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Ensino Fundamental - Anos Finais

LIVRO DO
OITAVO ANO PROFESSOR

1
Volume

C O
O V
C SI

Grupos 1, 2 e 3
O U
N L
SI XC
EN O E

LÍNGUA PORTUGUESA
D US
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER
AT
M

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EDITORIAL

SISTEMA COC DE ENSINO

Vice-presidência de Educação Juliano de Melo Costa


Gerência editorial de portfólio de Educação Básica e Ensino Superior Alexandre Ferreira Mattioli
Gerência de produtos editoriais Matheus Caldeira Sisdeli
Gerência de design Cleber Figueira Carvalho

C O
Coordenação editorial Felipe A. Ribeiro

O V
Coordenação de design Diogo Mecabô
Autoria Fábia Alvim

C SI
Editoria responsável Erika Akime Tawada Boldrin
Editoria pedagógica Anita Adas

O U
Editoria de conteúdo Daniela Paula de Melo Longo, Miriam Margarida Grisolia,

N L
Thalita Andrade
Controle de produção editorial Lidiane Alves Ribeiro de Almeida

SI XC
Assistência de editoria Mariane Genaro de Mello Feitosa, Mariana Paulino Silva
Preparação e revisão gramatical Fernanda Regina Braga Simon, Miriam Margarida Grisolia,
EN O E Leandro Pereira
Organização de originais Marisa Aparecida dos Santos e Silva, Luzia Lopes
Editoria de arte Vanessa Cavalcanti
Coordenação de pesquisa e licenciamento Maiti Salla
D US

Pesquisa e licenciamento Andrea Bolanho, Cristiane Gameiro, Heraldo Colon Jr.,


Maricy Queiroz, Paula Quirino, Rebeca Fiamozzini, Sandra Sebastião
Editoria de Ilustração Carol Plumari
Ilustração Danilo Dourado | Red Dragon Ilustrações,
A E

Leopoldo Anjo & Estúdio Pastelaria


Capa e projeto gráfico APIS design integrado
E
EM L D

Diagramação e arte final APIS design integrado


PCP George Romanelli Baldim, Paulo Campos Silva Jr.
ST IA
SI ER
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M

Fone: (16) 3238.6300


Av. Dr. Celso Charuri, 6391 Todos os direitos desta publicação são reservados à
Jardim São José – Ribeirão Preto - SP
CEP 14098-510 Pearson Education do Brasil S.A.
www.coc.com.br

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KOVAL NADIYA/DREAMSTIME.COM
GRUPO
DINÂMICA
1 ORGANIZAÇÃO

C O
O V
C SI
O U
N L
SI XC
EN O E
D US
A E
E
EM L D

"À primeira vista, o céu estrelado impressiona por sua desor-


dem: um amontoado de estrelas, dispersas ao acaso. Mas, ao
olhar mais atento, aparece a ordem cósmica, imperturbável –
– cada noite, aparentemente desde sempre e para sempre, o
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mesmo céu estrelado, cada estrela no seu lugar, cada planeta


realizando seu ciclo impecável. Mas vem um terceiro olhar:
vem pela injeção de nova e formidável desordem nessa
SI ER

ordem; vemos um universo em expansão, em dispersão, as


estrelas nascem, explodem, morrem. Esse terceiro olhar exi-
ge que concebamos conjuntamente a ordem e a desordem [...]
Quanto à vida, também há a possibilidade de três olhares:
AT

à primeira vista, era a fixidez das espécies, reproduzindo-se


impecavelmente, de forma repetitiva, ao longo dos séculos,
dos milênios, em ordem imutável. E depois, ao segundo olhar,
M

parece-nos que há evolução e revoluções. Como? Por irrupção


do acaso, mutação ocasional, acidentes, perturbações geocli-
máticas e ecológicas. [...] e eis-nos confrontados com a neces-
sidade de um terceiro olhar, isto é, de pensar conjuntamente
a ordem e a desordem, para conceber a organização e a evo-
lução vivas."

Edgar Morin

Detalhe da organização fractal de uma inflorescência


de brócolis. Inúmeros processos e estruturas naturais
têm dimensão fractal: distribuição de galáxias e de
nuvens, ramificação de galhos e folhas, meandro de rios,
linhas costeiras, brônquios e bronquíolos etc. Fractal,
complexidade, sistemas dinâmicos, ordem e desordem
são estudados pela teoria do caos.

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CONHEÇA SEU LIVRO

ABERTURA DE CAPÍTULO
Traz elementos que
dialogam com o texto

C O
introdutório, buscando
contextualização e

O V
estimulando a reflexão
sobre o assunto em estudo.

C SI
O U
N L
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MÓDULOS
EN O E
Reunido em capítulos,
sistematiza a teoria que
será trabalhada no grupo.
Os exercícios referentes aos
D US

módulos são organizados após


a teoria para facilitar a rotina
de estudos.
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E
EM L D

OBJETIVOS DO GRUPO
Relação dos objetivos de
aprendizagem a serem
desenvolvidos no grupo.
ST IA
SI ER
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M

EXERCÍCIOS
Agrupados para facilitar o
estudo e a revisão de conteúdos,
são divididos em exercícios
de aplicação, trabalhados em
sala, e exercícios propostos,
realizados em casa ou em
outros momentos.

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PARA CONFERIR
Momento indicado para
conferir a aprendizagem de
conteúdos. Pode ser aplicado
ao final do capítulo ou durante
seu desenvolvimento.

C O
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ORGANIZADOR VISUAL
Propõe uma revisão dos
conceitos e estabelece conexões
EN O E entre eles, proporcionando
uma articulação entre os
conteúdos do capítulo.
D US
A E
E
EM L D

ENCARTES E ADESIVOS
Apresentam recursos
complementares
ST IA

que enriquecem o
desenvolvimento
SI ER

dos módulos.
AT
M

PRODUÇÃO DE TEXTO
As folhas de redação são
destacáveis, facilitando
o uso pelo aluno e a
correção pelo professor.

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CONHEÇA SEU LIVRO

Da minha aldeia vejo quanto da


BOXES E ÍCONES
[terra se pode ver do Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande
[como outra terra qualquer, QUADRO DE TEXTO
Porque eu sou do tamanho do que Com referência direta MINIATURAS DOS ÍCONES
[vejo ao que está sendo

C O
trabalhado, permite
E não do tamanho da minha altura...
o contato com As miniaturas são um

O V
Nas cidades a vida é mais pequena diversos autores. recurso discursivo que

C SI
Que aqui na minha casa no cimo
facilitam a contextualização
[deste outeiro. dos quadros com o texto

O U
principal, indicando nele
Na cidade as grandes casas fecham em que ponto a informação

N L
[a vista à chave, adicional está relacionada.

SI XC
Escondem o horizonte, empurram
[o nosso olhar para longe de todo
EN O E
Tornam-nos pequenos porque nos
[o céu,
VOCABULÁRIO
[tiram o que os nossos olhos nos Vanguarda: que está à VOCABULÁRIO
[podem dar, frente de seu tempo. Ter- Explica, de maneira
D US

mo inicialmente utilizado
E tornam-nos pobres porque a mais acessível e dentro
na guerra para designar
[nossa única riqueza é ver. aqueles que ficavam na do contexto, termos e
linha de frente do grupo conceitos, favorecendo sua
A E

Alberto Caeiro de soldados. assimilação, compreensão


e apropriação.
E
EM L D
ST IA

NOTA
SI ER

NOTA
Traz informações
AT

históricas ou sobre
estudiosos que se
destacaram no contexto
M

do conteúdo em estudo. EXPLORE MAIS


Da arte marcial a
Galileu Galilei (1564-1642)
esporte olímpico
Astrônomo italiano conhecido
Saiba mais sobre a
popularmente como o funda-
história do judô
dor da Astronomia Moderna. acessando o site em:
Galileu se destacou por me- EXPLORE MAIS <coc.pear.sn/T8bNyU9>.
lhorar o telescópio refrator, São dicas de sites, textos
fato que possibilitou inúme-
e links, em ambiente
ras descobertas, como a exis-
tência das manchas solares, a digital, relacionados
formação rochosa da Lua, as ao conteúdo estudado,
estrelas da Via Láctea, os anéis possibilitando ampliação
de Saturno, entre outras.
e aprofundamento.

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GRUPO
PARA IR ALÉM TEMÁTICO
GRUPO TEMÁTICO
Chefes do Estado Momento em que Regras para a economia
e de governo
o grupo temático é e o consumo de recursos
No parlamentarismo, “o rei naturais
PARA IR ALÉM trabalhado, por meio
reina, mas não governa”,
do qual as ligações Os recursos naturais não
Oportunidade de isto é, o rei ou a rainha re-
são bens infinitos. A fim de
aprofundar o conteúdo presenta o Estado em ce- entre as disciplinas são
poder preservá-los, é cada
rimônias oficiais, sendo o evidenciadas.
e desenvolver uma vez mais comum a criação de
chefe do Estado, enquanto
postura investigativa, textos normativos que regu-
quem governa é o primeiro-

C O
lam aspectos relacionados ao
estimulando a reflexão -ministro, que é o chefe de
meio ambiente. No Brasil, por
ao despertar a governo.

O V
exemplo, nos últimos anos,
curiosidade e o interesse. Nos sistemas presiden- formularam-se leis que vi-

C SI
cialistas, como no caso do savam ao fim da distribuição
Brasil, o chefe do Estado, ou gratuita de sacolas plásticas
seja, o presidente, também em supermercados. A moti-

O U
acumula a função de chefe vação dessa proibição é ten-
de governo.
NA PRÁTICA tar reduzir o excessivo consu-

N L
mo e, consequentemente, o

SI XC
Corrente do Golfo descarte desse material, que
A Corrente do Golfo é uma polui o meio ambiente, em
corrente marítima que se especial os mares.
EN O E origina no Golfo do México,
passa pela costa dos Estados
Unidos e vai em direção à Eu-
ropa. É responsável por aque-
cer muitos pontos da Europa
Ocidental, dentre os quais
D US

partes da Grã-Bretanha, da
NA PRÁTICA Noruega e da Irlanda. Se-
gundo pesquisadores, com o
Apresenta conceitos da
agravamento do efeito estu-
A E

disciplina aplicados em fa, a Corrente do Golfo pode


situações do cotidiano ou em deixar de existir, trazendo
E
EM L D

outras áreas do conhecimento, impactos profundos para o


planeta, tais como a dimi-
servindo também à nuição da temperatura da
divulgação científica. Europa Ocidental em até 5 ºC.
ST IA
SI ER

SELOS
AT

Os selos remissivos indicam o momento em que serão disponibilizados


M

materiais complementares ao desenvolvimento do módulo.

Eles podem aparecer no texto: E também em partes da página:

Redação pág. 399 Encarte pág. 399 Redação pág.399 Encarte pág.399 Adesivo

O selo colaborativo indica exercícios que exploram


Colaborativo
estratégias diferenciadas de aprendizagem:

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M A PA I N T E R D I S C I P L I N A R

C O
Este mapa mostra ligação entre os conteúdos
das disciplinas, sendo ponto de partida para

O V
um trabalho interdisciplinar.

C SI
LÍNGUA
PORTUGUESA

O U
Editorial, formação de

N L
palavras, checagem de
fatos e sustentação de
CIÊNCIAS

SI XC
MATEMÁTICA posicionamento DA NATUREZA
Geometria, números CS CN
Astronomia,
racionais e irracionais movimentos da Terra
EN O E clima, tempo e
mudanças climáticas
CN EF AR LP CS
D US
A E

EDUCAÇÃO GRUPO HISTÓRIA


E

FÍSICA
EM L D

Artes marciais 1 Revoluções inglesas


e Iluminismo
Organização dinâmica
ST IA

HI CS CN LP MA
SI ER
AT

GEOGRAFIA
ARTE Organização política,
M

Arte moderna no Brasil territórios nacionais e


Guerra Fria
CIÊNCIAS
SOCIAIS
HI LP HI MA AR CN
A natureza e o ser
humano

LP HI

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LÍNGUA
POR
C O
O V
C SI
O U
N L
SI XC
EN O E
TU
D US

GUE
PÁG.

12 CAPÍTULO 1
A E

Visão do jornal
E
EM L D

42 CAPÍTULO 2
Nossas opiniões
ST IA
SI ER

SA
AT
M

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CAPÍTULO

1 VISÃO DO JORNAL

C O
LÍNGUA PORTUGUESA

Módulos 1 e 2

O V
OBJETIVOS DO GRUPO OLHAR CRÍTICO

C SI
A
• Analisar os interesses
que movem o campo internet é uma ferramenta muito presente em nosso cotidiano

O U
jornalístico, os efeitos das auxiliando-nos na obtenção de informações. No entanto, em meio
novas tecnologias nessa à vinculação de tantas informações, há também as enganosas.

N L
área e as condições que
12

É quase certo que todas as pessoas já se depararam, na internet, com

SI XC
fazem da informação um
produto, desenvolvendo soluções milagrosas para tudo: emagrecimento rápido, músculos mais
uma atitude crítica fortes em alguns meses e sem esforço, possibilidade de ganhar dinheiro
em relação aos textos
jornalísticos.
EN O E rapidamente etc. Também é muito provável que as pessoas já tenham
• Analisar e utilizar as lido notícias alarmistas, de enormes contaminações e riscos inestimáveis
formas de composição para a saúde ao se consumirem determinados produtos.
dos gêneros jornalísticos
argumentativos, como Parece bastante lógico que não podemos confiar cegamente em tudo o que
D US

os editoriais. lemos – mesmo que pareçam notícias publicadas nos mais sérios jornais.
• Analisar os processos de A internet tem seus caminhos: não mostra simplesmente a propaganda de
formação de palavras
uma maneira de, por exemplo, ganhar dinheiro rapidamente, mas estampa
por composição.
A E

• Identificar e comparar
uma pessoa cercada por carros e bens de grande valor.
E
EM L D

editorias de forma a Pessoas mal-intencionadas, ao utilizar a internet, podem nos fazer temer
refletir sobre os tipos de
o que, na realidade, não faz mal. Podem nos fazer perder dinheiro, apresen-
fato que são noticiados
e comentados. tando-nos um plano para ganhá-lo; por isso, precisamos saber exatamente
qual é a fonte da notícia para sermos capazes de julgar sua veracidade.
ST IA

• Analisar práticas e
textos pertencentes
a diferentes gêneros
SI ER

da cultura digital
envolvidos no trato com
a informação e a opinião.
AT

• Justificar as diferenças
ou as semelhanças no
tratamento dado a uma
mesma informação
M

veiculada em textos
diferentes, consultando
sites e serviços confiáveis
na apuração de fatos.
• Avaliar opiniões
explícitas ou implícitas,
argumentos e contra-
-argumentos em
textos argumentativos,
posicionando-se, de
forma sustentada,
adiante da questão
controversa.

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O trabalho com os gêneros jornalísticos está O desenvolvimento da habilidade por meio

ROMOLOTAVANI/ISTOCK
presente em todo o Ensino Fundamental e, da qual se organizam estes módulos é impor-
no oitavo ano, não é diferente. Neste capítu- tante para que os alunos, entre o oitavo e o
lo, será proposta uma discussão a respeito nono ano do Ensino Fundamental, tornam-
da urgente necessidade de os usuários da -se capazes de “analisar os interesses que
internet serem capazes de avaliar se uma movem o campo jornalístico, os efeitos das
notícia compartilhada é verdadeira ou não. novas tecnologias no campo e as condições
Esse julgamento crítico é importante para a que fazem da informação uma mercadoria,
elaboração de textos dissertativos-argumen- de forma a poder desenvolver uma atitude
tativos, a participação em rodas de conversas crítica em relação aos textos jornalísticos”.
e em debates, além de ser necessário para A percepção de que é necessária uma visão
entender o processo histórico que envolve crítica ao olhar para aquilo que se comparti-
determinada notícia. Por isso, quanto mais o lha na rede é indispensável aos estudantes.

C O
assunto fizer parte das discussões cotidianas

LÍNGUA PORTUGUESA
em sala de aula, melhor.

O V
C SI
O U
N L

13
SI XC
EN O E
D US
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER
AT
M

Notícias falsas podem nos fazer temer de algo desnecessariamente.

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É muito importante checarmos as informações do que lemos na internet,
PARA IR ALÉM principalmente se desconfiamos do que está sendo dito no texto publica-
Dia Internacional da do. Dessa forma, podemos nos proteger de notícias falsas e, ainda, evitar
Checagem de Fatos o compartilhamento delas. Esse assunto é tão recorrente nos dias de hoje
Esse dia é comemorado que há até o Dia Internacional da Checagem de Fatos.
desde 2017. A iniciativa é da
Rede Internacional de Che- Leia o texto a seguir.
cagem de Fatos, que, não
por acaso, escolheu o dia
2 de abril, dia seguinte ao Fato, opinião, crítica: a informação, seus atalhos e desvios

C O
Dia da Mentira, para cele- Veja […] a diferença entre fato e opinião, segundo um plano de aula
brar a importância da che-

O V
que foi criado em comemoração ao Dia Internacional da Checagem
cagem de dados no comba-
te às informações falsas. de Fatos:

C SI
CAPÍTULO 1

[…]
Comentar com os alunos que a opi- O que é um fato? É algo que pode ser verificado e apoiado em evi-

O U
nião, por ser subjetiva, não é passí-
vel de comprovação como os fatos.
dências. Por exemplo, em 2017, Moonlight ganhou o Oscar de me-

N L
Portanto, uma opinião não pode ser lhor filme. Podemos checar essas informações olhando os registros
14

classificada como verdadeira ou fal- do Oscar. Um fato pode ser compartilhado com sua fonte (isto é, de

SI XC
sa, por isso é importante que eles não
compreendam uma opinião como fato acordo com o site Academy Awards, Moonlight venceu em 2017) ou
e saibam, ainda, respeitar a opinião sem ela.
alheia, principalmente as que diver-
gem das deles. EN O E O que é uma opinião? A opinião é um ponto de vista, como La La Land
é um filme melhor do que Moonlight. Algumas pessoas podem achar
o contrário.
Disponível em: <coc.pear.sn/RjZdum6>. Acesso em: mar. 2019. Tradução nossa.
D US

Sabendo dessas informações apresentadas no texto, é possível comparti-


lhar fatos e opinião, mas não podemos, irresponsavelmente, transformar
A E

opiniões em fatos – ou, então, fazer parecer que elas os sejam.


E
EM L D

Atualmente, a disseminação de informações, especialmente pela inter-


net, é uma atividade cada vez mais ligada à noção de mercado. Dessa for-
ma, a informação virou mercadoria. Existem muitas pessoas que fazem
ST IA

tudo para terem suas páginas acessadas pelo maior número possível de
internautas. Um endereço de internet bastante visitado pode render muito
SI ER

dinheiro. Muitas pessoas, ao redor do mundo (e no Brasil também), fazem


VOCABULÁRIO o que for preciso (mesmo que não seja lícito) para que haja muitos cliques
em suas páginas, por isso quando algumas delas publicam, por exemplo,
AT

Caça-cliques: conteúdos informações falsas ou, então, induzem o leitor ao engano, podem provocar
na internet cujo objetivo é
atrair uma grande quanti- impactos na vida de um grande número de pessoas e, muitas vezes, de
dade de pessoas para uma maneira prejudicial. No entanto, como podemos nos defender de possíveis
M

página ou site; tem senti- malefícios desse mercado em que a internet tem transformado o jornalis-
do negativo.
Lícito: permitido; confor- mo?
me a lei. • Devemos desconfiar. Títulos em letras maiúsculas, por exemplo, po-
Malefício: dano, mal, pre-
juízo.
dem ser uma estratégia desses caça-cliques para chamar a atenção
Mercado: conjunto de con- dos leitores. Além disso, precisamos desconfiar também de quem é o
sumidores que absorvem dono das informações. Não é difícil chegar ao nome de quem registrou
produtos e/ou serviços.
um domínio – e, com isso, ter mais informações que nos aproximem
Mercadoria: qualquer pro-
duto que pode ser com- de algo verdadeiro ou não. Podem-se, ainda, buscar imagens. Saber
prado ou vendido. onde determinada foto já foi publicada permite descobrir uma fraude
jornalístico-cibernética.

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VLADIMIRFLOYD/ISTOCK
EXPLORE MAIS
Jornalismo sério
e investigativo
Para saber mais sobre a
importância de um jorna-
lismo sério e investigati-
vo, acesse: <coc.pear.sn/
NSZ05RA>.

C O

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
C SI
O U
Checando os fatos
Leia mais sobre como

N L
checar fatos e detectar

15
SI XC
notícias falsas no texto
disponível em: <coc.pear.
sn/UXiYOgC>.
EN O E É importante não aceitar como verdadeiro tudo o que lemos. Fazer a distinção entre a
verdade e a mentira é um poder que se adquire com pesquisa e investigação.

• Podemos continuar desconfiando. Uma informação confiável geral-


mente é divulgada por diversos órgãos ou empresas. Em contraparti-
D US

da, não dá para garantir que um grande furo de reportagem – quando


um veículo divulga antes de todos os outros algum fato –, o qual não é
divulgado em nenhum outro meio, seja confiável.
A E

• Para ter certeza de que uma informação é verdadeira, basta ter dispo-
sição e vontade para investigá-la e, só então, compartilhá-la. Nem toda
E
EM L D

notícia é verdadeira. Nem tudo o que parece realmente é. O jornalismo


sério tem sido massivamente prejudicado pelos caça-cliques. Cabe a
nós, como cidadãos, evitar que isso continue acontecendo.
ST IA

PARA IR ALÉM
SI ER

Fake news: o termo é novo,


REALY EASY STAR / ALAMY STOCK PHOTO

mas a prática é antiga


AT

Embora pareça um problema


recente, fruto da evolução do
mundo digital, as fake news
M

existem há muito tempo. No


século VI, por exemplo, um
historiador bizantino cha-
mado Procópio de Cesareia
ficou conhecido por escrever
um texto intitulado “História
secreta” (Anekdota, em grego),
em que, por meio de calúnias
(que hoje em dia poderiam Este é o momento oportuno para
ser chamadas de fake news), aplicar o exercício 1 da seção “Para
destruiu a reputação do im- conferir”, referente aos módulos 1 e 2.
perador Justiniano e de sua Procópio de Cesareia, que, no século VI, arruinou um império com a divul-
esposa, Teodora. gação de informações falsas.

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O estudo dos editoriais é importante para os alunos que estão em processo de aprendizagem
dos gêneros jornalísticos – colocados em foco, mais especificamente, nos anos finais do Ensino
Fundamental –, porque, diferentemente da maior parte dos gêneros jornalísticos, que têm
como característica básica o fato de serem imparciais, os editoriais são parciais e refletem, cla-
ramente, a opinião do jornal ou da revista em que são publicados – e, justamente por refletirem
Módulos 3, 4 e 5 uma opinião comum, não apresentam assinatura. Estudar os editoriais é uma das maneiras
NOTA
EDITORIAL
de os alunos perceberem que, na verdade, não existem textos (ou veículos) vazios de opinião.
CARRIENELSON1/DREAMSTIME

O meio jornalístico está mais presente no dia a dia das pessoas do que elas
realmente se dão conta, seja pelas colunas no jornal impresso lido pela ma-
nhã, seja pelas notícias da cidade vistas no jornal da TV na hora do almoço,
seja pelos comentários esportivos ouvidos no programa de rádio à noite. Em
várias ocasiões, gêneros jornalísticos – escritos ou falados – estão presentes.

C O
A reportagem televisiva sobre a vida dos monges no Tibete é um gênero
desse meio. A notícia rápida que aparece na telinha de um ônibus é outro.

O V
A crônica de um colunista publicada todos os domingos é mais um. O edi-

C SI
Donald Trump (1946-)
CAPÍTULO 1

Donald John Trump nasceu


torial de uma revista, renovado a cada nova edição, também o é. O comen-
em 1946, na cidade de Nova tário sobre economia que um especialista faz no rádio e até a charge que

O U
York. Ficou famoso como diverte o leitor de um portal jornalístico digital são gêneros textuais.
um empresário de sucesso,

N L
depois se tornou uma per- Certamente, você já se deparou com algum desses gêneros. Alguns são
16

SI XC
sonalidade televisiva e, em mais expositivos, outros, mais informativos; alguns são mais argumentati-
2016, disputou, pelo Partido
Republicano, as eleições pre- vos, outros, mais divertidos. Cada um deles pode, ainda, misturar isso tudo.
sidenciais dos Estados Unidos
EN O E Aos poucos, ao longo de sua formação escolar, você vai aprender a tomar
e foi eleito após derrotar a consciência dos elementos que caracterizam e diferenciam cada texto.
candidata Hillary Clinton, do
Partido Democrata. Nestes módulos, você vai conhecer melhor um editorial. Este gênero é um
Como empresário, liderou artigo em que se discute uma questão, apresentando-se o ponto de vista do
a empresa de construção civil
D US

que herdou de seu pai. Na TV,


jornal, da empresa jornalística ou do redator-chefe. Com base nessa defini-
apresentou um reality show ção, é possível observar três características importantes desse gênero.
chamado “O aprendiz”, que
foi ao ar entre 2004 e 2015.
A primeira é que o editorial tem um tema bem determinado. Nele discu-
te-se uma questão que costuma ter como base um ponto relevante para a
A E

Grande parte da contex-


tualização do texto “A quem sociedade. A segunda característica é seu caráter argumentativo, pois nele
E
EM L D

interessa atacar a ciência? E


se apresenta um ponto de vista, o que significa que esse texto tem o obje-
por quê?” se relaciona com a
menção a Donald Trump como tivo de mostrar um posicionamento específico diante da questão colocada.
um dos nomes mais famosos A terceira característica está relacionada à autoria do editorial, que não
ST IA

entre aqueles que fazem ques-


tionamentos ao discurso cien-
representa o posicionamento de apenas um jornalista, mas de toda uma
tífico, sobretudo no que diz equipe de jornalismo. O editorial é o texto que a empresa publica em nome
SI ER

respeito à questão climática. de todos os profissionais que a fazem funcionar, mostrando ao público-
Começar a falar do assunto
pela imagem de Trump situa o -leitor as opiniões e as posições que essa instituição assume perante a so-
leitor no tempo – determina o ciedade.
AT

que é o “recente” a que se faz


referência – e o coloca em um Pensando nessas características, leia o editorial a seguir, publicado no
cenário específico. Jornal da USP.
M

A quem interessa atacar a ciência? E por quê?


O recente movimento global “anticiência”, do qual o cursivamente a credibilidade científica com o objetivo de
presidente Trump é um dos expoentes, tenta colocar a defender posições econômicas, políticas ou até religiosas
ciência em xeque, quando os resultados científicos não próprias. Assim, qualquer tentativa de trazer ao debate o
apoiam seus interesses. Com a questão das mudanças método científico nesta discussão é inócua.
climáticas não poderia ser diferente. Portanto, pode-se No caso específico das mudanças climáticas, a posição
afirmar, de antemão, que as manifestações “anticiência” de negação à ciência é emblemática. O enfrentamento
não são questionamentos científicos propriamente ditos, das questões climáticas vai exigir profundas mudanças
mas uma clara investida no sentido de desconstruir dis- no sistema socioeconômico […]. Os setores econômicos

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que hoje arrecadam trilhões de dólares, obviamente, não Convém salientar que ciência, por definição, é um pro-
têm interesse em diminuir seus lucros, mesmo à custa de cesso dinâmico de construção do conhecimento, em per-
colocar em risco o futuro da humanidade e, em última manente evolução. Não é imutável, nem poderia. No caso
análise, o futuro de seu próprio negócio. Não há uma vi- das mudanças climáticas, não se pode ignorar o atual es-
são de longo prazo acerca dos danos possíveis e prová- tágio de robustez a que chegou a ciência do clima, com
veis ao nosso planeta. resultados sólidos nas pesquisas e também com a inten-
Não por acaso, a indústria do petróleo e carvão financia sificação de eventos climáticos extremos, tais como secas
campanhas de políticos no mundo todo (Estados Unidos severas, queimadas, enchentes etc.

C O
liderando) com o intuito de não aprovar medidas que di- Para a ideologia predominante hoje, contudo, mudanças

LÍNGUA PORTUGUESA
minuam seus lucros. É a tal lógica do “mercado”. Os nega- climáticas são vistas como uma “ameaça”. Afinal, uma das

O V
cionistas climáticos são, em geral, financiados por essas medidas mais urgentes é impor limites ao uso indiscrimi-
grandes corporações ou por grupos ultraconservadores nado dos nossos recursos naturais, contrariando grandes

C SI
de extrema-direita, que não querem perder seus atuais indústrias de petróleo e carvão, do agronegócio etc. Por
privilégios econômicos. A luta para manter esse atual sis- outro lado, não há qualquer interesse dos países ricos em

O U
tema econômico de concentração de renda não cessará. diminuir o consumo desenfreado. Não há uma consciência
Se cada casa puder gerar sua própria energia (solar ou global de que só teremos saída se atuarmos todos juntos.

N L

17
eólica), por exemplo, os grandes conglomerados energé- O enfrentamento das mudanças climáticas exige uma

SI XC
ticos e os governos perdem força para um sistema des- ação cuidadosamente planejada, coordenada e urgente,
centralizado, que é muito mais difícil de ser controlado que está muito além da lógica competitiva das indústrias
do que o modelo vigente.
EN O E que buscam aumentar o valor de suas ações o mais rá-
Pensando em um mundo no qual as mudanças climáticas pido possível e sempre crescer. Governos e iniciativa pri-
seriam realmente enfrentadas, teríamos obrigatoriamente vada geralmente fazem planos para quatro anos, ou, no
de redirecionar nossos padrões socioeconômicos, come- máximo, até dez anos. Porém, a humanidade tem de pen-
çando por uma forte redução do consumo, especialmente sar nas próximas décadas e séculos. A ciência das mudan-
D US

em países desenvolvidos, e isso, claro, vai contra toda a ças climáticas é muito clara: temos de agir agora, mudar
indústria e a economia como as conhecemos hoje. Nessa nosso nível de consumo e o uso dos recursos naturais do
perspectiva, deixaríamos de privilegiar o indivíduo para planeta e construir uma nova sociedade, mais igualitária
A E

priorizar o interesse comum maior. É premente implemen- e sustentável. Este é o embate das próximas décadas. A
tar fortes políticas públicas de reordenamento do modelo ciência há de vencer. Caso contrário, todos perderão.
E
EM L D

de desenvolvimento atual, propondo alternativas susten- ARTAXO, Paulo. A quem interessa atacar a ciência? E por quê? Jornal
táveis que garantam a preservação do meio ambiente. da USP. 28 fev. 2019. Disponível em: <coc.pear.sn/t0ZIlWk>.
Acesso em: jun. 2019.
ST IA

Como o gênero editorial tem forte relação com a argumentação, podem-


VOCABULÁRIO
SI ER

-se destacar três etapas de composição desse gênero, que costumam ser
levadas em conta por uma equipe de jornalismo. Analise cada uma delas Ação: cada uma das par-
a seguir. tes em que se considera
AT

dividido o capital de de-


terminadas empresas.
Contextualização Desenfreado: sem freio;
sem limites; desmedido.
M

Como o editorial costuma basear-se em um fato recente e relevante, é inte- Expoente: indivíduo que
ressante que o jornal não pressuponha que o leitor conheça profundamen- é visto como o principal
te a questão que será discutida. Por isso, deve-se fazer uma contextualiza- representante de algo ou
de algum lugar.
ção do assunto, apresentando-se ao público os pontos mais importantes, Inócuo: incapaz de produ-
que levem o leitor a compreender a situação a que se faz referência e, na zir o efeito pretendido.
sequência, a argumentação do jornal. Negacionista: quem nega
a realidade.
No caso do texto “A quem interessa atacar a ciência? E por quê?”, a contex- Premente: urgente; que
tualização ocorre, sobretudo, no primeiro parágrafo: a questão é “o recente exige solução rápida.
movimento global ‘anticiência’”, de modo geral, e, mais especificamente, o Robustez: característica
do que é sólido e/ou firme.
questionamento das mudanças climáticas.

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Defesa de tese
Colocada a questão, o jornal deve apresentar sua tese, ou seja, deve mos-
trar ao leitor qual é sua opinião a respeito do assunto. Em um texto argu-
mentativo, a tese é a proposição que se apresenta para ser defendida por
meio de argumentos adequados e articulados entre si. Geralmente, a tese é
desdobrada ao longo de todo o texto – isso significa que os aspectos dessa
opinião central vão sendo tratados em diferentes partes. Mais comumente,
no entanto, ela aparece bem explícita, logo no início do texto.

C O
Uso de argumentos

O V
C SI
Como deve ser feito sempre que se afirma algo com alguma convicção, é
CAPÍTULO 1

preciso apresentar dados, informações e argumentos que sejam capazes

O U
de comprovar a validade do posicionamento escolhido. Feita a proposição,
que é considerada a tese, devem-se apresentar os alicerces que sustentam

N L
18

essa opinião. No caso específico de um editorial, como o texto traduz a

SI XC
ideologia de um veículo de informação, os argumentos podem ser menos
objetivos e não precisam, necessariamente, conter números, por exemplo,
EN O E ou citações de autoridades/especialistas no assunto.
É importante considerar que pode haver outros editoriais que tenham opi-
niões semelhantes relacionadas à questão tratada no texto, mas que utilizam
outros argumentos para comprová-las e, ainda, que existam posicionamen-
D US

tos bem diferentes, ou seja, um editorial pode, por exemplo, contestar resul-
tados científicos relacionados a mudanças climáticas e, inclusive, também
fazer menção a Donald Trump para contextualizar a questão discutida.
A E
E
EM L D

GRUPO TEMÁTICO
Francis Bacon e o método científico
Francis Bacon nasceu em Londres, em 1561, e Nesse sentido, acreditando que o progresso da
ST IA

morreu, após uma experiência, em 1626. Dedi- humanidade deveria estar fundamentado nessa
cou-se desde jovem à política; no entanto, alguns busca pelo saber, cunhou a frase que ficou tão
SI ER

anos antes de morrer, passou a entregar-se mais famosa quanto sua visão de mundo: “O conheci-
intensamente à ciência. Como cientista, ficou mento é, em si mesmo, um poder”.
conhecido por ter sido o primeiro a esboçar uma GEORGIOSART/ISTOCK
metodologia científica.
AT

Comentar com os alunos que, por se Ele foi um dos maiores defensores de um mé-
tratar de um editorial, o texto apresen- todo experimental, conhecido como empirista:
ta um posicionamento relacionado a
acreditava que todo conhecimento poderia re-
uma questão que está em evidência. A
sultar de percepções sensíveis, ou seja, reconhe-
M

questão das mudanças climáticas tem


dividido a opinião de alguns grupos de cíveis pelos sentidos do corpo. Filosoficamen-
pessoas. Há quem conteste a relação te, sua luta estava, em parte, concentrada na
das ações do ser humano, como a po- libertação do homem de medos, superstições e
luição, com o aquecimento global, por fantasias que atravancassem a verdadeira cons-
exemplo. Se julgar necessário, é pos- trução do saber.
sível apresentar um texto do gênero
que emita opinião contrária, mas o O método proposto por Bacon é indutivo.
trabalho com a comparação de edito- Observando o mundo a seu redor e fazendo ex-
riais será feito nos próximos módulos. perimentações conscientes, o ser humano – se-
Este é o momento oportuno para apli- gundo ele – é capaz de conhecer a regularidade
car o exercício 2 da seção “Para con- dos elementos que o rodeiam, o funcionamento
ferir”, referente aos módulos 3, 4 e 5. daquilo que estuda e as relações que se estabe-
lecem entre diferentes fatores. Francis Bacon (1561-1626), um
dos expoentes do empirismo.

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Módulos 6 e 7
EXPLORE MAIS
COMPARANDO EDITORIAIS Editorial no jornal
Você estudou, no conjunto de módulos anterior, o gênero editorial. Vale on-line
recordar que esse gênero textual consiste em um artigo assinado por Veja um exemplo da seção
"Opinião" em uma versão
uma empresa jornalística, no qual ela expressa sua opinião sobre uma de jornal digital, acesse:
questão atual. <coc.pear.sn/Fc4RTui>.
Nestes módulos, você vai comparar editoriais, a fim de entender, de for-

C O
ma ainda melhor, esses textos e perceber como eles apresentam ao leitor o

LÍNGUA PORTUGUESA
pensamento de uma revista ou um jornal a respeito de um tema.

O V
Em edições impressas, o editorial costuma aparecer logo nas primeiras pá-

C SI
ginas. Em versões digitais, geralmente são encontrados na seção “Opinião”. Nestes módulos, será fundamentada
uma base para comparação entre edi-
Leia com atenção trechos mais importantes de dois editoriais, publicados

O U
toriais. É preciso que os alunos termi-
nem esse conjunto de aulas sabendo
por jornais diferentes e sobre um mesmo tema. Dessa forma, você poderá

N L
quais são os critérios a serem avalia-
comparar as opiniões, mas, especialmente, confrontar a forma como cada dos para a comparação de textos des-

19
SI XC
se gênero. O objetivo central, com a
um dos veículos expressou a sua opinião, compreendendo que explicitá-la leitura dos textos selecionados, está
ou deixá-la implícita, por exemplo, pode fazer parte da linha editorial de na percepção de como a opinião pode
ser apresentada e também na obser-
uma empresa. EN O E vação da estrutura de um editorial
(contextualização, tese e argumen-

FERNANDO FAVORETTO
tos), que, por se tratar de um gênero
textual, será uniforme, independen-
temente da empresa ou da opinião
expressa por ela. Será trabalhada,
D US

em parte, a habilidade EF69LP16, no


que se refere a analisar as formas de
composição dos gêneros jornalísticos
da ordem do argumentar (contextua-
lização, defesa de tese/opinião e uso
A E

de argumentos).
E
EM L D

VOCABULÁRIO
Compulsoriamente: de
modo obrigatório, à força.
ST IA

Sindicatos: associação
de indivíduos da mesma
SI ER

profissão criada para a


defesa de seus interesses
em comum. Exemplos:
sindicato dos professores,
AT

sindicato dos lojistas.


Texto I
M

Os desafios dos sindicatos


No momento em que precisa buscar se sustentar financeiramente, boa parte dos sindicatos enfrenta problemas que afe-
tam o emprego em suas bases.
A emergência financeira causada pelo fim do imposto usufruir do dinheiro recolhido compulsoriamente de to-
sindical impôs aos sindicatos a busca de meios para sua dos os trabalhadores de suas bases e que era transferido
sobrevivência material, entre os quais a fusão entre eles. automaticamente pelo Ministério do Trabalho para seus
A necessidade de reduzir drástica e rapidamente os gas- cofres. Ainda que imenso, este é, porém, apenas um dos
tos para se adaptar às novas condições de financiamento desafios que as entidades sindicais em todos os níveis
de suas atividades é um enorme desafio para os sindi- estão sendo forçadas a enfrentar.
catos, que, ao longo de sua história, acostumaram-se a […]

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É importante fazer a leitura e compreensão dos textos com os alunos, verificando se há palavras que não fazem parte do reper-
tório deles. Pedir a eles para que se atentem à estrutura e como cada um dos artigos expõe seu posicionamento sobre a questão
escolhida. Propor um debate em sala de aula. Questionar os alunos sobre o que acharam e compreenderam de cada um dos textos.

[…]
Além de modernizar as relações entre empregados e A crise econômica brasileira reduziu o mercado interno
empregadores, facilitando a contratação de mão de obra, de diversos produtos, especialmente os de maior valor.
a reforma trabalhista extinguiu a chamada contribuição Isso tem forçado indústrias, como a automobilística, a
sindical. Tratava-se, na verdade, de um imposto corres- rever seus planos, até mesmo com o fechamento de fá-
pondente a um dia de trabalho e descontado anualmen- bricas. Num momento em que precisa buscar formas de
te no salário de março de todo trabalhador com registro se sustentar financeiramente, boa parte dos sindicatos
em carteira de trabalho, fosse ou não sindicalizado. Esse tem de enfrentar problemas conjunturais que afetam o

C O
mecanismo de recolhimento compulsório assegurou, emprego em suas bases e de atuar de acordo com a nova
por sete décadas, a sobrevivência de sindicatos e ou- realidade criada pela reforma trabalhista.

O V
tras organizações de natureza sindical – e, sobretudo, a E já está à sua frente o desafio trazido pelas novas tec-

C SI
boa-vida de um grande número de dirigentes. A maioria nologias, que tornam os processos mais eficientes, de-
CAPÍTULO 1

desses sindicatos tinha pouco ou nenhum vínculo com os mandam menos mão de obra, até a mais bem preparada,
e criam novas formas de relacionamento entre empresas

O U
trabalhadores da base que diziam representar. Mais do
que defender os interesses dos trabalhadores, a estru- e trabalhadores – com o uso mais intenso do trabalho em

N L
tura sindical mantida pelo imposto sindical estimulou a casa ou a distância.
20

SI XC
criação de entidades e, claro, de cargos remunerados em Saberão os sindicatos brasileiros enfrentar todos es-
suas diretorias. ses desafios?
Os desafios dos sindicatos. O Estado de S. Paulo. 6 mar. 2019. Disponível em: <coc.pear.sn/FqWkxP8>. Acesso em: jun. 2019. Adaptado.
EN O E
D US

VOCABULÁRIO Texto II

Conjuntural: relativo à
Sem desconto
A E

conjuntura, que é uma


situação não duradoura, Governo Bolsonaro acerta na intenção de enfatizar o caráter voluntário das contribui-
E
EM L D

resultante da conjunção
de divervos fatores.
ções sindicais, mas erra ao impor regras sem aviso e negociação.
MP: sigla de Medida Pro- Com a edição da medida provisória 873, racterizar a aceitação tácita por parte
visória. o governo Jair Bolsonaro (PSL) promo- do associado.
ST IA

Tácito: não declarado. veu mais uma alteração na cobrança


Outra inovação, cuja constitucionalida-
das contribuições destinadas a susten-
de certamente sofrerá questionamento,
SI ER

tar os sindicatos.
é proibir descontos em folha, praticados
[…] há décadas. Doravante, haverá neces-
sidade de um boleto bancário ou outro
AT

Nos últimos meses, com efeito, muitos


meio eletrônico de pagamento.
sindicatos vinham obtendo liminares fa-
voráveis ao pagamento obrigatório de Não surpreende que a medida, assina-
M

taxas referendadas em assembleias ou da às vésperas do Carnaval, já provoque


negociações coletivas, não raro apenas veemente reação contrária das entida-
de fachada e pouco representativas. des sindicais, pressionadas por uma que-
da abrupta na arrecadação – em 2018
Como reação ao que o governo en-
elas coletaram cerca de R$ 500 milhões,
tende como ativismo judicial contrário
numa queda de quase 90% em relação
aos princípios da reforma, a MP impõe
ao ano anterior.
autorização prévia individual do traba-
lhador, por escrito, para a cobrança da Haverá, decerto, forte pressão das cen-
contribuição. Veda-se ao sindicato o uso trais para alterar ou derrubar o texto du-
de qualquer mecanismo que busque ca- rante sua tramitação no Congresso.

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O governo está correto ao tentar eli- Um enfrentamento pode se mostrar NOTA
minar dúvidas quanto ao caráter vo- contraproducente agora, quando entida-
luntário e individual das contribuições, des começam a reconhecer que precisam

ARQUIVO/ESTADÃO
princípio consagrado na reforma traba- modernizar a estrutura de representação.
lhista e validado pelo Supremo Tribunal
[…]
Federal.
Evidente que o governo não tem o pa-
Mas erra no modo – ao não dialogar
pel de fomentar organizações laborais,
com os sindicatos e dar margem a inter-
mas pode contribuir na busca de uma

C O
pretações de que promove uma ofensi- Página da primeira edição de
legislação razoável para o funciona- A Província de São Paulo,

LÍNGUA PORTUGUESA
va contra eles. antigo nome do jornal

O V
mento delas. O Estado de S. Paulo.
Sem desconto. Folha de S.Paulo. 6 mar. 2019. Disponível em: <coc.pear.sn/CAzb7Oi>.

C SI
Jornal O Estado de S. Paulo
Acesso em: jun. 2019.
O Estado de S. Paulo, também
conhecido como Estadão, é o

O U
jornal mais antigo em circu-
lação na cidade de São Paulo.

N L
Surgido em 4 de janeiro de

21
SI XC
PARA IR ALÉM 1875, com o nome A Província
de São Paulo, teve como fun-
dadores dois republicanos,
A origem do sindicalismo
EN O E Manoel Ferraz de Campos Sal-
No Brasil, a origem do sindicalismo confunde- conquistado direitos trabalhistas em seus paí- les e Américo Brasiliense, que
-se com a abolição da escravidão e a proclama- ses de origem. Desse modo, aqui no Brasil, eles procuravam combater, por
ção da República, no final do século XIX. Isso passaram a criar organizações, a fim de ga- meio de seu jornal, tanto a mo-
porque foi nesse período que muita mão de rantir boas condições aos trabalhadores. Com narquia quanto a escravidão. O
obra chegou da Europa. O trabalho escravo, o tempo, o tipo de organização foi evoluindo, lema que marcou o início desse
D US

então, foi substituído pelo assalariado. Esses até conquistarmos a estrutura sindical que co- diário de notícias permanece
trabalhadores, que eram imigrantes, já haviam nhecemos hoje. em voga ainda hoje: “fazer da
sua independência o apanágio

FUNDAÇÃO PATRIMÔNIO DA ENERGIA DE SÃO PAULO -


MEMORIAL DO IMIGRANTE
[a vantagem] de sua força”.
A E
E
EM L D
ST IA

VOCABULÁRIO
SI ER

Contraproducente: aquilo
cujo resultado não corres-
AT

ponde ao esperado.
Fomentar: estimular, in-
centivar.
Pode-se dizer que a origem do sindicalismo no Brasil se deve à chegada dos
Laboral: relativo a trabalho.
M

imigrantes trabalhadores, no fim do século XIX.

Assim como o gênero textual exige, cada um dos textos anteriores apresen-
ta uma estrutura argumentativa, que demanda a apresentação do tema
(contextualização), uma tese e argumentos para sustentá-la.
A comparação entre os dois textos mostra que um mesmo tema pode ser Este é o momento oportuno para
avaliado com diferentes perspectivas por veículos de comunicação distin- aplicar o exercício 3 da seção “Para
conferir”, referente aos módulos 6 e 7.
tos. Além disso, é sempre possível avaliar a estrutura dos textos, de acordo
com as etapas que compõem a construção de um editorial, apresentadas
nos módulos anteriores.

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Depois de estudar a estrutura de um editorial e de comparar
diferentes editoriais, é importante que os alunos exercitem
a elaboração de um texto desse gêne- Módulos 8 e 9
ro, o que está previsto na habilidade
EF69LP16 da BNCC, que trata da im-
portância de desenvolver nos estu-
dantes a capacidade de “[…] utilizar
PRODUÇÃO DE EDITORIAL
as formas de composição dos gêne- Um editorial, como grande parte dos gêneros textuais, apresenta uma es-
ros jornalísticos da ordem do argu-
mentar, tais como artigos de opinião trutura que o caracteriza. É importante relembrar suas partes.
e editorial (contextualização, defesa
de tese/opinião e uso de argumen-
Contextualização: apresentação ao leitor do assunto (que deve ser re-
tos) […]”. Esta habilidade será o foco cente e de relevância) a ser tratado.
deste módulo de produção textual.
Defesa de tese: apresentação da opinião sobre o assunto.

C O
Pedir aos alunos que leiam o texto
individualmente e com atenção para Argumentos: apresentação de informações, dados e argumentos que
responder aos exercícios antes de

O V
fazerem a produção de texto. Isso sejam capazes de convencer sobre a tese.
facilitará o trabalho deles em grupo.

C SI
Além disso, é preciso levar em consideração que o editorial é um tex-
CAPÍTULO 1

Verificar se há dúvidas por parte deles


em relação ao texto. to dissertativo e, portanto, além da introdução (contextualização), com

O U
Este é o momento oportuno para apresentação da tese e do desenvolvimento (argumentos), o texto precisa
aplicar o exercício 4 da seção “Para
ter uma conclusão.

N L
conferir”, referente aos módulos 8 e 9.
22

Neste módulo, você vai redigir um editorial. Para facilitar sua criação, será

SI XC
apresentada uma reportagem a ser usada como base. Leia-a com atenção.

EN O E
Câmeras de reconhecimento facial levam a 4 prisões no Carnaval do Rio
As 28 câmeras de reconhecimento facial instaladas em gestores da segurança pública estadual decidam sobre “a
Copacabana durante o Carnaval levaram para a cadeia viabilidade da implantação do sistema em escala”.
quatro criminosos com mandado de prisão em aberto, se- Em janeiro, quando o projeto foi anunciado, a PM havia
D US

gundo a Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro. A corporação explicado que o reconhecimento facial se dá por meio de
avalia que o projeto-piloto “passou no primeiro test drive um software desenvolvido pela empresa Oi. Segundo a
e que o sistema de leitura facial e de placa de veículos de- PM, a empresa oferece apenas a tecnologia do projeto,
monstrou que funciona com alto grau de precisão”. e o controle do banco de dados e a operação do sistema
A E

Em nota, a PM informou ainda que um adolescente que ficam restritos ao estado.


E
EM L D

deveria estar cumprindo medida socioeducativa foi re- O teste, ainda de acordo com a corporação, não teve
conhecido e apreendido, e que um veículo roubado foi custos para o estado do Rio. Caso seja aprovado, porém,
recuperado ao ter a placa identificada. o projeto terá de passar por processo de licitação, de que
O monitoramento se deu de 1o a 6 de março (de sexta- outras empresas poderão participar.
ST IA

-feira a Quarta-Feira de Cinzas). As imagens captadas pelas A iniciativa de adotar um sistema de reconhecimento
câmeras eram transmitidas em tempo real para uma sala facial gerou preocupação ao Instituto Brasileiro de De-
SI ER

no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), ope- fesa do Consumidor (IDEC), que enviou uma carta à PM
rada por policiais militares e civis. O sistema comparava pedindo esclarecimentos em relação à segurança dos
os rostos das pessoas filmadas com fotos de procurados e dados coletados. Advogada e pesquisadora do programa
AT

disparava um alarme quando encontrava compatibilidade. de direitos digitais do IDEC, Bárbara Simões disse que é
“Mais importante do que o resultado numérico foi o preciso ter garantias de que as informações coletadas
aprendizado da equipe envolvida no projeto e a aplica- não correm riscos de vazamentos ou de má utilização por
M

bilidade do sistema. Assim como havia sido planejado, o parte do estado ou de terceiros. Ela alertou que informa-
software da Oi só congelou a imagem e acionou o alarme ções pessoais podem ser vendidas por empresas priva-
quando as câmeras capturaram a fisionomia de pessoas das, por exemplo.
procuradas pela Justiça ou a placa de veículo roubado, “Existe a justificativa da segurança pública, mas são mi-
tendo como base os bancos de dados da Polícia Civil e do lhões de pessoas que poderão ser vigiadas e, se isso cair
Detran”, diz o texto, que considera que o sistema pode nas mãos de pessoas erradas ou for usado negativamen-
ser aplicado como “uma poderosa ferramenta tecnológi- te, são milhões de pessoas que podem ser afetadas”, diz
ca na área de segurança pública””. Bárbara Simões.
O projeto passará por mais um teste neste fim de sema-
LISBOA, Vinícius. Câmeras de reconhecimento facial
na, para que seja produzido um relatório de avaliação. Se- levam a 4 prisões no Carnaval do Rio. Agência Brasil. 8 mar. 2019.
gundo a PM, o estudo fornecerá informações para que os Disponível em: <coc.pear.sn/QqPsf4c>. Acesso em: jun. 2019.

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Módulos 10 e 11
EXPLORE MAIS
AGLUTINAÇÃO E JUSTAPOSIÇÃO Documentário Língua –
A língua é um organismo vivo. Talvez você já tenha ouvido essa afirma- Vidas em português
ção, e não é à toa: para acompanhar as mudanças naturais do fluxo da Há um documentário que
foca na língua portugue-
história, a língua deve estar em constante movimento. Uma dessas mu- sa – a falada no Brasil e
danças diz respeito ao vocabulário. A todo momento, palavras caem em em outros países – con-
desuso, enquanto outras tantas surgem. Isso atende às necessidades do siderando seu caráter
dinâmico, vivo. Tal docu-

C O
ser humano na sua relação com as transformações do mundo. mentário recebe o título

LÍNGUA PORTUGUESA
Quando há invenções de diversos tipos ou quando queremos nos expressar de “Língua – Vidas em

O V
português” e tem direção
de um modo que a língua não possibilita, criamos palavras. Para tanto, há de Victor Lopes. O trailer

C SI
mecanismos que atuam nessas criações: os processos de formação de pala- pode ser visto no link:
vras. Um desses processos é chamado de composição. <coc.pear.sn/T3vXqZE>.

