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Relatório Balança Magnética – Lei de Ampére e Força

de Lorentz

Bruno Gabriel Fernandes Alves¹, Lucas Andrade Cordeiro², Luiz Pedro Araújo De
Mello Nunes³, Marcelo Augusto Monte Duarte e Silva⁴ e Mariana Mendonça de
Oliveira⁵

Física Experimental 2 – TURMA C


Universidade Federal de Uberlândia

¹E-mail Bruno Gabriel Fernandes Alves: bruno.gabriel@ufu.br


²E-mail Lucas Andrade Cordeiro: lucas.cordeiro1@ufu.br
³E-mail Luiz Pedro Araújo de Mello Nunes: luiz.nunes@ufu.br
⁴E-mail Marcelo Augusto Monte Duarte e Silva: marcelo.e@ufu.br
⁵E-mail Mariana Mendonça de Oliveira: marianamenoli@ufu.br

Resumo: O experimento teve como objetivo através do cálculo das massas para diferentes
valores de corrente, encontrar a força de Lorentz à uma determinada corrente aplicada
em cargas transportadoras em um segmento de fio. Para o comprimento de 25mm foram
encontrados os valores de K = 2,0 ± 0,1 e 𝑛 = 0,98 ± 0,03, e assim a equação para
definir a força de 𝐹 = ( 2,0 ± 0,1 ) . 𝑖 0,98 ±0,03 ; e para o comprimento de 50mm foram
encontrados os valores de K = 8,2 ± 0,2 e 𝑛 = 1,09 ± 0,01, e assim a equação
encontrada foi 𝐹 = ( 8,2 ± 0,2 ) . 𝑖 1,09 ±0,01. Conclui-se com esse experimento e com sua
análise, que a força de Lorentz pode ser determinada, após transformações e
equivalências, a partir da massa de um fio em que se sabe a corrente elétrica que passa
por esse fio.

Palavras chave: Variação Massa, Lorentz, Corrente, Balança Magnética


Resultados e Discussões

Para a realização deste experimento, observou-se os dados coletados de massa em


função da variação da corrente elétrica em uma balança magnética. A partir do valor de
corrente inicial igual a zero, temos o valor da massa do sistema sem a variação de corrente.

Logo após o início do experimento, percebe-se que a passagem de corrente elétrica


cria uma força magnética que atua contra o sistema e resulta em um novo valor de massa,
consequentemente, maior que o valor inicial de massa para o sistema e assim montou-se
a tabela de dados.

Na primeira montagem, tendo L= 25mm obtemos a tabela 1:

Tabela 1: Dados fornecidos e seus erros.

i (mA) Δi m (g) Δm
0.0 0.1 20.36 0.01
0.5 0.1 20.45 0.01
1.0 0.1 20.60 0.01
1.5 0.1 20.73 0.01
2.0 0.1 20.83 0.01
2.5 0.1 20.97 0.01
3.0 0.1 21.05 0.01

Passando as medidas para o Sistema internacional de unidades, obtemos a tabela


2, os novos erros foram calculados através da fórmula abaixo,

𝑑 (1)
∆𝑖 = √(𝑑𝑖 (𝑖 ∗ 10−3 )) ² ∗ (∆𝑖)²

∆𝑖 = 0.0001

(2)
𝑑
∆𝑚 = √( (𝑚 ∗ 10−3 )) ² ∗ (∆𝑚)²
𝑑𝑚

∆𝑚 = 0.00001
Tabela 2: Dados fornecidos e seus erros no SI.

i (A) Δi m (kg) Δm
0.0000 0.0001 0.02036 0.00001
0.0005 0.0001 0.02045 0.00001
0.0010 0.0001 0.02060 0.00001
0.0015 0.0001 0.02073 0.00001
0.0020 0.0001 0.02083 0.00001
0.0025 0.0001 0.02097 0.00001
0.0030 0.0001 0.02105 0.00001

Quando aplicamos uma corrente na espira surge um campo magnético que se soma
ao outro campo permanente (imã fixo), e haverá a presença da Força de Lorentz essa
força irá atuar ou a favor ou contra a força gravitacional que puxa a espira, quando isso
acontece, o valor de massa dado pela balança irá variar, essa variação é a Força de
Lorentz.

