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Questão 1: IDECAN -
Projeto de Lei do governo retira dos Bombeiros competência para fiscalizar obras
1 MANAUS – Um Projeto de Lei do governo do estado do Amazonas, em tramitação na Assembleia
Legislativa (ALE), que estava 2 previsto para ser votado dia 7, retira do Corpo de Bombeiros Militar do
Amazonas a competência para realizar vistorias e emitir 3 laudos sobre os sistemas de incêndio de obras
e edificações até a emissão do Habite-se. Atualmente, o Corpo de Bombeiros emite 4 parecer sobre o
projeto básico da obra, atestando sua regularidade, e outro, no final do serviço, para comprovar se a
construtora 5 cumpriu o que estava previsto.
6 O Projeto de Lei altera a Lei 2.812, de 17 de julho de 2003, que institui o Sistema de Segurança contra
Incêndio e Pânico em 7 Edificações e Áreas de Risco. A mudança é feita em uma palavra no Parágrafo
3° do Artigo 3° da Lei. A redação atual estabelece 8 que “Os municípios se obrigam a autorizar o Corpo
de Bombeiros Militar a se pronunciar nos processos referentes às hipóteses de 9 que trata o caput do
artigo”. Na nova redação, a expressão “se pronunciar” é substituída por “fiscalizar”, ficando assim o
Parágrafo 10 3°: “Os municípios obrigam-se a autorizar o Corpo de Bombeiros Militar a fiscalizar os
sistemas e projetos referentes às hipóteses 11 de que trata o caput do artigo”.
12 Com a mudança, o Corpo de Bombeiros deixa de emitir parecer sobre os projetos e todo o processo
de construção das 13 edificações, uma vez que não há mais obrigação de “se pronunciar”, mas apenas
de fiscalizar. Tal fiscalização, no entanto, pode 14 ser feita a qualquer tempo.
15 A intenção, com a mudança, de acordo com o governo, é acelerar a emissão de vistorias e desafogar
a demanda do Corpo de 16 Bombeiros. O Projeto é defendido pelo Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia do Amazonas (CREA-AM) e pela Federação 17 das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM),
apesar de haver resistências do próprio Corpo de Bombeiros. Em reunião realizada 18 na manhã desta
terça-feira, na sala da presidência da ALE, o Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros em exercício,
coronel 19 Fernando Sérgio Austregésilo, posicionou-se contra a matéria e disse que a mudança não é a
solução.
20 Fernando Sérgio defende que sejam feitos investimentos no aparelhamento e efetivo do Corpo de
Bombeiros. “Como todo órgão 21 público, nós temos deficiência de atendimento porque a demanda é
maior que a oferta. Temos que investir em efetivo e 22 aparelhamento”, disse. A sugestão do Corpo de
Bombeiros é que a mudança atinja apenas pequenas empresas, mantendo a 23 exigência de vistoria no
projeto para empresas de médio e grande portes. A medida, segundo o coronel, reduziria os riscos à 24
população.
25 Antes de o Projeto de Lei chegar à ALE, o Corpo de Bombeiros já travava uma batalha com o CREA-
AM a respeito da vistoria 26 de obras.
30 A resposta não chegou e, no dia 6 de abril, um novo documento foi enviado pelo CREA-AM pedindo
as mesmas informações, 31 mas com tom ameaçador. A entidade dizia, no fim do documento, que caso
não fosse observado o prazo para a resposta, seria 32 lavrado um auto de infração, com base na Lei
5.195/1966.
Questão 2: IDECAN -
Projeto de Lei do governo retira dos Bombeiros competência para fiscalizar obras
1 MANAUS – Um Projeto de Lei do governo do estado do Amazonas, em tramitação na Assembleia
Legislativa (ALE), que estava 2 previsto para ser votado dia 7, retira do Corpo de Bombeiros Militar do
Amazonas a competência para realizar vistorias e emitir 3 laudos sobre os sistemas de incêndio de obras
e edificações até a emissão do Habite-se. Atualmente, o Corpo de Bombeiros emite 4 parecer sobre o
projeto básico da obra, atestando sua regularidade, e outro, no final do serviço, para comprovar se a
construtora 5 cumpriu o que estava previsto.
6 O Projeto de Lei altera a Lei 2.812, de 17 de julho de 2003, que institui o Sistema de Segurança contra
Incêndio e Pânico em 7 Edificações e Áreas de Risco. A mudança é feita em uma palavra no Parágrafo
3° do Artigo 3° da Lei. A redação atual estabelece 8 que “Os municípios se obrigam a autorizar o Corpo
de Bombeiros Militar a se pronunciar nos processos referentes às hipóteses de 9 que trata o caput do
artigo”. Na nova redação, a expressão “se pronunciar” é substituída por “fiscalizar”, ficando assim o
Parágrafo 10 3°: “Os municípios obrigam-se a autorizar o Corpo de Bombeiros Militar a fiscalizar os
sistemas e projetos referentes às hipóteses 11 de que trata o caput do artigo”.
12 Com a mudança, o Corpo de Bombeiros deixa de emitir parecer sobre os projetos e todo o processo
de construção das 13 edificações, uma vez que não há mais obrigação de “se pronunciar”, mas apenas
de fiscalizar. Tal fiscalização, no entanto, pode 14 ser feita a qualquer tempo.
15 A intenção, com a mudança, de acordo com o governo, é acelerar a emissão de vistorias e desafogar
a demanda do Corpo de 16 Bombeiros. O Projeto é defendido pelo Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia do Amazonas (CREA-AM) e pela Federação 17 das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM),
apesar de haver resistências do próprio Corpo de Bombeiros. Em reunião realizada 18 na manhã desta
terça-feira, na sala da presidência da ALE, o Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros em exercício,
coronel 19 Fernando Sérgio Austregésilo, posicionou-se contra a matéria e disse que a mudança não é a
solução.
20 Fernando Sérgio defende que sejam feitos investimentos no aparelhamento e efetivo do Corpo de
Bombeiros. “Como todo órgão 21 público, nós temos deficiência de atendimento porque a demanda é
maior que a oferta. Temos que investir em efetivo e 22 aparelhamento”, disse. A sugestão do Corpo de
Bombeiros é que a mudança atinja apenas pequenas empresas, mantendo a 23 exigência de vistoria no
projeto para empresas de médio e grande portes. A medida, segundo o coronel, reduziria os riscos à 24
população.
25 Antes de o Projeto de Lei chegar à ALE, o Corpo de Bombeiros já travava uma batalha com o CREA-
AM a respeito da vistoria 26 de obras.
30 A resposta não chegou e, no dia 6 de abril, um novo documento foi enviado pelo CREA-AM pedindo
as mesmas informações, 31 mas com tom ameaçador. A entidade dizia, no fim do documento, que caso
não fosse observado o prazo para a resposta, seria 32 lavrado um auto de infração, com base na Lei
5.195/1966.
Questão 3: IDECAN -
Projeto de Lei do governo retira dos Bombeiros competência para fiscalizar obras
1 MANAUS – Um Projeto de Lei do governo do estado do Amazonas, em tramitação na Assembleia
Legislativa (ALE), que estava 2 previsto para ser votado dia 7, retira do Corpo de Bombeiros Militar do
Amazonas a competência para realizar vistorias e emitir 3 laudos sobre os sistemas de incêndio de obras
e edificações até a emissão do Habite-se. Atualmente, o Corpo de Bombeiros emite 4 parecer sobre o
projeto básico da obra, atestando sua regularidade, e outro, no final do serviço, para comprovar se a
construtora 5 cumpriu o que estava previsto.
6 O Projeto de Lei altera a Lei 2.812, de 17 de julho de 2003, que institui o Sistema de Segurança contra
Incêndio e Pânico em 7 Edificações e Áreas de Risco. A mudança é feita em uma palavra no Parágrafo
3° do Artigo 3° da Lei. A redação atual estabelece 8 que “Os municípios se obrigam a autorizar o Corpo
de Bombeiros Militar a se pronunciar nos processos referentes às hipóteses de 9 que trata o caput do
artigo”. Na nova redação, a expressão “se pronunciar” é substituída por “fiscalizar”, ficando assim o
Parágrafo 10 3°: “Os municípios obrigam-se a autorizar o Corpo de Bombeiros Militar a fiscalizar os
sistemas e projetos referentes às hipóteses 11 de que trata o caput do artigo”.
12 Com a mudança, o Corpo de Bombeiros deixa de emitir parecer sobre os projetos e todo o processo
de construção das 13 edificações, uma vez que não há mais obrigação de “se pronunciar”, mas apenas
de fiscalizar. Tal fiscalização, no entanto, pode 14 ser feita a qualquer tempo.
15 A intenção, com a mudança, de acordo com o governo, é acelerar a emissão de vistorias e desafogar
a demanda do Corpo de 16 Bombeiros. O Projeto é defendido pelo Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia do Amazonas (CREA-AM) e pela Federação 17 das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM),
apesar de haver resistências do próprio Corpo de Bombeiros. Em reunião realizada 18 na manhã desta
terça-feira, na sala da presidência da ALE, o Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros em exercício,
coronel 19 Fernando Sérgio Austregésilo, posicionou-se contra a matéria e disse que a mudança não é a
solução.
20 Fernando Sérgio defende que sejam feitos investimentos no aparelhamento e efetivo do Corpo de
Bombeiros. “Como todo órgão 21 público, nós temos deficiência de atendimento porque a demanda é
maior que a oferta. Temos que investir em efetivo e 22 aparelhamento”, disse. A sugestão do Corpo de
Bombeiros é que a mudança atinja apenas pequenas empresas, mantendo a 23 exigência de vistoria no
projeto para empresas de médio e grande portes. A medida, segundo o coronel, reduziria os riscos à 24
população.
25 Antes de o Projeto de Lei chegar à ALE, o Corpo de Bombeiros já travava uma batalha com o CREA-
AM a respeito da vistoria 26 de obras.
30 A resposta não chegou e, no dia 6 de abril, um novo documento foi enviado pelo CREA-AM pedindo
as mesmas informações, 31 mas com tom ameaçador. A entidade dizia, no fim do documento, que caso
não fosse observado o prazo para a resposta, seria 32 lavrado um auto de infração, com base na Lei
5.195/1966.
TEXTO II
Nas ruas, na cidade e no parque Ninguém nunca prendeu o Delegado. O vaivém de rua em rua e sua longa
vida são relembrados e recontados. Exemplo de sobrevivência, liderança, inteligência canina, desde
pequenininho seu focinho negro e seus olhos delineados desenharam um mapa mental olfativo-visual de
Lavras. Corria de quem precisava correr e se aproximava de quem não lhe faria mal, distinguia este daquele.
Assim, tornou-se um cão comunitário. Nunca se soube por que escolheu a rua, talvez lhe tenham feito mal
dentro de quatro paredes. Idoso, teve câncer e desapareceu. O querido foi procurado pela cidade inteira por
duas protetoras, mas nunca encontrado.
COSTA, A. R. N. Viver o amor aos cães: Parque Francisco de Assis. Carmo do Cachoeira: Irdin, 2014 (adaptado).
Os dois textos abordam a temática de animais de rua, porém, em relação ao Texto I, o Texto II
a) problematiza a necessidade de adoção de animais sem lar.
b) valida a troca afetiva entre os pets adotados e seus donos.
c) reforça a importância da campanha de adoção de animais.
d) exalta a natureza amigável de cães e de gatos.
e) promove a campanha de adoção de animais.
Agora, o jogo está prestes a ganhar uma nova versão. A designer polonesa Zuzia Kozerska-Girard está
desenvolvendo uma variação do Guess Who? (nome do Cara a Cara em inglês), em que as personalidades
do tabuleiro são, na verdade, mulheres notáveis da história e da atualidade, como a artista Frida Kahlo, a
ativista Malala Yousafzai, a astronauta Valentina Tereshkova e a aviadora Amelia Earhart. O Who’s She?
(“Quem é ela?”, em português) traz, no total, 28 mulheres que representam diversas profissões, nacionalidades
e idades.
A ideia é que, em vez de perguntar sobre a aparência das personagens, as questões sejam direcionadas aos
feitos delas: ganhou algum Nobel, fez alguma descoberta? Para cada personagem há um cartão com fatos
divertidos e interessantes sobre sua vida. Uma campanha entrou no ar com o objetivo de arrecadar dinheiro
para desenvolver o Who’s She?. A meta inicial era reunir 17 mil dólares. Oito dias antes de a campanha acabar,
o projeto já angariou quase 350 mil dólares. A chegada do jogo à casa do comprador varia de acordo com a
quantia doada — quanto mais você doou, mais rápido vai poder jogar.
Para convencer o público-alvo sobre a necessidade de um trânsito mais seguro, essa peça publicitária
apela para o(a)
a) sentimento de culpa provocado no condutor causador de acidentes.
b) dano psicológico causado nas vítimas da violência nas estradas.
c) importância do monitoramento do trânsito pelas autoridades competentes.
d) necessidade de punição a motoristas alcoolizados envolvidos em acidentes.
e) sofrimento decorrente da perda de entes queridos em acidentes automobilísticos.
SILVA JR., M. G. Movidas pela dúvida. Minas faz Ciências, n. 52, dez.-fev. 2013 (adaptado).
Segundo os autores citados no texto, a expansão de possibilidades no campo das manifestações artísticas
promovida pela internet pode pôr em risco o(a)
Fui testemunha dessa mudança ao longo de toda a minha vida. Ao passo que, na realidade, é o contrário que
acontece. Cada nova técnica exige uma longa iniciação numa nova linguagem, ainda mais longa na medida
em que nosso espírito é formatado pela utilização das linguagens que precederam o nascimento da recém-
chegada.
ECO, U.; CARRIÈRE, J.-C. Não contem com o fim do livro. Rio de Janeiro: Record, 2010 (adaptado).
O texto revela que, quando a sociedade promove o desenvolvimento de uma nova técnica, o que mais
impacta seus usuários é a
a) dificuldade na apropriação da nova linguagem.
b) valorização da utilização da nova tecnologia.
c) recorrência das mudanças tecnológicas.
d) suplantação imediata dos conhecimentos prévios.
e) rapidez no aprendizado do manuseio das novas invenções.
— Me disseram...
— Disseram-me.
— Hein?
— O correto é “disseram-me”. Não “me disseram”.
— Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é “digo-te”?
— O quê?
— Digo-te que você...
— O “te” e o “você” não combinam.
— Lhe digo?
— Também não. O que você ia me dizer?
— Que você está sendo grosseiro, pedante e
chato. [...]
— Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me.
Falo como bem entender. Mais uma correção e eu...
— O quê?
— O mato.
— Que mato?
VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (adaptado).
Nesse texto, o uso da norma-padrão defendido por um dos personagens torna-se inadequado em razão
do(a)
a) falta de compreensão causada pelo choque entre gerações.
b) contexto de comunicação em que a conversa se dá.
c) grau de polidez distinto entre os interlocutores.
d) diferença de escolaridade entre os falantes.
e) nível social dos participantes da situação.
SILVA, F. A. B.; ZIVIANE, P.; GHEZZI, D. R. As tecnologias digitais e seus usos. Brasília; Rio de Janeiro: Ipea, 2019 (adaptado).
Ao analisarem a correlação entre os hábitos e o perfil socioeconômico dos usuários da internet no Brasil,
os pesquisadores
a) apontam o desenvolvimento econômico como solução para ampliar o uso da rede.
b) questionam a crença de que o acesso à informação é igualitário e democrático.
c) afirmam que o uso comercial da rede é a causa da exclusão de minorias.
d) refutam o vínculo entre níveis de escolaridade e dificuldade de acesso.
e) condicionam a expansão da rede à elaboração de políticas inclusivas.
TEXTO II
As expressões coloquiais ainda estão impregnadas de discriminação contra os negros. Basta recordar algumas
delas, como passar um “dia negro”, ter um “lado negro”, ser a “ovelha negra” da família ou praticar “magia
negra”.
Considerando-se a função social dos posts, essa imagem evidencia a apropriação de outro gênero com o
objetivo de
a) promover o uso adequado de campanhas publicitárias do governo.
b) divulgar o projeto sobre transparência da administração pública.
c) responsabilizar o cidadão pelo controle dos gastos públicos.
d) delegar a gestão de projetos de lei ao contribuinte.
e) assegurar a fiscalização dos gastos públicos.
Ela era linda. Gostava de dançar, fazia teatro em São Paulo e sonhava ser atriz em Hollywood. Tinha 13 anos
quando ganhou uma câmera de vídeo — e uma irmã. As duas se tornaram suas companheiras de
experimentações. Adolescente, Elena vivia a criar filminhos e se empenhava em dirigir a pequena Petra nas
cenas que inventava. Era exigente com a irmã. E acreditava
no potencial da menina para satisfazer seus arroubos de diretora precoce. Por cinco anos, integrou algumas
das melhores companhias paulistanas de teatro e participou de preleções para filmes e trabalhos na TV. Nunca
foi chamada. No início de 1990, Elena tinha 20 anos quando se mudou para Nova York para cursar artes
cênicas e batalhar uma chance no mercado americano. Deslocada, ansiosa, frustrada após alguns testes de
elenco malsucedidos, decepcionada com a ausência de reconhecimento e vitimada por uma depressão que
se agravava com a falta de perspectivas, Elena pôs fim à vida no segundo semestre. Petra tinha 7 anos. Vinte
anos depois, é ela, a irmã caçula, que volta a Nova York para percorrer os últimos passos da irmã, vasculhar
seus arquivos e transformar suas memórias em imagem e poesia.
Elena é um filme sobre a irmã que parte e sobre a irmã que fica. É um filme sobre a busca, a perda, a saudade,
mas também sobre o encontro, o legado, a memória. Um filme sobre a Elena de Petra e sobre a Petra de
Elena, sobre o que ficou de uma na outra e, essencialmente, um filme sobre a delicadeza.
FALCÃO, A. Pequeno dicionário de palavras ao vento. São Paulo: Salamandra, 2013 (adaptado).
Esse texto, que simula um verbete para a palavra “palavra’’, constitui-se como um poema porque
a) tematiza o fazer poético, como em “Os poetas classificam as palavras pela alma”.
b) utiliza o recurso expressivo da metáfora, como em “As palavras têm corpo e alma”.
c) valoriza a gramática da língua, como em “substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, conjunção”.
d) estabelece comparações, como em “As palavras têm corpo e alma, mas são diferentes das pessoas”.
e) apresenta informações pertinentes acerca do conceito de “palavra”, como em “As gramáticas
classificam as palavras”.
esporte ou atividades físicas. Observou-se uma relação direta entre escolaridade e renda na realização de
esportes ou atividades físicas. Enquanto 17,3% das pessoas que não tinham instrução realizavam diversas
práticas corporais, esse percentual chegava a 56,7% das pessoas com superior completo. Entre as pessoas
que têm práticas de esporte e atividade física regulares, o percentual de praticantes ia de 31,1%, na classe
sem rendimento, a 65,2%, na classe de cinco salários mínimos ou mais. A falta de tempo foi mais declarada
pela população adulta, com destaque entre as pessoas de 25 a 39 anos. Entre os adolescentes de 15 a 17
anos, o principal motivo foi não gostarem ou não quererem. Já o principal motivo para praticar esporte,
declarado por 11,2 milhões de pessoas, foi relaxar ou se divertir, seguido de melhorar a qualidade de vida ou
o bem-estar. A falta de instalação esportiva acessível ou nas proximidades foi um motivo pouco citado,
demonstrando que a não prática estaria menos associada à infraestrutura disponível.
mas por que também não fazer um esporte de aventura? Por que o homem pode se machucar, cair de joelhos,
e a menina tem que estar sempre lindinha dentro de um padrão? Acabamos limitando os talentos das pessoas”,
afirmou a jornalista, sobre a prática do skate por mulheres.
Para aprender a língua de seu povo, o professor Txaywa Pataxó, de 29 anos, precisou estudar os fatores que,
por diversas vezes, quase provocaram a extinção da língua patxôhã. Mergulhou na história do Brasil e
descobriu fatos violentos que dispersaram os pataxós, forçados a abandonar a própria língua para escapar da
perseguição. “Os pataxós se espalharam, principalmente, depois do Fogo de 1951. Queimaram tudo e
expulsaram a gente das nossas terras. Isso constrange o nosso povo até hoje”, conta Txaywa, estudante da
Universidade Federal de Minas Gerais e professor na aldeia Barra Velha, região de Porto Seguro (BA). Mais
de quatro décadas depois, membros da etnia retornaram ao antigo local e iniciaram um movimento de
recuperação da língua patxôhã. Os filhos de Sameary Pataxó já são fluentes — e ela, que se mudou quando
já era adulta para a aldeia, tenta aprender um pouco com eles. “É a nossa identidade. Você diz quem você é
por meio da sua língua”, afirma a professora de ensino fundamental sobre a importância de restaurar a língua
dos pataxós. O patxôhã está entre as línguas indígenas faladas no Brasil: o IBGE estimou 274 línguas no
último censo. A publicação Povos indígenas no Brasil 2011/2016, do Instituto Socioambiental, calcula 160.
Antes da chegada dos portugueses, elas totalizavam mais de mil.
Ela é uma doença grave, transmitida pela picada do mosquito-palha, e afeta tanto os seres humanos quanto
os cachorros: a leishmaniose. Por ser um problema de saúde pública, a doença pode ganhar uma ação
preventiva importante, caso um projeto de lei seja aprovado na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH).
Diante do alto número de casos da doença na Grande BH, a Comissão de Saúde e Saneamento da CMBH
aprovou a proposta de realização de campanhas públicas de vacinação gratuita de cães contra a leishmaniose,
tema do PL 404/17, apreciado pelo colegiado em reunião ordinária, no dia 6 de dezembro.
— [...] Na terça desliguei-me do grupo e caí no mar alto da depravação, só, com uma roupa leve por cima da
pele e todos os maus instintos fustigados. De resto a cidade inteira estava assim. É o momento em que por
trás das máscaras as meninas confessam paixões aos rapazes, é o instante em que as ligações mais secretas
transparecem, em que a virgindade é dúbia, e todos nós a achamos inútil, a honra uma caceteação, o bom
senso uma fadiga. Nesse momento tudo é possível, os maiores absurdos, os maiores crimes; nesse momento
há um riso que galvaniza os sentidos e o beijo se desata naturalmente.
Eu estava trepidante, com uma ânsia de acanalhar-me, quase mórbida. Nada de raparigas do galarim
perfumadas e por demais conhecidas, nada do contato familiar, mas o deboche anônimo, o deboche ritual de
chegar, pegar, acabar, continuar. Era ignóbil. Felizmente muita gente sofre do mesmo mal no carnaval.
util a patria e ao país. Pensei: se ele sabe disto, porque não faz um relatorio e envia para os politicos? O senhor
Janio Quadros, o Kubstchek e o Dr. Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira.
Não posso resolver nem as minhas dificuldades.
... O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome tambem é professora. Quem passa
fome aprende a pensar no próximo, e nas crianças.
JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014.
A partir da intimação recebida pelo filho de 9 anos, a autora faz uma reflexão em que transparece a
a) lição de vida comunicada pelo tenente.
b) predisposição materna para se emocionar.
c) atividade política marcante da comunidade.
d) resposta irônica ante o discurso da autoridade.
e) necessidade de revelar seus anseios mais íntimos.
Vanda trabalhou lá até os quinze anos, quando recebeu a carta de uma prima com uma nota de cem cruzeiros,
saiu de casa com a roupa do corpo e fugiu num ônibus para São Paulo.
Todas as vezes que eu e minha irmã a importunávamos com nossas demandas de criança mimada, ela nos
contava histórias da infância de gata-borralheira, fazia-nos apertar seu nariz quebrado por uma das filhas da
“patroa” com um rolo de amassar pão e nos expulsava da cozinha: “Sai pra lá, peste, e me deixa acabar essa
janta”.
TEXTO II
O termo ready-made foi criado por Marcel Duchamp (1887-1968) para designar um tipo de objeto, por ele
inventado, que consiste em um ou mais artigos de uso cotidiano, produzidos em massa, selecionados sem
critérios estéticos e expostos como obras de arte em espaços especializados (museus e galerias). Seu primeiro
ready-made, de 1912, é uma roda de bicicleta montada sobre um banquinho (Roda de bicicleta). Ao
transformar qualquer objeto em obra de arte, o artista realiza uma crítica radical ao sistema da arte.
Livros já venderam mais em 2021 do que em todo o ano passado, mostra pesquisa
A venda de livros em 2021 já superou todo o acumulado do ano passado em apenas dez meses, mostrando
que o mercado editorial vive um momento promissor. Foram vendidos 43,9 milhões de livros este ano,
quando em todo o ano de 2020 se comercializaram 41 ,9 milhões de exemplares: o crescimento foi de
33% em quantidade de livros e de 31 % em faturamento.
Vale lembrar que, se o início da quarentena representou um baque forte para o mercado editorial, ele
se recuperou em poucos meses e terminou o ano passado com um resultado favorável. Editores têm
apontado que a pandemia estimulou a leitura, restando como uma possibilidade de lazer ainda acessível
durante o período de quarentena.
A política de descontos agressiva das plataformas online também ajudou a aumentar as vendas. Quem
ainda sofre são as livrarias físicas, ameaçadas pela competição com gigantes virtuais que são capazes
de praticar preços mais baixos. O setor tem, por motivos como esse, voltado a se aglutinar em torno da
ideia de uma lei que estabeleça preço fixo para livros recém-lançados.
Texto 01
Livros já venderam mais em 2021 do que em todo o ano passado, mostra pesquisa
A venda de livros em 2021 já superou todo o acumulado do ano passado em apenas dez meses, mostrando
que o mercado editorial vive um momento promissor. Foram vendidos 43,9 milhões de livros este ano,
quando em todo o ano de 2020 se comercializaram 41 ,9 milhões de exemplares: o crescimento foi de
33% em quantidade de livros e de 31 % em faturamento.
Vale lembrar que, se o início da quarentena representou um baque forte para o mercado editorial, ele
se recuperou em poucos meses e terminou o ano passado com um resultado favorável. Editores têm
apontado que a pandemia estimulou a leitura, restando como uma possibilidade de lazer ainda acessível
durante o período de quarentena.
A política de descontos agressiva das plataformas online também ajudou a aumentar as vendas. Quem
ainda sofre são as livrarias físicas, ameaçadas pela competição com gigantes virtuais que são capazes
de praticar preços mais baixos. O setor tem, por motivos como esse, voltado a se aglutinar em torno da
ideia de uma lei que estabeleça preço fixo para livros recém-lançados.
Texto 02
Foi-se embora a Livraria São José, sebo mais antigo do Rio de Janeiro, fundado há 85 anos - e todo
mundo acha normal. Ora, tudo não está morrendo ao nosso redor? Por que livrarias, logo elas, iriam
escapar à destruição que atinge o país inteiro? É a vida - ou a morte - que segue.
Em sua fase espetacular - entre as décadas de 40 e 60 - , a São José chegou a ter três lojas e estoque
de 100 mil livros. Tornou-se editora e promoveu tardes de autógrafos. A primeira foi um luxo: "Itinerário
de Pasárgada", de Manuel Bandeira, em 1954. Eram concorrid íssimas - não se sabe se pelos autores ou
se pelas "madrinhas" deles, beldades como Tônia Carrero e Odette Lara.
Não "essenciais", as livrarias cariocas estão fechadas para cumprir o recesso sanitário. É um setor do
comércio que, com a pandemia, recorreu sobretudo à atividade online. Melhor do que ninguém a
Amazon sabe disso e se aproveita para complicar ainda mais a vida de livreiros e editores. Em recente
e-mail, agigante norte-americana pediu descontos maiores e aumento na cobrança de taxas de
marketing.
Na arte do oportunismo, a Amazon é o carcará de João do Vale na seca do sertão: pega, mata e come 2.
Nesse texto, o autor analisa um dos assuntos também tratado no texto anterior, destacando
a) a falta de ações governamentais de contenção à rápida disseminação do vírus responsável pela
pandemia.
b) a escassez de opções de lazer para uma população cuja pandemia obriga a permanecer encerrada
em suas casas.
c) a forma como o comércio online indiretamente alavancou as vendas de livros, beneficiando
sobretudo as lojas físicas.
d) as vantagens do comércio online frente ao hábito primitivo e dispendioso de procurar objetos em
lojas físicas.
e) o papel decisivo de uma das grandes empresas de vendas online para a ruína do comércio físico
tradicional.
Foi-se embora a Livraria São José, sebo mais antigo do Rio de Janeiro, fundado há 85 anos - e todo
mundo acha normal. Ora, tudo não está morrendo ao nosso redor? Por que livrarias, logo elas, iriam
escapar à destruição que atinge o país inteiro? É a vida - ou a morte - que segue.
Em sua fase espetacular - entre as décadas de 40 e 60 - , a São José chegou a ter três lojas e estoque
de 100 mil livros. Tornou-se editora e promoveu tardes de autógrafos. A primeira foi um luxo: "Itinerário
de Pasárgada", de Manuel Bandeira, em 1954. Eram concorridíssimas - não se sabe se pelos autores ou
se pelas "madrinhas" deles, beldades como Tônia Carrero e Odette Lara.
Não "essenciais", as livrarias cariocas estão fechadas para cumprir o recesso sanitário. É um setor do
comércio que, com a pandemia, recorreu sobretudo à atividade online. Melhor do que ninguém a
Amazon sabe disso e se aproveita para complicar ainda mais a vida de livreiros e editores. Em recente
e-mail, agigante norte-americana pediu descontos maiores e aumento na cobrança de taxas de
marketing.
Na arte do oportunismo, a Amazon é o carcará de João do Vale na seca do sertão: pega, mata e come2.
Conforme o autor, a Livraria São José, sebo mais antigo do Rio de Janeiro,
a) simboliza a resistência da cultura, ao se manter ativa enquanto outros setores são severamente
prejudicados pela pandemia.
b) deve sua ruína a sucessivos eventos extravagantes, sem relação com a literatura, cujo único fim era
o de atrair frequentadores ilustres.
c) erra ao recusar-se a fechar suas portas para obedecer às medidas sanitárias de contenção da
pandemia impostas pelo poder público.
d) foi por muitos anos um local privilegiado de difusão cultural, o que não impediu que sucumbisse ao
oportunismo do comércio online.
e) constitui a amostra viva da incapacidade do comércio brasileiro de sair da condição de atraso e
inserir-se na realidade do mundo atual.
Penso que Michel Serres seja a mente filosófica mais aguda na França de hoje e, como todo bom filósofo,
é capaz de dedicar-se também à reflexão sobre a atualidade. Uso despudoradamente (à exceção de
alguns comentários pessoais) um belíssimo artigo de Serres publicado em março de 2010 que recorda
coisas que, para os leitores mais jovens, dizem respeito aos filhos e, para nós, mais velhos, aos netos.
Só para começar, estes filhos ou netos nunca viram um porco, uma vaca, uma galinha. Os novos seres
humanos não estão mais habituados a viver na natureza, e só conhecem as cidades. Trata-se de uma
das maiores revoluções antropológicas depois do neolítico' .
Há mais de sessenta anos, os jovens europeus não conhecem guerras, beneficiam-se de uma medicina
avançada e não sofrem como sofreram seus antepassados. Então, que obras literárias poderão apreciar,
visto que não conheceram a vida rústica, as colheitas, os monumentos aos caídos, as bandeiras
dilaceradas pelas balas inimigas, a urgência vital de uma moral?
Foram formados por meios de comunicação concebidos por adultos que reduziram a sete segundos o
tempo de permanência de uma imagem e a quinze segundos o tempo de resposta às perguntas. São
educados pela publicidade que exagera nas abreviações e nas palavras estrangeiras e faz com que
percam o senso da língua materna. A escola não é mais o local da aprendizagem e, habituados aos
computadores, esses jovens vivem boa parte da sua vida no virtual. Nós vivíamos num espaço métrico
perceptível, e eles vivem num espaço irreal onde vizinhanças e distâncias não fazem mais a menor
diferença.
Não vou me deter nas reflexões de Serres acerca das possibilidades de administrar as novas exigências
da educação. Em todo caso, sua panorâmica nos fala de um período semelhante, pela subversão total,
ao da invenção da escrita e, séculos depois, da imprensa. Só que estas novas técnicas hodiernas mudam
em grande velocidade. Por que não estávamos preparados para esta transformação?
Serres conclui que talvez a culpa seja também dos filósofos, que, por profissão, deveriam prever as
mudanças dos saberes e das práticas e não o fizeram de maneira suficiente porque, "empenhados na
política de todo dia, não viram chegar a contemporaneidade". Não sei se Serres tem toda razão, mas
alguma ele tem.
' Última divisão da Idade da Pedra, caracterizada pelo desenvolvimento da agricultura e a domesticação de animais.
(Umberto Eco. Pape Satàn aleppe: crônicas de uma sociedade liquida. 2 ed. - Rio de Janeiro: Record, 2017. Excerto adaptado)
Penso que Michel Serres seja a mente filosófica mais aguda na França de hoje e, como todo bom filósofo,
é capaz de dedicar-se também à reflexão sobre a atualidade. Uso despudoradamente (à exceção de
alguns comentários pessoais) um belíssimo artigo de Serres publicado em março de 2010 que recorda
coisas que, para os leitores mais jovens, dizem respeito aos filhos e, para nós, mais velhos, aos netos.
Só para começar, estes filhos ou netos nunca viram um porco, uma vaca, uma galinha. Os novos seres
humanos não estão mais habituados a viver na natureza, e só conhecem as cidades. Trata-se de uma
das maiores revoluções antropológicas depois do neolítico' .
Há mais de sessenta anos, os jovens europeus não conhecem guerras, beneficiam-se de uma medicina
avançada e não sofrem como sofreram seus antepassados. Então, que obras literárias poderão apreciar,
visto que não conheceram a vida rústica, as colheitas, os monumentos aos caídos, as bandeiras
dilaceradas pelas balas inimigas, a urgência vital de uma moral?