O U
Composição

N L

23
SI XC
É um processo pelo qual dois ou mais radicais diferentes se unem para
criar outra palavra, com significado próprio, muitas vezes bastante dife-
rente dos sentidos dos componentes que a originaram.
EN O E
O processo de composição se subdivide em dois tipos: justaposição e aglutinação.
D US

Justaposição
Ocorre quando os elementos que formam a nova palavra simplesmente se
justapõem – como o nome do processo já sugere –, isto é, quando se colo-
A E

cam lado a lado, sem que ocorra uma perda fonética (sonora) de nenhum
E

Este capítulo mantém o foco no


EM L D

dos constituintes. Veja estes exemplos. que envolve o gênero jornalístico


editorial. Trata-se de uma manei-
ra de despertar o senso crítico dos
alunos. Em um mundo polariza-
Beija + flor = beija-flor
ST IA

do como o que estamos vivendo,


Tira + teima = tira-teima analisar com discernimento o que
se passa ao redor e manifestar tal
Madre + pérola = madrepérola
SI ER

análise é um modo de se colocar no


mundo de forma autônoma, sem
Ponta + pé = pontapé manifestar radicalismos infundados.
Nesse colocar-se criticamente no
mundo, não se pode perder de vista
AT

o aparelhamento necessário. Um dos


FILIPEFRAZAO/ISTOCK

instrumentos importantes para a ma-


nifestação do indivíduo é o conheci-
mento profundo da língua e de seus
M

processos. Quanto mais dominamos


aspectos gramaticais, mais eficiente
será nossa comunicação e, portanto,
mais contundente será nosso posicio-
namento. Isso, então, justifica o objeto
de estudo destes módulos: processos
de formação de palavras por compo-
sição (aglutinação e justaposição). Por
meio desse estudo, objetiva-se que os
alunos se apropriem de regras básicas
de uso do hífen em palavras compos-
tas – aliás, um tópico que frequente-
mente causa dúvidas. Desse modo,
ao redigirem textos críticos, como um
editorial, o conteúdo será exaltado
“Pé de moleque”, que designa um doce tipicamente brasileiro, é um nome formado por justaposição.
pela sua forma bem-acabada.

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EXPLORE MAIS
Aglutinação
De maneira semelhante ao que acontece no processo de justaposição, na
Novo Acordo Ortográfico
aglutinação forma-se uma nova palavra pela junção de radicais diferentes.
O Novo Acordo Ortográfico
está disponível, na íntegra, No entanto, nesse caso, há uma perda fonética, já que um som deixa de
no site Portal da Língua existir. Isso acontece porque os constituintes da nova palavra não somente
Portuguesa, em: <coc.pear.
se colocam lado a lado, mas se fundem, ligando-se estreitamente. Observe
sn/slCq89N>.
estas palavras, formadas por aglutinação:

C O
Em + boa + hora = embora

O V
Perna + alta = pernalta
Lobo + homem = lobisomen

C SI
CAPÍTULO 1

Água + ardente = aguardente

O U

PURPLEIMAGES/ISTOCK
N L
24

SI XC
EN O E
D US
A E
E
EM L D
ST IA

“Planalto” é uma palavra formada pela aglutinação entre “plano” e “alto”.


SI ER

Nas palavras formadas por aglutinação, além da perda sonora, há, obri-
gatoriamente, uma única sílaba tônica. Em “aguardente”, por exemplo, a le-
AT

tra “a” inicial perdeu seu acento original, pois a palavra nova está subordi-
nada a uma única tonicidade: a sílaba “den” é a mais intensa sonoramente.
M

Uso de hífen em palavras compostas


É comum que palavras compostas contenham hífen – especificamente
aquelas formadas por justaposição. Por convenção, estabeleceu-se que “só
se ligam por hífen os elementos das palavras compostas em que se man-
tém a noção da composição, isto é, os elementos das palavras compostas
que guardam sua independência fonética, conservando, cada um, sua pró-
pria acentuação, porém formando perfeita unidade de sentido”. A seguir,
veja alguns casos em que há presença ou ausência de hífen. No entanto, em
caso de dúvida no emprego dos hífens, é sempre recomendável a consulta
a um dicionário atualizado com o Novo Acordo Ortográfico.

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1. Usa-se hífen em palavras compostas cujos elementos constituintes
não perderam seu significado próprio no processo de formação: água- PARA IR ALÉM
-marinha, arco-íris, marca-passo, mata-mata etc. Locuções gramaticais
2. Usa-se hífen em palavras compostas sem preposição e cujo primeiro Locução é o conjunto de
duas ou mais palavras que
elemento seja substantivo, verbo, adjetivo ou numeral: amor-perfei- apresentam um único sig-
to, guarda-chuva, boa-fé, mil-folhas etc. nificado e desempenham
uma única função grama-
3. Usa-se hífen em palavras compostas com os advérbios “bem” ou “mal”, tical. Por exemplo, na frase
se o elemento seguinte se iniciar por vogal ou por “h”: bem-educado, "Ela é uma pessoa de cora-

C O
mal-humorado etc. gem", as palavras destaca-

LÍNGUA PORTUGUESA
das têm função de adjetivo.

O V
Observação: é importante lembrar que o advérbio “bem”, diferentemen- Há, além desse tipo de con-
te de “mal”, pode não se juntar com o elemento seguinte quando este não se junção, a locução adverbial,

C SI
a prepositiva, a conjuntiva,
iniciar por vogal ou por “h”. Então, é possível que tenhamos palavras como a verbal, a substantiva, a
bem-nascido, bem-falante, bem-mandado etc.

O U
pronominal e a interjetiva.
4. Não se usa hífen em locuções de todos os tipos, com exceção destes ca-

N L
Este é o momento oportuno para apli-
sos: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfei-

25
car o exercício 5 da seção “Para con-

SI XC
ferir”, referente aos módulos 10 e 11.
to, pé-de-meia (com o sentido de reserva financeira), ao deus-dará, à
queima-roupa.
EN O E

RAFAEL_TOZETTI/ISTOCK
D US
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER
AT
M

“Fim de semana” é um termo formado por composição, classificado como locução substantiva, que não admite hífen.

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CAPÍTULO 1
VISÃO DO JORNAL
Módulos 1 e 2 | Olhar crítico

Exercícios de aplicação
1. Explique, com base no texto “Fato, opinião, crítica: a informação, seus atalhos e desvios”, a diferença
entre fato e opinião.
O fato é inquestionável, enquanto a opinião tem caráter pessoal, individual e pode variar de pessoa para pessoa.

C O
O V
C SI
2. Leia o que Paulo Nassar, professor da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Associação
CAPÍTULO 1

Brasileira de Comunicação Empresarial, disse a respeito do comportamento do internauta nos tem-


pos modernos.

O U
N L
O valor da verdade na era das fake news
26

SI XC
Mas a busca pela verdade, é preciso dizer, não é uma tarefa exclusiva dos veículos de
comunicação. Do lado do leitor, também é preciso cuidado para interpretar as notícias,
VOCABULÁRIO avaliar a credibilidade de quem as veicula e, principalmente, não colaborar para a difu-

Viral: no contexto da
EN O E são de conteúdos falsos, uma tarefa que acaba dificultada pelo cunho ideológico dos
principais virais. A luta contra as fake news precisa ser encarada como uma via de mão
internet, são notícias,
fotos ou vídeos que
dupla. Se por um lado é preciso criar uma relação de confiança com o leitor, esse, por
se espalham muito sua vez, precisa valorizar as fontes confiáveis.
D US

rapidamente e atin- NASSIF, Lourdes. O valor da verdade na era do fake news, por Paulo Nassar. Jornal GGN. 26 fev. 2018.
gem um enorme nú- Disponível em: <coc.pear.sn/gcXKS6E>. Acesso em: jun. 2019. Adaptado.
mero de pessoas.
A E

Sobre o trecho apresentado, responda às questões a seguir.


a. Qual é o principal papel do leitor na tarefa da busca pela verdade?
E
EM L D

Segundo o texto, a principal tarefa do leitor é não colaborar para a difusão de conteúdos falsos.
ST IA

b. Por que, segundo o texto, a luta contra as fake news precisa ser encarada como uma “via de mão
dupla”?
SI ER

Porque, por um lado, as fontes precisam criar uma relação de confiança com o leitor, mas, por outro, os internautas

precisam buscar a verdade, desconfiando daquilo que é compartilhado.


AT

3. Qual é a relação entre notícias e mercadorias?


Com a difusão da internet, existem muitas pessoas que fazem tudo – até mesmo o que não se deve – para chamar a atenção
M

para aquilo que publicam. Assim, com um grande número de acessos, ganham dinheiro. Por isso, muitos usam notícias –

confiáveis ou não – para enriquecer.

4. O uso de letras maiúsculas


é uma das estratégias dos
4. As notícias falsas, ao circularem pela internet, causam grandes riscos à população. Sobre essa onda
caça-cliques para chamar de fake news que assombra a internet, é correto afirmar que
atenção para suas páginas. a. elas não causam grandes impactos, porque são sempre locais.
As fake news podem, sim,
causar impactos negativos b. notícias falsas apenas modificam opiniões de grupos pequenos, não podendo influenciar gran-
e gerar consequências na to- des decisões do país.
mada de grandes decisões.

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c. notícias cujos títulos aparecem com letras maiúsculas têm mais chances de serem falsas.
d. elas são criadas com o único intuito de divertir as pessoas.
e. jamais devemos nos preocupar em saber em nome de quem está o registro do domínio de
um site.

5. Enem 5. Se necessário, fazer a lei-


tura e compreensão do tex-
to com os alunos para que
A marcha galopante das tecnologias teve O verdadeiro problema das sociedades eles consigam responder à
questão. De acordo com o
por primeiro resultado multiplicar em pós-industriais não é a penúria**, mas a segundo parágrafo do tex-

C O
enormes proporções tanto a massa das abundância. As sociedades modernas têm to, a oferta de informações

LÍNGUA PORTUGUESA
notícias que circulam quanto as ocasiões a sua disposição muito mais do que ne- é grande demais em relação

O V
ao tempo que as pessoas
de sermos solicitados por elas. Os profis- cessitam em objetos, informações e con- têm para absorvê-las. A al-
sionais têm tendência a considerar esta tatos. Ou, mais exatamente, disso resulta ternativa A está incorreta

C SI
porque, na realidade, have-
inflação como automaticamente favorá- uma desarmonia entre uma oferta, não ria falta dessa seleção de
vel ao público, pois dela tiram proveito e excessiva, mas incoerente, e uma deman-

O U
informações mais importan-
tornam-se obcecados pela imagem liberal da que, confusamente, exige uma escolha tes. A alternativa B está in-
correta porque a tecnologia

N L
do grande mercado em que cada um, do- muito mais rápida a absorver. Por isso os tem permitido muito mais

27
tado de luzes por definição iguais, pode órgãos de informação devem escolher,

SI XC
conhecimento do que o ser
humano consegue digerir.
fazer sua escolha em toda liberdade. Isso uma vez que o homem contemporâneo A alternativa C está incor-
jamais foi realizado e tende a nunca ser. apressado, estressado, desorientado bus- reta porque a desarmonia
Na verdade, os leitores, ouvintes, teles-
EN O E ca uma linha diretriz, uma classificação não viria da abundância de
informações, mas da impos-
pectadores, mesmo se se abandonam a mais clara, um condensado do que é real- sibilidade de absorvê-las
sua bulimia*, não são realmente nutridos mente importante. adequadamente. A alterna-
tiva E está incorreta porque
por esta indigesta sopa de informações e (*) fome excessiva, desejo descontrolado. a desarmonia tem relação
sua busca finaliza em frustração. Cada vez
D US

com a quantidade de infor-


(**) miséria, pobreza.
mais frequentemente, até, eles ressentem mação e a capacidade de
absorção delas, e não com a
esse bombardeio de riquezas falsas como organização e o controle do
agressivo e se refugiam na resistência a VOYENNE, B. Informação hoje. Lisboa:
uso de meios de informação.
A E

toda ou qualquer informação. Armand Colin, 1975. Adaptado.


E
EM L D

Com o uso das novas tecnologias, os domínios midiáticos obtiveram um avanço maior e uma pre-
sença mais atuante junto ao público, marcada ora pela quase simultaneidade das informações, ora
pelo uso abundante de imagens. A relação entre as necessidades da sociedade moderna e a oferta
ST IA

de informação, segundo o texto, é desarmônica, porque


a. o jornalista seleciona as informações mais importantes antes de publicá-las.
SI ER

b. o ser humano precisa de muito mais conhecimento do que a tecnologia pode dar.
c. o problema da sociedade moderna é a abundância de informações e de liberdade de escolha.
d. a oferta é incoerente com o tempo que as pessoas têm para digerir a quantidade de informa-
AT

ção disponível.
e. a utilização dos meios de informação acontece de maneira desorganizada e sem controle efetivo.
M

Exercícios propostos
6. Quais sites ou portais de notícias você costuma acessar? Por quê?
Resposta pessoal.

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CAPÍTULO 1
7. O texto faz uma crítica à 7. Enem
mídia, que usa um discur-
so de valorização do corpo
belo e saudável para ven-
der produtos, e não neces-
Saúde
sariamente para defender Afinal, abrindo um jornal, lendo uma re- dutos alimentares que, por trás de toda
atividades físicas; portanto, vista ou assistindo à TV, insistentes são os essa “parafernália”, impõe um discurso do
é importante distinguir o
que a mídia vende do que apelos feitos em prol da atividade física. convencimento e do desejo de um corpo
deve, de fato, ser praticado. A mídia não descansa; quer vender roupas belo, saudável e, em sua grande maioria,
A alternativa A está incorreta
porque deve-se questionar
esportivas, propagandas de academias, de melhor saúde.
o que a mídia apresenta, e tênis, aparelhos de ginástica e muscula-

C O
RODRIGUES,L. H.; GALVÃO, Z. Educação Física na
não simplesmente validá-la. ção, vitaminas, dietas... uma relação infin- escola: implicações para a prática pedagógica. Rio
A alternativa B está incorre- de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
dável de materiais, equipamentos e pro-

O V
ta porque, de novo, deve-se
questionar o discurso da

C SI
mídia, que nem sempre tem
CAPÍTULO 1

a simples intenção de incen-


tivar a prática de exercícios. Em razão da influência da mídia no comportamento das pessoas, no que diz respeito ao padrão de

O U
A alternativa D está incorreta corpo exigido, podem ocorrer mudanças de hábitos corporais. A esse respeito, infere-se do texto
porque o texto não defende
que é necessário

N L
a prática exacerbada de
exercícios físicos para a ga- a. reconhecer o que é indicado pela mídia como referência para alcançar o objetivo de ter um corpo
28

SI XC
rantia de beleza. A alterna- belo e saudável.
tiva E está incorreta porque
o texto não defende que se b. valorizar o discurso da mídia, entendendo-o como incentivo à prática da atividade física, para o
deva atingir um padrão de culto do corpo perfeito.
corpo idealizado pela mídia.
EN O E c. diferenciar as práticas corporais veiculadas pela mídia daquelas praticadas no dia a dia, conside-
rando a saúde e a integridade corporal.
d. atender aos apelos midiáticos em prol da prática exacerbada de exercícios físicos, como garantia
de beleza.
D US

e. identificar os materiais, equipamentos e produtos alimentares como o caminho para atingir o


padrão de corpo idealizado pela mídia.

Módulos 3, 4 e 5 | Editorial
A E
E
EM L D

Exercícios de aplicação
Responda às questões com base no texto "A quem interessa atacar a ciência? E por quê?".
ST IA

1. Pensando nas características de um editorial, responda aos itens a seguir.


a. Qual é a questão discutida no editorial?
SI ER

Trata-se do fato de que, recentemente, há muitas negações à ciência, como no exemplo das mudanças climáticas, que

são alvo de ataques dessa concepção de questionar o método científico.


AT

b. Qual é o ponto de vista defendido no texto? Explique, mostrando a tese contida no editorial.
M

O ponto de vista defendido é o de que existe a tentativa de desconstruir a credibilidade científica, com o objetivo de

defender posições próprias de quem tem essa prática.

c. Considerando a equipe de jornalismo que assina esse editorial, debata com a turma e com o
professor a relevância que a questão discutida tem para essa instituição.
Como se trata da equipe de uma universidade, ou seja, uma instituição educacional e científica, defender a credibi-

lidade científica é fundamental, já que desconstruir a ciência pode prejudicar a confiança que se tem nas pesquisas

realizadas por ela.

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2. Segundo o texto, tentativas de levar o método científico para o debate sobre as mudanças climáti-
cas são inócuas, ou seja, não conseguem produzir efeito. De que modo essa afirmação se relaciona
com a tese do texto?
Segundo o texto, como o ataque à ciência tem como objetivo defender posições econômicas, políticas ou religiosas próprias

(tese) – contrárias às comprovações e aos estudos científicos –, não é possível produzir efeitos com a introdução do mé-

todo científico. Isso se deve ao fato de que a análise da ciência é inócua, porque o discurso contrário procura, justamente,

desconstruir a credibilidade dos cientistas.

C O

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
C SI
3. Os “negacionistas climáticos” – expressão empregada no editorial – costumam ser financiados, se-
gundo o texto, por grandes corporações (como a indústria do petróleo) ou por grupos ultraconser-

O U
vadores. De acordo com o texto, que interesses essas instituições têm nesse tipo de financiamento?
Justifique sua resposta.

N L
Conforme o texto, o interesse dessas instituições é manter seus privilégios econômicos, já que alterações no mundo para

29
SI XC
combater as mudanças climáticas colocariam em risco os lucros que essas empresas costumam ter com a economia como está.

EN O E
4. Releia o seguinte trecho do artigo “A quem interessa atacar a ciência? E por quê?”.
D US

Para, de fato, enfrentarem-se as mudanças climáticas, esse redirecionamento de padrões deveria


privilegiar
A E

Pensando em um mundo no qual as mudanças climáticas seriam realmente enfrenta- 4. A alternativa A está incor-
reta porque a proposta do
E
EM L D

das, teríamos obrigatoriamente de redirecionar nossos padrões socioeconômicos […] texto é de que se diminua
o consumo, principalmente
em países desenvolvidos. A
a. a economia dos países desenvolvidos, que sofreriam com a diminuição do consumo. alternativa B está incorreta
porque a industrialização
ST IA

b. a industrialização, sobretudo em países subdesenvolvidos, para aumentar o consumo. para aumentar o consumo é
c. o incentivo à utilização dos recursos naturais, mesmo que não se encontrem opções sustentáveis. uma prática que, segundo o
texto, deve ser condenada. A
SI ER

d. o interesse comum, com a modificação de padrões de consumo, a serem retardados. alternativa C está incorreta
e. os benefícios a cada indivíduo, que deve ser livre para gastar como quiser. porque o que se espera do
futuro, na perspectiva do
jornal, são alternativas sus-
5. No início do texto, defende-se a ideia de que a desconstrução do discurso científico é uma investida,
AT

tentáveis de reordenamento
ou seja, um ataque. Mais para o final da argumentação, defende-se a ideia de que o enfrentamento de desenvolvimento atual
das mudanças climáticas representaria uma ameaça. Sobre essa relação estabelecida no texto, res- que garantam a preservação
ponda às questões a seguir. do meio ambiente. A alterna-
M

tiva E está incorreta porque,


a. Nesse embate entre ataque e ameaça, como os dois se relacionam? segundo o texto, é preciso
Como alguns setores da sociedade se sentem ameaçados pelo discurso da ciência a respeito das mudanças climáticas – deixar de privilegiar o indi-
víduo, para que se priorize o
cobrando de governos e instituições alterações políticas e econômicas para refrear o problema –, tais setores acabam interesse comum maior.

atacando a ciência e procuram desconstruir sua credibilidade, para que as mudanças climáticas pareçam inofensivas

e, portanto, não demandem alterações.

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CAPÍTULO 1
b. Considerando o lado do debate que o editorial abertamente defende, analise os trechos do texto
apresentados a seguir.
I. […] as manifestações “anticiência” não são questionamentos científicos propriamente ditos,
mas uma clara investida […].
II. Para a ideologia predominante hoje, contudo, mudanças climáticas são vistas como uma “ameaça”.
Por que, em II, foi escolhido usar aspas para marcar a palavra “ameaça”, enquanto, em I, a palavra
investida não aparece entre as aspas?
Como a ideia da investida é parte da tese defendida pelo jornal, a palavra “investida” não aparece entre aspas. Por

outro lado, como a ideia de ameaça é uma visão ideológica com a qual o jornal não concorda, esta palavra aparece

C O
entre aspas, o que marca que o discurso é de outra pessoa e/ou empresa.

O V
C SI
CAPÍTULO 1

c. Ainda sobre os trechos do editorial destacados no item anterior, explique o que seria “um ques-

O U
tionamento propriamente dito”, segundo o que se pode depreender do texto.
Pode-se compreender que um questionamento legítimo é parte do discurso científico e da construção da ciência.

N L
30

SI XC
Um questionamento propriamente dito, portanto, seria válido nesse contexto; no entanto, como não o é, merece

ser combatido.

EN O E6. Diante da questão discutida ao longo do texto e do posicionamento que o jornal demonstra, que
proposta de intervenção é dada como parte das medidas para enfrentar as mudanças climáticas?
Mudar o nível de consumo dos produtos industrializados e de uso dos recursos naturais do planeta; construir uma
D US

sociedade mais igualitária e sustentável; propor ações conjuntas em todo o mundo; lutar contra a lógica do mercado.
A E
E

7. Sobre o texto, marque V para as afirmações verdadeiras e F para as afirmações falsas. Em seguida,
EM L D

7. Segundo o editorial, “o re-


cente movimento global ‘an- corrija as afirmativas falsas.
ticiência’ […] tenta colocar
a ciência em xeque, quando
É possível compreender que uma organização, quando visa ao lucro, pode colocar em risco o
os resultados científicos não V futuro da humanidade como um todo, o que significaria deixar em perigo sua própria condi-
ST IA

apoiam seus interesses”. ção de existência.


O editorial reconhece que “a O movimento “anticiência” procura desconstruir a ciência como um todo, questionando até
luta [por parte das grandes F
mesmo os estudos que não combatem diretamente os interesses envolvidos por trás dele.
SI ER

empresas] para manter esse


atual sistema econômico de A proposta de criar uma sociedade igualitária não contraria os interesses dos grandes grupos
concentração de renda não F empresariais, porque, de qualquer maneira, a concentração de renda seria mantida.
cessará”, já que a criação de
Segundo o jornal, se a ciência for finalmente desconstruída, ela não será a única prejudicada:
AT

uma sociedade mais iguali- V


tária contraria essa visão. todo o planeta perderá com essa desconstrução.
Pelas palavras que usa e pela forma como apresenta seu próprio lado e o posicionamento
V contrário, é possível afirmar que o jornal se coloca diante da questão como quem se vê em
M

uma guerra.

8. Por que, segundo o texto, no caso específico das mudanças climáticas, a posição de negação à ciên-
cia é emblemática?
O enfrentamento das questões climáticas vai exigir profundas mudanças no sistema socioeconômico […]. Os setores

econômicos que hoje arrecadam trilhões de dólares, obviamente, não têm interesse em diminuir seus lucros, mesmo à

custa de colocar em risco o futuro da humanidade e, em última análise, o futuro de seu próprio negócio.

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9. Leia o seguinte trecho do texto.

Para a ideologia predominante hoje, contudo, mudanças climáticas são vistas como
uma ‘ameaça’. Afinal, uma das medidas mais urgentes é impor limites ao uso indiscri-
minado dos nossos recursos naturais, contrariando grandes indústrias de petróleo e
carvão, do agronegócio etc.

Nesse trecho, fala-se da possível “ameaça”, que analisamos anteriormente. Note que a palavra “afi-

C O
nal” introduz uma justificativa para o entendimento dessa suposta ameaça. Explique como isso

LÍNGUA PORTUGUESA
acontece nessa passagem.

O V
O fato de que uma das medidas mais urgentes é impor limites ao uso de recursos naturais justifica o sentimento de

C SI
ameaça que as grandes empresas têm diante do discurso científico sobre as mudanças climáticas.

O U
N L

31
SI XC
Exercícios propostos
EN O E
10. Analise o trecho a seguir, retirado do segundo parágrafo do editorial e, depois, selecione uma pas-
sagem relacionada diretamente a esse argumento, reiterando-o.
D US

Não há uma visão de longo prazo acerca dos danos


possíveis e prováveis ao nosso planeta.
A E
E
EM L D

“Governos e iniciativa privada geralmente fazem planos para quatro anos ou, no máximo, até dez anos. Porém, a humani-

dade tem de pensar nas próximas décadas e séculos.”


ST IA
SI ER

11. Pesquise, em um dicionário, os sentidos que têm as palavras a seguir, retiradas do texto.
AT

a. Arrecadar
Receber em pagamento.
M

b. Conglomerado
Organização em que se reúnem empresas de diversos setores e ramos.

c. Embate
Oposição; reação; resistência

d. Vigente
O que vigora, tem validade.

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CAPÍTULO 1
12. A alternativa A está in- 12. Um dos fatores sociais que prejudicam as ações para diminuir os impactos das mudanças climáticas
correta porque a redução do e que levam a falsos questionamentos à ciência, segundo o editorial do Jornal da USP, é
consumo é uma proposta do
texto para diminuir as mu- a. uma forte redução do consumo, especialmente em países desenvolvidos.
danças climáticas. A alterna-
b. a luta para acabar com o atual sistema socioeconômico de concentração de renda.
tiva B está incorreta porque
está implícita, no texto, a c. a tentativa de apresentar, no debate sobre as mudanças climáticas, o método científico.
ideia de que a luta para aca-
d. a lógica competitiva das indústrias, que buscam aumentar o valor de suas ações o mais rápido
bar com a concentração de
renda (criação de uma socie- possível e sempre crescer.
dade mais igualitária) é uma e. uma possibilidade de planejamento dos governos e da iniciativa privada para as próximas déca-
forma de resolver a questão.
das ou para os próximos séculos.
A alternativa C está incorre-

C O
ta porque debater sobre o
método científico poderia 13. Enem

O V
ser um caminho para forti-
ficar o discurso da ciência. A

C SI
alternativa E está incorreta A última edição deste periódico apre- tino correto, procuram dispensá-lo em
CAPÍTULO 1

porque, segundo o texto,


seria ideal que os governos
senta mais uma vez tema relaciona- outras regiões. Uma situação no mínimo

O U
e a iniciativa privada deixas- do ao tratamento dado ao lixo caseiro, incômoda. Se você sai de casa para jo-
sem de planejar apenas a aquele que produzimos no dia a dia. A gar o lixo em outra localidade, por que

N L
curto prazo e começassem a
traçar planos a longo prazo. informação agora passa pelo problema não o fazer no local ideal? É muita falta
32

SI XC
do material jogado na estrada vicinal de educação achar que aquilo que não é
que liga o município de Rio Claro ao correto para sua região possa ser para
13. Um editorial expõe a distrito de Ajapi. Infelizmente, no local outra. A reciclagem do lixo doméstico é
opinião de um veículo de
comunicação a respeito de
EN O E em questão, a reportagem encontrou um passo inteligente e de consciência.
temas importantes para a mais uma forma errada de destinação Olha o exemplo que passamos aos mais
sociedade. A alternativa A do lixo: material atirado ao lado da pista jovens! Quem aprende errado coloca em
está incorreta porque uma
das funções sociais do edi- como se isso fosse o ideal. Muitos mo- prática o errado. Um perigo!
D US

torial não é apresentar fatos radores, por exemplo, retiram o lixo de Disponível em: <http://jornaldacidade.uol.com.br>.
novamente, mas comentar Acesso em: 10 ago. 2012. Adaptado.
a respeito deles, de modo
suas residências e, em vez de um des-
crítico. A alternativa B está
incorreta porque o editorial,
geralmente, trata de assun-
A E

Esse editorial faz uma leitura diferenciada de uma notícia veiculada no jornal. Tal diferença traz à
tos abordados frequente-
tona uma das funções sociais desse gênero textual, que é
E

mente pelo jornal, já que


EM L D

são assuntos de interesse a. apresentar fatos que tenham sido noticiados pelo próprio veículo.
público. A alternativa C está
incorreta porque o editorial b. chamar a atenção do leitor para temas raramente abordados no jornal.
não é feito para provocar a c. provocar a indignação dos cidadãos por força dos argumentos apresentados.
indignação dos cidadãos,
ST IA

mas para levá-los a refletir d. interpretar criticamente fatos noticiados e considerados relevantes para a opinião pública.
sobre o assunto abordado. e. trabalhar uma informação previamente apresentada com base no ponto de vista do autor da notícia.
A alternativa E está incorreta
SI ER

porque o editorial apresenta


o ponto de vista do veículo de
comunicação.
Módulos 6 e 7 | Comparando editoriais
AT

Exercícios de aplicação
M

Responda às questões com base nos textos "Os desafios dos sindicatos" (I) e "Sem desconto" (II).

1. De acordo com seu conhecimento sobre a estrutura de um editorial e comparando os textos apre-
sentados, responda ao que se pede.
a. Qual é o tema abordado nos dois editoriais apresentados?
O tema abordado são os efeitos que a reforma sindical proposta pelo atual governo poderá causar aos sindicatos.

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b. Qual é a opinião de cada jornal a respeito do tema identificado por você no item anterior?
O Estadão tem a opinião de que, para além da emergência financeira gerada aos sindicatos pela ênfase do fim da obri-

gatoriedade da contribuição sindical por parte do trabalhador, as organizações sindicais enfrentarão outros desafios,

que não tiveram por anos e que dificultarão seu funcionamento, tais como a reformulação da estrutura interna de

empregos. Já a Folha de S.Paulo defende a opinião de que, apesar de a reforma acertar em enfatizar que a contribuição

sindical seja voluntária, o governo erra em impor as novas regras e não negociar com os sindicatos.

2. Copie, de cada um dos textos, argumentos que sustentam as opiniões apresentadas por eles.

C O
É possível encontrar mais de um argumento em cada um dos textos. Texto I: “Mais do que defender os interesses dos

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
trabalhadores, a estrutura sindical mantida pelo imposto sindical estimulou a criação de entidades e, claro, de cargos

C SI
remunerados em suas diretorias.”

Texto II: “Não surpreende que a medida, assinada às vésperas do Carnaval, já provoque veemente reação contrária das

O U
entidades sindicais, pressionadas por uma queda abrupta na arrecadação – em 2018, elas coletaram cerca de R$ 500

N L
milhões, numa queda de quase 90% em relação ao ano anterior”.

33
SI XC
3. Qual é a relação entre os subtítulos dos textos e a opinião central (tese) deles?
EN O E
Os subtítulos sintetizam a opinião central de cada texto.

4. Note que o texto I é encerrado com uma pergunta, estratégia que não seria válida caso o texto fosse
D US

uma dissertação de vestibular, por exemplo, mas que pode acontecer em um editorial. Observando
os argumentos apresentados no texto em questão, é possível dizer que a pergunta tem o intuito de
deixar dúvidas para o leitor solucionar e/ou refletir?
Ao observar o texto como um todo, é possível concluir que a pergunta não pretende deixar dúvidas para o leitor, mas, sim,
A E

uma mensagem implícita: os sindicatos brasileiros se encontram em situação muito dificultosa, da qual, provavelmente,
E
EM L D

não conseguirão sair sem prejuízos.


ST IA

5. Depois de ler o texto II, é possível pensar em mais de um sentido para o título dele. Apresente dois
entendimentos possíveis para o nome dado ao editorial.
SI ER

É possível que a expressão “sem desconto” se refira ao fato de que não será mais aceito desconto do valor da contribuição

sindical direto da folha de pagamento dos funcionários ou que ela se refira à falta de diálogo e abertura do governo com

os sindicatos. Nesse segundo sentido, a expressão “sem desconto” pode ser entendida como “sem negociações”.
AT

6. Entre os argumentos apresentados no editorial da Folha de S.Paulo, há um trecho em concordância 6. Nessa passagem, o texto
M

com as considerações feitas pelo Estadão. Esse trecho é: da Folha de S.Paulo cita a ne-
cessidade de modernização
a. “Com a edição da medida provisória 873, o governo […] promoveu mais uma alteração na co- como um desafio aos sindi-
brança das contribuições destinadas a sustentar os sindicatos.” catos, questão também abor-
dada no texto do Estadão.
b. “Como reação ao que o governo entende como ativismo judicial contrário aos princípios da refor-
ma, a MP impõe autorização prévia individual do trabalhador […].”
c. “Evidente que o governo não tem o papel de fomentar organizações laborais, mas pode contri-
buir na busca de uma legislação razoável para o funcionamento delas.”
d. “Haverá, decerto, forte pressão das centrais para alterar ou derrubar o texto durante sua tramita-
ção no Congresso.”
e. “Um enfrentamento pode se mostrar contraproducente agora, quando entidades começam a
reconhecer que precisam modernizar a estrutura de representação.”

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CAPÍTULO 1
7. Ao contrário do texto I, o texto II se encerra com uma afirmativa e, nela, há um termo que demonstra uma
opinião definitiva sobre um aspecto. Com base nessas informações, responda às seguintes questões.
a. Qual é esse termo?
O termo é “Evidente”.

b. Que opinião definitiva esse termo introduz?


Esse termo introduz a opinião da Folha de S.Paulo de que o governo não tem o papel de incentivar organizações laborais.

C O
8. Em qual dos dois editoriais a tese é mais explícita? Justifique com uma passagem do texto.

O V
No texto II, a opinião do jornal é mais explícita, já que o texto apresenta termos e passagens que não deixam dúvidas

C SI
CAPÍTULO 1

sobre sua definitiva opinião. Um exemplo é a passagem “O governo está correto ao tentar eliminar dúvidas quanto ao

caráter voluntário e individual das contribuições, princípio consagrado na reforma trabalhista e validado pelo Supremo

O U
Tribunal Federal.

N L
Mas erra no modo – ao não dialogar com os sindicatos e dar margem a interpretações de que promove uma ofensiva
34

SI XC
contra eles”.

EN O E
D US

Exercícios propostos
Respondas às questões 9 a 11, com base no texto "Os desafios dos sindicatos".
A E

9. Analise o seguinte trecho.


E
EM L D

A maioria desses sindicatos tinha pouco ou nenhum vínculo


com os trabalhadores da base que diziam representar.
ST IA

A palavra que poderia substituir “base”, nesse caso, é


SI ER

a. alicerce.
b. categoria.
c. origem.
AT

d. pedestal.
e. suporte.
M

10. Analise a seguinte passagem.

Esse mecanismo de recolhimento compulsório assegurou, por sete dé-


cadas, a sobrevivência de sindicatos e outras organizações de natureza
sindical – e, sobretudo, a boa-vida de um grande número de dirigentes.

Que opinião está implícita nesse trecho?


É possível deduzir do trecho a opinião de que os dirigentes dos sindicatos conseguiram, por anos, obter remunerações ou

altos ganhos por meio das organizações.

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11. Há, no texto I, uma passagem que explica no que consiste a contribuição sindical, citada nos dois
editoriais. Encontre essa passagem e transcreva-a.
“Tratava-se, na verdade, de um imposto correspondente a um dia de trabalho e descontado anualmente no salário de

março de todo trabalhador com registro em carteira de trabalho, fosse ou não sindicalizado.”

12. Observe a imagem.

IMAGINIMA/ISTOCK

C O

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
C SI
O U
N L

35
SI XC
EN O E
Essa imagem pode ser relacionada a que desafio, mencionado no primeiro texto, que os sindicatos
D US

têm de enfrentar?
Ao mostrar um robô fazendo o trabalho de recepcionista, a imagem pode ser relacionada ao desafio que as novas

tecnologias criam na oferta de trabalhos, pois elas possibilitam a utilização de menos mão de obra, o que pode gerar
A E

mais desemprego.
E
EM L D
ST IA

Módulos 8 e 9 | Produção de editorial

Exercícios de aplicação
SI ER

1. Depois de ler o texto “Câmeras de reconhecimento facial levam a 4 prisões no Carnaval do Rio”,
AT

responda ao questionário seguinte, a fim de demonstrar que você entendeu o assunto tratado e
conseguiu terminar a leitura com uma opinião formada.
a. Qual é o tema do texto que você acabou de ler?
M

O tema é a utilização, como teste, de câmeras de reconhecimento facial pela Polícia Militar no Carnaval do Rio de Janeiro,

para encontrar criminosos procurados pela Justiça.

b. Quais foram os prós, os contras e as opiniões apresentados na reportagem?


A PM considerou o teste positivo, já que ele possibilitou a prisão de quatro pessoas durante o Carnaval. Já a advogada

do IDEC, apesar de salientar que existe uma justificativa da segurança pública para a utilização das câmeras de reco-

nhecimento facial, disse que é preciso pensar na privacidade das pessoas e ter garantias de que as imagens captadas

“não correm riscos de vazamentos ou de má utilização por parte do estado ou de terceiros”.

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CAPÍTULO 1
2. A alternativa A está incor- 2. Pensando nas características de um editorial e considerando que um artigo de opinião reflete, dire-
reta porque o editorial indica tamente, o posicionamento do autor, é possível afirmar que
a opinião do jornal enquanto
empresa. A alternativa B está a. o editorial precisa indicar a opinião do editor-chefe do jornal.
incorreta porque o editorial é
b. o editorial trará o nome do redator responsável pelo jornal.
“assinado” pelo jornal, e não
pelo autor do texto. A alterna- c. o artigo de opinião deve apresentar uma opinião que coincida com a da empresa.
tiva C está incorreta porque o
d. o artigo de opinião pode ser assinado por seu autor.
articulista pode divergir das
opiniões da empresa para a e. nenhum dos dois gêneros é argumentativo, embora sejam jornalísticos.
qual trabalha. A alternativa E
está incorreta porque os dois 3. O uso de câmeras em locais públicos, por um lado, facilitou a prisão de criminosos no Carnaval, mas,
gêneros são argumentativos.

C O
por outro, esses olhos eletrônicos nos expõem ainda mais quando estão em locais públicos. O que
você acha do uso dessas câmeras? Na sua opinião, esse recurso apresenta mais benefícios ou prejuí-

O V
zos? Justifique suas respostas. Você pode inspirar-se nos prós e nos contras mencionados no texto.
Resposta pessoal.

C SI
CAPÍTULO 1

O U
N L
36

SI XC
4. a. Solicitar aos alunos que 4. Depois da leitura do texto “Câmeras de reconhecimento facial levam a 4 prisões no Carnaval do Rio”,
debatam o tema com os co- reúna-se com mais três colegas. O grupo formará a equipe de um jornal, que deverá elaborar um
legas de grupo. Observar
se eles compreenderam a
EN O E editorial com base no texto lido. Colaborativo
temática do texto e se to- Como fazer
dos estão participando da
discussão. Caso necessitem,
a. Discutam sobre o tema e reflitam a respeito de propostas de tese que podem unificar os posicio-
os grupos podem solicitar a namentos individuais de cada membro da equipe. De acordo com essa reflexão, pensem em um
D US

ajuda do professor. ponto de vista que resuma e demonstre a visão de mundo que sua “empresa jornalística” tem.
b. Se julgar pertinente, per- b. Para organizar previamente suas ideias, antes de iniciar a produção, preencha a tabela a seguir.
mitir que os alunos façam a
Vocês deverão elaborar, ao menos, três argumentos para sustentar a tese, podendo apresentar
pesquisa utilizando celulares
ou, então, fornecer outras dados e fatos. Para isso, lembrem-se de utilizar o texto-base, mas sabendo que podem buscar in-
A E

fontes de pesquisa, levando formações em outras fontes. Na tabela, é melhor que vocês organizem as ideias em tópicos, não
E

impressas matérias relacio- sendo necessária a criação de períodos. Ao finalizar o preenchimento das lacunas, vocês estarão
EM L D

nadas ao tema do texto lido. prontos para a elaboração do texto.


É possível também que eles
utilizem a sala de informáti-
va, caso haja uma na escola.
Contextualização
ST IA

c. Verificar se todos com-


preenderam bem as orien- (apresentação do tema)
tações indicadas neste item.
SI ER

d. Orientar os alunos para


que façam um rascunho do
texto. Apenas um integrante Tese (opinião sobre o assunto)
do grupo pode fazê-lo. De-
AT

pois, os demais integrantes


devem ler o rascunho, fazen-
do considerações, e escrever,
na folha de produção de tex- Argumento 1
M

to, a versão final do editorial.


Estipular um tempo para o
desenvolvimento de cada
etapa.
Argumento 2

Argumento 3

Conclusão

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c. Para a criação do editorial, você precisa imaginar-se como alguém que apresenta, em palavras,
a opinião de uma empresa jornalística. Pense que esse texto não pode ser escrito em primeira
pessoa, pois, hipoteticamente, não transmite seu pensamento individual. Você pode colocar-se
no lugar de um redator-chefe, para facilitar sua percepção sobre a escolha do vocabulário e do
posicionamento, sempre levando em consideração que a pessoa que ocupa esse cargo, caso seja
responsável por escrever um editorial, não escreverá necessariamente o que pensa sobre um
tema, mas, sim, apresentará a opinião da empresa para a qual trabalha.
Caso haja necessidade, volte a ler os editoriais disponíveis nas aulas anteriores. Observe como
as opiniões são expostas; você pode, também, aproveitar alguma palavra nova apresentada nos
vocabulários. Não se esqueça de que não deve usar a primeira pessoa do singular nem do plural.

C O
d. Agora, com o tema definido, os argumentos elaborados e as ideias organizadas, seu grupo deverá

LÍNGUA PORTUGUESA
produzir um texto do gênero editorial, abordando o tema extraído da reportagem “Câmeras de

O V
reconhecimento facial levam a 4 prisões no Carnaval do Rio”. Use a folha de produção de texto
no final do livro. Redação pág. 301

C SI
Lembrem-se de representar a opinião da empresa jornalística hipotética e de seguir os passos
apresentados na teoria. Caso queiram, vocês podem criar também um nome para o jornal que

O U
representam.

N L
Exercícios propostos

37
SI XC
5. Vivemos em um mundo em que somos expostos mais do que gostaríamos e que, muitas vezes, é
praticamente impossível evitar alguns tipos de exposição. Você acha que ainda é possível garantir
EN O E
certa privacidade? Se sim, explique como.
Resposta pessoal.
D US
A E
E
EM L D
ST IA

6. Caso sua escola adotasse o uso de câmeras de reconhecimento facial, qual seria sua opinião a res-
peito disso? Quais argumentos você usaria para sustentar esse posicionamento?
SI ER

Resposta pessoal.
AT
M

7. O editorial, assim como uma dissertação escolar, é um gênero


a. argumentativo.
b. imparcial.
c. injuntivo.
d. narrativo.
e. noticioso.

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CAPÍTULO 1
Módulos 10 e 11 | Aglutinação e justaposição

Exercícios de aplicação
1. Um exemplo de palavra formada por composição é
a. pedreiro.
b. nervosamente.
c. segunda-feira.
d. ilegal.

C O
e. refazer.

O V
2. A palavra composta “viandante” tem o mesmo sentido de “viajante”. Com base nessa informação,

C SI
responda às questões a seguir.
CAPÍTULO 1

a. Por quais elementos você supõe que essa palavra seja formada?

O U
A palavra “viandante” é formada pelos radicais “via” e “andante”.

N L
b. Tal palavra é composta por justaposição ou por aglutinação? Explique.
38

SI XC
É formada por aglutinação, pois há uma perda fonética (perde-se o som do “a”).

EN O E 3. Use uma palavra formada por composição (justaposição ou aglutinação) para nomear o que é retra-
tado em cada uma das imagens a seguir.
a. b. c.
SMILEUS/ISTOCK

KANOKE_46/ISTOCK

KANOKE_46/ISTOCK
D US
A E
E
EM L D

Pontapé. Arco-íris. Quebra-cabeça.


ST IA

4. As palavras compostas podem ser formadas por elementos de classes gramaticais iguais ou distintas:
SI ER

• verbo + verbo;
• substantivo + adjetivo;
• numeral + substantivo;
AT

• advérbio + adjetivo;
• substantivo + preposição + substantivo etc.
M

Sabendo disso, indique a classe gramatical de cada elemento que forma as palavras compostas a seguir.
a. Beija-flor
Verbo + substantivo

b. Vaivém
Verbo + verbo

c. Bem-bom
Advérbio + adjetivo

d. Maldizer
Advérbio + verbo

e. Pai de família
Substantivo + preposição + substantivo

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5. Um exemplo de palavra formada pelo processo de composição por justaposição é
a. embora. d. fidalgo.
b. planalto. e. beija-flor.
c. cabisbaixo.

Exercícios propostos
6. Justifique a presença de hífen nos casos a seguir.
a. Para-choque

C O

LÍNGUA PORTUGUESA
Usa-se hífen em palavras compostas cujos elementos constituintes não perderam seu significado próprio no processo

O V
de formação.

C SI
b. Criado-mudo
Usa-se hífen em palavras compostas sem preposição e cujo primeiro elemento seja substantivo, verbo, adjetivo

O U
ou numeral.

N L
c. Mal-habituado

39
SI XC
Usa-se hífen em palavras compostas com os advérbios “bem” ou “mal”, se o elemento seguinte se iniciar por vogal

ou pela letra “h”.


EN O E
7. Empregou-se devidamente o hífen em
a. guar-da-chuva. d. cor-de-rosa.
b. sala-de-jantar. e. fim-de-semana.
c. mão-de-obra.
D US

8. Imagine que você tivesse a função de mudar o nome dos objetos que existem no mundo, mas com
a condição de que esses nomes fossem formados por composição. Como você renomearia cada um
dos seguintes objetos?
A E

a. b. c.
MALERAPASO/ISTOCK

DEEPBLUE4YOU/ISTOCK

LILIBOAS/ISTOCK
E
EM L D
ST IA
SI ER
AT
M

Resposta pessoal. Sugestão: gira-gira. Resposta pessoal. Sugestão: tira-foto. Resposta pessoal. Sugestão: sempre-linda.

9. Considerando as respostas do exercício anterior, indique a regra que justifica a presença ou a ausên-
cia de hífen em cada nome inventado.
a. Resposta pessoal.

b. Resposta pessoal.

c. Resposta pessoal.

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Módulos 1 e 2
1. Marque (C) nas notícias que você julgar confiáveis e (F) naquelas que parecem ser falsas.
Fatos publicados em páginas de grandes jornais, com versão impressa, que existem há mui-
C
tos anos.
Fatos que prometem soluções milagrosas para a vida, como um corpo perfeito ou a chance de

C O
F
ganhar dinheiro facilmente.

O V
F Fatos com informações muito distintas nas diversas fontes em que foram publicados.

C SI
C Fatos noticiados de maneira semelhante ou idêntica por muitas páginas ao mesmo tempo.
CAPÍTULO 1

O U
Módulos 3, 4 e 5
2. Selecione as etapas de elaboração de um editorial.

N L
40

Caracterização do espaço da narrativa Introdução de personagens

SI XC
X Contextualização Divisão em versos e estrofes

X Defesa de uma tese


EN O E X Uso de argumentos

Módulos 6 e 7
3. Leia a afirmação a seguir e assinale as palavras que a completariam corretamente.
D US

Diferentes editoriais podem ter diversas sobre um mesmo da sociedade.


estruturas – personagem

narrativas – acontecimento
A E

X opiniões – fato
E
EM L D

Módulos 8 e 9
4. A base de um editorial pode ser um fato, mas ele deve conter, necessariamente, um(a)
ST IA

a. elemento que gere humor.


b. enredo atraente ou um ritmo agradável.
SI ER

c. ordem ou um conselho ao leitor.


d. posicionamento diante do fato.
e. subtítulo que chame a atenção do leitor.
AT

Módulos 10 e 11
5. Analise a imagem a seguir e complete a lacuna.
M

LILIBOAS/ISTOCK

O substantivo que essa imagem representa é composto por justaposição. .

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C O

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
EDITORIAL

C SI
O U
Contextualização

N L

41
Defesa de tese

SI XC
Uso de argumentos
EN O E
D US
A E

Tema
Argumentação Posicionamento
E
EM L D

determinado
ST IA
SI ER

Fato Opinião
AT

Um fato é algo que


pode ser verificado Uma opinião é um
M

com base em ponto de vista.


evidências.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 01 MI DMUL DLPO_G1.indd 41 20/09/19 13:22


CAPÍTULO

2 NOSSAS OPINIÕES

C O
LÍNGUA PORTUGUESA

Módulos 12 e 13

O V
Não há dúvidas de que alcançamos
grande democratização no ato comu-
COMENTÁRIO DO LEITOR

C SI
nicativo. Se, antes, o posicionamento

P
da maioria das pessoas ficava restrito
ao seu próprio círculo de contatos, rovavelmente, você já deve ter se deparado, em suas

O U
próximo fisicamente, hoje as pers- navegações pela internet, com comentários feitos
pectivas de cada um podem ter amplo
por leitores. Em jornais digitais, isso é bastante co-

N L
alcance, virtualmente, em função das
múltiplas possibilidades que a inter- mum. Basta acessar uma notícia, uma reportagem, um ar-
42

SI XC
net oferece. As dinâmicas textuais do
universo digital – e nisso se inserem os tigo ou um texto de qualquer outro gênero e rolar a pági-
gêneros textuais digitais – são a com- na até o fim para encontrar a opinião de quem leu o texto
provação disso. Neste capítulo, ganha-
EN O E
rá destaque o comentário do leitor, em questão.
que pode se enquadrar em um desses
gêneros. Além disso, a existência da
checagem dos fatos – procedimento
que resulta, justamente, de um mun-
do onde se divulgam informações com
D US

muito mais facilidade (porque, conse-


quentemente, nem tudo é verdadeiro)
será outro tópico trabalhado no capí-
tulo. Finalmente, considerando que
a democratização mencionada diz
A E

respeito a um posicionamento diante


do que se passa ao redor, faz-se ne-
E
EM L D

cessária uma abordagem que indique


aos alunos os caminhos para uma boa
argumentação, para a sustentação de
seu modo de encarar o mundo.
Um dos aspectos que se sobressaem
ST IA

quando se trata de um comentário do


leitor é a confusão que costuma haver
entre liberdade de expressão e discur-
SI ER

so de ódio. Não é raro que comentários


desse gênero apresentem um conteú-
do agressivo e pouco produtivo. O de-
safio em sala de aula é, então, estimular
AT

os alunos a refletirem sobre os limites


entre se manifestar respeitosamente e
ofender, elaborando, desse modo, uma
postura ética na sua interação com as
M

redes sociais. Afinal, um dos papéis da


escola é apontar para comportamentos
cidadãos. Por isso, além de estudar as
características desse gênero, relativa-
mente recente, os alunos vão desenvol-
ver sua criticidade em relação ao que se
considera ofensivo.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 01 MI DMUL DLPO_G1.indd 42 20/09/19 13:22


PASUWAN/SHUTTERSTOCK
C O

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
C SI
O U
N L

43
SI XC
EN O E
D US
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER
AT
M

Hoje, facilmente, os leitores de um jornal podem manifestar-se a respeito do que leem.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 01 MI DMUL DLPO_G1.indd 43 20/09/19 13:22


No entanto, não é raro também que tais comentários sejam carregados de
VOCABULÁRIO desrespeito, seja com o autor do texto, seja em relação ao conteúdo abor-
Indiscriminadamente: de
dado. Por isso, ao se redigir um texto pertencente a esse gênero, devem-se
maneira indiscriminada; compreender os limites que resguardam os direitos de cada um, indiscri-
sem distinção. minadamente. O comentário do leitor é um dos gêneros textuais em que
a ética é mais facilmente desvalorizada. Infelizmente, prevalece, ainda, a
noção de que a internet é um território sem lei – e isso não é verdade. Vir-
tualmente, também existe uma vida em sociedade a ser considerada, tal

C O
como nos espaços físicos coletivos.
Além desse entendimento básico que deve orientar a escrita de um co-

O V
mentário, há uma estrutura textual a ser observada. Como todos os outros

C SI
CAPÍTULO 2

gêneros, dos mais variados campos de atuação, o comentário do leitor tem


uma constituição própria, que o identifica. Apresenta, também, uma lin-

O U
guagem que lhe é conveniente.

N L
Como exemplo, imagine que um leitor redigisse um comentário sobre um
44

SI XC
artigo cujo tema fosse “liberdade de expressão”. Uma possibilidade de texto
seria esta:
EN O E
D US

JOÃO SILVA há 2 minutos


A E
E
EM L D

Concordo com o que, essencialmente, foi colocado no artigo. No entanto,

gostaria de fazer uma ressalva: liberdade de expressão não é exatamente o


ST IA

mesmo que expor ideias livremente. Há de se ter muita cautela quanto a essa

concepção, pois, do contrário, existe um sério risco de que a manifestação


SI ER

se transforme em discurso de ódio. Ainda que liberdade de expressão


AT

remeta à noção de livre, não se deve, nunca, perder de vista o respeito.

Minha liberdade termina quando eu afeto, de algum modo, o direito do outro.


M

Responder Denunciar

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Nesse suposto comentário, elaborado por um leitor, percebem-se alguns
elementos estruturais que marcam, de forma geral, o gênero. O primeiro
deles é o nome do leitor, que, nesse caso específico, também pode ser con-
siderado autor, já que foi quem redigiu o texto: João Silva. A identificação
de quem elaborou o comentário não somente serve para que se atribuam
os créditos do texto a quem o elaborou, mas também mostra que existe
alguém responsável por determinada manifestação de opinião, especial-
mente se ela for agressiva, desrespeitosa ou preconceituosa.

C O
O nome do autor do comentário é seguido pela indicação de quando ele

LÍNGUA PORTUGUESA
foi publicado. Afinal, para um texto ser compreendido em sua totalidade,

O V
não se pode desprezar o momento em que ele foi escrito ou publicado,

C SI
pois isso serve para contextualizá-lo. A interpretação de um texto, até
mesmo de um comentário de leitor, pode depender de situá-lo quanto ao

O U
aspecto temporal.

N L
Finalmente, então, aparece o comentário. Sua extensão costuma ser

45
SI XC
breve, limitando-se a um ou dois parágrafos. No exemplo dado, grama-
ticalmente, ele não contém desvios. Isto é importante: a credibilidade de
um comentário é reforçada se a linguagem usada é construída com cui-
EN O E
dado. Não é necessário que haja extrema formalidade, mas a correção e,
especialmente, a clareza resultante da organização formal das ideias são
fundamentais.
D US

Abaixo do comentário, é comum que se encontrem botões referentes às


ações de “responder”, “denunciar” ou, então, “curtir” e “compartilhar”. Em
cada meio de comunicação, essas possibilidades variam, mas sempre, de
algum modo, há opções para interagir com o autor responsável pelo co-
A E

mentário. O botão de denunciar – que serve para delatar excessos ao pró-


E
EM L D

prio veículo onde foi publicado o comentário –, por exemplo, é a compro-


vação do quanto é frequente que comentários desse tipo desrespeitem os
limites aceitáveis para a boa convivência em sociedade, ainda que virtual.
ST IA

Todas essas opções, no entanto, devem ser usadas com cautela. A resposta
ao autor do comentário também deve ser respeitosa, assim como o próprio
SI ER

comentário, e denúncias devem ser feitas quando realmente for necessário.