Usamos o valor da variação, pois estamos interessados no valor de massa após a


passagem da corrente. Portanto, essa variação seria o valor da massa da espira menos o
valor de massa medido na balança após a passagem da corrente.

Erro da variação da massa,

∆𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎

2 2 (3)
𝑑 2 𝑑 2
= √( (𝑚(𝑔) − 𝑚(𝑘𝑔)) ∗ (∆𝑚(𝑔)) + ( (𝑚(𝑔) − 𝑚(𝑘𝑔)) ∗ (∆𝑚(𝑘𝑔))
𝑑𝑚(𝑔) 𝑑𝑚(𝑘𝑔)

∆𝒗𝒂𝒓𝒊𝒂çã𝒐 𝒅𝒂 𝒎𝒂𝒔𝒔𝒂 = 𝟎. 𝟎𝟎𝟎𝟎𝟏

Tabela 3: variação da massa.

Variação de massa (kg) Δ Variação de massa


0.00009 0.00001
0.00024 0.00001
0.00037 0.00001
0.00047 0.00001
0.00061 0.00001
0.00069 0.00001
Pela segunda lei de Newton,

𝑭 = 𝒎. 𝒂 (4)
A aceleração sofrida pelo sistema, é a aceleração da gravidade, utilizando o valor
da gravidade sendo 𝒈 = 𝟗, 𝟖𝟏 𝒎/𝒔² obtemos a tabela 4:

Erro de F,

∆𝐹 =
𝑑 2
√( ∗ (𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑠𝑎 ∗ 𝑔) ∗ (∆𝑑𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎)2 (5)
𝑑𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎

∆𝑭 = 𝟎. 𝟎𝟎𝟎𝟏

Tabela 4: Força e seu erro.

F(N) ΔF
0.0009 0.0001
0.0024 0.0001
0.0036 0.0001
0.0046 0.0001
0.0060 0.0001
0.0068 0.0001

Temos a equação generalizada,

𝑭 = 𝒌 ∗ 𝒊𝒏 (6)

Aplicando o logaritmo natural,

ln(𝐹) = ln(𝑘) + 𝑛 ∗ ln (𝑖) (7)

𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏 (8)

𝑦 = ln(𝐹) ; 𝑏 = ln(𝑘) ; 𝑎 = 𝑛; 𝑥 = ln (𝑖)

Temos então, a tabela 5


Antes utilizando a equação abaixo encontramos o erro do ln,

𝜕𝑥 2 ∆𝑖
∆ ln 𝑖 = √( ) (∆𝑖)2 = | | (9)
𝜕𝑦 𝑖

𝜕𝑦 2 ∆𝐹

∆ ln 𝐹 = ( ) (∆𝐹)2 = | | (10)
𝜕𝑥 𝐹

Para a construção da tabela 5, foram ignorados os primeiros valores da tabela 2,


já que para os valores iniciais de corrente igual a 0, não existe força magnética no
sistema, sendo assim, foram desconsiderados para a análise dos dados linearizados.
Tabela 5: ln(i), ln(F) e seus erros.

Ln(i) Δln(i) ln(F) Δln(F)


-7.6 0.2 -7.0 0.1
-6.9 0.1 -6.05 0.04
-6.5 0.1 -5.62 0.03
-6.2 0.1 -5.38 0.02
-5.99 0.04 -5.12 0.02
-5.81 0.03 -5.00 0.01

Tendo os dados linearizados, conseguimos obter o gráfico da figura 1:

Figura 1: Gráfico do ln(F) em função do ln (i).


Com a linearização, conseguimos obter os coeficientes angulares e lineares utilizando o
software SciDAVIs, o mesmo que foi utilizado para obter o gráfico da figura 1.