Foram formados por meios de comunicação concebidos por adultos que reduziram a sete segundos o
tempo de permanência de uma imagem e a quinze segundos o tempo de resposta às perguntas. São
educados pela publicidade que exagera nas abreviações e nas palavras estrangeiras e faz com que
percam o senso da língua materna. A escola não é mais o local da aprendizagem e, habituados aos
computadores, esses jovens vivem boa parte da sua vida no virtual. Nós vivíamos num espaço métrico
perceptível, e eles vivem num espaço irreal onde vizinhanças e distâncias não fazem mais a menor
diferença.
Não vou me deter nas reflexões de Serres acerca das possibilidades de administrar as novas exigências
da educação. Em todo caso, sua panorâmica nos fala de um período semelhante, pela subversão total,
ao da invenção da escrita e, séculos depois, da imprensa. Só que estas novas técnicas hodiernas mudam
em grande velocidade. Por que não estávamos preparados para esta transformação?
Serres conclui que talvez a culpa seja também dos filósofos, que, por profissão, deveriam prever as
mudanças dos saberes e das práticas e não o fizeram de maneira suficiente porque, "empenhados na
política de todo dia, não viram chegar a contemporaneidade". Não sei se Serres tem toda razão, mas
alguma ele tem.
' Última divisão da Idade da Pedra, caracterizada pelo desenvolvimento da agricultura e a domesticação de animais.
(Umberto Eco. Pape Satàn aleppe: crônicas de uma sociedade liquida. 2 ed. - Rio de Janeiro: Record, 2017. Excerto adaptado)
b) optarem por uma formação mediada pelas tecnologias, ela lhes propicia experiências do mesmo
nível das que tinham as gerações anteriores.
c) beneficiados pela paz e pelos avanços científicos, têm a formação prejudicada por se valerem de
meios que os privam de vivenciar a realidade.
d) relativamente adaptados às experiências do mundo virtual, ainda não estão de fato preparados para
usar o atual potencial tecnológico.
e) serem criticados por terem uma relação muito estreita com os computadores, tiram enorme
benefício dessa relação no que respeita à aprendizagem.
Questão 31: FADESP - Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.
Música! “Sem ela a vida seria um erro” (Friedrich Nietzsche). “Depois do silêncio, é o que mais se
aproxima de expressar o inexprimível” (Aldous Huxley). “A música exprime a mais alta filosofia numa
linguagem que a razão não compreende” (Arthur Schopenhauer). “É a arte mais perfeita: nunca revela
o seu último segredo” (Oscar Wilde). “A música é o verbo do futuro. É o barulho que pensa” (Victor
Hugo). “É capaz de reproduzir, em sua forma real, a dor que dilacera a alma e o sorriso que inebria”
(Beethoven). “Onde há música não pode haver coisa má” (Miguel de Cervantes). “A música pode ser o
exemplo único do que poderia ter sido – se não tivesse havido a invenção da linguagem, a formação das
palavras, a análise das ideias – a comunicação das almas” (Marcel Proust).
Carolina, de 1 ano e meio, não tem tamanho para compreender a contribuição do avô, Pacífico
Mascarenhas, para a música mineira. Mas já faz um ano que frequenta o curso de educação musical para
bebês oferecido pelo Núcleo Villa-Lobos. Segundo a mãe, Ana Cristina Schu Mascarenhas, de 35, a outra
filha, Valentina, hoje com 3 anos, também é estimulada desde os primeiros meses de vida. “Elas
convivem com música desde que nasceram. Carolina ama a aula, e participa de tudo. Às vezes percebo
uma mudança no comportamento mesmo antes da professora começar. Ela adora bater no piano, já
sabe soprar a flauta. Acho muito importante essa estimulação”, comenta a produtora de eventos que
procurou o curso ao saber de sua contribuição para o desenvolvimento infantil. Alguém duvida?
[...]
Por Carolina Cotta
Disponível em https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2014/03/30/noticias-saude,192685/musica-provoca-boas-sensacoes-
controla-o-emocional-e-melhora-a-atenca.shtml
Acessado em 8 de janeiro de 2020
Texto adaptado
Questão 32: FADESP - Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.
Música! “Sem ela a vida seria um erro” (Friedrich Nietzsche). “Depois do silêncio, é o que mais se
aproxima de expressar o inexprimível” (Aldous Huxley). “A música exprime a mais alta filosofia numa
linguagem que a razão não compreende” (Arthur Schopenhauer). “É a arte mais perfeita: nunca revela
o seu último segredo” (Oscar Wilde). “A música é o verbo do futuro. É o barulho que pensa” (Victor
Hugo). “É capaz de reproduzir, em sua forma real, a dor que dilacera a alma e o sorriso que inebria”
(Beethoven). “Onde há música não pode haver coisa má” (Miguel de Cervantes). “A música pode ser o
exemplo único do que poderia ter sido – se não tivesse havido a invenção da linguagem, a formação das
palavras, a análise das ideias – a comunicação das almas” (Marcel Proust).
Carolina, de 1 ano e meio, não tem tamanho para compreender a contribuição do avô, Pacífico
Mascarenhas, para a música mineira. Mas já faz um ano que frequenta o curso de educação musical para
bebês oferecido pelo Núcleo Villa-Lobos. Segundo a mãe, Ana Cristina Schu Mascarenhas, de 35, a outra
filha, Valentina, hoje com 3 anos, também é estimulada desde os primeiros meses de vida. “Elas
convivem com música desde que nasceram. Carolina ama a aula, e participa de tudo. Às vezes percebo
uma mudança no comportamento mesmo antes da professora começar. Ela adora bater no piano, já
sabe soprar a flauta. Acho muito importante essa estimulação”, comenta a produtora de eventos que
procurou o curso ao saber de sua contribuição para o desenvolvimento infantil. Alguém duvida?
[...]
Por Carolina Cotta
Disponível em https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2014/03/30/noticias-saude,192685/musica-provoca-boas-sensacoes-
controla-o-emocional-e-melhora-a-atenca.shtml
Acessado em 8 de janeiro de 2020
Texto adaptado
“Um homem acusado de tentativa de feminicídio foi preso, neste sábado (13/11), por policiais civis da
48ª DP (Seropédica). O acusado já possuía dois registros de agressões contra a vítima. De acordo com
agentes, no dia 06 de novembro, ele voltou a agredir a companheira e tentou matá-la.
O criminoso foi encaminhado para o sistema prisional, onde ficará à disposição da Justiça.”
Questão 35: FGV - Um casal pretendia assistir a determinado filme, mas, à porta do cinema, para sua
surpresa, havia uma fila incomensurável de pessoas nos guichês. Diante disso, o marido declarou:
Questão 36: FGV - Um cliente de um restaurante estuda o cardápio e pede explicações sobre a “sopa
de ninhos de andorinha”; o garçom explica que se trata de andorinhas marinhas e que a sopa é feita
com as algas que a ave recolhe no mar e deposita no ninho. O cliente comenta:
– Ainda bem!
“Acompanhe nossa programação! Falamos de coração para coração, para os que possuem sentimentos
e têm cérebro!”
Biscoitos Vó Mecias
Tradicional sabor mineiro
Estrelinha de castanha
Questão 41: FGV - São famosas no Brasil as frases que os caminhoneiros escrevem nos para-choques
ligadas à sua atividade.
Questão 42: FGV - A cultura humana foi preservando sabedoria nas frases denominadas provérbios; o
provérbio africano abaixo que recomenda prudência aos leitores é:
a) O silêncio é uma cerca em torno do conhecimento;
b) Quando dois elefantes brigam, quem sofre é a grama;
c) A sorte não é como a roupa que se veste e despe;
d) Não saiba seu sócio de ti mais do que sabes dele;
e) Papagaio velho não aprende a falar.
Questão 43: FGV - Uma escritora francesa, falando da felicidade, afirmou que: “A felicidade é uma
bola atrás da qual corremos enquanto rola e que chutamos logo que para”.
“O Conselho Holandês de Saúde explica que os açúcares da fruta no suco de laranja são absorvidos pelo
corpo muito rapidamente porque eles entram no corpo em forma líquida. Porque eles entram no corpo
tão rápido em uma quantidade tão alta, o corpo converte facilmente este açúcar em gordura. Um copo
de suco de laranja contém tanto açúcar quanto um copo de refrigerante. Isso significa que você pode
ganhar peso rapidamente, e pessoas com mais gordura corporal terão maior chance de ter diabetes.
Tudo a partir de um copo de suco de laranja!”
Questão 45: FGV - Numa noite friorenta, um casal recebe um casal de amigos para jantar; sentam-se
inicialmente na sala de visitas, onde as janelas estão abertas e a mulher recém-chegada diz: “Os jornais
dizem que hoje vai ser a noite mais fria do ano!”
Nesse caso, a frase tem uma função manifesta e uma função real, que correspondem, respectivamente,
a:
a) uma informação e um pedido;
b) uma declaração e uma ordem;
c) uma manifestação afetiva e uma informação;
d) uma constatação e uma explicação;
e) uma explicação e uma solicitação.
Questão 46: FGV - Todas as frases abaixo têm valor informativo; a opção em que foi proposta uma
modificação de modo a tornar a frase menos objetiva é:
a) Decidimos modificar esta lei / Decidiu-se modificar a lei;
b) Os produtores de vinho vendem o produto mais caro este ano / O vinho é vendido mais caro este
ano;
c) O colégio recusou a matrícula de meu filho / Recusaram a matrícula do meu filho;
d) Nossa editora só considerará as demandas de autores portadores de diplomas universitários / Só
serão consideradas as demandas de autores portadores de diplomas universitários;
e) Consertou-se o carro dele e o conserto foi caro / O conserto do carro dele foi caro.
Questão 47: Um cartaz de um loteamento dizia: “Se você adquirir um lote de terreno no Campus
Inconfidência, você vai ter como vizinhos as pessoas mais ricas e importantes da cidade! Você pode!”
Questão 48: FGV - A frase abaixo que, ao contrário das demais, só traz dados objetivos, sem a
participação do enunciador, é:
a) O desempenho do time ontem foi excepcional;
b) É pena que tenha chovido tanto no final de semana;
c) Segundo o que eu penso, esse médico é um enganador;
d) Você não passa de um charlatão vulgar;
e) João acertou na loteria e está feliz com isso.
“A corrida sempre esteve muito presente na minha vida, mas no começo dessa pandemia fui forçado a
parar de fazer o que amo. Quando meu médico me liberou para praticar novamente, isolado, senti um
desconforto no joelho e fui forçado a dar uma pausa… Não pude acreditar que isso estava acontecendo
comigo, não podia aceitar que nunca mais ia praticar o esporte da minha vida. Eu pesquisei em tudo
que podia, tentei tomar remédio para dor e até mesmo voltei ao meu médico. Mas só depois de tanto
pesquisar, pude achar um blog onde um cara passou pela mesma coisa que eu, e a única coisa que
ajudou ele a resolver a dor foi a joelheira Ultra K.”
“A Instituição Policial brasileira, segundo documentação existente no Museu Nacional do Rio de Janeiro,
data de 1530, quando da chegada de Martim Afonso de Sousa enviado ao Brasil-Colônia por D. João III.
A pesquisa histórica revela que, no dia 20 de novembro de 1530, a Polícia brasileira iniciava as suas
ações, promovendo justiça e organizando os serviços de ordem pública, como melhor entendesse, nas
terras conquistadas do Brasil. A partir de então a Instituição Policial brasileira passou por seguidas
reformulações nos anos de 1534, 1538, 1557, 1565, 1566, 1603, e, assim, sucessivamente. Somente em
1808, com a chegada do príncipe Dom João ao Brasil, a polícia começou a ser estruturada, comandada
por um delegado e composta por escrivães e agentes.
Na época, uma das principais funções desta organização era se prevenir de espiões europeus e fiscalizar
embarcações. A polícia, então, também começou a ser chamada de Civil, como uma forma de
diferenciá-la de outras formas de policiamento, por seu caráter investigativo.”
O texto acima mostra seguidamente a preocupação com a precisão informativa; a marca destacada que
corresponde a uma outra preocupação, que não a de precisão, é:
a) a fonte segura das informações: “A Instituição Policial brasileira, segundo documentação existente
no Museu Nacional do Rio de Janeiro, data de 1530”;
b) a datação precisa: “A partir de então a Instituição Policial brasileira passou por seguidas
reformulações nos anos de 1534, 1538, 1557, 1565, 1566, 1603, e, assim, sucessivamente”;
c) a finalidade histórica: “Na época, uma das principais funções desta organização era se prevenir de
espiões europeus e fiscalizar embarcações”;
d) a base informativa de credibilidade: “A pesquisa histórica revela que, no dia 20 de novembro de
1530, a Polícia brasileira iniciava as suas ações”;
e) a preocupação terminológica: “A polícia, então, também começou a ser chamada de Civil, como
uma forma de diferenciá-la de outras formas de policiamento, por seu caráter investigativo”.
Com a chegada da temporada de verão, a Polícia Militar contará com o reforço de efetivo em Balneário
Camboriú, buscando manter os indicadores dos crimes violentos em queda. No ano de 2019 ocorreram
13 homicídios. Já no ano passado, este número foi reduzido para 10.
Diante a intensificação das ações policiais, o 12º Batalhão de Polícia Militar conseguiu alcançar em 2021,
até o dia de hoje, a impressionante marca de apenas 6 homicídios dolosos. Isto significa uma redução
de 40% no triênio, e se comparado ao ano de 2019, a redução ultrapassaria a 50%.
O reforço de efetivo em Balneário Camboriú busca manter os indicadores dos crimes violentos em queda,
visando a manutenção da qualidade de vida da cidade, que é referência tanto no âmbito estadual, como
nacional.
O termo destacado que marca uma interferência do redator da notícia no conteúdo veiculado no texto
3 é:
a) Com a chegada da temporada de verão, a Polícia Militar contará com o reforço de efetivo em
Balneário Camboriú, buscando manter os indicadores dos crimes violentos em queda;
b) No ano de 2019 ocorreram 13 homicídios. Já no ano passado, este número foi reduzido para 10;
c) Diante a intensificação das ações policiais, o 12º Batalhão de Polícia Militar conseguiu alcançar em
2021, até o dia de hoje, a impressionante marca de apenas 6 homicídios dolosos;
d) Isto significa uma redução de 40% no triênio, e se comparado ao ano de 2019, a redução ultrapassaria
a 50%;
e) ...visando a manutenção da qualidade de vida da cidade, que é referência tanto no âmbito estadual,
como nacional.
Questão 52: FGV - “A questão é saber se essa adaptação cinematográfica mostra qualidades estéticas;
meu parecer sobre esse tema é que esse filme marcará a história do cinema”.
No texto acima, há a manifestação de uma opinião por parte do enunciador; indique a estratégia
empregada na manifestação dessa opinião:
a) apresentação de uma opinião própria, mas revestindo-a de uma aparência geral;
b) declaração de uma opinião alheia, confrontando-a com outro ponto de vista;
c) confrontação de diversas opiniões, mesmo que algumas estejam implícitas;
d) indicação de uma opinião própria, reivindicando claramente a paternidade da ideia;
e) comentário de uma opinião apresentada como própria.
“Os defensores do meio ambiente discordam de muitas frases ditas como verdades absolutas: ‘Mais vale
um pássaro na mão que dois voando’ ou ‘Quem não tem cão caça com gato’ recebem sugestões de
mudanças para ‘Mais vale um pássaro voando que dois na mão’ ou ‘Não se deve caçar com cão nem com
gato’.”
Questão 54: FGV - Um dicionário nos informa o seguinte sobre o vocábulo necropsia: “Exame minucioso
que, sendo realizado por um especialista, é feito no corpo de uma pessoa morta, buscando encontrar o
momento e a causa de sua morte; exame médico realizado num cadáver; autópsia.”
Questão 55: FGV - O Detran/MG publica o seguinte texto: “O laudo de necropsia é um documento
elaborado pelo Instituto Médico Legal. Após ser gerado pelo IML, é encaminhado para a Delegacia de
Trânsito em sua localidade. O prazo estimado para liberação do laudo é de aproximadamente trinta dias
após o óbito, mediante apresentação dos documentos necessários.” (Adaptado)
Questão 56: FGV - “O laudo de necropsia é um documento elaborado pelo Instituto Médico Legal. Após
ser gerado pelo IML, é encaminhado para a Delegacia de Trânsito em sua localidade. O prazo estimado
para liberação do laudo é de aproximadamente trinta dias após o óbito, mediante apresentação dos
documentos necessários.” (Adaptado)
Vejamos, agora, o que nos diz Machado de Assis sobre a autópsia: “Li um termo de autópsia. Nunca
deixo de ler esses documentos, não para aprender anatomia, mas para verificar ainda uma vez como a
língua científica é diferente da literária. Nesta, a imaginação vai levando as palavras belas e brilhantes,
faz imagens sobre imagens, adjetiva tudo, usa e abusa de reticências, se o autor gosta delas. Naquela,
tudo é seco, exato e preciso. O hábito externo é externo, o interno é interno; cada fenômeno, cada
osso, é designado por um vocábulo único. A cavidade torácica, a cavidade abdominal, a hipóstase
cadavérica, a tetania, cada um desses lugares e fenômenos não pode receber duas apelações, sob pena
de não ser ciência.” (Adaptado. A Semana, 1830)
Observe o seguinte trecho do texto de Machado de Assis: “Li um termo de autópsia. Nunca deixo de ler
esses documentos, não para aprender anatomia, mas para verificar ainda uma vez como a língua
científica é diferente da literária.”
Nesse segmento do texto 1, a frase “não para aprender anatomia” desempenha a seguinte função:
Vejamos, agora, o que nos diz Machado de Assis sobre a autópsia: “Li um termo de autópsia. Nunca
deixo de ler esses documentos, não para aprender anatomia, mas para verificar ainda uma vez como a
língua científica é diferente da literária. Nesta, a imaginação vai levando as palavras belas e brilhantes,
faz imagens sobre imagens, adjetiva tudo, usa e abusa de reticências, se o autor gosta delas. Naquela,
tudo é seco, exato e preciso. O hábito externo é externo, o interno é interno; cada fenômeno, cada
osso, é designado por um vocábulo único. A cavidade torácica, a cavidade abdominal, a hipóstase
cadavérica, a tetania, cada um desses lugares e fenômenos não pode receber duas apelações, sob pena
de não ser ciência.” (Adaptado. A Semana, 1830)
“Nesta, a imaginação vai levando as palavras belas e brilhantes, faz imagens sobre imagens, adjetiva
tudo, usa e abusa de reticências, se o autor gosta delas.”
O pensamento culinário abaixo que exemplifica a elaboração de “imagens sobre imagens”, como diz
Machado de Assis no texto 1, é:
a) “Há mais simplicidade na pessoa que come caviar por impulso do que em alguém dedicado a comer
cereais matinais por princípio”;
b) “A cozinha de sua casa é feliz, um casamento de produtos naturais, um com o outro”;
c) “Aprendi que esparramar as ervilhas no prato dá a impressão de que você comeu mais”;
d) “Um avião é lugar perfeito para fazer dieta”;
e) “Restaurante sofisticado é o que serve sopa fria de propósito”.
Questão 59: UNESC - O texto seguinte servirá de base para responder a questão.
Zé Alegria
Eles estendiam suas roupas surradas no varal e alimentavam seus magros cães com o pouco que sobrava
das refeições.
Todos que viviam ali trabalhavam na roça do Sinhozinho João, um homem rico e poderoso. Esse, sendo
dono de muitas terras, exigia que todos trabalhassem duro, pagando muito pouco por isso.
Recebeu, como todos, uma velha casa onde iria morar enquanto trabalhasse ali.
O jovem vendo aquela casa suja e largada, resolveu dar-lhe vida nova.
Pegou uma parte de suas economias, foi até a cidade e comprou algumas latas de tinta.
Chegando em casa, cuidou da limpeza e, em suas horas vagas, lixou e pintou as paredes com cores
alegres e brilhantes, além de colocar flores nos vasos.
O jovem sempre trabalhava alegre e feliz na fazenda, era por isso que tinha esse apelido.
- Como você consegue trabalhar feliz e sempre cantando com o pouco dinheiro que ganhamos?
O entusiasmo do rapaz, em pouco tempo, chamou a atenção de Sinhozinho, que passou a observar à
distância os passos dele.
- Alguém que cuida com tanto cuidado e carinho da casa que emprestei, cuidará com o mesmo capricho
da minha fazenda.
Sinhozinho foi até a casa do rapaz e, após tomar um café bem fresquinho, ofereceu ao jovem um
emprego de administrador da fazenda.
A vida é como um navio, e nós é que somos o capitão, não somos vítimas do destino. Existe em nós o
livre-arbítrio, e com ele a capacidade de realizar e dar vida nova a tudo que nos cerca. E isso depende
de cada um"
Assinale a frase que NÃO apresenta uma lição para o texto "Zé Alegria":
a) Toda pessoa é capaz de efetuar mudanças significativas no mundo que nos cerca.
b) Sempre haverá alguém observando suas atitudes, e delas vai depender o seu futuro.
c) Eu devo assumir a responsabilidade e controle das minhas ações, ao invés de ficar procurando
"culpados" pela minha situação.
d) Eu posso, através das minhas atitudes, influenciar o lugar onde eu estou, ao invés de me deixar
influenciar por ele.
e) Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.
Questão 60: FGV - A questão desta prova é elaborada a partir de pequenos textos e pretendem avaliar
sua capacidade em interpretar e compreender textos, assim como em redigir de forma correta e
adequada.
“A conversação: coisa tão supérflua e tão necessária, em que uns não dizem sempre o que sabem e em
que outros não sabem sempre o que dizem.”
Nessa frase, a crítica se dirige a dois tipos de pessoas, indicadas pelos segmentos sublinhados; a crítica
se dirige, respectivamente, a pessoas que
a) desconhecem o que estão falando / são falsas.
b) ocultam fatos ou ideias / são ignorantes.
c) mentem sobre o que dizem / são hipócritas.
d) valorizam o que têm a dizer / são orgulhosas.
e) se negam a falar o que sabem / são sábias.
Questão 61: FGV - A questão desta prova é elaborada a partir de pequenos textos e pretendem avaliar
sua capacidade em interpretar e compreender textos, assim como em redigir de forma correta e
adequada.
“Brasileiro não sabe os nomes das plantas, nem das flores, e a qualquer objeto chama ‘coisa’, ‘troço’,
‘negócio’.”
Questão 62: FGV - A questão desta prova é elaborada a partir de pequenos textos e pretendem avaliar
sua capacidade em interpretar e compreender textos, assim como em redigir de forma correta e
adequada.
“Quando um cachorro morde uma pessoa, isto não é notícia, mas quando uma pessoa morde um
cachorro, isto é notícia.”
Questão 63: FGV - A questão desta prova é elaborada a partir de pequenos textos e pretendem avaliar
sua capacidade em interpretar e compreender textos, assim como em redigir de forma correta e
adequada.
“As pessoas não param de confundir com notícias o que leem nos jornais.”
Questão 64: FGV - A questão desta prova é elaborada a partir de pequenos textos e pretendem avaliar
sua capacidade em interpretar e compreender textos, assim como em redigir de forma correta e
adequada.
Todas as frases abaixo têm por tema o casamento. Assinale a frase que, ao contrário das demais, mostra
uma visão positiva do matrimônio.
a) Sabe o que significa voltar para casa à noite e encontrar uma mulher que lhe dá amor, afeto e
ternura? Significa que você entrou na casa errada, só isso.
b) Todas as tragédias terminam com a morte. Todas as comédias terminam com o casamento.
c) O casamento é uma escola onde se aprende tarde demais.
d) Todas as mulheres honrarão os seus maridos, tanto os grandes quanto os pequenos.
e) Quando um homem casa, ou trai sua natureza ou trai sua mulher.
“O primeiro passo para delimitar os aspectos gerais do que seria o inquérito policial pode partir do
próprio vernáculo, inquérito, que pode ser entendido como ‘ato ou efeito de inquirir; conjunto de atos
ou diligências com o que se visa a apurar alguma coisa’, ao passo que o verbo inquirir, do qual o
substantivo deriva, pode ser definido como ‘procurar informações acerca de; indagar; investigar;
pesquisar’, ou ainda, ‘fazer indagações, investigações, pesquisas, perquirições, de natureza filosófica
ou científica; investigar, indagar, pesquisar, esquadrinhar’.
Assim, sob um ponto de vista geral, podemos entender o inquérito como o conjunto de atos e diligências
que, por meio de investigação, pesquisa e perquirição, busca apurar as causas de algo”
(Jusbrasil.com.br).
O texto tem caráter metalinguístico, ou seja, parte da análise da língua para entendimento de algo.
(Netinbag.com).
Nesse segmento do texto, o trecho sublinhado não está bem estruturado já que não deveria estar ligado
por E ao trecho anterior, por não tratar de assunto a ele relacionado.
Questão 67: FGV - Uma das marcas da estruturação adequada de um texto é a adequação lógica entre
seus componentes, salvo em textos especiais, como no caso do humor.
Questão 68: FGV - A questão desta prova é elaborada a partir de pequenos textos e pretendem avaliar
sua capacidade em interpretar e compreender textos, assim como em redigir de forma correta e
adequada.
Questão 69: FGV - A questão desta prova é elaborada a partir de pequenos textos e pretendem avaliar
sua capacidade em interpretar e compreender textos, assim como em redigir de forma correta e
adequada.
“O mais importante não é o número de ideias agrupadas em sua mente, mas o vínculo que as une.”
Questão 70: FGV - A questão desta prova é elaborada a partir de pequenos textos e pretendem avaliar
sua capacidade em interpretar e compreender textos, assim como em redigir de forma correta e
adequada.
Questão 71: FGV - A questão desta prova é elaborada a partir de pequenos textos e pretendem avaliar
sua capacidade em interpretar e compreender textos, assim como em redigir de forma correta e
adequada.
Todas as frases abaixo dizem respeito à comunicação humana; assinale aquela que fala de um tipo de
comunicação diferente das demais.
a) Deixe uma série de pensamentos felizes correrem em sua mente. Eles vão transparecer em seu rosto.
b) O vestuário fala. Fala o fato de eu me apresentar no escritório de manhã com uma gravata normal
de riscas ou com uma gravata psicodélica.
c) As palavras não conseguem expressar os pensamentos com precisão.
d) Estava com a saúde tão debilitada que tínhamos de descobrir suas vontades pelo simples movimento
do olhar.
e) A simples apresentação da charge fazia com que todos rissem.
Questão 72: FGV - A questão desta prova é elaborada a partir de pequenos textos e pretendem avaliar
sua capacidade em interpretar e compreender textos, assim como em redigir de forma correta e
adequada.
Um conhecido jogador de futebol, negro, foi entrevistado na França onde lhe perguntaram se no Brasil
havia racismo; sua resposta foi:
“Não; no Brasil, onde preto não entra, branco pobre também não entra”.
e) intolerância religiosa.
Questão 73: FGV - A questão desta prova é elaborada a partir de pequenos textos e pretendem avaliar
sua capacidade em interpretar e compreender textos, assim como em redigir de forma correta e
adequada.
“Era um deputado conservador. Seu único programa político era conservar sua cadeira na Câmara.”
O humor é obtido, em muitos casos, pelo inesperado de algo; no caso dessa frase, o inesperado está
a) no fato de o programa do político não ter mais de um tópico.
b) na atribuição de um sentido diferente ao termo conservador.
c) na informação de que os conservadores nada fazem de útil.
d) na circunstância de alguns políticos não terem programas.
e) na referência a um parlamento antigo, em função da presença do termo cadeira.
Questão 74: CEBRASPE (CESPE) - Um registro de mutações ligadas ao mundo eletrônico se refere ao
que chamo de a ordem das propriedades, tanto em um sentido jurídico — o que fundamenta a
propriedade literária e o copyright — quanto em um sentido textual — o que define as características
ou propriedades dos textos.
O texto eletrônico, tal qual o conhecemos, é um texto móvel, maleável, aberto. O leitor pode intervir
em seu próprio conteúdo, e não somente nos espaços deixados em branco pela composição tipográfica.
Pode deslocar, recortar, estender, recompor as unidades textuais das quais se apodera. Nesse processo,
desaparece a atribuição dos textos ao nome de seu autor, já que são constantemente modificados por
uma escritura coletiva, múltipla, polifônica.
Essa mobilidade lança um desafio aos critérios e às categorias que, pelo menos desde o século XVIII,
identificam as obras com base na sua estabilidade, singularidade e originalidade. Há um estreito vínculo
entre a identidade singular, estável, reproduzível dos textos e o regime de propriedade que protege os
direitos dos autores e dos editores. É essa relação que coloca em questão o mundo digital, que propõe
textos brandos, ubíquos, palimpsestos.
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
O texto afirma que os textos eletrônicos, dada sua mobilidade, maleabilidade e abertura, são escritos
para serem modificados.
Certo
Errado
Um registro de mutações ligadas ao mundo eletrônico se refere ao que chamo de a ordem das
propriedades, tanto em um sentido jurídico — o que fundamenta a propriedade literária e o copyright
— quanto em um sentido textual — o que define as características ou propriedades dos textos.
O texto eletrônico, tal qual o conhecemos, é um texto móvel, maleável, aberto. O leitor pode intervir
em seu próprio conteúdo, e não somente nos espaços deixados em branco pela composição tipográfica.
Pode deslocar, recortar, estender, recompor as unidades textuais das quais se apodera. Nesse processo,
desaparece a atribuição dos textos ao nome de seu autor, já que são constantemente modificados por
uma escritura coletiva, múltipla, polifônica.
Essa mobilidade lança um desafio aos critérios e às categorias que, pelo menos desde o século XVIII,
identificam as obras com base na sua estabilidade, singularidade e originalidade. Há um estreito vínculo
entre a identidade singular, estável, reproduzível dos textos e o regime de propriedade que protege os
direitos dos autores e dos editores. É essa relação que coloca em questão o mundo digital, que propõe
textos brandos, ubíquos, palimpsestos.
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
Nos textos eletrônicos, a interferência do leitor pode ir além da sua forma e atingir, também, o seu
conteúdo.
Certo
Errado
O texto eletrônico, tal qual o conhecemos, é um texto móvel, maleável, aberto. O leitor pode intervir
em seu próprio conteúdo, e não somente nos espaços deixados em branco pela composição tipográfica.
Pode deslocar, recortar, estender, recompor as unidades textuais das quais se apodera. Nesse processo,
desaparece a atribuição dos textos ao nome de seu autor, já que são constantemente modificados por
uma escritura coletiva, múltipla, polifônica.
Essa mobilidade lança um desafio aos critérios e às categorias que, pelo menos desde o século XVIII,
identificam as obras com base na sua estabilidade, singularidade e originalidade. Há um estreito vínculo
entre a identidade singular, estável, reproduzível dos textos e o regime de propriedade que protege os
direitos dos autores e dos editores. É essa relação que coloca em questão o mundo digital, que propõe
textos brandos, ubíquos, palimpsestos.
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
O mundo digital coloca em xeque o conceito de texto como se conhecia, bem como as tradicionais
relações de autoria e propriedade.
Certo
Errado
O texto eletrônico, tal qual o conhecemos, é um texto móvel, maleável, aberto. O leitor pode intervir
em seu próprio conteúdo, e não somente nos espaços deixados em branco pela composição tipográfica.
Pode deslocar, recortar, estender, recompor as unidades textuais das quais se apodera. Nesse processo,
desaparece a atribuição dos textos ao nome de seu autor, já que são constantemente modificados por
uma escritura coletiva, múltipla, polifônica.
Essa mobilidade lança um desafio aos critérios e às categorias que, pelo menos desde o século XVIII,
identificam as obras com base na sua estabilidade, singularidade e originalidade. Há um estreito vínculo
entre a identidade singular, estável, reproduzível dos textos e o regime de propriedade que protege os
direitos dos autores e dos editores. É essa relação que coloca em questão o mundo digital, que propõe
textos brandos, ubíquos, palimpsestos.
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
O autor do texto apresentado defende que os textos eletrônicos têm propriedades singulares que
conduzem a uma revisão das fronteiras entre os diferentes tipos textuais, da noção jurídica de
propriedade e das leis referentes à propriedade intelectual e ao copyright.
Certo
Errado
Nem mesmo o hermético universo do direito resistiu às mudanças tecnológicas trazidas pela rede
mundial de computadores e pela possibilidade do uso de softwares de inteligência artificial para análise
de grandes volumes de dados.
Novidades cuja aplicação foi impulsionada pelo incessante crescimento de demandas judiciais e pela
necessidade de implementar e efetivar o sistema de precedentes qualificados.
Todas essas inovações, sem dúvida nenhuma, transformaram o sistema de justiça como o conhecíamos
e o cotidiano dos operadores do direito.
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item a seguir.
Nem mesmo o hermético universo do direito resistiu às mudanças tecnológicas trazidas pela rede
mundial de computadores e pela possibilidade do uso de softwares de inteligência artificial para análise
de grandes volumes de dados.
Novidades cuja aplicação foi impulsionada pelo incessante crescimento de demandas judiciais e pela
necessidade de implementar e efetivar o sistema de precedentes qualificados.
Todas essas inovações, sem dúvida nenhuma, transformaram o sistema de justiça como o conhecíamos
e o cotidiano dos operadores do direito.
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item a seguir.
O texto argumenta que as demandas crescentes do direito tornaram imperativa a aproximação dessa
área com a tecnologia.
Certo
Errado
Nem mesmo o hermético universo do direito resistiu às mudanças tecnológicas trazidas pela rede
mundial de computadores e pela possibilidade do uso de softwares de inteligência artificial para análise
de grandes volumes de dados.