PASUWAN/SHUTTERSTOCK
AT
M

Este é o momento oportuno para apli-


car o exercício 1 da seção “Para con-
O botão “Denunciar”, comumente presente abaixo do comentário de um leitor, é uma maneira de combater o desrespeito.
ferir”, referente aos módulos 12 e 13.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 01 MI DMUL DLPO_G1.indd 45 20/09/19 13:22


Neste conjunto de módulos, o assunto Módulos 14, 15 e 16
é um dos mais importantes da atua-
lidade: a necessidade de saber olhar
criticamente para a informação. A che- CHECAGEM DE FATOS
cagem de fatos é a base da habilida-
de trabalhada aqui, a EF08LP02, cujo No capítulo 1 deste grupo, falamos sobre a necessidade de se ter um olhar
texto trata da importância de tornar
os alunos capazes de “justificar dife-
crítico em relação às informações compartilhadas na internet para po-
renças ou semelhanças no tratamento der saber o que é realmente fato. Desconfiar de uma publicação e buscar
dado a uma mesma informação vei-
culada em textos diferentes, consul- a verdade é o trabalho de um grupo de jornalistas que, na atualidade,
tando sites e serviços de checadores debruçam-se sobre os fatos que aparecem na internet e vão atrás de suas
de fatos”.

C O
fontes – para, somente então, poderem afirmar com certeza o que é falso
e o que é verdadeiro.

O V
Esses jornalistas são os checadores de fatos. Eles fazem um papel que

C SI
CAPÍTULO 2

nós, meros internautas, nem sempre somos capazes de fazer, pois se trata
de uma habilidade que só se alcança com o tempo e com o exercício da

O U
checagem. Checar nada mais é que pesquisar. Assim como, na escola, preci-

N L
samos, às vezes, pesquisar sobre um tema proposto, os checadores de fatos
46

necessitam, à maneira dos detetives, buscar verdades e mentiras a respeito

SI XC
daquilo que circula nas redes.
EN O E É claro que nós, internautas por diversão, não nos tornaremos checado-
res da noite para o dia, mas isso não quer dizer que não sejamos capazes
de, seguindo algumas dicas, proteger-nos, ao menos um pouco, contra as
fake news. Leia, no texto a seguir, algumas dicas que podemos colocar em
prática para escapar das mentiras da internet.
D US

Dicas de checagem de fatos


Existe uma organização chamada IFCN – na tradução para o português, é a Rede
A E

Internacional de Checagem de Fatos. Em um dos textos encontrados no site dessa


E
EM L D

rede, aparecem “10 dicas para verificar os vídeos virais que circulam pelas redes so-
ciais”. Só por saber que uma instituição que preza mundialmente pela checagem de
fatos publicou um texto assim, logo chegamos a duas conclusões: 1) os vídeos que
viralizam por aí podem ser um enorme problema de disseminação de notícias falsas;
ST IA

e 2) é preciso que todo internauta saiba qual é, pelo menos, a principal dessas dicas.
SI ER

DELPIXART/ISTOCK
AT
M

As notícias falsas são uma armadilha bem perigosa.

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Então, vamos lá. Segundo a IFCN, de todas as formas de desinformação que anda
EXPLORE MAIS
pelas redes, os vídeos são uma das mais difíceis de checar. Não é difícil entender o
porquê dessa dificuldade. Afinal, é relativamente simples digitar um texto e uma Saúde sem fake news
ferramenta de busca ou, então, recorrer à busca de imagens no caso de uma foto. O Ministério da saúde
Em alguns cliques, provavelmente, saberemos o que tem chance de ser confiável e disponibiliza mais infor-
mações à população para
o que tem muitas chances de ser falso. Além disso, segundo o texto da IFCN, os ví-
esclarecer supostas fake
deos falsos estão cada vez mais fáceis de serem produzidos e mais difíceis de serem news. Leia mais sobre o
detectados – graças à inteligência artificial. assunto em: <coc.pear.sn/
FSoU4Ce>.

C O
Como, então, resolver a questão? No mesmo texto, aparecem as dicas. E adivi-

LÍNGUA PORTUGUESA
nhe qual é a primeira delas? Pensar criticamente. Com o crescimento da internet,

O V
que nos bombardeia de informações acompanhadas de imagens, cores e visuais
que parecem muito reais e confiáveis, nós, que navegamos pela rede, estamos, de

C SI
fato, desaprendendo a pensar. Temos uma arriscadíssima tendência a aceitar o
que parece verdadeiro como algo de fato verdadeiro – e, então, caímos em muitas

O U
e muitas armadilhas, que podem influenciar opiniões pessoais individuais – e, por
vezes, em massa.

N L

47
Há, ainda, outras dicas importantes, como checar se detalhes do vídeo mudam de

SI XC
acordo com quem compartilha ou, então, se ele foi filmado na data em que, segun-
do quem compartilha, o suposto fato aconteceu. Mas, se pensarmos bem, tudo isso
é secundário. O que vale, acima de tudo, é realmente ter um olhar crítico. E, na ver-
EN O E
dade, pensar criticamente não é importante apenas para quem quer detectar fake
news, mas, sim, para todos nós, em vários campos de nossas vidas – talvez em todos.
Fábia Alvim. Texto escrito com base nas informações
disponíveis em: <coc.pear.sn/9QF9UjG>. Acesso em: jun. 2019.
D US

PARA IR ALÉM
A E
E
EM L D

Ministério da Saúde
MINISTÉRIO DA SAÚDE

alerta sobre fake news


Observe a imagem ao lado.
Ela foi apontada como
ST IA

fake news pelo site do Mi-


nistério da Saúde. Na pá-
gina, existem alertas sobre
SI ER

notícias falsas, que podem


prejudicar muitas pessoas
e, até mesmo, superlotar
os sistemas de saúde.
AT
M

Este é o momento oportuno para aplicar os exercícios 2, 3 e 4 da


seção “Para conferir”, referentes aos módulos 14, 15 e 16.

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Nestes módulos, o foco da abordagem Módulos 17 e 18
será a sustentação argumentativa de
um posicionamento, não somente
pela perspectiva autoral, mas também SUSTENTANDO UM POSICIONAMENTO
pelo olhar do leitor. Assim, o objetivo é
de que os alunos não apenas saibam Se pensarmos em todos os assuntos que possam servir para um debate
escrever um bom texto do ponto de
vista da argumentação, mas também
acalorado, nossa vida acabará e ainda não teremos elencado tudo. Talvez
que sejam leitores críticos, capazes de nem se tivéssemos outra vida para fazer essa lista inusitada obteríamos
avaliar a pertinência das ideias com as
quais entram em contato. A habilidade sucesso. Há muito – muito mesmo! – sobre o que se pensar quanto ao que
da BNCC em que se baseia este con- acontece em todo o mundo. Evidentemente, não refletiremos sobre tudo,
junto de módulos é a EF89LP04, que

C O
trata de “identificar e avaliar teses/ mas é possível que carreguemos uma boa dose de posicionamentos sobre
opiniões/posicionamentos explícitos as mais diversas polêmicas.

O V
e implícitos, argumentos e contra-ar-
gumentos em textos argumentativos Infelizmente, entre essas polêmicas, há assuntos que deveriam ser con-

C SI
do campo (carta de leitor, comentário,
CAPÍTULO 2

artigo de opinião, resenha crítica etc.), senso em uma sociedade. Um deles é o que se refere aos direitos humanos.
posicionando-se diante da questão Há quem acredite que nem todos os seres humanos merecem condições

O U
controversa de forma sustentada”.
favoráveis para viver bem. Se pararmos para pensar, de forma solidária,

N L
sobre essa ideia, perceberemos quanto ela é descabida – nenhuma vida
48

tem mais ou menos valor do que outra. Ainda assim, existe a necessidade

SI XC
de se argumentar em favor desses direitos.
EN O E O texto que você lerá a seguir aborda, especificamente, os direitos das
crianças. Ao mesmo tempo em que é altamente informativo, proporcionan-
do ao leitor uma série de conhecimentos sobre o assunto, ele sustenta um
posicionamento favorável aos direitos infantis. Você poderá perceber que
isso se dá desde o título.
D US

Os direitos das crianças devem ser comemorados


No dia 20 de novembro foi comemorado o Dia Internacio- proteção à infância. Ou seja, os países que assinaram a
A E

nal dos Direitos das Crianças. Essa data foi escolhida por- Declaração não tinham a obrigação de colocar em prática
E
EM L D

que, em 1959, foi assinada a “Declaração dos Direitos das esses direitos. Por outro lado, o segundo documento, que
Crianças”. Já em 1989, o principal documento orientador é o mais aceito em direitos humanos, obriga os países
no sentido da proteção e garantia desses direitos, a “Con- signatários a adotarem medidas de garantia dos direitos
ST IA

venção Internacional sobre os Direitos das Crianças”, foi das crianças na prática. O Brasil assinou os dois.
assinado por 196 países (todos os países que compõem a A lei brasileira específica para esse público é o Estatuto
ONU, menos os Estados Unidos).
SI ER

da Criança e do Adolescente (ECA), que existe há 27 anos,


Os dois documentos foram elaborados pela Organi- desde 1990. Com base nessa lei, pela primeira vez, todas
zação das Nações Unidas (ONU) […]; o primeiro docu- as crianças e os adolescentes passaram a ser enxerga-
mento, com caráter de recomendação, apenas alertava dos, oficialmente, como pessoas em desenvolvimento
AT

sobre a necessidade de os países adotarem medidas de que precisam ter suas necessidades básicas garantidas,
respeito e proteção integral, dando a eles condições de
SKYNESHER/ISTOCK

sobrevivência. Isso significa assegurar seu desenvolvi-


mento físico, mental, moral, espiritual e social, em condi-
ções de liberdade e de dignidade. Antes, existia uma lei
que se aplicava só para crianças e adolescentes órfãos
ou que cometiam atos infracionais. Para todas as outras
crianças, não existia uma lei específica.
O ECA apresenta um conjunto de 13 direitos que de-
vem ser garantidos com absoluta prioridade: direitos re-
ferentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à digni-
dade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e

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comunitária. As famílias, a comunidade, a sociedade em gens étnico-raciais, da região do país em que vivem, se
geral e o poder público têm o dever de assegurar a efe- são meninas ou meninos, entre outros aspectos. Ou seja,
tivação desses direitos. Já as crianças e os adolescentes apesar de termos uma lei bastante avançada para todas
são responsáveis pela garantia de seus próprios direitos. as crianças e todos os adolescentes, a sociedade ainda
Cada um pode ser responsável colocando os direitos em age diferente com cada um, sendo mais ou menos rigo-
prática, por exemplo: frequentar a escola, praticar espor- rosa, mais ou menos agressiva, mais ou menos respei-
tes, comer comidas mais saudáveis, respeitar as outras tosa, garantindo mais ou menos os direitos básicos que
pessoas etc. deveriam ser iguais para todos, apenas pelas diferenças
de identidade de cada um. Por isso, é muito importante

C O
[...]
dar a possibilidade de crianças, adolescentes e adultos

LÍNGUA PORTUGUESA
Embora o ECA seja uma lei bastante avançada e refe-

O V
rência mundial, ainda há muito o que ser aprimorada. conhecerem esses direitos a fundo e suas responsabili-
Pouco se fala sobre crimes relacionados à internet, so- dades perante eles.

C SI
bre publicidade e consumo voltado ao público infanto- Crianças e adolescentes são uma parte ativa da socie-
juvenil, sobre o estabelecimento de regras mais justas e dade e, se estiverem bem informados, têm uma enorme

O U
menos discriminatórias para adotar uma criança ou um capacidade de transformação, tornando este mundo um
lugar melhor para todos viverem. Por fim, é importante

N L
adolescente. Também é importante incluir a educação

49
em direitos humanos explicitamente, ampliar ações de saber que o ECA não é apenas um conjunto de direitos;

SI XC
proteção e direitos para as crianças portadoras de de- é um convite para que todos vejam as crianças e ado-
ficiências, incluir artigos sobre a questão de gênero na lescentes como uma parte importante da sociedade, que
infância e adolescência, entre tantos outros. Porém, o
EN O E deve ser respeitada e protegida e que, se assim for, terá
maior desafio que temos é colocar todo o Estatuto da como consequência adultos respeitadores e conscientes
Criança e do Adolescente em prática. do seu papel social.
Hoje as crianças e os adolescentes brasileiros têm os
GUARANY, Patrícia. Os direitos das crianças devem ser comemora-
seus direitos garantidos de maneira diferente depen-
D US

dos. Jornal Joca. 22 nov. 2017. Disponível em: <coc.pear.sn/EfqRoQ0>.


dendo das suas condições socioeconômicas, de suas ori- Acesso em: jun. 2019. Adaptado.
A E

No início deste capítulo, comentou-se sobre a facilidade com que, atual-


mente, podemos manifestar nosso modo de ver o mundo. A circulação de VOCABULÁRIO
E
EM L D

nossas opiniões não está mais restrita aos espaços físicos por onde passa- Mundo analógico: remete-
mos. Sequer está limitada ao alcance dos meios impressos de que, porven- -se ao mundo real, em opo-
tura, possamos dispor. A revolução digital que vivemos permite que nossas sição ao mundo digital.
ST IA

ideias cheguem a lugares e pessoas antes inimagináveis.


Sem dúvida, isso consiste em um avanço significativo. Afinal, a voz de
SI ER

qualquer um pode ser ouvida, independentemente das hierarquias que de-


terminavam, no mundo analógico, quem podia se expressar amplamente
AT

ou não. No entanto, nessa transformação, algumas questões ainda preci-


sam ser resolvidas. Uma delas refere-se à inconsistência de muitos posicio-
namentos que são facilmente manifestados.
M

Das muitas ideias que surgem no espaço virtual, boa parte não se susten-
ta em razão da fragilidade argumentativa. Isso pode ter graves consequên-
cias, especialmente quando se trata de assuntos políticos. Uma tese infun-
dada, se levada a sério por quem tem acesso a ela, pode impedir avanços
em uma sociedade ou até mesmo favorecer retrocessos.
Por isso, é extremamente importante a existência de textos bem argu-
mentados e bem construídos, como esse apresentado anteriormente, sobre
os direitos das crianças: veja que, para manter sua argumentação, o au-
Este é o momento oportuno para apli-
tor fala de documentos oficiais e leva em conta a questão dos direitos das car o exercício 5 da seção “Para con-
crianças no Brasil e no mundo. ferir”, referente aos módulos 17 e 18.

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CAPÍTULO 2
NOSSAS OPINIÕES
Módulos 12 e 13 | Comentário do leitor

Exercícios de aplicação
1. Como você define as partes constituintes de um comentário de leitor?
Um comentário de leitor é, geralmente, constituído por nome do leitor (ou autor do comentário); indicação do momento

em que o comentário foi publicado; texto do comentário em si; botões que permitem a interação de outros leitores com

C O
o comentário publicado (como o que possibilita resposta ou denúncia).

O V
2. Leia o texto e preencha o quadro disponível logo em seguida não somente com um comentário seu
a respeito do que leu (lembre-se do respeito que deve haver!), mas também com as informações

C SI
CAPÍTULO 2

que costumam caracterizar esse gênero.

O U
Brasil é o quarto país que mais produz lixo plástico

N L
De acordo com um estudo do Fundo Mundial Para a Natureza (World Wide Fund for Na-
50

ture – WWF, em inglês), divulgado no dia 4 de março, o Brasil é o quarto país que mais

SI XC
produz lixo no mundo. Ele fica atrás somente dos Estados Unidos, da China e da Índia.
Só de lixo plástico o país produz mais de 11 milhões de toneladas por ano, o equivalente
EN O E ao peso de mais de 4 mil elefantes. Desse total, aproximadamente apenas 1% é reciclado.
O restante vai para aterros sanitários ou lixões a céu aberto, onde o lixo fica até se decom-
por, o que pode levar centenas de anos.
Cada brasileiro produz, em média, 1 quilo de lixo plástico por semana, mais ou menos o
D US

peso de um caderno de 200 folhas.


Atrás do Iêmen e da Síria, o Brasil é um dos que menos reciclam no mundo e está bem
abaixo da média de reciclagem dos outros, que é 9%.
Ainda segundo o relatório, o volume de plástico que vai para os oceanos todos os anos é
A E

de aproximadamente 10 milhões de toneladas, o que equivale a 23 mil aviões Boeing-747


E
EM L D

pousando nos mares anualmente. Isso significaria mais de 60 aviões por dia.
O Brasil é o quarto país que mais produz lixo plástico. Jornal Joca. 7 mar. 2019.
Disponível em: <coc.pear.sn/Ieni2uU>. Acesso em: jun. 2019.
ST IA
SI ER

às
AT

Resposta pessoal.
M

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3. A existência de um gênero como o comentário do leitor indica, por si só, que, nos tempos atuais, no
que se refere à comunicação, há mais
a. ódio. d. democracia.
b. intolerância. e. falta de liberdade.
c. autoritarismo.

4. Caso um leitor identifique, em um comentário, alguma expressão indicativa de falta de respeito, em


que botão ele pode clicar para tentar solucionar esse problema?
Para casos como esse, os comentários costumam ser acompanhados do botão “Denunciar”.

C O
5. Qual é a importância de um comentário apresentar a identificação de quem o escreveu?

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
A importância consiste no fato de que a identificação permite responsabilizar quem seja desrespeitoso, intolerante ou

C SI
preconceituoso no comentário.

O U
Exercícios propostos

N L

51
SI XC
6. Releia o suposto comentário elaborado por João Silva, apresentado neste conjunto de módulos. Se
você pudesse clicar no botão “Responder”, o que você escreveria?
Resposta pessoal.
EN O E
D US

7. É comum encontrar o botão “curtir” posicionado abaixo de comentários publicados por leitores,
nos mais variados veículos de comunicação. No entanto, nem sempre ele aparece nomeado dessa
A E

forma, embora a função seja a mesma. Uma alternativa para representar o verbo “curtir” pode ser
E
EM L D

a. “odiar”. d. “gostar”.
b. “divertir”. e. “desprezar”.
c. “discordar”.
ST IA

Módulos 14, 15 e 16 | Checagem de fatos


SI ER

Exercícios de aplicação
AT

1. Leia o texto a seguir.

O valor da verdade na era das fake news


M

O jornalismo, não como empresa, mas como institui- lizadas em checagem de notícias, um negócio novo,
ção, precisa criar um escudo para se proteger dessas mas que se tornou altamente relevante nos dias de
práticas obscuras e não ser predada pelas fake news. hoje. Até mesmo companhias como Facebook, Google
É cada vez mais necessário zelar pela história, valores e Twitter – que não produzem conteúdo, apenas os
e princípios dos veículos tradicionais – e, sobretudo, distribuem entre seus usuários – vêm investindo for-
pela credibilidade conquistada por eles ao longo de temente em ferramentas de checagem, buscando au-
décadas. Muitos desses meios de comunicação contam mentar a credibilidade de seus serviços.
atualmente com checadores profissionais de informa-
NASSIF, Lourdes. O valor da verdade na era das fake news, por
ções, uma arma eficiente na busca pela diferenciação. Paulo Nassar. Jornal GGN. 26 fev. 2018. Disponível em:
Outros apostam em parcerias com empresas especia- <coc.pear.sn/gcXKS6E>. Acesso em: jun. 2019.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 01 MI DMUL DLPO_G1.indd 51 20/09/19 13:22


CAPÍTULO 2
Sobre o texto apresentado, responda às questões a seguir.
a. A que se refere a palavra “predada”, no feminino, no início do texto?
A palavra se refere à “instituição” que o jornalismo representa.

b. Qual é a visão, apresentada no texto, relacionada aos veículos tradicionais de jornalismo?


Segundo o texto, os veículos tradicionais devem ser preservados em sua história e em relação à credibilidade que

alcançaram diante do público.

C O
O V
C SI
CAPÍTULO 2

c. Ao afirmar que “Muitos desses meios de comunicação [confiáveis] contam atualmente com che-

O U
cadores profissionais de informações, uma arma eficiente na busca pela diferenciação”, a que
diferenciação o texto se refere?

N L
52

SI XC
Nessa passagem, o texto faz referência à diferenciação entre as notícias confiáveis e aquelas das quais o público deve

desconfiar, ou seja, entre o que são fatos reais e o que são notícias falsas, publicadas por pessoas irresponsáveis.

EN O E
2. Observe esta imagem.
D US

DAVID MAKI/ISTOCK
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER
AT
M

Explique como a imagem se relaciona com o papel dos checadores de fatos.


A imagem mostra uma pá que escava a terra, provavelmente para encontrar alguma coisa. Da mesma maneira, os checadores

retiram as obscuridades que ofuscam a clareza das notícias, trazendo à tona a confiabilidade ou não que acompanha essas

notícias. Ou seja, assim como na imagem, aquele que manipula a pá precisa de esforço para encontrar o que procura; os

checadores também trabalham duro para descobrir a verdade e apresentá-la ao público.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 01 MI DMUL DLPO_G1.indd 52 20/09/19 13:22


3. Escolha, entre as imagens seguintes, aquela que se relaciona mais diretamente com a atividade de
checagem de fatos, e não com a aceitação de tudo o que aparece na internet como verdade absoluta.

DAVID MAKI/ISTOCK

SIPHOTOGRAPHY/ISTOCK

SIPHOTOGRAPHY/ISTOCK
X

C O

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
4. Explique a escolha da imagem que você assinalou no exercício anterior, justificando, também, o

C SI
porquê de ter eliminado as demais.
Na primeira imagem, o internauta comemora ter encontrado algum fato ou alguma informação na internet, e sua postura

O U
não parece ser questionadora. Ele até usa óculos escuros, que podem prejudicar sua visão. Na segunda imagem, o homem

N L
parece submisso em relação às notícias que recebe ou àquilo que ouve – tapando os próprios olhos. Apenas na terceira

53
SI XC
imagem, aparece um internauta que olha para a tela usando uma lupa, o que indica que ele está de olhos abertos, atento,

com uma visão crítica diante daquilo que lê.


EN O E
5. Além dos caça-cliques, que compartilham mentiras a troco de dinheiro, quais outras motivações as
pessoas podem ter para divulgar mentiras na internet?
Resposta pessoal. As pessoas podem ter as mais diversas motivações, como difamar alguma personalidade por quem
D US

tenham antipatia ou, então, para promover figuras que lhes pareçam agradáveis.
A E
E
EM L D

Com base no texto "Dicas de checagem de fatos", responda às questões.


6. Por que, segundo o texto, vídeos são um tipo de conteúdo difícil de ser checado?
Segundo o texto, isso se deve ao fato de os vídeos não serem facilmente localizados em ferramentas de busca e de sua
ST IA

produção ser cada vez mais fácil, com aspecto “confiável”, graças à inteligência artificial.
SI ER
AT

7. Ao final do texto aparece uma opinião, não um fato. Observe.


M

E, na verdade, pensar criticamente não é importante apenas


para quem quer detectar fake news, mas, sim, para todos nós,
em vários campos de nossas vidas – talvez em todos.

Você concorda com essa opinião? Por quê?


Resposta pessoal.

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CAPÍTULO 2
8. O jogo entre parecer 8. Segundo o texto, nós, internautas, estamos desaprendendo a pensar, especialmente porque
confiável e ser confiável é
mencionado claramente a. tendemos a aceitar como verdadeiro tudo o que parece ser verdadeiro na internet.
no texto. A alternativa B b. não temos como checar a veracidade dos fatos.
está incorreta porque, no
texto, está clara a ideia de c. até pouco tempo atrás, a internet apenas veiculava notícias absolutamente confiáveis.
que temos como checar as d. não somos jornalistas, preparados para pesquisar a veracidade dos fatos.
informações. A alternativa
C está incorreta porque a e. somos leigos, ou seja, não temos o profissionalismo dos checadores.
internet nunca foi uma fon-
te absolutamente segura 9. Você já teve algum problema com notícias falsas que recebeu pela internet? Se sua resposta for
e confiável. A alternativa afirmativa, faça um breve relato desse episódio.
D está incorreta porque a

C O
ideia é que qualquer usuá- Resposta pessoal.
rio da rede consiga fazer

O V
essa checagem, mesmo que
não seja um especialista. A

C SI
alternativa E está incorreta
CAPÍTULO 2

porque o profissionalismo
da checagem de fatos não é

O U
uma exigência para que os
internautas se protejam, no

N L
dia a dia, de notícias falsas.
54

SI XC
Exercícios propostos
EN O E
10. O que significa, para você, “ter um pensamento crítico”?
D US

Resposta pessoal. É importante que os alunos notem que um pensamento crítico é aquele com o qual se consegue olhar

para a realidade de maneira a analisá-la com competência. Ou seja, quem pensa criticamente sabe avaliar se algo tende a

ser bom ou ruim, verdadeiro ou falso, confiável ou não.


A E
E
EM L D

11. Observe o seguinte anúncio, que aparece no site do Ministério da Saúde.


ST IA

MINISTÉRIO DA SAÚDE
SI ER

SAÚDE SEM
AT

FAKE NEWS
M

Para combater as fake news sobre saúde, o Ministério da Saúde, de forma inovadora, está
disponibilizando um número de WhatsApp para envio de mensagens da população. Vale
destacar que o canal não será um SAC ou tira dúvidas dos usuários, mas um espaço ex-
clusivo para receber informações virais, que serão apuradas pelas áreas técnicas e res-
pondidas oficialmente se são verdade ou mentira.
Qualquer cidadão poderá enviar gratuitamente mensagens com imagens ou textos que
tenha recebido nas redes sociais para confirmar se a informação procede, antes de conti-
nuar compartilhando.
Saúde sem fake news. Ministério da Saúde. 8 fev. 2019. Disponível em: <coc.pear.sn/FSoU4Ce>. Acesso em: jun. 2019.

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Os trechos destacados no texto estão em evidência para 11. O Ministério da Saúde, ao
colocar os trechos em desta-
a. evitar que as pessoas usem o canal para objetivos que não são o principal da proposta. que, intenciona deixar clara
b. mostrar como as notícias falsas podem ser denunciadas. a necessidade de usar o ca-
nal apenas para a finalidade
c. dar exemplos de notícias falsas sobre saúde que circulam no Brasil. a que ele se destina, ou seja,
d. mostrar os tipos de mensagens que devem ser enviadas para o serviço em questão. denunciar fatos falsos e vi-
rais sobre a saúde no Brasil.
e. apontar para as autoridades envolvidas na implementação do serviço noticiado.

12. Observe, novamente, estas imagens, que estão presentes no site do Ministério da Saúde.

C O MINISTÉRIO DA SAÚDE
A SAÚDE A SAÚDE
OD OD

LÍNGUA PORTUGUESA
I A I A

O V
R R
É

C SI
DV

DV
ISTO É
IST

IST
ESTA
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FAKE NOTÍCIA É
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TE
N L
VERDADEIRA

55
SI XC
NEWS!
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EN O E
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N

TÍ Saúde sem fake news. Ministério


CIA ÃO CO ! da Saúde. 8 fev. 2019. Disponível
É FALS A - N M PA R TIL H E em: <coc.pear.sn/FSoU4Ce>.
Acesso em: jun. 2019.
D US

Os textos que acompanham as imagens fazem uma referência a outro texto, muito comumente
relacionado ao Ministério da Saúde. Qual é esse texto?
O texto é “O Ministério da Saúde adverte…”.
A E
E
EM L D

Módulos 17 e 18 | Sustentando um posicionamento

Exercícios de aplicação
ST IA
SI ER

Com base no texto "Os direitos das crianças devem ser comemorados", responda às questões.
1. Quanto tempo se passou entre a assinatura da “Declaração dos Direitos das Crianças” e a da “Con-
venção Internacional sobre os Direitos das Crianças”?
AT

Passaram-se 30 anos.

2. Qual é a principal diferença entre o perfil dos dois documentos mencionados?


M

O primeiro documento tinha um caráter de recomendação, e o segundo, de obrigatoriedade.

3. Também por meio da menção a um documento oficial, a autora revela a situação das crianças e dos 3. A descrição do conteúdo
adolescentes no Brasil, especificamente. O teor desse documento é básico do ECA aparece expli-
citamente no texto.
a. apresentar, com detalhes, as diferenças entre ser criança e ser adolescente no Brasil.
b. obrigar os estados brasileiros a criarem suas próprias leis sobre crianças e adolescentes.
c. apresentar um conjunto de 13 direitos que devem ser garantidos com absoluta prioridade.
d. orientar sobre os principais direitos das pessoas em situação de risco no país.
e. obrigar os países signatários a adotar medidas de garantia dos direitos das crianças na prática.

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4. Os alunos podem aces- 4. Conforme se afirma no texto, o ECA apresenta direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
sar o ECA, disponível em: educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade
<coc.pear.sn/afkCzQN>.
Acesso em: jul. 2019. Fazer
e à convivência familiar e comunitária. Reúna-se em grupo com seus colegas; então, escolham três
buscas por palavras-chave, desses campos a serem garantidos para as crianças e os adolescentes e pesquisem no ECA os arti-
como saúde, educação etc., gos que se referem a esses direitos.
usando ferramentas de bus-
ca do computador (CRTL + F,
por exemplo).

C O
O V
C SI
CAPÍTULO 2

O U
5. Se você fosse criar uma campanha, na sua escola, sobre conscientização da comunidade escolar

N L
56

a respeito da importância de respeitar o ECA, mantendo-o sempre em prática, qual seria o slogan

SI XC
dessa campanha?

Resposta pessoal.
EN O E
D US

Exercícios propostos
A E
E

6. Trata-se de uma excelente 6. Segundo o texto, o ECA ainda precisa de muito aprimoramento, até mesmo a respeito de
EM L D

oportunidade para mostrar


o ECA aos alunos. a. saúde da família. d. acesso à cultura por parte dos mais jovens.
A resposta fica clara na se- b. escolarização e material escolar. e. propagandas voltadas ao público infantil.
guinte passagem do texto:
c. direitos básicos para os adolescentes.
ST IA

“Pouco se fala sobre crimes


relacionados à internet, so-
bre publicidade e consumo 7. Há uma passagem no texto em que se faz referência direta à desigualdade social no nosso país.
SI ER

voltado ao público infanto- Copie essa passagem.


juvenil […]”. “Hoje as crianças e os adolescentes brasileiros têm os seus direitos garantidos de maneira diferente dependendo das suas

condições socioeconômicas […]”.


AT
M

8. No texto, há a seguinte afirmação:

“Crianças e adolescentes são uma parte ativa da sociedade […].”

Você concorda com ela? Justifique sua resposta.


Resposta pessoal. Apesar de pessoal, a resposta deve levar em consideração que, enquanto estudantes, as crianças e os

adolescentes são, sim, ativos socialmente – não se trata, aqui, de falar de trabalho infantil.

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Módulos 12 e 13
1. Na elaboração de um comentário, enquanto leitor, é importante
a. abandonar a ética, que é facilmente quebrada.
b. valorizar a noção de que a internet é um território sem lei.

C O
c. compreender os limites que resguardam os direitos de cada um.

LÍNGUA PORTUGUESA
d. respeitar outros usuários, desde que eles concordem uns com os outros.

O V
e. lembrar que não existe uma vida em sociedade virtual a ser considerada.

C SI
Módulos 14, 15 e 16

O U
2. Observe estas imagens publicadas na página do Ministério da Saúde. 2. As cores verde e verme-
lha, usadas também nos fa-

N L
róis de trânsito para indicar

57
A SAÚDE A SAÚDE
OD OD
a necessidade de parar e a

SI XC
RI A RI A possibilidade de seguir, são
facilmente associadas ao fal-
É

É
DV

DV
so e ao verdadeiro, ao certo e

ISTO É
IST

IST

ao errado – e, nesse caso, ao


ESTA

MINISTÉRIO DA SAÚDE
ER

EN O E
ER
confiável e ao não confiável.
MIN

MIN

FAKE NOTÍCIA É
TE

TE
VERDADEIRA
NEWS!
UE

D US
ES

LG
TA

VU

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DI
N


CIA ÃO CO !
É FALS A - N M PA RTIL H E
A E

No caso dessas imagens,


E
EM L D

a. as cores – o vermelho e o verde – são aleatórias.


b. as cores representam atenção (vermelho) em relação à não confiabilidade da notícia e confiança
(verde) no caso das notícias confirmadas.
ST IA

c. as cores verde e vermelha deveriam estar invertidas – o site faz uma brincadeira com o próprio
conceito de fake news.
d. as cores têm relação com doenças graves e com doenças facilmente curáveis.
SI ER

e. as cores servem simplesmente para chamar a atenção apenas para as notícias falsas.

3. Marque (V) nas afirmações verdadeiras e (F) nas falsas, sobre checagem de fatos.
AT

F Somente jornalistas conseguem reconhecer notícias falsas.


Não existem dicas que ajudem no reconhecimento de fake news; essa habilidade somente
F
surge com o passar do tempo.
M

V Para combater notícias falsas, é fundamental pensar criticamente.

4. As informações podem ser divulgadas em diferentes formatos. Aquele que mais dificulta a checa-
gem de sua veracidade é

o digital. o impresso. X o vídeo.

Módulos 17 e 18
5. Leia a afirmação a seguir, que está incompleta. Tente completá-la com a palavra adequada.

Para manter sua argumentação , um autor pode apresentar informações de documentos


oficiais.

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C O
O V
COMENTÁRIO DO LEITOR

C SI
CAPÍTULO 2

O U
N L
58

SI XC
EN O E
Data da
Nome do leitor Corpo do texto Botões
publicação
D US
A E
E
EM L D

Responder
ST IA

Denunciar
SI ER

Curtir
AT
M

Compartilhar

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Redação pág. 37

Nome:

Número: Ano: Módulo(s):

C O
1. O objetivo principal não é verificar a qualidade do editorial, já que se trata de uma primeira tentativa, mas garantir que os alunos dominem

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
2. os princípios básicos da composição de um texto de editorial.

C SI
3. 1. Quanto ao primeiro critério, o importante é verificar se o texto corresponde à proposta de redação, ou seja: escrever, com inspiração nos

O U
N L
4. textos lidos, um editorial de acordo com o assunto que eles abordam.

301
SI XC
5. 2. Para o segundo critério, é importante avaliar se o aluno compreendeu a estrutura de um editorial, conforme explicado na teoria do capítulo.

6. EN O E
4. O critério de número quatro corresponde à capacidade de seleção de argumentos que não possam ser facilmente rebatidos, sejam eles

7. de autoridade, de fato concreto, históricos etc.


D US

8. 4. É muito importante que os alunos escolham argumentos de naturezas diferentes para o editorial, para que ele não se torne um texto

9. cíclico e repetitivo.
A E

10. 5. Na avaliação do quinto critério, é preciso verificar se os alunos escreveram em atendimento à prosa, seccionando o texto em parágrafos
E
EM L D

11. bem organizados. Ainda não se falou profundamente sobre a estrutura típica de um parágrafo, mas é preciso verificar se as informações a
ST IA

12. serem incluídas no texto foram bem distribuídas ao longo da composição.


SI ER

13. 6. Quanto ao sexto critério, é preciso observar se os argumentos utilizados foram colocados no texto de maneira aleatória ou se houve um

14. planejamento, pensando em qual deveria aparecer primeiro e qual deveria vir depois.
AT

15. 7. Quanto ao sétimo critério, considerar apenas os recursos de que os alunos já dispõem para evitar a repetição desnecessária de palavra,
M

16. expressões e estruturas. Eles, no entanto, devem ser incentivados a tentar novas possibilidades com base no que já aprenderam.

17. 8 e 9. Para avaliar a correção do texto quanto às regras de ortografia, é preciso levar em consideração o aprendizado dos alunos, sobretudo

18. neste momento, em que muitas regras ainda não foram estudadas.

19. 10. De maneira semelhante à avaliação do sétimo critério, é fundamental levar em consideração o panorama de palavras a que os alunos já foram

20. expostos. Isso significa que não se podem esperar, nos textos, palavras que extrapolem muito o universo de leitura oferecido na escola, nesses anos.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 01 MI DMUL DLPO PT_G1.indd 301 20/09/19 13:20


21.

22.

23.

24.

C O
25.

O V
26.

C SI
CAPÍTULO 1

O U
27.

N L
28.
302

SI XC
29.

30.
EN O E
31.
D US

32.

33.
A E
E
EM L D

34.

35.
ST IA

Módulos 8 e 9 | Produção de editorial


SI ER

CRITÉRIOS GERAIS NOTA CRITÉRIOS DE ANÁLISE DO TEXTO ESCRITO/EVIDÊNCIA Sim Parcialmente Não

Tema 1. Atende ao tema proposto?


AT

2. Corresponde ao gênero jornalístico editorial?


3. Apresenta argumentos embasados?
M

Gênero
4. Apresenta argumentos de naturezas diferentes?
5. Apresenta parágrafos separados adequadamente?

Coesão e 6. Há uma organização clara dos argumentos?


coerência 7. Repete palavras sem necessidade?
8. Respeita as normas ortográficas?
Língua 9. Apresenta pontuação adequada?
10. Apresenta riqueza de vocabulário?

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MYLIGHTSCAPES / DREAMSTIME
GRUPO

HUMANIDADE
2

C O
O V
C SI
O U
N L
SI XC
EN O E
D US

“Ao longo das eras do desenvolvimento humano, os seres hu-


manos estiveram sujeitos a dois tipos de infortúnios: aqueles
A E

impostos pela natureza externa e aqueles que eles mesmos


E

equivocadamente infligiram uns aos outros. De início, os


EM L D

piores males foram de longe os causados pelo ambiente. O


homem era uma espécie rara, cuja sobrevivência era pre-
cária. Sem a agilidade do macaco, sem qualquer camada de
pelo, ele tinha dificuldade em escapar de animais selvagens,
ST IA

e na maioria das partes do mundo não suportava o frio do


inverno. Ele tinha apenas duas vantagens biológicas: a pos-
tura ereta liberava suas mãos e a inteligência lhe permitia
SI ER

transmitir experiência. [...] Mas os males que os homens infli-


gem uns aos outros não diminuíram no mesmo grau. Ainda
há guerras, opressões e horrendas crueldades; homens vo-
razes abocanham ainda a riqueza daqueles que são menos
AT

habilidosos ou menos intrépidos que eles. O amor ao poder


conduz ainda a vastas tiranias ou à mera obstrução quan-
do suas formas mais grosseiras não são possíveis. [...] Tudo
M

isso é desnecessário; não há nada na natureza humana que


torne esses males inevitáveis. [...] Nossos problemas atuais se
devem, mais do que a qualquer outra coisa, ao fato de que
aprendemos a entender e controlar de forma aterrorizante as
forças da natureza que são externas a nós, mas não aquelas
que estão corporificadas em nós mesmos.”

Bertrand Russell

Os chimpanzés compartilham diversas características inte-


ressantes com os humanos, como trocar sorrisos genuínos,
compartilhar banquetes, pensar sobre si mesmos, decidir
coletivamente o que é certo e errado, memorizar cálculos,
cultivar amizades e declarar guerra.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL INICIAIS_G2.indd 3 06/09/19 09:40


M A PA I N T E R D I S C I P L I N A R

C O
Este mapa mostra ligação entre os conteúdos
das disciplinas, sendo ponto de partida para

O V
um trabalho interdisciplinar.

C SI
LÍNGUA
PORTUGUESA

O U
Emprego de citações,

N L
recursos argumentativos
MATEMÁTICA e gêneros reportagem e
CIÊNCIAS

SI XC
artigo de opinião
Área de figuras planas, DA NATUREZA
volume, capacidade CS CN
e operações com Geração de energia e
EN O E
polinômios sustentabilidade

CN GE LP LP MA GE
D US
A E

EDUCAÇÃO GRUPO HISTÓRIA


E

FÍSICA
EM L D

2
Independência dos
Estados Unidos e
Boxe Revolução Industrial
Humanidade
ST IA

LP GE CS
SI ER
AT

GEOGRAFIA
ARTE Dinâmica populacional,
Arte urbana, estudos demográficos,
M

música e moda dispersão humana e


Antártica
CIÊNCIAS
CS HI
SOCIAIS HI CN CS

Sociedades humanas

GE HI

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL INICIAIS_G2.indd 10 06/09/19 09:40


LÍNGUA
POR
C O
O V
C SI
O U
N L
SI XC
EN O E
TU
D US

GUE
PÁG.

12 CAPÍTULO 3
A E

O valor da palavra
E
EM L D

28 CAPÍTULO 4
Do meu ponto de vista
ST IA
SI ER

SA
AT
M

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 11 20/09/19 13:31


CAPÍTULO

3 O VALOR DA
PALAVRA

C O
LÍNGUA PORTUGUESA

O V
OBJETIVOS DO GRUPO

C SI
• Analisar o efeito de
sentido produzido pelo

O U
emprego de citações em
textos e o uso de recursos

N L
persuasivos em textos
12

SI XC
argumentativos diversos.
• Identificar e avaliar
opiniões, argumentos e
contra-argumentos emEN O E
textos como o artigo de
opinião, posicionando-
se diante da questão
controversa de forma
sustentada.
D US

• Planejar e produzir textos


dos gêneros reportagem
e artigo de opinião, tendo
em vista as exigências
A E

para sua produção.


E
EM L D

• Analisar, em textos
argumentativos
e propositivos,
os movimentos
ST IA

argumentativos de
sustentação, refutação
e negociação e os
SI ER

tipos de argumentos,
avaliando a força/tipo dos
argumentos utilizados.
• Analisar a modalização
AT

realizada em
textos noticiosos e
argumentativos.
M

• Explicar os efeitos de
sentido do uso, em
textos, de estratégias
de modalização e
argumentação.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 12 20/09/19 13:32


Módulos 19 e 20

EMPREGO DE CITAÇÕES

U
ma das características do ser humano é a ca-
pacidade de se comunicar por meio de pa-
lavras. O ser humano faz uso desse tipo de
linguagem, além de, para se comunicar, também
para construir e emitir ideias. Portanto, é por meio

C O
dela que ele é capaz de, por exemplo, criar argu-

LÍNGUA PORTUGUESA
mentação para defender as opiniões que tem em

O V
relação a determinado assunto ou, então, para con-

C SI
vencer alguém do seu ponto de vista. É dessa for-
ma que um ser humano pode conectar-se com outro.

O U
Como diria um poeta inglês chamado John Donne:
“Nenhum homem é uma ilha”. Isso quer dizer que, de

N L

13
SI XC
O capítulo 3 é voltado para o valor da palavra enquanto recurso persuasivo. Portanto, o
primeiro conjunto de módulos destina-se a expor a importância do emprego de citações
na construção de textos que visem à credibilidade perante o leitor. Também abrange-se a
habilidade de analisar o uso de recursos persuasivos em diversos textos argumentativos
EN O E (como elaboração do título, escolhas lexicais, construções metafóricas, explicitação ou
ocultação de fontes de informação) e seus efeitos de sentido. Ou seja, com base em um
modelo de texto, serão apontadas as estratégias textuais que possam ser consideradas
eficazes quando a meta é persuadir.
D US
A E

WEEKEND IMAGES INC./ISTOCK


E
EM L D
ST IA
SI ER
AT
M

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 13 20/09/19 13:32


certa forma, nossa existência está relacionada à existência dos demais se-
NOTA res humanos. Neste exato momento, por exemplo, você só é capaz de ler
este texto porque alguém o escreveu e porque alguém ensinou-lhe a ler.
LIFESTYLE PICTURES / ALAMY STOCK PHOTO

Ao refletir sobre cada situação do nosso dia a dia, podemos perceber essa
relação com muita clareza.
No texto a seguir – uma reportagem –, mencionam-se dois tipos de si-
tuação considerados graves problemas sociais, articulados com questões
ambientais: enchente e seca. Muitas informações importantes são apre-

C O
sentadas, tanto no que se refere a conscientizar quanto no que diz res-
peito a estimular o leitor a aumentar seu conhecimento para tratar do

O V
John Donne (1572-1631)
assunto em questão com outras pessoas, que, porventura, desconheçam
Nascido em Londres, Inglater-

C SI
ou saibam pouco a respeito. A humanidade é resultado de uma cadeia de
CAPÍTULO 3

ra, John Mayra Donne foi um


poeta inglês e pastor anglica- indivíduos; é necessário que as informações disponíveis para sua evolu-

O U
no. Escreveu sonetos, músicas, ção propaguem-se também em cadeia. Ter conhecimento sobre determi-
canções, poesias de amor, en-
nado assunto e repassá-lo é uma maneira de ser atuante na comunidade

N L
tre outros textos. Sua poesia é
14

reconhecida pela criatividade, em que vivemos.

SI XC
especialmente quando com-
parada à poesia dos escritores
de sua época.
EN O E Cidades ficam mais vulneráveis a aumento de cheias e alagamentos quan-
Propor aos alunos uma breve con- extremos de enchentes e secas to à severidade das secas, de acordo com
versa sobre o texto. Questioná-los se
Mudança climática piora a distribuição das Marcos Thadeu Abicalil, especialista em
o texto é compreensível e se todas
as informações foram bem explica- chuvas, diz Banco Mundial; veja como eco- água e saneamento do Banco Mundial.
D US

das. Verificar se eles tiveram dúvidas nomizar água na prática E a tendência é piorar, com a urbaniza-
durante a leitura. Mostrar como as
ção e a ocupação de áreas naturais. Só
informações dos gráficos colaboram A cidade de São Paulo aprendeu a lição
para o entendimento dos dados apre- na última década, houve uma redução
sentados no texto.
após a crise hídrica de 2014 – pelo me-
de 20% das áreas de bacias hidrográficas
nos segundo a Sabesp, Companhia de
A E

no mundo, segundo Abicalil.


Saneamento do Estado. De acordo com a
E

“A atividade urbana também aumenta


EM L D

empresa, as represas da Grande São Pau-


a poluição, o que, muitas vezes, impe-
lo estão com níveis melhores que os do
de que essa água seja útil tanto para o
mesmo período de 2013, antes da crise
consumo quanto para a agricultura e a
(74%, contra 60,4%).
ST IA

indústria”, diz Marcos Thadeu.


Foram feitas obras para captação nas
Apesar de responder por cerca de 8%
represas e inaugurados dois novos siste-
SI ER

do consumo de água, o uso doméstico


mas: o Produtor São Lourenço e a Interli-
tem impacto na quantidade e na quali-
gação Atibainha-Jaguari.
dade da água disponível.
Para especialistas em gestão hídrica,
AT

“É preciso economizar na lavagem


esses investimentos não são suficientes,
de roupa, mas também no consumo
pois ainda deixam a população à mercê de bens e alimentos”, diz Mattar. “Está
M

das chuvas, variável sobre a qual não se tudo interligado”. A fabricação de uma
tem controle. calça jeans, por exemplo, gasta mais
“O erro está no fato de que, com o aque- de dez mil litros [de água]. Um quilo de
cimento global, a crise hídrica deixou de carne bovina, de 15 mil a 17 mil litros.
ser um problema circunstancial e virou Também é preciso encarar o desper-
uma questão estrutural” diz Helio Mattar, dício: hoje, cerca de 34% dos alimen-
diretor-presidente do Instituto Akatu. tos são perdidos durante o processo de
As mudanças climáticas têm levado a produção na hora do consumo. “Se um
um significativo aumento da variabilida- país concentrasse todo o desperdício do
de hidrológica no mundo, o que significa mundo, ele seria o primeiro em consumo
que estamos mais vulneráveis tanto ao de água”, diz Mattar.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 14 20/09/19 13:32


Ideias para gastar menos água – Reduzir o tempo no banho – basta um
em casa* minuto a menos para poupar 730 litros
Cozinha de água em um mês.
– Lavar a louça usando três bacias, uma – Trocar o sistema de descarga tradicio-
para ensaboar e duas para enxaguar, nal, que gasta 12 litros [de água] por
pode gerar uma economia de 70 litros acionamento, por caixas acopladas, que
[de água] por lavagem (considerando gastam entre 3 e 6 litros por descarga.
5 minutos a menos de torneira aberta). – Fazer xixi no banho pode economizar

C O
– Descongelar alimentos em uma bacia, de 90 a 360 litros [de água] em um mês

LÍNGUA PORTUGUESA
em vez de usar água corrente. (depende do tipo de descarga da casa).

O V
– Reduzir o consumo de carne vermelha
Quarto

C SI
nas duas refeições do dia pode gerar
– Comprar roupas por necessidade e não
uma economia de 12 mil litros [de água].
por impulso – uma calça jeans sozinha

O U
– Preferir frutas e legumes da época – ali-
consome, em média, 10 mil litros de
mentos fora da estação precisam de mais
água em sua produção.

N L
água e fertilizantes para serem produzidos.

15
SI XC
Área de serviço Área externa
– Reutilizar a água de enxágue da má- – Limpar quintal e garagem com vas-
quina de lavar pode gerar economia su- soura, nunca com mangueira, que gasta
EN O E
ficiente para o acionamento de 130 des- 279 litros em 15 minutos.
– Molhar as plantas com regador em vez
cargas em um mês, considerando três
lavagens por semana. de mangueira, de manhã ou à noite, no
– Usar a lavadora de roupas sempre com verão, para reduzir a evaporação.
D US

sua capacidade total e ligá-la no máximo *Considerando uma família de quatro pessoas.
três vezes por semana. Instituto Akatu e Sabesp. STEPHAN, Danae.
Cidades ficam mais vulneráveis a extremos de
Banheiro enchentes e secas. Folha de S.Paulo. 22 mar. 2019.
Disponível em: <https://coc.pear.sn/qqU9dVJ>.
A E

– Escovar os dentes com a torneira fecha- Acesso em: jul. 2019. Adaptado.
E

da e usar um copo para o enxágue pode


EM L D

economizar até 30 litros de água por dia.

CONSUMO DE ÁGUA NO BRASIL E NO MUNDO


ST IA

Distribuição da água no planeta O gasto médio de água no Brasil Mais de 35 milhões Gasto da água mundial
Distribuição da água no planeta O gasto médio de água
é de 154,1 por habitante/dia. Mais de 35demilhões
no Brasil
litros brasileiros não têm Gasto da água mundial
é de 154,1 litros por habitante/dia. de brasileiros não
acesso têm tratada.
a água
2,5% é doce. acesso a água tratada. 8% em residências,
2,5% é doce. 8% em residências,
SI ER

escolas e hospitais.
escolas e hospitais.
Apenas 1%
Apenas 1% está 22% é consumida
está 22% é consumida
pela indústria.
disponível pela indústria.
disponívelpara
para consumo.
AT

consumo. 70%
70% da água mundial
da água mundial
é consumida
Quantidade de pessoas é consumidapelo setor agrícola.
Quantidade de pessoas
equivalente a duas vezes pelo setor agrícola.
Em um ano, um brasileiro consome o equivalente a duas vezes
a população da cidade.
M

Em um ano, um brasileiro
equivalente consome
a duas piscinas o de 6m x 3m.
a população
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Sãocidade.
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Gasto
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membro populaçãoda dacidade.
cidade. equivalente a duas piscinas de 6m x 3m. de São Paulo.
Fontes: Instituto Akatu e Wagner Cunha Carvalho, diretor-executivo da W-Energy e membro do Ivepesp.
equivalente
equivalenteaaduas
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W-Energye emembro
membrododoIvepesp.
Ivepesp.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 15 20/09/19 13:32


Durante a leitura desse texto, você deve ter percebido que foram emprega-
PARA IR ALÉM das algumas citações.
Paráfrase
O termo “ paráfrase” tem
Citação é um enunciado que consiste na reprodução do que uma pessoa, um
origem na palavra grega, grupo de pessoas ou uma instituição declarou, de forma direta ou indireta, por
paraphrasis, que significa meio da fala ou da escrita.
“a reprodução de uma sen-
tença”. Quando se fala que
um texto foi parafraseado, Já de início, no subtítulo, há um exemplo: “Mudança climática piora a dis-

C O
significa que ele foi escrito tribuição das chuvas, diz Banco Mundial”. O texto, então, de imediato, apre-
com outras palavras, mas
senta ao leitor um dado importante (a piora da distribuição das chuvas

O V
procurando seguir o senti-
do do texto, o pensamento como resultado da mudança climática), obtido em uma fonte também de

C SI
original. A paráfrase asse- muita relevância (o Banco Mundial). Tal citação contribui para que o texto
CAPÍTULO 3

melha-se à citação indireta,


porém ela é feita, geralmen-
ganhe, prontamente, muita credibilidade.

O U
te, com o intuito de deixar o No desenvolvimento da reportagem, outras citações são identificadas,
texto mais claro; é uma ex-
como se vê no primeiro parágrafo, em que dados fornecidos pela Sabesp,

N L
plicação de alguma palavra
16

Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo, são reproduzidos,

SI XC
ou expressão mencionada.
Algumas expressões que como o apresentado a seguir.
podem introduzir uma pa-
ráfrase são: “ou seja”, “isto
EN O E
é”, “ em outras palavras”. A cidade de São Paulo aprendeu a lição após a crise hídrica de 2014 – pelo menos
Nas citações indiretas, as segundo a Sabesp, Companhia de Saneamento do Estado. De acordo com a empre-
expressões mais utilizadas sa, as represas da Grande São Paulo estão com níveis melhores que os do mesmo
são: “segundo”, “de acordo período de 2013, antes da crise (74%, contra 60,4%).
com”, “conforme”.
D US

Nos parágrafos terceiro ao sexto, também há afirmações de especialistas


no assunto. Observe-as.
A E
E

Para especialistas em gestão hídrica, esses investimentos não são suficientes,


EM L D

pois ainda deixam a população à mercê das chuvas, variável sobre a qual não se
tem controle.
“O erro está no fato de que, com o aquecimento global, a crise hídrica deixou de
ST IA

ser um problema circunstancial e virou uma questão estrutural”, diz Helio Mattar,
diretor-presidente do Instituto Akatu.
SI ER

As mudanças climáticas têm levado a um significativo aumento da variabilidade


hidrológica no mundo, o que significa que estamos mais vulneráveis tanto ao
aumento de cheias e alagamentos quanto à severidade das secas, de acordo com
AT

Marcos Thadeu Abicalil, especialista em água e saneamento do Banco Mundial.


