2,50 2,20

4 2,50 4,95

5 1,00 5,30

6 0,50 5,00

7 0,00 5,00
Com os valores de massa de cada um dos componentes na mistura podemos
calcular os valores de fração molar de cada um dos componentes na mistura,
dada que a massa molar do naftaleno (C10H8) é MM: 128,7 g/mol e a massa
molar da difenilamina (C12H11N) é MM: 169,2 g/mol. A Equação 1 fornece
o número de mols de cada um dos componentes na mistura e a Equação 2
fornece a fração molar de cada um dos componentes na mistura. Veja o
exemplo referente ao cálculo do Tubo 1.

𝑚 (𝑔)
𝑛° 𝑚𝑜𝑙 = 𝑀𝑀
Equação 1

onde: m (g) = massa do componente na mistura do componente;

MM: massa molar do componente.

5,00 𝑔
𝑛° 𝑚𝑜𝑙 (𝑛𝑎𝑓𝑡𝑎𝑙𝑒𝑛𝑜) = 𝑔 = 0, 0391 𝑚𝑜𝑙
128,2 𝑚𝑜𝑙

0,00 𝑔
𝑛° 𝑚𝑜𝑙 (𝑑𝑖𝑓𝑒𝑛𝑖𝑙𝑎𝑚𝑖𝑛𝑎) = 𝑔 = 0,00
169,2 𝑚𝑜𝑙

𝑛° 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑋 = 𝑛° 𝑚𝑜𝑙 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
Equação 2

onde: X = fração molar do componente

n° mol total é (n° mol de nafataleno + n° mol de difenilamina)

0,0391 𝑚𝑜𝑙
𝑋 𝑛𝑎𝑓𝑡𝑎𝑙𝑒𝑛𝑜
= (0,0391 + 0,00) 𝑚𝑜𝑙
= 1,00

0,00
𝑋 𝑑𝑖𝑓𝑒𝑛𝑖𝑙𝑎𝑚𝑖𝑛𝑎
= (0,0391 + 0,00) 𝑚𝑜𝑙
= 0, 00

Calculando os valores chegamos ao resultado que é apresentado na Tabela 2,


onde é apresentado o número de mol de cada um dos componentes em cada
tubo, juntamente com sua fração molar.
Tabela 2: Número de mols e fração molar de cada componente nas misturas.

n° mol X

TUBO naftaleno difenilamina naftaleno difenilamina

1 0,0391 0,00 1,00 0,00

2 0,0391 0,00975 0,800 0,200

3 0,0195 0,0130 0,600 0,400

4 0,0195 0,0293 0,400 0,600

5 0,00780 0,0313 0,200 0,800

6 0,00390 0,0296 0,116 0,884

7 0,00 0,0296 0,00 1,00

A tabela que apresenta os resultados referentes às temperaturas de


resfriamento e solidificação do sistema é apresentada no Roteiro 4 de aulas
práticas. Com os valores encontrados foi possível traçar os gráficos de
resfriamento para cada um dos tubos, estes Gráficos(1 - 7) são apresentados
abaixo.
Com as curvas de resfriamento obtidas é possível encontrar temperaturas de
solidificação e temperatura eutética das soluções. Essas temperaturas são
apresentadas na Tabela 3 apresentada.

TUBO X Início de Temperatura


𝑛𝑎𝑓𝑡𝑎𝑙𝑒𝑛𝑜
solidificação ( eutética (°C)
°C)

1 1,00 77,5 --------------------

2 0,800 67 30

3 0,600 50,75 31,25

4 0,400 não verificado 31,25

5 0,200 42,5 32
6 0,116 54 32

7 0,00 não verificado --------------------

Os dados obtidos permitiram construir o diagrama eutético em função das


temperaturas e fração molar do naftaleno. Sendo que a temperatura eutética foi
determinada pelas médias aritméticas das temperaturas eutéticas encontradas
em cada fração molar de naftaleno sendo igual a 31,3 °C. Veja o Gráfico 8.

2. DISCUSSÕES

O estudo da solubilidade entre naftaleno e difenilamina se dá devido a essas


substâncias serem imiscíveis quando encontradas no seu estado sólido e
completamente miscíveis quando no estado líquido. Para a construção da
curva de resfriamento dessas substâncias se aquece a mistura até uma
temperatura onde todos os componentes se encontram em fase líquida e depois
acompanha os pontos onde inicia-se a solidificação de um dos componentes e
o ponto onde se inicia a solidificação dos dois componentes. Podemos
observar no Gráfico 1 onde tem-se a presença apenas de naftaleno que o ponto
de solidificação desse componente se dá na temperatura de 77,5 °C, isso
porque processos de mudança de fase em componentes puros ocorrem a
temperatura constante em uma faixa de tempo, o que causa uma
descontinuidade no gráfico que permite identificar esse ponto. Na literatura
encontramos um valor de aproximadamente 80 °C para a solidificação do
naftaleno, o que sugere que a experimentação contém um desvio que pode ser
associado a diferença de gradiente de temperatura em torno de todo o tubo e
erros de observação e cronometragem do operador. Esses erros podem ser
tomados como base para posteriores análises futuras. No Gráfico 7, onde
existe apenas a presença de difenilamina não foi possível fazer a análise de
temperatura de solidificação da substância devido ao gráfico apresentar muitas
irregularidades, onde os pontos não constroem uma curva bem definida,
novamente, os erros mencionados, relacionados a experimentação estão
associados.