Novidades cuja aplicação foi impulsionada pelo incessante crescimento de demandas judiciais e pela
necessidade de implementar e efetivar o sistema de precedentes qualificados.
Todas essas inovações, sem dúvida nenhuma, transformaram o sistema de justiça como o conhecíamos
e o cotidiano dos operadores do direito.
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item a seguir.
Infere-se do texto que o tradicionalismo característico da área do direito dificultou o uso da tecnologia
nessa área, dada a recusa de seus operadores em se adaptar aos avanços tecnológicos.
Certo
Errado
Nem mesmo o hermético universo do direito resistiu às mudanças tecnológicas trazidas pela rede
mundial de computadores e pela possibilidade do uso de softwares de inteligência artificial para análise
de grandes volumes de dados.
Novidades cuja aplicação foi impulsionada pelo incessante crescimento de demandas judiciais e pela
necessidade de implementar e efetivar o sistema de precedentes qualificados.
Todas essas inovações, sem dúvida nenhuma, transformaram o sistema de justiça como o conhecíamos
e o cotidiano dos operadores do direito.
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item a seguir.
Segundo o texto, as inovações eletrônicas e virtuais, por serem executadas sem parcimônia, põem em
risco o trabalho dos operadores do direito na medida em que suprimem o lado humano da justiça.
Certo
Errado
Nem mesmo o hermético universo do direito resistiu às mudanças tecnológicas trazidas pela rede
mundial de computadores e pela possibilidade do uso de softwares de inteligência artificial para análise
de grandes volumes de dados.
Novidades cuja aplicação foi impulsionada pelo incessante crescimento de demandas judiciais e pela
necessidade de implementar e efetivar o sistema de precedentes qualificados.
Todas essas inovações, sem dúvida nenhuma, transformaram o sistema de justiça como o conhecíamos
e o cotidiano dos operadores do direito.
todas as inovações eletrônicas e virtuais devem sempre ser implementadas com parcimônia e vistas com
muito cuidado, não apenas para sempre permitirem o exercício de direitos e garantias, mas também
para não restringirem — e, sim, ampliarem — o acesso à justiça e, sobretudo, para manterem a
insubstituível humanidade da justiça.
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item a seguir.
Podemos dizer que o racismo é uma forma sistemática de discriminação que tem a raça como
fundamento e que se manifesta por meio de práticas conscientes ou inconscientes que culminam em
desvantagens ou privilégios para indivíduos, a depender do grupo racial ao qual pertençam.
Embora haja relação entre os conceitos, o racismo difere do preconceito racial e da discriminação racial.
O preconceito racial é o juízo baseado em estereótipos acerca de indivíduos que pertençam a
determinado grupo racializado, o que pode ou não resultar em práticas discriminatórias. Considerar
negros violentos e inconfiáveis, judeus avarentos ou orientais “naturalmente” preparados para as
ciências exatas são exemplos de preconceitos.
A discriminação racial, por sua vez, é a atribuição de tratamento diferenciado a membros de grupos
racialmente identificados. Portanto, a discriminação tem como requisito fundamental o poder — ou
seja, a possibilidade efetiva do uso da força —, sem o qual não é possível atribuir vantagens ou
desvantagens por conta da raça. Assim, a discriminação pode ser direta ou indireta. A discriminação
direta é o repúdio ostensivo a indivíduos ou grupos, motivado pela condição racial, exemplo do que
ocorre em países que proíbem a entrada de negros, judeus, muçulmanos, pessoas de origem árabe ou
persa, ou ainda lojas que se recusam a atender clientes de determinada raça. Já a discriminação indireta
é um processo em que a situação específica de grupos minoritários é ignorada — discriminação de fato
— ou sobre a qual são impostas regras de “neutralidade racial” sem que se leve em conta a existência
de diferenças sociais significativas — discriminação pelo direito ou discriminação por impacto adverso.
A discriminação indireta é marcada pela ausência de intencionalidade explícita de discriminar pessoas.
Isso pode acontecer porque a norma ou prática não leva em consideração ou não pode prever de forma
concreta as consequências da norma.
Com base nas ideias e nos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item que se seguem.
O texto trata os termos “racismo”, “discriminação racial” e “preconceito racial” como semanticamente
relacionados, embora distintos entre si.
Certo
Errado
Podemos dizer que o racismo é uma forma sistemática de discriminação que tem a raça como
fundamento e que se manifesta por meio de práticas conscientes ou inconscientes que culminam em
desvantagens ou privilégios para indivíduos, a depender do grupo racial ao qual pertençam.
Embora haja relação entre os conceitos, o racismo difere do preconceito racial e da discriminação racial.
O preconceito racial é o juízo baseado em estereótipos acerca de indivíduos que pertençam a
determinado grupo racializado, o que pode ou não resultar em práticas discriminatórias. Considerar
negros violentos e inconfiáveis, judeus avarentos ou orientais “naturalmente” preparados para as
ciências exatas são exemplos de preconceitos.
A discriminação racial, por sua vez, é a atribuição de tratamento diferenciado a membros de grupos
racialmente identificados. Portanto, a discriminação tem como requisito fundamental o poder — ou
seja, a possibilidade efetiva do uso da força —, sem o qual não é possível atribuir vantagens ou
desvantagens por conta da raça. Assim, a discriminação pode ser direta ou indireta. A discriminação
direta é o repúdio ostensivo a indivíduos ou grupos, motivado pela condição racial, exemplo do que
ocorre em países que proíbem a entrada de negros, judeus, muçulmanos, pessoas de origem árabe ou
persa, ou ainda lojas que se recusam a atender clientes de determinada raça. Já a discriminação indireta
é um processo em que a situação específica de grupos minoritários é ignorada — discriminação de fato
— ou sobre a qual são impostas regras de “neutralidade racial” sem que se leve em conta a existência
de diferenças sociais significativas — discriminação pelo direito ou discriminação por impacto adverso.
A discriminação indireta é marcada pela ausência de intencionalidade explícita de discriminar pessoas.
Isso pode acontecer porque a norma ou prática não leva em consideração ou não pode prever de forma
concreta as consequências da norma.
Com base nas ideias e nos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item que se seguem.
Infere-se das ideias do texto que o sistema de cotas raciais em universidades e concursos públicos
consiste em um tipo de discriminação indireta, “marcada pela ausência de intencionalidade explícita
de discriminar pessoas”.
Certo
Errado
Para falar de racismo, é preciso antes diferenciar o racismo de outras categorias que também aparecem
associadas à ideia de raça: preconceito e discriminação.
Podemos dizer que o racismo é uma forma sistemática de discriminação que tem a raça como
fundamento e que se manifesta por meio de práticas conscientes ou inconscientes que culminam em
desvantagens ou privilégios para indivíduos, a depender do grupo racial ao qual pertençam.
Embora haja relação entre os conceitos, o racismo difere do preconceito racial e da discriminação racial.
O preconceito racial é o juízo baseado em estereótipos acerca de indivíduos que pertençam a
determinado grupo racializado, o que pode ou não resultar em práticas discriminatórias. Considerar
negros violentos e inconfiáveis, judeus avarentos ou orientais “naturalmente” preparados para as
ciências exatas são exemplos de preconceitos.
A discriminação racial, por sua vez, é a atribuição de tratamento diferenciado a membros de grupos
racialmente identificados. Portanto, a discriminação tem como requisito fundamental o poder — ou
seja, a possibilidade efetiva do uso da força —, sem o qual não é possível atribuir vantagens ou
desvantagens por conta da raça. Assim, a discriminação pode ser direta ou indireta. A discriminação
direta é o repúdio ostensivo a indivíduos ou grupos, motivado pela condição racial, exemplo do que
ocorre em países que proíbem a entrada de negros, judeus, muçulmanos, pessoas de origem árabe ou
persa, ou ainda lojas que se recusam a atender clientes de determinada raça. Já a discriminação indireta
é um processo em que a situação específica de grupos minoritários é ignorada — discriminação de fato
— ou sobre a qual são impostas regras de “neutralidade racial” sem que se leve em conta a existência
de diferenças sociais significativas — discriminação pelo direito ou discriminação por impacto adverso.
A discriminação indireta é marcada pela ausência de intencionalidade explícita de discriminar pessoas.
Isso pode acontecer porque a norma ou prática não leva em consideração ou não pode prever de forma
concreta as consequências da norma.
Com base nas ideias e nos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item que se seguem.
Infere-se do texto que pessoas de determinados grupos raciais obtêm privilégios com as práticas de
racismo.
Certo
Errado
Esse movimento social de hiperconsumismo, de vida para o consumo, guiou a pessoa natural para o
caminho da necessidade, da vontade e do gosto pelo consumo, bem como impulsionou o descarte de
cada vez mais recursos naturais finitos. Isso tem transformado negativamente o planeta, ao trazer
prejuízos não apenas para as futuras gerações, como também para as atuais, o que resulta em problemas
sociais, crises humanitárias e degradação do meio ambiente ecologicamente equilibrado, além de afetar
o desenvolvimento humano, ao se precificar o ser racional, dissolvendo-se toda solidez social e trazendo-
se à tona uma sociedade líquido-moderna de hiperconsumidores vorazes e indiferentes às consequências
de seus atos sobre o meio ambiente ecologicamente equilibrado e sobre as gerações atuais e futuras.
O consumismo é uma economia do logro, do excesso e do lixo, pois faz que o ser humano trabalhe duro
para adquirir mais coisas, mas traz a sensação de insatisfação porque sempre há alguma coisa melhor,
maior e mais rápida do que no presente. Ao mesmo tempo, as coisas que se possuem e se consomem
enchem não apenas os armários, as garagens, as casas e as vidas, mas também as mentes das pessoas.
O hiperconsumismo afeta não apenas a relação simbiótica entre o ser humano e o planeta, como também
fere de morte a moral, ao passo que torna tudo e todos algo precificável, descartável e indiferente.
Com base nas ideias e nos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se seguem.
Depreende-se do texto que o termo “hipermodernidade”, empregado para designar o momento atual
da sociedade humana, origina-se da referência a uma característica marcante da sociedade atual: o
hiperconsumo.
Certo
Errado
Esse movimento social de hiperconsumismo, de vida para o consumo, guiou a pessoa natural para o
caminho da necessidade, da vontade e do gosto pelo consumo, bem como impulsionou o descarte de
cada vez mais recursos naturais finitos. Isso tem transformado negativamente o planeta, ao trazer
prejuízos não apenas para as futuras gerações, como também para as atuais, o que resulta em problemas
sociais, crises humanitárias e degradação do meio ambiente ecologicamente equilibrado, além de afetar
o desenvolvimento humano, ao se precificar o ser racional, dissolvendo-se toda solidez social e trazendo-
se à tona uma sociedade líquido-moderna de hiperconsumidores vorazes e indiferentes às consequências
de seus atos sobre o meio ambiente ecologicamente equilibrado e sobre as gerações atuais e futuras.
O consumismo é uma economia do logro, do excesso e do lixo, pois faz que o ser humano trabalhe duro
para adquirir mais coisas, mas traz a sensação de insatisfação porque sempre há alguma coisa melhor,
maior e mais rápida do que no presente. Ao mesmo tempo, as coisas que se possuem e se consomem
enchem não apenas os armários, as garagens, as casas e as vidas, mas também as mentes das pessoas.
O hiperconsumismo afeta não apenas a relação simbiótica entre o ser humano e o planeta, como também
fere de morte a moral, ao passo que torna tudo e todos algo precificável, descartável e indiferente.
Com base nas ideias e nos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se seguem.
Esse movimento social de hiperconsumismo, de vida para o consumo, guiou a pessoa natural para o
caminho da necessidade, da vontade e do gosto pelo consumo, bem como impulsionou o descarte de
cada vez mais recursos naturais finitos. Isso tem transformado negativamente o planeta, ao trazer
prejuízos não apenas para as futuras gerações, como também para as atuais, o que resulta em problemas
sociais, crises humanitárias e degradação do meio ambiente ecologicamente equilibrado, além de afetar
o desenvolvimento humano, ao se precificar o ser racional, dissolvendo-se toda solidez social e trazendo-
se à tona uma sociedade líquido-moderna de hiperconsumidores vorazes e indiferentes às consequências
de seus atos sobre o meio ambiente ecologicamente equilibrado e sobre as gerações atuais e futuras.
O consumismo é uma economia do logro, do excesso e do lixo, pois faz que o ser humano trabalhe duro
para adquirir mais coisas, mas traz a sensação de insatisfação porque sempre há alguma coisa melhor,
maior e mais rápida do que no presente. Ao mesmo tempo, as coisas que se possuem e se consomem
enchem não apenas os armários, as garagens, as casas e as vidas, mas também as mentes das pessoas.
um nível coletivo. Assim, um desejo satisfeito torna-se quase tão prazeroso e excitante quanto uma flor
murcha ou uma garrafa de plástico vazia.
O hiperconsumismo afeta não apenas a relação simbiótica entre o ser humano e o planeta, como também
fere de morte a moral, ao passo que torna tudo e todos algo precificável, descartável e indiferente.
Com base nas ideias e nos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se seguem.
Conforme as ideias do texto, uma flor murcha e uma garrafa de plástico vazia, assim como certos objetos
de consumo, são aprazíveis aos hiperconsumidores.
Certo
Errado
Esse movimento social de hiperconsumismo, de vida para o consumo, guiou a pessoa natural para o
caminho da necessidade, da vontade e do gosto pelo consumo, bem como impulsionou o descarte de
cada vez mais recursos naturais finitos. Isso tem transformado negativamente o planeta, ao trazer
prejuízos não apenas para as futuras gerações, como também para as atuais, o que resulta em problemas
sociais, crises humanitárias e degradação do meio ambiente ecologicamente equilibrado, além de afetar
o desenvolvimento humano, ao se precificar o ser racional, dissolvendo-se toda solidez social e trazendo-
se à tona uma sociedade líquido-moderna de hiperconsumidores vorazes e indiferentes às consequências
de seus atos sobre o meio ambiente ecologicamente equilibrado e sobre as gerações atuais e futuras.
O consumismo é uma economia do logro, do excesso e do lixo, pois faz que o ser humano trabalhe duro
para adquirir mais coisas, mas traz a sensação de insatisfação porque sempre há alguma coisa melhor,
maior e mais rápida do que no presente. Ao mesmo tempo, as coisas que se possuem e se consomem
enchem não apenas os armários, as garagens, as casas e as vidas, mas também as mentes das pessoas.
O hiperconsumismo afeta não apenas a relação simbiótica entre o ser humano e o planeta, como também
fere de morte a moral, ao passo que torna tudo e todos algo precificável, descartável e indiferente.
Com base nas ideias e nos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se seguem.
De acordo com o texto, a lógica do hiperconsumo se traduz em um movimento reiterado e sem fim.
Certo
Errado
Esse movimento social de hiperconsumismo, de vida para o consumo, guiou a pessoa natural para o
caminho da necessidade, da vontade e do gosto pelo consumo, bem como impulsionou o descarte de
cada vez mais recursos naturais finitos. Isso tem transformado negativamente o planeta, ao trazer
prejuízos não apenas para as futuras gerações, como também para as atuais, o que resulta em problemas
sociais, crises humanitárias e degradação do meio ambiente ecologicamente equilibrado, além de afetar
o desenvolvimento humano, ao se precificar o ser racional, dissolvendo-se toda solidez social e trazendo-
se à tona uma sociedade líquido-moderna de hiperconsumidores vorazes e indiferentes às consequências
de seus atos sobre o meio ambiente ecologicamente equilibrado e sobre as gerações atuais e futuras.
O consumismo é uma economia do logro, do excesso e do lixo, pois faz que o ser humano trabalhe duro
para adquirir mais coisas, mas traz a sensação de insatisfação porque sempre há alguma coisa melhor,
maior e mais rápida do que no presente. Ao mesmo tempo, as coisas que se possuem e se consomem
enchem não apenas os armários, as garagens, as casas e as vidas, mas também as mentes das pessoas.
O hiperconsumismo afeta não apenas a relação simbiótica entre o ser humano e o planeta, como também
fere de morte a moral, ao passo que torna tudo e todos algo precificável, descartável e indiferente.
Com base nas ideias e nos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se seguem.
De acordo com o texto, na sociedade hipermoderna, o consumo está atrelado ao tratamento de pessoas
como coisas.
Certo
Errado
Vista cansada
Otto Lara Resende 23/02/1992
Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última
vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa ideia de
olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua,
não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou. Fugiu enquanto pôde do desespero que o
ruía - e daquele tiro brutal.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo
de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não vendo. Experimente ver pela
primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é
familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu
caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê.
Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava
sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom dia e às vezes lhe passava um recado ou uma
correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima ideia. Em 32 anos, nunca o viu .
Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o
rito, pode ser que também ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a
voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta
é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho.
Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. _ Nossos olhos se gastam no dia a dia,
opacos. E por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.
https:l/www1.folha.uol.com.br 80
Questão 92: FGV - Um escritor americano é o autor do seguinte pensamento: “Felicidade é ter uma
família grande, amorosa, cuidadosa, que se preocupa com você e está bem unida, só que em outra
cidade”.
c) referir-se ironicamente ao fato de que a proximidade dos membros familiares pode causar problemas
d) mostrar a preocupação da família com alguns de seus membros que residem à grande distância.
e) demonstrar que, mesmo nas famílias unidas, há sempre problemas que concorrem para a separação.
“Dicas para deixar sua vida mais divertida: escreva diariamente seu próprio horóscopo; pare de se levar
tão a sério, principalmente porque quando você morrer, o tamanho do seu funeral vai depender do
tempo que estiver fazendo. Diariamente, sorria e diga olá para cinco estranhos na rua.”
A dica de escrever diariamente seu próprio horóscopo faz com que o leitor
a) desconheça integralmente os problemas de sua vida futura.
b) despreze adivinhações e passe a viver racionalmente.
c) torne sua vida melhor a cada dia.
d) construa seu destino.
e) crie somente previsões positivas para si mesmo.
“Dicas para deixar sua vida mais divertida: escreva diariamente seu próprio horóscopo; pare de se levar
tão a sério, principalmente porque quando você morrer, o tamanho do seu funeral vai depender do
tempo que estiver fazendo. Diariamente, sorria e diga olá para cinco estranhos na rua.”
Questão 95: FGV - “Você tem de prestar muita atenção se não souber para onde está indo, porque
você pode não chegar lá.”
Esse pensamento mostra um problema em sua formulação, que é a falta de coerência, o que também
ocorre na seguinte frase:
a) O homem que não tem medo de nada é tão poderoso como aquele a quem todos temem.
b) A liberdade não consiste somente em seguir a própria vontade, mas às vezes também em abandoná-
la.
c) Derrote o medo da morte e dê boas-vindas à morte do medo.
d) A maior glória de um povo livre é transmitir o espírito de liberdade a seus antepassados.
e) Se você não puder aguentar o calor, saia da cozinha.
“Todos devemos tomar a terceira dose da vacina, pois estudos americanos mostram que essa dose
suplementar eleva para 90% a eliminação de riscos; além do mais, essas vacinas já se mostraram seguras
e já deixaram de ser experimentais há algum tempo.”
“Quando nada parece ajudar, eu vou e olho o cortador de pedras martelando sua rocha talvez cem
vezes sem que nem uma só rachadura apareça. No entanto, na centésima primeira martelada, a pedra
se abre em duas, e eu sei que não foi aquela que a conseguiu mas todas as outras que vieram antes.”
A primeira frase do texto - Quando nada parece ajudar, (...) - mostra uma situação de crise íntima.
Questão 98: FGV - Assinale a frase a seguir em que se explica a comparação feita.
a) Sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas.
b) A sinceridade é um dom como os demais.
c) O acaso é um deus e um diabo ao mesmo tempo.
d) Beneficiar vilões é como jogar água ao mar.
e) Um homem com sorte é como um corvo branco.
Coberta de cinzas após erupção de vulcão, ilha de Tonga 'parece superfície da Lua', dizem
moradores
A grande erupção vulcânica perto da ilha de Tonga no sábado (15/1) provocou ondas de tsunami, uma
nuvem de cinzas e um blecaute na luz, na internet e nas telecomunicações da pequena ilha no Pacífico.
Um dia depois do pico das erupções, a estimativa é de que o número de afetados chegue a 80 mil pessoas
(a ampla maioria da população de 105 mil), segundo as sociedades da Federação Internacional da Cruz
Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC, na sigla em inglês) disseram à BBC.
Por enquanto, não foi reportada nenhuma morte. Mas as informações, fotos e relatos vindos da ilha
ainda são escassos, e a Nova Zelândia e a Austrália planejam enviar voos de reconhecimento à região,
para ajudar a dimensionar os danos.
O tsunami "foi um choque para as pessoas, então de fato temos alguma preocupação com as ilhas mais
distantes e estamos tentando fazer contato com as pessoas", diz Katie Greenwood, integrante da IFRC
em Fiji, agregando que Tonga precisará de ajuda com urgência.
"Suspeitamos que até 80 mil pessoas em Tonga tenham sido afetadas, seja pela erupção em si ou pelas
ondas e inundações resultantes da erupção."
A erupção do vulcão submarino fez subir uma nuvem de cinzas ao céu e gerou ondas de até 1,2 metro.
Foi uma erupção tão forte que pôde ser ouvida até na Nova Zelândia, a mais de 2,3 mil quilômetros de
distância dali.
Moradores locais que conseguiram se comunicar com o exterior disseram que a ilha se parece à
"superfície da Lua", coberta com uma camada de cinzas vulcânicas, e máscaras faciais se tornaram
importantes para prevenir a inalação dessas partículas.
A preocupação é que as cinzas parecem estar contaminando os reservatórios de água - portanto, água
potável é uma das principais necessidades no momento em Tonga, afirmou neste domingo a premiê da
Nova Zelândia, Jacinda Ardern.
A premiê neozelandesa afirmou ter recebido informações sobre danos significativos à capital de Tonga,
causados sobretudo pelo tsunami. Agora, disse Ardern, a situação está mais calma e a luz começava a
ser reestabelecida em partes da ilha, mas ainda não se sabe muito a respeito das pessoas que moram
nas ilhas menores - algumas delas são bem próximas ao vulcão, e imagens de satélite mostram que
algumas ficaram completamente inundadas.
As cinzas que pairam no ar ainda impedem uma visualização clara da região, mas a Nova Zelândia espera
enviar um avião militar a esses locais nesta segunda-feira (17/1).
Moradores da Nova Zelândia e Austrália que têm parentes em Tonga se dizem preocupados com o bem-
estar deles.
Especialistas afirmam que a erupção do Hunga-Tonga-Hunga-Ha'apai, que durou vários dias até atingir
seu pico no sábado, foi uma das mais violentas na região em décadas, e desencadeou alertas de perigo
de tsunami em diversos países com costa no Oceano Pacífico, como EUA e Japão.
Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/coberta-de-cinzas-apos-erupcao-de-vulcao-ilha-de-tonga-parece-superficie-da-
lu-dizem-moradores,a93d94961233cd4c3dfdfe819e16ea2d9ttpylzc.html. Acessado em 14/01/2022.
Dentro de casa, aumentou a percepção quanto à importância de modelos de consumo mais conscientes
e responsáveis, como a escolha de produtos mais duráveis e menos geradores de resíduos. No entanto,
a transformação mais significativa, que deveria vir das empresas, ainda é relativamente tímida.
A especialista aponta que todos nós, indivíduos, sociedade e empresas, precisamos entender os impactos
desta pandemia no meio ambiente e na sustentabilidade bem como refletir sobre eles e, principalmente,
sobre a sua relação inversa: o impacto da (in)sustentabilidade dos nossos modelos de produção e
consumo como causador desta pandemia. “Toda escolha que fazemos pode ser para apoiar ou não a
sustentabilidade”, diz Mariana. Por outro lado, para que possamos fazer melhores escolhas e praticar o
verdadeiro consumo consciente, é necessário que, em primeiro lugar, as empresas realizem a produção
consciente, assumindo sua verdadeira responsabilidade pelos impactos que causam.
Com base nas ideias do texto CB1A1-I, julgue o item que se segue.
O texto apresenta uma crítica ao atual modelo de desenvolvimento e atrela o padrão de consumo dos
indivíduos à forma de produção das empresas.
Certo
Errado
Dentro de casa, aumentou a percepção quanto à importância de modelos de consumo mais conscientes
e responsáveis, como a escolha de produtos mais duráveis e menos geradores de resíduos. No entanto,
a transformação mais significativa, que deveria vir das empresas, ainda é relativamente tímida.
mudanças de clima, aumentam ainda mais a probabilidade de que zoonoses, ou seja, doenças de origem
animal, nos atinjam e alcancem o patamar de epidemias e pandemias”, explica a professora.
A especialista aponta que todos nós, indivíduos, sociedade e empresas, precisamos entender os impactos
desta pandemia no meio ambiente e na sustentabilidade bem como refletir sobre eles e, principalmente,
sobre a sua relação inversa: o impacto da (in)sustentabilidade dos nossos modelos de produção e
consumo como causador desta pandemia. “Toda escolha que fazemos pode ser para apoiar ou não a
sustentabilidade”, diz Mariana. Por outro lado, para que possamos fazer melhores escolhas e praticar o
verdadeiro consumo consciente, é necessário que, em primeiro lugar, as empresas realizem a produção
consciente, assumindo sua verdadeira responsabilidade pelos impactos que causam.
Com base nas ideias do texto CB1A1-I, julgue o item que se segue.
De acordo com as ideias do texto, não haveria pandemia se as empresas assumissem verdadeiramente
sua responsabilidade ambiental.
Certo
Errado
Dentro de casa, aumentou a percepção quanto à importância de modelos de consumo mais conscientes
e responsáveis, como a escolha de produtos mais duráveis e menos geradores de resíduos. No entanto,
a transformação mais significativa, que deveria vir das empresas, ainda é relativamente tímida.
A especialista aponta que todos nós, indivíduos, sociedade e empresas, precisamos entender os impactos
desta pandemia no meio ambiente e na sustentabilidade bem como refletir sobre eles e, principalmente,
sobre a sua relação inversa: o impacto da (in)sustentabilidade dos nossos modelos de produção e
consumo como causador desta pandemia. “Toda escolha que fazemos pode ser para apoiar ou não a
sustentabilidade”, diz Mariana. Por outro lado, para que possamos fazer melhores escolhas e praticar o
verdadeiro consumo consciente, é necessário que, em primeiro lugar, as empresas realizem a produção
consciente, assumindo sua verdadeira responsabilidade pelos impactos que causam.
Com base nas ideias do texto CB1A1-I, julgue o item que se segue.
Conforme o texto, um dos reflexos da pandemia no mundo diz respeito à mudança de hábitos das
pessoas, principalmente daqueles relacionados à sustentabilidade.
Certo
Errado
Dentro de casa, aumentou a percepção quanto à importância de modelos de consumo mais conscientes
e responsáveis, como a escolha de produtos mais duráveis e menos geradores de resíduos. No entanto,
a transformação mais significativa, que deveria vir das empresas, ainda é relativamente tímida.
A especialista aponta que todos nós, indivíduos, sociedade e empresas, precisamos entender os impactos
desta pandemia no meio ambiente e na sustentabilidade bem como refletir sobre eles e, principalmente,
sobre a sua relação inversa: o impacto da (in)sustentabilidade dos nossos modelos de produção e
consumo como causador desta pandemia. “Toda escolha que fazemos pode ser para apoiar ou não a
sustentabilidade”, diz Mariana. Por outro lado, para que possamos fazer melhores escolhas e praticar o
verdadeiro consumo consciente, é necessário que, em primeiro lugar, as empresas realizem a produção
consciente, assumindo sua verdadeira responsabilidade pelos impactos que causam.
Com base nas ideias do texto CB1A1-I, julgue o item que se segue.
Segundo as informações do texto, a pandemia tem fomentado o uso irracional de recursos naturais e a
destruição de hábitats.
Certo
Errado
Dentro de casa, aumentou a percepção quanto à importância de modelos de consumo mais conscientes
e responsáveis, como a escolha de produtos mais duráveis e menos geradores de resíduos. No entanto,
a transformação mais significativa, que deveria vir das empresas, ainda é relativamente tímida.
A especialista aponta que todos nós, indivíduos, sociedade e empresas, precisamos entender os impactos
desta pandemia no meio ambiente e na sustentabilidade bem como refletir sobre eles e, principalmente,
sobre a sua relação inversa: o impacto da (in)sustentabilidade dos nossos modelos de produção e
consumo como causador desta pandemia. “Toda escolha que fazemos pode ser para apoiar ou não a
sustentabilidade”, diz Mariana. Por outro lado, para que possamos fazer melhores escolhas e praticar o
verdadeiro consumo consciente, é necessário que, em primeiro lugar, as empresas realizem a produção
consciente, assumindo sua verdadeira responsabilidade pelos impactos que causam.
Com base nas ideias do texto CB1A1-I, julgue o item que se segue.
O texto associa a escolha de produtos mais duráveis e menos geradores de resíduos a um modelo de
consumo mais consciente e responsável.
Certo
Errado
A grande erupção vulcânica perto da ilha de Tonga no sábado (15/1) provocou ondas de tsunami, uma
nuvem de cinzas e um blecaute na luz, na internet e nas telecomunicações da pequena ilha no Pacífico.
Um dia depois do pico das erupções, a estimativa é de que o número de afetados chegue a 80 mil pessoas
(a ampla maioria da população de 105 mil), segundo as sociedades da Federação Internacional da Cruz
Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC, na sigla em inglês) disseram à BBC.
Por enquanto, não foi reportada nenhuma morte. Mas as informações, fotos e relatos vindos da ilha
ainda são escassos, e a Nova Zelândia e a Austrália planejam enviar voos de reconhecimento à região,
para ajudar a dimensionar os danos.
O tsunami "foi um choque para as pessoas, então de fato temos alguma preocupação com as ilhas mais
distantes e estamos tentando fazer contato com as pessoas", diz Katie Greenwood, integrante da IFRC
em Fiji, agregando que Tonga precisará de ajuda com urgência.
"Suspeitamos que até 80 mil pessoas em Tonga tenham sido afetadas, seja pela erupção em si ou pelas
ondas e inundações resultantes da erupção."
A erupção do vulcão submarino fez subir uma nuvem de cinzas ao céu e gerou ondas de até 1,2 metro.
Foi uma erupção tão forte que pôde ser ouvida até na Nova Zelândia, a mais de 2,3 mil quilômetros de
distância dali.
Moradores locais que conseguiram se comunicar com o exterior disseram que a ilha se parece à
"superfície da Lua", coberta com uma camada de cinzas vulcânicas, e máscaras faciais se tornaram
importantes para prevenir a inalação dessas partículas.
A preocupação é que as cinzas parecem estar contaminando os reservatórios de água - portanto, água
potável é uma das principais necessidades no momento em Tonga, afirmou neste domingo a premiê da
Nova Zelândia, Jacinda Ardern.
A premiê neozelandesa afirmou ter recebido informações sobre danos significativos à capital de Tonga,
causados sobretudo pelo tsunami. Agora, disse Ardern, a situação está mais calma e a luz começava a
ser reestabelecida em partes da ilha, mas ainda não se sabe muito a respeito das pessoas que moram
nas ilhas menores - algumas delas são bem próximas ao vulcão, e imagens de satélite mostram que
algumas ficaram completamente inundadas.
As cinzas que pairam no ar ainda impedem uma visualização clara da região, mas a Nova Zelândia espera
enviar um avião militar a esses locais nesta segunda-feira (17/1).
Moradores da Nova Zelândia e Austrália que têm parentes em Tonga se dizem preocupados com o bem-
estar deles.
Especialistas afirmam que a erupção do Hunga-Tonga-Hunga-Ha'apai, que durou vários dias até atingir
seu pico no sábado, foi uma das mais violentas na região em décadas, e desencadeou alertas de perigo
de tsunami em diversos países com costa no Oceano Pacífico, como EUA e Japão.
Fonte:https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/coberta-de-cinzas-apos-erupcao-de-vulcao-ilha-de-tonga-parece
superficie-da-lua-dizem-moradores,a93d94961233cd4c3dfdfe819e16ea2d9ttpylzc.html Acessado em 14/01/2022
Esse processo é, também, o que comanda as migrações, que são, por si sós, processos de
desterritorialização e, paralelamente, processos de desculturização. O novo ambiente opera como uma
espécie de denotador. Sua relação com o novo morador se manifesta dialeticamente como
territorialidade nova e cultura nova, que interferem reciprocamente, mudando paralelamente
territorialidade e cultura, e mudando o ser humano.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2020, p. 81-83 (com adaptações).
Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o seguinte item.
O segundo período do primeiro parágrafo apresenta um argumento a favor da afirmação de que cultura
e territorialidade são sinônimos.
Certo
Errado
Esse processo é, também, o que comanda as migrações, que são, por si sós, processos de
desterritorialização e, paralelamente, processos de desculturização. O novo ambiente opera como uma
espécie de denotador. Sua relação com o novo morador se manifesta dialeticamente como
territorialidade nova e cultura nova, que interferem reciprocamente, mudando paralelamente
territorialidade e cultura, e mudando o ser humano.
Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o seguinte item.
O emprego da expressão “É (...) que”, no quarto período do primeiro parágrafo, enfatiza que as
migrações agridem o indivíduo pelas razões expressas no segundo e no terceiro período desse mesmo
parágrafo, e não por outras quaisquer.