E a tendência é piorar, com a urbanização e a ocupação de áreas naturais. Só na
última década, houve uma redução de 20% das áreas de bacias hidrográficas no
M

mundo, segundo Abicalil.

Dos exemplos apresentados, alguns são considerados citação direta, en-


quanto outros, citação indireta.

Citação direta: corresponde aos casos em que a citação é uma reprodução fiel
de uma fala ou texto de um terceiro.
Citação indireta: ocorre quando a reprodução, embora se pareça bastante com o
que foi escrito ou falado originalmente, não é exatamente fiel. Ainda que as palavras
usadas não sejam as mesmas, a ideia original deve ser mantida na citação indireta.

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Quando se trata de citação direta, ela, geralmente, vem

WARCHI/ISTOCK
acompanhada de aspas. Veja que a citação da fala de He-
lio Mattar, no quarto parágrafo da reportagem, é sinaliza-
da pelas aspas, justamente porque a reprodução do que ele
disse ocorreu com exatidão.
Já se apontou, neste conjunto de módulos, a importância
da citação, a fim de conferir maior credibilidade ao texto.
Assim, incorporar à escrita dizeres de pessoas ou institui-

C O
ções, especialistas no assunto tratado, é uma estratégia de

LÍNGUA PORTUGUESA
convencer mais facilmente os leitores a respeito do ponto

O V
de vista abordado no texto. Dessa forma, então, torna-se

C SI
mais fácil a disseminação do conteúdo do texto pelos leito-
As aspas podem servir para indicar uma citação direta.
res que tiveram contato com ele.

O U
Observe que, na reportagem em análise, as citações representam não so-

N L
mente posicionamentos de especialistas ou instituições, mas também con-

17
SI XC
tribuem para que outros indivíduos formulem, com nitidez, suas próprias
opiniões a respeito do assunto. Além de serem apresentadas colocações de
quem domina questões a respeito dos impactos das mudanças climáticas
EN O E
sobre a atividade humana, permite-se que outras pessoas possam se posi-
cionar em relação ao assunto.
D US

NA PRÁTICA
Citação em trabalhos acadêmicos
A E

Uma vez que o emprego de citações de autoridades em determinado assunto confere ao texto
maior credibilidade, elas costumam ser muito empregadas em trabalhos da área acadêmica, isto
E
EM L D

é, na universidade, especialmente naqueles que resultam de pesquisas. Desse modo, o trabalho de


um pesquisador acadêmico torna-se mais prestigiado quando bem fundamentado, com base no
estudo daquilo que estudiosos importantes apresentaram.
DAMIRCUDIC/ISTOCK
ST IA
SI ER
AT
M

Este é o momento oportuno para apli-


car os exercícios 1 e 2 da seção “Para
conferir”, referentes aos módulos 19
e 20.
Citações de especialistas valorizam os trabalhos acadêmicos.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 17 20/09/19 13:32


O conjunto anterior de módulos buscou explorar o recurso das citações como estratégia para dar mais credibilidade ao discurso.
Nestes módulos, o foco do estudo está nos recursos argumentativos. Atentar para os mecanismos de persuasão, que servem para a
defesa de uma ideia, o que é de extrema importância, especialmente nos dias de hoje, em que, por causa dos recursos disponíveis,
como a internet, as pessoas podem se posicionar com mais facilidade do que antigamente. Antes, havia uma hierarquia clara e qua-
se rígida no que se refere ao poder de Módulos 21 e 22
propagar as próprias colocações. No
topo dessa hierarquia estavam os
grandes veículos de comunicação. RECURSOS ARGUMENTATIVOS
Hoje, entretanto, tal hierarquia foi
relativamente desmontada, em razão Muito se fala da necessidade de o Brasil melhorar a área da educação, espe-
dos avanços da internet, e a possibi-
lidade de veicular posicionamentos
cialmente aquela de níveis mais básicos. Essa, de fato, é uma necessidade.
tornou-se mais ampla. Assim, talvez Entretanto, nessa discussão, é preciso levar em conta que existem diversos
mais do que nunca, é imprescindível
saber construir um pensamento de tipos de educação. Um exemplo disso é a educação climática, à qual ainda
maneira sólida, convincente, para que se dá pouco destaque em nosso país. É fundamental que um indivíduo te-
essa democratização dos atos comu-

C O
nicativos seja aproveitada ao máximo, nha conhecimentos relacionados ao clima, especialmente para ser capaz
evitando que as opiniões sejam pro- de combater as ameaças ao meio ambiente. Sem isso, o lugar de cada um

O V
pagadas sem qualquer consistência.
no mundo, em sua base, ficará seriamente comprometido. Tendo isso em

C SI
vista, será colocado em análise o texto a seguir, que mostra movimentos
CAPÍTULO 3

juvenis do mundo – originados de uma educação climática eficiente –, cujo

O U
objetivo é a luta pela garantia de um futuro saudável.

N L
18

Brasileiros ainda não têm educação climática, A falta de educação climática no Brasil pode ajudar a

SI XC
diz jovem ativista explicar como o papel do aquecimento global passa des-
“Para que estudar se não há futuro?” A questão que levou percebido pelo debate público sobre a intensificação de
EN O E
a estudante sueca Greta Thunberg, 16 [anos], a faltar às eventos extremos como as tempestades, enxurradas e
aulas em protesto contra a crise climática, há menos de enchentes – que provocaram 13 mortes em apenas um
um ano, ganha proporções globais nesta sexta (15), com dia em São Paulo, na noite do último domingo (10).
uma greve puxada por estudantes em centenas de cidades Enquanto o engajamento brasileiro com a greve do
D US

de todos os continentes. clima só começou a aparecer na última semana e, ainda


No Brasil, as ameaças ao futuro dos estudantes se mos- assim, conseguiu marcar 24 protestos na agenda do mo-
tram de curtíssimo prazo. A violência cotidiana, para vimento Fridays for Future (Sextas pelo Futuro, em tradu-
além de episódios chocantes como o massacre de Suza- ção livre), a greve pelo clima já tem protestos mensais
A E

no, figura entre os desafios mais urgentes. No entanto, ou até semanais nos países europeus e deve continuar
sendo convocada após esta sexta.
E

isso também não tem gerado manifestações estudantis


EM L D

por aqui. “Se jovens e crianças hoje tomam as ruas na Europa é


O pano de fundo da inação pode ser comum às diver- porque, há alguns anos, governos como o da Suécia, Di-
sas crises e a um velho conhecido: a falta de investimen- namarca, Alemanha e França começaram a fazer alguns
ST IA

to em educação. poucos esforços em educação climática, resultando em


“O nosso país não tem nenhuma política educacio- um maior entendimento sobre o tema”, afirma Hairon.
SI ER

nal sobre clima aplicada nas nossas escolas, os nossos Segundo ele, a Política Nacional de Educação Ambien-
jovens não são formados para a importância de falar tal, aprovada em 1999, “foi deixada de lado e não re-
sobre o tema e, acima de tudo, são minados todos os presentou uma área estratégica para nenhum governo,
AT

momentos dos seus direitos de manifestação e pensa- travando a educação ambiental e climática nas escolas”.
mento crítico”, afirma o cientista social Iago Hairon, de AMARAL, Ana Carolina. Brasileiros ainda não têm educação climática,
diz jovem ativista. Folha de S.Paulo. 15 mar. 2019. Disponível em:
25 anos. Ele também é um dos coordenadores da ONG <https://coc.pear.sn/TmGnFlP>. Acesso em: jul. 2019. Adaptado.
M

Engajamundo, que tem mobilizado jovens brasileiros


para participar das conferências climáticas da ONU.

Esse texto expõe a ideia de que não existe, no Brasil, uma educação cli-
VOCABULÁRIO mática. Isso fica evidente já no título: Brasileiros ainda não têm educação
Inação: ausência de ação,
climática, diz jovem ativista. Todavia, o texto não se limita a isso. Aliás, pro-
falta de decisão. vavelmente, se ele apenas apresentasse essa ideia, surtiria pouco efeito
para os leitores, você não acha? Então, além de expor a ideia principal, há
apresentações dos argumentos que buscam defendê-la. Veja, a seguir, quais
foram as estratégias argumentativas utilizadas no texto.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 18 20/09/19 13:32


Estratégias de argumentação
Apresentação de fatos
Para comprovar que os brasileiros ainda não têm educação climática, o cientista social Iago Hairon –
que, por sua formação, confere autoridade à defesa apresentada no texto – mostra os seguintes fatos:
“O nosso país não tem nenhuma política educacional sobre clima aplicada nas nossas escolas, os nossos
jovens não são formados para a importância de falar sobre o tema e, acima de tudo, são minados todos
os momentos dos seus direitos de manifestação e pensamento crítico”. Outra informação também con-

C O
tribui para fortalecer essa defesa: “Enquanto o engajamento brasileiro com a greve do clima só começou

LÍNGUA PORTUGUESA
a aparecer na última semana [...] a greve pelo clima já tem protestos mensais ou até semanais nos países

O V
europeus e deve continuar sendo convocada após esta sexta”, o que aponta, por meio de outro fato, para

C SI
o atraso do Brasil quanto a uma luta derivada, justamente, de uma educação climática. A indicação de
que se trata de um atraso fica bastante evidente por meio do uso do advérbio “só”.

O U
Pergunta retórica

N L

19
O mesmo movimento pode ser identificado em outro trecho do texto, com a defesa de outra ideia. Logo

SI XC
no início, cita-se uma pergunta que teria sido feita pela estudante sueca Greta Thunberg: “Para que es-
tudar se não há futuro?”. Trata-se de pergunta retórica, que é utilizada quando a intenção não é obter
EN O E
uma resposta, mas sim estimular, no interlocutor, uma reflexão. A estudante Greta, para argumentar em
defesa do seu movimento de fazer greve em protesto contra a crise climática, lançou uma pergunta com
o objetivo de levantar reflexões. Tais reflexões podem levar ao entendimento da validade do posiciona-
mento de Greta. Portanto, outra forma possível de argumentar é por meio de perguntas retóricas.
D US

Além desta, existem muitas estratégias de argumentação, e um único texto, obviamente, não conse-
gue contemplar todas. Vale, então, entrar em contato com outras duas, ausentes no texto que você leu,
mas facilmente empregáveis e de extrema eficiência argumentativa.
A E

Elaboração de título
E
EM L D

Apesar de, muitas vezes, atribuir-se menor valor a ele, o título de um texto, especialmente quando
argumentativo, pode contribuir bastante para os efeitos que se deseja provocar no leitor. Um título
é como um cartão de visitas: é necessário que ele cause boa impressão, instigando o leitor a querer
ST IA

ler o texto. Por isso, a criatividade é fundamental para que esse breve enunciado não só contemple o
principal do texto, mas o faça de modo atrativo.
SI ER

Construções metafóricas
AT

Metáfora é uma comparação que ocorre de modo direto, sem a mediação de nenhuma palavra ou
expressão que explicite tratar-se de uma comparação. Quando, por exemplo, diz-se a uma pessoa que
ela é uma flor, a intenção não é afirmar que ela pertence ao reino Vegetal, sendo constituída por cau-
M

le, folhas e pétalas, mas, sim, que ela é delicada. Trata-se, então, de uma comparação, já que uma flor
apresenta, também, esse atributo. É como dizer que “essa pessoa é como uma flor”, porém sem a media-
ção da palavra “como”, que torna clara a comparação.
As metáforas são muito usadas em textos poéticos, mas também apresentam extrema eficácia em tex-
tos argumentativos. Isso porque, muitas vezes, elas tornam mais compreensíveis determinadas noções.
Possivelmente, você já passou por uma situação assim: durante a explicação de determinado conceito
em aula, o professor recorreu ao uso de uma metáfora para que ele ficasse bastante claro. Em discursos
políticos, esse uso também é bastante frequente, já que a finalidade é que o maior número de pessoas
possível entenda o que é dito. Desse modo, ao defender uma ideia, a metáfora pode ser bastante útil na
medida em que o público-alvo pode, por meio dela, compreender plenamente o que se apresenta. Afinal,
como é possível convencer se o interlocutor não entender o que escrevemos ou dizemos?
Este é o momento oportuno para aplicar os exercícios 3, 4 e 5 da seção “Para conferir”,
referentes aos módulos 21 e 22.

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CAPÍTULO 3
O VALOR DA PALAVRA
Módulos 19 e 20 | Emprego de citações

Exercícios de aplicação
1. Complete os espaços a seguir com as palavras apropriadas.

Citação é o enunciado que consiste na reprodução do que uma pessoa,

um grupo de pessoas ou uma instituição declarou, de forma direta

C O
ou indireta , por meio da fala ou

O V
da escrita .

C SI
CAPÍTULO 3

Leia novamente a reportagem Cidades ficam vulneráveis a extremos de enchentes e secas e responda
2. Ainda que a resposta des-

O U
te exercício seja pessoal, é às questões.
importante que os alunos,

N L
ao transformarem a citação 2. Reescreva a passagem a seguir, de modo a transformar a citação direta em uma citação indireta.
20

direta em indireta, não mo-

SI XC
difiquem demasiadamente
a versão original e sempre E a tendência é piorar, com a urbanização e a ocupação de áreas naturais. Só na últi-
indiquem o autor que a pro-
nunciou. EN O E ma década, houve uma redução de 20% das áreas de bacias hidrográficas no mundo,
segundo Abicalil.
“A atividade urbana também aumenta a poluição, o que, muitas vezes, impede que
essa água seja útil tanto para o consumo quanto para a agricultura e a indústria”, diz.
D US

Resposta pessoal. Sugestão: E a tendência é piorar, com a urbanização e a ocupação de áreas naturais. Só na última década,

houve uma redução de 20% das áreas de bacias hidrográficas no mundo, segundo Abicalil.
A E

O especialista ainda afirma que, por causa das atividades urbanas, há aumento da poluição, e a água torna-se imprópria
E
EM L D

para o consumo e também para o uso na agricultura e na indústria.


ST IA
SI ER

3. Releia esta fala: “‘É preciso economizar na lavagem de roupa, mas também no consumo de bens e
AT

alimentos’, diz Mattar. ‘Está tudo interligado.’”


Agora, suponha que a afirmação contida nela estivesse presente em um texto escrito por uma pes-
soa de pouco renome e sem se configurar como citação. O leitor, provavelmente, receberia tal infor-
M

mação de um modo diferente? Explique.


Provavelmente sim, pois não haveria, nesse caso hipotético, um indicativo de confiabilidade, ou seja, o texto teria pouca

credibilidade para o leitor, ainda que a informação seja verídica.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 20 20/09/19 13:32


4. O conteúdo da reportagem é reforçado por informações apresentadas por meio de gráficos ou
acompanhadas de ilustrações. Um dos gráficos indica que
a. a indústria é o setor que mais consome a água mundial.
b. o setor agrícola e os hospitais são responsáveis pelo consumo de 70% da água mundial.
c. os gastos hídricos que ocorrem em ambiente doméstico ocupam uma parcela relativamente pe-
quena do consumo de água mundial.
d. as escolas consomem 22% da água mundial.
e. o setor agrícola consome metade da água mundial.

C O
5. Das dicas apresentadas na reportagem para economizar água em casa, quais você e sua família já

LÍNGUA PORTUGUESA
costumam fazer?

O V
Resposta pessoal.

C SI
O U
N L

21
SI XC
6. Nas ilustrações que acompanham a reportagem, há a informação de que, em um ano, um bra-
sileiro consome o equivalente a duas piscinas de 6 m x 3 m. Qual é a importância de fazer essa
comparação? EN O E
Trata-se de uma forma de tornar mais compreensível o dado que se refere ao gasto anual hídrico de um brasileiro. Ao

imaginar a piscina descrita e o tanto de água que há nela, o leitor pode ter uma noção mais precisa da grande quantidade

que se gasta.
D US
A E

7. Observe novamente as ilustrações que acompanham a reportagem e escolha uma informação apre-
sentada. Então, imagine que você vai inseri-la em um texto escrito. Escreva como pode ser citada
E
EM L D

essa informação, levando em conta que os dados ali apresentados têm como fonte o Instituto Akatu
e Wagner Cunha Carvalho, diretor-executivo da W-Energy e membro do Ivepesp.
Resposta pessoal. Sugestão: Segundo o Instituto Akatu e Wagner Cunha Carvalho, diretor-executivo da W-Energy, uma
ST IA

parcela expressiva de brasileiros – mais de 35 milhões – não tem acesso à água tratada.
SI ER
AT

8. Com base na reportagem, é possível relacionar o consumismo de roupas ao alto consumo de água?
Justifique sua resposta usando uma citação direta do texto.
Sim, é possível fazer essa relação. O texto informa que “uma calça jeans sozinha consome, em média, 10 mil litros de água
M

em sua produção”.

9. Qual dos dois tipos de citação provavelmente pode fornecer mais credibilidade a uma informação
dada em um texto: a direta ou a indireta? Por quê?
Provavelmente, a direta, pois a reprodução fiel de uma fala desperta menos suspeitas do que transmitir as ideias de uma

pessoa por meio de outras palavras.

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CAPÍTULO 3
Exercícios propostos
10. No trecho “A cidade de São Paulo aprendeu a lição após a crise hídrica de 2014 – pelo menos segun-
do a Sabesp [...]”, o termo “pelo menos”
a. desmente a afirmação de que a cidade de São Paulo aprendeu a lição.
b. relativiza a ideia de que a cidade de São Paulo aprendeu a lição.
c. desmascara a Sabesp em seu equívoco sobre a superação da crise hídrica.
d. corrige o ano citado pela Sabesp, já que a crise hídrica foi em 2012.

C O
e. ameniza a gravidade da crise hídrica para a cidade de São Paulo.

11. Considerando as dicas dadas no texto para haver economia de água em casa, aponte uma que não

O V
seja seguida por você e sua família. Depois, aproveite para propô-la a seus familiares, de modo que

C SI
ela possa ser posta em prática.
CAPÍTULO 3

Resposta pessoal.

O U
N L
22

SI XC
EN O E
D US
A E

12. Qual sinal de pontuação é usado para indicar citação direta?


E
EM L D

Ponto e vírgula

Reticências
ST IA

X Aspas

13. A citação pode ser considerada uma estratégia de convencimento? Por quê?
SI ER

Sim, porque, ao se empregar uma citação em um texto, transmite-se ao leitor uma noção de credibilidade e, desse modo,

torna-se mais fácil convencê-lo da ideia apresentada.


AT
M

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 22 20/09/19 13:32


Módulos 21 e 22 | Recursos argumentativos

Exercícios de aplicação
Releia o texto Brasileiros ainda não têm educação climática, diz jovem ativista e responda às questões.
1. Suponha que você fosse contrário ao posicionamento da estudante sueca Greta Thunberg. Indique
uma ideia que você usaria para argumentar contrariamente ao que ela propõe por meio da pergun-
ta “Para que estudar se não há futuro?”.
Resposta pessoal.

C O

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
C SI
O U
N L

23
SI XC
EN O E
2. Tendo em conta a resposta elaborada no exercício anterior, como você classificaria o tipo de ar-
gumento criado, entre os estudados neste conjunto de módulos? Caso você não identifique uma
categoria pertinente ao caso, apresente sua própria classificação. Justifique sua resposta.
D US

Resposta pessoal.
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER
AT

3. Releia este trecho do texto: “No Brasil, as ameaças ao futuro dos estudantes mostram-se de curtís-
simo prazo”. Considerando o que foi exposto em seguida a essa passagem, o que você compreende
M

sobre a expressão destacada?


A expressão “curtíssimo prazo” diz respeito ao que pode afetar o futuro dos estudantes de forma mais breve do que

a crise climática (cita-se o exemplo do massacre ocorrido em uma escola em Suzano, isto é, a violência presente em

ambiente escolar).

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CAPÍTULO 3
4. A grande preocupação de quem luta contra a crise climática é garantir um futuro saudável para nós
VOCABULÁRIO mesmos e para as próximas gerações. Se, em um texto argumentativo sobre esse assunto, houvesse
uma metáfora para indicar como seria o futuro sem a devida atenção aos problemas relacionados
Distopia: lugar ou ao clima, uma possibilidade seria:
estado imaginário
em que se vive em a. “O futuro será como um filme de terror.”
condições de extre- b. “O futuro se dará tal qual um pesadelo.”
ma opressão, deses- c. “O futuro será um deserto.”
pero ou privação.
d. “O futuro será semelhante a um lugar trevoso.”
e. “O futuro será tão triste quanto os filmes de distopia.”

C O
5. Considere este fragmento do texto: “O nosso país não tem nenhuma política educacional sobre

O V
clima aplicada nas nossas escolas, os nossos jovens não são formados para a importância de falar
sobre o tema e, acima de tudo, são minados todos os momentos dos seus direitos de manifestação

C SI
e pensamento crítico”. Transforme-o em uma pergunta retórica, no sentido de argumentar em favor
CAPÍTULO 3

da ideia de que os brasileiros ainda não têm educação climática.

O U
Resposta pessoal. Sugestão: “Como é possível os brasileiros terem uma educação climática, se o nosso país não tem

N L
nenhuma política educacional sobre clima aplicada nas nossas escolas, os nossos jovens não são formados para a im-
24

SI XC
portância de falar sobre o tema e, acima de tudo, são minados todos os momentos dos seus direitos de manifestação e

pensamento crítico?”

EN O E 6. No texto que você leu, qual é a importância de informar que o cientista social Iago Hairon é “um
dos coordenadores da ONG Engajamundo, que tem mobilizado jovens brasileiros a participar das
conferências climáticas da ONU”?
D US

Essa informação confere credibilidade à fala de Iago Hairon, já que ele é apresentado como alguém efetivamente engajado

na questão explorada.
A E

7. Mobilizando os conhecimentos que você tem sobre o assunto, explique por que, de certa forma, esta
E
EM L D

imagem retrata uma consequência da crise climática.

DON MENNIG/ISTOCK
ST IA
SI ER
AT
M

Essa imagem retrata o derretimento de geleiras, que, justamente, é uma das consequências do aquecimento global, já

que a temperatura da Terra aumenta por conta disso.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 24 20/09/19 13:32


8. O texto relata greves estudantis em prol da defesa do clima. Na sua comunidade escolar, que outra
atitude você e os colegas poderiam tomar no sentido de combater a crise climática? Após responder
a essa questão, comente sua sugestão com toda a turma.
Resposta pessoal.

C O

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
C SI
O U
Exercícios propostos

N L

25
SI XC
9. Um fato pode servir como argumento sólido para uma ideia na medida em que é
a. agradável.
b. solucionável.
c. questionável.
EN O E
d. incontestável.
e. negável.
D US

10. Que outro título você daria ao texto lido neste conjunto de módulos para que ele ficasse bem criativo?
Resposta pessoal.
A E
E
EM L D
ST IA

11. Você aprendeu que uma boa estratégia argumentativa é o emprego de metáforas. Então, para apri-
SI ER

morar essa habilidade, indique o que, para você, cada elemento a seguir pode metaforizar.
a. Coração
Reposta pessoal. Sugestão: metáfora para a parte mais importante de algo.
AT

b. Chave
M

Resposta pessoal. Sugestão: metáfora para solução.

c. Pedra
Resposta pessoal. Sugestão: metáfora para dificuldade.

12. Um argumento convincente é aquele que apresenta


suposições.

X fatos.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 25 20/09/19 13:32


Módulos 19 e 20
1. Releia o trecho presente na reportagem Cidades ficam vulneráveis a extremos de enchentes e secas.

“Se um país concentrasse todo o desperdício do mundo, ele seria o primeiro

C O
em consumo de água”, diz Mattar.

O V
Nesse trecho há uma

C SI
CAPÍTULO 3

X citação direta.

O U
citação indireta.

N L
paráfrase.
26

SI XC
2. Leia o trecho a seguir.

EN O E
Segundo Abicalil, a tendência é piorar com a urbanização e a ocupação de
áreas naturais. Ele disse que só na última década, houve uma redução de
20% das áreas de bacias hidrográficas no mundo.
D US

Há, nesse trecho, uma

citação direta.
A E

X citação indireta.
E
EM L D

Módulos 21 e 22
3. Quando, em um texto argumentativo, usam-se ideias atribuídas a alguém com formação especiali-
zada no assunto em questão, tais ideias apresentam o valor de
ST IA

a. opinião.
b. autoridade.
SI ER

c. criatividade.
d. descrédito.
e. metáfora.
AT

4. Uma pergunta retórica define-se por


a. exigir, prontamente, uma resposta.
M

b. permitir que a resposta seja dada muito tempo depois.


c. estimular a reflexão, sem que seja necessário responder a ela.
d. impor uma resposta muito longa.
e. ser extremamente difícil de responder.

5. Há determinados assuntos, como a crise climática, que possibilitam o exercício da argumentação,


já que

todas as pessoas já estão convencidas sobre os aspectos que as envolvem.

X há quem possa ser convencido sobre os aspectos que o envolvem.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 26 20/09/19 13:32


C O

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
C SI
RECURSOS DISCURSIVOS

O U
N L

27
SI XC
EN O E Formas de
Uso de citações
argumentar
D US
A E

Citação direta: reprodução Existem várias estratégias


E
EM L D

fiel de um enunciado. As para se fazer um bom


aspas são frequentemente argumento, como:
usadas. • menção a fatos;
Citação indireta: • ideias de autoridades;
ST IA

reprodução fiel de • perguntas retóricas;


uma ideia por meio da • títulos criativos;
SI ER

paráfrase. • emprego de metáforas.


AT

Formas de se posicionar
M

discursivamente de
modo consistente.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 27 20/09/19 13:32


CAPÍTULO

4 DO MEU PONTO
DE VISTA

C O
LÍNGUA PORTUGUESA

O V
Este capítulo, assim como o ante-

C SI
rior, tem o objetivo de explorar a
construção e a exposição de posi-
cionamentos – por isso se intitula

O U
“Do meu ponto de vista”. Agora, te-
rão destaque os gêneros textuais

N L
relacionados a isso (diferentemen-
28

te do que ocorreu no capítulo 3, no

SI XC
qual deu-se ênfase a recursos dis-
cursivos): reportagem e artigo de
opinião. Além disso, será aprofun-
dada a noção de argumentação,
EN O E
explorando-se o grau de força que
eles podem apresentar, a depen-
der de seu emprego e do modo
como o conhecimento gramatical
pode contribuir para a construção
de bons argumentos (de alguma
D US

forma, isso já foi introduzido no


capítulo anterior).
Os textos apresentados neste ca-
pítulo e as abordagens propostas
em relação a eles visam equipar
A E

os alunos com conhecimentos


E

imprescindíveis para que possam


EM L D

se posicionar como cidadãos cons-


cientes diante dos problemas do
mundo. Se, no capítulo 3, os tex-
tos trataram, essencialmente, dos
problemas relacionados ao clima,
ST IA

neste capítulo, eles norteiam-se


pelas questões de desigualdade
social e de pobreza – além do tópi-
SI ER

co da juventude, explorado nos úl-


timos módulos do capítulo. Assim,
fica evidente que o intuito deste
material é estimular os alunos
AT

a definir seu lugar no mundo de


forma sempre alinhada com o que
os circunda, sem que se limitem a
suas próprias “bolhas” sociais.
M

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Módulos 23 e 24

YIPENGGE/ISTOCK
Neste conjunto de módulos, destaca-se o gêne-

BASTIDORES DA REPORTAGEM ro reportagem. O propósito desse tipo de texto


é dar aos alunos as bases que estruturam esse

N
gênero. Ainda que a reportagem valha-se da
o capítulo anterior, você pôde compreender que imparcialidade, é sabido que ela apresenta
certa tendência, ainda que sutil, à parcialidade.
uma forma de se colocar no mundo, de definir seu Aliás, não há texto plenamente imparcial. Mas,
lugar nele é desempenhando o papel de cidadão. no caso da reportagem, isso se dá em virtude
de diversos fatores, como a definição do tema,
Aliás, talvez esse seja um dos modos mais nobres, porque as escolhas dos entrevistados ou especialistas
é solidário à humanidade – exercer a cidadania é defender no assunto e a linguagem que se utiliza para
veicular as ideias. Isso, então, justifica sua

C O
a ideia de que todas as pessoas têm direito de terem seus presença neste capítulo, destinado a tratar de

LÍNGUA PORTUGUESA
lugares, independentemente de quem elas sejam. modos de posicionamento, à revelia de clas-

O V
sificações superficiais que a consideram um
gênero imparcial.

C SI
O U
N L

29
SI XC
EN O E
D US
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER
AT
M

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O tema da crise climática, que estudamos neste material, é um tópico que
precisa de atenção nessa busca do exercício da cidadania. Além desse tema,
há muitos outros a serem evidenciados, como a desigualdade social e a po-
breza. Ambos estão tratados na reportagem apresentada a seguir.

52 milhões de brasileiros

LUOMAN/ISTOCKPHOTO
vivem abaixo da linha da
pobreza

C O
Segundo relatório divulgado pelo

O V
IBGE, um quarto da população do
país tinha, em 2016, uma renda

C SI
CAPÍTULO 4

inferior a R$ 387 por mês


Um quarto da população, ou

O U
52,168 milhões de brasileiros,

N L
estavam abaixo da linha da
30

SI XC
pobreza do Banco Mundial em
2016, ano mais agudo da reces- Um quarto da população brasileira vive em extrema pobreza,
são. Esse é o total de brasileiros sinal inequívoco da concentração de renda no país.
EN O E que vive com menos de US$ 5,50
por dia por pessoa, equivalente a uma renda mensal de R$ 387,07 por pessoa em
valores de 2016. Os dados, da Síntese de Indicadores Sociais 2017, foram divulgados
nesta sexta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
D US

Quando considerada a Linha Internacional da Pobreza do Banco Multilateral, de


US$ 1,90 por pessoa, 13,350 milhões de brasileiros, ou 6,5% da população total,
vivem com menos desse valor por dia. Esse contingente é superior à população da
capital paulista (12,1 milhões, segundo o IBGE). Conforme o IBGE, a linha de extrema
A E

pobreza do Banco Mundial equivale a uma renda mensal média de R$ 133,72 por
E

pessoa do domicílio.
EM L D

Na prática, é como se cada pessoa desse grupo vivesse, ao longo de um mês, com valor
insuficiente para pagar um tanque de 50 litros de gasolina no Estado de São Paulo –
R$ 192,40, em média, conforme a pesquisa mais recente da Agência Nacional de Petró-
ST IA

leo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Ou com o equivalente a um terço do preço da


cesta básica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
SI ER

(Dieese) em São Paulo, de R$ 423,23.


O estudo divulgado nesta sexta-feira usa os dados da Pesquisa Nacional por Amos-
tra de Domicílios Contínua (Pnad-C), do próprio IBGE. Não há comparação com outros
AT

anos, porque uma mudança no questionário da pesquisa tornou os dados incompará-


veis, informou o órgão [...].
Dados do Banco Mundial apontam que, em 2015, 4,34% da população, ou 8,939 mi-
M

lhões de pessoas, viviam abaixo da linha de US$ 1,90 por dia. Com a economia já em
recessão, o contingente de extremamente pobres cresceu em 1,465 milhão de pessoas
em relação a 2014, quando 3,66% dos brasileiros viviam abaixo dessa linha. Só que esses
números não podem ser comparados com os divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE.
Nas contas de Marcelo Neri, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea) e pesquisador do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio
Vargas (FGV-Social), 2016 foi o “fundo do poço” da pobreza. Usando dados também
da Pnad e da Pnad-C, mas uma linha de renda mínima diferente, a equipe da FGV
estimou que, após subir 9,95% em 2016, o número de extremamente pobres recuou
4,48% neste ano, até setembro, com o avanço na renda, impulsionado pela forte
queda na inflação.

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A queda começou em 2015, quando o contingente de pessoas abaixo da linha de
NA PRÁTICA
pobreza da FGV saltou 19,33%. “Uma parte disso foi a inflação muito alta com o
(benefício do) Bolsa Família congelado. (Em 2015,) A pobreza subiu pelo mesmo IBGE
canal por que caiu”, disse Neri. O IBGE, sigla usada para iden-
tificar o Instituto Brasileiro
Os pesquisadores do IBGE frisaram que o Brasil não tem uma linha oficial de
de Geografia e Estatística, foi
pobreza. Na Síntese de Indicadores Sociais, além dos patamares do Banco Mundial, criado em 1934, sendo insta-
foram usados o salário mínimo e os valores mínimos para adesão ao Bolsa Família. lado sob o nome de Instituto
“O objetivo é ver a diferença no território, ver quem está mais exposto a esse baixo Nacional de Estatística, em
1936. É bastante atuante em

C O
rendimento”, afirmou a coordenadora de População e Indicadores Sociais do IBGE,
atividades como elaboração

LÍNGUA PORTUGUESA
Barbara Cobo Soares. de estatísticas com base na

O V
A pobreza está concentrada no Norte e no Nordeste. Pela linha de US$ 5,50 por realização de pesquisas. En-
dia, 43,1% dos habitantes do Norte e 43,5% dos moradores do Nordeste vivem quadra-se nisso o Censo, que

C SI
com renda igual ou inferior a essa, contra os 25,4% na média nacional. Já na linha consiste em uma coleta de in-
formações sobre a população,
do US$ 1,90 por dia, 11,2% dos habitantes do Norte e 12,9% da população do Nor-

O U
como quantidade de homens,
deste vivem nessas condições. São 7,3 milhões de nordestinos vivendo com essa mulheres, crianças e idosos,

N L
renda, ou seja, mais da metade do total de extremamente pobres do país. por exemplo. Os dados divul-

31
As condições sociais também influenciam na pobreza. Conforme o estudo do gados pelo IBGE contribuem

SI XC
para políticas de desenvolvi-
IBGE, na população de zero a 14 anos, 42,4% vivem em domicílios com renda mento em diferentes lugares
inferior aos US$ 5,50 por pessoa por dia do Banco Mundial. Já entre os arranjos do país, pois permitem co-
familiares formados por mulheres de pele identificada como preta sem cônjuge
EN O E nhecimentos aprofundados
e com filhos de até 14 anos, 64% vivem com renda inferior aos R$ 387,07 por sobre eles – como os índices
pessoa por mês. de pobreza.

EDSON GRANDISOLI/PULSAR IMAGENS


NEDER, Vinícius. 52 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza. O Estado de S. Paulo.
D US

15 dez. 2017. Disponível em: <https://coc.pear.sn/A8aARZ2>. Acesso em: 20 jul. 2019.

Muitos costumam confundir reportagem com notícia. De fato, há uma seme-


A E

lhança entre os dois gêneros, na medida em que ambos têm como material a
E
EM L D

atualidade. Entretanto, as formas de abordá-la são diferentes. Você pôde per-


Entrevistador do IBGE traba-
ceber, durante sua leitura, que a reportagem 52 milhões de brasileiros vivem lhando com seu equipamento.
abaixo da linha da pobreza contém uma série de dados para que o assunto
em questão – a pobreza no Brasil – seja visto com
ST IA

profundidade, como um acontecimento de impac-

GURUXOOX/ISTOCK
SI ER

to duradouro. Nesse sentido, uma notícia tem uma


abordagem mais superficial, sobre eventos recen-
tes, que não necessariamente exerçam impacto na
AT

sociedade por tempo prolongado.


Antes de iniciar a produção de uma reporta-
gem, é necessário realizar um recorte do que se
M

pretende abordar. Nesse momento, então, é bas-


tante considerável a visão de mundo do repórter
(ou do grupo de repórteres). Afinal, toda escolha
implica uma perspectiva particular a respeito do
mundo. Há sempre alguma espécie de interesse
que move qualquer tipo de seleção. Se, por exem-
plo, escolheram realizar uma reportagem sobre a
pobreza no Brasil, é porque, no mínimo, conside-
raram esse assunto relevante. Tal escolha, então, Ao se fazer uma reportagem, impressa ou audiovisual, objetiva-se retratar
resultou de um ponto de vista. determinado assunto de modo aprofundado.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 31 20/09/19 13:32


Feito o recorte do assunto, é preciso fazer outra seleção: a
STEVANOVICIGOR/ISTOCK

das pessoas e/ou instituições que serão ouvidas para que


se possam apresentar informações consistentes no texto da
reportagem. São as chamadas fontes, que devem ter com-
petência para se pronunciar sobre o tema. Para a escrita
da reportagem que você leu neste conjunto de módulos, al-
gumas fontes – inter-relacionadas – foram, de fato, consul-
tadas, tais como: IBGE, Agência Nacional de Petróleo, Gás

C O
Natural e Biocombustíveis (ANP), Banco Mundial e Marce-
lo Neri, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica

O V
Aplicada (Ipea) e pesquisador do Centro de Políticas Sociais

C SI
da Fundação Getulio Vargas (FGV-Social). É possível perce-
CAPÍTULO 4

ber que todas elas têm autoridade no assunto em questão.

O U
Toda escolha envolve um modo de ver o mundo.
Trata-se, portanto, de fontes confiáveis.

N L
Outro aspecto importante de se ter em conta na elaboração de uma repor-
32

tagem é a presença de fotografias que a ilustrem. O texto em análise, por

SI XC
exemplo, é acompanhado da imagem do contraste entre moradias pobres e
moradias ricas, a fim de retratar a desigualdade social. Nesse contexto, ela
EN O E ilustra o assunto explorado: a extrema pobreza existente no Brasil. Desse
modo, os bastidores da produção de uma reportagem devem ter, entre os
vários equipamentos necessários, uma câmera fotográfica.
Mais um ponto a ser destacado quanto ao gênero reportagem é que, ain-
D US

da que ela resulte de um modo de ver o mundo, contendo, portanto, certo


grau de parcialidade, é frequente que textos assim tratem as informações de
forma objetiva – os dados numéricos apresentados são um exemplo disso – e,
A E

nesse sentido, entende-se que a reportagem também apresenta algum grau


E
EM L D

de neutralidade: muito do que ela veicula aos leitores ou espectadores cor-


responde a fatos fundamentados em estudos científicos. Sendo assim, ao
produzir uma reportagem, deve-se levar em conta a importância de contem-
plar o que seja objetivo, factual, de modo a conferir credibilidade ao texto.
ST IA
SI ER

LDPROD/ISTOCK
AT
M

Este é o momento oportuno para apli-


car o exercício 1 da seção “Para con-
ferir”, referente aos módulos 23 e 24.

É fundamental que um repórter esteja sempre acompanhado de uma câmera fotográfica.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 32 20/09/19 13:32


Módulos 25, 26 e 27

PRODUÇÃO DE REPORTAGEM
Você pôde aprender, anteriormente, que as produções

JACOBLUND/ISTOCK
de reportagens buscam garantir a veiculação precisa de
informações, especialmente, pela consulta realizada a
fontes confiáveis. Sendo assim, quando se escolhe o as-
sunto a ser explorado, é preciso saber a quem recorrer

C O
para obter dados precisos, para que o leitor ou espec-

LÍNGUA PORTUGUESA
tador do produto seja devidamente esclarecido sobre o

O V
que se expõe.

C SI
Além disso, foi possível observar que uma reportagem
pode se valer de linguagem não verbal, para tornar o as-

O U
sunto ainda mais claro ao interlocutor. Exemplo disso são

N L
as fotografias que costumam acompanhar textos desse gê-

33
nero. Na reportagem apresentada no conjunto anterior de

SI XC
módulos, por exemplo, havia uma imagem que retratava
o assunto focado no texto verbal. Se não houvesse a ima- Uma forma de argumentar com um interlocutor é
EN O E
gem, talvez o texto impactasse o leitor de outra maneira. apresentando fatos.

Finalmente, pudemos observar que, embora uma re-


portagem nunca seja completamente neutra, é fundamental que o repórter
VOCABULÁRIO
tenha como meta a objetividade, no sentido de tornar verdadeiro o texto
D US

produzido. Desse modo, faz-se pertinente a presença de dados que atri- Factual: verdadeiro, real,
buam à reportagem um alto grau de factualidade. Tais dados podem, por palpável ou ocorrido; de
existência ou veracidade
exemplo, ser aqueles que resultam de estudos científicos. constatada ou constatável.
A E

Agora, então, tendo conhecimento desses bastidores, chegou o momento


E
EM L D

de você produzir uma reportagem que possa “subir ao palco”, ou seja, que
possa ser compartilhado. Antes, no entanto, é importante você saber como
é a estrutura de uma reportagem, a fim de que sua redação esteja bastante
ST IA

alinhada ao que se espera do gênero. No conjunto anterior de módulos, os


alunos entraram em contato com o
gênero reportagem. Aprenderam que,
SI ER

Estrutura de uma reportagem ainda que uma reportagem apresen-


te objetividade, esta não é absoluta:
a simples definição do assunto já é
Para relembrar como é a estrutura de uma reportagem, tenha como base o um posicionamento. Também co-
AT

nheceram os elementos indispensá-


texto desse gênero apresentado no conjunto anterior de módulos. Você deve veis para se fazer uma reportagem:
ter percebido que ele organiza-se em algumas partes, que, muitas vezes, dife- consulta a fontes confiáveis, uso de
fotografias ilustrativas do assunto e
renciam-se entre si graficamente. Veja a seguir como tais partes definem-se.
M

apelo à apresentação de informações


que confiram credibilidade ao texto.
Título Agora, neste outro conjunto de mó-
dulos, os alunos vão aplicar os conhe-
Na reportagem que você leu anteriormente, o título é 52 milhões de brasilei- cimentos adquiridos anteriormente.
Propõe-se que, com a compreensão
ros vivem abaixo da linha da pobreza. Trata-se, então, de um breve enuncia- do que configura os bastidores da
do que abrange o principal da reportagem – o assunto que a orienta. Nesse reportagem, eles possam redigir um
texto que contemple as principais
exemplo, ele é muito semelhante ao título de uma notícia, especialmente características desse gênero, não só
do ponto de vista do conteúdo, mas
por conta da objetividade e da presença de uma forma verbal no presen- também da forma. Para isso, antes da
te do indicativo (“vivem”). Entretanto, os títulos das reportagens podem proposta de produção, serão apre-
sentados os elementos que orientam
explorar mais subjetividade, sendo mais criativos, portanto. Desse modo, a redação de uma reportagem, espe-
instiga-se, no interlocutor, a vontade de ler o texto. cialmente no que se refere à estrutura.

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Linha fina
EXPLORE MAIS
Logo abaixo do título, há o que se chama de “linha fina”, um enunciado ge-
Fotojornalismo ralmente um pouco mais longo do que o título e que o complementa. Na
Para saber mais sobre reportagem estudada neste material, a linha fina se compõe por esta frase:
fotojornalismo, acesse:
<coc.pear.sn/CCnZ7OF>. “Segundo relatório divulgado pelo IBGE, um quarto da população do país
tinha, em 2016, uma renda inferior a R$ 387 por mês”. É importante saber,
todavia, que não há obrigação de incluir a linha fina na escrita de uma re-
portagem. Ela, portanto, é opcional do ponto de vista da estrutura do gênero.

C O
Lide

O V
De maneira geral, o lide corresponde ao primeiro parágrafo de um texto

C SI
CAPÍTULO 4

jornalístico, que apresenta uma introdução sobre o que será desenvolvi-


do no corpo do texto. As notícias, por exemplo, apresentam lide, pois, no

O U
primeiro parágrafo, indicam as informações básicas sobre o evento a ser

N L
relatado. No caso da reportagem, trata-se de uma introdução que obje-
34

SI XC
tiva captar a atenção do leitor, de forma que ele se proponha a dar con-
tinuidade à leitura. Em 52 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da
EN O E pobreza, o texto é introduzido por um parágrafo que contém uma breve
descrição (“Um quarto da população, ou 52,168 milhões de brasileiros, es-
tavam abaixo da linha da pobreza do Banco Mundial em 2016, ano mais
agudo da recessão. Esse é o total de brasileiros que vive com menos de
US$ 5,50 por dia por pessoa, equivalente a uma renda mensal de R$ 387,07
D US

por pessoa em valores de 2016.”), que indica o que, quando e onde ocorreu
o fato mencionado.

Corpo da reportagem
A E
E
EM L D

O corpo da reportagem corresponde ao texto que vem após o lide. Ele con-
siste na parte da reportagem que desenvolve o assunto, indicando dados,
citações, falas etc. É a maior parte do texto, na qual o leitor vai obter os
ST IA

conhecimentos apresentados sobre o assunto.

Intertítulo
SI ER

Quando uma reportagem é relativamente extensa ou, simplesmente,


trata de um assunto por diversas perspectivas, é recomendável que o
AT

texto seja dividido em partes encabeçadas pelos intertítulos: títulos co-


locados ao longo do texto, a depender da variação da abordagem. Na
reportagem 52 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza,
M

não há intertítulos.

Legenda (em imagens)


Quando uma reportagem é acompanhada por uma ou mais imagens, é im-
portante que elas sejam descritas por meio de brevíssimos textos que se con-
Este é o momento oportuno para apli-
figuram como legendas. Na reportagem lida antes, a legenda da fotografia
car o exercício 2 da seção “Para confe- que ilustra o texto verbal é: “Um quarto da população brasileira vive em ex-
rir”, referente aos módulos 25, 26 e 27.
trema pobreza, sinal inequívoco da concentração de renda no país”. Ainda
que a imagem possa ser autossuficiente, a legenda garante que todos os lei-
tores possam estabelecer a devida relação entre ela e o que leem.

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Este conjunto de módulos dá continuidade à abordagem sobre pobreza e desigual-
dade social. Porém, o foco do estudo, agora, é o gênero textual artigo de opinião.
Fica mais fácil, portanto, a possibilidade de se concretizar, discursivamente, o que se Os alunos serão conduzidos a perce-
acredita ser o próprio lugar no mundo. Se, na reportagem, o posicionamento ocorre ber e avaliar as estratégias adotadas
Módulos 28, 29, 30 e 31 de modo sutil, no artigo de opinião, isso é muito mais evidente. pelo autor de um artigo de opinião,

ARTIGO DE OPINIÃO
analisando, assim, os elementos que
compõem esse gênero.

Muitos assuntos tratados até aqui, neste grupo, são relevantes para estabe- VOCABULÁRIO
lecer nosso lugar no mundo. Também são importantes para compreender
Avidez: intenso.
que todas as pessoas são dotadas dos mesmos direitos enquanto cidadãs. Deturpar: distorcer, al-
Inicialmente, tratou-se de questões climáticas. Em seguida, de pobreza e de terar.
desigualdade social. A essa segunda abordagem, será dada uma continui- Liberalizante: que tende

C O
conceder liberdade.
dade neste conjunto de módulos, por meio da apresentação de um artigo
Sanha: rancor, fúria, von-

LÍNGUA PORTUGUESA
de opinião intitulado A desigualdade importa?, publicado no jornal Folha de

O V
tade incontrolável.
S.Paulo por Joel Pinheiro da Fonseca. Leia-o, prestando bastante atenção a Tolher: impedir, pôr obs-

C SI
como ele se desenvolve. táculo a.

O U
A desigualdade importa? maiores talentos e impondo a todos o peso da conformida-

N L
Nosso principal desafio é combater a pobreza de à média. Não é à toa que os EUA, país competitivo e (por

35
isso) desigual, atraem tantos dos melhores profissionais e

SI XC
A maior parte das pessoas, quando fala em desigualdade,
está no fundo se referindo à pobreza. Mortalidade infan- acadêmicos do planeta.
til, falta de saúde e segurança, analfabetismo, fome; es- Vale lembrar também que a desigualdade econômica não
ses são sintomas da pobreza – da falta de recursos para
EN O E é a única desigualdade relevante. O preço pago pelos países
atender a necessidades básicas. Não estão diretamente socialistas pela redução radical da desigualdade econômica,
ligados à desigualdade, isto é, à distância que separa os além da pobreza crônica, foi produzir uma brutal desigual-
pobres dos ricos. dade de poder, muito maior até mesmo do que as democra-
cias capitalistas mais deturpadas (como a nossa).
D US

Bangladesh é mais igualitário que o Canadá; mas é mui-


to mais pobre. É por isso que se criou um lugar-comum Algumas formas de combate à pobreza reduzem tam-
de que a desigualdade não importa; só importa a pobre- bém a desigualdade: por exemplo, taxação dos mais ricos
za. Melhorando as condições de vida absolutas dos mais e distribuição de renda para os mais pobres. O Brasil, que
A E

pobres, não seria preciso se preocupar com a distância taxa proporcionalmente pouco os estratos superiores da
renda, tem espaço para melhorar aí.
E

existente entre eles e os mais ricos.


EM L D

A conclusão é precipitada. Deixando de lado a questão Outros países, contudo, podem combater a pobreza
do valor abstrato da desigualdade (se ela é, em si mes- sem mexer na desigualdade ou podendo até aumentá-
ma, boa ou má, justa ou injusta), há certos efeitos dela -la. É o que aconteceu na China nas últimas décadas: gra-
ST IA

que são negativos. Um deles é a redução do bem-estar. ças a reformas liberalizantes, o país experimentou uma
Ao contrário do mito liberal dos proprietários indepen- brutal redução da pobreza extrema (foram 300 milhões
SI ER

dentes que vivem contentes com o que têm, sem se de pessoas que deixaram a pobreza extrema e hoje con-
comparar ao vizinho, a imensa maioria das pessoas vive somem avidamente) ao mesmo tempo em que a desi-
a necessidade de se comparar e sobressair; e o consumo gualdade também se intensificou: há toda uma classe de
milionários e bilionários que antes não existia.
AT

reflete isso.
Um mundo excessivamente desigual, em que os mais Como na maioria das questões importantes da vida, a
pobres veem o abismo que os separa dos ricos e sabem ciência não tem as respostas. A quantidade ideal de desi-
M

que essa distância jamais será vencida, será também um gualdade varia segundo as circunstâncias e as preferên-
mundo de muita frustração existencial. cias de cada um. Provavelmente, nenhum dos extremos
Além disso, a extrema desigualdade econômica abre será desejável à maioria das pessoas.
caminho para a captura da política e da legislação pelos No Brasil, um dos países mais desiguais do mundo, essa
interesses dos mais ricos, sem que o grosso da população discussão sobre a desigualdade importa. Não é, contudo,
tenha qualquer arma para se defender da sanha daque- o problema mais urgente. Afinal, se há crianças morrendo
les que já têm mais. de diarreia, significa que o nosso principal desafio não é
A extrema igualdade, contudo, também traz perigos. Uma reduzir a desigualdade, e, sim, combater a pobreza.
sociedade muito igualitária é uma sociedade que tende a FONSECA, Joel Pinheiro da. “A desigualdade importa?”. Folha de S.Paulo.
4 dez. 2018. Disponível em: <https://coc.pear.sn/65U4c9g>.
não premiar o desempenho excepcional, tolhendo seus Acesso em: jul. 2019.

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Embora os assuntos tratados no texto sejam bastante semelhantes entre
NA PRÁTICA si, você conseguiu notar a diferença entre esse artigo de opinião e a re-
Articulista portagem apresentada anteriormente, referente à pobreza no Brasil? Uma
Ainda que o gênero artigo leitura atenta revela que esse segundo texto contém uma carga opinativa
de opinião esteja presente muito mais expressiva do que o primeiro. O posicionamento do autor é
no meio jornalístico, aqueles
que escrevem textos classi-
apresentado desde o princípio, por meio do título e do subtítulo do artigo:
ficados assim – os chamados
articulistas – nem sempre são
jornalistas. É comum que uma A desigualdade importa?

C O
empresa de jornal convide es-
Nosso principal desafio é combater a pobreza [...]
pecialistas de diversas áreas

O V
para escreverem com certa
periodicidade (uma vez por

C SI
A pergunta do título pode ser considerada retórica, já que o autor não
CAPÍTULO 4

semana, por exemplo) sobre


assuntos que dominam. Des- deseja obter a resposta definitiva de um interlocutor, mas despertar a re-

O U
se modo, um articulista que
trata de economia em seus
flexão sobre o grau de importância da desigualdade em um quadro no qual
a pobreza impera. No subtítulo, o autor deixa clara sua posição sobre o pró-

N L
artigos será, provavelmente,
36

um economista ou um profis- prio questionamento que levanta: para ele, o combate à pobreza deve ser

SI XC
sional relacionado a essa área.
prioritário em relação à desigualdade, ainda que esta não deva ser anulada
dos debates.
UNDREY/ISTOCK

EN O E No decorrer de seu artigo, o autor busca defender esse posicionamento.


Para isso, um de seus maiores argumentos é o de que igualdade não signi-
fica, necessariamente, fim da pobreza. Um exemplo confirma essa defesa:
“Bangladesh é mais igualitário que o Canadá, mas é muito mais pobre”.
D US

Nem sempre um articulista


Com base nessa análise inicial, é possível extrair-se uma conclusão im-
de jornal é um jornalista; ele
pode ser, por exemplo, um
portante a respeito do gênero artigo de opinião: a força maior desse tipo
economista. de texto está na argumentatividade, nos modos de sustentar essa opinião.
A E
E
EM L D

Além da exposição de um posi-


PEOPLEIMAGES/ISTOCK

cionamento e da apresentação de
argumentos que o sustentem, um
ST IA

artigo de opinião deve conter a


contra-argumentação. Isso con-
SI ER

siste em se antecipar, textualmen-


te, quanto a possíveis ideias con-
trárias. No artigo A desigualdade
AT

importa?, ao afirmar que há “um


lugar-comum em que a desigual-
dade não importa, que só importa
M

a pobreza” e, mais, que a “conclu-


são é precipitada”, o autor rebate,
de antemão, a opinião contrária à
dele: ainda que acredite que o com-
bate à desigualdade não deva ser
prioritário em relação ao combate
à pobreza, o autor considera im-
portante a questão da desigualda-
Durante a escrita de um artigo de opinião, destaca-se mais o de e contra-argumenta com quem
Este é o momento oportuno para movimento de argumentar do que, propriamente, o de opinar.
aplicar o exercício 3 da seção possa pensar o oposto.
“Para conferir”, referente aos mó-
dulos 28, 29, 30 e 31.