Sendo,

𝑏 = 0.691326171492864 ± 0.154886084387783

𝑘 = 𝑒𝑏

𝑘 = 1.996361296

Erro de k,

2
𝑑𝑒 𝑏
𝜎𝑘 = √( 𝑑𝑏 ) . (∆𝑏)2 (11)

𝜎𝑘 = √(1.996361296)2 . (0.154886084387783)2

𝜎𝑘 = 0,107076804

Temos,

𝑛 = 0.977646577279777 ± 0.0258199297998587

Dessa forma obtemos a equação 1,

𝑭 = ( 𝟐, 𝟎 ± 𝟎, 𝟏 ) . 𝒊𝟎,𝟗𝟖 ±𝟎,𝟎𝟑 (12)

Nesse sentido, obtivemos como resultado para a placa de 25mm uma Força de
Lorentz dada pela equação 𝑭 = ( 𝟐, 𝟎 ± 𝟎, 𝟏 ) . 𝒊𝟎,𝟗𝟖 ±𝟎,𝟎𝟑
Na segunda montagem, tendo L= 50mm obtemos a tabela 6:

Tabela 6: Dados fornecidos e seus erros.

i (mA) Δi m (g) Δm
0 0,1 32,35 0,01
0,5 0,1 32,54 0,01
1 0,1 32,8 0,01
1,5 0,1 33,03 0,01
2 0,1 33,3 0,01
2,5 0,1 33,53 0,01
3 0,1 33,8 0,01

Passando as medidas para o Sistema internacional de unidades, obtemos a tabela


7, os novos erros foram calculados através da fórmula abaixo,

𝑑 (1)
∆𝑖 = √(𝑑𝑖 (𝑖 ∗ 10−3 )) ² ∗ (∆𝑖)²

∆𝒊 = 𝟎. 𝟎𝟎𝟏

(2)
𝑑
∆𝑚 = √( (𝑚 ∗ 10−3 )) ² ∗ (∆𝑚)²
𝑑𝑚

∆𝒎 = 𝟎. 𝟎𝟎𝟎𝟎𝟏
Tabela 7: Dados fornecidos e seus erros no SI.

i (A) Δi m (Kg) Δm
0 0,0001 0,03235 0,00001
0,0005 0,0001 0,03254 0,00001
0,0010 0,0001 0,03280 0,00001
0,0015 0,0001 0,03303 0,00001
0,0020 0,0001 0,03330 0,00001
0,0025 0,0001 0,03353 0,00001
0,0030 0,0001 0,03380 0,00001

Analogamente ao primeiro experimento, utilizamos o valor da variação de massa,


pois estamos interessados no valor de massa após a pesagem da corrente. Portanto, essa
variação seria o valor da massa da espira menos o valor de massa medido na balança após
a passagem da corrente.

Erro da variação da massa,

∆𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎

2 2 (3)
𝑑 2 𝑑 2
= √( (𝑚(𝑔) − 𝑚(𝑘𝑔)) ∗ (∆𝑚(𝑔)) + ( (𝑚(𝑔) − 𝑚(𝑘𝑔)) ∗ (∆𝑚(𝑘𝑔))
𝑑𝑚(𝑔) 𝑑𝑚(𝑘𝑔)

∆𝒗𝒂𝒓𝒊𝒂çã𝒐 𝒅𝒂 𝒎𝒂𝒔𝒔𝒂 = 𝟎. 𝟎𝟎𝟎𝟎𝟏

Tabela 8: variação da massa.


Variação de Massa Δ Variação de
(Kg) Massa
0,00019 0,00001
0,00045 0,00001
0,00068 0,00001
0,00095 0,00001
0,00118 0,00001
0,00145 0,00001

Pela segunda lei de Newton,

𝑭 = 𝒎. 𝒂 (4)
A aceleração sofrida pelo sistema, é a aceleração da gravidade, utilizando o valor
da gravidade sendo 𝒈 = 𝟗, 𝟖𝟏 𝒎/𝒔² obtemos a tabela 9:

Erro de F,

𝑑 2
∆𝐹 = √(𝑑𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 ∗ (𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑠𝑎 ∗ 𝑔) ∗ (∆𝑑𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎)2
(5)

∆𝑭 = 𝟎. 𝟎𝟎𝟎𝟏
Tabela 9: Força e seu erro.

