Pressupostos de existência processual

Aqui estão os elementos mínimos sem os quais não é sequer possível dizer que existe uma
relação jurídica processual. A saber, são três: presença do órgão jurisdicional, presença do
autor e presença do réu. 

Subjetivos

Sujeitos do processo (sujeitos parciais do processo, autor e réu). Quem pode figurar como
autor e réu no processo? Quem pode ser parte? Nascituro, pessoa natural, pessoa jurídica e os
entes despersonalizados (espólio, massa falida, condomínio, não tem personalidade jurídica,
mas possui personalidade judiciária).

Órgão investido de jurisdição: deve haver um julgador – respeitado o princípio da investidura e

juiz natural.

Objetivos

Demanda (entendida como ato de pedir)

Elementos da demanda (requisitos para apreciação do mérito)

Partes

Causa de pedir: remota (narrativa dos fatos) e próxima (fundamentos jurídicos dos pedidos).

Pedido: solução jurídica proposta pelo autor. Pode ser imediato (é a resposta jurisdicional,
tutela jurisdicional prestada/ exemplo: condenar o réu a pagar danos morais) mediato (bem da
vida, isto é a realização do pagamento de x). No pedido imediato, o autor pede ao juiz para
condenar ao réu a pagar e no pedido mediato ele solicita o efetivo pagamento.

Observação: é importante saber os elementos da demanda para verificar se houve

litispendência (mesmas partes, causa de pedir e pedido, isto é, demandas idênticas em curso).

Condições da ação (analisa-se antes de partir para análise do mérito).

Tratam-se, ainda, de pressupostos processuais (relativos ao juízo de admissibilidade da ação),

sem os quais o juiz não poderá decidir o mérito. Em caso de ausência de qualquer uma
das condições da ação, teremos a carência da ação, causa de extinção do processo sem
julgamento de mérito (art. 267, VI, CPC/73).

Caso falte condições da ação, se possível, o juiz dará a oportunidade para as partes de corrigir
o vício. Não sendo viável, será proferida uma sentença terminativa sem resolução de mérito).

Teoria eclética de Liebman – adotada pelo CPC

São condições da ação

1- Legitimidade AD CAUSAM: pertinência subjetiva para ação/demanda

2- Interesse de agir: necessidade/utilidade

Observação: possibilidade jurídica do pedido é analisada no mérito, portanto, não é condição

da ação.
Teoria da asserção (adota pelo STJ)

Detectada a ausência de condições da ação no juízo de admissibilidade, teremos uma sentença

terminativa (sentença sem resolução de mérito) – art. 485 CPC.

Percebida a ausência de condições da ação após o contraditório/dilação probatória o caso será

de improcedência (sentença com resolução de mérito).

Requisitos de validade processual

Presentes os pressupostos processuais de existência, passa-se à análise dos pressupostos

processuais de validade, que também se subdividem em subjetivos e objetivos.

Subjetivos

Partes e juiz.

As partes, para atuar no procedimento, devem ter:

Capacidade processual (legitimatio ad procesum): trata-se de capacidade de exercício, de

poder formular uma pretensão e se defender. Embora um absolutamente ou relativamente
incapaz possa ser parte no processo, este não pode estar em juízo, necessitando, portanto, de
um assistente ou representante, respectivamente, para poder ajuizar a ação.

Artigos pertinentes:

CPC - Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para
estar em juízo.

Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na
forma da lei. = REPRESENTAÇÃO E ASSISTÊNCIA

Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao: = CURADOR ESPECIAL – DEFENSORIA PÚBLICA I -
incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele,
enquanto durar a incapacidade; II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou
com hora certa, enquanto não for constituído advogado. Parágrafo único. A curatela especial
será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei.

Capacidade postulatória: capacidade específica (técnica) para instaurar o procedimento

(geralmente pertencente aos advogados)