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Módulos 32 e 33
VOCABULÁRIO
FORÇA ARGUMENTATIVA
Estanque: isolado, estag-
A seguir, você lerá outro artigo de opinião. O tema, desta vez, centra-se no nado.
tópico da juventude, especificamente quanto à sua relação com os meios de Inerente: próprio, intrín-
seco; que, por natureza,
comunicação. Como a sociedade tem encarado isso? é inseparável de alguma
coisa.
Retrógrado: que ou quem
Os meios de comunicação e a juventude

C O
se mostra contrário ao
O jovem é o público preferencial dos meios de comunicação voltados para o progresso, ao que é novo.

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
entretenimento. Isso é reforçado pelo mercado publicitário, que vê no público Substancial: que é gran-
jovem um grande potencial de consumo. No entanto, o jovem não é notícia de; considerável.

C SI
para os meios de comunicação considerados “adultos” ou formadores de opi-
nião, como os grandes jornais ou telejornais de redes. Nesse caso, o jovem é

O U
visto como agente de problemas e conflitos, e não como parte substancial da NOTA
sociedade brasileira.

N L

37
A sociedade brasileira tem certa incapacidade de ver o jovem como uma Observatório

SI XC
parcela de sua estrutura. Para a maioria das pessoas, quando o indivíduo che- O Observatório da Imprensa,
ga aos 18 ou 20 anos, é visto como um adulto, e não como um cidadão jovem de onde foi retirado o texto
Os meios de comunicação e a
que tem direitos e necessidades inerentes à sua idade. Sequer sob o ponto
EN O E juventude é, além de site, um
de vista econômico existe um olhar consequente e responsável de forma ge- programa de rádio e de tele-
neralizada sobre a juventude. [...] visão voltado para a análise
É preciso que a sociedade esteja atenta ao que será feito de centenas de crítica dos meios de comunica-
novos canais de TV e emissoras de rádio que estarão disponíveis com as novas ção atuantes no Brasil. Inicial-
D US

mente, foi lançado o site, em


tecnologias digitais. Assim como a ampliação do acesso à internet está dando 1996. Em seguida, em 1998,
chance a milhares de jovens de entrar neste universo virtual, os meios de criou-se o programa de tele-
comunicação tradicionais, segmentados e alternativos têm a chance de se en- visão semanal (exibido pela
TV Cultura e pela TVE Brasil) e,
A E

gajar no debate da juventude e da sustentabilidade. Tempos atrás, as várias


anos depois, em 2005, teve ori-
pautas de desenvolvimento da sociedade eram tratadas de forma estanque.
E
EM L D

gem o programa de rádio, com


Problemas sociais não se misturavam a problemas ambientais ou econômi- transmissão feita por emisso-
cos. Isso não é mais válido para uma abordagem de sustentabilidade, e as ras públicas e educacionais.
organizações econômicas e da sociedade civil já se aperceberam disso [...].
ST IA

O sentido de urgência da juventude, a sensação de rapidez das tecnolo- Neste conjunto de módulos, continua-
gias da informação e o discurso da eficiência dos atores econômicos não -se o estudo da argumentação. Este
tema foi bastante explorado nos mó-
SI ER

correspondem à capacidade de a sociedade gerar soluções para o desen- dulos anteriores, mas, agora, o foco
volvimento. Não este do crescimento dos índices econômicos, mas, sim, o será dado à força argumentativa obtida
por meio, especialmente, de operado-
crescimento sustentável, em que as atividades econômicas tenham por fim
res discursivos que contribuam para
não apenas garantir o lucro dos acionistas, o que é legítimo, mas também
AT

tornar as ideias expostas mais persua-


cumprir objetivos e metas sociais, de sustentabilidade em seu tripé econô- sivas. O assunto em destaque, desta
vez, será a participação da juventude,
mico, social e ambiental. Precisamos estar atentos ao caráter e aos objeti- que, geralmente, suscita identificação
M

vos dos meios de comunicação. imediata por parte dos alunos dessa
faixa etária. O artigo que compõe este
No Brasil, pela lei, uma empresa de comunicação deve pertencer a um brasi- conjunto de módulos, apesar de estar
leiro nato. Isso faz com que esse tipo de empresa seja controlada por pessoas parcialmente reproduzido, tem relação
físicas e acabe sendo dirigida por famílias. Os grandes grupos de comunica- direta com esse tópico.

ção, quase todos, são empresas familiares. Alguns já estão sendo controla-
dos por organizações religiosas, que também têm interesses muito definidos.
Essa legislação que garante acesso ao controle dos meios de comunicação a
uns poucos privilegiados é retrógrada e precisa ser revista. Mas isso pode ser
tema de um outro artigo.
MARCONDES, Dal. Os meios de comunicação e a juventude. Observatório da Imprensa. 31 mar.
2009. Disponível em: <https://coc.pear.sn/ToeFT99>. Acesso em: 27 jul. 2019. Adaptado.

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O texto constrói-se ao redor da opinião de que a juventude é valorizada
apenas enquanto público-alvo do entretenimento e da publicidade, porém
é deixada de lado pelo setor dos meios de comunicação voltado aos adul-
tos, como os telejornais. Na argumentação, algumas estratégias são usadas
para que essa opinião ganhe força.
Uma das estratégias que mais se destacam nesse texto é o cuidado para
especificar as ideias expostas. No segundo parágrafo, duas passagens cha-
mam a atenção para isso. Observe.

C O
O V
A sociedade brasileira tem certa incapacidade de ver o

C SI
CAPÍTULO 4

jovem como uma parcela de sua estrutura. Para a maioria


das pessoas, quando o indivíduo chega aos 18 ou 20 anos, é

O U
visto como um adulto, e não como um cidadão jovem que tem
direitos e necessidades inerentes à sua idade.

N L
38

SI XC
Ao optar pelo uso do pronome indefinido “certa”, no trecho “certa inca-
EN O E pacidade”, o autor assume que tal incapacidade não é total, isto é, que, em
alguma medida, ainda que insuficiente, a sociedade brasileira consegue
enxergar o jovem como parcela de sua estrutura. Algo semelhante ocorre
em “maioria das pessoas”; aqui, o autor indica que não é toda a população
D US

que vê o indivíduo de 18 ou 20 anos “como um adulto e não como um ci-


dadão jovem” que tem anseios próprios de sua idade, mas grande parte
dela. Essa cautela em não fazer generalizações é uma forma de mostrar, ao
A E

leitor, que as ideias apresentadas são resultado de uma reflexão cuidadosa.


E
EM L D

Isso fortalece a argumentação.


Outra estratégia argumentativa identificada no texto é a evidência de
repertório, que, neste caso, define-se pelo conjunto de conhecimentos que
ST IA

uma pessoa tem. Releia o trecho final do artigo.


SI ER

No Brasil, pela lei, uma empresa de comunicação deve per-


tencer a um brasileiro nato. Isso faz com que esse tipo de em-
AT

presa seja controlada por pessoas físicas e acabe sendo diri-


gida por famílias. Os grandes grupos de comunicação, quase
todos, são empresas familiares.
M

O autor demonstra, nessa passagem, conhecer, ao menos minimamente,


a legislação brasileira referente aos meios de comunicação, ao afirmar que
“uma empresa de comunicação deve pertencer a um brasileiro nato”. Reve-
Este é o momento oportuno para apli- la também conhecimento sobre a constituição dos grupos de comunicação
car o exercício 4 da seção “Para con- no Brasil, ao revelar que quase todos são empresas familiares. Desse modo,
ferir”, referente aos módulos 32 e 33.
ele atribui autoridade ao seu argumento de que “precisamos estar atentos
ao caráter e aos objetivos dos meios de comunicação”, especialmente no
que diz respeito ao que é direcionado aos jovens.

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Módulos 34, 35 e 36 A abordagem deste último conjunto
de módulos deste grupo assemelha-

GRAMÁTICA E ARGUMENTAÇÃO: -se à do conjunto anterior na medida


em que a habilidade explorada agora

USO DE MODALIZADORES (EF89LP16) sustenta vínculos com a


habilidade que orientou o trabalho
realizado anteriormente (EF08LP16),
Você pôde ler, anteriormente, um texto sobre a relação entre o jovem e os ou seja, tanto o conjunto de módulos
anterior quanto este visam esclarecer,
meios de comunicação. Neste conjunto de módulos, apresenta-se um texto de uma forma ou de outra, os meios de
que não somente aborda o lugar do jovem no mundo de hoje, mas também construção de textos argumentativos.
Entretanto, agora, o foco maior será
realiza projeções quanto à posição que será ocupada por ele no futuro, no dado a elementos gramaticais e a como

C O
eles contribuem para a modalização do
Brasil. Leia esse texto atentando para elementos gramaticais que colabo-

LÍNGUA PORTUGUESA
discurso persuasivo.

O V
ram para marcar, textualmente, o posicionamento assumido pelo autor.

C SI
Como o jovem brasileiro vê seu futuro no No Brasil, o trabalho ainda é uma das maiores
Brasil

O U
preocupações do jovem brasileiro. O anseio em
A juventude atual foi gerada entre fins da déca- estudar e especializar-se também vem crescendo.

N L
da de oitenta e noventa. Acompanhou a virada do Infelizmente, o acesso a universidades públicas

39
SI XC
século, a queda das torres gêmeas, as mudanças ainda é muito restrito no país. Grande parte dos
climáticas. Cresceu ouvindo questões sobre meio jovens sai do Ensino Médio e vai direto para o mer-
ambiente, ecologia, efeito estufa, criando, assim, cado de trabalho; poucos vão para a universidade.
EN O E
uma consciência e visão de mundo que as outras
gerações não tinham.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) divulgou que estudantes de 18 a 24 anos
O jovem de hoje é tecnológico. O celular passa que frequentavam Ensino Superior no Brasil so-
a ser um item vital para ele que está sempre co- mavam 58,5% do total de estudantes nessa faixa
D US

nectado com tudo e todos. Facebook, Instagram, etária em 2014. O percentual, segundo a pesquisa,
Twitter, Snapchat, entre outras redes sociais, são é 25 pontos percentuais maior que o de dez anos
o espaço de lazer do jovem e, ao mesmo tempo, antes. A pesquisa ainda revelou que os estudantes
o lugar onde ele mantém-se atualizado sobre as brancos e da parcela mais rica da população ainda
A E

notícias do país e do mundo. A tecnologia teve um são maioria nas universidades do país. As chances
E

não são as mesmas para todos.


EM L D

impacto tão grande na vida das pessoas que houve


uma mudança de comportamento até mesmo na O perfil do jovem no Brasil se divide em vários:
geração adulta, que, ao contrário do modelo tra- existem os que planejam uma carreira formando-
dicional, hoje também quer sentir-se jovem, em -se e trabalhando em multinacionais. Há também
ST IA

meio a selfies, posts e likes. os que optam pelo caminho acadêmico, fazendo
Aprender passou a ser algo mais prazeroso. A mestrado, doutorado e, muitas vezes, até optando
SI ER

escola ainda tem o papel central na formação do por uma carreira no exterior. E outros que estão no
jovem, mas com a internet é possível aprender mercado de trabalho ou desempregados; muitos
de maneira independente, o que abre uma gama ainda não têm algo bem definido, talvez estejam
AT

infinita de possibilidades. São tantos conteúdos, tentando descobrir-se. A parcela de jovens com
vídeos etc. que, que para aprender, basta querer. formação acadêmica e desempregada no país é
Desde um novo idioma, cozinhar, tocar um instru- grande, tendo como principal causa a crise econô-
M

mento, enfim, qualquer coisa. Na geração atual, mica que tem afetado pessoas das mais variadas
o jovem pode ser quem e o que ele quiser: vete- idades e grau de instrução.
rinário, advogado, jornalista, médico, cozinheiro, Os jovens dessa geração são sonhadores, in-
músico etc. quietos, cheios de incertezas, mas de uma coisa
Ao contrário da época de nossos pais, quando o co- sabemos bem: somos jovens e ainda temos um
nhecimento era limitado, o dinheiro e o tempo eram futuro inteiro pela frente. Todos os dias podemos
curtos, hoje, o jovem pode planejar melhor seu futu- nos reinventar.
ro. O mercado profissional é mais aberto para este TOZETTO, Mariana. Como o jovem brasileiro vê seu futuro no
público, oferecendo cursos profissionalizantes, pro- Brasil. Brasil Best. Disponível em: <https://coc.pear.sn/HKYzl7R>.
Acesso em: jul. 2019. Adaptado.
gramas de jovem aprendiz e estágios em empresas.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 39 20/09/19 13:32


Em uma primeira leitura, é possível que esse texto seja encarado como me-
EXPLORE MAIS ramente descritivo da juventude atual e das suas perspectivas em relação
Operadores ao futuro. Entretanto, uma segunda leitura, que tenha como objetivo ana-
argumentativos lisar os pequenos elementos gramaticais que o constituem, pode apontar
Leia mais sobre os opera- para não somente um caráter descritivo, mas também opinativo. Isso se dá,
dores argumentativos no
artigo disponível em:
especialmente, no que se refere a adjetivos (ou locuções adjetivas) e advér-
<coc.pear.sn/XlocO6J>. bios (ou locuções adverbiais).
O segundo parágrafo, por exemplo, contém o seguinte trecho:

C O
A tecnologia teve um impacto tão grande na vida das pessoas que houve

O V
uma mudança de comportamento até mesmo na geração adulta [...].

C SI
CAPÍTULO 4

O U
Há, nesse período, o advérbio “tão” e a locução adverbial “até mesmo”.
Ambos expressam juízos de valor que partem de quem enuncia o texto,

N L
ainda que de modo sutil. Enquanto o advérbio “tão” atribui intensidade ao
40

SI XC
impacto da tecnologia na vida das pessoas, a locução adverbial “até mes-
mo” inclui a geração adulta no grupo dos afetados pela mudança de com-
EN O E portamento resultante do impacto da tecnologia; nessa inclusão, subenten-
de-se a ideia de algo que seja surpreendente: não se esperava isso, mas até
mesmo a geração adulta sofreu uma mudança de comportamento.
Nesse mesmo sentido, outro trecho pode ser citado. Observe.
D US

No Brasil, o trabalho ainda é uma das maiores preocupações do jovem brasileiro.


A E

O advérbio “ainda”, nesse contexto, aponta para uma situação que ocorre,
E
EM L D

embora já devesse ter sido superada. Ao empregar esse termo nesse con-
texto, a autora indica seu julgamento negativo sobre o fato de o trabalho
continuar sendo uma das maiores preocupações do jovem brasileiro. Um
ST IA

julgamento do mesmo tipo ocorre no trecho apresentado a seguir.


SI ER

Infelizmente, o acesso a universidades públicas ainda é muito restrito no país.


AT

Nesse caso, não somente se emprega um advérbio que indica um posiciona-


mento desfavorável ao modo como se dá o acesso a universidades públicas – “in-
M

felizmente” –, como se usa, também, um adjetivo que qualifica negativamente


esse acesso – “restrito” (ao qual se atribui valor de intensidade por meio do ad-
vérbio “muito” que o acompanha).
Considerando o emprego de adjetivos com o objetivo de marcar um posi-
cionamento, pode-se reproduzir o último parágrafo:

Os jovens dessa geração são sonhadores, inquietos, cheios de incertezas, mas de


uma coisa sabemos bem: somos jovens e ainda temos um futuro inteiro pela frente.

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Nessa passagem, dois adjetivos são usados para qualificar os jovens
atuais: “sonhadores” e “inquietos”, enquanto outro adjetivo é empregado
para indicar o tanto de tempo futuro que esses mesmos jovens têm pela
frente: “inteiro”. Se, ao tratar da situação atual dos jovens, a autora usou
termos indicativos de uma visão negativa, ao mencionar o futuro, os ele-
mentos gramaticais empregados apresentaram o sentido oposto.

ANYABERKUT/ISTOCK
C O

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
C SI
O U
N L

41
SI XC
EN O E
D US
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER
AT

Em muitos contextos, o adjetivo “sonhador” pode carregar um sentido positivo.

O advérbio também pode mostrar o grau de certeza do enunciador sobre


M

a afirmação que faz. Observe, por exemplo, esse trecho:

E outros que estão no mercado de trabalho ou desempregados, muitos ainda não


têm algo bem definido, talvez estejam tentando se descobrir. […]
Este é o momento oportuno para apli-
car o exercício 5 da seção “Para confe-
rir”, referente aos módulos 34, 35 e 36.
O advérbio “talvez” indica que a autora não tem completa certeza sobre
se os jovens estão fazendo o que ela sugere: é uma possibilidade. É uma
afirmativa menos forte do que se ela tivesse usado, por exemplo, “certa-
mente”, “sem dúvida” ou “obviamente”, em lugar de “talvez”.

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CAPÍTULO 4
DO MEU PONTO DE VISTA
Módulos 23 e 24 | Bastidores da reportagem

Exercícios de aplicação
1. Você aprendeu sobre reportagem e, ao longo de sua vida e trajetória escolar, já teve acesso a notí-
cias. O que uma reportagem e uma notícia têm em comum que faz com que alguns leitores confun-
dam esses dois gêneros jornalísticos?
Uma reportagem, assim como uma notícia, trata da atualidade.

C O
Releia a reportagem 52 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza e responda às questões.

O V
2. O subtítulo apresenta 2. O enunciado abaixo do título, “Segundo relatório divulgado pelo IBGE, um quarto da população do
uma informação fornecida país tinha, em 2016, uma renda inferior a R$ 387 por mês”, apresenta

C SI
por uma fonte, já que é ini-
CAPÍTULO 4

ciado pelo conectivo de con- a. a opinião do autor do texto.


formidade “segundo”. b. um exemplo.

O U
c. uma informação fornecida por uma fonte.

N L
d. a opinião de alguém.
42

SI XC
e. uma informação que não se relaciona com o texto.

3. Retire, da reportagem que você leu, um trecho que se relacione com a imagem apresentada a seguir.
EN O E “[…] a equipe da FGV estimou que, após subir 9,95% em 2016, o número de
GUSTAVOMELLOSSA/ISTOCK

extremamente pobres recuou 4,48% neste ano, até setembro, com o avanço

na renda […]".
D US

4. Você aprendeu que uma reportagem não é absolutamente im-


parcial. Muitas vezes, a elaboração do título de uma reporta-
gem já revela algum grau de parcialidade. No caso da reporta-
A E

gem apresentada, é possível afirmar que seu título, 52 milhões


E
EM L D

de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza, apresenta grau


relevante de parcialidade? Por quê?
Não. O título é bastante imparcial, visto que apresenta dados objetivos.
ST IA
SI ER

5. O trecho “‘Uma parte disso foi a inflação muito alta com o [benefício do] Bolsa Família congelado. [Em 2015]
5. A citação é direta e dá-se
por meio do uso das aspas.
A pobreza subiu pelo mesmo canal por que caiu’”, retirado da reportagem lida, apresenta uma citação
X direta.
AT

indireta.

6. Justifique o uso de aspas no trecho a seguir.


M

Nas contas de Marcelo Neri [...] 2016 foi o “fundo do poço” da pobreza [...]

No trecho, as aspas foram utilizadas porque a expressão que aparece entre elas – “fundo do poço” – faz referência à fala

de Marcelo Neri.
7. A reportagem procura
mostrar informações e da- 7. A reportagem que você leu apresenta
dos positivos (como recuo
da pobreza) em relação aos X informações positivas e negativas.
negativos (como a desigual-
dade social que atinge, em apenas informações negativas.
larga escala, o Norte e o
Nordeste). apenas informações positivas.

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Leia um trecho de uma reportagem retirado do jornal O Globo, de 11 de setembro de 2018, para
responder às questões 8 e 9.

Salário mínimo pago ao professor no Brasil é um dos piores do mundo


Pesquisa da OCDE considera rendimentos anuais de cerca de 40 países ou regiões
RIO – O Brasil é o que paga pior seus professores do Ensino Fundamental ao Médio entre 40 países ou sub-re-
giões, membros ou parceiros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo
o estudo “Education at a glance”, divulgado nesta terça-feira, quando considerado o salário inicial anual de cada
etapa, os professores brasileiros ficam em último em quase todas, exceto na Educação Infantil.

C O
A pesquisa, publicada anualmente pela OCDE, analisou o cenário educacional em 46 países ou regiões, mas, no

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
caso dos salários de professor, apenas 40 disponibilizaram dados. O relatório leva em consideração os valores
pagos por instituições públicas. De acordo com o relatório, o Brasil paga salário mínimo de US$ 13.971 por ano

C SI
para seus professores. O país tem um piso salarial para toda a educação básica e, diferentemente de outras na-
ções, não há variação de uma etapa para outra.

O U
FERREIRA, Paula. Salário mínimo pago ao professor no Brasil é um dos piores do mundo.
O Globo. 11 set. 2018. Disponível em: <https://coc.pear.sn/VbBDPOE>. Acesso em: jul. 2019.

N L

43
SI XC
8. Considerando-se que os
8. Levando-se em conta que dados não apresentam nenhuma explicação ou interpretação ao leitor, o dados não apresentam in-
trecho da reportagem lido apresenta terpretação e não conduzem
EN O E a nenhuma compreensão, é
dados apenas. possível afirmar que a re-
portagem lida apresenta so-
informações apenas. mente dados e informações.
No trecho “De acordo com o
X dados e informações. relatório, o Brasil paga salá-
D US

rio mínimo de US$ 13.971


por ano para seus professo-
9. Como o título e o subtítulo da reportagem relacionam-se? res”, apresentam-se dados.
O subtítulo apresenta a informação, que serviu de parâmetro para a criação do título. Já no trecho “O relatório leva
em consideração os valores
A E

pagos por instituições pú-


blicas” apresenta-se uma
E
EM L D

informação.

Exercícios propostos
Leia um trecho de uma reportagem retirada do site de notícias Agência Brasil, datada de 23 de
ST IA

março de 2019.
SI ER

Narrativas não expressam realidade brasileira, dizem escritoras


Mais de 70% dos livros publicados no Brasil entre 2005 e 2014 são de homens, com uma predominância de 97,5%
de autores brancos, revela pesquisa desenvolvida pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporâ-
AT

nea da Universidade de Brasília (UnB). Para escritoras brasileiras, o dado expressa uma realidade sentida por au-
toras que reivindicam “narrativas de outras vozes”. “A gente escreve sobre um universo que nos é familiar. Como
M

essa literatura feita hoje chega a um leitor que não se identifica com esse universo?”, questionou a escritora Ana
Maria Gonçalves, autora de Um defeito de cor.
Ela participou esta semana em São Paulo, junto com a também escritora Bianca Santana e a chilena Sara
Bertrand, do Seminário Leitura e Escrita: lugares de fala e visibilidade, no qual debateram sobre o tema “Direitos
Humanos e Literatura”. “A gente luta pela diversidade dessas histórias, dessas mulheres e homens negros que
estão aí tentando fazer uma literatura, que dificilmente vai chegar até vocês. É algo que tem que ir atrás. Quando
você quer só ler mulheres negras, tem que ir atrás, perguntar, não é espaço fácil. Outras histórias precisam ser
contadas”, disse Ana Maria.
MACIEL, Camila. Narrativas não expressam diversidade brasileira, dizem escritoras. Agência Brasil. 23 mar. 2019.
Disponível em: <https://coc.pear.sn/EKipnOx>. Acesso em: 20 jul. 2019.

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CAPÍTULO 4
10. O tema da desigualdade é abrangente e apresenta múltiplos recortes. Quais são os tipos de desi-
gualdade tratados na reportagem que você leu? Explique sua resposta.
A reportagem trata das desigualdades de raça e gênero, visto que mostra o panorama da representatividade de mulheres

e negros (mulheres e homens) na literatura brasileira.

11. A repórter inclui a fala da 11. O trecho ‘“A gente luta pela diversidade dessas histórias, dessas mulheres e homens negros que
escritora Ana Maria Gonçal- estão aí tentando fazer uma literatura, que dificilmente vai chegar até vocês. É algo que tem que
ves porque ela é pertinente
ir atrás. Quando você quer só ler mulheres negras, tem que ir atrás, perguntar, não é espaço fácil.
ao tema e humaniza a re-

C O
portagem, mostrando que a Outras histórias precisam ser contadas”’ apresenta a fala de uma escritora brasileira. A afirmação
problemática apresentada feita por ela contribui para o texto porque

O V
é, de fato, importante e tem
a. desumaniza a reportagem.
fundamento na experiência

C SI
vários autores. b. apresenta uma visão imparcial acerca do tema.
CAPÍTULO 4

c. ameniza a problemática apresentada na reportagem.

O U
d. humaniza a temática apresentada na reportagem.
e. isenta a repórter da parcialidade.

N L
44

12. O título da reportagem Narrativas não expressam diversidade brasileira, dizem escritoras apresenta

SI XC
uma informação objetiva ou subjetiva? Justifique.
O título apresenta uma informação subjetiva, já que menciona uma opinião de alguém (de escritoras).
EN O E
13. A reportagem apresenta dados objetivos, obtidos por meio de pesquisa. Transcreva uma passagem
em que eles apareçam.
D US

“Mais de 70% dos livros publicados no Brasil entre 2005 e 2014 são de homens, com uma predominância de 97,5% de

autores brancos, revela pesquisa desenvolvida pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea da Uni-

versidade de Brasília (UnB).”


A E
E
EM L D

14. De que modo os dados objetivos localizados por você no exercício anterior são importantes para a
ideia apresentada na reportagem?
Os dados objetivos fortalecem a ideia exposta de que “narrativas não expressam diversidade brasileira”.
ST IA
SI ER

Módulos 25, 26 e 27 | Produção de reportagem

Exercícios de aplicação
AT

1. Os elementos que se apre- 1. Todos os elementos listados a seguir fazem parte do gênero reportagem, entretanto um deles se faz
sentam nas outras alterna- mais importante no processo de transmissão de informação. Este elemento é o(a)
M

tivas constituem o gênero


reportagem, todavia a fonte
a. linguagem não verbal.
confiável de informações b. linha fina.
precede a estrutura e faz-se
indispensável para a trans-
c. intertítulo.
missão de informações. d. fonte confiável de informações.
e. legenda em imagem.

2. Por que a linguagem não verbal é importante em uma reportagem?


A linguagem não verbal é importante em uma reportagem porque contribui para que o assunto fique mais claro ao inter-

locutor e, além disso, pode tornar a produção mais impactante para o leitor.

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3. Por que é importante que o autor de uma reportagem utilize linguagem objetiva em seu texto?
A linguagem objetiva é importante no momento de narrar os fatos em uma reportagem, porque ela torna o texto passível

de ser compreendido e tomado como verdadeiro ou válido para o leitor.

4. Uma reportagem consegue ser totalmente neutra? Por quê?


Uma reportagem não consegue ser totalmente neutra, visto que o próprio recorte do tema e a seleção das fontes já im-

primem certa parcialidade ao texto.

C O

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
C SI
5. Você se interessaria por um título de reportagem mais objetivo ou subjetivo? Justifique sua escolha. 5. É importante que os alu-
nos compreendam que um
Resposta pessoal.
título que contém traço de

O U
subjetividade pode cativar
mais o leitor, visto que é

N L
mais criativo.

45
SI XC
6. Quando os intertítulos são importantes na produção de uma reportagem?
EN O E
Os intertítulos são importantes na produção de uma reportagem quando o texto dela é relativamente extenso ou trata

de um assunto por mais de uma perspectiva.


D US

7. Agora que você pôde ampliar seus conhecimentos acerca do gênero reportagem, chegou a hora de
colocá-los em prática. Você, então, desempenhará a função de repórter.
Como fazer
A E

a. Propõe-se que você realize uma reportagem sobre as medidas que as pessoas da comunidade
escolar – incluindo-se alunos, professores e funcionários dos mais diversos setores – tomam em
E
EM L D

busca da redução da pobreza e da desigualdade social (considerando desde a rua onde moram
até o país como um todo). Não é necessário que tais medidas sejam apenas aquelas de grandes
proporções. Uma atitude simples, de pequeno alcance, já é suficiente para fazer parte dos dados
coletados por você para a elaboração da reportagem.
ST IA

b. Primeiramente, elabore uma lista de pessoas da escola que possam ser entrevistadas, além de um
roteiro de perguntas que o oriente nessa entrevista. Quando ela for realizada, grave em áudio ou
SI ER

anote as respostas dadas, de forma que os dados obtidos sejam reproduzidos de maneira exata no
texto da reportagem. Faça, também, uma pesquisa sobre pobreza e desigualdade social. Você pode
fazê-la em sites institucionais da internet (pertencentes ao governo ou a jornais de grande porte,
por exemplo) ou, então, valer-se das leituras dos textos apresentados neste material. Use as infor-
AT

mações que dialoguem com o que você propõe em sua reportagem. Em seguida, busque situações
ou pessoas que possam ser fotografadas – no caso de pessoas, é necessário pedir permissão antes
de fotografá-las; você pode usar a câmera do celular. Caso não seja possível tirar foto e revelá-la, é
M

possível buscar fotos em livros, revistas ou na internet – desde que se relacionem ao tema. É interessante providenciar
c. Após essa primeira etapa, transforme as informações que você obteve em texto de reportagem. um mural no qual possam
ser afixadas as reportagens
Use a folha de produção de texto no final do livro para escrever a primeira versão de seu texto. elaboradas pela turma. Ele
Não se esqueça das partes constitutivas da estrutura desse gênero, vistas neste conjunto de mó- pode ficar localizado, por
dulos: título, linha fina, lide, corpo da reportagem, intertítulo e legenda da fotografia (que pode exemplo, em um dos corre-
ser colada na sua redação). Caso sinta dificuldades nessa segunda etapa, releia a reportagem dores da escola, para que os
demais alunos, os professo-
apresentada no conjunto anterior de módulos, 52 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da
res e os funcionários (muitos
pobreza. Preste atenção à forma como ela foi construída e ao modo como as ideias foram dis- deles, provavelmente, entre-
postas textualmente. Esse texto pode ser a inspiração necessária para você compor sua própria vistados para a realização
reportagem. Redação pág. 301 das produções textuais)
tenham a oportunidade de
d. Quando finalizá-la, reescreva seu texto em uma folha e cole-a em um mural, de preferência lo- acessar os textos, de forma
calizado em um lugar de fácil acesso na escola, para que toda a comunidade possa entrar em que as produções dos alunos
contato com sua reportagem (e a dos colegas). tenham uma circulação real.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 45 20/09/19 13:32


CAPÍTULO 4
Exercícios propostos
8. Imagine que você resolva escrever uma reportagem que trate do assunto saúde pública, com base
em uma notícia que denuncie mortes por condições precárias em um hospital. As informações que
contextualizam o acontecimento (o que se passou, quando foi, onde ocorreu etc.) deverão ocupar
que parte da estrutura da sua reportagem?
Essas informações deverão ser apresentadas no lide e desenvolvidas no corpo da reportagem.

C O
O V
9. A parte de um texto do gênero reportagem chamada de “corpo”
a. consiste na introdução do texto.

C SI
CAPÍTULO 4

b. é uma parte não tão importante do texto.


c. consiste em uma pequena parte do texto.

O U
d. consiste no desenvolvimento do texto.

N L
e. consiste na parte final do texto.
46

SI XC
10. Qual é a importância das legendas das imagens nas reportagens?
As legendas auxiliam o leitor a compreender a relação entre a imagem e o conteúdo da reportagem.
EN O E
D US

11. Suponha que a imagem a seguir pertencesse a uma reportagem que tratasse da melhora nos índi-
ces de educação de algum município brasileiro. Que legenda você escreveria para ela?

SKYNESHER/ISTOCK
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER
AT
M

Resposta pessoal. Exemplo de resposta: Escolas de período integral melhoram os índices de educação no município de

Torrinha.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 46 20/09/19 13:32


Módulos 28, 29, 30 e 31 | Artigo de opinião

Exercícios de aplicação
1. Como um artigo de opinião difere-se de uma reportagem quanto
a. ao grau de parcialidade?
Um artigo de opinião é parcial, visto que pode apresentar opiniões explícitas. Já uma reportagem pretende ser imparcial,

ainda que a neutralidade total não seja possível de ser atingida.

C O

LÍNGUA PORTUGUESA
b. à linguagem utilizada pelo autor?

O V
A linguagem utilizada em um artigo de opinião pode mesclar objetividade – na apresentação de informações, fatos ou

C SI
dados – e subjetividade, quando o autor expõe suas opiniões. Em uma reportagem, por sua vez, a linguagem é objetiva,

podendo apenas o título ou as falas de entrevistados (caso haja) serem subjetivos.

O U
N L

47
SI XC
2. Você estudou, anteriormente, o gênero textual editorial. A diferença essencial entre esse gênero e o 2. A diferença essencial
artigo de opinião é que entre editorial e artigo de
EN O E opinião é que o primeiro,
a. o editorial é imparcial, enquanto o artigo de opinião é parcial. apresenta a opinião de
b. o editorial apresenta a opinião de uma empresa, enquanto o artigo de opinião é de autoria indi- uma empresa jornalística
e o segundo, a opinião de
vidual. um indivíduo. Nas demais
c. o editorial não apresenta argumentos, enquanto o artigo de opinião é um texto argumentativo. alternativas, o que se diz so-
D US

bre o gênero editorial está


d. o editorial apresenta linguagem puramente objetiva, enquanto o artigo de opinião pode conter incorreto.
linguagem subjetiva.
e. o editorial não é pautado em um fato, enquanto o artigo de opinião o é na maioria das vezes.
A E

3. Em um artigo, como um autor pode dirigir-se diretamente ao leitor? Encontre no artigo A desigual-
dade importa? um exemplo dessa estratégia.
E
EM L D

Em um artigo de opinião, o autor pode dirigir-se diretamente ao leitor por meio da escolha dos verbos ou do uso de prono-

mes possessivos. No artigo lido, o autor faz isso, por exemplo, em “Afinal, se há crianças morrendo de diarreia, significa que

nosso principal desafio não é reduzir a desigualdade, e, sim, combater a pobreza”, ao utilizar o pronome possessivo “nosso”.
ST IA
SI ER

4. Em um artigo de opinião, faz-se a defesa de um ponto de vista. No texto A desigualdade importa?,


qual é a tese defendida pelo autor?
AT

O ponto de vista defendido pelo autor é o de que a discussão sobre a desigualdade importa, porém, a reflexão mais im-

portante é a de como combater a pobreza.


M

5. As passagens a seguir fazem parte do texto lido neste conjunto de módulos. Marque O para o que 5. Nos trechos nos quais é
exposta a opinião do autor,
for opinião do autor e F para o que for fato. há uso de expressões que
ajudam a evidenciar isso,
O “A maior parte das pessoas, quando fala em desigualdade, está, no fundo, referindo-se à pobreza.” como “no fundo”, “não seria
preciso” e “será também um
F “Bangladesh é mais igualitário que o Canadá, mas é muito mais pobre.” mundo de muita frustração
existencial”. Além disso, es-
ses trechos não estão emba-
“Melhorando as condições de vida absolutas dos mais pobres, não seria preciso se preocupar sados em dados ou estudos,
O
com a distância existente entre eles e os mais ricos.” por exemplo.

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CAPÍTULO 4
“Um mundo excessivamente desigual, em que os mais pobres veem o abismo que os separa
O
dos ricos e sabem que essa distância jamais será vencida, será também um mundo de muita
frustração existencial.”

F
“É o que aconteceu na China nas últimas décadas: graças a reformas liberalizantes, o país
experimentou uma brutal redução da pobreza extrema (foram 300 milhões de pessoas que
deixaram a pobreza extrema e hoje consomem avidamente) ao mesmo tempo em que a desi-
gualdade também se intensificou: há toda uma classe de milionários e bilionários que antes
não existia.”
7. Os alunos realizarão uma
6. O trecho “A conclusão é precipitada”, que abre o terceiro parágrafo do artigo A desigualdade importa?,

C O
produção textual com base
nos conhecimentos adqui- refere-se à qual conclusão presente no texto?
ridos anteriormente quanto

O V
ao gênero artigo de opinião. O trecho opinativo refere-se à conclusão do senso comum de que “Melhorando as condições de vida absolutas dos mais
Tal atividade deve ser vista

C SI
pobres, não seria preciso preocupar-se com a distância existente entre eles e os mais ricos”, que também consiste em
como o desembocar de todo
CAPÍTULO 4

o percurso traçado neste uma opinião.


grupo até este ponto. Os

O U
conhecimentos construídos
devem ser acionados pe-

N L
los alunos, de modo que o
7. Ainda neste grupo, você teve de produzir um texto do gênero reportagem. Tal reportagem dizia res-
48

texto apresentado não seja

SI XC
meramente opinativo, mas, peito às medidas tomadas pela sua comunidade escolar para combater a pobreza e a desigualdade
acima de tudo, sustentado social. Agora, você vai tratar desse mesmo tema, mas, dessa vez, marcará, de maneira explícita, seu
conscientemente com argu- posicionamento e o defenderá perante o leitor. Seu desafio é redigir um artigo de opinião cujo tema
mentos sólidos.
EN O E é pobreza e desigualdade social.

Como fazer
CESAR OKADA/ISTOCK

a. Para a escrita desse artigo, releia os textos apre-


sentados neste grupo até aqui e, também, sua re-
D US

portagem, elaborada nos módulos anteriores. Re-


flita sobre tais leituras: diante de tudo o que lhe foi
apresentado, como você se posiciona? Mobilize o
repertório que você construiu ao longo de sua vida
até agora. O que você pensa sobre a pobreza mun-
A E

dial ou, especificamente, a do contexto brasileiro?


E
EM L D

Quais são as causas? Quais medidas eficientes po-


dem ser tomadas para combatê-la? O combate à
pobreza é prioritário em relação ao combate à de-
sigualdade? Por quê?
ST IA

b. Depois dessa reflexão, que deve ser profunda e ho-


nesta, evitando-se cair nas armadilhas do senso
SI ER

comum, tente sintetizar sua opinião em uma única


frase – no máximo, em um parágrafo. Ter clareza do
Favela de Santa Marta em contraste com área nobre, na região de Botafogo,
no Rio de Janeiro. seu próprio posicionamento é fundamental para que
você não se perca no seu trajeto discursivo.
MARYVIOLET/ISTOCK

AT

c. Logo depois, elenque ideias que possam servir para


sustentar o posicionamento que você considerou
como seu. Dessa lista, analise o que pode ser mais
M

convincente. Se você fosse seu próprio leitor, acharia


pertinentes os argumentos escolhidos? Consulte um
colega: o que ele pensa sobre suas ideias? Ele facil-
mente as rebateria?
d. Finalmente, concretize seu planejamento na escrita
do artigo na folha de produção de texto disponível no
final do livro. Inicie o texto apresentando sua opinião
para, em seguida, desenvolver os parágrafos conten-
do os argumentos que vão sustentá-la. Lembre-se da
conclusão: crie um desfecho que deixe claro ao leitor
o quanto o caminho percorrido no texto tem como
destino a comprovação de que a opinião manifestada
Para redigir um artigo de opinião, é necessária uma reflexão prévia sobre o assunto. inicialmente é realmente válida. Redação pág. 303

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 48 20/09/19 13:33


8. A conclusão de um artigo de opinião deve
a. ampliar a discussão.
b. criar um suspense sobre o modo de pensar do autor.
c. manifestar intolerância quanto a posicionamentos divergentes do apresentado no texto.
d. indicar a comprovação de que a opinião expressa inicialmente tem validade.
e. estar ausente; o leitor é quem deve tirar suas próprias conclusões.

9. Como você resumiria as etapas de planejamento a serem seguidas antes da escrita de um artigo de
opinião?

C O
Tais etapas são: reflexão sobre o tema, para definir um posicionamento, e listagem de argumentos possíveis de serem

LÍNGUA PORTUGUESA
usados.

O V
C SI
Exercícios propostos

O U
N L
10. É possível dizer que um artigo de opinião constitui-se por três partes principais. Indique a ordem

49
delas a seguir, por meio de números.

SI XC
2 Argumentação

1 Apresentação da opinião
EN O E
3 Conclusão

11. No trecho “A extrema igualdade, contudo, também traz perigos. Uma sociedade muito igualitária é 11. A conjunção adversativa
uma sociedade que tende a não premiar o desempenho excepcional, tolhendo seus maiores talen- “contudo” demonstra que o
D US

autor vai contrapor algo que


tos e impondo a todos o peso da conformidade à média”, a palavra em destaque indica que
já foi dito.
a. o autor adicionará um argumento que vai ao encontro de outro já apresentado.
b. o autor apresentará um argumento que confronta outro já apresentado.
A E

c. o autor dará uma explicação sobre algo que já foi dito.


E

d. o autor concluirá uma opinião que já foi dada.


EM L D

e. o autor apresentará uma consequência de algum fato que já foi citado.

12. Qual é a relação entre o título e o subtítulo do texto e o último parágrafo dele?
ST IA

O último parágrafo do texto responde à pergunta feita no título e reforça a afirmação apresentada no subtítulo.
SI ER

13. Por que o autor afirma, em seu artigo de opinião, que a desigualdade não equivale à pobreza? Dê
um exemplo que justifique sua resposta.
AT

Porque pode haver pobreza mesmo na igualdade. Um exemplo disso é Bangladesh, que, apesar de ser um país igualitário,

é bastante pobre.
M

14. A contra-argumentação fortalece a defesa de uma ideia? Por quê?


Sim, porque a contra-argumentação contribui para indicar que a ideia defendida não pode ser derrubada facilmente por

argumentos contrários.

15. Um argumento consistente é aquele que


a. pode ser facilmente rebatido.
b. tem potencial de convencer grande número de pessoas.
c. não permite que ninguém tenha outro ponto de vista.
d. persuade absolutamente todas as pessoas do mundo.
e. recorre ao senso comum para convencer.

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CAPÍTULO 4
Módulos 32 e 33 | Força argumentativa

Exercícios de aplicação
Releia o texto Os meios de comunicação e a juventude e responda às questões.
1. O título é bastante obje- 1. O título do artigo Os meios de comunicação e a juventude é
tivo e manifesta, de forma
direta, os dois tópicos con- obscuro: não indica com precisão o assunto do texto.
templados no texto, de for-
ma inter-relacionada. X claro: evidencia o que será tratado no texto.

C O
2. A locução conjuntiva ad- 2. A expressão “no entanto”, no primeiro parágrafo, serve para

O V
versativa “no entanto” serve,
no primeiro parágrafo, para a. apresentar um contra-argumento.
b. indicar opiniões que alguns leitores podem manifestar.

C SI
introduzir a tese de que “o
CAPÍTULO 4

jovem não é notícia para


os meios de comunicação c. tornar o texto vago e impreciso.

O U
considerados ‘adultos’ ou d. introduzir uma das ideias centrais do artigo.
formadores de opinião,
como os grandes jornais ou e. atestar concordância total com opiniões opostas à manifestada no texto.

N L
telejornais de redes”.
50

3. Transcreva uma passagem do artigo em que o autor expõe uma ação que ele considera ser necessá-

SI XC
ria realizar.
É preciso que a sociedade esteja atenta ao que será feito de centenas de novos canais de TV e emissoras de rádio que
EN O E estarão disponíveis com as novas tecnologias digitais.

4. No segundo parágrafo, o autor menciona duas formas distintas de ver quem tem 18 ou 20 anos.
D US

Explique essa diferenciação.


Para o autor, pessoas de 18 ou 20 anos podem ser vistas como adultos ou como cidadãos jovens com “direitos e necessi-

dades inerentes à sua idade”.


A E
E
EM L D

5. No artigo, mostra-se o ideal do que seria uma “abordagem de sustentabilidade”, isto é, uma forma
de ver o mundo considerando a preservação ambiental. Quais tipos de problema devem ser vistos
de maneira relacionada nessa abordagem?
ST IA

Problemas sociais, ambientais e econômicos.


SI ER

6. Qual é a importância de especificar as ideias expostas em uma argumentação, isto é, em um texto


no qual se pretende defender uma ideia?
Ao relativizar uma ideia, o autor mostra que sua argumentação é resultado de reflexão e, desse modo, torna-se mais
AT

convincente.
M

Exercícios propostos
7. Ao afirmar que o que foi 7. No último parágrafo do artigo, o autor indica ter começado a extrapolar o assunto principal do texto.
apresentado no último pará- A passagem em que isso ocorre é
grafo “pode ser tema de um
outro artigo”, o autor indica a. “No Brasil, pela lei, uma empresa de comunicação deve pertencer a um brasileiro nato.”
ter começado a exceder o b. “Isso faz com que sejam controladas por pessoas físicas e acabem sendo dirigidas por famílias.”
limite do assunto tratado.
c. “Os grandes grupos de comunicação, quase todos, são empresas familiares.”
d. “Alguns já estão sendo controlados por organizações religiosas, que também têm interesses mui-
to definidos.”
e. “Mas isso pode ser tema de outro artigo.”

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 50 20/09/19 13:33


8. Transcreva um trecho do texto, além dos que foram mostrados como exemplo neste conjunto de
módulos, em que o autor demonstra o cuidado de não generalizar os dados que apresenta.
Os grandes grupos de comunicação, quase todos, são empresas familiares.

9. No último parágrafo, o emprego da palavra “retrógrada” indica que o autor considera


positivo o fato de, no Brasil, os grupos de comunicação serem empresas familiares.

C O
X negativo o fato de, no Brasil, os grupos de comunicação serem empresas familiares.

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
10. De que modo o fato de um autor evidenciar seu repertório em um texto argumentativo contribui
para torná-lo convincente?

C SI
Ao mostrar que tem conhecimentos sobre o que está abordando, o autor indica que seus argumentos apresentam força,

O U
já que são resultantes do domínio do assunto em questão.

N L

51
SI XC
Módulos 34, 35 e 36 | Gramática e argumentação: uso de modalizadores

Exercícios de aplicação
EN O E
1. Cite um adjetivo empregado no texto que serve para diferenciar os jovens de hoje dos jovens de
antigamente, justificando sua resposta.
D US

O adjetivo “tecnológico” serve para fazer essa diferenciação, na medida em que antigamente os jovens não tinham acesso

a tantos recursos digitais como têm hoje.

2. O texto, logo no início, diferencia a juventude de hoje da juventude de antigamente ao citar algumas
A E

experiências coletivas vividas pelo primeiro grupo. Que experiências são essas?
O texto cita as seguintes experiências: a virada do século, a queda das torres gêmeas e as mudanças climáticas.
E
EM L D
ST IA

3. De acordo com o que o texto apresentou, é possível afirmar que a internet favoreceu que o jovem
de hoje coloque-se no mundo de forma mais independente? Justifique sua resposta com base em
SI ER

um trecho do texto.
Sim, atualmente o jovem, por meio da internet, pode aprender diversos conteúdos de maneira mais independente. O trecho

que comprova isso é: “A escola ainda tem o papel central na formação do jovem, mas com a internet é possível aprender
AT

de maneira independente, o que abre uma gama infinita de possibilidades. São tantos conteúdos, vídeos etc. que, para

aprender, basta querer”.


M

4. Releia este trecho do texto: “Ao contrário da época de nossos pais, quando o conhecimento era limi-
tado, o dinheiro e o tempo eram curtos, hoje, o jovem pode planejar melhor seu futuro”. Extraia dele
um adjetivo que indique, no sentido negativo, como era antigamente e um advérbio que indique,
no sentido positivo, como é nos dias de hoje.
O adjetivo é “limitado” (também é aceitável “curtos”) e o advérbio é “melhor”.

5. Na passagem “E outros que estão no mercado de trabalho ou desempregados, muitos ainda não
têm algo bem definido, talvez estejam tentando se descobrir”, a palavra indicativa de hipótese (for-
mulada pela autora) é
a. “outros”. b. “muitos”. c. “não”. d. “algo”. e. “talvez”.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 51 20/09/19 13:33


6. Que adjetivo poderia substituir “inquietos”, presente no último parágrafo do texto?
Resposta pessoal. Sugestões: “agitados”, “elétricos”.

Exercícios propostos
7. No trecho “O perfil do jovem no Brasil se divide em vários”, há um adjetivo que indica a multiplici-
dade do jovem no Brasil. Trata-se da palavra
a. “perfil”.

C O
b. “jovem”.
c. “Brasil”.

O V
d. “divide”.

C SI
e. “vários”.
CAPÍTULO 4

8. Localize, no último parágrafo do texto, um adjetivo que se refira à parcela de jovens com formação

O U
acadêmica e desempregada no país.

N L
Trata-se do adjetivo “grande”.
52

SI XC
9. Você viu que tanto a classe dos adjetivos quanto a dos advérbios servem para expressar posicio-
namentos em textos opinativos. Assim, cite um adjetivo e um advérbio que, em grande parte dos
EN O E contextos, indicam uma opinião desfavorável a algo.
Resposta pessoal. Sugestões: “ruim” (adjetivo) e “lamentavelmente” (advérbio).

10. Considere este trecho do texto: “O jovem de hoje é tecnológico. O celular passa a ser um item vital
para ele que está sempre conectado com tudo e todos”. Considerando sua própria experiência, você
D US

concorda com essas afirmações feitas pela autora? Apresente um argumento que defenda sua res-
posta, usando ao menos um adjetivo valorativo, ou seja, que expresse seu julgamento.
Resposta pessoal.
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER
AT
M

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 52 20/09/19 13:33


Módulos 23 e 24

1. Em uma citação direta, usa-se um sinal gráfico. Trata-se


a. do travessão.
b. das aspas.

C O
c. dos parênteses.

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
d. dos colchetes.
e. das reticências.

C SI
Módulos 25, 26 e 27

O U
2. Existe um recurso argumentativo que serve para esclarecer uma ideia, a fim de que o interlocutor

N L

53
SI XC
possa se convencer dela. Esse recurso são as construções metafóricas , que podem ser defini-

das por comparações que ocorrem de forma imediata.


EN O E
Módulos 28, 29, 30 e 31

3. Em um artigo de opinião, há uma forma de argumentar pela qual o autor antecipa-se a possíveis
argumentos contrários aos seus. Essa estratégia é chamada de
D US

a. argumentação.
b. contra-argumentação.
c. posição.
A E

d. defesa.
E

e. exposição.
EM L D

Módulos 32 e 33
ST IA

4. Para que uma argumentação tenha força, é importante que o autor do texto
X evite generalizações sem fundamento.
SI ER

faça generalizações sem fundamento.

X apresente evidências de repertório.


AT

Módulos 34, 35 e 36
M

5. Na construção argumentativa de um texto, há duas classes gramaticais as quais se pode recor-

rer para manifestar juízos de valor. São elas: a classe dos adjetivos e a dos
advérbios .

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 53 20/09/19 13:33


C O
O V
C SI
POSICIONAMENTO
CAPÍTULO 4

O U
N L
54

SI XC
EN O E Estratégias
argumentativas
D US
A E
E
EM L D

Uso de fatos, falas


de autoridades,
Emprego perguntas retóricas, Modalização do
ST IA

de citações títulos instigantes discurso


ou construções
SI ER

metafóricas.
AT
M

Exemplo: apreciar ou
Diretas ou depreciar uma ideia por
indiretas meio do emprego de
adjetivos ou advérbios.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO_G2.indd 54 20/09/19 13:33


Exercícios propostos Redação pág. 45

Nome:

Número: Ano: Módulo(s):

C O
1. O objetivo principal não é verificar a qualidade da reportagem, já que se trata de uma primeira tentativa, mas garantir que os alunos dominem

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
2. os princípios básicos da composição de um texto pertencente a esse gênero.

C SI
3. 1. Neste critério, é fundamental verificar se os textos correspondem à proposta de redação – ou seja: redigir uma reportagem.

O U
N L
4. 2. Aqui, deve-se avaliar se o aluno compreendeu a estrutura de uma reportagem, conforme explicado na teoria do capítulo.

301
SI XC
5. 3. Neste caso, é preciso observar se as informações utilizadas foram colocadas no texto de maneira aleatória ou se houve um planejamento,

6. EN O E
pensando em qual informação deveria aparecer primeiro e em qual deveria vir depois.

7. 4. Este critério corresponde à capacidade de seleção de informações que reforcem a exposição.


D US

8. 5. É muito importante que os alunos escolham informações de naturezas diferentes para a reportagem, para que o texto não fique repetitivo.

9. 6. Na avaliação deste critério, é preciso verificar se os alunos escreveram em atendimento à prosa, seccionando o texto em parágrafos bem
A E

10. organizados. Ainda não se falou de forma aprofundada sobre a estrutura típica de um parágrafo, mas deve-se avaliar se as informações a
E
EM L D

11. serem incluídas no texto foram bem distribuídas ao longo da composição.


ST IA

12. 7. Neste caso, considerar apenas os recursos de que os alunos já dispõem para evitar a repetição desnecessária de palavras, expressões e
SI ER

13. estruturas. Eles, no entanto, devem ser incentivados a tentar novas possibilidades, com base no que já conhecem.

14. 8 e 9. Para avaliar a correção do texto quanto às regras de ortografia, é preciso levar em consideração o aprendizado dos alunos, sobretudo
AT

15. neste momento, em que muitas regras ainda não foram estudadas.
M

16. 10. De maneira semelhante a avaliação do sétimo critério, é fundamental considerar o panorama de palavras a que os alunos já foram

expostos. Isso significa que não se podem esperar, nos textos, palavras que extrapolem o universo de leitura oferecido na escola até o 8o ano.
17.

18.

19.