Certo
Errado
A gênese da Polícia Militar do Piauí está no que hoje boa parte dos historiadores entende como o marco
inaugural do Brasil como nação: a vinda da família real portuguesa, em 22 de janeiro de 1808, quando,
sob o comando do Príncipe Regente Dom João VI, um contingente de aproximadamente 15 mil pessoas
chega ao Brasil. Diante da necessidade de organizar e manter a ordem pública na cidade do Rio de
Janeiro, então capital da América Portuguesa e local escolhido como residência por quase toda a Corte,
uma das primeiras medidas do Príncipe Regente Dom João foi criar a Intendência Geral da Polícia da
Corte e do Estado do Brasil, a qual deveria seguir a mesma organização e a mesma jurisdição de sua
correspondente portuguesa, e cuja função era disciplinar e criar uma ordem social condizente com as
pretensões da Corte.
(http://www.pm.pi.gov.br/memorial.php, ACESSO EM 22.3.2021-adaptado)
A vinda da família real portuguesa para o Brasil oportunizou a criação da Intendência Geral da Polícia
da Corte. De acordo com o texto, essa criação
a) comprovou a intenção da família real de ficar radicada no Brasil.
b) procurou atender ao desejo da Nação de mais segurança pública.
c) atendeu aos anseios da Corte quanto a produzir uma ordem social.
d) gerou as condições para o Brasil tornar-se tão seguro quanto Portugal.
e) possibilitou ao grande continente de portugueses trabalho na área de segurança.
(https://www.aofergs.com.br/salve-21-de-abril-dia-do-policial-militar/acesso em 22.3.2021)
O texto, homenageando os policiais civil e militar, considera esses profissionais como disponíveis,
corajosos e sempre prontos para agir. Considerando que as frases iniciais do texto digam respeito a esses
profissionais, deve-se concluir que eles
a) não sentem medo.
b) atuam a despeito do medo.
c) agem motivados pelo medo.
d) atuam se provocados pelo medo.
e) paralisam-se ante a presença medo.
Sou músico desde criança. Aos 10 anos, tocava saxofone e flauta. Também já gostava de passear pelo
Museu Nacional, no Rio, minha cidade. Era fascinado por história e arqueologia. Mas aí cresci. Fui vendo
que dava para fazer dentro da minha realidade e acabei entrando para o Corpo de Bombeiros, onde
estou desde 1987. Assim que ingressei na corporação, adotei a marcenaria como hobby, fazendo portas
e móveis. A música, porém, nunca me deixou e, um dia, me veio a ideia de coletar madeira dos
escombros dos incêndios que ajudava a debelar e transformá-Ia em instrumentos. Sabia que precisava
estudar, treinar, aprender. E como não havia luthiers no Rio naquela época, completei o tempo de
serviço necessário para tirar uma licença remunerada e parti para São Paulo para fazer um curso e
observar profissionais conhecidos em atividade. Na volta, me senti preparado para estrear meu próprio
trabalho.
Eu não estava de plantão no dia do incêndio do Museu Nacional, o fatídico 2 de setembro de 2018.
Mesmo assim, vesti o uniforme e corri para lá. Trabalhei madrugada adentro, concentrado no combate
às labaredas que engoliam o prédio no resgate do acervo. Não havia espaço para emoção naquele
momento, só senso de dever: salvar o máximo que pudesse das chamas. Depois, sim, chorei. Continuei
lá todos os dias e comecei a pensar no destino das madeiras ainda aproveitáveis. Era um material
revestido de história, não podia ser desperdiçado. Foi quando recebi um e-mail oficial que dizia: "Ajude
a reconstruir o Museu Nacional com a sua ideia". E ela apareceu. Encaminhei uma proposta de produzir
instrumentos musicais com aquele monte de madeira - e foi aceita. Dei então início aos pedidos de
autorização, porque ainda que se tratando de escombros, continuava sendo patrimônio da União.
Junto com outras seis pessoas de diversas áreas empenhadas em trabalhar para reerguer o Museu
Nacional, surgiu o Grupo Fênix, do qual fazem parte o cineasta Vinícius Dônola e o cantor Paulinho
Mosca, meu amigo. O objetivo é justamente pôr a frente o projeto de converter a madeira queimada,
aparentemente sem uso, em instrumentos musicais que podem trazer dinheiro e vir a ser preciosos para
o renascimento do museu. Para mim, virou uma missão. A ideia de um documentário que seria intitulado
"Fênix: o Voo de Davi", nasceu logo na primeira reunião e começaram a filmar desde os primeiros dias
de labuta, mesmo sem patrocínio firmado, registrando a força tarefa. Fomos retirando as madeiras -
mogno, cedro, vinhático, peroba do campo, braúna, jacarandá - e catalogamos, separando o que servia.
O plano inicial era construir doze instrumentos e exibi-los em apresentações e shows para arrecadar
recursos. Com a pandemia, só consegui fazer seis: violão de corda de aço, violão de corda de náilon,
bandolim, cavaquinho, violino e viola caipira.
A divulgação do projeto teve padrinhos fora de série, que me causaram grande emoção ao tocar meus
instrumentos, como Gilberto Gil e Paulinho da Viola. Uma honra. O projeto foi ganhando corpo, e a
Globo adquiriu o direito de exibição do documentário (disponível na Globo Play). Vamos agora oferecer
os instrumentos em um leilão com renda revertida para o museu. Meu pai era cantor de coral e é uma
pena que tenha morrido há 18 anos, sem poder ver tudo isso. Ele ficaria comovido. Minha mãe, uma
artesão talentosa, acompanha o andamento dos trabalhos com aquela sensação de que o caminho é
bom. Depois do trágico incêndio, meu empenho é para reconstruir a joia . carioca que vimos
desaparecer. É a reedificação da vida a partir dos escombros, é renascer após as cinzas sem nunca
recuar, como a Fênix da mitologia.
Sou músico desde criança. Aos 10 anos, tocava saxofone e flauta. Também já gostava de passear pelo
Museu Nacional, no Rio, minha cidade. Era fascinado por história e arqueologia. Mas aí cresci. Fui vendo
que dava para fazer dentro da minha realidade e acabei entrando para o Corpo de Bombeiros, onde
estou desde 1987. Assim que ingressei na corporação, adotei a marcenaria como hobby, fazendo portas
e móveis. A música, porém, nunca me deixou e, um dia, me veio a ideia de coletar madeira dos
escombros dos incêndios que ajudava a debelar e transformá-Ia em instrumentos. Sabia que precisava
estudar, treinar, aprender. E como não havia luthiers no Rio naquela época, completei o tempo de
serviço necessário para tirar uma licença remunerada e parti para São Paulo para fazer um curso e
observar profissionais conhecidos em atividade. Na volta, me senti preparado para estrear meu próprio
trabalho.
Eu não estava de plantão no dia do incêndio do Museu Nacional, o fatídico 2 de setembro de 2018.
Mesmo assim, vesti o uniforme e corri para lá. Trabalhei madrugada adentro, concentrado no combate
às labaredas que engoliam o prédio no resgate do acervo. Não havia espaço para emoção naquele
momento, só senso de dever: salvar o máximo que pudesse das chamas. Depois, sim, chorei. Continuei
lá todos os dias e comecei a pensar no destino das madeiras ainda aproveitáveis. Era um material
revestido de história, não podia ser desperdiçado. Foi quando recebi um e-mail oficial que dizia: "Ajude
a reconstruir o Museu Nacional com a sua ideia". E ela apareceu. Encaminhei uma proposta de produzir
instrumentos musicais com aquele monte de madeira - e foi aceita. Dei então início aos pedidos de
autorização, porque ainda que se tratando de escombros, continuava sendo patrimônio da União.
Junto com outras seis pessoas de diversas áreas empenhadas em trabalhar para reerguer o Museu
Nacional, surgiu o Grupo Fênix, do qual fazem parte o cineasta Vinícius Dônola e o cantor Paulinho
Mosca, meu amigo. O objetivo é justamente pôr a frente o projeto de converter a madeira queimada,
aparentemente sem uso, em instrumentos musicais que podem trazer dinheiro e vir a ser preciosos para
o renascimento do museu. Para mim, virou uma missão. A ideia de um documentário que seria intitulado
"Fênix: o Voo de Davi", nasceu logo na primeira reunião e começaram a filmar desde os primeiros dias
de labuta, mesmo sem patrocínio firmado, registrando a força tarefa. Fomos retirando as madeiras -
mogno, cedro, vinhático, peroba do campo, braúna, jacarandá - e catalogamos, separando o que servia.
O plano inicial era construir doze instrumentos e exibi-los em apresentações e shows para arrecadar
recursos. Com a pandemia, só consegui fazer seis: violão de corda de aço, violão de corda de náilon,
bandolim, cavaquinho, violino e viola caipira.
A divulgação do projeto teve padrinhos fora de série, que me causaram grande emoção ao tocar meus
instrumentos, como Gilberto Gil e Paulinho da Viola. Uma honra. O projeto foi ganhando corpo, e a
Globo adquiriu o direito de exibição do documentário (disponível na Globo Play). Vamos agora oferecer
os instrumentos em um leilão com renda revertida para o museu. Meu pai era cantor de coral e é uma
pena que tenha morrido há 18 anos, sem poder ver tudo isso. Ele ficaria comovido. Minha mãe, uma
artesão talentosa, acompanha o andamento dos trabalhos com aquela sensação de que o caminho é
bom. Depois do trágico incêndio, meu empenho é para reconstruir a joia . carioca que vimos
desaparecer. É a reedificação da vida a partir dos escombros, é renascer após as cinzas sem nunca
recuar, como a Fênix da mitologia.
Questão 112: FUNDATEC - Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo
do texto estão citados na questão.
Para entender a gestão do SUS: antecedentes
Antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), a assistência à saúde no país tinha uma estreita
vinculação com as atividades previdenciárias, e o caráter contributivo do sistema de então gerava uma
divisão da população brasileira em dois grandes grupos (além da pequena parcela da população que
podia pagar os serviços de saúde por sua própria conta): previdenciários e não previdenciários.
Essa divisão, que é profundamente injusta do ponto de vista social, separava a população brasileira em
cidadãos de 1ª e de 2ª classe. Os de 1ª classe, representados pelos contribuintes da previdência, tinham,
mesmo com as dificuldades inerentes ao sistema de então, um alcance mais amplo à assistência à saúde,
dispondo de uma rede de serviços e prestadores de serviços ambulatoriais e hospitalares providos pela
previdência social por meio do INAMPS. Os de 2ª classe, representados pelo restante da população
brasileira, os não previdenciários, tinham um acesso bastante limitado à assistência à saúde –
normalmente restrito ações dos poucos hospitais públicos e atividades filantrópicas de
determinadas entidades assistenciais.
Essa lógica de estruturação e financiamento das atividades de atenção e assistência à saúde, além das
evidentes d...criminações dela decorrentes, determinava uma lógica de divisão de papéis e
competências dos diversos órgãos públicos envolvidos com a questão de saúde.
Dessa forma, o Ministério da Saúde (MS) e as Secretarias de Saúde dos Estados e Municípios
desenvolviam, fundamentalmente, ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, com destaque
para as campanhas de vacinação e controle de endemias. A atuação desses entes públicos na prestação
de assistência à saúde era bastante limitada, restringindo-se ações desenvolvidas por alguns poucos
hospitais próprios e pela Fundação de Serviços Especiais de Saúde Pública (FSESP) e dirigidas à população
não previdenciária – os chamados indigentes. Esses indigentes tinham ainda, por uma atividade
caritativa, atendimento em serviços assistenciais de saúde que eram prestados por instituições de
caráter filantrópico, como as chamadas Santas Casas.
Já na assistência à saúde, a grande atuação do poder público se dava pela Previdência Social –
inicialmente pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e depois pelo Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), autarquia do Ministério da Previdência e Assistência
Social. As ações desenvolvidas pelo INAMPS – que tinham caráter contributivo – beneficiavam apenas os
trabalhadores da economia formal, com “carteira assinada”, e seus dependentes, os chamados
previdenciários. Não havia, portanto, caráter universal na atuação dessa autarquia. O INAMPS aplicava
nos Estados, por intermédio de suas Superintendências Regionais, recursos para que a assistência à
saúde fosse de modo mais ou menos proporcional ao volume de beneficiários e...istente e a assistência
prestada se dava por meio de serviços próprios (postos de assistência médica e hospitais próprios) e de
uma vasta rede de serviços, ambulatoriais e hospitalares, contratados para a prestação de serviços.
Toda esta situação – a de...articulação dos serviços de saúde da época e os evidentes prejuízos à saúde
da população decorrentes do modelo vigente naquela época – começou a gerar no seio da comunidade
de profissionais da saúde, de sanitaristas e da própria sociedade brasileira, um movimento na direção
de uma reforma sanitária e de uma transformação dos paradigmas do sistema de saúde. Dentro desse
processo e como prenúncio das profundas mudanças que estavam por vir, o INAMPS adotou uma série
de medidas que aproximavam sua ação de uma cobertura universal de clientela, dentre as quais se
destaca o fim da exigência da carteira do INAMPS para o atendimento nos hospitais próprios e
conveniados da rede pública.
I. Após a criação do SUS, o sistema de assistência à saúde caracterizou-se por fomento do sistema
previdenciário, dividindo os cidadãos entre aqueles que tinham acesso a todo o sistema de saúde
público e aqueles que contavam com apenas parte dos serviços.
II. Antes da criação do SUS, o sistema de saúde era menos burocrático, o que se alterou após a
criação do órgão, gerando uma extensa rede de corresponsabilidades.
Questão 113: FUNDATEC - Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo
do texto estão citados na questão.
Para entender a gestão do SUS: antecedentes
Antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), a assistência à saúde no país tinha uma estreita
vinculação com as atividades previdenciárias, e o caráter contributivo do sistema de então gerava uma
divisão da população brasileira em dois grandes grupos (além da pequena parcela da população que
podia pagar os serviços de saúde por sua própria conta): previdenciários e não previdenciários.
Essa divisão, que é profundamente injusta do ponto de vista social, separava a população brasileira em
cidadãos de 1ª e de 2ª classe. Os de 1ª classe, representados pelos contribuintes da previdência, tinham,
mesmo com as dificuldades inerentes ao sistema de então, um alcance mais amplo à assistência à saúde,
dispondo de uma rede de serviços e prestadores de serviços ambulatoriais e hospitalares providos pela
previdência social por meio do INAMPS. Os de 2ª classe, representados pelo restante da população
brasileira, os não previdenciários, tinham um acesso bastante limitado à assistência à saúde –
normalmente restrito ações dos poucos hospitais públicos e atividades filantrópicas de
determinadas entidades assistenciais.
Essa lógica de estruturação e financiamento das atividades de atenção e assistência à saúde, além das
evidentes d...criminações dela decorrentes, determinava uma lógica de divisão de papéis e
competências dos diversos órgãos públicos envolvidos com a questão de saúde.
Dessa forma, o Ministério da Saúde (MS) e as Secretarias de Saúde dos Estados e Municípios
desenvolviam, fundamentalmente, ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, com destaque
para as campanhas de vacinação e controle de endemias. A atuação desses entes públicos na prestação
de assistência à saúde era bastante limitada, restringindo-se ações desenvolvidas por alguns poucos
hospitais próprios e pela Fundação de Serviços Especiais de Saúde Pública (FSESP) e dirigidas à população
não previdenciária – os chamados indigentes. Esses indigentes tinham ainda, por uma atividade
caritativa, atendimento em serviços assistenciais de saúde que eram prestados por instituições de
caráter filantrópico, como as chamadas Santas Casas.
Já na assistência à saúde, a grande atuação do poder público se dava pela Previdência Social –
inicialmente pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e depois pelo Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), autarquia do Ministério da Previdência e Assistência
Social. As ações desenvolvidas pelo INAMPS – que tinham caráter contributivo – beneficiavam apenas os
trabalhadores da economia formal, com “carteira assinada”, e seus dependentes, os chamados
previdenciários. Não havia, portanto, caráter universal na atuação dessa autarquia. O INAMPS aplicava
nos Estados, por intermédio de suas Superintendências Regionais, recursos para que a assistência à
saúde fosse de modo mais ou menos proporcional ao volume de beneficiários e...istente e a assistência
prestada se dava por meio de serviços próprios (postos de assistência médica e hospitais próprios) e de
uma vasta rede de serviços, ambulatoriais e hospitalares, contratados para a prestação de serviços.
Toda esta situação – a de...articulação dos serviços de saúde da época e os evidentes prejuízos à saúde
da população decorrentes do modelo vigente naquela época – começou a gerar no seio da comunidade
de profissionais da saúde, de sanitaristas e da própria sociedade brasileira, um movimento na direção
de uma reforma sanitária e de uma transformação dos paradigmas do sistema de saúde. Dentro desse
processo e como prenúncio das profundas mudanças que estavam por vir, o INAMPS adotou uma série
de medidas que aproximavam sua ação de uma cobertura universal de clientela, dentre as quais se
destaca o fim da exigência da carteira do INAMPS para o atendimento nos hospitais próprios e
conveniados da rede pública.
Questão 114: FUNDATEC - Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo
do texto estão citados na questão.
Para entender a gestão do SUS: antecedentes
Antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), a assistência à saúde no país tinha uma estreita
vinculação com as atividades previdenciárias, e o caráter contributivo do sistema de então gerava uma
divisão da população brasileira em dois grandes grupos (além da pequena parcela da população que
podia pagar os serviços de saúde por sua própria conta): previdenciários e não previdenciários.
Essa divisão, que é profundamente injusta do ponto de vista social, separava a população brasileira em
cidadãos de 1ª e de 2ª classe. Os de 1ª classe, representados pelos contribuintes da previdência, tinham,
mesmo com as dificuldades inerentes ao sistema de então, um alcance mais amplo à assistência à saúde,
dispondo de uma rede de serviços e prestadores de serviços ambulatoriais e hospitalares providos pela
previdência social por meio do INAMPS. Os de 2ª classe, representados pelo restante da população
brasileira, os não previdenciários, tinham um acesso bastante limitado à assistência à saúde –
normalmente restrito ações dos poucos hospitais públicos e atividades filantrópicas de
determinadas entidades assistenciais.
Essa lógica de estruturação e financiamento das atividades de atenção e assistência à saúde, além das
evidentes d...criminações dela decorrentes, determinava uma lógica de divisão de papéis e
competências dos diversos órgãos públicos envolvidos com a questão de saúde.
Dessa forma, o Ministério da Saúde (MS) e as Secretarias de Saúde dos Estados e Municípios
desenvolviam, fundamentalmente, ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, com destaque
para as campanhas de vacinação e controle de endemias. A atuação desses entes públicos na prestação
de assistência à saúde era bastante limitada, restringindo-se ações desenvolvidas por alguns poucos
hospitais próprios e pela Fundação de Serviços Especiais de Saúde Pública (FSESP) e dirigidas à população
não previdenciária – os chamados indigentes. Esses indigentes tinham ainda, por uma atividade
caritativa, atendimento em serviços assistenciais de saúde que eram prestados por instituições de
caráter filantrópico, como as chamadas Santas Casas.
Já na assistência à saúde, a grande atuação do poder público se dava pela Previdência Social –
inicialmente pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e depois pelo Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), autarquia do Ministério da Previdência e Assistência
Social. As ações desenvolvidas pelo INAMPS – que tinham caráter contributivo – beneficiavam apenas os
trabalhadores da economia formal, com “carteira assinada”, e seus dependentes, os chamados
previdenciários. Não havia, portanto, caráter universal na atuação dessa autarquia. O INAMPS aplicava
nos Estados, por intermédio de suas Superintendências Regionais, recursos para que a assistência à
saúde fosse de modo mais ou menos proporcional ao volume de beneficiários e...istente e a assistência
prestada se dava por meio de serviços próprios (postos de assistência médica e hospitais próprios) e de
uma vasta rede de serviços, ambulatoriais e hospitalares, contratados para a prestação de serviços.
Toda esta situação – a de...articulação dos serviços de saúde da época e os evidentes prejuízos à saúde
da população decorrentes do modelo vigente naquela época – começou a gerar no seio da comunidade
de profissionais da saúde, de sanitaristas e da própria sociedade brasileira, um movimento na direção
de uma reforma sanitária e de uma transformação dos paradigmas do sistema de saúde. Dentro desse
processo e como prenúncio das profundas mudanças que estavam por vir, o INAMPS adotou uma série
de medidas que aproximavam sua ação de uma cobertura universal de clientela, dentre as quais se
destaca o fim da exigência da carteira do INAMPS para o atendimento nos hospitais próprios e
conveniados da rede pública.
Observe a charge a seguir e as afirmações que se fazem sobre sua relação com o texto.
Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/.
I. O SUS tem um desempenho melhor que o INAMPS, pois consegue atender todos os cidadãos
brasileiros com excelência de recursos, como mostrado pela charge.
II. O INAMPS foi o precursor das ações que buscavam a universalidade das ações de assistência à
saúde.
IDEIAS E LIBERDADE
Dias atrás me chamou a atenção um texto do amigo e filósofo Luiz Felipe Pondé. Sua provocação era:
"O capitalismo estaria apodrecendo?". Estaria chegando ao fim sem nenhuma utopia viável para pôr no
lugar? Achei interessante aquilo. Existe agora o "modelo chinês", desafiando a democracia liberal. Há
muita instabilidade política e um debate imenso sobre os males do mercado. Estaríamos à beira de
algum precipício?
Uma das razões para a decadência seria o impacto das novas tecnologias - como a automação, a internet
das coisas e a inteligência artificial- na destruição dos empregos. O raciocínio é intuitivo. Quando
chegarem os carros autônomos, o que os motoristas do Uber vão fazer? E o pessoal do telemarketing,
quando tudo for automatizado? Foi assim com os cubeiros, lá em Porto Alegre, chamados de "tigres",
que carregavam aqueles cilindros com dejetos humanos, antes das redes sanitárias. E com as telefonistas
inglesas, que eram 120.000, em 1970, e hoje não passam de 20.000.
Muitos postos de trabalho desaparecerão e outros serão criados. Estudo da OCDE mostrou que, em vinte
anos, o emprego industrial declinou 20% mas cresceu 27% no setor de serviços. É o feijão com arroz da
economia de mercado. Schumpeter já havia teorizado sobre isso com sua tese da "destruição criadora".
Ainda recentemente, três pesquisadores da Consultoria Deloitte, lan Stewart, Debapratim De a Alex
Cole, apresentaram uma pesquisa com dados do censo inglês desde 1871 e foram taxativos: "A tecnologia
criou mais empregos do que destruiu nos últimos 144 anos".
Outra razão do abismo seria a desigualdade. Se tornou comum dizer que a má distribuição de renda vai
corroer o sistema. Falta demonstrar qual o padrão "certo" de distribuição econômica que se deve buscar.
Como bem observou John Rawls, tendemos a comparar nossa situação com a de pessoas mais próximas
a nós, nas comunidades em que convivemos e em relação às posições a que aspiramos. Não na "grande
sociedade". Ninguém acorda todos os dias enfurecido com a fortuna de Jeff Bezos. Mas, com razão nos
indignamos se fomos discriminados, no trabalho ou na vida social.
Nos temas que realmente importam há avanços relevantes em nosso tempo. A drástica redução da
pobreza talvez seja o mais crucial deles. Apenas no período da malafamada globalização, a pobreza
global caiu de 36% para 10% entre 1990 e 2015. Outro aspecto: a convergência das famílias americanas
com alimentação caiu de 4,2 dos padrões básicos de vida. O US Bureau of Labor Statistic mostrou que,
entre 1901 e 2002 o gasto das famílias americanas com alimentação caiu de 42% para 13% de sua renda.
Na Inglaterra, o gasto caiu de 35%, em 1050, para pouco mais de 11% em 2014.Não só a renda cresceu,
como o custo relativo dos produtos básicos caiu significativamente.
Há um tema muito mais amplo ai que se refere à igualdade de direitos. Lembro quando Obama, no
aniversário dos cinquenta anos na Marcha de Selma, provocou a imensa multidão que refazia o projeto
de Martin Luther King, na luta pelos direitos civis, dizendo que "se você acha que nada mudou nos
últimos cinquenta anos, pergunta a alguém que viveu em Selma ou Chicago nos anos 50. Pergunte à
mulher que hoje é CEO, e não mais restrita a ser secretária, se nada mudou. Pergunte ao seu amigo gay
se é mais fácil ter orgulho na América hoje do que há 30 anos". E concluiu: "Negar este progresso é
roubar nosso próprio poder de transformar."
No mundo da economia, poucas pessoas expressam melhor um tipo de otimismo realista do que Deirdre
Mc-Closkey, autora da monumental trilogia sobre a igualdade, a dignidade e. as virtudes burguesas,
Deirdre não gosta da palavra capitalismo. Prefere e ideia do "inovismo". Seu ponto é que não foi o
capital, mas, sim as ideias ou a inovação que fizeram a diferença no surgimento da moderna economia
do mercado. Em algum momento entre os séculos XVII e XIX, o homem comum ganhou dignidade. O
padeiro, o comerciante, o inventor de coisas. Primeiro timidamente, mas em um processo contínuo a
pari passu à afirmação das sociedades de direito. Daí o casamento moderno entre a economia de
mercado e a democracia liberal.
IDEIAS E LIBERDADE
Dias atrás me chamou a atenção um texto do amigo e filósofo Luiz Felipe Pondé. Sua provocação era:
"O capitalismo estaria apodrecendo?". Estaria chegando ao fim sem nenhuma utopia viável para pôr no
lugar? Achei interessante aquilo. Existe agora o "modelo chinês", desafiando a democracia liberal. Há
muita instabilidade política e um debate imenso sobre os males do mercado. Estaríamos à beira de
algum precipício?
Uma das razões para a decadência seria o impacto das novas tecnologias - como a automação, a internet
das coisas e a inteligência artificial- na destruição dos empregos. O raciocínio é intuitivo. Quando
chegarem os carros autônomos, o que os motoristas do Uber vão fazer? E o pessoal do telemarketing,
quando tudo for automatizado? Foi assim com os cubeiros, lá em Porto Alegre, chamados de "tigres",
que carregavam aqueles cilindros com dejetos humanos, antes das redes sanitárias. E com as telefonistas
inglesas, que eram 120.000, em 1970, e hoje não passam de 20.000.
Muitos postos de trabalho desaparecerão e outros serão criados. Estudo da OCDE mostrou que, em vinte
anos, o emprego industrial declinou 20% mas cresceu 27% no setor de serviços. É o feijão com arroz da
economia de mercado. Schumpeter já havia teorizado sobre isso com sua tese da "destruição criadora".
Ainda recentemente, três pesquisadores da Consultoria Deloitte, lan Stewart, Debapratim De a Alex
Cole, apresentaram uma pesquisa com dados do censo inglês desde 1871 e foram taxativos: "A tecnologia
criou mais empregos do que destruiu nos últimos 144 anos".
Outra razão do abismo seria a desigualdade. Se tornou comum dizer que a má distribuição de renda vai
corroer o sistema. Falta demonstrar qual o padrão "certo" de distribuição econômica que se deve buscar.
Como bem observou John Rawls, tendemos a comparar nossa situação com a de pessoas mais próximas
a nós, nas comunidades em que convivemos e em relação às posições a que aspiramos. Não na "grande
sociedade". Ninguém acorda todos os dias enfurecido com a fortuna de Jeff Bezos. Mas, com razão nos
indignamos se fomos discriminados, no trabalho ou na vida social.
Nos temas que realmente importam há avanços relevantes em nosso tempo. A drástica redução da
pobreza talvez seja o mais crucial deles. Apenas no período da malafamada globalização, a pobreza
global caiu de 36% para 10% entre 1990 e 2015. Outro aspecto: a convergência das famílias americanas
com alimentação caiu de 4,2 dos padrões básicos de vida. O US Bureau of Labor Statistic mostrou que,
entre 1901 e 2002 o gasto das famílias americanas com alimentação caiu de 42% para 13% de sua renda.
Na Inglaterra, o gasto caiu de 35%, em 1050, para pouco mais de 11% em 2014.Não só a renda cresceu,
como o custo relativo dos produtos básicos caiu significativamente.
Há um tema muito mais amplo ai que se refere à igualdade de direitos. Lembro quando Obama, no
aniversário dos cinquenta anos na Marcha de Selma, provocou a imensa multidão que refazia o projeto
de Martin Luther King, na luta pelos direitos civis, dizendo que "se você acha que nada mudou nos
últimos cinquenta anos, pergunta a alguém que viveu em Selma ou Chicago nos anos 50. Pergunte à
mulher que hoje é CEO, e não mais restrita a ser secretária, se nada mudou. Pergunte ao seu amigo gay
se é mais fácil ter orgulho na América hoje do que há 30 anos". E concluiu: "Negar este progresso é
roubar nosso próprio poder de transformar."
No mundo da economia, poucas pessoas expressam melhor um tipo de otimismo realista do que Deirdre
Mc-Closkey, autora da monumental trilogia sobre a igualdade, a dignidade e. as virtudes burguesas,
Deirdre não gosta da palavra capitalismo. Prefere e ideia do "inovismo". Seu ponto é que não foi o
capital, mas, sim as ideias ou a inovação que fizeram a diferença no surgimento da moderna economia
do mercado. Em algum momento entre os séculos XVII e XIX, o homem comum ganhou dignidade. O
padeiro, o comerciante, o inventor de coisas. Primeiro timidamente, mas em um processo contínuo a
pari passu à afirmação das sociedades de direito. Daí o casamento moderno entre a economia de
mercado e a democracia liberal.
Palavras que resumem as ideias de Deirdre Mc-Closkey sobre o surgimento da moderna economia de
mercado:
a) crédito ilimitado.
b) crescimento de renda.
c) criatividade empreendedora.
d) evolução feminina.
Questão 117: FUNDATEC - Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do
texto estão citados na questão.
Os impactos da pandemia na gestão de saúde pública
Todo o sistema de saúde foi drasticamente impactado pela pandemia do novo coronavírus. Uma
remodelagem rápida precisou ser feita para atender os diversos casos da doença que são descobertos a
cada dia.
Este novo ...enário trouxe desafios que antes eram difíceis de se imaginar para a gestão da saúde
pública. Protocolos rígidos de segurança, isolamento social, fechamento dos estabelecimentos
comerciais, dentre outras medidas, foram tomadas para evitar ao máximo a proliferação do vírus.
Neste ponto, precisamos destacar que, quando falamos de saúde pública, trata-se de algo que engloba
todas as medidas tomadas pelo Estado para garantir o bem-estar físico, mental e social da população.
A quantidade de casos e de pessoas mortas por conta da doença trouxe tona a importância de se
ter uma rede de saúde bem preparada e que seja capa... de atender às demandas da população.
Diversas medidas começaram a ser tomadas para monitorar os casos e melhorar a capacidade de
atendimento. O dia dia do atendimento aos pacientes mudou, e garantir a segurança dos
profissionais envolvidos se tornou um desafio.
Desenvolver planos adequados para o enfrentamento do problema se tornou e...encial para a gestão da
saúde pública. Fazer com que o sistema tenha a capacidade suficiente para realizar o atendimento de
todos depende de um gerenciamento eficiente.
Todas as alterações foram feitas para evitar a propagação do vírus. Mas, como não houve muito tempo
para uma preparação em larga escala, alguns pontos ainda são sensíveis.
De acordo com a nota técnica “A pandemia de Covid-19 e os profissionais de saúde pública no Brasil”,
divulgada pela Fundação Getúlio Vargas em maio deste ano, mais de 60% dos profissionais da saúde não
se sente preparado ou não soube responder se está preparado para atuar em meio pandemia.
Esse dado nos mostra que o sistema ainda não estava preparado para enfrentar a magnitude da situação.
Quando as medidas para evitar a propagação do vírus não são seguidas, a gestão da saúde pública se
torna ainda mais desafiadora.
Aqui é preciso dizer que o sistema de saúde não teria capacidade de atender em situações de aumento
significativo dos casos, ainda mais com isso acontecendo ao mesmo tempo. O isolamento social e os
cuidados extras com a higiene evitam que mais pessoas se contaminem e acabem sobrecarregando o
sistema.
I. De acordo com o texto, devido à excelente gestão do sistema de saúde brasileiro, em poucos
meses após o início da pandemia, todo o sistema estava estabilizado e tranquilo.
II. À época da publicação do texto, mais da metade dos trabalhadores da saúde estava insegura
ou não tinha certeza a respeito de como lidar com a pandemia.
III. De acordo com o texto, o não cumprimento de protocolos pela população tem significativo
impacto no sistema de saúde, mostrando que o processo integra a todos.
Questão 118: FUNDATEC - Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do
texto estão citados na questão.
Os impactos da pandemia na gestão de saúde pública
Todo o sistema de saúde foi drasticamente impactado pela pandemia do novo coronavírus. Uma
remodelagem rápida precisou ser feita para atender os diversos casos da doença que são descobertos a
cada dia.
Este novo ...enário trouxe desafios que antes eram difíceis de se imaginar para a gestão da saúde
pública. Protocolos rígidos de segurança, isolamento social, fechamento dos estabelecimentos
comerciais, dentre outras medidas, foram tomadas para evitar ao máximo a proliferação do vírus.
Neste ponto, precisamos destacar que, quando falamos de saúde pública, trata-se de algo que engloba
todas as medidas tomadas pelo Estado para garantir o bem-estar físico, mental e social da população.
Gestão da saúde pública na pandemia A Covid-19 mudou a rotina do mundo e criou uma grande crise
de saúde para todos os países. A situação se transformou rápido, e um vírus, ainda desconhecido no fim
de 2019, desencadeou uma pandemia em 2020.
A quantidade de casos e de pessoas mortas por conta da doença trouxe tona a importância de se
ter uma rede de saúde bem preparada e que seja capa... de atender às demandas da população.
Diversas medidas começaram a ser tomadas para monitorar os casos e melhorar a capacidade de
atendimento. O dia dia do atendimento aos pacientes mudou, e garantir a segurança dos
profissionais envolvidos se tornou um desafio.
Desenvolver planos adequados para o enfrentamento do problema se tornou e...encial para a gestão da
saúde pública. Fazer com que o sistema tenha a capacidade suficiente para realizar o atendimento de
todos depende de um gerenciamento eficiente.