As curvas de resfriamento obtidas no Gráfico 2 e no Gráfico 6, onde a fração


molar do naftaleno é respectivamente 0,800 e 0,116, serão utilizadas para
análise neste relatório. Observando esses gráficos, vemos que a curva de
resfriamento não é contínua, apresentando pontos onde em determinado
espaço de tempo, a temperatura se mantém constante. Isso acontece devido ao
processo de solidificação ser um processo exotérmico, então, a medida que
ocorre a diminuição da temperatura, a formação do sólido eleva a temperatura
devido a formação de interações intermoleculares entre o sólido e com isso a
taxa de variação de temperatura se mantém constante em certo intervalo de
tempo.

A primeira mudança na curva refere-se ao início de solidificação de uma


substância, enquanto que a segunda mudança na curva refere -se ao ponto de
início de solidificação da segunda substância. O intervalo entre esses dois
espaços de mudança ocorre a solidificação da primeira substância em
equilíbrio com sua fase líquida e a substância que se encontra em fase líquida
apenas.

No ponto eutético, neste caso em temperatura igual a 31,3 °C, as duas


substâncias solidificam juntas, não foi possível encontrar a composição da
mistura no ponto eutético por meio das análises feitas.

Observando os pontos presentes no Gráfico 8, que se refere a curva eutética. O


ponto A, acima da curva, onde tem-se altas temperaturas, refere-se ao ponto
onde encontram-se naftaleno e difenilamina no estado líquido. No ponto B
tem-se a presença de naftaleno sólido e líquido e difenilamino líquido, é uma
região de equilíbrio de duas fases. No ponto C tem-se difenilamino no estado
sólido e líquido e naftaleno no estado líquido. E no ponto D os dois
componentes do sistema, naftaleno e difenilamina estão em estado sólido. O
que determina qual dos componentes irá solidificar primeiro é a composição
do sistema, quando naftaleno se encontra em maior quantidade esse é dito
solvente e portanto precipita primeiro e quando a difenilamina encontra-se em
maior quantidade ela precipita primeiro.

Fazendo a análise do ponto onde a fração molar de naftaleno é 0,700 e a


temperatura é 35 °C vemos que este se encontra em uma região de duas fases,
onde tem-se naftaleno sólido em equilíbrio com uma mistura de naftaleno e
difenilamina líquido. No ponto em que a fração molar do naftaleno é 0,300 e a
temperatura é 35 °C tem-se que a difenilamina encontra-se sólida em
equilíbrio com uma mistura de difenilamina e naftaleno.

Podemos calcular os Graus de Liberdade (F) em cada região e determinar o


número de variáveis que determinam o estado de equilíbrio, por meio da
equação 3, sendo que essa equação pode ser usada uma vez que a pressão se
mantém constante durante todo o processo.

𝐹 = 𝐶 − 𝑃 + 1 Equação 3

Onde: C: número de componentes no sistema;

P: número de fases em equilíbrio.

Para a região A e D que são de uma única fase tem-se:

𝐹 = 2 − 1 + 1 = 2

Para a região B e C que são constituídas de duas fases tem-se:

𝐹 = 2 − 2 + 1 = 1

Então nas áreas A e D, duas propriedades termodinâmicas definem o estado de


equilíbrio do sistema e nas áreas B e C uma propriedade termodinâmica. Na
região onde se encontra um sistema monofásico (região A e D) as
propriedades que definem o estado de equilíbrio são temperatura e a
composição de um dos componentes no sistema, e na região onde se encontra
o sistema bifásico (região B e C) a propriedade que definem o estado de
equilíbrio é a temperatura.

3. CONCLUSÕES

As curvas de resfriamento das substâncias é uma ferramenta importante para a


construção do diagrama eutético. Pode ser obtido experimentalmente
observando os pontos de solidificação dos componentes na mistura e os pontos
podem ser visualizados uma vez que o processo de solidificação é exotérmico
e mantém-se a uma taxa de temperatura constante em um certo período de
tempo.
As curvas obtidas não foram satisfatórias, o que pode ser associado a erros
operacionais e devido ao gradiente de temperatura ao longo do tubo de ensaio.

Contudo foi possível construir a curva eutética e fazer algumas análises do


resultado obtido. Por exemplo a análise de um ponto onde encontra-se um
componente em determinada fração molar e temperatura e seu estado de
equilíbrio naquele ponto, assim como a consideração de quantas propriedades
termodinâmicas definem o estado de equilíbrio em cada região.

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