20.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO PT_G2.indd 301 20/09/19 13:32


21.

22.

23.

24.

C O
25.

O V
26.

C SI
CAPÍTULO 4

O U
27.

N L
28.
302

SI XC
29.

30.
EN O E
31.
D US

32.

33.
A E
E
EM L D

Módulos 25, 26 e 27 | Produção de reportagem

CRITÉRIOS GERAIS NOTA CRITÉRIOS DE ANÁLISE DO TEXTO ESCRITO/EVIDÊNCIA


ST IA

Sim Parcialmente Não

Tema 1. Atende ao tema proposto?


SI ER

2. Corresponde ao gênero reportagem?


AT

3. Há uma organização clara das informações?

Gênero 4. Apresenta informações relevantes?


M

5. Apresenta informações de naturezas diferentes?

6. Apresenta parágrafos separados adequadamente?


Coesão e
7. Repete palavras sem necessidade?
coerência
8. Respeita as normas ortográficas?

Língua 9. Apresenta pontuação adequada?

10. Apresenta riqueza de vocabulário?

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO PT_G2.indd 302 20/09/19 13:32


Redação pág. 48

Nome:

Número: Ano: Módulo(s):

C O
1. O objetivo principal não é verificar a qualidade do artigo de opinião, já que se trata de uma primeira tentativa, mas garantir que os alunos

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
2. dominem os princípios básicos da composição de um texto pertencente a esse gênero.

C SI
3. 1. Neste critério, é fundamental verificar se os textos correspondem à proposta de redação – ou seja: redigir um artigo de opinião que trate

O U
N L
4. de pobreza e de desigualdade social, mobilizando, para isso, o que foi apresentado neste material, além do repertório pessoal de cada aluno.

303
SI XC
5. 2. Aqui, é importante avaliar se o aluno compreendeu a estrutura de um artigo de opinião, conforme explicado na teoria do capítulo.

6. EN O E
3. Neste caso, é preciso observar se os argumentos utilizados foram colocados no texto de maneira aleatória ou se houve um planejamento,

7. pensando em qual informação deveria aparecer primeiro e em qual deveria vir depois.
D US

8. 4. Este critério corresponde à capacidade de seleção de argumentos que não possam ser facilmente rebatidos, como de autoridades, de fatos

9. concretos e/ou históricos etc.


A E

10. 5. É muito importante que os alunos escolham argumentos de naturezas diferentes para o artigo de opinião, para que o texto não fique repetitivo.
E
EM L D

11. 6. Na avaliação deste critério, é preciso verificar se os alunos escreveram em atendimento à prosa, seccionando o texto em parágrafos bem
ST IA

12. organizados. Ainda não se tratou de maneira aprofundada da estrutura típica de um parágrafo, mas deve-se avaliar se as informações a serem
SI ER

13. incluídas no texto foram bem distribuídas ao longo da composição.

14. 7. Quanto ao último critério, considerar apenas os recursos de que os alunos já dispõem para evitar a repetição desnecessária de palavras,
AT

15. expressões e estruturas. Eles, no entanto, devem ser incentivados a tentar novas possibilidades, com base no que já conhecem.
M

16. 8 e 9. Para avaliar a correção do texto quanto às regras de ortografia, é preciso levar em consideração o aprendizado dos alunos, sobretudo

neste momento, em que muitas regras ainda não foram estudadas.


17.

18. 10. De maneira semelhante à avaliação do sétimo critério, é fundamental considerar o panorama de palavras a que os alunos já foram expostos.

19. Isso significa que não se podem esperar, nos textos, palavras que extrapolem o universo de leitura oferecido na na escola até o 8o ano.

20.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO PT_G2.indd 303 20/09/19 13:32


21.

22.

23.

24.

C O
25.

O V
26.

C SI
CAPÍTULO 4

O U
27.

N L
28.
304

SI XC
29.

30.
EN O E
31.
D US

32.

33.
A E
E
EM L D

Módulos 28, 29, 30 e 31 | Artigo de opinião

CRITÉRIOS GERAIS NOTA CRITÉRIOS DE ANÁLISE DO TEXTO ESCRITO/EVIDÊNCIA


ST IA

Sim Parcialmente Não

Tema 1. Atende ao tema proposto?


SI ER

2. Corresponde ao gênero artigo de opinião?


AT

3. Há uma organização clara dos argumentos?

Gênero 4. Apresenta argumentos fortes?


M

5. Apresenta argumentos de naturezas diferentes?

6. Apresenta parágrafos separados adequadamente?


Coesão e
7. Repete palavras sem necessidade?
coerência
8. Respeita as normas ortográficas?

Língua 9. Apresenta pontuação adequada?

10. Apresenta riqueza de vocabulário?

CO EF 08 INFI 02 1B LV 02 MI DMUL DLPO PT_G2.indd 304 20/09/19 13:32


FUNTAP P/DREAMSTIME
GRUPO
ONSUMO
3 ECONOMIA E C

C O
O V
C SI
O U
N L
SI XC
EN O E
D US

“Como podemos alinhar a ética consumista com a ética ca-


pitalista do empresário, de acordo com a qual os lucros não
A E

devem ser desperdiçados, e sim reinvestidos na produção?


É simples. Como em épocas anteriores, existe hoje uma di-
E
EM L D

visão de trabalho entre a elite e as massas. Na Europa me-


dieval, os aristocratas gastavam o dinheiro despreocupada-
mente em luxos extravagantes, ao passo que os camponeses
levavam uma vida frugal, cuidando de cada centavo. Hoje, a
situação se inverteu. Os ricos gerenciam seus ativos e inves-
ST IA

timentos com muito cuidado, enquanto os menos abastados


se endividam comprando carros e televisores de que na ver-
SI ER

dade não necessitam.

A ética capitalista e a consumista são dois lados da mesma


moeda, uma combinação de dois mandamentos. O man-
damento supremo dos ricos é ‘invista!’. O mandamento su-
AT

premo do resto de nós é ‘compre!’. A ética capitalista-con-


sumista é revolucionária em outro aspecto. A maioria dos
sistemas éticos anteriores apresentava às pessoas um acor-
M

do muito difícil. Elas recebiam a promessa do paraíso, mas


só se cultivassem a compaixão e a tolerância, superassem o
desejo e a fúria e controlassem seus interesses egoístas. Isso
era difícil demais para a maioria. A história da ética é um
conto triste de ideais maravilhosos que ninguém consegue
colocar em prática.”

Yuval Noah Harari

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL INICIAIS_G3_P4.indd 3 17/09/19 14:16


M A PA I N T E R D I S C I P L I N A R

C O
Este mapa mostra ligação entre os conteúdos
das disciplinas, sendo ponto de partida para

O V
um trabalho interdisciplinar.

C SI
LÍNGUA
PORTUGUESA

O U
Textos normativos e

N L
reinvidicativos, proposta
política, preposição,

SI XC
MATEMÁTICA regência verbal e termos CIÊNCIAS
da oração DA NATUREZA
Ângulos e triângulos CS CN HI
EN O E Eletricidade

CN GE LP MA GE
D US
A E

EDUCAÇÃO GRUPO HISTÓRIA


FÍSICA
E
EM L D

Conscientização
corporal, ioga e pilates
3 Revolução Francesa e
Império Napoleônico
Economia e consumo
ST IA

LP GE CS
SI ER
AT

ARTE GEOGRAFIA
Arte comercial
M

Continente americano
e música
CIÊNCIAS
SOCIAIS
CS HI HI CN CS
Trabalho e
relações sociais

GE HI

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL INICIAIS_G3_P4.indd 10 17/09/19 14:16


LÍNGUA
POR
C O
O V
C SI
O U
N L
SI XC
EN O E
TU
D US

GUE
PÁG.

12 CAPÍTULO 5
A E

Normas e reivindicações
E
EM L D

46 CAPÍTULO 6
Conectar as partes
ST IA
SI ER

SA
AT
M

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 11 20/09/19 13:46


55

ARSENISSPYROS/ISTOCK
CAPÍTULO

NORMAS E
NORMAS E
REIVINDICAÇÕES
OBJETIVOS DO GRUPO REIVINDICAÇÕES

C O
• Contribuir com a escrita
LÍNGUA PORTUGUESA

de textos normativos e

O V
O assunto deste capítulo são as normas e as reivindicações, cuja estruturação é feita por
de regras e regulamentos
OBJETIVOS
nos vários âmbitosDO GRUPOda
meio de textos normativos. Para aproximar este tópico da realidade dos alunos, pode-se
Você já parou para pensar que, durante vários momentos de

C SI
falar sobre o exercício da cidadania em uma democracia, em que é fundamental que
escola, levando
• Contribuir com aem conta
escrita senossa
conheçamvida,osparticipamos de diversas
direitos e os deveres situações
dos cidadãos, garantidas
os quais são dispostos nesse tipo
o contexto de produção depor lei,Além
texto. como estudar, e que
de contribuírem para atambém temos
organização deveres,
da sociedade, como
esses textos permitem
de textos normativos e

O U
que se possa
seguir acompanhar
algumas se oestabelecidas
regras que eles determinam
por está
essassendo cumprido ou não.
leis?
edeasregras
características dos
e regulamentos
gêneros
nos váriosemâmbitos
questão.da

N L
• escola, levando
Identificar em conta
a preposição
12

SI XC
o
comocontexto de invariável
palavra produção
equeas conecta
características
palavrasdose
SERGEYRYZHOV/ISTOCK

gêneros
termos de emumaquestão.
oração.
• Identificar
Diferenciaracomplementos
preposição
EN O E
como
diretospalavra invariável
e indiretos de
que
verbosconecta palavras e
transitivos,
termos de uma da
apropriando-se oração.
regência decomplementos
• Diferenciar verbos
D US

de uso frequente.
diretos e indiretos de
No trânsito, existem também direitos e de-
• verbos
Produzir transitivos,
textos veres que devem ser seguidos. Todo cidadão
apropriando-se
reivindicatórios,da
regência de verbos tem direito à segurança no trânsito, por isso
levando em conta seu
de uso frequente. as vias devem ser bem sinalizadas. É nosso
contexto de produção
A E

dever trafegar, seja a pé, seja em veículos, de


• eProduzir
as características
textos dos
maneira segura, sem oferecer risco à vida de
E

No trânsito, existem também


EM L D

gêneros em questão.
reivindicatórios,
direitos e deveres que devem outra pessoa.
• levando
Analisar aem conta seu
forma
contexto de produção
composicional de textos ser seguidos. Todo cidadão tem
epertencentes
as características dos
a gêneros direito à segurança no trânsito,
por isso as vias devem ser bem
ST IA

gêneros em questão. e a
normativos/jurídicos
gêneros adaforma
• Analisar esfera política. sinalizadas. É nosso dever trafegar,
• composicional
Analisar, a partirdedotextos seja a pé, seja em veículos, de
SI ER

pertencentes a gênerosa
contexto de produção, maneira segura, sem oferecer
normativos/jurídicos
forma de organizaçãoedas a risco à vida de outra pessoa.
gêneros da esfera
cartas abertas, política.
abaixo-
AT

-assinados
• Analisar, e petições
a partir do
on-line.
contexto de produção, a
• forma de organização
Identificar os termos das
SERGEYRYZHOV/ISTOCK

cartas abertas,daabaixo-
constitutivos oração.
M

-assinados e petições
• Interpretar efeitos de
on-line.
sentido de modificadores
• Identificar os termos
do verbo (adjuntos
constitutivos da oração.
adverbiais, advérbios e
expressões efeitos
• Interpretar adverbiais).
de
• sentido
Realizar de modificadores
enquetes
do verbo (adjuntos
de forma a levantar
adverbiais,
prioridades,advérbios
problemas ea Todos também têm direito ao
expressões adverbiais).
resolver ou propostas. meio ambiente ecologicamente
• Realizar enquetes equilibrado, pois ele é essencial
de forma a levantar a uma vida saudável. Portanto,
prioridades, problemas a é nosso dever protegê-lo.
resolver ou propostas.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 12 20/09/19 13:46


Todos também têm direito
ao meio ambiente ecologi-
camente equilibrado, pois
ele é essencial a uma vida

ARSENISSPYROS/ISTOCK
saudável. Portanto, é nos-
so dever protegê-lo.

RAWPIXEL/ISTOCK
O assunto deste capítulo são
as normas e as reivindicações,
cuja estruturação é feita por
meio de textos normativos.

FREEMIXER/ISTOCK
Para aproximar este tópico da
realidade dos alunos, pode-se
falar sobre o exercício da ci-

C O
dadania em uma democracia,

LÍNGUA PORTUGUESA
em que é fundamental que se

O V
conheçam os direitos e os de-
veres dos cidadãos, os quais

C SI
são dispostos nesse tipo de

RAWPIXEL/ISTOCK
texto. Além de contribuírem
para a organização da socie-

O U
dade, esses textos permitem
que se possa acompanhar se

N L
o que eles determinam está

13
sendo cumprido ou não.

SI XC
EN O E Os direitos e deveres quando
seguidos podem garantir
uma boa convivência entre as
pessoas. Devemos respeitar o
próximo e suas diferenças.
Do mesmo modo, devemos ser
D US

respeitados. É nosso direito.


A E

Os direitos e deveres quando seguidos podem garantir


E

uma boa convivência entre as pessoas. Devemos res-


EM L D

peitar o próximo e suas diferenças. Do mesmo modo,

RAWPIXEL/ISTOCK RAWPIXEL/ISTOCK
devemos ser respeitados. É nosso direito.
ST IA
SI ER
FREEMIXER/ISTOCK

AT
M

Como cidadãos, temos o direito de fazer reinvindica-


ções. Portanto, quando temos direitos que não são ga-
Como cidadãos, temos o direito de rantidos ou respeitados, podemos e devemos reivindi-
cá-los, ou seja, exigirmos que eles sejam cumpridos de
fazer reinvindicações. Portanto, quando
acordo com o que regem os textos legais.
temos direitos que não são garantidos
ou respeitados, podemos e devemos
reivindicá-los, ou seja, exigirmos
que eles sejam cumpridos de acordo
com o que regem os textos legais.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 13 20/09/19 13:46


Módulos 37 e 38
VOCABULÁRIO
TEXTO NORMATIVO
Sanção: pena correspon-
dente à violação de uma lei. A convivência em sociedade nem sempre é harmônica. Há muitas pessoas,
com hábitos e interesses diferentes, que precisam se organizar coletiva-
mente, o que, algumas vezes, pode gerar conflitos. Para amenizar esse tipo
Nestes dois módulos, serão apresen-
tadas as características gerais de um de problema, criaram-se os textos normativos, os quais estabelecem regras
texto normativo, bem como exem-
plos dele. A habilidade da BNCC a ser
para determinadas situações e espaços, que devem ser cumpridas, caso
contrário, pode haver sanções.

C O
desenvolvida é para que os alunos
sejam capazes de “Relacionar textos
e documentos legais e normativos Talvez você ainda não tenha percebido, mas age de acordo com regras

O V
de importância universal, nacional
ou local que envolvam direitos, em
em vários aspectos da sua vida. Por exemplo, você espera o semáforo de

C SI
pedestre ficar verde para atravessar a rua, não é mesmo? Isso é uma re-
CAPÍTULO 5

especial, de crianças, adolescentes e


jovens – tais como a Declaração dos
Direitos Humanos, a Constituição
gra específica de trânsito. Em sua casa, seus responsáveis, provavelmente,

O U
Brasileira, o ECA –, e a regulamen- impõem algumas determinações a você, como jogar videogame somente
tação da organização escolar – por
depois de fazer sua tarefa da escola.

N L
exemplo, regimento escolar –, a seus
14

contextos de produção, reconhe-

SI XC
cendo e analisando possíveis moti-
Na vida pública, instruções de conduta e de procedimento são dispostas
vações, finalidades e sua vinculação em textos normativos, que podem tratar de questões específicas ou am-
com experiências humanas e fatos
históricos e sociais, como forma de plas. A Constituição brasileira, por exemplo, abrange diversos setores da
EN O E
ampliar a compreensão dos direitos
e deveres, de fomentar os princípios
organização do país.
democráticos e uma atuação pautada Em 1988, após o processo de redemocratização do Brasil, foi promul-
pela ética da responsabilidade (o ou-
tro tem direito a uma vida digna tanto gada a Constituição Federal que está em vigência atualmente. A Carta
Magna, como também é conhecida essa Constituição, dispõe, entre outros
D US

quanto eu tenho)”.

temas, dos direitos e deveres dos cidadãos. Pela primeira vez na histó-
ria do país, a Constituição apresentou os direitos da criança e do adoles-
cente de maneira mais ampla, conforme se observa em seu artigo 227,
A E

citado a seguir.
E
EM L D
RIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS, 2015. 6. ED. 177P. FICHA CATALOGRÁFICA: RAQUEL PIMENTEL DOS SANTOS.
VIGGIANO, RENZO. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. SENADO FEDERAL, BRASÍLIA.SUBSECRETA-

Art. 227 É dever da família, da sociedade e do


Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao
ST IA

jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida,


à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
SI ER

profissionalização, à cultura, à dignidade, ao


respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, explora-
AT

ção, violência, crueldade e opressão.


M

Aprofundando esse assunto, disposto na Constituição,


em 1990, foi criado o Estatuto da Criança e do Adolescen-
te (Lei 8.069), que impõe o reconhecimento de crianças e
adolescentes como sujeitos de dignidade humana, direitos
e responsabilidades. A fim de se delimitarem quais pessoas
são consideradas crianças e adolescentes, é importante
mencionar o artigo 2o do ECA. Com base nele, “considera-se
criança, para os efeitos desta lei, a pessoa até doze anos de
idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoi-
to anos de idade”.

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A seguir, estão relacionados os cinco direitos fundamentais estabelecidos
pelo ECA.

1 4

LIGHTFIELDSTUDIOS/ISTOCKPHOTO
DIDESIGN021/ISTOCKPHOTO

C O

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
C SI
Direito à vida e à saúde “Art. 7º A criança e o ado-

O U
lescente têm direito à proteção, à vida e à saúde, me-
diante a efetivação de políticas sociais públicas que

N L
Direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer

15
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e

SI XC
“Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à edu-
harmonioso, em condições dignas de existência.”
cação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pes-
soa, preparo para o exercício da cidadania e qualifi-
EN O E cação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
2
SKYNESHER/ISTOCKPHOTO

I – igualdade de condições para o acesso e a perma-


nência na escola;
II – direito de ser respeitado por seus educadores;
III – direito de contestar critérios avaliativos, poden-
D US

do recorrer às instâncias escolares superiores;


IV - direito de organização e participação em entida-
des estudantis;
A E

V – acesso à escola pública e gratuita próxima de sua


residência, garantindo-se vagas no mesmo estabele-
E
EM L D

Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade cimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou
ciclo de ensino da educação básica.
“Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liber-
dade, ao respeito e à dignidade como pessoas huma- Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis
nas em processo de desenvolvimento e como sujeitos ter ciência do processo pedagógico, bem como parti-
ST IA

de direitos civis, humanos e sociais garantidos na cipar da definição das propostas educacionais."
Constituição e nas leis.”
SI ER

5
SOLSTOCK/ISTOCKPHOTO
SKYNESHER/ISTOCKPHOTO

3
AT
M

Direito à profissionalização e à proteção no tra-


Direito à convivência familiar e comunitária
balho “Art. 60. É proibido qualquer trabalho a me-
“Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser nores de quatorze anos de idade, salvo na condição
criado e educado no seio de sua família e, excepcio- de aprendiz.”
nalmente, em família substituta, assegurada a con-
vivência familiar e comunitária, em ambiente que BRASIL. Constituição Federal. Brasília,1988. ______. Estatuto
garanta seu desenvolvimento integral.” da Criança e do Adolescente. Lei 8.069/1990. Disponível em:
<https://coc.pear.sn/4GKumNp>. Acesso em: ago. 2019.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 15 20/09/19 13:46


Os direitos das crianças e dos adolescentes começam a ser garantidos e
EXPLORE MAIS reconhecidos por lei com a criação do ECA. Assim como os adultos, eles
A importância do direi- são sujeitos que fazem parte da sociedade. Portanto, é importante que o
to à educação conteúdo do ECA seja conhecido pelas crianças e adolescentes, pois eles po-
Todas as crianças e ado- dem e devem contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária e para
lescentes têm direito à
educação, mas muitos de-
a concretização dos direitos – deles próprios como também de qualquer
les estão fora da escola. outro ser humano –, os quais são garantidos por leis. Dessa forma, todos
Leia mais sobre o assunto, sabem de seus direitos e deveres e podem lutar por eles.
no artigo disponível em:

C O
<coc.pear.sn/cDFgHJR>.
Estrutura e linguagem de um texto normativo

O V
De modo a organizar as informações e facilitar sua localização, o texto nor-

C SI
CAPÍTULO 5

mativo é subdivido em partes, que são chamadas de títulos, capítulos e


artigos, que variam do mais genérico ao mais específico. Observe, a seguir,

O U
Optou-se por deixar de fora da expli- um trecho retirado do ECA.

N L
cação as alíneas e os itens, por consi-
derar que haveria muitas informações
16

SI XC
para o aluno absorver neste momento.
Este é o momento oportuno para apli- TÍTULO II
car o exercício 1 da seção “Para con- Dos Direitos Fundamentais
ferir”, referente aos módulos 37 e 38.
EN O E Capítulo IV
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desen-
GRUPO volvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para
D US

TEMÁTICO o trabalho, assegurando-se-lhes:


I – igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola;
Regras para a economia e o
consumo de recursos naturais II – direito de ser respeitado por seus educadores;
A E

Os recursos naturais não são III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escola-
bens infinitos. A fim de poder
E

res superiores;
EM L D

preservá-los, é cada vez mais


comum a criação de textos IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
normativos que regulam as-
pectos relacionados ao meio V – acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência, garantindo-se va-
ambiente. No Brasil, por exem-
ST IA

gas no mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de


plo, nos últimos anos, formu-
ensino da educação básica.
laram-se leis que visavam ao
SI ER

fim da distribuição gratuita Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagó-
de sacolas plásticas em super- gico, bem como participar da definição das propostas educacionais.
mercados. A motivação dessa
proibição é tentar reduzir o
AT

excessivo consumo e, conse-


quentemente, descarte desse
material, que polui o meio am- O título “Dos Direitos Fundamentais” é mais genérico que o capítulo “Do
biente, em especial os mares. Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer”. O artigo 53 é ainda
M

mais específico, ao mencionar quem são os detentores do direito à edu-


cação e qual é a finalidade dela. O artigo pode conter parágrafos, que são
desdobramentos da norma do artigo, e incisos (geralmente representados
ROMOLOTAVANI/ISTOCKPHOTO

por números romanos), que são divisões do artigo ou do parágrafo.


Além da estrutura, é importante atentar-se à linguagem empregada nos
textos normativos. Em geral, é uma linguagem objetiva e simples, de modo
que se evitem ambiguidades, afinal esses textos perderiam o propósito se
Tartarugas marinhas ingerem
sacolas plásticas por confundi-las
sempre gerassem dúvidas sobre qual regra seguir. É comum o emprego
com águas-vivas, seu alimento,
e morrem sufocadas ou pela de verbos no presente do modo indicativo, como no exemplo anterior
obstrução do sistema digestório.
(“têm”), verbos no infinitivo ou verbos no modo imperativo.

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Módulo 39
VOCABULÁRIO
PRODUÇÃO DE TEXTO NORMATIVO
DCO: Diretoria de compe-
Nos módulos anteriores, vimos dois exemplos de textos normativos, a Consti- tições.
tuição e o ECA, que regulamentam direitos e deveres de modo amplo, porém Gol pró: quantidade de
sem detalhar muito como isso deve ser executado na prática. Neste módulo, gols que o time marcou.
§: símbolo para parágrafo.
estudaremos um exemplo de regulamento do funcionamento de atividades, Sagrar-se: conquistar tí-
o qual particulariza mais os procedimentos, enfatizando menos os princípios. tulo ou honra.

C O
Leia, a seguir, alguns trechos do regulamento do funcionamento do Cam-

LÍNGUA PORTUGUESA
peonato Brasileiro da série A.

O V
EXPLORE MAIS

C SI
Capítulo IV
Do sistema de disputa Regulamento dos Jogos

O U
Escolares da Juventude
Art. 13 – O Campeonato será disputado no sistema de pontos corridos, de forma
Um bom exemplo de re-
contínua, em turno e returno, sendo 19 (dezenove) jogos de ida e 19 (dezenove)

N L
gulamento relacionado
jogos de volta, sagrando-se campeão o clube que acumular o maior número de

17
a esportes é o dos Jogos

SI XC
pontos ganhos em toda a disputa. Escolares da Juventude,
Parágrafo único – O mando de campo de todas as partidas pertencerá ao clube maior evento estudantil
esportivo brasileiro, que
colocado à esquerda da tabela elaborada pela DCO.
EN O E pode ser encontrado no site
Art. 14 – Em caso de empate em pontos ganhos entre 2 (dois) ou mais clubes ao do evento, disponível em:
final do campeonato, o desempate, para efeito de classificação final, será efetuado <coc.pear.sn/aNkLi15>.
observando-se os critérios a seguir:
1o) maior número de vitórias;
D US

2o) maior saldo de gols;


3o) maior número de gols pró;
4o) confronto direto;
A E

5o) menor número de cartões vermelhos recebidos;


E
EM L D

6o) menor número de cartões amarelos recebidos;


7o) sorteio.
§ 1o – Para efeito do quarto critério (confronto direto), considera-se o resultado dos jogos
de ida e volta somados, ou seja, o resultado do “jogo de 180 (cento e oitenta) minutos”.
ST IA

§ 2o – Permanecendo o empate no “jogo de 180 (cento e oitenta) minutos” do con-


fronto direto, conforme mencionado, o desempate se dará pelo maior número de
SI ER

gols assinalados no campo do adversário.


§ 3o – No caso de empate entre mais de 2 (dois) clubes, não será considerado o
quarto critério.
AT

Regulamento específico da competição: Campeonato Brasileiro da série A 2019. Confederação brasileira


de futebol. Disponível em: <https://coc.pear.sn/T6bFzMo>. Acesso em: ago. 2019. Adaptado.

Após o estudo sobre textos normati-


M

vos, é importante que o aluno exerça


Observe que, nesse regulamento, há regras sobre como o campeonato a prática desse assunto, como prevê
será disputado – “sistema de pontos corridos” – e o que se deve fazer para a habilidade EF69LP23, que trata de
“contribuir com a escrita de textos
vencê-lo – acumular o maior número de pontos. Em seguida, são listados normativos, quando houver esse tipo
critérios de desempate caso dois ou mais clubes acumulem número igual de demanda na escola – regimentos
e estatutos de organizações da socie-
de pontos ao final da disputa. dade civil do âmbito da atuação das
crianças e jovens (grêmio livre, clubes
A estrutura e a linguagem desse texto são similares às dos textos norma- de leitura, associações culturais etc.) –
tivos que vimos anteriormente. Ele é organizado em partes: capítulo, artigo e de regras e regulamentos nos vários
âmbitos da escola – campeonatos,
e parágrafos. Além disso, é empregada uma linguagem simples e objetiva. festivais, regras de convivência etc.,
levando em conta o contexto de pro-
Para se definir o campeão dessa disputa, a linguagem usada em regulamen- dução e as características dos gêneros
to não pode ser complicada, para evitar dupla interpretação. em questão”.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 17 20/09/19 13:47


Módulo 40
PARA IR ALÉM
“A”: preposição, artigo
PREPOSIÇÃO
ou pronome oblíquo A preposição é uma palavra invariável que liga dois termos de uma oração.
átono
Esses termos podem ser chamados de antecedente ou de consequente, e o
Cuidado para não confundir
a preposição “a” com o arti-
consequente completa ou explica o antecedente. Observe o exemplo a se-
go “a” ou o pronome “a”! Ob- guir, que mostra a relação estabelecida por uma preposição.
serve os exemplos a seguir.
Preposição: Iremos a São

C O
Paulo.
Consumo de água
Nesse caso, ao retirarmos o

O V
“a”, a frase perde o sentido,
Consumo: antecedente

C SI
fica sem contexto. Em “Ire-
CAPÍTULO 5

mos São Paulo.”, falta um de: preposição


elemento que ligue o verbo
água: consequente

O U
“ir” a “São Paulo”.
Artigo definido: A cidade

N L
de São Paulo é caótica.
Preposições essenciais
18

SI XC
Perceba que o artigo vem
sempre antes de um subs- Observe o quadro a seguir.
tantivo e pode ser retirado
da frase sem prejuízo de
EN O E
sentido, ou seja, consegui- a ante após até
mos entender o contexto.
com contra
“Cidade de São Paulo é
caótica.” de desde
Pronome oblíquo átono:
D US

em entre
Conheci São Paulo ontem. →
Conheci-a ontem. para perante por
Os pronomes sempre re-
tomam um substantivo.
sem sob sobre
A E

No caso, ao retirarmos o trás


“a”, a frase ficará “Conheci
E
EM L D

ontem.”, assim não temos


como saber a que forma
As preposições desse quadro são chamadas de essenciais, pois são pu-
verbal “conheci” se refere. ramente preposições e, quando utilizadas em uma oração, exercem o sen-
Na linguagem coloquial, o tido de sua própria natureza: preposicional.
ST IA

pronome “a” pode ser subs-


tituído por “ela”: Conheci Contudo, além de essenciais, as preposições também podem ser aciden-
“ela” ontem. tais, como veremos a seguir.
SI ER

Para o estudo de regência verbal, que


será o próximo tópico, é importante Preposições acidentais
AT

conhecer, primeiro, as preposições,


que serão trabalhadas neste módu- Como afirmado anteriormente, as preposições essenciais atuam exclusiva-
lo. A habilidade a ser desenvolvida
é a COEF08LP01 – “Identificar a pre-
mente como preposições. Por outro lado, existem as acidentais, que provêm
de outras classes de palavras, mas podem “transformar-se” em preposição
M

posição como palavra invariável que


conecta palavras e termos de uma ora-
ção, além de exprimir determinadas ao conectar alguns termos de uma oração.
circunstâncias em alguns contextos.”
São exemplos de preposições acidentais: durante, exceto, mediante, con-
forme, consoante, fora, afora, segundo, senão etc.
Observe os dois exemplos a seguir.
I. Ele era inquieto, queria viajar o mundo afora.
II. Afora pequenos erros, ela foi muito bem na prova.
No primeiro exemplo, a palavra afora é um advérbio, com o sentido de
“continuidade, ao longo de”. No segundo exemplo, afora é uma preposição,
que significa “exceto”.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 18 20/09/19 13:47


Locução prepositiva EXPLORE MAIS
Além das preposições essenciais e acidentais, existem as locuções, que são
Combinação e contra-
os casos formados pela união de um advérbio e uma preposição, mantendo ção da preposição
o valor de preposição na oração. Leia mais sobre preposição
Como exemplos, podemos citar as seguintes locuções prepositivas: ape- em: <coc.pear.sn/6WwHgcW>.

sar de, acima de, abaixo de, a fim de, além de, por conta de, em frente a,
junto a, perto de etc.

C O
Combinação e contração

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
A combinação ocorre quando a preposição acompanha outra palavra, e ne-

C SI
Este é o momento oportuno para apli-
nhum fonema é perdido. Por exemplo: a + o = ao; a + onde = aonde. car o exercício 2 da seção “Para confe-
rir”, referente ao módulo 40.
Já na contração, as palavras unem-se e ocorre a perda de um fone-

O U
ma. Por exemplo: de + a = da; de + o = do; em + o = no; por + a = pela;

N L
em + este = neste.

19
SI XC
Carga semântica
A semântica diz respeito ao significado de um termo em um enunciado.
EN O E
Uma palavra, quando analisada sozinha, pode ter diversos sentidos, mas,
quando inserida em uma frase, cria-se um contexto e determina-se qual é
o significado aplicado nesse contexto.
D US

As preposições assumem diversos valores semânticos, que serão listados


a seguir, acompanhados por exemplos.
a. Posse. Estes artigos são da Constituição Federal.
A E

b. Causa. Há pessoas morrendo de fome.


E
EM L D

c. Matéria. Os objetos feitos com porcelana devem ser levados a um mu-


seu nacional.
ST IA

d. Assunto. Os jornais noticiaram sobre a necessidade de ações comuni-


tárias em Brumadinho.
SI ER

e. Companhia. Irei com meus amigos à ação social do bairro.


f. Finalidade. Faremos a pesquisa para sabermos dos maiores proble-
AT

mas regionais.
g. Instrumento. O garoto feriu-se com os espinhos da planta.
M

h. Lugar. Os projetos desse tipo de lei devem ser analisados em Brasília.


i. Origem. Os alunos vinham de Sergipe.
j. Tempo. A ação social foi de três horas.
k. Meio. A comunicação feita pela internet é muito dinâmica.
l. Conformidade. Realizei a pesquisa conforme os levantamentos pré-
vios a respeito dos problemas da escola.
m. Modo. Recebemos a ajuda com imensa gratidão.
n. Oposição. Somos contra o desrespeito aos direitos humanos.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 19 20/09/19 13:47


O conhecimento prévio de preposi- Módulos 41 e 42
ções foi importante para preparar
os alunos para o estudo de regência
verbal, visto que este tópico trata de REGÊNCIA VERBAL
alguns verbos que são regidos por
preposições. A habilidade da BNCC No módulo anterior, vimos que a preposição é o termo que relaciona as
a ser desenvolvida é a EF08LP07 –
“Diferenciar, em textos lidos ou de
palavras de uma oração. Neste conjunto de módulos, estudaremos um as-
produção própria, complementos di- sunto que também aborda a relação entre as palavras – a regência verbal –,
retos e indiretos de verbos transitivos,
apropriando-se da regência de verbos
que trata da relação existente entre o verbo e seus complementos. Observe
de uso frequente”. o exemplo a seguir.

C O
Os cidadãos obedecem ao regulamento.

O V
C SI
CAPÍTULO 5

Verbo transitivo indireto Objeto indireto

O U
O verbo é sempre o termo regente, aquele que exige um complemento,

N L
enquanto o complemento verbal é o termo regido, aquele que é subordi-
20

SI XC
nado ao verbo. Assim, nesse exemplo, “obedecem” é o termo regente, que
precisa de um objeto indireto – “ao regulamento” –, que é o termo regido.
EN O E Se o verbo não exigir um complemento, não haverá termo regente e regi-
do. E esse verbo é o intransitivo.
No entanto, existem verbos que admitem mais de uma regência, isto é,
podem ter mais de um termo regido. É o caso, por exemplo, do verbo “aspi-
D US

rar”. Veja os seguintes exemplos.


I. Aspiro ar fresco.

MOUSTACHEGIRL/ISTOCKPHOTOS
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER
AT

II. Aspiro a uma sociedade que cuide do meio ambiente.


M

SOUTH_AGENCY/ISTOCKPHOTOS

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No primeiro exemplo, o verbo “aspirar” é transitivo direito, com sentido de
“respirar”, porque o sentido dele é completado sem o uso de preposição. No
segundo exemplo, há mudança, tanto de transitividade quanto de sentido:
“aspirar” é verbo transitivo indireto e significa “desejar”, e a preposição “a”
marca a ligação do verbo com seu complemento.
Os verbos podem ser intransitivos ou transitivos. Como já vimos, quando
eles não necessitam de complemento para exprimir uma ideia completa,
são chamados de verbos intransitivos. Veja esses exemplos.

C O

LÍNGUA PORTUGUESA
Maria e João viajaram.

O V
Ontem, corri.

C SI
O U
Os verbos transitivos diretos apresentam um objeto direto como termo
regido, não necessitando de preposição para estabelecer a regência verbal.

N L

21
O objeto direto responde, principalmente, às perguntas “o quê?” e “quem?”.

SI XC
Observe alguns exemplos.

Ana comprou uma bolsa. → Ana comprou o quê? Uma bolsa.


EN O E
Eu fiz o dever de casa. → Fiz o quê? O dever de casa.
José visitou Carlos. → José visitou quem? Carlos.
D US

Por outro lado, os verbos transitivos indiretos exigem o uso de uma


preposição para estabelecer a regência verbal, necessitando de um obje-
A E

to indireto. Este responde, principalmente, às perguntas “de quê?”, “para


quê?”, “de quem?”, “para quem?”, “em quem?”, “com quem?”. Exemplos:
E
EM L D

Preciso de ajuda. → Preciso de quê? De ajuda.


Concordo com Maria. → Concordo com quem? Com Maria.
ST IA

Não me lembro disso. → Não me lembro de quê? Disso (de + isso).


SI ER

Perceba que as perguntas feitas ao verbo carregam a preposição consigo.


AT

Por fim, existem os casos em que o verbo pode ser transitivo direto e in-
direto – quando a ação contida no verbo necessita de dois complementos,
M

um sem preposição e outro com preposição.

Seguem exemplos.

Júlia contou a fofoca ao Guilherme. → Contou o quê? A fofoca. Contou a


quem? Ao Guilherme.

Emprestei o livro a Sueli. → Emprestei o quê? O livro. Emprestei a quem?


A Sueli.

Ensinamos técnicas agrícolas para os trabalhadores. → Ensinamos o quê?


Técnicas agrícolas. Ensinamos para quem? Para os trabalhadores.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 21 20/09/19 13:47


As regências dos verbos apresentados até agora costumam causar pou-
EXPLORE MAIS cas dúvidas, pois nossa intuição de falantes impede que nos equivoque-
Regência verbal mos quanto à preposição a ser empregada. Entretanto, nem sempre é
Veja outros casos de assim. Há verbos cuja regência costuma ser bastante difícil. A eles, de-
regência verbal no artigo vemos dar especial atenção durante os estudos. Observe alguns exem-
disponível em:
<coc.pear.sn/8t8Le42>. plos a seguir.

1. Assistir

C O
a. Quando tem o significado de “presenciar”, o verbo assistir é transiti-

O V
vo indireto, regendo a preposição “a”. Exemplo: Todos assistiram ao docu-

C SI
CAPÍTULO 5

mentário sobre o desmatamento da Amazônia.


b. Quando tem o significado de “caber, competir, ser de direito”, também é

O U
transitivo indireto, novamente regendo a preposição “a”. Exemplo: Ao ler

N L
a Constituição, descobri os benefícios que assistem a mim.
22

SI XC
c. Quando tem o significado de “ajudar”, “prestar socorro”, o verbo é
transitivo direto; portanto, não rege preposição. Exemplo: O médico
EN O E assistia o paciente.

2. Preferir
D US

Diferentemente do que ocorre na língua falada cotidiana, o verbo prefe-


rir é transitivo direto e indireto. Neste caso, o objeto indireto é regido
pela preposição “a”. Exemplos:
A E

Nós preferimos agir a esperar as mudanças ocorrerem.


E
EM L D

Eu prefiro saber meus direitos a ser enganado por alguém.

3. Lembrar e esquecer
ST IA

a. Quando o verbo se apresenta em sua forma pronominal (lembrar-se,


SI ER

esquecer-se), é indispensável o uso de preposição – a preposição “de” – no


complemento, caracterizando a transitividade indireta. Exemplos:
AT

Eu me lembrei de separar os lixos recicláveis.


Eu me esqueci de separar os lixos recicláveis.
M

b. Quando esses verbos se apresentam na forma não pronominal, eles


são transitivos diretos, inexistindo preposição. Exemplos:
Ela lembrou daquele caso.
Eu esqueci o fogão ligado.
Este é o momento oportuno para apli-
car o exercício 3 da seção “Para con-
O verbo “lembrar” quando tem o sentido de “parecer” ou “trazer à me-
ferir”, referente aos módulos 41 e 42. mória”, por exemplo, é transitivo direto. Exemplos: Juliana lembra a irmã.
(Juliana parece a irmã.)
Tudo lembra você. (Tudo me traz você à memória.)

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Iniciamos estes módulos destacando a importância de se estudar os gêneros textuais, pelo fato de serem uma forma de
expressão da linguagem e de comunicação com a sociedade. Quando o que se quer expressar é um descontentamento, um
pedido, uma denúncia, uma exigência, é possível se valer do texto reivindicativo, cujas funções são justamente essas, pois
elas são necessárias ao exercício da cidadania e da vida coletiva. Seguindo a orientação das
Módulos 43, 44 e 45
VOCABULÁRIO
TEXTO REIVINDICATIVO habilidades (EF89LP19) e (EF89LP23), este conjunto de módulos
abordará esse tipo de texto.
Advento: aparecimento,
Como seres racionais, estamos o tempo todo adquirindo conhecimentos, chegada, surgimento.
analisando informações, estruturando pensamentos e, consequentemente, Peticionário: que faz peti-
emitindo opiniões. Com base nesse processo de comunicação com os de- ção ou requerimento.

mais, valemo-nos do uso de argumentos e contra-argumentos para difun-


dir aquilo que constituímos em nosso pensamento.

C O
Esse tipo de prática ocorre no cotidiano, tanto oralmente, em uma simples EXPLORE MAIS

LÍNGUA PORTUGUESA
conversa, debate ou discussão mais acirrada, quanto por meio de texto es-

O V
Petição on-line
crito, como cartas abertas, abaixo-assinados e petições on-line: são os cha- Para conhecer como fun-

C SI
mados textos reivindicativos, muito utilizados em contextos de defesa ou ciona uma petição
on-line, acesse:
de debates sobre direitos dos cidadãos. Esses textos, como o próprio nome <coc.pear.sn/fvNbZoM>.

O U
diz, seguem o significado da palavra reivindicar, que quer dizer “requerer”,

N L
“solicitar”, “reclamar”. Vamos conhecer tipos e características desses textos.

23
SI XC
Carta aberta é um veículo de comunicação coletiva, escrita por uma ou
mais pessoas e destinada a outro grupo, por exemplo, sindicatos, entidades
de representação ou comunidade. Sua principal característica é informar
EN O E
ou reivindicar algo ou, ainda, argumentar sobre determinado assunto.
Veja, a seguir, a estrutura que esse tipo de texto costuma apresentar.
PARA IR ALÉM
Petições e abaixo-assinado
D US

No linguajar popular, petição


1) Título: indica a quem será destinada a carta e o assunto. se tornou sinônimo de abai-
2) Introdução: descrição da situação ou problema, com a apresentação de in- xo-assinado, ou seja, é uma
formações relevantes. maneira de reivindicar algo a
3) Desenvolvimento: exposição dos argumentos e pontos de vista referentes uma entidade de representa-
A E

ao assunto. ção ou pessoa, por exemplo.


No entanto, em termos jurí-
E
EM L D

4) Conclusão: encerramento do discurso e sugestão ou solicitação de uma solu- dicos, uma petição é defini-
ção para o problema apresentado. da basicamente como um
instrumento utilizado para
conseguir uma decisão favo-
No abaixo-assinado, um grupo de pessoas mobiliza-se por uma reivin-
ST IA

rável de um juiz. Uma petição


dicação destinada a alguém com poder de decisão. Essa pessoa com poder pública é uma solicitação de
caráter coletivo, enquanto
SI ER

de decisão pode ser, por exemplo, síndico de condomínio, diretor de escola,


a individual serve como um
autoridade política etc. título de causa jurídica.
Embora seja endereçado a um destinatário específico, por se tratar de A petição on-line é um texto
AT

com proposta argumentati-


uma comunicação coletiva, a estrutura do abaixo-assinado assemelha-se à va que pode conter elemen-
da carta aberta. Observe. tos que configuram uma
identidade própria no am-
M

biente virtual, como links,


1) Vocativo: apresentação do destinatário, com o devido pronome de tratamen- guias de compartilhamento
to, relacionando-o ao cargo/função desempenhado. por meio de redes sociais,
2) Corpo do texto: exposição da situação, com o apoio de argumentos e das hashtags, espaço para co-
solicitações que os justifiquem. mentários etc. De modo
3) Local, data e assinaturas dos solicitantes: neste momento, podem-se, geral, solicita a defesa de di-
reitos a um setor hierarqui-
também, anexar dados pessoais às assinaturas, como o número do documento de
camente superior e também
identidade, por exemplo.
convoca os demais cidadãos
para apoiar uma causa.
No advento da era digital, os abaixo-assinados podem ser organizados
em plataformas on-line, abrangendo um número ainda maior de peticio-
nários. A esse veículo, dá-se o nome de petição on-line.
Este é o momento oportuno para aplicar o exercício 4 da seção “Para conferir”, referente
aos módulos 43, 44 e 45.

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Módulos 46 e 47
EXPLORE MAIS
Gentileza gera gentileza
PARTICIPAÇÃO ATIVA
Veja como pequenas ações Conforme temos visto ao longo deste grupo, a participação ativa e positiva de
positivas influenciam e cada cidadão na vida pública é de extrema importância. Ao sistema em que há
colaboram para a constru-
ção de um ambiente mais
liberdade para os cidadãos participarem ativamente da vida pública, dá-se o
saudável e gentil. Para nome de democracia, e o país que aplica a democracia em seu sistema político
saber mais, basta aces- é chamado de estado democrático de direito.
sar o link disponível em:

C O
<coc.pear.sn/orG6RDQ>. Oriundo do latim democratia, o primeiro registro que se tem da palavra
democracia no idioma português é do ano de 1671. No francês, démocratie,

O V
existe desde o século XIV. Todos esses vocábulos advêm da mesma raiz: o

C SI
termo grego demokratía, que une demos (“povo”) e kratía (“força, poder”).
CAPÍTULO 5

Portanto, ao fazermos parte de um estado democrático de direito, em que

O U
todo o poder deve emanar do povo, temos o direito – e o dever – de sermos
A vida coletiva acontece por meio

N L
de trocas: conversas, economias, cidadãos ativos, pensando e agindo de acordo com valores coletivos.
24

SI XC
trabalhos. Voluntariamente ou não,
ao vivermos em sociedade, já somos Já vimos que os textos normativos garantem direitos e obrigações para
ativos. Contudo, a “participação ativa” os cidadãos – este é o ponto teórico; o aspecto prático, por sua vez, é execu-
que norteia este conjunto de módulos
trata das iniciativas que o indivíduo
EN O E tado por meio da cidadania.
pode tomar para promover melhorias
à sociedade.

FRANCKREPORTER/ISTOCKPHOTO
É importante mencionar que essa
ação pode ocorrer de maneira macro,
alcançando grande número de pes-
D US

soas e/ou território, mas também de


maneira micro, no núcleo da família,
dos amigos, do bairro, da escola, do
trabalho. É importante que os alunos
tenham consciência de que pequenas
A E

ações também são muito importan-


tes para o desenvolvimento humano
E
EM L D

e social. Por esses motivos, nestes


módulos, trataremos de cidadania e
democracia.
ST IA
SI ER
AT
M

Devemos, então, fazer valer a voz que nos é conferida pela democracia e
atuar constantemente por nossos ideais e necessidades. E, ao dizer “nos-
sos”, precisamos nos lembrar de que vivemos em sociedade e temos de con-
siderar as demandas desse todo que representa a sociedade. Há de se atuar
por nós mesmos e por nossos semelhantes, ainda que tenhamos necessida-
des diferentes – isso é coexistir.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 24 20/09/19 13:47


A fim de exemplificar a importância da cidadania e as diferenças que per-
meiam cada indivíduo, leia, a seguir, uma crônica de Moacyr Scliar. PARA IR ALÉM
História da cidadania
No livro História da cidada-
O nascimento de um cidadão nia, organizado pelos his-
Para renascer, e às vezes para nascer, é preciso morrer, e ele co- toriadores Jaime Pinsky e
meçou morrendo. Foi uma morte até certo ponto anunciada, pre- Carla Bassanezi Pinsky, há
a seguinte definição quan-
cedida de uma lenta e ignominiosa agonia. Que teve início numa
to ao ato de exercer a cida-
sexta-feira. O patrão chamou-o e disse, num tom quase casual, dania: “Ser cidadão é ter

C O
que ele estava despedido: contenção de custos, você sabe como direito à vida, à liberdade,

LÍNGUA PORTUGUESA
é, a situação não está boa, tenho de dispensar gente. à propriedade, à igualdade

O V

PINSKY, JAIME. II. PINSKY, CARLA BASSANEZI. HISTÓRIA DA CIDADANIA. SÃO PAULO: EDITORA CONTEXTO, 2003. 6A EDIÇÃO.
Por mais que esperasse esse anúncio, que na verdade até tar- perante a lei: é, em resumo,
ter direitos civis. É também

C SI
dara um pouco, muitos outros já haviam sido postos na rua – foi participar no destino da
um choque. Afinal, fazia cinco anos que trabalhava na empresa. sociedade, votar, ser vo-

O U
Um cargo modesto, de empacotador, mas ele nunca pretendera tado, ter direitos políticos.
mais: afinal, mal sabia ler e escrever. O salário não era grande Os direitos civis e políticos

N L
não asseguram a democra-
coisa, mas permitia-lhe, com muito esforço, sustentar a família,

25
cia sem os direitos sociais,

SI XC
esposa e dois filhos pequenos. Mas já não tinha salário, não tinha aqueles que garantem a
emprego – não tinha nada. participação do indivíduo
Passou no departamento pessoal, assinou os papéis que lhe na riqueza coletiva: o direi-
EN O E to à educação, ao trabalho,
apresentaram, recebeu seu derradeiro pagamento e, de repente,
ao salário justo, à saúde,
estava na rua. Uma rua movimentada, cheia de gente apressada. a uma velhice tranquila.
Gente que vinha de lugares e que ia para outros lugares. Gente que Exercer a cidadania plena
sabia o que fazer. é ter direitos civis, políticos
D US

e sociais”.
Ele, não. Ele não sabia o que fazer. Habitualmente iria para casa,
contente com a perspectiva do fim de semana, o passeio no par-
que com os filhos, a conversa com os amigos. Agora, a situação
era outra. Como poderia chegar em casa e contar à mulher que
A E

estava desempregado? [...]


E
EM L D

A reação da mulher foi ainda pior do que ele esperava. Trans-


tornada; torcia as mãos e gritava angustiada, o que é que vamos
fazer, o que é que vamos fazer. Ele tentou encorajá-la, disse que
de imediato procuraria emprego. De imediato significava, natu-
ST IA

ralmente, segunda-feira; mas antes disto havia o sábado e o do-


mingo, muitas horas penosas que ele teria de suportar. [...]
SI ER

Quando, na segunda-feira, saiu de casa para procurar trabalho,


sentia-se de antemão derrotado. Foi a outras empresas, procurou
conhecidos, esteve no sindicato; como antecipara, as repostas VOCABULÁRIO
AT

eram negativas. Terça foi a mesma coisa, quarta também, e quin-


ta, e sexta. O dinheiro esgotava-se rapidamente, tanto mais que Coexistir: existir junta-
o filho menor, de um ano e meio, estava doente e precisava ser mente ou simultanea-
M

medicado. E assim chegou o fim de semana. Na sexta à noite ele mente.


Ignominioso: vergonhoso,
tomou uma decisão: não voltaria para casa.
indigno; desonroso.
[...] Nas ruas havia muitos como ele, gente que não tinha onde Marquise: cobertura na
morar, ou que não queria um lugar para morar. Havia um grupo fachada dos edifícios para
deitado sob uma marquise, homens, mulheres e crianças. Per- proteger da chuva e do sol.
guntou se podia ficar com eles. Ninguém lhe respondeu e ele to-
mou o silêncio como concordância. Passou a noite ali, dormindo
sobre jornais. Um sono inquieto, cheio de pesadelos. [...]
[...] num certo sentido, era um morto-vivo. Não tinha passado e
também não tinha futuro. [...]

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VOCABULÁRIO Quanto ao passado, começava a sumir na espessa névoa de um
olvido que o surpreendia – como esqueço rápido as coisas, meu
Absolvição: perdão de er- Deus – mas que não recusava; ao contrário, recebia-o como uma
ros, culpas, faltas. bênção. Como uma absolvição. A primeira coisa que esqueceu foi
Olvido: estado de ador- o rosto do filho maior, garoto chato, sempre a reclamar, sempre a
mecimento, de descanso,
pedir coisas. Depois, foi o filho mais novo, que também chorava
de quietude.
muito, mas não pedia nada – ainda não falava. Por último, foi-se
a face devastada da mulher, aquela face que um dia ele achara
bela, que lhe aquecera o coração. Junto com os rostos, foram os

C O
nomes. Não lembrava mais como se chamavam.

O V
E aí começou a esquecer coisas a respeito de si próprio. A em-
presa em que trabalhara. O endereço da casa onde morara. A sua

C SI
CAPÍTULO 5

idade – para que precisava saber a idade? Por fim, esqueceu o


próprio nome.

O U
Aquilo foi mais difícil. É verdade que, havia muito tempo, nin-

N L
guém lhe chamava pelo nome. Vagando de um lado para outro,
26

de bairro em bairro, de cidade em cidade, todos lhe eram desco-

SI XC
nhecidos e ninguém exigia apresentação. Mesmo assim foi com
certa inquietação que pela primeira vez se perguntou: como é
EN O E mesmo o meu nome? Tentou, por algum tempo, se lembrar. Era
um nome comum, sem nenhuma peculiaridade, algo como José
da Silva (mas não era José da Silva); mas isto, ao invés de facilitar,
só lhe dificultava a tarefa. Em algum momento tivera uma car-
teira de identidade que sempre carregara consigo; mas perdera
D US

esse documento. Não se preocupava – não lhe fazia falta. Agora


esquecia o nome… Ficou aborrecido, mas não por muito tem-
po. É alguma doença, concluiu, e esta explicação o absolvia: um
A E

doente não é obrigado a lembrar nada.