As mudanças no sistema de saúde Os sistemas de saúde público e privado precisaram se adequar,
remanejar leitos, separar os pacientes com Covid-19 dos demais, dentre outras medidas. Já a população
em geral precisou adotar cuidados antes incomuns, como o uso de máscaras, evitar aglomerações e
manter o distanciamento.
Todas as alterações foram feitas para evitar a propagação do vírus. Mas, como não houve muito tempo
para uma preparação em larga escala, alguns pontos ainda são sensíveis.
De acordo com a nota técnica “A pandemia de Covid-19 e os profissionais de saúde pública no Brasil”,
divulgada pela Fundação Getúlio Vargas em maio deste ano, mais de 60% dos profissionais da saúde não
se sente preparado ou não soube responder se está preparado para atuar em meio pandemia.
Esse dado nos mostra que o sistema ainda não estava preparado para enfrentar a magnitude da situação.
Preocupações e cuidados com a população Essas foram algumas medidas que foram tomadas pelos
profissionais e pela população. Mas vale salientar que todo o cuidado e preocupação só darão os
resultados esperados se todos fizerem sua parte.
Quando as medidas para evitar a propagação do vírus não são seguidas, a gestão da saúde pública se
torna ainda mais desafiadora.
Aqui é preciso dizer que o sistema de saúde não teria capacidade de atender em situações de aumento
significativo dos casos, ainda mais com isso acontecendo ao mesmo tempo. O isolamento social e os
cuidados extras com a higiene evitam que mais pessoas se contaminem e acabem sobrecarregando o
sistema.
(Disponível em: https://grupoelfa.com.br/impactos-
pandemia-gestao-saude/#gestao-saude-publica – texto adaptado especialmente para esta prova) .
Assinale a alternativa que NÃO indica uma medida adotada pelo sistema de saúde e pela população a
fim de impedir a proliferação do vírus.
a) Separação de leitos para pacientes infectados pelo Corona vírus.
b) Isolamento social.
c) Proibição de aglomerações.
d) Reorganização somente do sistema de saúde público.
e) Garantia da segurança dos profissionais de saúde.
Questão 119: FUNDATEC - Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do
texto estão citados na questão.
Os impactos da pandemia na gestão de saúde pública
Todo o sistema de saúde foi drasticamente impactado pela pandemia do novo coronavírus. Uma
remodelagem rápida precisou ser feita para atender os diversos casos da doença que são descobertos a
cada dia.
Este novo ...enário trouxe desafios que antes eram difíceis de se imaginar para a gestão da saúde
pública. Protocolos rígidos de segurança, isolamento social, fechamento dos estabelecimentos
comerciais, dentre outras medidas, foram tomadas para evitar ao máximo a proliferação do vírus.
Neste ponto, precisamos destacar que, quando falamos de saúde pública, trata-se de algo que engloba
todas as medidas tomadas pelo Estado para garantir o bem-estar físico, mental e social da população.
Gestão da saúde pública na pandemia A Covid-19 mudou a rotina do mundo e criou uma grande crise
de saúde para todos os países. A situação se transformou rápido, e um vírus, ainda desconhecido no fim
de 2019, desencadeou uma pandemia em 2020.
A quantidade de casos e de pessoas mortas por conta da doença trouxe tona a importância de se
ter uma rede de saúde bem preparada e que seja capa... de atender às demandas da população.
Diversas medidas começaram a ser tomadas para monitorar os casos e melhorar a capacidade de
atendimento. O dia dia do atendimento aos pacientes mudou, e garantir a segurança dos
profissionais envolvidos se tornou um desafio.
Desenvolver planos adequados para o enfrentamento do problema se tornou e...encial para a gestão da
saúde pública. Fazer com que o sistema tenha a capacidade suficiente para realizar o atendimento de
todos depende de um gerenciamento eficiente.
Todas as alterações foram feitas para evitar a propagação do vírus. Mas, como não houve muito tempo
para uma preparação em larga escala, alguns pontos ainda são sensíveis.
De acordo com a nota técnica “A pandemia de Covid-19 e os profissionais de saúde pública no Brasil”,
divulgada pela Fundação Getúlio Vargas em maio deste ano, mais de 60% dos profissionais da saúde não
se sente preparado ou não soube responder se está preparado para atuar em meio pandemia.
Esse dado nos mostra que o sistema ainda não estava preparado para enfrentar a magnitude da situação.
Quando as medidas para evitar a propagação do vírus não são seguidas, a gestão da saúde pública se
torna ainda mais desafiadora.
Aqui é preciso dizer que o sistema de saúde não teria capacidade de atender em situações de aumento
significativo dos casos, ainda mais com isso acontecendo ao mesmo tempo. O isolamento social e os
cuidados extras com a higiene evitam que mais pessoas se contaminem e acabem sobrecarregando o
sistema.
Fonte: https://www.sjc.sp.gov.br/media/121023/lp_9%C2%BA-ano.pdf.
I. A charge retoma uma das medidas para conter a disseminação do Corona vírus exposta pelo
texto.
CONTUDO
II. Ela o faz de forma humorística, sendo uma referência a um dos aspectos tratados com seriedade
pelo texto.
vez. Para retomar uma fórmula muito conhecida de Descartes, o homem se fez então “mestre e senhor
da natureza”. Resultou daí um extraordinário desenvolvimento das ciências e das técnicas, mas também
a exploração desenfreada de uma natureza composta, a partir de então, de objetos sem ligação com os
humanos: plantas, animais, terras, águas e rochas convertidos em meros recursos que podemos usar e
dos quais podemos tirar proveito. Naquela altura, a natureza havia perdido sua alma e nada mais nos
impedia de vê-la unicamente como fonte de riqueza.
Philippe Descola. Outras naturezas, outras culturas. São Paulo: Editora 34, 2016, p.22-23 (com adaptações).
No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto anterior, bem como às ideias nele
expressas, julgue o item a seguir.
Philippe Descola. Outras naturezas, outras culturas. São Paulo: Editora 34, 2016, p.22-23 (com adaptações).
No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto anterior, bem como às ideias nele
expressas, julgue o item a seguir.
Conclui-se das ideias do texto que entender o mundo como um todo é uma ideia esquisita porque a
perspectiva de qualquer conhecimento é incompleta, parcial.
Certo
Errado
Philippe Descola. Outras naturezas, outras culturas. São Paulo: Editora 34, 2016, p.22-23 (com adaptações).
No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto anterior, bem como às ideias nele
expressas, julgue o item a seguir.
O texto defende que os aborígenes australianos não percebem o fato de que natureza e cultura são
distintas.
Certo
Errado
aperfeiçoar. Na realidade, essa imagem começou a ganhar corpo relativamente tarde, a partir do século
XVII, na Europa. Esse movimento, além de tardio na história da humanidade, só se produziu uma única
vez. Para retomar uma fórmula muito conhecida de Descartes, o homem se fez então “mestre e senhor
da natureza”. Resultou daí um extraordinário desenvolvimento das ciências e das técnicas, mas também
a exploração desenfreada de uma natureza composta, a partir de então, de objetos sem ligação com os
humanos: plantas, animais, terras, águas e rochas convertidos em meros recursos que podemos usar e
dos quais podemos tirar proveito. Naquela altura, a natureza havia perdido sua alma e nada mais nos
impedia de vê-la unicamente como fonte de riqueza.
Philippe Descola. Outras naturezas, outras culturas. São Paulo: Editora 34, 2016, p.22-23 (com adaptações).
No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto anterior, bem como às ideias nele
expressas, julgue o item a seguir.
Philippe Descola. Outras naturezas, outras culturas. São Paulo: Editora 34, 2016, p.22-23 (com adaptações).
No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto anterior, bem como às ideias nele
expressas, julgue o item a seguir.
As expressões “daí” e “a partir de então”, no penúltimo período do texto, e “Naquela altura”, no último
período, estabelecem uma sucessão temporal composta de três momentos distintos.
Certo
Errado
Philippe Descola. Outras naturezas, outras culturas. São Paulo: Editora 34, 2016, p.22-23 (com adaptações).
No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto anterior, bem como às ideias nele
expressas, julgue o item a seguir.
Conforme o texto, a natureza perdeu sua alma pelo fato de o ser humano ter-se instituído como seu
“mestre e senhor”.
Certo
Errado
pertence, afinal só conhecemos o mundo por suas partes, jamais como um todo. Mas, a partir do
momento em que nos habituamos a representar a natureza como um todo, ela se torna, por assim dizer,
um grande relógio, do qual podemos desmontar o mecanismo e cujas peças e engrenagem podemos
aperfeiçoar. Na realidade, essa imagem começou a ganhar corpo relativamente tarde, a partir do século
XVII, na Europa. Esse movimento, além de tardio na história da humanidade, só se produziu uma única
vez. Para retomar uma fórmula muito conhecida de Descartes, o homem se fez então “mestre e senhor
da natureza”. Resultou daí um extraordinário desenvolvimento das ciências e das técnicas, mas também
a exploração desenfreada de uma natureza composta, a partir de então, de objetos sem ligação com os
humanos: plantas, animais, terras, águas e rochas convertidos em meros recursos que podemos usar e
dos quais podemos tirar proveito. Naquela altura, a natureza havia perdido sua alma e nada mais nos
impedia de vê-la unicamente como fonte de riqueza.
Philippe Descola. Outras naturezas, outras culturas. São Paulo: Editora 34, 2016, p.22-23 (com adaptações).
No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto anterior, bem como às ideias nele
expressas, julgue o item a seguir.
Ainda que o texto não defina o que seria a alma da natureza, é possível inferir dos seus sentidos que tal
alma possui vínculos com os humanos.
Certo
Errado
Philippe Descola. Outras naturezas, outras culturas. São Paulo: Editora 34, 2016, p.22-23 (com adaptações).
No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto anterior, bem como às ideias nele
expressas, julgue o item a seguir.
O autor do texto argumenta que a representação da natureza unicamente como recurso decorre da
constatação, pela humanidade, da própria superioridade.
Certo
Errado
Philippe Descola. Outras naturezas, outras culturas. São Paulo: Editora 34, 2016, p.22-23 (com adaptações).
No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto anterior, bem como às ideias nele
expressas, julgue o item a seguir.
Depreende-se do texto que, para os aborígenes australianos, o que no Ocidente se entende por natureza
não é uma fonte de riqueza.
Certo
Errado
Aos olhos do povo, parece ser a Polícia a única responsável pela segurança da sociedade, quando em
verdade tem essa instituição somente a função mais árdua de todas, vez que atua na linha de frente em
prevenção ao crime ou na garimpagem de criminosos e na execução das leis penais, a fim de torná-las
efetivas ao exigir o cumprimento das regras sociais e solucionar os seus conflitos. [...]
Agora que a epidemia da insegurança se alastrou por todo o Brasil, a própria sociedade se mostra
preocupada com o problema e até já comunga com o preceito constitucional de que a segurança pública
é responsabilidade de todos, e com isso já se formam movimentos diversos que objetivam maior
interatividade com a Polícia para uma consequente união de forças de combate ao crime. [...]
Entretanto, essa necessária e importante interação ainda aparece de maneira emperrada, pois existe a
tradição arraigada no seio de grande parte da sociedade em generalizar, colocando-se como regra ao
invés da exceção, que a Polícia é ineficiente e criminosa, que todo policial é ignorante, arbitrário,
violento e irresponsável, quando em verdade, de uma maneira geral, tais entendimentos não passam de
pensamentos ilógicos e insensatos [...].
A eficiência do trabalho policial está intimamente ligada ao bom relacionamento entre cidadãos e
policiais. Um deve ver e sentir o outro no valor da amizade, como elemento de apoio, de confiança nos
seus recíprocos atos. Os policiais dependem da iniciativa e da cooperação das pessoas e estas dependem
da proteção dos policiais. [...].
Assinale o trecho que revela a tese defendida pelo autor sobre o assunto abordado no texto.
a) existe a tradição arraigada no seio de grande parte da sociedade em generalizar, colocando-se como
regra ao invés da exceção, que a Polícia é ineficiente e criminosa, que todo policial é ignorante,
arbitrário, violento e irresponsável [...].
b) Aos olhos do povo, parece ser a Polícia a única responsável pela segurança da sociedade.
c) tem essa instituição somente a função mais árdua de todas, vez que atua na linha de frente em
prevenção ao crime ou na garimpagem de criminosos e na execução das leis penais [...].
d) A eficiência do trabalho policial está intimamente ligada ao bom relacionamento entre cidadãos e
policiais.
e) Agora que a epidemia da insegurança se alastrou por todo o Brasil, a própria sociedade se mostra
preocupada com o problema [...].
Questão 130: UFMT - Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.
A etiqueta digital
Regras para você não se tornar um inconveniente no celular
Falta de educação no celular e nas redes sociais é o que não falta. Novos tempos exigem novas regras.
Eis algumas, mas não todas. Tornou-se importante aprender a não ser invasivo, chato ou simplesmente
mal-educado.
[...]
KKKKKKKKKK – E quem responde tudo com “KKKKKKK”? É uma risada ou um relincho? A conversa não
avança. “Como você está?” Resposta: “De quarentena KKKKKKK”. E por aí vai. Um kkk de leve, tudo
bem. Mas o excesso é ridículo.
Fim de papo – Tem gente que não quer terminar a conversa. Eu trabalho de noite, todo mundo sabe.
Se vem mensagem, me despeço rapidinho. “Tudo bem então, bjs”. A pessoa continua como se não
tivesse lido. Eu me despeço de novo: “Ótimo, bjão”. Imediatamente desaba sobre mim uma conversa
do tipo: “Estou triste hoje”. É o momento de iniciar confidência? Antes, eu me preocupava. “Está triste?
O que houve?”... Hoje sou rápido: “Espero que fique bem. Bjs”. E desligo.
Vácuo – Horrendo é deixar o interlocutor no vácuo. Alguém me diz que vai viajar no fim de semana.
“Para onde?” A pessoa some. Dali a três, quatro dias, reaparece. “Tudo bem?” Não se fala mais na
conversa anterior. É péssimo.
Incluir alguém em um grupo sem perguntar – Abro meu celular. Há cinquenta mensagens de um grupo
que não conheço. Piadas, papos... Alguém me botou na roda! Saio imediatamente. Mas meu número
particular já se espalhou por não sei quantas pessoas. É muito deselegante. Antes de incluir alguém,
pergunte se a pessoa concorda!
Pedir curtidas – Não tem coisa mais brega do que mendigar curtidas. Muitas vezes, se elogio um post,
no direct, por amizade, vem o pedido: “Curte lá”. Se não curto, a pessoa fica ofendidíssima!
Inacreditável. Curtida virou prova de amizade?
A deselegância impera. Tudo o que a pessoa não faz na vida real, apronta na internet. Por exemplo,
mandar um nude sem que seja pedido. Nude está tão facinho! Diz aí: quando é apresentado a alguém,
você tira a roupa imediatamente?
Questão 131: UFMT - Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.
WWW.ATUALIZAR.COM
A pandemia tornou mais urgente se manter antenado na tecnologia
IMAGINEM. Eu sou da época da máquina de escrever. Datilografava página por página. Tec, tec, tec. Já
não era novinho quando surgiu o computador doméstico. Foi fantástico – os vizinhos não reclamavam
mais quando eu escrevia à noite. Eu sei. A vida sem internet parece inacreditável hoje. [...]
A pandemia tornou a tecnologia mais obrigatória que nunca. Tenho de aprender aquilo que nunca pensei
em saber. Reunião por Zoom, por exemplo. Ou Google Meet. São programas de videoconferência. É
assim que se realizam as reuniões de trabalho atualmente. [...]
Há peças de teatro apresentadas pelo Instagram. É uma outra linguagem! Todos os dias boto um
aplicativo de meditação e relaxo, aprendendo a respirar, descansando... já escolhi um aplicativo da
ioga para fazer pelo celular. Mas ainda estou ensaiando começar... E cada vez há mais um novo
aplicativo para desvendar, uma plataforma para conhecer. Eu que cheguei a ter aula de caligrafia com
caneta tinteiro, vejam só! [...]
Às vezes, acho que não sou mais um indivíduo, e que me tornei um aplicativo. Estou em upload, em
contínua transferência de dados. Vivo em modo de atualização. Aceitei esse novo modo de viver. Este
admirável mundo novo já se incorporou à minha rotina diária. As novidades de hoje serão passado
amanhã. Eu e você também temos de seguir o ritmo.
Em vários momentos do texto, o autor interage diretamente com o leitor, seja para responder a uma
possível pergunta, para chamar sua atenção ou para propor uma ação. Em qual trecho NÃO ocorre essa
interação?
a) Eu que cheguei a ter aula de caligrafia com caneta tinteiro, vejam só!
b) Eu sei. A vida sem internet parece inacreditável hoje.
c) Vivo em modo de atualização. Aceitei esse novo modo de viver.
d) Eu e você também temos de seguir o ritmo.
e) IMAGINEM.
Um garoto vai para a escola levado de carro por seu pai. Ao sinal vermelho do semáforo, surge bem em
frente um menino mirrado, com roupas surradas e um nariz de palhaço, fazendo um triste show circense
de malabarismo. Outros dois também aproveitam a parada obrigatória para vender balas ou pedir
moedas. Rapidamente, o vidro do carro sobe depois da ordem e do comentário do pai: Está vendo, filho,
é assim que começa. Daqui a alguns anos, esses moleques vagabundos que não querem estudar e
trabalhar estarão roubando e matando. Isso não tem jeito de consertar. Acende o verde e lá vai o garoto
para escola um pouco assustado, mas aliviado: Ainda bem que minha família é do bem.
(CARDOSO, C.M. Fundamentos para uma educação na diversidade. In: https://acervodigital.unesp.br/bitstream/unesp/. Acesso em
20/10/2021.)
I- Emite um juízo de valor que considera os garotos como inferiores a ele em vários aspectos.
II- Mostra crença na desigualdade natural entre os seres humanos, considerando-se como possuidor
da verdade absoluta e como padrão de comportamento de referência para todos.
III- Revela rejeição de culturas diferentes que, potencialmente, segundo ele, possam ameaçar o
seu status quo.
IV- Considera os garotos seres semelhantes, porém inferiores, cópias imperfeitas de um modelo
único, o que justifica a exclusão, a dominação, a exploração.
Questão 133: Com. Exam. (MPE GO) - ‘Quando o mar está calmo, todo mundo pode ser timoneiro.’
Questão 134: Com. Exam. (MPE GO) - Vacinação de crianças no Brasil contra a Covid-19: o que
sabemos até agora (Giulia Granchi Da BBC Brasil em São Paulo. 14 de janeiro de 2022).
O menino indígena Davi Seremramiwe Xavante, de 8 anos, recebeu a primeira dose do imunizante da
Pfizer no Estado de São Paulo. Apesar disso, ainda há muita incerteza sobre o calendário e a
disponibilidade de doses para que a campanha avance de fato.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a aplicação da vacina Comirnaty (da Pfizer-
BioNTech) em crianças de 5 a 11 anos no dia 16 de dezembro de 2021. O parecer levou em conta dados
disponíveis sobre a eficácia e a segurança da vacina, que foram analisados por diferentes profissionais
da área da saúde, contando com a participação de especialistas externos de diferentes sociedades
médicas brasileiras.
Além disso, de acordo com a agência, a análise também considerou o relatório da aprovação da FDA
(Food and Drug Administration), agência regulatória dos Estados Unidos, assim como o cenário de
aprovação internacional das autoridades que possuem medidas semelhantes às do Brasil. (...)
Por enquanto, a única vacina disponível contra a covid-19 para crianças é a Pfizer-BioNTech. A análise
da Anvisa concluiu que, quando administrada no esquema de duas doses em crianças de 5 a 11 anos de
idade, o imunizante é seguro e eficaz na prevenção da covid-19 sintomática, na prevenção das forma
grave e potencialmente fatal da doença.
Em agosto de 2021, o Instituto Butantan também chegou a pedir o uso emergencial da CoronaVac em
crianças a partir de três anos, mas a diretoria da Anvisa rejeitou por unanimidade alegando falta de
dados que comprovassem a eficácia e segurança.
O governo federal também fez uma consulta pública sobre o tema, com o objetivo de "informar e
conhecer as dúvidas da população sobre a vacinação de crianças". O debate foi encerrado no dia 2 de
janeiro e não gerou mudanças na aprovação.
O menino indígena Davi Seremramiwe Xavante, de 8 anos, recebeu a primeira dose do imunizante da
Pfizer no Estado de São Paulo. Apesar disso, ainda há muita incerteza sobre o calendário e a
disponibilidade de doses para que a campanha avance de fato.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a aplicação da vacina Comirnaty (da Pfizer-
BioNTech) em crianças de 5 a 11 anos no dia 16 de dezembro de 2021. O parecer levou em conta dados
disponíveis sobre a eficácia e a segurança da vacina, que foram analisados por diferentes profissionais
da área da saúde, contando com a participação de especialistas externos de diferentes sociedades
médicas brasileiras.
Além disso, de acordo com a agência, a análise também considerou o relatório da aprovação da FDA
(Food and Drug Administration), agência regulatória dos Estados Unidos, assim como o cenário de
aprovação internacional das autoridades que possuem medidas semelhantes às do Brasil. (...)
Por enquanto, a única vacina disponível contra a covid-19 para crianças é a Pfizer-BioNTech. A análise
da Anvisa concluiu que, quando administrada no esquema de duas doses em crianças de 5 a 11 anos de
idade, o imunizante é seguro e eficaz na prevenção da covid-19 sintomática, na prevenção das forma
grave e potencialmente fatal da doença.
Em agosto de 2021, o Instituto Butantan também chegou a pedir o uso emergencial da CoronaVac em
crianças a partir de três anos, mas a diretoria da Anvisa rejeitou por unanimidade alegando falta de
dados que comprovassem a eficácia e segurança.
O governo federal também fez uma consulta pública sobre o tema, com o objetivo de "informar e
conhecer as dúvidas da população sobre a vacinação de crianças". O debate foi encerrado no dia 2 de
janeiro e não gerou mudanças na aprovação.
Saber parar
Vamos começar pelo final, para ninguém aí querer pular para a última linha. A ansiedade é uma antiga
conhecida da nossa espécie e tem uma função importante: preparar o corpo e a mente para decisões e
ações ligeiras numa situação de forte estresse. Por exemplo, a de esbarrar com um predador faminto
numa savana africana. A questão é que o ambiente e os desafios de hoje mudaram muito desde a Pré-
História. Os predadores agora são outros e atendem pelo nome de excesso de estímulos – de informação,
de tarefas, de metas.
Essas batalhas diárias podem deixar feridas, dor e dúvida. E o pior é que fomos ensinados a passar por
cima de tudo isso e seguir pleníssimos, apesar do peso. Como se fôssemos máquina. E aí o mecanismo
natural que nos salva de tantos perigos nunca tem trégua. Fica ligado constantemente, trazendo
problemas e, muitas vezes, a necessidade de buscar ajuda profissional para ajustá-lo. Porque somos
humanos.
Não sei bem de que forma chegamos até aqui, na normalização do ato de sorrir para o outro enquanto
por dentro a gente chora. Deve ter a ver com nossa visão equivocada do que é ser forte. Achamos que
só tem valor aquele que dá conta de tudo, supera limites, alcança o primeiro lugar. Se essas vitórias
alcançam a saúde física e emocional do tal ser perfeito, poucos parecem se importar. Mas quem disse
que precisa ser assim? Quem determinou que não podemos parar, desistir, recomeçar?
[...] O desacelerar pode estar na leitura de um livro, num gole de chá, em uma atividade física, em não
fazer nada.[...]
No penúltimo parágrafo, as duas perguntas feitas pela autora podem ser consideradas retóricas. O que
justifica serem assim chamadas?
a) Buscam obter uma informação nova para complementar os argumentos dados.
b) Pretendem provocar ou reafirmar um ponto de vista ou refletir sobre o assunto abordado.
c) Têm caráter mal-intencionado, com o propósito de usar as respostas contra quem as formulou.
d) São usadas principalmente para ensinar a arte da eloquência, da linguagem.
e) Exigem uma resposta imediata do interlocutor, sob pena de não ocorrer compreensão do texto.
Questão 137: FADESP - Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.
O Dia da Policial Militar, instituído pela Assembleia Legislativa, busca valorizar e reconhecer o papel
feminino na segurança pública
Uma das pioneiras na instituição, a major Máurea Mendes Leite, que hoje está na reserva remunerada,
relembra que a chegada feminina à PM do Pará foi uma mudança de paradigma para a corporação e para
as mulheres. “Foi um caminho simbólico. A maioria das mulheres tinha uma origem humilde, e isso foi
um grande salto na nossa vida profissional e na perspectiva de vida das nossas famílias. A carreira a ser
trilhada na PM foi um marco de empoderamento das mulheres e uma nova perspectiva profissional. A
cada aniversário voltam lembranças boas de luta e conquistas, e eu fico muito grata em fazer parte
desta história”, ressalta a oficial da reserva.
No dia 14 de dezembro de 2011 foi aprovada a Lei Ordinária 7.576, de autoria da deputada estadual Ana
Cunha, que instituiu o dia 1º de fevereiro como Dia da Policial Militar no Pará. A parlamentar justificou
no projeto a importância da presença feminina no Pará, argumentando que a instituição de datas
comemorativas tem como um de seus objetivos valorizar a cultura e a formação da identidade social,
evidenciando a memória coletiva de algo ou alguém que, por seus méritos, não deva ser esquecido.
Segundo ela, a data é o reconhecimento do trabalho desempenhado pelas policiais militares que atuam
na manutenção de ordem e segurança pública no Estado.
O comandante-geral da PM, coronel José Dilson Melo de Souza Júnior, ressaltou a importância não só da
turma de 1982, como de todas as mulheres que fazem parte da corporação. “Parabenizamos todas as
mulheres que fazem parte da história da PM, e ressaltamos que esta data, além de simbolizar a entrada
da primeira turma feminina, também foi instituída em lei estadual como dia da Policial Militar do Pará”,
reiterou o comandante-geral.
De acordo com o texto, a presença de mulheres no contingente da Polícia Militar do Pará teve como
marco
a) a implementação do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap) em Outeiro.
b) o ingresso, no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças, das primeiras mulheres.
c) a conclusão do curso de formação e aperfeiçoamento de praças por mulheres policiais.
d) a oficialização da presença de mulheres na corporação da Polícia Militar do Estado do Pará.
Questão 138: FADESP - Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.
Polícia Militar do Pará comemora 39 anos
do ingresso de mulheres na corporação
O Dia da Policial Militar, instituído pela Assembleia Legislativa, busca valorizar e reconhecer o papel
feminino na segurança pública
Uma das pioneiras na instituição, a major Máurea Mendes Leite, que hoje está na reserva remunerada,
relembra que a chegada feminina à PM do Pará foi uma mudança de paradigma para a corporação e para
as mulheres. “Foi um caminho simbólico. A maioria das mulheres tinha uma origem humilde, e isso foi
um grande salto na nossa vida profissional e na perspectiva de vida das nossas famílias. A carreira a ser
trilhada na PM foi um marco de empoderamento das mulheres e uma nova perspectiva profissional. A
cada aniversário voltam lembranças boas de luta e conquistas, e eu fico muito grata em fazer parte
desta história”, ressalta a oficial da reserva.
No dia 14 de dezembro de 2011 foi aprovada a Lei Ordinária 7.576, de autoria da deputada estadual Ana
Cunha, que instituiu o dia 1º de fevereiro como Dia da Policial Militar no Pará. A parlamentar justificou
no projeto a importância da presença feminina no Pará, argumentando que a instituição de datas
comemorativas tem como um de seus objetivos valorizar a cultura e a formação da identidade social,
evidenciando a memória coletiva de algo ou alguém que, por seus méritos, não deva ser esquecido.
Segundo ela, a data é o reconhecimento do trabalho desempenhado pelas policiais militares que atuam
na manutenção de ordem e segurança pública no Estado.
O comandante-geral da PM, coronel José Dilson Melo de Souza Júnior, ressaltou a importância não só da
turma de 1982, como de todas as mulheres que fazem parte da corporação. “Parabenizamos todas as
mulheres que fazem parte da história da PM, e ressaltamos que esta data, além de simbolizar a entrada
da primeira turma feminina, também foi instituída em lei estadual como dia da Policial Militar do Pará”,
reiterou o comandante-geral.
Concluíram o Curso de Formação de Oficiais, na Academia de Polícia Militar do Barro Branco, em São
Paulo,
a) quatro alunas sargento, 50 alunas soldado e três oficiais.
b) quatro alunas sargento.
c) 50 alunas soldado.
d) três alunas oficiais.
Questão 139: FADESP - Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.
O Dia da Policial Militar, instituído pela Assembleia Legislativa, busca valorizar e reconhecer o papel
feminino na segurança pública
Uma das pioneiras na instituição, a major Máurea Mendes Leite, que hoje está na reserva remunerada,
relembra que a chegada feminina à PM do Pará foi uma mudança de paradigma para a corporação e para
as mulheres. “Foi um caminho simbólico. A maioria das mulheres tinha uma origem humilde, e isso foi
um grande salto na nossa vida profissional e na perspectiva de vida das nossas famílias. A carreira a ser
trilhada na PM foi um marco de empoderamento das mulheres e uma nova perspectiva profissional. A
cada aniversário voltam lembranças boas de luta e conquistas, e eu fico muito grata em fazer parte
desta história”, ressalta a oficial da reserva.
No dia 14 de dezembro de 2011 foi aprovada a Lei Ordinária 7.576, de autoria da deputada estadual Ana
Cunha, que instituiu o dia 1º de fevereiro como Dia da Policial Militar no Pará. A parlamentar justificou
no projeto a importância da presença feminina no Pará, argumentando que a instituição de datas
comemorativas tem como um de seus objetivos valorizar a cultura e a formação da identidade social,
evidenciando a memória coletiva de algo ou alguém que, por seus méritos, não deva ser esquecido.
Segundo ela, a data é o reconhecimento do trabalho desempenhado pelas policiais militares que atuam
na manutenção de ordem e segurança pública no Estado.
O comandante-geral da PM, coronel José Dilson Melo de Souza Júnior, ressaltou a importância não só da
turma de 1982, como de todas as mulheres que fazem parte da corporação. “Parabenizamos todas as
mulheres que fazem parte da história da PM, e ressaltamos que esta data, além de simbolizar a entrada
da primeira turma feminina, também foi instituída em lei estadual como dia da Policial Militar do Pará”,
reiterou o comandante-geral.
Para a major Máurea Mendes Leite, a chegada de mulheres na PM do Pará mudou paradigmas porque
a) determinou alterações na constituição do contingente da PM.
b) empoderou mulheres que antes não conseguiam ascender.
c) representou a conquista de direitos reivindicados há tempos.
d) permitiu que estas tivessem mais expectativas profissionais.
Questão 140: FADESP - Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.
O Dia da Policial Militar, instituído pela Assembleia Legislativa, busca valorizar e reconhecer o papel
feminino na segurança pública
Uma das pioneiras na instituição, a major Máurea Mendes Leite, que hoje está na reserva remunerada,
relembra que a chegada feminina à PM do Pará foi uma mudança de paradigma para a corporação e para
as mulheres. “Foi um caminho simbólico. A maioria das mulheres tinha uma origem humilde, e isso foi
um grande salto na nossa vida profissional e na perspectiva de vida das nossas famílias. A carreira a ser
trilhada na PM foi um marco de empoderamento das mulheres e uma nova perspectiva profissional. A
cada aniversário voltam lembranças boas de luta e conquistas, e eu fico muito grata em fazer parte
desta história”, ressalta a oficial da reserva.
No dia 14 de dezembro de 2011 foi aprovada a Lei Ordinária 7.576, de autoria da deputada estadual Ana
Cunha, que instituiu o dia 1º de fevereiro como Dia da Policial Militar no Pará. A parlamentar justificou
no projeto a importância da presença feminina no Pará, argumentando que a instituição de datas
comemorativas tem como um de seus objetivos valorizar a cultura e a formação da identidade social,
evidenciando a memória coletiva de algo ou alguém que, por seus méritos, não deva ser esquecido.
Segundo ela, a data é o reconhecimento do trabalho desempenhado pelas policiais militares que atuam
na manutenção de ordem e segurança pública no Estado.
O comandante-geral da PM, coronel José Dilson Melo de Souza Júnior, ressaltou a importância não só da
turma de 1982, como de todas as mulheres que fazem parte da corporação. “Parabenizamos todas as
mulheres que fazem parte da história da PM, e ressaltamos que esta data, além de simbolizar a entrada
da primeira turma feminina, também foi instituída em lei estadual como dia da Policial Militar do Pará”,
reiterou o comandante-geral.
Questão 141: FADESP - Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.
O Dia da Policial Militar, instituído pela Assembleia Legislativa, busca valorizar e reconhecer o papel
feminino na segurança pública
Uma das pioneiras na instituição, a major Máurea Mendes Leite, que hoje está na reserva remunerada,
relembra que a chegada feminina à PM do Pará foi uma mudança de paradigma para a corporação e para
as mulheres. “Foi um caminho simbólico. A maioria das mulheres tinha uma origem humilde, e isso foi
um grande salto na nossa vida profissional e na perspectiva de vida das nossas famílias. A carreira a ser
trilhada na PM foi um marco de empoderamento das mulheres e uma nova perspectiva profissional. A
cada aniversário voltam lembranças boas de luta e conquistas, e eu fico muito grata em fazer parte
desta história”, ressalta a oficial da reserva.