F (N) ΔF
0,0019 0,0001
0,0044 0,0001
0,0067 0,0001
0,0093 0,0001
0,0116 0,0001
0,0142 0,0001

Analogamente ao primeiro experimento, foi utilizada a mesma equação


generalizada

𝑭 = 𝒌 ∗ 𝒊𝒏 (6)
Sendo assim, após linearizar tal equação temos que:

ln(𝐹) = ln(𝑘) + 𝑛 ∗ ln (𝑖) (7)

𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏 (8)

𝑦 = ln(𝐹) ; 𝑏 = ln(𝑘) ; 𝑎 = 𝑛; 𝑥 = ln (𝑖)

Para a construção da tabela 10, foram ignorados os primeiros valores da tabela


7, já que para os valores iniciais de corrente igual a 0, não existe força magnética no
sistema, sendo assim, foram desconsiderados para análise dos dados linearizados.

Assim, linearizando os dados de F (N) e i (A), e utilizando as equações (9) e (10)


encontramos o erro do ln e, com esses dados, temos então a tabela 10.

Tabela 10: Ln F, Ln i e seus erros.

Ln (i) Δ Ln (i) Ln (F) Δ Ln (F)


-7,6 0,2 -6,29 0,05
-6,9 0,1 -5,42 0,02
-6,5 0,1 -5,01 0,01
-6,2 0,1 -4,68 0,01
-5,99 0,04 -4,46 0,01
-5,81 0,03 -4,25 0,01

Tendo os dados linearizados, conseguimos obter o gráfico da figura 2:


Figura 2: Gráfico do ln(F) em função do ln (i).

Com o a linearização, conseguimos obter os coeficientes angulares e lineares


utilizando o software SciDAVIs, o mesmo que foi utilizado para obter o gráfico da figura
2.

Sendo,
𝑏 = 2,09849507266062 ± 0,0888366457614748
𝑘 = 𝑒𝑏
𝑘 = 8,153889663
2
𝑑𝑒 𝑏
𝜎𝑘 = √( 𝑑𝑏 ) . (∆𝑏)2 (11)

Erro de k,

𝜎𝑘 = √(−5,18385398581066)2 . (0,19610590220294)2 =

𝜎𝑘 = 0,186423263

Temos,
𝑛 = 1,09348802675239 ± 0,0143445272458694

Dessa forma obtemos a equação 2,

𝑭 = ( 𝟖. 𝟐 ± 𝟎. 𝟐 ) . 𝒊𝟏.𝟎𝟗 ±𝟎.𝟎𝟏 (13)

Nesse sentido, obtivemos como resultado para a placa de 50mm uma Força de
Lorentz dada pela equação 𝑭 = ( 𝟖. 𝟐 ± 𝟎. 𝟐 ) . 𝒊𝟏.𝟎𝟗 ±𝟎.𝟎𝟏 .

Análise criteriosa de “K” e “n”

É notório que a força magnética só existe devido à presença de um campo


magnético. Dessa forma, a partir dos resultados obtidos no experimento, pode-se concluir
que, dentro dos valores de K obtidos, estão embutidos os valores do campo magnético e
do comprimento do fio, uma vez que, com o aumento do comprimento do fio, o valor de
K aumenta.

Ademais, o valor de n é a constante de proporcionalidade entre as grandezas, por


ser muito próximo de 1, ela configura uma relação linear entre a Força de Lorentz e a
corrente aplicada.

Conclusão

O experimento permite calcular a Força de Lorentz em função da variação da


massa, essa variação foi possível ser encontrada variando-se a corrente para duas placas
de tamanhos diferentes, de comprimento 25mm e 50mm, assim como abordado nos
tópicos anteriores.

Percebe-se que existe uma dependência entre a corrente e a força de Lorentz, pois
a passagem de corrente cria um campo magnético e a relação entre essas duas grandezas
é proporcionalmente linear.

Conclui-se então que a demonstração da Força de Lorentz é fundamental para


entender o funcionamento da indução magnética e a relação da corrente elétrica com o
campo magnético. Para cada placa obteve-se dados diferentes, visto que tinham tamanhos
diferentes, porém o comportamento de ambas foi similar.

Referências

[1] HALLIDAY, D., Resnick, R., Walker, J., 2016, Fundamentos de Física, LTC,
v. 3, 4a Ed, Brasil.

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