De qualquer modo, aquilo mexeu com ele. Pela primeira vez
E
EM L D

em muito tempo – quanto tempo? meses, anos? – Decidiu fazer


alguma coisa. Resolveu tomar um banho. O que não era habi-
tual em sua vida, pelo contrário: já não sabia mais há quanto
ST IA

tempo não se lavava. A sujeira formava nele uma crosta – que


de certo modo o protegia. Agora, porém, trataria de lavar-se, de
aparecer como fora no passado.
SI ER

Conhecia um lugar, um abrigo mantido por uma ordem religio-


sa. Foi recebido por um silencioso padre, que lhe deu uma toalha,
um pedaço de sabão e o conduziu até o chuveiro. Ali ficou, muito
AT

tempo, olhando a água que corria para o ralo – escura no início,


depois mais clara. Fez a barba também. E um empregado lhe cor-
M

tou o cabelo, que lhe chegara aos ombros. Enrolado na toalha, foi
buscar as roupas. Surpresa:
— Joguei fora – disse o padre. — Fediam demais.
Antes que ele pudesse protestar, o padre entregou-lhe um pacote:
— Tome. É uma roupa decente.
Ele entrou no vestiário. O pacote continha cuecas, camisa, uma
calça, meias, sapatos. Tudo usado, mas em bom estado. Limpo.
Ele vestiu-se, olhou no espelho. E ficou encantado: não reconhe-
cia o homem que via ali. Ao sair, o padre, de trás de um balcão,
interpelou-o:

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— Como é mesmo o seu nome?
Ele não teve coragem de confessar que esquecera como se
chamava.
— José da Silva.
O padre lançou-lhe um olhar penetrante – provavelmente to-
dos ali eram José da Silva – mas não disse nada. Limitou-se a
fazer uma notação num grande caderno.
Ele saiu. E sentia-se outro. Sentia-se como que – embriagado?

C O
– sim, como que embriagado. Mas embriagado pelo céu, pela luz

LÍNGUA PORTUGUESA
do sol, pelas árvores, pela multidão que enchia as ruas. Tão ar-

O V
rebatado estava que, ao atravessar a avenida, não viu o ônibus.

C SI
O choque, tremendo, jogou-o a distância. Ali ficou, imóvel, caído
sobre o asfalto, as pessoas rodeando-o. Curiosamente, não ti-

O U
nha dor; ao contrário, sentia-se leve, quase que como flutuando.
Deve ser o banho, pensou.

N L
Alguém se inclinou sobre ele, um policial. Que lhe perguntou:

27
SI XC
— Como é que está, cidadão? Dá para aguentar, cidadão?
Isso ele não sabia. Nem tinha importância. Agora sabia quem
era. Era um cidadão. Não tinha nome, mas tinha um título: cida-
EN O E
dão. Ser cidadão era, para ele, o começo de tudo. Ou o fim de tudo.
Seus olhos se fecharam. Mas seu rosto se abriu num sorriso.
O último sorriso do desconhecido, o primeiro sorriso do cidadão.
D US

SCLIAR, Moacyr. O nascimento de um cidadão. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla


Bassanezi (org.). História da cidadania. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2003. p. 585-588.
A E

Essa crônica de Moacyr Scliar revela, de maneira impiedosa, quanto o de-


sempenho da cidadania pode significar na vida de um indivíduo. Quando
E
EM L D

uma pessoa não se sente pertencente à coletividade, é como se ela fosse


anulada diante do mundo. Por isso, participar ativamente da sociedade fa-
vorece não apenas os outros, que a integram, mas também a construção da
ST IA

identidade do próprio participante – o cidadão.


SI ER

PIXELFIT/ISTOCKPHOTO
AT
M

Este é o momento oportuno para apli-


car o exercício 5 da seção “Para confe-
rir”, referente aos módulos 43, 44 e 45.

Ser cidadão é ter consciência de que é um sujeito de direitos.

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CAPÍTULO 5
NORMAS E REIVINDICAÇÕES
Módulos 37 e 38 | Texto normativo

Exercícios de aplicação
1. Na sua opinião, o que significa atribuir às crianças e aos adolescentes a característica de sujeitos de
direitos?
Resposta pessoal. Sugestão: tratar crianças e adolescentes como sujeitos de direitos significa reconhecer que, embora

menores de idade e dependentes de certos cuidados, são cidadãos e pessoas com personalidade própria – mesmo que

C O
ainda em formação –, com necessidades próprias e, portanto, devem ter direitos assegurados para garantir seu adequado

O V
desenvolvimento humano. Com os direitos, o ECA confere-lhes, também, responsabilidades.

C SI
CAPÍTULO 5

O U
2. Leia o texto a seguir, publicado no site da ONU, que se relaciona com o tema estudado neste módulo.

N L
28

SI XC
Unesco: 1 em cada 5 crianças e adolescen- “Esses novos dados mostram o tamanho da lacuna
tes está fora da escola que precisa ser preenchida para garantir o acesso
Cerca de 263 milhões de crianças e adolescentes
EN O E universal à educação”, alerta a diretora-geral da
estão fora da escola, segundo levantamento di- Unesco, Audrey Azoulay. “Precisamos de abordagens
vulgado nesta semana [2/3/2018] pela Unesco. mais abrangentes e focadas, somadas a mais recur-
Isso significa que uma em cada cinco pessoas com sos para alcançar crianças e jovens que têm o direito
até 17 anos não frequenta uma instituição de en- à educação negado, com ênfase social nas meninas
D US

sino. Dados também apontam disparidades entre e em melhorar a qualidade da educação para todos.”
os jovens de nações ricas e pobres – em países de A dirigente acrescentou que tais mudanças são
baixa renda, a taxa de evasão de estudantes de 15 urgentes para avançar no cumprimento do Obje-
a 17 anos é de 59%, enquanto, nos países ricos, é tivo de Desenvolvimento Sustentável de no 4, que
A E

de apenas 6%. prevê a garantia do acesso de todos à educação


E
EM L D

Com base em informações reunidas por seu Insti- primária e secundária de qualidade.
tuto de Estatística (UIS), a agência da ONU denun- Diferenças regionais, econômicas
cia uma estagnação nos progressos para recuperar e de gênero
ST IA

meninos e meninas excluídos da educação formal.


O estudo do UIS confirma que, em toda a África
Desde 2012, o número de crianças e adolescentes Subsaariana, um em cada três crianças e adoles-
SI ER

fora da escola caiu pouco mais de 1 milhão. centes está fora da escola. As meninas estão mais
No nível primário, a taxa de evasão escolar qua- propensas a serem excluídas dos sistemas de en-
se não sofreu modificações durante toda a década sino do que os meninos. Para cada 100 meninos
AT

passada, com 9%, ou 63 milhões de crianças de seis de 6 a 11 anos fora da escola, há 123 garotas sem
a 11 anos fora da escola. direito à educação.
O problema piora conforme avança a idade – Na América Latina e no Caribe, 9,9% das crian-
M

61 milhões de adolescentes de 12 a 14 anos e 139 ças e adolescentes não frequentam centros de


milhões de jovens de 15 a 17 anos não estão matri- ensino. O índice é menor que a média global de
culados em nenhum colégio. Isso significa que um evasão, estimada em 17,8%, quase um quinto
em cada três adolescentes não estuda. de todos os jovens até 17 anos de idade. Mas a
Os jovens de 15 a 17 anos têm uma probabilida- taxa latino-americana e caribenha está bem mais
de quatro vezes maior do que crianças do primário alta do que o valor calculado na Europa (4,3%) e
de estarem fora da escola. Em comparação com a é maior que os índices na Ásia Central (7,6%) e no
faixa etária dos 12 aos 14, os adolescentes mais ve- Leste e Sudeste Asiáticos (9%).
lhos têm o dobro de chance de não frequentar uma Unesco: 1 em cada 5 crianças e adolescentes está fora da
instituição de ensino. escola. Nações Unidas Brasil. Disponível em: <https://coc.pear.
sn/1BB45jY>. Acesso em: ago. 2019. Adaptado.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 28 20/09/19 13:47


Com base nas informações apresentadas no texto, entende-se que 2. Em a, os progressos es-
tagnaram-se; em b, uma em
a. apesar de ainda ser alto o número de crianças fora da escola, os progressos para recuperar jovens cada cinco pessoas com até
excluídos da educação formal vêm crescendo. 17 anos; em d, o índice da
América Latina e do Caribe é
b. uma em cada cinco pessoas com até 18 anos não frequenta uma instituição de ensino.
maior (9,9% versus 9%); em
c. na África Subsaariana, as meninas estão mais propensas que os meninos a não frequentar a e, a probabilidade é duas
escola. vezes maior.

d. o índice de evasão da América Latina e do Caribe é menor que o do Sudeste Asiático.


e. os jovens de 15 a 17 anos têm uma probabilidade quatro vezes maior do que os de 12 a 14 de
estarem fora da escola.

C O
3. A tirinha apresenta uma situação de descumprimento de um dos direitos fundamentais determina-

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
dos pelo ECA. Identifique-o e explique-o.

C SI

NARINHOWWW.PLENARINHO.LEG.BR – CÂMARA DOS DEPUTADOS.


ECA EM TIRINHAS PARA CRIANÇAS. LEIF BESSA E PLÍNIO QUARTIM/ PLE-
O U
N L

29
SI XC
EN O E
D US

O bullying praticado contra o jovem viola o direito ao respeito e à convivência comunitária, porque faz ele passar por

situação vexatória que prejudica o convívio com os demais. Constrangido, o garoto procurou a diretoria, que fomentou a

discussão do assunto dentro da escola – como deve ser feito – para que haja conscientização de alunos e professores e,
A E

consequentemente, o cumprimento dos direitos e deveres dispostos constitucionalmente e, também, pelo Estatuto da Com base neste texto, dis-
E
EM L D

cutir como regras (ou a fal-


Criança e do Adolescente. ta delas) podem afetar até
mesmo as pequenas coisas
do dia a dia, como poder
andar de modo seguro nas
ST IA

Leia o texto a seguir e responda aos exercícios 4, 5 e 6. calçadas.


SI ER

Na falta de regra, patinetes e pedes- Trouxe, também, uma coleção de reclama-


tres disputam calçadas em SP ções de pedestres a respeito do uso do espaço
Gestante, a administradora Sabrina Baller, que compartilham com os equipamentos – as
AT

35, sempre que chegava na rua do trabalho, calçadas.


tinha que sair da calçada e caminhar no as- "Eu já vi uma mulher de muletas tendo de
falto para desviar de uma fileira de patinetes desviar de patinetes", reclama Sabrina.
M

que tomava quase toda a calçada no seu ca- O impasse se dá basicamente pela ausência
minho, numa travessa da avenida Eng. Luís de uma regulação específica para o uso de pa-
Carlos Berrini. tinetes nas ruas do país.
Já o ciclista Rodrigo Godarti, 32, diz cruzar Hoje, existe apenas uma resolução federal
constantemente com patinetes em alta velo- do Contran (Conselho Nacional de Trânsito)
cidade na avenida Paulista. de 2013. Ela estabelece regras gerais aos veí-
O súbito aumento de patinetes em São Pau- culos ciclomotores, nos quais se enquadram
lo desde o ano passado trouxe uma nova for- as patinetes elétricas.
ma de se locomover pela cidade, focada espe- Segundo a resolução, a circulação de patine-
cialmente em pequenas distâncias. tes é permitida apenas em áreas destinadas

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CAPÍTULO 5
para pedestres (com limite de velocidade de 6 km/h) e Sobre as patinetes estacionadas nas calçadas, a Grow
ciclovias e ciclofaixas (velocidade máxima de 20 km/h). diz querer instalar áreas apropriadas. Porém, segundo a
A resolução não fala sobre o estacionamento dos equi- empresa, a prefeitura não concede autorização enquan-
pamentos, provavelmente porque então não se previa o to não termina a sua regulamentação.
atual modelo de compartilhamento de patinetes, explo- "Nós tínhamos colocado espaços para as patinetes nas
rado no Brasil por empresas como Yellow e Grin – fundi- ciclovias. Mas a secretaria me mandou tirar, pois não ha-
das desde janeiro sob a marca Grow. via regulação para isso. Eu fiz para organizar, mas sem
Para especialistas, sozinha, a regulação federal já não regulação, não posso. Então, vamos regular", defende

C O
dá conta do novo fenômeno das patinetes. Marcelo Loureiro, chefe da Grow no país.
[…] Sobre os que andam de patinete sobre a calçada, Lou-

O V
Fortaleza, por exemplo, já tem suas normas. A ideia reiro afirma que essa condição não é a ideal.

C SI
é exigir que as empresas construam um espaço para o "A empresa é contra o uso da patinete na calçada. Mas
CAPÍTULO 5

estacionamento de patinetes a cada dez equipamentos a regulação atual diz que ele pode. E o usuário acaba
que estejam disponíveis para aluguel. usando por falta de opção de infraestrutura, que sempre

O U
Esse espaço deverá ser o prolongamento de uma calça- foi pensada no carro", diz.

N L
da sobre uma vaga de carro no asfalto. Com isso, a pre- […]
30

SI XC
feitura espera diminuir o impacto de concentração de Líder de planejamento de segurança viária de Lisboa,
patinetes estacionadas nas calçadas, fenômeno comum Pedro Homem de Gouveia diz que os mesmos debates
a várias cidades onde existe o modelo. enfrentados em São Paulo ocorrem também em Portugal.
EN O E
Outra regra de Fortaleza é que a empresa dona da patine-
te tem que retirar em até três horas um equipamento que
Segundo ele, a discussão pode ser uma chance para
repensar a cidade e o espaço privilegiado do carro. Se, o
esteja em local inadequado, após uma denúncia. No caso conflito entre pedestres e patinetes na calçada é discu-
de Sabrina, na avenida Berrini em São Paulo, foi preciso tível, não é, contudo, o cerne da questão.
D US

recorrer ao serviço ReclameAqui para resolver o problema. […]


Enquanto regras do tipo não chegam em São Paulo, a pró- LOBEL, Fabrício. Na falta de regra, patinetes e pedestres dispu-
pria Grow, que explora o sistema diz ter poucas alternativas. tam calçadas em SP. Folha de S.Paulo. 4 maio 2019. Disponível em:
<https://coc.pear.sn/67YkjrK>. Acesso em: ago. 2019.
A E
E
EM L D

4 A falta de regras sobre o uso de patinetes tem gerado quais situações perigosas no trânsito de São Paulo?
Como há disputa por espaço entre pedestres e patinetes na calçada, há situações perigosas como a da gestante Sabrina,
ST IA

que teve de caminhar fora da calçada, ou de uma mulher de muletas tendo de desviar de patinetes. Assim, desde o primeiro

instante de vida, percebe-se que o indivíduo tem sua dignidade violada, não tendo respaldo social e governamental.
SI ER

5. Há alguma regra no Brasil que possa ser aplicada às patinetes elétricas?


AT

Embora não haja uma regra específica para as patinetes elétricas, há uma resolução federal do Contran com regras gerais

sobre veículos ciclomotores, que podem ser aplicadas para elas. A resolução trata de onde as patinetes podem circular e
M

da velocidade máxima permitida.

6. Quais regras sobre patinetes foram estabelecidas pela prefeitura de Fortaleza?


A prefeitura de Fortaleza estabeleceu regras sobre o espaço destinado ao estacionamento de patinetes: deve haver um

estacionamento a cada dez patinetes e o espaço dele seria um prolongamento de uma calçada, ocupando uma vaga de

carro. Além disso, a empresa dona da patinete deve retirar a patinete que esteja em local inadequado em até três horas.

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Exercícios propostos
7. Ainda de acordo com o texto da ONU, “1 em cada 5 crianças e adolescentes está fora da escola”,
apresentado no exercício 2, nota-se que, mundialmente, crianças estão sendo privadas de um de
seus direitos principais. Em uma análise com foco apenas na legislação brasileira, qual das leis im-
postas pelo ECA está sendo descumprida?
Ao nos depararmos com crianças fora da escola, podemos notar que o direito fundamental à educação, estabelecido no

artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente, não está sendo cumprido.

C O

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
8. Releia este trecho retirado do texto sobre patinetes. 8. A expressão “tem que
(de)” equivale a “deve”, indi-

C SI
cando, portanto, sentido de
Outra regra de Fortaleza é que a empresa dona da patinete tem que retirar em até obrigação de fazer algo.
três horas um equipamento que esteja em local inadequado, após uma denúncia.

O U
N L

31
O termo em destaque indica sentido de

SI XC
a. possibilidade. c. obrigação. e. permissão.
b. dúvida. d. proibição.
EN O E
Módulo 39 | Produção de texto normativo

Exercícios de aplicação
D US

1. Leia o texto a seguir.

A Declaração Universal dos Direitos do Homem completou 70 anos no dia 10 de de-


A E

zembro de 2018. O texto foi aprovado pelos Estados-Membros da ONU (Organização


E
EM L D

das Nações Unidas) – incluindo o Brasil – apenas três anos após o fim da Segunda
Guerra Mundial (1939-1945). Seus 30 artigos compõem a base de todas as leis con-
temporâneas que defendem os direitos essenciais de todo o ser humano, como o
direito à vida, à integridade física, à livre expressão e à associação, sem qualquer
ST IA

distinção de raça, cor, sexo, religião ou visão política. Esses 70 anos da declaração, no
entanto, não estão marcados apenas por celebrações. Em todo o mundo, os direitos
SI ER

humanos seguem sendo ameaçados. Em maio de 2017, numa entrevista ao [Jornal]


Nexo, Iain Levine, então Diretor de Programas de uma das mais influentes organiza-
ções do setor, a Human Rights Watch, disse que o mundo está enfrentando a maior
AT

ameaça aos direitos humanos desde o pós-Guerra. “Todo o sistema criado em 1948
está sendo duramente questionado e cada vez mais há rejeição ao conceito de uni-
versalidade dos direitos”, disse Levine.
M

CHARLEAUX, João Paulo. Os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Nexo Jornal. Disponí-
vel em: <https://coc.pear.sn/GAyOq7o>. Acesso em: ago. 2019. Adaptado.

Esta matéria pode ser classificada como um texto normativo? Explique sua resposta.
Não. Embora trate da Declaração dos Direitos Humanos – este, sim, é um texto normativo –, a matéria anterior não tem

como intuito estabelecer uma regulamentação. Trata-se de uma notícia de jornal (texto informativo). Não há quaisquer

elementos que possam caracterizá-lo como um texto normativo: não há disposição de normas, e o conteúdo não é orga-

nizado conforme a estrutura normativa.

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CAPÍTULO 5
2. Trata-se de um texto nor- 2. Leia o texto a seguir.
mativo. Como se pode notar,
os preceitos são dispostos
em forma de artigos, e a lin- A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos
guagem é clara e objetiva:
características típicas desse como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o obje-
gênero textual. O intuito da tivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta
Declaração é organizar o
Declaração, se esforce, por meio do ensino e da educação, em promover o respeito a
conjunto de normas que as-
seguram os direitos perten- esses direitos e liberdades e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional
centes a todos os cidadãos e internacional, em assegurar seu reconhecimento e sua observância universal e efe-
do mundo.
tiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos

C O
territórios sob sua jurisdição.

O V
FOCHESATTO, Elias. 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. CDHPF.
Disponível em: <https://coc.pear.sn/3mYt1RC>. Acesso em: ago. 2019. Adaptado.

C SI
CAPÍTULO 5

Agora, leia um excerto da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

O U
N L
Artigo I
32

Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São do-

SI XC
tadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com
espírito de fraternidade.
EN O E Artigo II
1 – Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades esta-
belecidas nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça,
cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacio-
D US

nal ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição.


2 – Não será tampouco feita qualquer distinção fundada na condição políti-
ca, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa,
quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo pró-
A E

prio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.


E
EM L D

Artigo III
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo IV
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico
ST IA

de escravos serão proibidos em todas as suas formas.


Artigo V
SI ER

Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, de-


sumano ou degradante.
AT

Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em:


<https://coc.pear.sn/82EyZQM>. Acesso em: ago. 2019.
M

O segundo texto pode ser classificado como


a. explicativo.
b. normativo.
3. Para esta atividade, sugere- c. descritivo.
-se que a classe seja dividida d. narrativo.
entre os seguintes grupos de
trabalho: critérios de partici- e. instrucional.
pação, escolha dos esportes,
premiação etc. Após cada gru- 3. Para a produção de um regulamento, é importante que todos os que serão afetados por ele possam
po decidir o que será incluído expressar opinião a seu respeito. Neste módulo, você produzirá um regulamento de um campeona-
no regulamento, deve-se co-
municar a decisão ao restante
to de jogos interclasse de sua escola. Que tal discutir com seus colegas como ele será organizado?
da sala, que poderá aprová-la Quais esportes farão parte da disputa? Quem poderá participar? Quais serão as regras para definir
ou negá-la. o campeão? Essas são apenas algumas sugestões de perguntas que vocês podem elaborar.

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4. Com o que aprendeu sobre texto normativo e o que discutiu com os colegas de classe, você já pode
elaborar um regulamento que trata da organização de um campeonato de jogos interclasse. Fica a
seu critério se você colocará nele todas as decisões tomadas com os colegas. É importante que ele
apresente a estrutura dos textos normativos, estudada neste módulo, de modo que haja divisão dos
tópicos (separe, por exemplo, os critérios de participação dos de definição do campeão). Empregue
linguagem simples e objetiva. Redação pág. 313

Exercícios propostos
5. Escreva um artigo sobre um direito que você gostaria que fosse assegurado ao mundo.

C O
Resposta pessoal.

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
C SI
O U
N L

33
SI XC
EN O E
6. A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um documento que objetiva
D US

a. garantir, exclusivamente, os direitos dos cidadãos brasileiros.


b. revelar às pessoas os direitos que algumas delas têm.
c. organizar as leis econômicas, sociais e culturais do Brasil.
d. garantir, normativamente, que todos os seres humanos tenham os mesmos direitos.
A E

e. compilar declarações dadas por pessoas entrevistadas.


E
EM L D

Módulo 40 | Preposição
ST IA

Exercícios de aplicação
SI ER

1. Na oração “Chorou de dor”, a preposição “de” indica uma relação de causa, introduzindo uma locu-
ção adverbial. A seguir, estão relacionados alguns tipos de vínculo e algumas frases. Relacione-os,
de acordo com a preposição destacada na frase.
AT

a. Conteúdo
b. Posse
c. Finalidade
M

d. Lugar
e. Causa

c Acordou no meio da noite para ajudar um colega.

b O prédio público é também do povo.

e Gritou de desespero e recebeu ajuda prontamente.

a Ele tomou apenas uma xícara de café e saiu para trabalhar.

d Saiu pela porta dos fundos para não atrapalhar a reunião.

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CAPÍTULO 5
2. Leia o excerto a seguir, que relata o voluntariado realizado em Brumadinho após o desastre ocorrido
nesse local.

A atuação dos voluntários, nesse primeiro momento, é necessária para o aten-


dimento médico e psicológico às vítimas resgatadas e às pessoas que tiveram
as casas atingidas pela lama, além do suporte aos parentes dos desaparecidos.
Muitos animais resgatados da lama também precisam de cuidados especiais.
Mais de 7 mil voluntários irão ajudar vítimas da tragédia em Brumadinho. Redação RPA.
Disponível em: <https://coc.pear.sn/dpkee2m>. Acesso em: ago. 2019.

C O
O V
Retire do texto as preposições e as combinações e contrações de preposições com outras palavras.
No caso das contrações e das combinações, detalhe como ocorreu cada formação.

C SI
CAPÍTULO 5

As preposições são: “para”, “de”.

O U
A combinação é: “aos” (a + os).

N L
As contrações são: “dos” (de + os), “nesse” (em + nesse), “às” (a + as), “pela” (por + a), “da” (de + a).
34

SI XC
3. A preposição da alternati-
EN O E 3. Assinale a alternativa em que a preposição destacada estabelece o mesmo tipo de relação que na
va em questão estabelece a seguinte frase: Criaram-se a pão e água.
mesma relação daquela pre-
sente na frase do enunciado, a. Entrego a autorização a você.
que é de instrumento. b. Escrevi todo o texto à mão, solicitando autorização para a ação de entrega de marmitas às pes-
D US

soas em situação de rua.


c. A julgar por essa resposta, será possível iniciarmos a ação na semana que vem.
d. Andou a buscar alguns patrocínios.
e. Ao amanhecer, ajudarei com a preparação das marmitas.
A E

Exercícios propostos
E
EM L D

4. A preposição “neste” é o re- 4. Assinale a alternativa em que há uma preposição unida a um pronome demonstrativo.
sultado da contração da prepo- a. Estive na sala de aula com o grupo do trabalho.
ST IA

sição “em”, unida ao pronome


demonstrativo este. b. Neste ponto, encerramos nossa jornada.
c. Ajudem-me com a organização do projeto social.
SI ER

d. Há pessoas em situação de rua pelas esquinas.


e. Estamos numa época em que a solidariedade é necessária.
AT

5. Leia as duas frases a seguir.


I. Não atingimos o segundo lugar na alfabetização de crianças.
II. Segundo o professor, todos agiram corretamente.
M

Em ambas as frases, há o emprego de “segundo”, porém a palavra pertence a classes gramaticais


diferentes em cada caso. Indique qual é essa diferença.
No primeiro exemplo, “segundo” é um numeral. No segundo exemplo, é uma preposição.

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Módulos 41 e 42 | Regência verbal

Exercícios de aplicação
1. Leia, a seguir, um trecho de uma notícia sobre o Museu do Amanhã, localizado no Rio de Janeiro, e
responda aos itens.

Museu do Amanhã ganha, na França, prêmio de Construção


Verde mais Inovadora

C O
O Museu do Amanhã, do Rio de Janeiro, ganhou […] o prêmio internacional Mipim

LÍNGUA PORTUGUESA
(Mercado Internacional dos Profissionais Imobiliários), na categoria Construção Verde

O V
mais Inovadora, superando concorrentes do Reino Unido, da Suécia e da Alemanha. O

C SI
resultado foi divulgado em Cannes, na França.
Para o diretor-geral do museu, Ricardo Piquet, o prêmio é um reconhecimento da

O U
conexão entre o conteúdo do Museu do Amanhã, que “trata da sustentabilidade do
planeta”, e o fato “de ser um prédio sustentável”.

N L
Piquet acentuou que, com o prêmio, a responsabilidade aumenta, na medida em que

35
SI XC
se tem de preservar os sistemas que foram pensados e projetados para o museu, para
dar o caráter sustentável ao prédio. Entre esses sistemas, ele destacou o de captação
de água da Baía de Guanabara, as placas de energia solar na cobertura e o espelho
EN O E
d’água que reduz a temperatura no entorno do museu.
[…]
GANDRA, Alana. Museu do Amanhã ganha na França prêmio de Construção Verde mais Inovadora.
Agência Brasil. Disponível em: <https://coc.pear.sn/Mn4gJAy>. Acesso em: jul. 2019.
D US

a. Agora, classifique os verbos destacados em transitivo direto, transitivo indireto ou intransitivo,


no que diz respeito à regência desses verbos.
A E

Ganhou: transitivo direto; trata: transitivo indireto; aumenta: intransitivo; preservar: transitivo direto; dar: transitivo
E
EM L D

direto e indireto.

b. Qual preposição foi usada no caso da ocorrência de transitividade indireta?


ST IA

Foram usadas a preposição “de” com o verbo “tratar” e a preposição “a” com o verbo “dar”.
SI ER

2. Assinale a frase em que o verbo é apresentado com a regência adequada. 2. O verbo “assistir”, no sen-
AT

a. Assisti ao jogo com um amigo. tido de presenciar, rege a


preposição “a”.
b. Lembre ser gentil com os demais.
M

c. Ela esqueceu do feijão no fogo.


d. Ela se esqueceu o quanto o luar é inspirador.
e. Prefiro ajudar alguém do que ser acomodado.

3. Dê a função sintática dos trechos em destaque na frase a seguir e classifique o verbo quanto à sua
regência.
Entreguei as marmitas às pessoas em situação de rua.
As marmitas: objeto direto.

Às pessoas em situação de rua: objeto indireto.

O verbo “entregar” é transitivo direto e indireto.

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CAPÍTULO 5
4. Reescreva o trecho a seguir de modo a adequá-lo à gramática normativa da língua portuguesa.
Fui no cinema assistir o filme que meu professor indicou, sobre a importância da solidariedade em
tempos difíceis.
Fui ao cinema assistir ao filme que meu professor indicou, sobre a importância da solidariedade em tempos difíceis.

C O
O V
C SI
CAPÍTULO 5

5. Leia a frase a seguir.

O U
Quando estava triste, procurei ajuda. Sempre serei grato pela mão amiga que me foi estendida.
Assim, aprendi o poder da empatia e da solidariedade.

N L
36

SI XC
Na oração “procurei ajuda”, classifique o verbo “procurar” e identifique o termo que completa seu
sentido.
O verbo “procurar” é transitivo direto, e o termo que completa seu sentido – objeto direto – é “ajuda”.
EN O E
D US
A E
E
EM L D

Exercícios propostos
6. Crie três frases, utilizando os verbos “esquecer”, “assistir” e “preferir”, de acordo com as regras gra-
ST IA

maticais de regência verbal.


Resposta pessoal, desde que atenda às normas de regência verbal.
SI ER
AT
M

7. A frase que apresenta a correta regência verbal, de acordo com a norma culta da língua portuguesa, é:
a. Os sertanejos assistem aos companheiros que precisam de ajuda.
b. Assistimos o documentário sobre o caráter coletivo da educação de uma criança.
c. O médico assistiu ao enfermo adequadamente.
d. Lembre-se de que não trabalharei amanhã.
e. Ao aceitar a proposta, o rapaz preferiu mais o lucro do que seu próprio bem-estar.

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Módulos 43, 44 e 45 | Texto reivindicativo

Exercícios de aplicação
Leia o abaixo-assinado a seguir e responda às questões de 1 a 5.

Prezados senhores, o problema e pedir uma solução por meio do SAC.


Somos um grupo de consumidores satisfeitos com o Algumas reclamações e pedidos datam de 2007,
produto de vocês: o leite da [Nome da empresa]. Es- mas as respostas recebidas são sempre negativas

C O
tamos, porém, profundamente infelizes e insatisfeitos e inócuas:

LÍNGUA PORTUGUESA
com o tipo de embalagem utilizada para entregá-lo: “Por risco de contaminação, a legislação não per-

O V
garrafas plásticas. mite utilização de material reciclável para alimentos

C SI
Quando se busca preservar o planeta, consumir de perecíveis, portanto, não podemos utilizar matéria-
modo consciente e seguir a legislação – no caso, o -prima reciclada em nosso processo de produção”.
Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que vigora desde Ou: “Infelizmente nossa fábrica não está estrutura-

O U
2014 – vemos que a empresa deixa muito a desejar. da para embalagens de vidro” – uma das soluções por

N L
Uma família de quatro pessoas consome, fazendo nós propostas –. “Isso requer um amplo estudo para

37
SI XC
um cálculo modesto, 7 litros de leite por semana. troca de equipamentos e altos investimentos.”
São 30 garrafas por mês, 365 por ano. Por mais que Ora, qualquer processo de adequação requer in-
as garrafas sejam recicláveis, por mais que se tente vestimentos. E acreditamos que 10 anos (!) seja um
EN O E
utilizá-las para outros fins, trata-se de um impacto
ambiental fenomenal, que deve ser endereçado pela
período razoavelmente amplo para se estudar e im-
plementar mudanças.
empresa de modo responsável e urgentemente. Entendemos, ainda, que tais investimentos po-
Segundo dados oficiais do Sistema Nacional de derão ser amortizados na medida em que vocês
D US

Informações sobre Saneamento (SNIS), cuja coorde- terão clientes mais satisfeitos e dispostos a con-
nação é do Ministério das Cidades, apenas 5,7% do sumir os produtos que vendem. Poderia estudar-
material reciclável no país são deveras reciclados. Ou -se, também, se é viável repassar parte desse valor
seja, grande porcentagem das garrafas produzidas aos consumidores. Clientes que recebem o leite em
A E

por vocês não chega a ser recuperada. Segundo esse casa poderiam adquirir seus próprios “kits” de gar-
E

cálculo, das 365 garrafas/ano de uma família, apenas rafas de vidro, por exemplo.
EM L D

21 seriam recicladas. As outras 344 garrafas termi- É nossa intenção resolver o problema e estamos
nam em aterros, rios, mar. E estamos falando de uma dispostos a ajudar na busca de soluções para se che-
única família! gar a embalagens mais propícias.
ST IA

Portanto, as garrafas plásticas utilizadas pela em- O que não aceitamos mais são respostas burocrá-
presa são profundamente nocivas ao meio ambien- ticas e defensivas, sem que, ano após ano, nenhuma
SI ER

te e totalmente inadequadas para qualquer compa- providência seja tomada.


nhia que se pretenda moderna e preocupada com o Atenciosamente,
impacto de seus produtos. [Nomes dos assinantes]
AT

Vários de nós, consumidores, temos tentado, in-


Gostamos de leite. De lixo, não! Conexão Planeta. Disponível em:
sistentemente, mas sem sucesso, alertá-los sobre <https://coc.pear.sn/pc9IzS6>. Acesso em: ago. 2019. Adaptado.
M

1. Esse texto começa com um vocativo. Qual é ele? A quem é destinado esse abaixo-assinado?
O vocativo é “Prezados senhores”. O abaixo-assinado destina-se às pessoas que gerenciam determinada empresa de leite. VOCABULÁRIO
Amortizado: resga-
tado, extinto.
Inócuo: incapaz de
gerar algum efeito,
2. Qual é a principal reivindicação desse abaixo-assinado? seja positivo ou ne-
O abaixo-assinado pede que a empresa tome ações que visem ao uso de outros tipos de embalagem que não sejam de gativo.
SAC: Serviço de
plástico, como as de vidro, ou então, que ela opte por embalagens recicláveis. Atendimento ao
Consumidor.

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CAPÍTULO 5
3. Segundo o texto, “apenas 3. Segundo o texto, as garrafas de leite
5,7% do material reciclável
no país são deveras recicla- a. são feitas, principalmente, de vidro.
dos”; assim, mesmo que as b. são recolhidas pelos vendedores.
garrafas de leite sejam de
material reciclável, apenas c. não são entregues em casa.
uma pequena parte delas é, d. não são, em sua maioria, recicladas.
de fato, reciclada. A alterna-
tiva a está incorreta porque e. não têm impacto sobre o meio ambiente.
uma das soluções propostas
pelo abaixo-assinado é exa- 4. O abaixo-assinado foi a primeira manifestação de descontentamento dos consumidores de deter-
tamente o uso de garrafas minado leite quanto às embalagens utilizadas para o produto?
de vidro. A alternativa b está

C O
incorreta porque não há in- Não, não foi a primeira manifestação. De acordo com o abaixo-assinado, foram feitas, anteriormente, reclamações ao SAC
formação alguma no texto

O V
que indique que os vende- da empresa sobre isso, mas não se obtiveram respostas satisfatórias.
dores recolham as garrafas

C SI
de leite. A alternativa c está
CAPÍTULO 5

incorreta porque há men-


ção no texto a clientes que 5. De acordo com o abaixo-assinado, investimentos na fabricação de garrafas ecologicamente susten-

O U
recebem o leite em casa. A táveis seriam positivos?
alternativa e está incorreta
Sim, seriam positivos, pois, de acordo com o abaixo-assinado, os gastos com a adequação a diferentes embalagens po-

N L
porque o impacto das gar-
rafas de leite sobre o meio
38

deriam ser transformados em ganhos, por meio de mais clientes, que consumiriam seus produtos exatamente por estes

SI XC
ambiente é exatamente a
preocupação dos assinantes
serem ecologicamente sustentáveis.
do abaixo-assinado.

EN O E6. Você considera o texto reivindicativo importante? Justifique sua resposta.


Resposta pessoal. Ressaltar que é uma forma de exercer a cidadania, a civilidade e a busca por efetivação de direitos.
D US
A E

7. A petição on-line é muito parecida com o abaixo-assinado. Descreva algumas características desse
gênero textual.
E
EM L D

A petição on-line é um texto com proposta argumentativa que pode conter elementos que configuram uma identidade

própria no ambiente virtual, como links, guias de compartilhamento por meio de redes sociais, hashtags, espaço para
ST IA

comentários etc. De modo geral, solicita a defesa de direitos a um setor hierarquicamente superior e também convoca

os demais cidadãos para apoiar uma causa. Pelo fato de o ambiente virtual ser muito vasto, não é possível apurar com
SI ER

exatidão quem costuma se engajar nesse gênero.


AT
M

Conhecendo o texto reivindi- 8. O que você entende por texto reivindicativo?


cativo e suas características Resposta pessoal. Espera-se que os alunos entendam por texto reivindicativo o veículo utilizado para se expor problemas
e tendo visto exemplos de
uso de tais textos, é interes- e solicitações de interesse público. Apresentando a situação, argumentando e propondo soluções, esse texto é uma forma
sante incentivar os alunos a
produzir em seus próprios de se exercer cidadania, sendo direcionado a uma pessoa ou a um público que possa colaborar para a solução de um
textos reivindicativos, apre-
sentando um problema que problema ou para o atendimento de uma necessidade.
eles vivenciem e propon-
do uma solução, confor-
me orienta a habilidade
(EF69LP22), da BNCC.

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9. Nestes módulos, vimos que o abaixo-assinado é um tipo de texto reivindicativo no qual se pede algo
de interesse coletivo a alguém que possa ter condições de atender a esse pedido. As solicitações de
um abaixo-assinado podem ser, por exemplo, sobre a alteração do nome de uma praça, a refilma-
gem de um seriado, a construção de vias de acesso para cadeirantes na escola, o relançamento de
um produto esgotado, entre diversas outras possibilidades.
Observe, nos exemplos a seguir, que os abaixo-assinados variam muito, tanto em relação à impor-
tância do tema – pode ser algo banal ou extremamente relevante para a vida de alguém –, quanto
ao alcance – pode ser algo que afete a escola, o bairro ou até mesmo o país ou o restante do mundo.
Independentemente do que é pedido, uma das condições para que o abaixo-assinado obtenha su-
cesso é estar bem escrito, ou seja, que tenha o destinatário certo e que se exponham os argumentos

C O
que deem razão ao pedido. Assim, com base nos conhecimentos adquiridos no conjunto anterior de

LÍNGUA PORTUGUESA
módulos, chegou o momento de você praticar a produção de um abaixo-assinado.

O V
Como fazer

C SI
a. Imagine que, em sua sala de aula, não haja ventilador ou ar-condicionado. Os termômetros estão
marcando 36 oC com frequência, e o desconforto provocado pelo calor tem sido grande e prejudicial

O U
até mesmo à concentração. Por esse motivo, você e os colegas de classe decidem fazer um abaixo-
-assinado para pedir a resolução desse problema, e você se propõe a ser o redator do texto reivindi-

N L
cativo, sendo que os demais apenas assinarão ao final do texto.

39
SI XC
b. É importante que você deixe claro o que está pedindo no abaixo-assinado. Com isso, não basta
que seja solicitada a resolução do problema do calor excessivo de modo genérico; é necessário que
você seja propositivo, sugerindo que se instalem ventiladores ou aparelhos de ar-condicionado, que
EN O E
haja mais árvores ao redor do prédio, que reformem as janelas para melhorar a ventilação das salas
etc. É possível incluir histórias pessoais sobre os problemas que o calor possa ter gerado na vida
EXPLORE MAIS

escolar, de modo a deixar evidente como isso tem afetado o cotidiano dos alunos. Calor e estudo
Leia sobre o impac-
c. Redija o abaixo-assinado para a situação sugerida, atentando-se às características desse gênero
to do calor no de-
textual. É importante lembrar que esse texto se inicia com um vocativo, apresentando quem é o
D US

sempenho escolar
destinatário, acompanhado pelo pronome de tratamento. Depois, passa-se ao corpo do texto, ex- em: <coc.pear.sn/
pondo a situação, os argumentos e as sugestões. Por fim, colocam-se o local, a data e as assinaturas upeSdJ0>.
dos solicitantes. Use a folha de produção de texto. Redação pág. 315
d. Lembre-se de que a linguagem deve estar adequada à norma-padrão, sem coloquialismos, além
A E

de precisar ser clara e objetiva. Como é um pedido coletivo, é comum o emprego da primeira pessoa
E
EM L D

do plural, em especial se há o desejo de mostrar maior pessoalidade.


e. Com o texto pronto, mostre-o a seus colegas e recolha suas assinaturas.

Exercícios propostos
ST IA

10. Cite, objetivamente, a estrutura do abaixo-assinado.


SI ER

O abaixo-assinado é composto por vocativo, corpo do texto, local, data e assinaturas dos solicitantes.
AT
M

11. É um objetivo da carta aberta


a. informar a população sobre um assunto de interesse público.
b. vender um produto anunciado.
c. entreter a população.
d. apresentar um relatório de dados estatísticos.
e. aconselhar sobre amor, família, saúde e/ou trabalho.

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CAPÍTULO 5
12. Leia a seguir o trecho inicial de uma notícia.

Viçosa decreta situação de alerta por causa da dengue


Cidade tem 31 casos de dengue confirmados e dois de chikungunya
A prefeitura de Viçosa decretou situação de alerta em razão dos casos de dengue
e chikungunya no município. O prefeito Ângelo Chequer (PSDB) assinou o decreto
5.321/2019 nesta quinta-feira (25).
Com base no documento, a Secretaria da Saúde fica autorizada a realizar uma série

C O
de medidas, como suspensão de férias de agentes comunitários, remanejo de profis-
sionais e instalação de pontos de referência.

O V
As unidades de referência para ajudar a população serão as dos bairros Barrinha,
Bom Jesus, São José do Triunfo, Nova Viçosa e a Policlínica.

C SI
CAPÍTULO 5

De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, de janeiro a abril deste ano [2019]
foram notificados 81 casos suspeitos de dengue, dos quais 31 foram confirmados, dois

O U
descartados e 48 estão em investigação. Também foram comprovados dois registros de

N L
chikungunya na cidade. [...]
40

SI XC
Zona da Mata. G1. Disponível em: <https://coc.pear.sn/NpcIeOL>. Acesso em: ago. 2019.

12. O texto escolhido seriaEN O E Supondo ser um morador de Viçosa e, sabendo da necessidade de conscientização da população
a carta aberta, porque é a acerca do combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor das doenças citadas no texto, você de-
melhor maneira de expor
uma situação de interesse cide escrever um texto para informar a população sobre os riscos e o dever de tomar precauções. O
coletivo e argumentos per- gênero textual mais apropriado, neste caso, seria
tinentes para múltiplos e in- a. o regulamento.
D US

determinados destinatários
(no caso, toda a população b. o texto constitucional.
de Viçosa).
c. a petição on-line.
d. o abaixo-assinado.
A E

e. a carta aberta.
E
EM L D

Para as questões de 13 a 15, leia o texto a seguir.

Fiscais do Ibama publicam carta aberta sobre de servidores do Ibama, bem como nomeações de ges-
ST IA

desmatamento da Amazônia tores estaduais cuja experiência não se fez na carreira


CARTA ABERTA ambiental, tampouco têm qualquer comprometimento
SI ER

Brasília, 2 de dezembro de 2016 com a causa.


À Presidente do IBAMA […]
C/C: Sociedade Brasileira, Imprensa especializada Entendemos que muitas medidas são necessárias para
AT

a manutenção do controle do desmatamento na Amazô-


Considerando a divulgação pelo Instituto Nacio-
nia, mas as principais fogem à governança da direção do
nal de Pesquisas Espaciais (INPE) apresentada no dia
Ibama, que mesmo com todos os esforços, ainda concor-
M

30/11/2016 sobre o aumento, em um ano, da taxa de


re com pressões advindas de outros setores, que objeti-
desmatamento da Amazônia em 29%, nós, chefes, gesto-
vam seus respectivos interesses econômicos e privados
res de núcleos e responsáveis pela fiscalização do Ibama
nos estados, reunidos em Brasília, vimos por meio desta em detrimento do bem de uso comum de um povo e,
carta aberta, alertar que: ainda, um bem fundamental à sadia qualidade de vida,
maculando a Constituição Federal de 1988.
Após quatro anos de luta no controle das taxas de des-
matamento na Amazônia, avaliamos que o aumento, nos Dentre as medidas necessárias, destacamos as seguintes:
dois últimos anos, é um reflexo da falta de prioridade 1) reforço do orçamento para as atividades de fiscali-
que a agenda ambiental tem no Brasil com os sucessi- zação que vêm sofrendo redução nos últimos anos: no
vos cortes de investimentos, enfraquecimentos legais ano de 2016, o Ibama já arrecadou, com taxas e multas,
e ausência de concursos para recomposição do quadro mais de 436 milhões, tendo de despesas discricionárias

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em torno de 250 milhões/ano, ou seja, o Ibama é um

LUOMAN/ISTOCKPHOTO
órgão superavitário, não justificando a redução e
contingenciamento do seu orçamento.
[…]

Lembramos que escolhemos defender o meio


ambiente por amor à causa e conscientes da im-
portância para as presentes e futuras gerações
brasileiras e mundiais. Todavia, não venceremos

C O
esta luta sem instrumentos, infraestrutura e valori-

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
zação. Continuaremos nossa luta dentro de nossas
capacidades.

C SI
CHEFIAS DE FISCALIZAÇÃO DO INSTITUTO BRASILEI-

O U
RO DE MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS
RENOVÁVEIS DOS ESTADOS DA REPÚBLICA FEDERA-

N L
TIVA DO BRASIL

41
SI XC
Fiscais do Ibama. Fiscais do Ibama publicam carta aberta sobre
desmatamento da Amazônia. Missões. Disponível em:
<https://coc.pear.sn/Rb8CHrk>. Acesso em: ago 2019.

EN O E
13. Qual foi o objetivo dos autores ao escreverem essa carta aberta?
O objetivo da carta foi expor os motivos pelos quais houve o aumento do desmatamento da Amazônia, de acordo com os VOCABULÁRIO
D US

fiscais do Ibama, e indicar quais ações deveriam ser tomadas para que se evite a continuação desse aumento. Contingenciamento:
estabelecimento de
limites à produção e
comercialização de
determinado produto.
A E

Discricionário: livre
E
EM L D

de condições, ilimi-
14. Pode-se dizer que o texto atendeu aos requisitos estruturais do gênero textual? tado.
Sim. Estão presentes o título, a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Logo, o texto atendeu à organização técnica Macular: sujar, com-
prometer algo ou
da carta aberta. alguém por meio de
ST IA

algo desonroso.
Superavitário: em
SI ER

que há superávit, di-


ferença positiva em
15. C/C é um termo que significa “com cópia” e costuma ser utilizado em serviços de e-mail, para a in- uma despesa.
clusão de mais de um destinatário. Além do destinatário principal, a presidente do Ibama, quem são
AT

os outros destinatários da carta aberta? Por que eles teriam interesse nessa carta?
Os outros destinatários são a sociedade brasileira e a imprensa especializada. Como a Amazônia é um patrimônio ines-
M

timável do Brasil, em termos ambientais, culturais e econômicos, ela é um tema de interesse público, portanto as razões

para o aumento de seu desmatamento devem interessar à sociedade brasileira, assim como é importante que a imprensa

informe a população a respeito desse tema.

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CAPÍTULO 5
Módulos 46 e 47 | Participação ativa

Exercícios de aplicação
1. O portal e-Cidadania é um projeto criado para aumentar a participação popular no Senado. Nele, o
cidadão pode enviar uma ideia legislativa (para propor uma lei), participar de eventos interativos,
como debates e audiências públicas, e também opinar sobre projetos de lei em consultas públicas.
Pense em uma situação hipotética que necessite de uma lei que a regulamente, e transforme-a em
uma ideia legislativa. Transcreva a seguir sua ideia, explicando seu raciocínio. Você pode debater
sobre o tema com os colegas de classe e o professor antes de registrar seu texto.

C O
Resposta pessoal.

O V
C SI
CAPÍTULO 5

O U
N L
42

SI XC
2. Herbert de Souza, conhecido como Betinho, sociólogo brasileiro ativista dos direitos humanos, con-
ceituou: “O cidadão é um indivíduo que tem consciência de seus direitos e deveres e participa ativa-
EN O E mente de todas as questões da sociedade. Tudo que acontece no mundo acontece comigo.”.
Segundo o conceito de Betinho, é correto afirmar que
a. o cidadão é o indivíduo que se omite diante do debate político.
b. a cidadania é restrita aos políticos.
c. o cidadão é aquele que vive apenas em sociedade.
D US

d. a cidadania compreende a necessidade que as pessoas têm de participar da vida política, sempre
visando à harmonia e à adequação da sociedade.
e. o cidadão exerce sua cidadania apenas na urna.
A E

3. Interprete a crônica de Moacyr Scliar em relação à cidadania.


E
EM L D

A crônica de Scliar mostra como um indivíduo, após perder seu emprego, começa a ser privado de todos os seus direitos

básicos, descaracterizando-se enquanto cidadão. Vivendo às margens do sistema, o personagem, desprovido de tratamento

humano, foi reconhecido figurativamente como cidadão apenas no momento de sua morte.
ST IA
SI ER

4. O que você, cidadão ativo, acha que pode ser feito para melhorar a problemática das pessoas que
vivem nas ruas?
AT

Resposta pessoal.
M

5. Pense nos problemas do seu bairro e liste-os a seguir.


Resposta pessoal.

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6. Agora, pense no que você, enquanto cidadão, poderia fazer para tentar solucionar um desses pro-
blemas. Lembre-se de que você pode se valer de abaixo-assinado, carta aberta, reunião de bairro,
contato com assessoria municipal, entre outras possibilidades. Descreva o método escolhido por
você e justifique a razão da sua escolha.
Resposta pessoal.

C O

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
C SI
O U
N L

43
SI XC
EN O E
D US

Exercícios propostos
A E
E
EM L D

7. Qual é a importância da participação ativa?


A participação ativa é importante para assegurar o cumprimento dos direitos civis, políticos e sociais garantidos por lei.

É participando ativamente da vida pública – exercício que pode ser feito de diversas maneiras e em diversos âmbitos
ST IA

da sociedade – que desempenhamos nosso direito de cidadania em uma democracia, em que o poder emana do povo.
SI ER
AT

8. Norberto Bobbio, filósofo político italiano, proferiu o seguinte entendimento:


M

Se devessem prevalecer os cidadãos passivos, os governantes acabariam por transformar


seus súditos num bando de ovelhas dedicadas tão somente a pastar o capim uma ao lado
da outra (e a não reclamar, acrescento eu, nem mesmo quando o capim é escasso).

De acordo com essa vertente de pensamento, pode-se afirmar que a cidadania


a. deve ser exercida apenas quando nos sentimos incomodados com o autoritarismo do poder
público.
b. deve ser ativa, ou seja, o cidadão deve cobrar, propor e fiscalizar sempre.
c. deve ser passiva, pois ela depende do “pasto” que é concedido pelos governantes às “ovelhas”.
d. não fica ameaçada diante da passividade, já que ela é mínima.
e. deve ser ativa, consistindo em se candidatar a um cargo público.

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Módulos 37 e 38
1. Preencha as lacunas a seguir, a respeito do texto normativo.

Textos normativos contêm regras sobre procedimentos e condutas, fazendo uso de linguagem
Estatuto

C O
objetiva e simples. Um exemplo de texto normativo é o

da Criança e do Adolescente .

O V
C SI
CAPÍTULO 5

Módulo 40

O U
2. Marque um X na frase em que há uma locução prepositiva.

N L
Ontem, fomos à escola.
44

SI XC
Os documentos estão conformes.

X A chave estava em cima do carro.


EN O E
Eles agiram contra as regras.

X Você quer uma camisa além dos sapatos?


D US

X Eu vou insistir apesar de não gostar disso.


3. Devem ser assinaladas
a primeira e a segunda fra-
ses. Na primeira, o verbo
Módulos 41 e 42 “assistir” está no sentido de
A E

3. Em qual(is) dos casos apresentados a seguir é necessário acrescentar a preposição “a”? Justifique “caber”, “ser de direito”, por-
sua resposta. tanto precisa da preposição
E
EM L D

“a” para ter esse sentido. Na


X Tal função não assiste _____ Mário. segunda frase, o verbo “as-
sistir”, com sentido de “ver”,
X Assistimos _____ o filme. ser “espectador”, necessita
da preposição “a” para ter
ST IA

seu sentido completado.


Meu pai assistiu _____ o homem que se machucou.
SI ER

Módulos 43, 44 e 45
4. Complete os espaços a seguir, levando em conta a estrutura de um abaixo-assinado.
AT

Um abaixo-assinado é composto por vocativo , em que se apresenta o destinatário,


M

pelo corpo do texto , no qual se expõe a situação, além de termos que servem para

a identificação dos abaixo-assinados, como local, data e assinaturas .

Módulos 46 e 47
5. Cidadania pode ter como sinônimo a palavra
a. alienação.
b. participação.
c. indiferença.
d. exclusão.
e. individualismo.

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VOZ CIDADÃ

C O

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
C SI
Para sua prática,

O U
Concretiza-se por
Orienta-se por é importante o
meio de textos

N L
textos normativos. domínio de aspectos
reivindicativos.

45
SI XC
gramaticais.

EN O E
Decreta as normas, as
D US

regras e os preceitos
Forma de difundir
de funcionamento Preposição: palavra
aquilo que
de determinadas que serve para unir
constituímos em
instituições para fins termos e orações.
nosso pensamento.
A E

de organização da
sociedade.
E
EM L D
ST IA
SI ER

Carta aberta:
Regência verbal:
Exemplos: Constituição comunicação coletiva
determina como
Federal e Estatuto composta por
ocorrerá a ligação entre
AT

da Criança e do título, introdução,


o termo regente e o
Adolescente (ECA) desenvolvimento e
termo regido.
conclusão.
M

Abaixo-assinado:
documento de
reivindicação formado
por vocativo, corpo
de texto, local, data e
assinaturas.