No dia 14 de dezembro de 2011 foi aprovada a Lei Ordinária 7.576, de autoria da deputada estadual Ana
Cunha, que instituiu o dia 1º de fevereiro como Dia da Policial Militar no Pará. A parlamentar justificou
no projeto a importância da presença feminina no Pará, argumentando que a instituição de datas
comemorativas tem como um de seus objetivos valorizar a cultura e a formação da identidade social,
evidenciando a memória coletiva de algo ou alguém que, por seus méritos, não deva ser esquecido.
Segundo ela, a data é o reconhecimento do trabalho desempenhado pelas policiais militares que atuam
na manutenção de ordem e segurança pública no Estado.
O comandante-geral da PM, coronel José Dilson Melo de Souza Júnior, ressaltou a importância não só da
turma de 1982, como de todas as mulheres que fazem parte da corporação. “Parabenizamos todas as
mulheres que fazem parte da história da PM, e ressaltamos que esta data, além de simbolizar a entrada
da primeira turma feminina, também foi instituída em lei estadual como dia da Policial Militar do Pará”,
reiterou o comandante-geral.
Em Foi um caminho simbólico. A maioria das mulheres tinha uma origem humilde, e isso foi um grande
salto na nossa vida profissional e na perspectiva de vida das nossas famílias, o termo grifado refere-se
a) à chegada das mulheres à Polícia Militar do Estado do Pará.
b) à mudança de paradigma para a corporação e para as mulheres.
c) ao caráter simbólico da atuação feminina na PM.
d) ao fato de a maioria das policiais ser de origem humilde.
Um grão de areia ou um bichinho que habita os oceanos, como um camarão, entra na concha da ostra.
Ele segue direto para uma região do corpo do animal conhecida como manto.
O manto é especialista em defesa. Assim que identifica a invasão, ele gera uma irritação. A seguir,
dobra-se sobre o intruso, como se fizesse um embrulho. Isso evita que a visita indesejada se mova.
O sistema de defesa da ostra é ativado e libera uma substância brilhante, chamada de nácar ou
madrepérola. O material é depositado em camadas sobre o invasor e endurece depressa, formando uma
bolota – é a pérola! Ela cresce sem parar, pois a ostra nunca para de enviar madrepérola ao local.
A reação que cria uma pérola acontece aos poucos. Por isso, a pedra leva cerca de três anos para se
formar, dependendo da espécie da ostra. Depois de tanto tempo, se o que invadiu o molusco foi um
bicho, ele acaba desaparecendo.
Ostras têm um sistema muito eficiente de defesa: a própria concha. É muito difícil que algo consiga
invadi-la e formar uma pérola. Na natureza, isso acontece em uma a cada 10 mil ostras. Por isso, a
pedra é rara e cara.
O formato da pérola depende do invasor e do local onde ele se instala. Quando o visitante gruda no
manto, fica preso e se torna irregular. Mas, se ele se descola, o nácar o reveste por inteiro e a pedra
fica redonda. As cores variam: branca, creme, rosa, cinza, preta, entre outras. Isso depende da espécie
de ostra e de substâncias que estão na água.
(Fonte: Abril - adaptado.)
Em conformidade com o texto, marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar
a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
( _ ) As ostras não têm um bom sistema de defesa. Por esse motivo, invasores facilmente invadem
sua concha.
( _ ) As cores de uma pérola podem variar conforme a espécie da ostra e as substâncias que estão
na água.
a) E - E - C.
b) E - C - C.
c) C - E - E.
d) C - C - E.
O terror torna-se total quando independe de toda oposição; reina supremo quando ninguém mais lhe
barra o caminho. Se a legalidade é a essência do governo não tirânico e a ilegalidade é a essência da
tirania, então o terror é a essência do domínio totalitário. O terror é a realização da lei do movimento.
O seu principal objetivo é tornar possível, à força da natureza ou da história, propagar-se livremente
por toda a humanidade, sem o estorvo de qualquer ação humana espontânea. Como tal, o terror procura
“estabilizar” os homens, a fim de liberar as forças da natureza ou da história. Esse movimento seleciona
os inimigos da humanidade contra os quais se desencadeia o terror, e não pode permitir que qualquer
ação livre, de oposição ou de simpatia, interfira com a eliminação do “inimigo objetivo” da história ou
da natureza, da classe ou da raça. Culpa e inocência viram conceitos vazios; “culpado” é quem estorva
o caminho do processo natural ou histórico que já emitiu julgamento quanto às “raças inferiores”,
quanto a quem é “indigno de viver”, quanto a “classes agonizantes e povos decadentes”. O terror manda
cumprir esses julgamentos, mas no seu tribunal todos os interessados são subjetivamente inocentes: os
assassinados porque nada fizeram contra o regime, e os assassinos porque realmente não assassinaram,
mas executaram uma sentença de morte pronunciada por um tribunal superior. Os próprios governantes
não afirmam serem justos ou sábios, mas apenas executores de leis, teóricas ou naturais; não aplicam
leis, mas executam um movimento segundo a sua lei inerente.
Confundir o terror total com um sintoma de governo tirânico é tão fácil, porque o governo totalitário
tem de conduzir-se como uma tirania e põe abaixo as fronteiras da lei feita pelos homens. Mas o terror
total não deixa atrás de si nenhuma ilegalidade arbitrária, e a sua fúria não visa ao benefício do poder
despótico de um homem contra todos, muito menos a uma guerra de todos contra todos. Em lugar das
fronteiras e dos canais de comunicação entre os homens individuais, constrói um cinturão de ferro que
os cinge de tal forma que é como se a sua pluralidade se dissolvesse em Um-Só-Homem de dimensões
gigantescas. Abolir as cercas da lei entre os homens — como o faz a tirania — significa tirar dos homens
os seus direitos e destruir a liberdade como realidade política viva, pois o espaço entre os homens,
delimitado pelas leis, é o espaço vital da liberdade.
O terror torna-se total quando independe de toda oposição; reina supremo quando ninguém mais lhe
barra o caminho. Se a legalidade é a essência do governo não tirânico e a ilegalidade é a essência da
tirania, então o terror é a essência do domínio totalitário. O terror é a realização da lei do movimento.
O seu principal objetivo é tornar possível, à força da natureza ou da história, propagar-se livremente
por toda a humanidade, sem o estorvo de qualquer ação humana espontânea. Como tal, o terror procura
“estabilizar” os homens, a fim de liberar as forças da natureza ou da história. Esse movimento seleciona
os inimigos da humanidade contra os quais se desencadeia o terror, e não pode permitir que qualquer
ação livre, de oposição ou de simpatia, interfira com a eliminação do “inimigo objetivo” da história ou
da natureza, da classe ou da raça. Culpa e inocência viram conceitos vazios; “culpado” é quem estorva
o caminho do processo natural ou histórico que já emitiu julgamento quanto às “raças inferiores”,
quanto a quem é “indigno de viver”, quanto a “classes agonizantes e povos decadentes”. O terror manda
cumprir esses julgamentos, mas no seu tribunal todos os interessados são subjetivamente inocentes: os
assassinados porque nada fizeram contra o regime, e os assassinos porque realmente não assassinaram,
mas executaram uma sentença de morte pronunciada por um tribunal superior. Os próprios governantes
não afirmam serem justos ou sábios, mas apenas executores de leis, teóricas ou naturais; não aplicam
leis, mas executam um movimento segundo a sua lei inerente.
Confundir o terror total com um sintoma de governo tirânico é tão fácil, porque o governo totalitário
tem de conduzir-se como uma tirania e põe abaixo as fronteiras da lei feita pelos homens. Mas o terror
total não deixa atrás de si nenhuma ilegalidade arbitrária, e a sua fúria não visa ao benefício do poder
despótico de um homem contra todos, muito menos a uma guerra de todos contra todos. Em lugar das
fronteiras e dos canais de comunicação entre os homens individuais, constrói um cinturão de ferro que
os cinge de tal forma que é como se a sua pluralidade se dissolvesse em Um-Só-Homem de dimensões
gigantescas. Abolir as cercas da lei entre os homens — como o faz a tirania — significa tirar dos homens
os seus direitos e destruir a liberdade como realidade política viva, pois o espaço entre os homens,
delimitado pelas leis, é o espaço vital da liberdade.
Infere-se do texto CG1A1-I que, na lógica que rege o tribunal do terror, além dos assassinados, também
são subjetivamente inocentes os assassinos, porque estes
a) apenas executam as leis do regime totalitário.
b) são vítimas do regime totalitário.
c) devem obediência aos seus governantes.
d) buscam justiça.
e) são privilegiados pelo regime totalitário.
As árvores são plantas com tronco de madeira, formadas por raiz, caule, galhos e folhas. Elas podem
ser angiospermas (quando dão flores e as sementes são protegidas por um fruto, como a macieira) e
gimnospermas (sem flores e sem frutos, com sementes sem proteção, como os pinheiros).
Tudo começa quando a semente do fruto de uma árvore cai no chão. Lá dentro, protegido pela casca,
está o embrião da futura planta. Ele se alimenta de uma reserva de nutrientes __________ na semente
e cresce com a ajuda da água retirada do solo. Assim, aos poucos, ganha força para romper a casca e
tornar-se uma pequena árvore.
Nos primeiros meses de vida, a árvore já é capaz de conseguir tudo o que precisa para se desenvolver.
Vindos do solo, água e sais minerais entram pela raiz, sobem pelo tronco e chegam às folhas, que fazem
a fotossíntese.
Você só ________ a parte de cima, mas, quando é jovem, a árvore cresce também para baixo, nas
raízes. Além disso, a planta cresce para os lados com o desenvolvimento das células que formam o
tronco.
Viu uma árvore com flores, frutos ou sementes? Sinal de que ela já é adulta e está pronta para se
reproduzir. A forma mais conhecida é pelas flores: ao receber o _________ de outras flores da mesma
espécie, elas se transformam em frutos, onde estão as sementes que, ao caírem no chão, darão origem
a novas árvores.
Um dos sinais de que uma árvore está ficando velha é que as raízes não conseguem mais retirar do solo
toda a água e sais minerais necessários para viver. O transporte de nutrientes pela planta também não
funciona bem. Aí, as folhas caem, os galhos perdem força e a casca se solta do tronco.
Lucía Blasco
Para a terapeuta e psicóloga britânica Sally Baker, "o problema com a positividade tóxica é que ela é
uma negação de todos os aspectos emocionais que sentimos diante de qualquer situação que nos
represente um desafio." "É desonesto em relação a quem somos permitir-nos apenas expressões
positivas", diz Baker. (...) “Nós nos escondemos atrás da positividade para manter outras pessoas longe
de uma imagem que nos mostra imperfeitos." (...) "Quando ignoramos nossas emoções negativas, nosso
corpo aumenta o volume para chamar nossa atenção para esse problema. Suprimir as emoções nos
esgota mental e fisicamente. Não é saudável e não é sustentável a longo prazo", diz a terapeuta. (...)
Teresa Gutiérrez, psicopedagoga e especialista em neuropsicologia, considera que "o positivismo tóxico
tem consequências psicológicas e psiquiátricas mais graves do que a depressão". "Pode levar a uma vida
irreal que prejudica nossa saúde mental. Tanto positivismo não é positivo para ninguém. Se não houver
frustração e fracasso, não aprendemos a desenvolver em nossas vidas", disse ele à BBC Mundo.
O positivismo tóxico está na moda? Baker pensa que sim e atribui isso às redes sociais, "que nos obrigam
a comparar nossas vidas com as vidas perfeitas que vemos online". (...) "Se houvesse mais honestidade
sobre as vulnerabilidades, nos sentiríamos mais livres para experimentar todos os tipos de emoções.
Somos humanos e devemos nos permitir sentir todo o espectro de emoções. É ok não estar bem. Não
podemos ser positivos o tempo todo."
Gutiérrez acredita que houve um aumento do positivismo tóxico "nos últimos anos", mas principalmente
durante a pandemia. (...) "Todas as emoções são como ondas: ganham intensidade e depois descem e
tornam-se espuma, até desaparecer aos poucos. O problema é quando não as queremos sentir porque
nos tornamos mais dóceis perante uma 'onda' que se aproxima". (...)
Stephanie Preston, professora de psicologia da Universidade de Michigan, nos EUA, acredita que a
melhor maneira de validar as emoções é "apenas ouvi-las". "Quando alguém compartilha sentimentos
negativos com você, em vez de correr para fazer essa pessoa se sentir melhor ou pensar mais
positivamente ("Tudo vai ficar bem"), tente levar um segundo para refletir sobre seu desconforto ou
medo e faça o possível para ouvir", aconselha a especialista. (...)
Como aplicar isso na prática? Em vez de dizer "não pense nisso, seja positivo", diga "me diz o que você
está sentindo, eu te escuto". Em vez de falar "poderia ser pior", diga "sinto muito que está passando por
isso". Em vez de "não se preocupe, seja feliz", diga "estou aqui para você". (...) "Tudo bem olhar para o
copo meio cheio, mas aceitando que pode haver situações em que o copo está meio vazio e, a partir
daí, assumir a responsabilidade de como construímos nossas vidas".
Para Baker, o que devemos lembrar é que "todas as nossas emoções são autênticas e reais, e todas elas
são válidas".
QUINO. 10 anos com Mafalda. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.
Texto II
Jean-Paul Sartre: “O inferno são os outros” O ser humano é absolutamente livre. Mas isso não é tão
simples -e agradável- quanto parece
Estamos condenados a ser livres. Essa é a sentença de Sartre para a humanidade. O filósofo e escritor
francês, ao lado do argelino Albert Camus, foi um dos maiores representantes do existencialismo,
corrente filosófica que nasceu com Kierkegaard e reflete sobre o sentido que o homem dá à própria
vida. Para Sartre, a existência do ser humano vem antes da sua essência. Ou seja, não nascemos como
uma tesoura, que foi feita para cortar, por exemplo.
Segundo o filósofo, antes de tomar qualquer decisão, não somos nada. Vamos nos moldando a partir das
nossas escolhas. Toda essa liberdade resulta em muita angústia. Essa angústia é ainda maior quando
percebemos que nossas ações são um espelho para a sociedade. Estamos constantemente pintando um
quadro de como deveria ser a sociedade a partir das nossas ações — o curioso é que o próprio Sartre era
viciado em anfetaminas, ou seja, não foi exatamente um exemplo de conduta. Defendia que temos
inteira liberdade para decidir o que queremos nos tornar ou fazer com nossa vida.
A má-fé seria mentir para si mesmo, tentando nos convencer de que não somos livres. O problema é
que nossos projetos pessoais entram em conflito com o projeto de vida dos outros. Eles, os outros, tiram
parte de nossa autonomia. Por isso, temos de refletir sobre nossas escolhas para não sair por aí agindo
sem rumo, deixando de realizar as coisas que vão definir a existência de cada um.
Ao mesmo tempo, é pelo olhar do outro que reconhecemos a nós mesmos, com erros e acertos. Já que
a convivência expõe nossas fraquezas, os outros são o “inferno” — daí a origem da célebre frase do
pensador francês.
Em uma França devastada, após o final da 2ª Guerra, liberdade não era exatamente a palavra do
momento. Mas as ideias de Sartre inspiraram toda uma geração de ativistas, como os revolucionários de
Paris, em maio de 1968, que ajudaram a derrubar o governo conservador francês. O filósofo ficou
conhecido também pela sua relação com Simone de Beauvoir, outra ilustre filósofa existencialista. Ela
foi sua companheira de toda a vida, apesar de nunca terem firmado um compromisso....
Sartre morreu como um filósofo pop. Em 15 de abril de 1980, mais de 50 mil pessoas foram ao seu
funeral.
QUINO. 10 anos com Mafalda. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.
Texto II
Jean-Paul Sartre: “O inferno são os outros” O ser humano é absolutamente livre. Mas isso não é tão
simples -e agradável- quanto parece
Estamos condenados a ser livres. Essa é a sentença de Sartre para a humanidade. O filósofo e escritor
francês, ao lado do argelino Albert Camus, foi um dos maiores representantes do existencialismo,
corrente filosófica que nasceu com Kierkegaard e reflete sobre o sentido que o homem dá à própria
vida. Para Sartre, a existência do ser humano vem antes da sua essência. Ou seja, não nascemos como
uma tesoura, que foi feita para cortar, por exemplo.
Segundo o filósofo, antes de tomar qualquer decisão, não somos nada. Vamos nos moldando a partir das
nossas escolhas. Toda essa liberdade resulta em muita angústia. Essa angústia é ainda maior quando
percebemos que nossas ações são um espelho para a sociedade. Estamos constantemente pintando um
quadro de como deveria ser a sociedade a partir das nossas ações — o curioso é que o próprio Sartre era
viciado em anfetaminas, ou seja, não foi exatamente um exemplo de conduta. Defendia que temos
inteira liberdade para decidir o que queremos nos tornar ou fazer com nossa vida.
A má-fé seria mentir para si mesmo, tentando nos convencer de que não somos livres. O problema é
que nossos projetos pessoais entram em conflito com o projeto de vida dos outros. Eles, os outros, tiram
parte de nossa autonomia. Por isso, temos de refletir sobre nossas escolhas para não sair por aí agindo
sem rumo, deixando de realizar as coisas que vão definir a existência de cada um.
Ao mesmo tempo, é pelo olhar do outro que reconhecemos a nós mesmos, com erros e acertos. Já que
a convivência expõe nossas fraquezas, os outros são o “inferno” — daí a origem da célebre frase do
pensador francês.
Em uma França devastada, após o final da 2ª Guerra, liberdade não era exatamente a palavra do
momento. Mas as ideias de Sartre inspiraram toda uma geração de ativistas, como os revolucionários de
Paris, em maio de 1968, que ajudaram a derrubar o governo conservador francês. O filósofo ficou
conhecido também pela sua relação com Simone de Beauvoir, outra ilustre filósofa existencialista. Ela
foi sua companheira de toda a vida, apesar de nunca terem firmado um compromisso....
Sartre morreu como um filósofo pop. Em 15 de abril de 1980, mais de 50 mil pessoas foram ao seu
funeral.
QUINO. 10 anos com Mafalda. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.
Texto II
Jean-Paul Sartre: “O inferno são os outros” O ser humano é absolutamente livre. Mas isso não é tão
simples -e agradável- quanto parece
Estamos condenados a ser livres. Essa é a sentença de Sartre para a humanidade. O filósofo e escritor
francês, ao lado do argelino Albert Camus, foi um dos maiores representantes do existencialismo,
corrente filosófica que nasceu com Kierkegaard e reflete sobre o sentido que o homem dá à própria
vida. Para Sartre, a existência do ser humano vem antes da sua essência. Ou seja, não nascemos como
uma tesoura, que foi feita para cortar, por exemplo.
Segundo o filósofo, antes de tomar qualquer decisão, não somos nada. Vamos nos moldando a partir das
nossas escolhas. Toda essa liberdade resulta em muita angústia. Essa angústia é ainda maior quando
percebemos que nossas ações são um espelho para a sociedade. Estamos constantemente pintando um
quadro de como deveria ser a sociedade a partir das nossas ações — o curioso é que o próprio Sartre era
viciado em anfetaminas, ou seja, não foi exatamente um exemplo de conduta. Defendia que temos
inteira liberdade para decidir o que queremos nos tornar ou fazer com nossa vida.
A má-fé seria mentir para si mesmo, tentando nos convencer de que não somos livres. O problema é
que nossos projetos pessoais entram em conflito com o projeto de vida dos outros. Eles, os outros, tiram
parte de nossa autonomia. Por isso, temos de refletir sobre nossas escolhas para não sair por aí agindo
sem rumo, deixando de realizar as coisas que vão definir a existência de cada um.
Ao mesmo tempo, é pelo olhar do outro que reconhecemos a nós mesmos, com erros e acertos. Já que
a convivência expõe nossas fraquezas, os outros são o “inferno” — daí a origem da célebre frase do
pensador francês.
Em uma França devastada, após o final da 2ª Guerra, liberdade não era exatamente a palavra do
momento. Mas as ideias de Sartre inspiraram toda uma geração de ativistas, como os revolucionários de
Paris, em maio de 1968, que ajudaram a derrubar o governo conservador francês. O filósofo ficou
conhecido também pela sua relação com Simone de Beauvoir, outra ilustre filósofa existencialista. Ela
foi sua companheira de toda a vida, apesar de nunca terem firmado um compromisso....
Sartre morreu como um filósofo pop. Em 15 de abril de 1980, mais de 50 mil pessoas foram ao seu
funeral.
A resistência (trecho)
Isto não é uma história.
Isto é história. Isto é história e, no entanto, quase tudo o que tenho ao meu dispor é a memória, noções
fugazes de dias tão remotos, impressões anteriores à consciência e à linguagem, resquícios indigentes
que eu insisto em malversar em palavras. Não se trata aqui de uma preocupação abstrata, embora de
abstrações eu tanto me valha: procurei meu irmão no pouco que escrevi até o momento e não o
encontrei em parte alguma. Alguma ideia talvez lhe seja justa, alguma descrição porventura o evoque,
dissipei em parágrafos sinuosos uns poucos dados ditos verídicos, mais nada. Não se depreenda desta
observação desnecessária, ao menos por enquanto, a minha ingenuidade: sei bem que nenhum livro
jamais poderá contemplar ser humano nenhum, jamais constituirá em papel e tinta sua existência feita
de sangue e de carne. Mas o que digo aqui é algo mais grave, não é um formalismo literário: falei do
temor de perder meu irmão e sinto que o perco a cada frase.
Por um instante me confundo, esqueço que também as coisas precedem as palavras, que tratar de
acessá-las implicará sempre novas falácias, e, como antes pelo texto, parto por este apartamento à
procura de rastros do meu irmão, atrás de algo que me restitua sua realidade. Não estou em sua casa,
a casa dos meus pais onde o imagino fechado no quarto, não posso bater à sua porta. Milhares de
quilômetros nos separam, um país inteiro nos separa, mas tenho a meu favor o estranho hábito de nossa
mãe de ir deixando, pelas casas da família, objetos que nos mantenham em contato. Neste apartamento
de Buenos Aires ninguém mora. Desde a morte dos meus avós ele é só uma estância de passagem,
encruzilhada de familiares distantes, distraídos, apressados, esquecidos da existência dos outros.
Encontro um álbum de fotos cruzado na estante, largado no ângulo exato que o faça casual. Tenho que
virar algumas páginas para que enfim me assalte o rosto do meu irmão, para que enfim me surpreenda
o que eu já esperava.
Julián Fuks
Julián Fuks (Extraído de: A resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2015)
“Isto não é uma história. Isto é história.” No primeiro parágrafo, a palavra “uma” é omitida na segunda
frase. O uso e a omissão do artigo, em sequência, configuram um recurso linguístico que destaca o
seguinte aspecto da narrativa:
a) descrição generalista da personagem materna
b) relação entre distância cronológica e geográfica
c) trabalho ficcional sobre as recordações familiares
d) tensão entre objetos pessoais e móveis domésticos
A resistência (trecho)
Isto não é uma história.
Isto é história. Isto é história e, no entanto, quase tudo o que tenho ao meu dispor é a memória, noções
fugazes de dias tão remotos, impressões anteriores à consciência e à linguagem, resquícios indigentes
que eu insisto em malversar em palavras. Não se trata aqui de uma preocupação abstrata, embora de
abstrações eu tanto me valha: procurei meu irmão no pouco que escrevi até o momento e não o
encontrei em parte alguma. Alguma ideia talvez lhe seja justa, alguma descrição porventura o evoque,
dissipei em parágrafos sinuosos uns poucos dados ditos verídicos, mais nada. Não se depreenda desta
observação desnecessária, ao menos por enquanto, a minha ingenuidade: sei bem que nenhum livro
jamais poderá contemplar ser humano nenhum, jamais constituirá em papel e tinta sua existência feita
de sangue e de carne. Mas o que digo aqui é algo mais grave, não é um formalismo literário: falei do
temor de perder meu irmão e sinto que o perco a cada frase.
Por um instante me confundo, esqueço que também as coisas precedem as palavras, que tratar de
acessá-las implicará sempre novas falácias, e, como antes pelo texto, parto por este apartamento à
procura de rastros do meu irmão, atrás de algo que me restitua sua realidade. Não estou em sua casa,
a casa dos meus pais onde o imagino fechado no quarto, não posso bater à sua porta. Milhares de
quilômetros nos separam, um país inteiro nos separa, mas tenho a meu favor o estranho hábito de nossa
mãe de ir deixando, pelas casas da família, objetos que nos mantenham em contato. Neste apartamento
de Buenos Aires ninguém mora. Desde a morte dos meus avós ele é só uma estância de passagem,
encruzilhada de familiares distantes, distraídos, apressados, esquecidos da existência dos outros.
Encontro um álbum de fotos cruzado na estante, largado no ângulo exato que o faça casual. Tenho que
virar algumas páginas para que enfim me assalte o rosto do meu irmão, para que enfim me surpreenda
o que eu já esperava.
Julián Fuks
Julián Fuks (Extraído de: A resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2015)
No segundo parágrafo, o narrador indica que há uma expectativa em sua busca. Em relação a essa
expectativa, é possível reconhecer um sentimento de:
a) incredulidade
b) imparcialidade
c) insatisfação
d) indiferença
A prática da cirurgia estética, tal como vem sendo intensamente exercida na cultura contemporânea,
visa a adequar um corpo aos valores exaltados pela cultura. Esta constrói, assim, um lugar estético
previamente definido e exalta-o como norma; os que não estiverem adequados a essa construção são
marginalizados, estão à margem, isto é, fora do lugar. A experiência subjetiva – negativa – que provocará
a demanda pela cirurgia estética é portanto a experiência de uma atopia, de um estar fora do lugar, de
um não ter lugar. A cirurgia estética então aparece como o instrumento que a cultura disponibiliza para
que as pessoas tornem-se adequadas ao lugar, ponham fim à sensação existencialmente desconfortável
da atopia.
Curiosamente, a precondição subjetiva para uma experiência de arte é muitas vezes também a
experiência negativa da atopia. Os caminhos da arte e da cirurgia estética se originam na mesma
encruzilhada – seus destinos entretanto serão radicalmente diferentes. O que é a experiência da atopia?
A criança que tem problemas de saúde e cuja debilidade a impossibilita de participar, normalmente,
das atividades corriqueiras das demais crianças, impedindo-a assim de pertencer a um grupo. É o caso
do grande pianista Nelson Freire, tal como nos conta o documentário de João Moreira Salles. A saúde
frágil cria um pequeno exílio, um outro lugar que, contudo, não pode ainda ser experimentado como
lugar: não há nada nele, ele se define apenas negativamente – pela impossibilidade, pelo vazio, pela
ausência, por não ser o “verdadeiro” lugar, isto é, o lugar do grupo, da aceitação, da norma.
E onde está a arte nisso tudo? A arte é exatamente o meio pelo qual, na encruzilhada da atopia,
preenche-se o vazio do isolamento dando-lhe um conteúdo e fazendo dele, assim, um espaço – um lugar.
A arte é o meio pelo qual o sujeito nomeia a si e ao mundo de uma outra forma. Essa renomeação cria
um lugar, na medida em que um mundo renomeado é imediatamente um mundo revalorado. Isso
reconfigura todo o espaço, pois é uma determinada estrutura de valoração, normativa, que condena a
diferença à atopia. Francisco Bosco
(Extraído e adaptado de: Banalogias. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007)
De acordo com o ponto de vista manifestado no primeiro parágrafo, a demanda por cirurgia estética é
caracterizada por:
a) atitude de contestação à cultura
b) projeto de adequação a padrões
c) consciência de experimentação inovadora
d) valorização de comportamentos singulares
A prática da cirurgia estética, tal como vem sendo intensamente exercida na cultura contemporânea,
visa a adequar um corpo aos valores exaltados pela cultura. Esta constrói, assim, um lugar estético
previamente definido e exalta-o como norma; os que não estiverem adequados a essa construção são
marginalizados, estão à margem, isto é, fora do lugar. A experiência subjetiva – negativa – que provocará
a demanda pela cirurgia estética é portanto a experiência de uma atopia, de um estar fora do lugar, de
um não ter lugar. A cirurgia estética então aparece como o instrumento que a cultura disponibiliza para
que as pessoas tornem-se adequadas ao lugar, ponham fim à sensação existencialmente desconfortável
da atopia.
Curiosamente, a precondição subjetiva para uma experiência de arte é muitas vezes também a
experiência negativa da atopia. Os caminhos da arte e da cirurgia estética se originam na mesma
encruzilhada – seus destinos entretanto serão radicalmente diferentes. O que é a experiência da atopia?
A criança que tem problemas de saúde e cuja debilidade a impossibilita de participar, normalmente,
das atividades corriqueiras das demais crianças, impedindo-a assim de pertencer a um grupo. É o caso
do grande pianista Nelson Freire, tal como nos conta o documentário de João Moreira Salles. A saúde
frágil cria um pequeno exílio, um outro lugar que, contudo, não pode ainda ser experimentado como
lugar: não há nada nele, ele se define apenas negativamente – pela impossibilidade, pelo vazio, pela
ausência, por não ser o “verdadeiro” lugar, isto é, o lugar do grupo, da aceitação, da norma.
E onde está a arte nisso tudo? A arte é exatamente o meio pelo qual, na encruzilhada da atopia,
preenche-se o vazio do isolamento dando-lhe um conteúdo e fazendo dele, assim, um espaço – um lugar.
A arte é o meio pelo qual o sujeito nomeia a si e ao mundo de uma outra forma. Essa renomeação cria
um lugar, na medida em que um mundo renomeado é imediatamente um mundo revalorado. Isso
reconfigura todo o espaço, pois é uma determinada estrutura de valoração, normativa, que condena a
diferença à atopia. Francisco Bosco
(Extraído e adaptado de: Banalogias. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007)
A visão construída em torno da arte, no texto, considera sua função de:
a) impedir a socialização de sujeitos diferentes
O desafio
Vou desafiar meus leitores e minhas leitoras. É um convite a uma posição mais científica na formulação
de opiniões. O pensamento científico tenta enfrentar o que for “preconceito”. Dentre muitos sentidos,
a palavra indica um conceito surgido antes da experiência, algo que está na cabeça sem observação da
realidade. Como na parábola dos cegos que apalpam um elefante, uns imaginam que a forma do
mamiífero seja de uma espada por tocarem no marfim, outro afirma ser uma parede por tocar seu
abdômen e um terceiro garante que é uma mangueira por ter encostado, exclusivamente, na tromba.
(...) Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense [Paulo Freire].
Encontro bem menos leitores. Lanço o desafio cheio de esperança no centenário dele: antes de defender
ou atacar Paulo Freire, leia dois livros dele ao menos. Depois de ler e examinar a obra, (...) emita sua
sagrada opinião, agora com certo embasamento. Educação é algo muito sério. Paulo Freire encarou o
gravíssimo drama do analfabetismo. Hoje vivemos outro tipo de drama: pessoas que possuem a
capacidade de ler e se recusam a fazê-lo.
Como crianças, que brincam sozinhas uma ao lado da outra, casais ou amigos aprenderam, na pandemia, novos modos de se
aproximar.
“Quer ler em silêncio sentada ao meu lado no Riverside Park?” Mandei essa mensagem para uma amiga
numa tarde de domingo, em julho. Eu estava exausta e apavorada com a aproximação das últimas horas
do fim de semana – mas não queria ficar sozinha. “Vamos nos encontrar à uma hora?”, escreveu ela de
volta. Arrumei a mochila, animada para passar mais uma tarde sozinha e com uma amiga.
O termo ‘brincadeira paralela’ geralmente é usado quando crianças pequenas brincam de forma
independente, lado a lado, mas também pode ser uma maneira valiosa de pensar no relacionamento
entre adultos. O envolvimento em uma brincadeira paralela é parte importante de como a criança
aprende a interagir com outras e tornar-se um ser social. Pense em crianças construindo silenciosamente
cada uma a própria torre com blocos ou correndo pelo playground sem realmente interagir. Não se
envolvem, mas não estão brincando totalmente sozinhas.
Para os adultos, o que diferencia duas pessoas se ignorando na mesma sala e a brincadeira paralela é a
base segura que sustenta seu relacionamento, explicou o Dr. Amir Levine, psiquiatra. “A brincadeira
paralela é uma das marcas de um relacionamento seguro, mas tem de ser feita da maneira certa. Se
você sabe que a outra pessoa está disponível e que, se precisar, ela prestará atenção em você, isso lhe
dá segurança”, diz Levine.
Quando você não tem um relacionamento seguro, tentar agir de forma independente do parceiro,
enquanto compartilha o mesmo espaço, pode dar errado. A existência de brincadeiras paralelas em um
relacionamento pode ser o termômetro de um relacionamento saudável.
Sierra Reed, estrategista social e criativa, comentou que seus amigos mais próximos eram aqueles com
quem ela podia estar e não fazer nada. Ela pode trabalhar enquanto um amigo cozinha, por exemplo.
“São pessoas com quem posso estar, sentir o amor e pensar: ‘Isso é perfeito’.”
“Durante a covid, não podíamos nos afastar com frequência das pessoas com quem convivemos. Embora
eu não ache que sempre precisamos de um tempo a sós, às vezes precisamos ‘estar juntos, mas sem
interação’.”
(Sophie Vershbow, The New York Times. O Estado de S.Paulo, 23 de out.2021. Adaptado)
Como crianças, que brincam sozinhas uma ao lado da outra, casais ou amigos aprenderam, na pandemia, novos modos de se
aproximar.
“Quer ler em silêncio sentada ao meu lado no Riverside Park?” Mandei essa mensagem para uma amiga
numa tarde de domingo, em julho. Eu estava exausta e apavorada com a aproximação das últimas horas
do fim de semana – mas não queria ficar sozinha. “Vamos nos encontrar à uma hora?”, escreveu ela de
volta. Arrumei a mochila, animada para passar mais uma tarde sozinha e com uma amiga.