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CAPÍTULO

6 CONECTAR AS PARTES

C O
LÍNGUA PORTUGUESA

O V
C SI
O U
N L
46

SI XC
EN O E
D US
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER
AT
M

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 46 20/09/19 13:47


Módulos 48 e 49

NASTCO/ISTOCK
A cidadania engloba a política e, por isso, é

PROPOSTA POLÍTICA oportuno apresentar aos alunos textos perten-


centes a gêneros dessa esfera, a fim de criar fa-

O
miliaridade e entendimento em relação à forma
s textos normativos/jurídicos, que vimos anterior- de escrita, à mensagem, ao contexto etc. Isso
se dará em atenção às habilidades (EF69LP27)
mente, foram criados com o intuito de estabelecer e (EF89LP20) da BNCC.
união harmônica na sociedade, e é por esse mesmo
É importante explicar aos alunos de que manei-
objetivo que os textos políticos – propostas, programas e ra a política pode atuar na solução dos proble-
propagandas – devem ser pautados. mas da sociedade. Sugere-se que seja realizado
um debate em classe, para que os estudantes

C O
saibam a forma correta de falar sobre soluções,

LÍNGUA PORTUGUESA
justificativas e formas de execução para solu-

O V
cionar – ou pedir solução, no caso da política – os
problemas que surgem no cotidiano de nossas
vidas.

C SI
O U
Em todos os módulos deste grupo, incluindo
os deste capítulo, reiteramos o fato de que
vivemos em sociedade e apontamos a impor-

N L
tância e a responsabilidade que cada indivíduo

47
SI XC
tem com os outros. Assim, “conectar as partes”,
título do capítulo em questão, também se re-
laciona a essa ideia de necessidade de ação
conjunta.
EN O E
D US
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER
AT
M

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Diante da finalidade discursiva, a linguagem nesses tipos de texto precisa
PARA IR ALÉM ser clara, objetiva e atrativa, podendo valer-se de recursos como: comparar
Propaganda política propostas políticas e informações de diferentes fontes e propor solução de
Sobre as propagandas per- problemas. Também é importante descrever o que se pretende fazer ou im-
tencentes ao universo da plementar, com base em um projeto de texto bem elaborado, com objetivos,
vida pública, o livro Propa-
ganda institucional: usos e
benefícios e consequências bem planejados, de forma a se posicionar cri-
funções da propaganda em ticamente sobre o assunto. Aliado ao discurso verbal, também pode estar
relações públicas, de José presente a linguagem não verbal, com o uso de imagens que contribuem
Benedito Pinho, apresenta

C O
uma reflexão importante: para a concretização dos objetivos propostos.
“A propaganda política tem Retomando a ideia de que somos seres sociais e de que podemos – e de-

O V
o propósito de divulgar
vemos – participar ativamente da vida pública e política; é de extrema im-

C SI
ideologias político-partidá-
CAPÍTULO 6

rias, filosofias desse ou da- portância lutarmos pela efetivação de nossos direitos e sermos agentes de
quele partido; a propagan- mudança na sociedade.

O U
da eleitoral tem o objetivo
de convencer os eleitores Nossa atuação não precisa ser vultosa para ser significante. Podemos,

N L
a votar num determinado por exemplo, agir em círculos menores, no nosso próprio meio, como: rei-
48

SI XC
candidato a cargo eletivo; e vindicar melhoria nas carteiras da escola, solicitar o reparo de um buraco
a propaganda governamen-
tal tem o propósito de me- na rua do bairro, fazer a coleta seletiva do lixo da nossa casa, ajudar uma
lhorar, ampliar ou refazer a
EN O E pessoa idosa a atravessar a rua, entre muitas outras ações. O importante é
imagem do governo, seja de nos mantermos informados, repassarmos as informações e sermos ativos
qualquer esfera, dentro do
seu território ou fora dele.” na construção de um mundo melhor, sem violência, mais sustentável, justo
e igualitário.
D US

VOCABULÁRIO

DIEGOGRANDI/ISTOCKPHOTO
Vultoso: muito grande,
considerável.
A E
E
EM L D

Este é o momento oportuno para apli-


car os exercícios 1 e 2 da seção "Para
conferir", referentes aos módulos 48
e 49.
ST IA
SI ER
AT
M

Senado federal brasileiro, sede do Poder Legislativo.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 48 20/09/19 13:47


Módulos 50, 51 e 52 Para a elaboração de um bom texto, é
fundamental haver boa base gramati-

TERMOS CONSTITUTIVOS DA ORAÇÃO cal e sintática estabelecida. Assim, em


atenção às habilidades (EF08LP06) e
(EF08LP10), serão trabalhados, nestes
Leia esta tirinha, que traz a personagem Mafalda, do cartunista argentino módulos, os termos constitutivos da
oração, aplicando-os a textos e exer-
Quino, apresentando uma relação com o que será estudado neste conjunto cícios.
de módulos.

© JOAQUÍN SALVADOR LAVADO (QUINO)


TODA MAFALDA/FOTOARENA
C O

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
C SI
O U
N L

49
SI XC
Nessa tirinha, Miguelito faz menção a duas funções sintáticas: sujeito e
predicado. Além dessas funções, uma oração pode ser composta por várias
EN O E
outras. Porém, antes de conhecê-las, é importante saber que, de maneira
geral, os termos de uma oração podem ser divididos em três tipos: essen- PARA IR ALÉM
ciais, integrantes e acessórios. Veja isso sistematizado a seguir.
Frase × Oração
D US

Termos essenciais
Resumidamente, para en-
tender a diferença entre
frase e oração, temos que ter
Quase toda oração tem um sujeito e um predicado. Desse modo, esses dois em mente que a definição
principal de frase é “a união
A E

termos são denominados essenciais. As orações podem ser sem sujeito,


conexa de uma ou mais
mas nunca sem predicado, pois é o verbo que determina o predicado na
E
EM L D

palavras que transmite um


oração. Não havendo predicado, não há oração e sim frase. acontecimento, um senti-
mento. As frases podem ter
O sujeito é o termo que indica de quem ou do que se fala. Já o predicado verbos ou não, mas sempre
é tudo aquilo que é informado sobre o sujeito, sendo estruturado em torno têm sentido completo.
ST IA

As orações são marcadas


de um verbo. pela presença de um ou mais
SI ER

verbos e, sem eles, o sentido


Exemplo: delas não é completado. Os
verbos e seus complementos
precisam ter uma ordem ló-
AT

A menina caiu da escada. gica para que a oração tenha


essa definição.

Nesta frase, “a menina” é o sujeito e “caiu da escada” é o predicado.


M

Sujeito EXPLORE MAIS


O sujeito pode ser classificado como simples, composto, oculto (ou elíptico Frase e oração
Para entender mais sobre
ou desinencial), indeterminado ou inexistente (oração sem sujeito). a diferença entre frase e
oração, acesse:
Sujeito simples é aquele que apresenta apenas um núcleo. <coc.pear.sn/aEqylGs>.

Exemplo:

Maria comeu o bolo de chocolate.→ Núcleo do sujeito: Maria.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 49 20/09/19 13:47


Sujeito composto é aquele que apresenta mais de um núcleo.
Exemplo:

Jair e Cláudio torcem para o mesmo time.→ Núcleos do sujeito: Jair, Cláudio.

Sujeito oculto, elíptico ou desinencial é aquele que não é expresso, mas

C O
pode ser identificado pela desinência (terminação) do verbo.

O V
Exemplo:

C SI
CAPÍTULO 6

Acabei de chegar do trabalho. Preciso descansar.→ Embora

O U
não esteja escrito, o sujeito “eu” – que está implícito – é facil-
mente reconhecível em ambas as orações.

N L
50

SI XC
Sujeito indeterminado é aquele que não permite identificação.
EN O E Exemplos:

Telefonaram para a agência por engano.→ Verbo na terceira


D US

pessoa do plural sem sujeito expresso.

Precisa-se de reformas urgentes.→ Verbo na terceira pessoa do singular


A E

acompanhado do pronome “se” (índice de indeterminação do sujeito).


E
EM L D

Observação: o pronome "se", índice de indeterminação do sujeito só ocor-


re com verbos transitivos indiretos e verbos intransitivos.
Exemplos:
ST IA

Pensou-se no melhor para os alunos. (pensar = VTI)


SI ER

Vive-se bem nesta cidade. (viver = VI)


AT

Nos dois exemplos apresentados, o sujeito das orações é indeterminado.

Na oração sem sujeito ou de sujeito inexistente, a informação contida


M

no predicado não se refere a ninguém. Isso ocorre quando o verbo é impes-


soal, ou seja, não se refere a nenhuma “pessoa”.

Exemplos:

Ontem choveu granizo.


Faz meses que não vou à praia.
Está calor em São Paulo.
Havia pessoas no prédio.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 50 02/10/19 10:00


Predicado
O predicado, por sua vez, pode ser classificado como verbal, nominal e
verbo-nominal.

Predicado verbal é aquele que tem como núcleo um verbo significativo.


Exemplo:

Presidente anuncia corte na verba da educação.→ Núcleo do predicado:

C O
anuncia.→ O verbo significativo pode ser transitivo direto, transitivo indireto,

LÍNGUA PORTUGUESA
transitivo direto e indireto, ou intransitivo.

O V
C SI
Um verbo é chamado de significativo quando expressa ação. Pode ser
chamado também de verbo nocional.

O U
Predicado nominal é aquele que tem como núcleo um nome, chamado

N L
de predicativo. Neste caso, o verbo é de ligação. Atua como o elo entre o

51
SI XC
sujeito e o predicativo.
Exemplo:
EN O E
Maria estava feliz.→ Núcleo do predicado: feliz (predicativo).
D US

Predicado verbo-nominal é aquele que tem dois núcleos, sendo um


verbo significativo e um predicativo do sujeito ou do objeto.
Exemplo:
A E
E

O juiz julgou o réu culpado.→ Núcleos: julgou (verbo significativo) e


EM L D

culpado (predicativo do objeto).

Termos integrantes
ST IA

São o complemento verbal (objeto direto e objeto indireto), o complemento


SI ER

nominal e o agente da passiva.

Complemento verbal
AT

O complemento verbal, visto anteriormente neste grupo, divide-se em


objeto direto e objeto indireto.
M

O objeto direto é o complemento de um verbo transitivo direto sem pre-


posição obrigatória. Ele indica a quem se dirige a ação verbal.
O objeto indireto completa a significação de um verbo e vem sempre
acompanhado de preposição.

Exemplos:

Algumas pessoas tomam suco.


Algumas pessoas gostam de suco.

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Em ambas as frases, “algumas pessoas” é o sujeito, e o restante da oração
PARA IR ALÉM é o predicado. No primeiro exemplo, o verbo “tomar” é transitivo direto e,
Complemento nominal × portanto, “suco” é o objeto direto. No segundo exemplo, “gostar” é verbo
adjunto adnominal transitivo indireto, e o objeto indireto é “de suco”.
Tanto o complemento no-
minal quanto o adjunto
adnominal se ligam a subs-
Complemento nominal
tantivos por meio de pre-
posições. Portanto, como
O complemento nominal é um termo que complementa o sentido de
diferenciar um de outro? um substantivo, adjetivo ou advérbio, sendo ligado a eles por preposição.

C O
Existem algumas “dicas”
para ajudar nesta tarefa. Exemplos:

O V
Vamos a algumas delas:
O complemento nominal

C SI
Fumar é prejudicial à saúde.→ Nome (adjetivo): prejudicial; comple-
CAPÍTULO 6

é um termo integrante,
ou seja, um termo que, se mento nominal: à saúde.

O U
retirado da oração, a deixa Havia a necessidade de cuidados especiais.→ Nome (substantivo):
com sentido incompleto. O necessidade; complemento nominal: de cuidados especiais.

N L
adjunto adnominal pode O rapaz estava longe de casa.→ Nome (advérbio): longe; complemento
52

ser retirado sem que a se-

SI XC
nominal: de casa.
quência sujeito + verbo +
complemento perca senti-
do. Por isso é chamado de
termo acessório. EN O E Agente da passiva
O complemento nominal O agente da passiva é o termo da frase que pratica a ação expressa pelo
normalmente vem ligado a
um substantivo abstrato. verbo quando este se apresenta na voz passiva. Geralmente, é um substan-
No complemento nominal, tivo ou um pronome e vem acompanhado das preposições “por” ou “de”.
D US

o substantivo abstrato pode


“receber” ou ser o alvo de Exemplo:
uma ação. Exemplo: Inves-
timentos em saúde. Veja
A E

que a “saúde” pode receber A mulher foi eleita pelos jurados.→Sujeito paciente: a mulher; verbo
investimento. O que não na voz passiva: foi eleita; agente da passiva: pelos jurados.
E
EM L D

acontece, por exemplo, em:


Investimentos do governo,
pois o “governo” é quem in- Quando a frase é passada para a voz ativa, o agente da passiva transforma-
veste, quem pratica a ação.
Assim, nesse caso, temos um -se em sujeito. Observe: Os jurados elegeram a mulher.
ST IA

adjunto adnominal.

Voz passiva
SI ER

A voz passiva ocorre quando o sujeito da oração sofre a ação verbal, que é
praticada pelo agente da passiva. Observe os exemplos a seguir.
AT

I. A menina comprou o livro.


II. O livro foi comprado pela menina.
M

No primeiro exemplo, que está na voz ativa, o sujeito “A menina” pratica a


ação de comprar o livro. No segundo exemplo, que está na voz passiva, o
sujeito “O livro” sofre a ação de ser comprado, que é praticada “pela meni-
na”– o agente da passiva.

Este é o momento oportuno para apli-


car os exercícios 3 e 4 da seção “Para Termos acessórios
conferir”, referentes aos módulos 50,
51 e 52. São o adjunto adverbial, o adjunto adnominal e o aposto. Embora dis-
pensáveis na estrutura básica da oração, são importantes para o senti-
do do enunciado.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 52 20/09/19 13:47


Adjunto adverbial
EXPLORE MAIS
O adjunto adverbial é o termo que complementa verbos, advérbios ou
Diferença entre adjunto
adjetivos, indicando uma circunstância. De acordo com a finalidade que adnominal e comple-
exprime, pode ser classificado em: modo, tempo, intensidade, negação, mento nominal
afirmação, dúvida, finalidade, matéria, lugar, meio, concessão, argumen- Assista a uma aula bem
descontraída sobre essa
to, companhia, causa, assunto, instrumento, condição, conformidade. diferença em:
Exemplos: <coc.pear.sn/WnlkqoM>.

C O

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
Amanhã, a funcionária virá à empresa assinar o contrato.→
Amanhã: adjunto adverbial de tempo.

C SI
O pai arrumou, cuidadosamente, o quarto da filha.→ Cuidado-
samente: adjunto adverbial de modo.

O U
O bolo estava muito saboroso.→ Muito: adjunto adverbial de in-
tensidade.

N L

53
Atrasei-me por causa do trânsito.→ Por causa do: adjunto ad-

SI XC
verbial de causa.
Talvez eu vá à reunião.→ Talvez: adjunto adverbial de dúvida.
EN O E
Adjunto adnominal
O adjunto adnominal acompanha o substantivo com a função de ca-
D US

racterizar, modificar, determinar ou qualificar o nome. Os adjuntos ad-


nominais podem ser pronomes, numerais, artigos, adjetivos ou locuções
adjetivas.
A E

Exemplos:
E
EM L D

Aquela blusa preta é minha.


ST IA

Sete pessoas diferentes vieram aqui hoje.


Quem é o primeiro concorrente?
SI ER

Algum livro foi doado?


Qual plano será executado hoje?
Fomos à casa cujo portão foi pintado.
AT

Aposto
M

Por fim, o aposto tem a função de ampliar, resumir, explicar ou desenvol-


ver o conteúdo do termo ao qual se refere.

Exemplos:

Abaporu, obra de Tarsila do Amaral, está, temporariamente,


exposta no MASP. → Aposto explicativo.
Temos três programas: almoçar no restaurante, ir ao cine-
ma e jantar na casa da vovó.→ Aposto enumerativo.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 53 20/09/19 13:47


Assim como a pesquisa, a enquete é Módulos 53 e 54
uma ferramenta que possibilita a co-
leta de dados, informações e opiniões,
que podem ser úteis para o mapea- ENQUETE
mento de problemas, prioridades e
propostas. Desse modo, conforme Vamos falar sobre enquete?
a habilidade (EF89LP21), apresen-
taremos aos alunos, neste conjunto
de módulos, essa ferramenta, dando
exemplos e explicando seu modo de

SIM NÃO
estruturação.

C O
O V
C SI
CAPÍTULO 6

Espero que você tenha votado “sim”, porque o tema deste conjunto de mó-

O U
dulos é bastante interessante e, provavelmente, está muito presente no seu

N L
dia a dia, principalmente se considerarmos o uso das redes sociais.
54

SI XC
A enquete é um levantamento de opiniões de um grupo sobre determi-
nado assunto. Trata-se de um instrumento cuja finalidade é elucidar uma
EN O E questão para colocá-la em um contexto. A estrutura de uma enquete fun-
ciona de acordo com o planejamento descrito a seguir.
O questionário é formulado com base no objetivo pretendido, mas respei-
ta a seguinte estrutura-padrão:
D US

1. Estabelecer os objetivos pretendidos.


2. Selecionar os tipos de perguntas: objetivas ou subjetivas.
3. Formular as perguntas.
A E

As perguntas devem ter clareza, para que o público-alvo entenda o que


E
EM L D

está sendo perguntado e não haja risco de ambiguidade de informações.


Veja alguns exemplos de enquetes com perguntas objetivas.
ST IA

I. Você utiliza transporte público?


( ) Sim ( ) Não
SI ER

II. Você vai ao cinema?


( ) Frequentemente ( ) Às vezes ( ) Nunca
AT

III. Contas de telefonia móvel contêm informações confusas para os consu-


midores:
M

( ) Certo ( ) Errado
Agora, analise exemplos de enquetes com perguntas subjetivas.
I. Por que é necessário filtrar a água?
II. Qual é o papel do ensino na formação política das pessoas?
O levantamento de dados coletados por uma enquete contribui para a
realização de pesquisas que visam conhecer o perfil de determinado públi-
co. Com o estudo dessas informações, é possível planejar meios de organi-
zação social, de acordo com as necessidades ditadas pelas próprias pessoas,
que tiveram voz para expor sua opinião.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 54 20/09/19 13:47


Em enquete, internautas elegem infraestrutura como a maior neces-
sidade do município de Patos NOTA

ASIAFOTO/ISTOCKPHOTOS
ENQUETE
Na sua opinião de que a cidade de Patos mais precisa?
Infraestrutura
612 votos

C O
Emprego

LÍNGUA PORTUGUESA
121 votos

O V
Pode-se dizer que uma das
Educação origens da enquete foi a

C SI
100 votos prática dos gregos antigos de
consultarem a população sobre
Saúde variados assuntos.

O U
77 votos Origem das pesquisas
Lazer Não é de hoje que as pesquisas

N L
18 votos de opinião pública, tais como

55
SI XC
as enquetes, são usadas para a
Total de votos: 928 resolução de um problema. Já
19 de setembro de 2018 − 29 de setembro de 2018
Enquete encerrada na Grécia Antiga, nas assem-
bleias atenienses, o povo era
EN O E
De acordo com 66% das pessoas que participaram da nossa enquete, in-
consultado sobre assuntos
políticos – como na escolha
de governantes –, ou sociais –
fraestrutura é a maior necessidade do município de Patos, no Sertão da PB.
como no caso de decidir se um
Na enquete, nós perguntamos: “Na sua opinião, o que a cidade de Patos prisioneiro deveria ser liberto
D US

ou não.
mais precisa?”. 612 pessoas votaram em infraestrutura. Já a opção lazer
recebeu o menor número de votos – 18 apenas.
No total, 928 pessoas votaram. A enquete ficou no ar por dez dias (de 19
A E

a 29 de setembro de 2018).
E
EM L D

Debate
No debate com os candidatos ao governo da Paraíba, realizado pela TV Diário do
ST IA

Sertão com a OAB de Cajazeiras, pouco se falou a respeito de infraestrutura no Ser-


tão do estado, sobretudo em Patos. Saúde, educação e segurança foram os temas
SI ER

mais recorrentes.
PINHEIRO, Jocivan. CONFIRA: Em enquete, internautas elegem infraestrutura como
a maior necessidade do município de Patos. Diário do Sertão.
Disponível em: <https://coc.pear.sn/j2Dz9TX>. Acesso em: ago. 2019.
AT

Com base na enquete realizada pelo jornal, foi possível notar que a popu-
M

lação achava urgente solucionar problemas de infraestrutura. Entretanto,


em debates, pouco se fala a respeito desse assunto. Ou seja: os problemas
traçados para as campanhas até poderiam existir, mas não eram comple-
tamente eficazes, pois não abordaram a principal reivindicação feita pela
população.
Por meio da resposta da enquete, é possível conhecer um problema e
Este é o momento oportuno para apli-
faz-se necessário traçar programas e soluções para essa demanda. Nesse car os exercícios 5 da seção “Para con-
ferir”, referente aos módulos 53 e 54.
sentido, a enquete é uma ferramenta que pode ser utilizada em diversos
meios para dar voz a um público e colher informações relevantes: na sala
de aula, nas redes sociais, nas ruas, na cidade, no país etc.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 55 20/09/19 13:47


CAPÍTULO 6
CONECTAR AS PARTES
Módulos 48 e 49 | Proposta política

Exercícios de aplicação
1. O que você entende por vida pública? Como é a sua atuação na vida pública? Quais são as ações
sociais positivas que você promove em sua vida pública?
Resposta pessoal.

C O
O V
C SI
CAPÍTULO 6

2. A finalidade da propaganda política é

O U
a. divulgar programas, ideologias e filosofias de partidos políticos.

N L
b. veicular programas sobre causas sociais, que visam aumentar a aceitação de uma ideia de deter-
56

SI XC
minado público.
c. vender bens ou serviços.
d. angariar votos para um candidato a cargo eletivo.
EN O E e. mostrar o compromisso de uma empresa com o bem-estar social.

3. De que forma a propaganda eleitoral pode nos levar a atuar na vida pública?
Resposta pessoal. Sugestão: a propaganda apresenta as propostas políticas de um candidato. Tomamos nossa decisão
D US

de voto com base nas propostas que acreditamos serem benéficas para a sociedade e informamo-nos a respeito delas,

de modo geral, pelas propagandas. Uma vez eleito o candidato em questão, é possível fiscalizar e cobrar, de acordo com o
VOCABULÁRIO
que foi prometido durante as campanhas eleitorais.
Atalhar: encurtar,
A E

resumir, tornar breve.


E
EM L D

Comitiva: grupo de
pessoas que acom- 4. Sendo um cidadão, como você acha que pode participar de ações políticas?
panha algo ou al- Resposta pessoal. Sugestão: é possível participar de ações políticas por meio do voto, de grêmios estudantis, de repre-
guém.
Deposto: ser desti- sentantes de turma, de campanhas, associações, assessorias, greve, manifestações, reivindicações, abaixo-assinados etc.
ST IA

tuído do cargo, exo-


nerado.
SI ER

Leia o texto a seguir para responder às próximas questões.

Governar — Lucram a certeza de que têm um bom presidente.


AT

Os garotos da rua resolveram brincar de governo, es- Eu separo as brigas, distribuo tarefas, trato de igual para
colheram o presidente e pediram-lhe que governasse igual os professores. Vocês obedecem, democraticamente.
para o bem de todos. — Assim não vale. O presidente deve ser nosso servidor
M

— Pois não – aceitou Martim. — Daqui por diante vocês ou, pelo menos, saber que todos somos iguais a ele. Que-
farão meus exercícios escolares e eu assino. Clóvis e mais remos vantagens.
dois de vocês formarão a minha segurança. — Eu sou o presidente e não posso ser igual a vocês, que
Januário será meu ministro da fazenda e pagará meu são presididos. Se exigirem coisas de mim, serão multa-
lanche. dos e perderão o direito de participar da minha comitiva
— Com que dinheiro? – atalhou Januário. nas festas. Pensam que ser presidente é moleza? Já estou
— Cada um de vocês contribuirá com um cruzeiro por sentindo como esse cargo é cheio de espinhos.
dia para a caixinha do governo. Foi deposto, e dissolvida a república.
— E o que é que nós lucramos com isso? – perguntaram ANDRADE, Carlos Drummond de. “Governar”. Contos plausíveis.
em coro. Rio de Janeiro: Record, 1994. Adaptado.

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5. Analisando a última frase do texto e vinculando-o a tudo o que você já aprendeu até aqui, qual é sua
conclusão?
O presidente passou a agir de maneira que desagradava aos presididos. Assim, exercendo seus direitos de cidadãos, estes

expuseram suas insatisfações e reivindicaram seus direitos, mas não foram atendidos. Por esse motivo, mantiveram-se

atuando na vida pública e depuseram o presidente, que não atendia às necessidades da população.

C O
6. Na visão do presidente do texto, qual é a motivação para governar?

LÍNGUA PORTUGUESA
Na visão do presidente do texto, governar interessa-lhe para ter privilégios em relação aos demais.

O V
C SI
O U
7. Você acha importante que a população fiscalize seus representantes (em quaisquer instâncias: mu-
nícipes com prefeito, alunos com representante de classe, condôminos com síndico)? Em caso de

N L
resposta positiva, quais devem ser os critérios a serem levados em consideração?

57
SI XC
Resposta pessoal.

EN O E
D US

Analise esta campanha e responda às questões a seguir.


ELEITORAL. 2014. IMPRENSA, CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS.
CAMPANHA ALISTAMENTO E MUDANÇA DE DOMICÍLIO.TRIBUNAL SUPERIOR
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER
AT
M

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 57 20/09/19 13:47


CAPÍTULO 6
8. A qual público essa campanha se direciona?
A campanha se direciona ao público que apresenta limitações de acessibilidade.

9. Qual é a finalidade da campanha?


A finalidade é garantir a participação de pessoas com deficiência na vida pública, incentivando-as a transferir o título de

eleitor para a seção especial.

C O
O V
C SI
CAPÍTULO 6

Exercícios propostos

O U
10. Como deve ser a linguagem usada em propostas e propagandas políticas?

N L
58

A linguagem deve ser clara, objetiva e acessível, a fim de que toda a população, de diferentes níveis educacionais, consiga

SI XC
entender a mensagem. Em se tratando de propaganda, por também ter a finalidade de convencimento, o texto deve ser

persuasivo.
EN O E
11. Sobre o gênero propaganda, é correto afirmar que
D US

a. apenas o texto não verbal é responsável pela persuasão.


b. quanto maiores forem as frases, mais convincente será o anúncio.
c. a persuasão e a transmissão de informações são apenas alguns de seus propósitos.
A E

d. a linguagem deve ser, obrigatoriamente, formal e com vocabulário rebuscado.


e. o público-alvo não é um elemento decisivo na elaboração de uma propaganda.
E
EM L D

12. Enem
CAMPANHA CONTRA DENGUE. SECOM, MINISTÉRIO DA SAÚDE. JOÃO
PESSOA. REVISTA NORDESTE, 2009. ANO 3, N.35, MAIO/JUNHO.2009
ST IA
SI ER
AT
M

BRASIL. Ministério da Saúde. Revista Nordeste, João Pessoa, ano 3,


n. 35, maio/jun. 2009.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 58 20/09/19 13:47


Diante dos recursos argumentativos utilizados no texto apresentado, depreende-se que ele 12. Tanto o vocativo “Sr.
prefeito” quanto a menção
a. dirige-se aos líderes comunitários, para tomarem iniciativa de combater a dengue. direta no texto indicam
b. chama toda a população a participar das estratégias de combate ao mosquito da dengue. que a propaganda se dirige
aos prefeitos. A alternativa
c. dirige-se aos prefeitos, chamando-os a organizar iniciativas de combate à dengue. a está incorreta porque,
d. tem como objetivo ensinar os procedimentos técnicos necessários para o combate ao mosquito embora o envolvimento de
líderes comunitários faça
da dengue.
parte do combate à dengue,
e. apela ao governo federal, para que este dê apoio aos governos estaduais e municipais no com- o texto não é dirigido a eles
bate ao mosquito da dengue. diretamente. A alternativa
b está incorreta porque,
embora seja importante

C O
Releia o texto de Drummond, para responder às questões 13 e 14.
que todos lutem contra a

LÍNGUA PORTUGUESA
13. Considerando a fala do presidente do texto, qual era a proposta de seu governo? dengue, o texto é para os

O V
prefeitos participarem das
Em seu governo, o presidente iria separar brigas, distribuir tarefas e tratar de igual para igual os professores, e os seus
estratégias. A alternativa d

C SI
presididos teriam de obedecer a ele. está incorreta porque o tex-
to não tem como objetivo
ensinar os procedimentos,

O U
mas sim indicar um site que
os explique. A alternativa e

N L
está incorreta porque é o
governo federal que pede

59
SI XC
apoio dos governos esta-
duais e municipais.

EN O E
14. O presidente do texto de Drummond era um governante justo?
Não, ele não era justo, pois queria que todos obedecessem a ele, sem considerar as necessidades e as reivindicações dos
D US

que o escolheram. Achando-se superior a eles, governaria de acordo com os próprios interesses. Um exemplo disso é seus

colegas terem de fazer os exercícios escolares dele.


A E
E
EM L D
ST IA

Módulos 50, 51 e 52 | Termos constitutivos da oração


SI ER

Exercícios de aplicação
1. Classifique os sujeitos das orações seguintes.
AT

a. Houve muitos problemas com a reforma.


Sujeito inexistente.
M

b. Gostaríamos de experimentar esse doce.


Sujeito oculto (nós).

c. Maria e Cláudia foram à festa juntas.


Sujeito composto.

d. Falavam sobre diversos assuntos.


Sujeito indeterminado.

e. Necessita-se de médicos com experiência.


Sujeito indeterminado.

f. Ele conseguiu economizar energia elétrica este mês.


Sujeito simples.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 59 20/09/19 13:47


CAPÍTULO 6
2. Analise as frases a seguir.
Clarice, a melhor aluna da turma, ganhou o prêmio de redação.
Jéssica, venha almoçar.
Mudou-se há um mês.
Morei com meus pais nos últimos anos.

Os termos destacados desempenham, respectivamente, as funções


a. vocativo, aposto, adjunto adnominal e adjunto adverbial.
b. vocativo, complemento nominal, adjunto adverbial e adjunto nominal.

C O
c. aposto, vocativo, adjunto adnominal e adjunto adverbial.
d. adjunto adnominal, complemento verbal, aposto e vocativo.

O V
e. complemento nominal, vocativo, numeral e complemento verbal.

C SI
CAPÍTULO 6

3. Leia este início de notícia, para responder aos itens seguintes.

O U
Ação de cidadania tem mais de 2 mil atendimentos em Curitiba

N L
A Secretaria da Justiça, Família e Trabalho registrou mais de 2 mil atendimentos no
60

SI XC
evento em comemoração a duas importantes datas: o Dia Nacional da Mulher (30 de
abril) e o Dia do Trabalho (1º de maio).
EN O E O trabalho para levar ações de cidadania e intermediação de empregos à população foi
realizado na terça-feira (30/04/2019) na Cidade Industrial de Curitiba, um dos maiores
bairros da capital. Durante as atividades foram realizados contratações e encaminha-
mentos pela rede de supermercados Condor e também pela empresa de telefonia OI. [...]
D US

Disponível em: <https://coc.pear.sn/VF9npbK>. Acesso em: ago. 2019.

Classifique os termos destacados nas orações a seguir.


a. “Ação de cidadania tem mais de 2 mil atendimentos em Curitiba”.
A E

Trata-se de um adjunto adverbial de lugar, que indica o local onde ocorreu a ação de cidadania.
E
EM L D
ST IA
SI ER
AT

b. “[...] foi realizado na terça-feira na Cidade Industrial de Curitiba, um dos maiores bairros da
M

capital”.
O termo destacado é um aposto explicativo.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO_G3.indd 60 20/09/19 13:47


4. Explique o humor contido na tirinha.

JEAN GALVÃO, HTTPS://TIROLETAS.WORDPRESS.COM/
C O

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
C SI
O garoto, aparentemente exausto, estava aprendendo sobre sujeito indeterminado na escola, como se pode notar nas

O U
frases escritas na lousa. Quando chegou em casa, sua mãe indagou quem havia chegado e, ironicamente, ele respondeu

N L
fazendo um paralelo com o que havia estudado.

61
SI XC
EN O E
D US
A E
E
EM L D

5. Analise a tirinha e responda.

CALVIN & HOBBES, BILL WATTERSON © 1986 WATTERSON


/ DIST. BY ANDREWS MCMEEL SYNDICATION
ST IA
SI ER
AT
M

a. Qual é o tipo de predicado predominante nas falas das personagens da tirinha? Justifique sua
resposta.
O predicado verbal é o predominante, pois se trata de um diálogo composto por frases que demonstram ações que as

personagens praticam ou gostariam de praticar.

b. Extraia da tirinha um exemplo de predicado verbal e um de predicado nominal.


Predicado verbal: comemos pizza noite passada.

Predicado nominal: é muito caro.

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CAPÍTULO 6
6. Leia, a seguir, o texto intitulado “Fábula da coletividade”, que faz parte do livro Qual é a tua obra?,
do filósofo, escritor e educador Mário Sérgio Cortella.

Uma senhora vivia numa pequena chácara e tinha alguns animais: uma vaca, um porco,
uma galinha. E lá também guardava milho na tulha. E havia um rato que morava lá. Esse
rato vivia sossegado até o dia em que a mulher resolveu colocar uma ratoeira dentro da
tulha. O rato saiu desesperado. Correu até a vaca:
— Vaca, nós estamos com um problema sério; a mulher colocou uma ratoeira lá.
A vaca deu risada:

C O
— Como nós? Você já viu ratoeira pegar vaca? Eu não tenho nada com isso. Isso é proble-

O V
ma seu.
E saiu ruminando. O rato correu até o porco:

C SI
CAPÍTULO 6

— Porco, nós estamos com uma encrenca danada, a mulher colocou uma ratoeira lá.
— O que é isso? Estou aqui bem longe, isso não vai me pegar, não. Ratoeira não pega

O U
porco, olha o meu tamanho e olha o seu. O problema é seu.

N L
O rato, atônito, correu para a galinha:
62

SI XC
— Galinha, nós estamos com um problema muito sério.
— Pelo amor de Deus, eu já estou de problema por aqui e você ainda me vem torturar? O
máximo que eu posso fazer é rezar por você.
EN O E — Mas tem uma ratoeira lá.
— Mas isso não é comigo, é contigo.
O rato foi embora desanimado. À noite, todos dormiam e, de repente, splaft. A ratoeira
desarmou. Todos correram para olhar, inclusive o rato; era uma cascavel que tinha sido
D US

pega na ratoeira.
A mulher levantou-se, foi tirar a cascavel da ratoeira e tomou uma picada. Foi levada ao
hospital à beira da morte. Ficou 20 dias de recuperação e, na volta, precisava estabelecer
a saúde na chácara.
A E

Qual a melhor comida para reforçar a saúde? Canja. Lá se foi a galinha. Depois de um
E
EM L D

mês, resolveu dar um almoço com feijão tropeiro para os parentes que a tinham ajudado,
e lá se foi o porco. A questão é que o tratamento tinha ficado caro e aí tiveram de vender
a vaca para o açougue...
ST IA

CORTELLA, Mário Sérgio. Qual é a tua obra? Ed. 25. Vozes Nobilis. p. 121-122.
SI ER

a. Classifique os adjuntos adverbiais destacados no texto.


“numa pequena chácara”: adjunto adverbial de lugar.
AT

“não”: adjunto adverbial de negação.

“aqui”: adjunto adverbial de lugar


M

“muito”: adjunto adverbial de intensidade.

“à noite”: adjunto adverbial de tempo.

“na volta”: adjunto adverbial de tempo.

b. Sabendo que toda fábula apresenta um caráter moral, qual é a moral dessa história?
Resposta pessoal. Sugestão: a falta de senso de coletividade pode ser prejudicial ao indivíduo que é egoísta.

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Exercícios propostos
7. Crie orações que contenham um adjunto adverbial que indique
a. modo:
Resposta pessoal. Sugestão: Calmamente retirei o caco de vidro do pé.

b. tempo:
Resposta pessoal. Sugestão: Ontem, fui ao sítio de João.

c. lugar:

C O

LÍNGUA PORTUGUESA
Resposta pessoal. Sugestão: Em São Paulo, há muitos prédios.

O V
d. causa:

C SI
Resposta pessoal. Sugestão: Chegou tarde por causa de uma reunião.

8. O termo destacado desempenha a função de aposto em:

O U
a. Pablo, pai de Ronaldo, ajuda-o a fazer a tarefa de casa.

N L
b. Gosto muito de ler sobre direitos e obrigações.

63
SI XC
c. Chegamos à montanha ao final da tarde.
d. Fomos de carro para outro país.
e. Talvez Pedro pudesse me ajudar.
EN O E
9. Elabore frases usando as palavras do quadro.

pai/ ajudar/ cuidar/ filhos/ Pablo/ Ronaldo


D US

a. Frase que contenha vocativo.


Resposta pessoal.
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER

b. Frase que contenha aposto.


Resposta pessoal.
AT
M

c. Frase que contenha vocativo + aposto.


Resposta pessoal.

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CAPÍTULO 6
Módulos 53 e 54 | Enquete

Exercícios de aplicação
Leia a notícia a seguir para responder às questões de 1 a 4.

Zoo de São Paulo faz enquete para escolher nome de pequenas leoas
O Zoológico de São Paulo criou uma enquete para escolher os nomes das duas fêmeas filho-
tes de leão nascidas em 18 de maio 2018 […]. É possível votar em Naila (que significa, em

C O
árabe, a que tem sucesso) e Núbia (dourada); Aisha (vitalícia) e Amira (princesa); ou Kênia

O V
(pequena rainha) e Zaila (feminina). A votação on-line termina no dia 30 de setembro.
As duas são filhas do macho chamado Iduma, que veio da África do Sul, e da fêmea Erindi,

C SI
CAPÍTULO 6

procedente da Holanda. O casal vinha sendo monitorado, no Brasil, pela Fundação Parque
Zoológico de São Paulo há pouco mais de um ano.

O U
O casal e seus filhotes recebem cuidados diários de uma equipe composta por tratadores,
biólogos e veterinários. Os filhotes foram mantidos, no início da vida, em área restrita. Nas

N L
64

últimas semanas, passaram por uma fase de adaptação ao recinto, na área de exposição.

SI XC
A assessoria de imprensa do Zoológico informou que os filhotes não podem ser integra-
dos à natureza por estarem habituados com a presença humana.
EN O E O Zoológico de São Paulo existe desde 1958 e tem mais de 3,2 mil animais, entre aves,
répteis, mamíferos, anfíbios e invertebrados. São mantidos animais raros, como os orango-
tangos, o gavião-da-Malásia, os rinocerontes-brancos, a ararinha-azul-de-lear, entre outros.
CRUZ, Fernanda. Zoo de São Paulo faz enquete para escolher nome de pequenas leoas. Agência Brasil.
Disponível em: <https://coc.pear.sn/8MYG2py>. Acesso em: ago. 2019.
D US

1. Sobre o que trata a enquete apresentada na notícia?


A enquete trata da escolha dos nomes de duas filhotes fêmeas de leão.
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER

2. Para participar da enquete, era necessário ir até o zoológico? Justifique sua resposta.
Não, não era necessário ir até o zoológico para participar da enquete, pois ela foi feita on-line.
AT
M

3. Pode-se fazer uma en- 3. Qual é o significado dos nomes possíveis para as leoas? Em qual opção você teria votado?
quete em sala a respeito das As possibilidades de nomes são Naila (a que tem sucesso); Núbia (dourada); Aisha (vitalícia); Amira (princesa); Kênia (pe-
escolhas dos alunos, fazen-
do a contagem dos nomes quena rainha) e Zaila (feminina). Resposta pessoal.
vencedores.

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4. De acordo com o texto, as duas filhotes fêmeas 4. As duas filhotes fêmeas
têm um pai que veio da
a. serão integradas à natureza futuramente. África do Sul e uma mãe que
b. foram colocadas na área de exposição quando nasceram. veio da Holanda. A alternati-
va a está incorreta porque o
c. têm pais que vieram de diferentes países. texto menciona que elas não
d. tiveram contato somente com os pais desde que nasceram. podem ser integradas à na-
tureza. A alternativa b está
e. ficam na mesma área dos orangotangos. incorreta porque elas foram
colocadas, inicialmente, em
5. Pense em um assunto polêmico, de relevância social, e elabore três questões de uma enquete obje- área restrita. A alternativa
tiva para coletar opiniões a respeito dele. Escreva essas perguntas a seguir e, se tiver oportunidade, d está incorreta porque
elas tiveram contato com

C O
faça a enquete com seus colegas de classe, e anote os resultados.
humanos, como tratado-

LÍNGUA PORTUGUESA
Resposta pessoal. res, biólogos e veterinários.

O V
A alternativa e está incor-
reta porque, embora haja

C SI
menção aos orangotangos
no texto, não é dito que eles
ficam na mesma área onde

O U
ficam os filhotes de leões.

N L

65
SI XC
EN O E
6. Observe a imagem a seguir e responda ao que se pede.

MELPOMENEM/ISTOCKPHOTOS
D US
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER

a. Caso os ícones da imagem sejam opções de resposta de uma enquete, que sentido cada um deles
pode ter?
AT

Resposta pessoal. Sugestão: O primeiro ícone (verde) pode ser “muito satisfatório”; o segundo (amarelo), “satisfatório”;

e o último (vermelho), “insatisfatório”.


M

b. Pense em uma pergunta que poderia ter as opções de resposta indicadas no item anterior.
Resposta pessoal. Sugestão: “Você está satisfeita com o atendimento da loja onde acabou de realizar sua compra?”.

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Exercícios propostos
7. Você considera importante o uso de enquetes? Por quê?
Resposta pessoal. Sugestão: sim, pois é uma forma de coletar informações e dados diretamente com o público-alvo, por

meio de diversas formas, traçando um perfil predominante de opinião, demanda e outros temas e servindo como funda-

mentação de propostas e ações de intervenção.

C O
O V
C SI
CAPÍTULO 6

8. Explique como o uso de enquetes pode estar relacionado ao exercício da democracia.

O U
Partindo do princípio de que democracia, etimologicamente, significa que o povo detém o poder, é possível dizer que,

N L
em uma enquete, as pessoas estão expondo suas opiniões, indicando problemas, posicionando-se sobre determinado
66

SI XC
assunto. É uma forma, portanto, de reivindicar algo e, assim, exercer a democracia.

EN O E
D US

9. Leia a tirinha a seguir.

ARMANDINHO, DE ALEXANDRE BECK
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER

Observa-se, na tirinha, que houve um problema de comunicação entre as personagens. A fim de


evitar problemas como esse, explique como deve ser a linguagem utilizada em uma enquete.
Assim como nos abaixo-assinados, a enquete, que também “fala” diretamente com o público, deve ter linguagem clara e
AT

objetiva, que seja de fácil compreensão e interpretação, evitando qualquer tipo de ambiguidade.
M

10. A enquete
a. é um instrumento que permite a coleta de dados, informações e opiniões acerca de questões
previamente formuladas.
b. apresenta, em sua estrutura, título, introdução, desenvolvimento e conclusão.
c. é a regulamentação, em texto, de uma norma já estabelecida.
d. organiza as leis econômicas, sociais e culturais de determinado território.
e. pode ser realizada apenas em redes sociais por causa de seus direitos autorais.

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Módulos 48 e 49
1. Um texto político, como uma proposta, deve ser construído por uma linguagem que contenha quais
das seguintes características?
X Clareza

C O
Obscuridade

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
X Objetividade

C SI
Subjetividade

X Atratividade

O U
Monotonia

N L

67
SI XC
2. Complete os espaços seguintes de acordo com o que você aprendeu neste grupo.

A propaganda política tem o intuito de divulgar ideologias político-partidárias

e
EN O E
filosofias desse ou daquele partido.

Módulos 50, 51 e 52
3. Marque E para termo essencial, I para termo integrante e A para termo acessório.
D US

A Adjunto adnominal

E Sujeito
A E

I Objeto direto
E
EM L D

4. Circule, na frase a seguir, os termos que funcionam como adjunto adverbial.

Ontem à noite houve uma assembleia em meu condomínio, da qual eu participei.


ST IA

Módulos 53 e 54
5. Considerando todos os problemas que permeiam uma sociedade, uma enquete pode servir para avaliar
SI ER

MARCHMEENA29/ISTOCKPHOTOS
AT
M

A realização de uma enquete pode ser o ponto de partida para a resolução de


determinados problemas.

X a urgência de um deles, de acordo com a população entrevistada.

a irrelevância de todos eles, conforme o pensamento das autoridades.

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C O
O V
C SI
CAPÍTULO 6

O U
TEXTOS POLÍTICOS

N L
68

SI XC
EN O E
D US

Enquete: instrumento Proposta política:


para avaliar as urgências linguagem clara, objetiva
de uma população. e atrativa
A E
E
EM L D
ST IA
SI ER

Domínio dos constituintes


AT

da oração: essenciais,
integrantes e acessórios.
M

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Exercícios propostos Redação pág. 33

Nome:

Número: Ano: Módulo(s):

C O
1. O objetivo principal não é verificar a qualidade do texto normativo, mas garantir que os alunos dominem os princípios básicos da composição

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
2. de um texto desse gênero.

C SI
3. 1. Quanto ao primeiro critério, o importante é verificar se o texto corresponde à proposta de redação – redigir um regulamento supondo

O U
N L
4. um campeonato interclasses.

313
SI XC
5. 2 e 3. Para o segundo e terceiro critérios, é importante avaliar se os alunos compreenderam a estrutura de um texto normativo, conforme

6. EN O E
explicado na teoria do capítulo.

7. 4. Quanto ao quarto critério, é preciso observar se os alunos apresentam as regras para a organização de um campeonato esportivo como
D US

8. exemplo de texto informativo.

9. 5. O quinto critério corresponde à coerência. É preciso avaliar a organização e a clareza das informações apresentadas, sem que uma se
A E

10. confunda com a outra ou alguma não possa ser imediatamente compreendida pelos leitores.
E
EM L D

11. 6. Este critério avalia se os alunos conseguem desenvolver seu texto sem a repetição desnecessária de palavras. No texto normativo, a repe-
ST IA

12. tição pode ser necessária, visto que o texto deve ser claro e preciso, de modo que o uso, por exemplo, de sinônimos, no lugar da repetição,
SI ER

13. pode ser desaconselhável.

14. 7. Deve-se verificar o domínio dos alunos em relação às regras ortográficas. Até este momento, os alunos já analisaram todos os casos de
AT

15. regularidades e irregularidades ortográficas – que ainda serão retomadas e reforçadas ao longo dos três anos finais do Ensino Fundamental.
M

16. Isso permite, portanto, uma análise mais criteriosa do que a que se vinha fazendo até o 7o ano.

17. 8. É importante que os alunos desenvolvam o emprego correto de sinais de pontuação, visto que já adquiriram um conhecimento maior

18. sobre análise sintática.

19.

20.

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21.

22.

23.

24.

C O
25.

O V
26.

C SI
CAPÍTULO 5

O U
27.

N L
28.
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SI XC
29.

30.
EN O E
31.
D US

32.

33.
A E
E
EM L D

Módulo 39 | Produção de texto normativo


ST IA

CRITÉRIOS GERAIS NOTA CRITÉRIOS DE ANÁLISE DO TEXTO ESCRITO/EVIDÊNCIA Sim Parcialmente Não
SI ER

Tema 1. Atende ao tema proposto?

2. Corresponde ao tipo textual normativo?


AT

Gênero 3. Organiza as informações contidas no texto?


M

4. Apresenta a organização de um campeonato?

5. Apresenta ideias de modo claro?


Coesão e
coerência
6. Repete palavras sem necessidade?

7. Respeita as normas ortográficas?


Língua
8. Apresenta pontuação adequada?

CO EF 08 INFI 02 1B LV 03 MI DMUL DLPO PT_G3.indd 314 20/09/19 13:46


Redação pág. 39

Nome:

Número: Ano: Módulo(s):

C O
1. Agora, os critérios dizem respeito à avaliação dos textos reivindicativos produzidos pelos alunos.

LÍNGUA PORTUGUESA
O V
2. O objetivo principal não é verificar a qualidade do texto reivindicativo, já que se trata de uma primeira tentativa, mas garantir que os alunos

C SI
3. dominem os princípios básicos dessa composição.

O U
N L
4. 1. Quanto ao primeiro critério, o importante é verificar se o texto corresponde à proposta de redação – escrever um abaixo-assinado solicitando

315
SI XC
5. a resolução do problema supostamente vivido pelos alunos e seus colegas (calor excessivo sem nenhum recurso que o amenize).

6. EN O E
2 e 3. Para o segundo e terceiro critérios, é importante avaliar se os alunos compreenderam a estrutura de um texto reivindicativo e de um

7. abaixo-assinado, conforme explicado na teoria do capítulo.


D US

8. 4. Quanto a esse critério, é preciso observar se os alunos apresentam o problema e o que eles desejam que o destinatário do abaixo-assinado faça.

9. 5. O quinto critério corresponde à coerência. É preciso avaliar a organização e a clareza das informações apresentadas, sem que uma se confunda
A E

10. com a outra ou alguma não possa ser imediatamente compreendida pelos leitores.
E
EM L D

11. 6. Este critério avalia se os alunos conseguem desenvolver seu texto sem a repetição desnecessária de palavras.
ST IA

12. 7. Deve-se verificar o domínio dos alunos das regras ortográficas. Até este momento, os alunos já analisaram todos os casos de regularidades
SI ER

13. e irregularidades ortográficas – que ainda serão retomadas e reforçadas ao longo dos três anos finais do Ensino Fundamental. Isso permite,

14. portanto, uma análise mais criteriosa do que a que se vinha fazendo até o 7o ano.
AT

15. 8. É importante que os alunos desenvolvam o emprego correto de sinais de pontuação, visto que já adquiriram um conhecimento maior sobre
M

16. análise sintática.

17.

18.

19.

20.

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21.

22.

23.

24.

C O
25.

O V
26.

C SI
CAPÍTULO 5

O U
27.

N L
28.
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SI XC
29.

30.
EN O E
31.
D US

32.

33.
A E
E
EM L D

Módulo 43, 44 e 45 | Texto reivindicativo


ST IA

CRITÉRIOS GERAIS NOTA CRITÉRIOS DE ANÁLISE DO TEXTO ESCRITO/EVIDÊNCIA Sim Parcialmente Não
SI ER

Tema 1. Atende ao tema proposto?

2. Corresponde ao tipo textual reivindicativo?


AT

Gênero 3. Apresenta elementos de um abaixo-assinado?


M

4. Trata do problema do calor excessivo em sala de aula?

5. Apresenta ideias de modo claro?


Coesão e
coerência
6. Repete palavras sem necessidade?

7. Respeita as normas ortográficas?


Língua
8. Apresenta pontuação adequada?

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PROJ E T O I N T E R D I S C I P L I N A R
GRUPOS 1, 2 E 3 | ORGANIZAÇÕES Solicitar aos alunos que se organizem em grupos e pe-
dir que analisem o transporte urbano local ou de uma
E TRANSFORMAÇÕES cidade referência da unidade federativa em que se en-
contram. Cada grupo pesquisará um dos itens a seguir
Objetivo como solução para o problema da mobilidade urbana

C O
Discutir e apresentar propostas para o problema da do local escolhido. Se preferir, o grupo escolherá um
exemplo de uma cidade do mundo na qual os órgãos

O V
mobilidade urbana, pelo qual passam muitas grandes
cidades do Brasil. públicos encontraram e adotaram uma solução para

C SI
tal problema. O grupo apresentará o seu trabalho aos
Áreas trabalhadas demais, fazendo uso de imagens e meios tecnológicos

O U
Geografia, Ciências Sociais e Língua Portuguesa possíveis e adequados.

N L
Justificativa Sugestões de itens

SI XC
Promover debates e levantar sugestões a respeito de – Criação de projetos de integração entre os meios de
questões enfrentadas pelas pessoas em suas cidades é transporte. Exemplo: ônibus, trem, metrô, bilhete
uma estratégia de reflexão e de interação com o mun-
EN O E único etc.;
do em que se vive e do qual os alunos fazem parte. – Mais investimento em transporte público de quali-
dade;
Material necessário – Incentivo ao setor de pesquisa e técnicas no emprego
D US

Computadores para material de consulta, além de ma- de soluções menos poluentes;


terial impresso, de acordo com a pesquisa realizada.
– Incentivo ao uso de transporte não motorizado,
Desenvolvimento como, bicicletas e construção de ciclovias;
A E

Mobilidade urbana é definida como o deslocamento – Restrição ao uso de veículos motorizados, rodízio,
taxas mais elevadas para quem usa automóveis etc.
E

de pessoas e de cargas nas regiões metropolitanas de


EM L D

forma motorizada ou não, seja por meio individual, a


partir do uso de automóvel, bicicleta, motocicleta, por
Conclusão
exemplo, seja de forma coletiva, em que as pessoas Realizar com os alunos um processo de autoavaliação
ST IA

transitam de ônibus, trem, metrô ou outros meios de com base nas seguintes perguntas.
transporte público. São muitos os problemas que a po- – O que você achou mais interessante nessa atividade?
SI ER

pulação das grandes cidades tem enfrentado no que – O que a realização desse trabalho o fez refletir sobre
se refere ao deslocamento: congestionamento, serviço o problema apresentado?
público de má qualidade no transporte, a inexistên- – O que esse trabalho o fez pensar sobre o futuro?
AT

cia de ciclovias como meio sustentável de mobilidade,


– O que você julga ter aprendido com essa atividade?
falta de recursos públicos na implantação de novas
tecnologias de transporte, além do impacto ambiental
M

causado pelo excesso de automóveis.

CO EF 08 INFI 02 1B LV 01 MI PR PI G1 G2 G3.indd 1 03/10/19 08:44


ANOTAÇÕES / /

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/ / ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES / /

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/ / ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES / /

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/ / ANOTAÇÕES

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