O termo ‘brincadeira paralela’ geralmente é usado quando crianças pequenas brincam de forma
independente, lado a lado, mas também pode ser uma maneira valiosa de pensar no relacionamento
entre adultos. O envolvimento em uma brincadeira paralela é parte importante de como a criança
aprende a interagir com outras e tornar-se um ser social. Pense em crianças construindo silenciosamente
cada uma a própria torre com blocos ou correndo pelo playground sem realmente interagir. Não se
envolvem, mas não estão brincando totalmente sozinhas.
Para os adultos, o que diferencia duas pessoas se ignorando na mesma sala e a brincadeira paralela é a
base segura que sustenta seu relacionamento, explicou o Dr. Amir Levine, psiquiatra. “A brincadeira
paralela é uma das marcas de um relacionamento seguro, mas tem de ser feita da maneira certa. Se
você sabe que a outra pessoa está disponível e que, se precisar, ela prestará atenção em você, isso lhe
dá segurança”, diz Levine.
Quando você não tem um relacionamento seguro, tentar agir de forma independente do parceiro,
enquanto compartilha o mesmo espaço, pode dar errado. A existência de brincadeiras paralelas em um
relacionamento pode ser o termômetro de um relacionamento saudável.
Sierra Reed, estrategista social e criativa, comentou que seus amigos mais próximos eram aqueles com
quem ela podia estar e não fazer nada. Ela pode trabalhar enquanto um amigo cozinha, por exemplo.
“São pessoas com quem posso estar, sentir o amor e pensar: ‘Isso é perfeito’.”
“Durante a covid, não podíamos nos afastar com frequência das pessoas com quem convivemos. Embora
eu não ache que sempre precisamos de um tempo a sós, às vezes precisamos ‘estar juntos, mas sem
interação’.”
(Sophie Vershbow, The New York Times. O Estado de S.Paulo, 23 de out.2021. Adaptado)
Como crianças, que brincam sozinhas uma ao lado da outra, casais ou amigos aprenderam, na pandemia, novos modos de se
aproximar.
“Quer ler em silêncio sentada ao meu lado no Riverside Park?” Mandei essa mensagem para uma amiga
numa tarde de domingo, em julho. Eu estava exausta e apavorada com a aproximação das últimas horas
do fim de semana – mas não queria ficar sozinha. “Vamos nos encontrar à uma hora?”, escreveu ela de
volta. Arrumei a mochila, animada para passar mais uma tarde sozinha e com uma amiga.
O termo ‘brincadeira paralela’ geralmente é usado quando crianças pequenas brincam de forma
independente, lado a lado, mas também pode ser uma maneira valiosa de pensar no relacionamento
entre adultos. O envolvimento em uma brincadeira paralela é parte importante de como a criança
aprende a interagir com outras e tornar-se um ser social. Pense em crianças construindo silenciosamente
cada uma a própria torre com blocos ou correndo pelo playground sem realmente interagir. Não se
envolvem, mas não estão brincando totalmente sozinhas.
Para os adultos, o que diferencia duas pessoas se ignorando na mesma sala e a brincadeira paralela é a
base segura que sustenta seu relacionamento, explicou o Dr. Amir Levine, psiquiatra. “A brincadeira
paralela é uma das marcas de um relacionamento seguro, mas tem de ser feita da maneira certa. Se
você sabe que a outra pessoa está disponível e que, se precisar, ela prestará atenção em você, isso lhe
dá segurança”, diz Levine.
Quando você não tem um relacionamento seguro, tentar agir de forma independente do parceiro,
enquanto compartilha o mesmo espaço, pode dar errado. A existência de brincadeiras paralelas em um
relacionamento pode ser o termômetro de um relacionamento saudável.
Sierra Reed, estrategista social e criativa, comentou que seus amigos mais próximos eram aqueles com
quem ela podia estar e não fazer nada. Ela pode trabalhar enquanto um amigo cozinha, por exemplo.
“São pessoas com quem posso estar, sentir o amor e pensar: ‘Isso é perfeito’.”
“Durante a covid, não podíamos nos afastar com frequência das pessoas com quem convivemos. Embora
eu não ache que sempre precisamos de um tempo a sós, às vezes precisamos ‘estar juntos, mas sem
interação’.”
(Sophie Vershbow, The New York Times. O Estado de S.Paulo, 23 de out.2021. Adaptado)
(Adélia Prado)
Casamento
(Adélia Prado)
É correto afirmar que o sentido da frase dita pelo eu lírico – Eu não. – no 4o verso,
a) contradiz o contido na continuação desse verso.
b) opõe-se à ideia expressa no terceiro verso.
c) reforça o pensamento de outras mulheres.
d) compartilha a inquietação de outras mulheres.
e) confirma a ideia contida nos versos anteriores.
Um alerta contemporâneo
O planeta nunca foi o mesmo. Ao longo do tempo, temos passado ao largo dessa questão, como se ela
não nos importasse para entendermos melhor onde estamos. E o que enfrentamos, a cada momento,
para existir. Um simples dado ignorado sobre o planeta pode nos revelar alguma coisa fundamental
sobre nós mesmos. Talvez esse simples dado, sobre a existência do que não conhecemos, nos explique
o que não conseguimos explicar até agora.
O calor excessivo na Europa, as cheias no continente asiático, as recentes chuvas de inverno durante o
nosso verão devem ser mais uma reação da natureza ao que temos feito de errado no mundo. Cada
fenômeno desses é um gesto de nossos parceiros para nos chamar a atenção para o que deve estar
errado. Ou, então, uma simples declaração de guerra, sei lá de que tipo.
Quando nossos erros se concluem antes de um desastre final, nossos parceiros deixam para lá, esperam
que desvendemos o fracasso de nossas más ideias. Outro dia, um daqueles príncipes do Oriente Médio
ofereceu ao Brasil fazer parte da Opep, a organização dos países exportadores de petróleo. Deve ter
feito o convite porque quase ninguém mais quer saber da Opep, por causa das novas fontes de energia.
Ninguém está mais a fim de gastar fortunas na exploração de petróleo, quando o mundo desenvolve e
já usa novas fontes limpas de energia, como a eólica e a solar.
O novo coronavírus é um sinal desse confronto entre o que foi vantagem no passado e hoje não é mais.
É uma formação natural de um mundo que ainda não conhecemos, equivalente ao que foi a Gripe
Espanhola, no final da Primeira Guerra Mundial. Um alerta contemporâneo.
No dia 11 de novembro de 1918, era assinado o tratado de paz que encerrava a Grande Guerra. Com
mais de 16 milhões de vítimas e histórias de arrepiar qualquer um de tanta violência e crueldade, essa
guerra seria responsável por um número de mortes que acabou sendo pequeno perto de outra tragédia
simultânea: a chamada Gripe Espanhola, que muitos acreditam ter interrompido de 30 a 50 milhões de
vidas, em todos os continentes. Curiosamente, como o coronavírus, a trágica epidemia não era uma
gripe, mas o resultado do surgimento e multiplicação de um vírus até então desconhecido.
Segundo historiadores da época, apesar do nome da epidemia, o vírus tinha sido trazido da costa leste
americana para a Europa, pelos combatentes dos Estados Unidos, que haviam entrado na guerra em
abril de 1918. Da Europa, os navios americanos e os de seus aliados o levaram para o resto do mundo,
chegando ao Rio de Janeiro no mês de setembro daquele ano, num navio britânico que deixou aqui a
gripe que não era gripe espalhada entre as meninas da Praça Mauá. E elas a transmitiram ao resto da
cidade, onde a epidemia atingiu 600 mil habitantes, mais da metade da população. Como no caso do
coronavírus, os que praticavam viagens transcontinentais eram os responsáveis por espalhar o vírus fatal
pelo mundo afora.
De acordo com os sentidos do texto, é possível identificar como um receio do autor o fato de que:
a) apesar do coronavírus, a humanidade continue sem dar atenção ao que há de errado no atual modo
de vida
b) por causa do coronavírus, forças de progresso econômico e social, que já estavam mobilizadas, se
enfraqueçam
c) apesar do coronavírus, venham a ser abandonadas novas fontes de energia alternativa, como a eólica
e a solar
d) por causa do coronavírus, a intolerância entre as nações aumente e provoque a terceira guerra
mundial
Pode-se dizer que esta coluna é um desagravo aos morcegos da China e do mundo. A incansável fábrica
de bobagens da internet já transformou, a esta altura do campeonato, a famigerada “sopa de morcegos”
chinesa na fonte supostamente incontestável do novo coronavírus que tanto nos assombra, e os
mamíferos voadores, de fato, são um reservatório importante de entidades virais que às vezes atingem
a nossa espécie. Mas uma nova pesquisa indica que não existe nada de essencialmente perigoso nos vírus
que esses bichos carregam.
Aliás, as evidências reunidas pelo trabalho, que acaba de sair na revista científica PNAS, sugerem que
nenhum grupo de animais pode ser considerado, por si só, um grande vilão das chamadas zoonoses,
infecções que surgem em bichos e podem se espalhar para os seres humanos.
O quadro revelado pelo estudo de Nardus Mollentze e Daniel Streicker, pesquisadores da Universidade
de Glasgow (Reino Unido), é complexo e cheio de nuances, mas uma de suas principais conclusões é de
que existe uma correlação mais ou menos direta entre a diversidade de espécies de um grupo e a
diversidade de vírus zoonóticos (ou seja, que podem saltar dos bichos para o Homo sapiens).
Se isso for verdade, o que acontece é que os morcegos parecem ser reservatórios de vírus perigosos
simplesmente porque são muito diversificados.
De fato, uma em cada cinco espécies de mamíferos planeta afora pertence à chamada ordem dos
quirópteros (em grego, algo como “asas nas mãos”). Além da diversidade, porém, muita gente também
postulava outras características intrínsecas dos morcegos como forma de explicar sua aparente
periculosidade viral.
Por serem voadores, eles conseguiriam espalhar os vírus que carregam por áreas mais amplas do que
outros animais. Diversas espécies, principalmente as da Ásia e da África tropicais, vivem em bandos tão
numerosos e aglomerados que a troca de patógenos entre os animais seria bem mais intensa do que o
visto entre os demais mamíferos, potencializando a evolução viral.
Por fim, falava-se até em possíveis peculiaridades do sistema imunológico (de defesa contra doenças)
dos quirópteros, que poderiam torná-los mais permeáveis a abrigar vírus.
Primeiro, os morcegos nem aparecem no topo da lista – juntos, os “líderes” são os cetartiodáctilos
(grupo ao qual pertencem os porcos e os bois) e os roedores, os quais, somados, respondem por 50% dos
vírus que saltam de animais para humanos.
Mais importante ainda, a correlação entre número de espécies de cada ordem e número de vírus que
causam zoonoses está clara em praticamente todos os casos.
Outro ponto crucial: mesmo as ordens mais diversificadas possuem seus vírus “parceiros”, que não são
os mesmos em outros animais. Os roedores, por exemplo, carregam muitos hantavírus e arenavírus –os
quais, aliás, volta e meia causam mortes no Brasil.
Pode-se dizer que esta coluna é um desagravo aos morcegos da China e do mundo. A incansável fábrica
de bobagens da internet já transformou, a esta altura do campeonato, a famigerada “sopa de morcegos”
chinesa na fonte supostamente incontestável do novo coronavírus que tanto nos assombra, e os
mamíferos voadores, de fato, são um reservatório importante de entidades virais que às vezes atingem
a nossa espécie. Mas uma nova pesquisa indica que não existe nada de essencialmente perigoso nos vírus
que esses bichos carregam.
Aliás, as evidências reunidas pelo trabalho, que acaba de sair na revista científica PNAS, sugerem que
nenhum grupo de animais pode ser considerado, por si só, um grande vilão das chamadas zoonoses,
infecções que surgem em bichos e podem se espalhar para os seres humanos.
O quadro revelado pelo estudo de Nardus Mollentze e Daniel Streicker, pesquisadores da Universidade
de Glasgow (Reino Unido), é complexo e cheio de nuances, mas uma de suas principais conclusões é de
que existe uma correlação mais ou menos direta entre a diversidade de espécies de um grupo e a
diversidade de vírus zoonóticos (ou seja, que podem saltar dos bichos para o Homo sapiens).
Se isso for verdade, o que acontece é que os morcegos parecem ser reservatórios de vírus perigosos
simplesmente porque são muito diversificados.
De fato, uma em cada cinco espécies de mamíferos planeta afora pertence à chamada ordem dos
quirópteros (em grego, algo como “asas nas mãos”). Além da diversidade, porém, muita gente também
postulava outras características intrínsecas dos morcegos como forma de explicar sua aparente
periculosidade viral.
Por serem voadores, eles conseguiriam espalhar os vírus que carregam por áreas mais amplas do que
outros animais. Diversas espécies, principalmente as da Ásia e da África tropicais, vivem em bandos tão
numerosos e aglomerados que a troca de patógenos entre os animais seria bem mais intensa do que o
visto entre os demais mamíferos, potencializando a evolução viral.
Por fim, falava-se até em possíveis peculiaridades do sistema imunológico (de defesa contra doenças)
dos quirópteros, que poderiam torná-los mais permeáveis a abrigar vírus.
Primeiro, os morcegos nem aparecem no topo da lista – juntos, os “líderes” são os cetartiodáctilos
(grupo ao qual pertencem os porcos e os bois) e os roedores, os quais, somados, respondem por 50% dos
vírus que saltam de animais para humanos.
Mais importante ainda, a correlação entre número de espécies de cada ordem e número de vírus que
causam zoonoses está clara em praticamente todos os casos.
Outro ponto crucial: mesmo as ordens mais diversificadas possuem seus vírus “parceiros”, que não são
os mesmos em outros animais. Os roedores, por exemplo, carregam muitos hantavírus e arenavírus –os
quais, aliás, volta e meia causam mortes no Brasil.
A utilização de termos como “hantavírus” e “arenavírus”, entre outros, confere ao texto um tom de:
a) trocadilho jocoso
b) anedota cotidiana
c) proposição informal
d) divulgação científica
Pode-se dizer que esta coluna é um desagravo aos morcegos da China e do mundo. A incansável fábrica
de bobagens da internet já transformou, a esta altura do campeonato, a famigerada “sopa de morcegos”
chinesa na fonte supostamente incontestável do novo coronavírus que tanto nos assombra, e os
mamíferos voadores, de fato, são um reservatório importante de entidades virais que às vezes atingem
a nossa espécie. Mas uma nova pesquisa indica que não existe nada de essencialmente perigoso nos vírus
que esses bichos carregam.
Aliás, as evidências reunidas pelo trabalho, que acaba de sair na revista científica PNAS, sugerem que
nenhum grupo de animais pode ser considerado, por si só, um grande vilão das chamadas zoonoses,
infecções que surgem em bichos e podem se espalhar para os seres humanos.
O quadro revelado pelo estudo de Nardus Mollentze e Daniel Streicker, pesquisadores da Universidade
de Glasgow (Reino Unido), é complexo e cheio de nuances, mas uma de suas principais conclusões é de
que existe uma correlação mais ou menos direta entre a diversidade de espécies de um grupo e a
diversidade de vírus zoonóticos (ou seja, que podem saltar dos bichos para o Homo sapiens).
Se isso for verdade, o que acontece é que os morcegos parecem ser reservatórios de vírus perigosos
simplesmente porque são muito diversificados.
De fato, uma em cada cinco espécies de mamíferos planeta afora pertence à chamada ordem dos
quirópteros (em grego, algo como “asas nas mãos”). Além da diversidade, porém, muita gente também
postulava outras características intrínsecas dos morcegos como forma de explicar sua aparente
periculosidade viral.
Por serem voadores, eles conseguiriam espalhar os vírus que carregam por áreas mais amplas do que
outros animais. Diversas espécies, principalmente as da Ásia e da África tropicais, vivem em bandos tão
numerosos e aglomerados que a troca de patógenos entre os animais seria bem mais intensa do que o
visto entre os demais mamíferos, potencializando a evolução viral.
Por fim, falava-se até em possíveis peculiaridades do sistema imunológico (de defesa contra doenças)
dos quirópteros, que poderiam torná-los mais permeáveis a abrigar vírus.
Primeiro, os morcegos nem aparecem no topo da lista – juntos, os “líderes” são os cetartiodáctilos
(grupo ao qual pertencem os porcos e os bois) e os roedores, os quais, somados, respondem por 50% dos
vírus que saltam de animais para humanos.
Mais importante ainda, a correlação entre número de espécies de cada ordem e número de vírus que
causam zoonoses está clara em praticamente todos os casos.
Outro ponto crucial: mesmo as ordens mais diversificadas possuem seus vírus “parceiros”, que não são
os mesmos em outros animais. Os roedores, por exemplo, carregam muitos hantavírus e arenavírus –os
quais, aliás, volta e meia causam mortes no Brasil.
“Pode-se dizer que esta coluna é um desagravo aos morcegos da China e do mundo” (1º parágrafo)
Pode-se dizer que esta coluna é um desagravo aos morcegos da China e do mundo. A incansável fábrica
de bobagens da internet já transformou, a esta altura do campeonato, a famigerada “sopa de morcegos”
chinesa na fonte supostamente incontestável do novo coronavírus que tanto nos assombra, e os
mamíferos voadores, de fato, são um reservatório importante de entidades virais que às vezes atingem
a nossa espécie. Mas uma nova pesquisa indica que não existe nada de essencialmente perigoso nos vírus
que esses bichos carregam.
Aliás, as evidências reunidas pelo trabalho, que acaba de sair na revista científica PNAS, sugerem que
nenhum grupo de animais pode ser considerado, por si só, um grande vilão das chamadas zoonoses,
infecções que surgem em bichos e podem se espalhar para os seres humanos.
O quadro revelado pelo estudo de Nardus Mollentze e Daniel Streicker, pesquisadores da Universidade
de Glasgow (Reino Unido), é complexo e cheio de nuances, mas uma de suas principais conclusões é de
que existe uma correlação mais ou menos direta entre a diversidade de espécies de um grupo e a
diversidade de vírus zoonóticos (ou seja, que podem saltar dos bichos para o Homo sapiens).
Se isso for verdade, o que acontece é que os morcegos parecem ser reservatórios de vírus perigosos
simplesmente porque são muito diversificados.
De fato, uma em cada cinco espécies de mamíferos planeta afora pertence à chamada ordem dos
quirópteros (em grego, algo como “asas nas mãos”). Além da diversidade, porém, muita gente também
postulava outras características intrínsecas dos morcegos como forma de explicar sua aparente
periculosidade viral.
Por serem voadores, eles conseguiriam espalhar os vírus que carregam por áreas mais amplas do que
outros animais. Diversas espécies, principalmente as da Ásia e da África tropicais, vivem em bandos tão
numerosos e aglomerados que a troca de patógenos entre os animais seria bem mais intensa do que o
visto entre os demais mamíferos, potencializando a evolução viral.
Por fim, falava-se até em possíveis peculiaridades do sistema imunológico (de defesa contra doenças)
dos quirópteros, que poderiam torná-los mais permeáveis a abrigar vírus.
Primeiro, os morcegos nem aparecem no topo da lista – juntos, os “líderes” são os cetartiodáctilos
(grupo ao qual pertencem os porcos e os bois) e os roedores, os quais, somados, respondem por 50% dos
vírus que saltam de animais para humanos.
Mais importante ainda, a correlação entre número de espécies de cada ordem e número de vírus que
causam zoonoses está clara em praticamente todos os casos.
Outro ponto crucial: mesmo as ordens mais diversificadas possuem seus vírus “parceiros”, que não são
os mesmos em outros animais. Os roedores, por exemplo, carregam muitos hantavírus e arenavírus –os
quais, aliás, volta e meia causam mortes no Brasil.
Pode-se dizer que esta coluna é um desagravo aos morcegos da China e do mundo. A incansável fábrica
de bobagens da internet já transformou, a esta altura do campeonato, a famigerada “sopa de morcegos”
chinesa na fonte supostamente incontestável do novo coronavírus que tanto nos assombra, e os
mamíferos voadores, de fato, são um reservatório importante de entidades virais que às vezes atingem
a nossa espécie. Mas uma nova pesquisa indica que não existe nada de essencialmente perigoso nos vírus
que esses bichos carregam.
Aliás, as evidências reunidas pelo trabalho, que acaba de sair na revista científica PNAS, sugerem que
nenhum grupo de animais pode ser considerado, por si só, um grande vilão das chamadas zoonoses,
infecções que surgem em bichos e podem se espalhar para os seres humanos.
O quadro revelado pelo estudo de Nardus Mollentze e Daniel Streicker, pesquisadores da Universidade
de Glasgow (Reino Unido), é complexo e cheio de nuances, mas uma de suas principais conclusões é de
que existe uma correlação mais ou menos direta entre a diversidade de espécies de um grupo e a
diversidade de vírus zoonóticos (ou seja, que podem saltar dos bichos para o Homo sapiens).
Se isso for verdade, o que acontece é que os morcegos parecem ser reservatórios de vírus perigosos
simplesmente porque são muito diversificados.
De fato, uma em cada cinco espécies de mamíferos planeta afora pertence à chamada ordem dos
quirópteros (em grego, algo como “asas nas mãos”). Além da diversidade, porém, muita gente também
postulava outras características intrínsecas dos morcegos como forma de explicar sua aparente
periculosidade viral.
Por serem voadores, eles conseguiriam espalhar os vírus que carregam por áreas mais amplas do que
outros animais. Diversas espécies, principalmente as da Ásia e da África tropicais, vivem em bandos tão
numerosos e aglomerados que a troca de patógenos entre os animais seria bem mais intensa do que o
visto entre os demais mamíferos, potencializando a evolução viral.
Por fim, falava-se até em possíveis peculiaridades do sistema imunológico (de defesa contra doenças)
dos quirópteros, que poderiam torná-los mais permeáveis a abrigar vírus.
Primeiro, os morcegos nem aparecem no topo da lista – juntos, os “líderes” são os cetartiodáctilos
(grupo ao qual pertencem os porcos e os bois) e os roedores, os quais, somados, respondem por 50% dos
vírus que saltam de animais para humanos.
Mais importante ainda, a correlação entre número de espécies de cada ordem e número de vírus que
causam zoonoses está clara em praticamente todos os casos.
Outro ponto crucial: mesmo as ordens mais diversificadas possuem seus vírus “parceiros”, que não são
os mesmos em outros animais. Os roedores, por exemplo, carregam muitos hantavírus e arenavírus –os
quais, aliás, volta e meia causam mortes no Brasil.
No oitavo parágrafo, a menção a um novo estudo é importante para a argumentação do autor por indicar
que:
a) morcegos não são a principal espécie a carregar vírus que podem atingir humanos
b) desmatamentos apresentam maior incidência de risco à vida animal no planeta
c) pesquisas anteriores mostraram risco sobre outros grupos de animais mamíferos
d) humanos não apresentam contágio de elementos provenientes de voadores
“Certas espécies animais e vegetais desaparecem cada vez mais rapidamente, o que tornou grave a
situação.
Primeiramente, várias espécies foram extintas por causa da caça. Assim, no século XVII, uma espécie
de mamíferos era extinta a cada cinco anos.
Posteriormente, no século XX, a população mundial aumentou de tal modo que, para encontrar novas
terras, os homens invadiram os espaços selvagens. Foram derrubadas imensas florestas e, assim,
numerosos animais desapareceram em função da destruição de seus hábitats. Também a poluição e a
instalação de linhas elétricas mataram muitas espécies de peixes e aves.
Por fim, uma nova caça intensiva, destinada ao comércio, suprimiu certas espécies, como a dos
rinocerontes, cujos chifres eram empregados na fabricação de afrodisíacos.
O homem sabe hoje que a vida sobre a terra é uma vasta cadeia em que cada ser vivo é um elo. Quando
uma espécie desaparece, outros animais e outras plantas passam a ficar ameaçadas. Progressivamente,
a vida humana se empobrece.”
Esse texto foi didaticamente estruturado; a única afirmativa abaixo inadequada em relação à sua
estruturação é:
a) a conclusão do texto é constituída a partir de um rápido resumo das ideias anteriormente expressas;
b) o último parágrafo do texto se liga estruturalmente ao primeiro, ampliando-o tematicamente;
c) a tese do texto foi devidamente comprovada pelos argumentos expressos em seus vários parágrafos;
d) os argumentos empregados na defesa da tese do texto foram dispostos em organização
cronologicamente progressiva;
e) cada um dos parágrafos que serve de argumento é introduzido por um marcador discursivo, que, em
seu conjunto, organizam o texto.
A interpretação de texto refere-se à decodificação dos significados dos componentes textuais, enquanto
a compreensão diz respeito aos processos geradores de significação.
A pergunta abaixo que diz respeito à interpretação, e não à compreensão, é:
a) O que mostra na charge a intenção de viajar da família?
b) Como se pode notar que a família está em um lugar alto?
c) De que forma a pandemia está presente na charge?
d) O que demonstra o laço na mão do chefe da família?
e) Qual a expectativa da família representada na charge?
Questão 168: FGV - Abaixo aparecem opiniões variadas, todas elas expressas de um modo impessoal.
A citação a seguir que contém elementos de personalização é:
a) Os educadores são constantemente interrogados sobre o papel da televisão na educação das crianças;
parece hoje estabelecido que esse papel é benéfico;
b) Está universalmente estabelecido que a eficiência das regras de segurança depende da boa vontade
dos que as utilizam;
c) Parece a todos que a eficácia das vacinas está definitivamente comprovada, bastando ver-se a grande
diminuição de internações hospitalares;
d) Quanto a Grande sertão: veredas, se só se observam os grandes pensamentos que essa obra contém,
é certamente um livro impressionante;
e) Só se pode esperar que a equipe local de salvamento possa atuar de forma eficiente a fim de que
muitas vidas sejam salvas.
Questão 169: FGV - Seria importante que alguns dos textos que produzimos fossem lidos com atenção
pelos destinatários; para isso, a introdução desses textos pode apelar para estratégias diversas a fim de
conseguir essa atenção.
Abaixo estão reproduzidas cinco introduções textuais; aquela que mostra sua estratégia de atração
corretamente identificada é:
a) Começo por uma pequena narrativa: “Um homem sem coluna vertebral é como uma tenda de lona
sem o mastro. O eixo de nosso corpo, denominado também coluna vertebral, cumpre exatamente as
mesmas funções que o mastro de uma tenda. De forma idêntica, mantém-se ereto o corpo por obra de
numerosas tensões. Se o mastro falha, a tenda vem abaixo”;
b) Começo por uma afirmação surpreendente, de caráter opinativo: “Quando Paulinho mexe em sua
coleção de selos, seus lábios incham de uma forma alarmante; Margarida sofre de asma quando visita o
tio farmacêutico; Tomás, entusiasta do alpinismo, sofre de erupção cutânea cada vez que inicia uma
escalada. Os casos citados são exemplos dessa misteriosa enfermidade chamada alergia”;
c) Começo por um ou vários exemplos: “O novo dicionário vai ser lançado esta semana e traz
informações preciosas, como a evolução semântica de cada uma das palavras nele inseridas, desde o
seu nascimento até o estágio atual de significação, além de datação das ocorrências dessas palavras”;
d) Começo por uma alusão histórica: “As passeatas de motivação política, particularmente as que
pretendem protestar contra algo, trazem sempre em seu bojo pessoas interessadas em tumultuá-las
além do razoável”;
e) Começo por um questionamento: “Não sei bem o que fazer quando meu neto me pergunta o
significado de uma palavra ‘perigosa’; não sei se digo claramente o seu significado ou se invento algo
mais palatável. Como sua curiosidade está aumentando, prevejo momentos de grandes dificuldades”.
Texto 1 – “Um mestre (Jesus) em que parece haver tanta autoridade, ainda que sua doutrina seja
obscura, merece que seja crido por palavra... pode-se reconhecer sua autoridade, tendo em vista o
respeito que lhe rendem Moisés e Elias; isto é, a lei e os profetas, como já expliquei... Não procuremos
as razões das verdades que ele nos ensina: toda a razão, é que ele as falou.”
Texto 2 – “Certas pessoas têm fé porque seus pais os ensinaram a crer. Num sentido, é satisfatório:
nenhum axioma filosófico abalará essa fé; num outro sentido, é insatisfatório, porque sua fé não vem
de conhecimento pessoal.
Outros chegam à fé pela convicção após estudos. Isso é satisfatório num ponto: eles conhecem Deus por
íntima convicção; por outro lado, é insatisfatório porque se outros lhes demonstram a falsidade de seu
raciocínio, eles podem tornar-se descrentes.”
Comparando os dois textos, é correto afirmar que:
a) o texto 2 contraria o posicionamento do texto 1 em relação ao argumento de autoridade, pois só
reconhece essa autoridade por meio de relações pessoais, e não pela fé;
b) os dois textos contrariam a validade absoluta dos argumentos de autoridade, pois podem ser
desacreditados por demonstrações de sua pouca força;
c) o texto 1 condiciona a validade do argumento de autoridade desde que essa autoridade se tenha
manifestado por meio de documentos;
d) os dois textos afirmam a validade absoluta dos argumentos de autoridade, desde que bem
embasados;
e) o texto 2 mostra o perigo do argumento de autoridade e o risco do livre exame.
Durante os séculos XXI a XVII a.C., já era possível encontrar indícios do direito de acesso à justiça no
Código de Hamurabi, cujas leis foram embasadas na célebre frase “Olho por olho, dente por dente”, da
Lei de Talião. O código definia que o interessado poderia ser ouvido pelo soberano, que, por sua vez,
teria o poder de decisão.
Em nível global, o acesso à justiça foi ampliado de forma gradual, juntamente com as transformações
sociais que ocorreram durante a história da humanidade.
Com a derrota de Hitler em 1945 e, portanto, o fim da Segunda Guerra Mundial, da qual o Brasil
participou contra as ditaduras nazifascistas — devido à entrada dos Estados Unidos da América no
conflito, liderando e coordenando os esforços de guerra dos países do Eixo dos Aliados —, o mundo foi
tomado pelas ideias democráticas, e o regime autoritário do Estado Novo (iniciado em 1937) já não se
podia manter.
Foi somente com a Constituição de 1946 que o acesso à justiça foi materializado, prevendo-se que a lei
não poderia excluir do Poder Judiciário qualquer violação de direitos individuais. Esse foi um grande
avanço da legislação brasileira, mas não durou muito, já que, quase vinte anos depois, durante o regime
militar (1964-1985), o acesso ao Poder Judiciário foi bastante limitado. Nos anos de 1968 e 1969, com a
emissão dos atos institucionais, as condutas praticadas por membros do governo federal foram excluídas
da apreciação judicial.
A partir de 1970, o Brasil começou a caminhar para a consagração efetiva do direito de acesso à justiça,
com a intensificação da luta dos movimentos sociais por igualdade social, cidadania plena, democracia,
efetivação de direitos fundamentais e sociais e efetividade da justiça.
Em 1988, foi promulgada a atual Constituição Federal, que materializou expressamente o acesso à
justiça em seu artigo 5.º, inciso XXXV, como direito fundamental de todos os brasileiros e estrangeiros
residentes no Brasil.
Nesse sentido, o legislador constituinte não só concedeu a possibilidade de acesso aos tribunais, como
também estabeleceu a criação de mecanismos adequados para garanti-la e efetivá-la.
O acesso à justiça deve ser compreendido, assim, como o acesso obtido tanto pelos meios alternativos
de solução de conflitos de interesses quanto pela via jurisdicional e das políticas públicas, de forma
tempestiva, adequada e eficiente, a toda e qualquer pessoa. É a pacificação social com a realização do
escopo da justiça.
Durante os séculos XXI a XVII a.C., já era possível encontrar indícios do direito de acesso à justiça no
Código de Hamurabi, cujas leis foram embasadas na célebre frase “Olho por olho, dente por dente”, da
Lei de Talião. O código definia que o interessado poderia ser ouvido pelo soberano, que, por sua vez,
teria o poder de decisão.
Em nível global, o acesso à justiça foi ampliado de forma gradual, juntamente com as transformações
sociais que ocorreram durante a história da humanidade.
Com a derrota de Hitler em 1945 e, portanto, o fim da Segunda Guerra Mundial, da qual o Brasil
participou contra as ditaduras nazifascistas — devido à entrada dos Estados Unidos da América no
conflito, liderando e coordenando os esforços de guerra dos países do Eixo dos Aliados —, o mundo foi
tomado pelas ideias democráticas, e o regime autoritário do Estado Novo (iniciado em 1937) já não se
podia manter.
Foi somente com a Constituição de 1946 que o acesso à justiça foi materializado, prevendo-se que a lei
não poderia excluir do Poder Judiciário qualquer violação de direitos individuais. Esse foi um grande
avanço da legislação brasileira, mas não durou muito, já que, quase vinte anos depois, durante o regime
militar (1964-1985), o acesso ao Poder Judiciário foi bastante limitado. Nos anos de 1968 e 1969, com a
emissão dos atos institucionais, as condutas praticadas por membros do governo federal foram excluídas
da apreciação judicial.
A partir de 1970, o Brasil começou a caminhar para a consagração efetiva do direito de acesso à justiça,
com a intensificação da luta dos movimentos sociais por igualdade social, cidadania plena, democracia,
efetivação de direitos fundamentais e sociais e efetividade da justiça.
Em 1988, foi promulgada a atual Constituição Federal, que materializou expressamente o acesso à
justiça em seu artigo 5.º, inciso XXXV, como direito fundamental de todos os brasileiros e estrangeiros
residentes no Brasil.
Nesse sentido, o legislador constituinte não só concedeu a possibilidade de acesso aos tribunais, como
também estabeleceu a criação de mecanismos adequados para garanti-la e efetivá-la.
O acesso à justiça deve ser compreendido, assim, como o acesso obtido tanto pelos meios alternativos
de solução de conflitos de interesses quanto pela via jurisdicional e das políticas públicas, de forma
tempestiva, adequada e eficiente, a toda e qualquer pessoa. É a pacificação social com a realização do
escopo da justiça.
Em geral, quando se fala em plantas com propriedades medicinais, as discussões giram em torno da
extinção da biodiversidade. Nessa pesquisa, contudo, os cientistas focaram no que costuma ser
esquecido: o impacto da extinção das línguas para a perda desse conhecimento, tradicionalmente
transmitido oralmente.
Antes de tudo, a equipe do estudo precisava entender em que medida acontecia a perda de
conhecimento linguisticamente único.
No caso das plantas medicinais, era preciso entender em que grau o conhecimento delas estava atrelado
a apenas uma língua indígena. Dessa forma, seria possível compreender quais saberes seriam perdidos
no caso de extinção de determinado idioma.
Para isso, os pesquisadores analisaram três conjuntos de dados etnobotânicos (a ciência que estuda a
relação entre humanos e plantas). Eles contavam com cerca de 3,6 mil plantas medicinais, 236 línguas
indígenas e 12,5 mil “serviços de plantas medicinais” — combinações entre espécies de plantas e a
subcategoria medicinal para a qual elas eram indicadas, como “figueira-brava (Ficus insipida) + sistema
digestivo”. Os dados são referentes a três regiões com grande diversidade linguística e biológica:
América do Norte, noroeste da Amazônia e Nova Guiné.
Depois de analisarem os dados, os cientistas apontaram que o conhecimento indígena sobre as plantas
medicinais está, de fato, apoiado na singularidade linguística. No noroeste da Amazônia, 91% do
conhecimento medicinal não é compartilhado entre línguas — e se concentra em apenas um idioma. Em
Nova Guiné, essa taxa é de 84%; na América do Norte, 73%.
Além disso, eles observaram a porcentagem desse conhecimento que se concentra, especificamente,
em línguas ameaçadas de extinção. Na América do Norte, 86% do conhecimento medicinal único ocorre,
justamente, em idiomas em risco. No noroeste da Amazônia, 100%.
Para os cientistas, uma das hipóteses é a alta rotatividade cultural. Isso significa que, para uma mesma
planta, os povos indígenas possuem diversos conhecimentos e aplicações exclusivos. Sem uma Wikipédia
para reunir informações, cada cultura acumulou, ao longo do tempo, as próprias descobertas sobre cada
espécie.
O estudo ajuda a mostrar que cada língua (e cultura) indígena tem percepções únicas que, inclusive,
podem vir a oferecer seus conhecimentos medicinais também a outras sociedades.
Com base nas ideias e nos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
O texto apresenta dados de uma pesquisa que alerta sobre o perigo do desaparecimento de antigos
conhecimentos acerca de plantas medicinais a partir da extinção das línguas indígenas.
Certo
Errado
Em geral, quando se fala em plantas com propriedades medicinais, as discussões giram em torno da
extinção da biodiversidade. Nessa pesquisa, contudo, os cientistas focaram no que costuma ser
esquecido: o impacto da extinção das línguas para a perda desse conhecimento, tradicionalmente
transmitido oralmente.
Antes de tudo, a equipe do estudo precisava entender em que medida acontecia a perda de
conhecimento linguisticamente único.
No caso das plantas medicinais, era preciso entender em que grau o conhecimento delas estava atrelado
a apenas uma língua indígena. Dessa forma, seria possível compreender quais saberes seriam perdidos
no caso de extinção de determinado idioma.
Para isso, os pesquisadores analisaram três conjuntos de dados etnobotânicos (a ciência que estuda a
relação entre humanos e plantas). Eles contavam com cerca de 3,6 mil plantas medicinais, 236 línguas
indígenas e 12,5 mil “serviços de plantas medicinais” — combinações entre espécies de plantas e a
subcategoria medicinal para a qual elas eram indicadas, como “figueira-brava (Ficus insipida) + sistema
digestivo”. Os dados são referentes a três regiões com grande diversidade linguística e biológica:
América do Norte, noroeste da Amazônia e Nova Guiné.
Depois de analisarem os dados, os cientistas apontaram que o conhecimento indígena sobre as plantas
medicinais está, de fato, apoiado na singularidade linguística. No noroeste da Amazônia, 91% do
conhecimento medicinal não é compartilhado entre línguas — e se concentra em apenas um idioma. Em
Nova Guiné, essa taxa é de 84%; na América do Norte, 73%.
Além disso, eles observaram a porcentagem desse conhecimento que se concentra, especificamente,
em línguas ameaçadas de extinção. Na América do Norte, 86% do conhecimento medicinal único ocorre,
justamente, em idiomas em risco. No noroeste da Amazônia, 100%.
Para os cientistas, uma das hipóteses é a alta rotatividade cultural. Isso significa que, para uma mesma
planta, os povos indígenas possuem diversos conhecimentos e aplicações exclusivos. Sem uma Wikipédia
para reunir informações, cada cultura acumulou, ao longo do tempo, as próprias descobertas sobre cada
espécie.
O estudo ajuda a mostrar que cada língua (e cultura) indígena tem percepções únicas que, inclusive,
podem vir a oferecer seus conhecimentos medicinais também a outras sociedades.
Com base nas ideias e nos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
Depreende-se do texto que a extinção da biodiversidade não é o foco da pesquisa de Rodrigo Cámara-
Leret e Jordi Bascompte acerca do desaparecimento de conhecimentos sobre plantas medicinais.
Certo
Errado
Esse negócio de Google tirou a graça de muitas coisas. E dificultou a vida dos que mourejam nas letras,
obrigados por profissão e ganha-pão a escrever com regularidade, fazendo o que podem para atrair o
interesse de leitores e mostrar serviço, pois bem sabem que a mão que afaga é a mesma que apedreja
e o quem-te-viu-quem-te-vê será o destino inglório daqueles que dormirem no ponto. Antes do Google,
o esforçado cronista recorria a almanaques e enciclopédias e deles, laboriosamente, extraía novidades
para motivar ou adornar seu texto. Agora todo mundo pode fazer isso num par de cliques. Além do mais,
o cronista podia também exibir-se um pouco, o que talvez trouxesse algum benefício ao combalido
Narciso que carrega n'alma, além de realçar-lhe a reputação. Somente alguns poucos, entre os quais
ele, tinha tal ou qual informação, ou lembrava certos pormenores, em relação ao assunto comentado.
O Google acabou com isso e quem hoje em dia chegar ao extremo de escrever algo do tipo "você sabia?"
se arrisca a desmoralização instantânea.(a)
Mesmo consciente desses perigos, ouso dizer que a maior parte de vocês não sabia que hoje é o dia do
telefone. Eu por acaso sabia e me lembrei assim que vi a data no calendário. E também já sabia de uma
porção de coisas adicionais, inúteis mas talvez vistosas. Tudo isso, juro que é verdade, sem recorrer ao
Google. Faz mais tempo que eu gostaria de admitir, escrevi um trabalho escolar sobre Alexander Graham
Bell, o inventor do telefone, e não me esqueci de fatos importantíssimos. Para começar, Bell não era
americano, como geralmente se pensa; era escocês. E, se vocês pasmaram com esta, pasmem com a
próxima: nos primeiros telefones, não se falava e escutava ao mesmo tempo, era como nos walkie-
talkies dos filmes de guerra americanos e os interlocutores tinham que dizer "câmbio", ao terminarem
cada fala.
Hayes declarou mais tarde que se tratava de um aparelho interessante, mas sem nenhuma utilidade. D.
Pedro ganhou um e as centrais telefônicas começaram a se instalar no Brasil, notadamente no Rio de
Janeiro e, segundo eu li, tinham o hábito de pegar fogo com grande frequência. O coronel Ubaldo, meu
avô, como vários de seus contemporâneos, na hora de falar no telefone, botava o paletó e passava a
mão na careca, parecendo ajeitar uma cabeleira invisível e, depois que contaram a ele que funcionava
com eletricidade, acho que nunca mais tocou em nenhum.
E mais sensacionais revelações eu teria a fazer, mas suspeito que todas podem ser achadas no Google,
para quem for suficientemente obsedado.(b) O que não se acha no Google são minhas memórias pessoais
em relação ao telefone. A primeira lembrança é o telefone lá de casa, quando morávamos em Aracaju.
Se não me engano, o número era 631 e o aparelho ocupava um espaço solene, no corredor de entrada.
Recordo as duas enormes baterias, com o formato de pilhas de lanterna, mas muito maiores. Pegava-se
o fone, rodava-se a manivela e falava-se com a telefonista, para pedir a ligação. Nessa época, Salvador
já tinha telefones automáticos, parecidos com os que a gente via no cinema e com um número enorme.
O da casa de meu tio Cecéu, por exemplo, era 8521 e eu causava grande inveja em meus colegas de
Aracaju, quando dizia que meu telefone em Salvador tinha esse numerozão - e sem telefonista.
Já as ligações interurbanas eram um problema, mesmo em Salvador ou qualquer outra cidade. Nem
sempre se conseguia e o telefonema tinha que ser programado com muita antecedência. Às vezes,
esperava-se o dia inteiro pela ligação.
Quando a conversa se iniciava, as vozes se perdiam numa fanfarra de zumbidos, estalos, pequenos
estampidos e ruídos de toda espécie, em que os telefonadores se esgoelavam em gritos altos e palavras
repetidas aos berros. Era inevitável a suspeita, em alguns casos convicção, de que seria mais eficaz
chegar à janela e soltar esses berros na direção da cidade para onde se telefonava, levando o papo
diretamente no gogó, sem precisar de nenhum aparelho. Pois é, nada como um dia depois do outro.
Ainda passei por mentiroso, quando, regressado ao Brasil depois de uma longa temporada nos Estados
Unidos, contei que o sujeito em Los Angeles discava diretamente para Nova York, na outra ponta do
país, a ligação se completava como se fosse local e se ouvia perfeitamente a voz do lado de lá.
Estabelecia-se um silêncio constrangido entre os ouvintes e não eram raros comentários elogiando minha
fértil imaginação de romancista. O curioso é que lá eu também passava pela mesma situação, quando
contava que, no Brasil, havia gente que esperava a instalação de um telefone durante décadas e as
linhas eram valorizadas como excelente investimento e deixadas como herança. Por fim, chegaram os
celulares e tabletes.(d) Tem gente que não larga o celular nem no chuveiro e dizem que já é até um
acessório sexual indispensável para muitos. Creio que, no futuro próximo, os recém-nascidos, ainda na
maternidade, terão vários chips implantados no cérebro e serão conectados antes de aprenderem a
falar, talvez numa rede social especializada. Um chip, secretamente instalado no celular do cônjuge
infiel, mostrará à parte corneada o endereço exato do motel onde o (a) sem-vergonha prevarica.(c) Um
aplicativo ora sendo aperfeiçoado saberá, por sutis alterações na voz, quando quem fala está mentindo.
Realiza-se o sonho de não passarmos de uma colmeia toda interligada, em que não haverá vida privada.
Feliz dia do telefone para todos.
Selecione a alternativa que ilustra a seguinte conclusão do cronista: “Realiza-se o sonho de não
passarmos de uma colmeia toda interligada, em que não haverá vida privada.”
a) “O Google acabou com isso e quem hoje em dia chegar ao extremo de escrever algo do tipo "você
sabia?" se arrisca a desmoralização instantânea.”
b) “E mais sensacionais revelações eu teria a fazer, mas suspeito que todas podem ser achadas no
Google, para quem for suficientemente obsedado.”
c) “Um chip, secretamente instalado no celular do cônjuge infiel, mostrará à parte corneada o
endereço exato do motel onde o (a) sem-vergonha prevarica.”
d) “Por fim, chegaram os celulares e tabletes.”
Nossas cidades estão perdendo suas árvores rapidamente, mas até nisso somos um país desigual. Os
bairros mais nobres do Rio de Janeiro e de São Paulo seguem maravilhosamente arborizados, alguns
cada vez mais, frequentemente com árvores das mesmas espécies das que foram cortadas na frente da
sua casa ou do seu trabalho por serem supostamente inadequadas, para não causarem danos à
infraestrutura.
As castanholas, também conhecidas como sete-copas, são uma espécie extremamente abundante no Rio
de Janeiro, mas demonizadas em outras regiões menos urbanizadas, como no Pará, por exemplo, sob o
argumento de que “A raiz dela cresce demais” ou de que “Vai quebrar a calçada”. Árvores com raízes
robustas e que crescem por grandes distâncias são acusadas de destruir a pavimentação, ao passo que
aquelas de raízes reduzidas caem com facilidade.
As espécies de crescimento rápido são as que mais assustam os técnicos responsáveis pela arborização
exageradamente tementes à infraestrutura. Todavia, as outras demoram uma eternidade para crescer,
a vida passa ligeiramente e todos querem ver a tão sonhada arborização avançada. Não podem ficar
muito altas, especificam os técnicos, nem derrubar muitas folhas. Se derrubarem frutos grandes, como
mangas, por exemplo, nem pensar! Podem amassar a lataria de um carro! Flores e pequenos frutos
podem manchar a pintura! Há também aquelas árvores que atraem morcegos. Melhor não! Espinhos
estão fora de questão. E se alguém se machuca? Na autobiografia de Woody Allen, ele afirma algo
interessante: mais do que os outros, o inferno é o gosto dos outros.
A expectativa é que, nas próximas décadas, a temperatura das cidades suba consideravelmente devido
às mudanças climáticas globais. Nesse contexto, é muito bem-vinda qualquer sombra que venha a
reduzir a temperatura do asfalto, da calçada ou de uma parede. O canto dos pássaros e dos insetos e o
colorido das flores também têm importante papel na qualidade de vida dos cidadãos, comprovadamente
reduzindo o estresse e o risco de depressão. Esses são outros benefícios da arborização que, geralmente,
não são incluídos no contexto técnico, mas que devem ser mais bem pesados na equação dos riscos e
benefícios da arborização.
Rodolfo Salm. Cadê a árvore que estava aqui?, 19/2/2021. Internet: <www.correiocidadania.com.br> (com adaptações).
A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
O tema central do texto é o crescimento exagerado das árvores nos grandes centros urbanos.
Certo
Errado
Nossas cidades estão perdendo suas árvores rapidamente, mas até nisso somos um país desigual. Os
bairros mais nobres do Rio de Janeiro e de São Paulo seguem maravilhosamente arborizados, alguns
cada vez mais, frequentemente com árvores das mesmas espécies das que foram cortadas na frente da
sua casa ou do seu trabalho por serem supostamente inadequadas, para não causarem danos à
infraestrutura.
As castanholas, também conhecidas como sete-copas, são uma espécie extremamente abundante no Rio
de Janeiro, mas demonizadas em outras regiões menos urbanizadas, como no Pará, por exemplo, sob o
argumento de que “A raiz dela cresce demais” ou de que “Vai quebrar a calçada”. Árvores com raízes
robustas e que crescem por grandes distâncias são acusadas de destruir a pavimentação, ao passo que
aquelas de raízes reduzidas caem com facilidade.
As espécies de crescimento rápido são as que mais assustam os técnicos responsáveis pela arborização
exageradamente tementes à infraestrutura. Todavia, as outras demoram uma eternidade para crescer,
a vida passa ligeiramente e todos querem ver a tão sonhada arborização avançada. Não podem ficar
muito altas, especificam os técnicos, nem derrubar muitas folhas. Se derrubarem frutos grandes, como
mangas, por exemplo, nem pensar! Podem amassar a lataria de um carro! Flores e pequenos frutos
podem manchar a pintura! Há também aquelas árvores que atraem morcegos. Melhor não! Espinhos
estão fora de questão. E se alguém se machuca? Na autobiografia de Woody Allen, ele afirma algo
interessante: mais do que os outros, o inferno é o gosto dos outros.
A expectativa é que, nas próximas décadas, a temperatura das cidades suba consideravelmente devido
às mudanças climáticas globais. Nesse contexto, é muito bem-vinda qualquer sombra que venha a
reduzir a temperatura do asfalto, da calçada ou de uma parede. O canto dos pássaros e dos insetos e o
colorido das flores também têm importante papel na qualidade de vida dos cidadãos, comprovadamente
reduzindo o estresse e o risco de depressão. Esses são outros benefícios da arborização que, geralmente,
não são incluídos no contexto técnico, mas que devem ser mais bem pesados na equação dos riscos e
benefícios da arborização.
Rodolfo Salm. Cadê a árvore que estava aqui?, 19/2/2021. Internet: <www.correiocidadania.com.br> (com adaptações).
A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
Predomina no texto a descrição dos tipos de malefícios que as árvores podem causar à infraestrutura
das cidades.
Certo
Errado
Nossas cidades estão perdendo suas árvores rapidamente, mas até nisso somos um país desigual. Os
bairros mais nobres do Rio de Janeiro e de São Paulo seguem maravilhosamente arborizados, alguns
cada vez mais, frequentemente com árvores das mesmas espécies das que foram cortadas na frente da
sua casa ou do seu trabalho por serem supostamente inadequadas, para não causarem danos à
infraestrutura.
As castanholas, também conhecidas como sete-copas, são uma espécie extremamente abundante no Rio
de Janeiro, mas demonizadas em outras regiões menos urbanizadas, como no Pará, por exemplo, sob o
argumento de que “A raiz dela cresce demais” ou de que “Vai quebrar a calçada”. Árvores com raízes
robustas e que crescem por grandes distâncias são acusadas de destruir a pavimentação, ao passo que
aquelas de raízes reduzidas caem com facilidade.
As espécies de crescimento rápido são as que mais assustam os técnicos responsáveis pela arborização
exageradamente tementes à infraestrutura. Todavia, as outras demoram uma eternidade para crescer,
a vida passa ligeiramente e todos querem ver a tão sonhada arborização avançada. Não podem ficar
muito altas, especificam os técnicos, nem derrubar muitas folhas. Se derrubarem frutos grandes, como
mangas, por exemplo, nem pensar! Podem amassar a lataria de um carro! Flores e pequenos frutos
podem manchar a pintura! Há também aquelas árvores que atraem morcegos. Melhor não! Espinhos
estão fora de questão. E se alguém se machuca? Na autobiografia de Woody Allen, ele afirma algo
interessante: mais do que os outros, o inferno é o gosto dos outros.
A expectativa é que, nas próximas décadas, a temperatura das cidades suba consideravelmente devido
às mudanças climáticas globais. Nesse contexto, é muito bem-vinda qualquer sombra que venha a
reduzir a temperatura do asfalto, da calçada ou de uma parede. O canto dos pássaros e dos insetos e o
colorido das flores também têm importante papel na qualidade de vida dos cidadãos, comprovadamente
reduzindo o estresse e o risco de depressão. Esses são outros benefícios da arborização que, geralmente,
não são incluídos no contexto técnico, mas que devem ser mais bem pesados na equação dos riscos e
benefícios da arborização.
Rodolfo Salm. Cadê a árvore que estava aqui?, 19/2/2021. Internet: <www.correiocidadania.com.br> (com adaptações).
A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
Depreende-se do texto que a presença de árvores nas cidades promove benefícios para a qualidade de
vida das pessoas, os quais, contudo, muitas vezes não são considerados em avaliações técnicas de
paisagismo urbano.
Certo
Errado
Esse negócio de Google tirou a graça de muitas coisas. E dificultou a vida dos que mourejam nas letras,
obrigados por profissão e ganha-pão a escrever com regularidade, fazendo o que podem para atrair o
interesse de leitores e mostrar serviço, pois bem sabem que a mão que afaga é a mesma que apedreja
e o quem-te-viu-quem-te-vê será o destino inglório daqueles que dormirem no ponto. Antes do Google,
o esforçado cronista recorria a almanaques e enciclopédias e deles, laboriosamente, extraía novidades
para motivar ou adornar seu texto. Agora todo mundo pode fazer isso num par de cliques. Além do mais,
o cronista podia também exibir-se um pouco, o que talvez trouxesse algum benefício ao combalido
Narciso que carrega n'alma, além de realçar-lhe a reputação. Somente alguns poucos, entre os quais
ele, tinha tal ou qual informação, ou lembrava certos pormenores, em relação ao assunto comentado.
O Google acabou com isso e quem hoje em dia chegar ao extremo de escrever algo do tipo "você sabia?"(a)
se arrisca a desmoralização instantânea.
Mesmo consciente desses perigos, ouso dizer que a maior parte de vocês não sabia que hoje é o dia do
telefone. Eu por acaso sabia e me lembrei assim que vi a data no calendário. E também já sabia de uma
porção de coisas adicionais, inúteis mas talvez vistosas. Tudo isso, juro que é verdade, sem recorrer ao
Google. Faz mais tempo que eu gostaria de admitir, escrevi um trabalho escolar sobre Alexander Graham
Bell, o inventor do telefone, e não me esqueci de fatos importantíssimos. Para começar, Bell não era
americano, como geralmente se pensa; era escocês. E, se vocês pasmaram com esta, pasmem com a
próxima: nos primeiros telefones, não se falava e escutava ao mesmo tempo, era como nos walkie-
talkies dos filmes de guerra americanos e os interlocutores tinham que dizer "câmbio", ao terminarem
cada fala.
Hayes declarou mais tarde que se tratava de um aparelho interessante,(c) mas sem nenhuma utilidade.
D. Pedro ganhou um e as centrais telefônicas começaram a se instalar no Brasil, notadamente no Rio de
Janeiro e, segundo eu li, tinham o hábito de pegar fogo com grande frequência. O coronel Ubaldo, meu
avô, como vários de seus contemporâneos, na hora de falar no telefone, botava o paletó e passava a
mão na careca, parecendo ajeitar uma cabeleira invisível e, depois que contaram a ele que funcionava
com eletricidade,(d) acho que nunca mais tocou em nenhum.
E mais sensacionais revelações eu teria a fazer, mas suspeito que todas podem ser achadas no Google,
para quem for suficientemente obsedado. O que não se acha no Google são minhas memórias pessoais
em relação ao telefone. A primeira lembrança é o telefone lá de casa, quando morávamos em Aracaju.
Se não me engano, o número era 631 e o aparelho ocupava um espaço solene, no corredor de entrada.
Recordo as duas enormes baterias, com o formato de pilhas de lanterna, mas muito maiores. Pegava-se
o fone, rodava-se a manivela e falava-se com a telefonista, para pedir a ligação. Nessa época, Salvador
já tinha telefones automáticos, parecidos com os que a gente via no cinema e com um número enorme.
O da casa de meu tio Cecéu, por exemplo, era 8521 e eu causava grande inveja em meus colegas de
Aracaju, quando dizia que meu telefone em Salvador tinha esse numerozão - e sem telefonista.
Já as ligações interurbanas eram um problema, mesmo em Salvador ou qualquer outra cidade. Nem
sempre se conseguia e o telefonema tinha que ser programado com muita antecedência. Às vezes,
esperava-se o dia inteiro pela ligação.
Quando a conversa se iniciava, as vozes se perdiam numa fanfarra de zumbidos, estalos, pequenos
estampidos e ruídos de toda espécie, em que os telefonadores se esgoelavam em gritos altos e palavras
repetidas aos berros. Era inevitável a suspeita, em alguns casos convicção, de que seria mais eficaz
chegar à janela e soltar esses berros na direção da cidade para onde se telefonava, levando o papo
diretamente no gogó, sem precisar de nenhum aparelho. Pois é, nada como um dia depois do outro.
Ainda passei por mentiroso, quando, regressado ao Brasil depois de uma longa temporada nos Estados
Unidos, contei que o sujeito em Los Angeles discava diretamente para Nova York, na outra ponta do
país, a ligação se completava como se fosse local e se ouvia perfeitamente a voz do lado de lá.
Estabelecia-se um silêncio constrangido entre os ouvintes e não eram raros comentários elogiando minha
fértil imaginação de romancista. O curioso é que lá eu também passava pela mesma situação, quando
contava que, no Brasil, havia gente que esperava a instalação de um telefone durante décadas e as
linhas eram valorizadas como excelente investimento e deixadas como herança. Por fim, chegaram os
celulares e tabletes. Tem gente que não larga o celular nem no chuveiro e dizem que já é até um
acessório sexual indispensável para muitos. Creio que, no futuro próximo, os recém-nascidos, ainda na
maternidade, terão vários chips implantados no cérebro e serão conectados antes de aprenderem a
falar, talvez numa rede social especializada. Um chip, secretamente instalado no celular do cônjuge
infiel, mostrará à parte corneada o endereço exato do motel onde o (a) sem-vergonha prevarica. Um
aplicativo ora sendo aperfeiçoado saberá, por sutis alterações na voz, quando quem fala está mentindo.
Realiza-se o sonho de não passarmos de uma colmeia toda interligada, em que não haverá vida privada.
Feliz dia do telefone para todos.
Nossas cidades estão perdendo suas árvores rapidamente, mas até nisso somos um país desigual. Os
bairros mais nobres do Rio de Janeiro e de São Paulo seguem maravilhosamente arborizados, alguns
cada vez mais, frequentemente com árvores das mesmas espécies das que foram cortadas na frente da
sua casa ou do seu trabalho por serem supostamente inadequadas, para não causarem danos à
infraestrutura.
As castanholas, também conhecidas como sete-copas, são uma espécie extremamente abundante no Rio
de Janeiro, mas demonizadas em outras regiões menos urbanizadas, como no Pará, por exemplo, sob o
argumento de que “A raiz dela cresce demais” ou de que “Vai quebrar a calçada”. Árvores com raízes
robustas e que crescem por grandes distâncias são acusadas de destruir a pavimentação, ao passo que
aquelas de raízes reduzidas caem com facilidade.
As espécies de crescimento rápido são as que mais assustam os técnicos responsáveis pela arborização
exageradamente tementes à infraestrutura. Todavia, as outras demoram uma eternidade para crescer,
a vida passa ligeiramente e todos querem ver a tão sonhada arborização avançada. Não podem ficar
muito altas, especificam os técnicos, nem derrubar muitas folhas. Se derrubarem frutos grandes, como
mangas, por exemplo, nem pensar! Podem amassar a lataria de um carro! Flores e pequenos frutos
podem manchar a pintura! Há também aquelas árvores que atraem morcegos. Melhor não! Espinhos
estão fora de questão. E se alguém se machuca? Na autobiografia de Woody Allen, ele afirma algo
interessante: mais do que os outros, o inferno é o gosto dos outros.
A expectativa é que, nas próximas décadas, a temperatura das cidades suba consideravelmente devido
às mudanças climáticas globais. Nesse contexto, é muito bem-vinda qualquer sombra que venha a
reduzir a temperatura do asfalto, da calçada ou de uma parede. O canto dos pássaros e dos insetos e o
colorido das flores também têm importante papel na qualidade de vida dos cidadãos, comprovadamente
reduzindo o estresse e o risco de depressão. Esses são outros benefícios da arborização que, geralmente,
não são incluídos no contexto técnico, mas que devem ser mais bem pesados na equação dos riscos e
benefícios da arborização.
Rodolfo Salm. Cadê a árvore que estava aqui?, 19/2/2021. Internet: <www.correiocidadania.com.br> (com adaptações).
A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
O texto atribui à desigualdade social o fato de bairros nobres de grandes capitais brasileiras serem muito
mais arborizados que outras áreas.
Certo
Errado
Retrospectivas de fim de ano servem para passar o passado a limpo e organizar nossas lembranças que,
sem elas, seriam histórias sem nexo. O retrospectivista mais desatento da História foi Luís XVI que, na
véspera da Revolução Francesa, escreveu no seu diário: “Tudo calmo, nenhuma novidade no reino”. A
tradição de recapitular os principais acontecimentos do ano teria começado no ano 1, quando um
viajante no deserto anotou no caderno de viagem a presença daquela estranha estrela no céu da Judeia,
brilhando mais do que as outras, como que mostrando um caminho, e disse “Epa”.
No jornalismo, uma retrospectiva de fim de ano é obrigatória, e fácil de fazer. Basta juntar fatos e
feitos que se destacaram durante o ano, e pronto. O ano de 2020, que termina hoje, por exemplo,
esteve cheio de notícias destacáveis, como todos os anos. (I) É só reuni-las e teremos um típico ano com
seus altos e baixos, esperando sua inclusão na retrospectiva. Como todos os anos. Certo?
Você deve estar brincando com os pobres autores de retrospectivas e com a humanidade em geral.
Nenhum outro ano na nossa história foi tão diferente dos outros quanto 2020. (II) Nenhuma outra
retrospectiva foi – e continua sendo – tão inverossímil. Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de
onde decidido a acabar conosco e, mesmo se não conseguir, alterar a vida sobre a Terra e a relação
entre as pessoas de maneira inédita, com efeitos imprevisíveis no futuro de cada um. (III)
Retrospectivas por vir terão que recorrer à ficção ou ao delírio para contar como foi 2020 e seus
desdobramentos. Elas podem muito bem ser sobre a guerra da vacina que fatalmente acontecerá em
poucos anos, ricos contra pobres lutando pela sobrevivência. (IV)
Prevê-se que retrospectivas do futuro se ocuparão do comportamento de jovens, em 2020 e depois, que
desafiaram as recomendações de como enfrentar o vírus assassino e continuaram fazendo festas sem
qualquer proteção, sugerindo que o vírus, além de todos os seus crimes, criara uma geração de
desinformados, de alienados ou de suicidas.(V)
Em sua crônica de 31 de dezembro de 2020, Veríssimo afirma que “No jornalismo, uma retrospectiva de
fim de ano é obrigatória, e fácil de fazer. Basta juntar fatos e feitos que se destacaram durante o ano,
e pronto.”.
Analise as afirmativas de I a V e marque a alternativa que traz uma interpretação autorizada pelo texto,
relativamente aos “fatos e feitos” que, segundo o autor, se destacaram em 2020, ou quanto à natureza
da retrospectiva referente à esse ano.
(I) “O ano de 2020, que termina hoje, por exemplo, esteve cheio de notícias destacáveis, como
todos os anos.”.
(II) “Nenhum outro ano na nossa história foi tão diferente dos outros quanto 2020.”
(III) “Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de onde decidido a acabar conosco alterar a
vida sobre a Terra e a relação entre as pessoas de maneira inédita, com efeitos imprevisíveis no
futuro de cada um.”
(IV) “Elas podem muito bem ser sobre a guerra da vacina que fatalmente acontecerá em poucos
anos, ricos contra pobres lutando pela sobrevivência.”
(V) “(...) jovens, em 2020 e depois, que desafiaram as recomendações de como enfrentar o vírus
assassino e continuaram fazendo festas sem qualquer proteção, sugerindo que o vírus, além de
todos os seus crimes, criara uma geração de desinformados, de alienados ou de suicidas.”
Retrospectivas de fim de ano servem para passar o passado a limpo e organizar nossas lembranças que,
sem elas, seriam histórias sem nexo. O retrospectivista mais desatento da História foi Luís XVI que, na
véspera da Revolução Francesa, escreveu no seu diário: “Tudo calmo, nenhuma novidade no reino”. A
tradição de recapitular os principais acontecimentos do ano teria começado no ano 1, quando um
viajante no deserto anotou no caderno de viagem a presença daquela estranha estrela no céu da Judeia,
brilhando mais do que as outras, como que mostrando um caminho, e disse “Epa”.
No jornalismo, uma retrospectiva de fim de ano é obrigatória, e fácil de fazer. Basta juntar fatos e
feitos que se destacaram durante o ano, e pronto. O ano de 2020, que termina hoje, por exemplo,
esteve cheio de notícias destacáveis, como todos os anos. É só reuni-las e teremos um típico ano com
seus altos e baixos, esperando sua inclusão na retrospectiva. Como todos os anos. Certo?
Você deve estar brincando com os pobres autores de retrospectivas e com a humanidade em geral.
Nenhum outro ano na nossa história foi tão diferente dos outros quanto 2020. Nenhuma outra
retrospectiva foi – e continua sendo – tão inverossímil. Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de
onde decidido a acabar conosco e, mesmo se não conseguir, alterar a vida sobre a Terra e a relação
entre as pessoas de maneira inédita, com efeitos imprevisíveis no futuro de cada um.
Retrospectivas por vir terão que recorrer à ficção ou ao delírio para contar como foi 2020 e seus
desdobramentos. Elas podem muito bem ser sobre a guerra da vacina que fatalmente acontecerá em
poucos anos, ricos contra pobres lutando pela sobrevivência.
Prevê-se que retrospectivas do futuro se ocuparão do comportamento de jovens, em 2020 e depois, que
desafiaram as recomendações de como enfrentar o vírus assassino e continuaram fazendo festas sem
qualquer proteção, sugerindo que o vírus, além de todos os seus crimes, criara uma geração de
desinformados, de alienados ou de suicidas.
O trecho “A tradição de recapitular os principais acontecimentos do ano teria começado no ano 1, ...
faz referência a um sistema de datação do tempo. Considerando as indicações fornecidas pelo texto, é
correto inferir que o autor refere-se a um dos calendários criados para organizar o tempo histórico.
Questão 183: FADESP - Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.
O francês Jean-Michel Frodon contou que, um dia, um taxista lhe perguntou sua profissão. “Sou crítico
de cinema”, respondeu. “Mas isso é uma profissão?”, questionou o taxista.
Frodon, um dos mais respeitados críticos de cinema da França, abriu nesta sexta-feira (10 de junho),
no Rio de Janeiro, a programação do Festival Varilux de Cinema Francês, que terá programação em 50
cidades, com uma master class sobre o seu ofício. Tive o prazer de estar na plateia, junto com alguns
dos mais conhecidos críticos do Brasil e entusiastas da sétima arte, e acompanhamos atentamente sua
“aula de mestre”. Foi lição em cima de lição. O francês, que foi diretor de redação da revista Cahiers
du Cinéma de 2003 a 2009 e é autor de diversos livros sobre cinema, foi inspirador. Lembrou que, a cada
semana, quando novos filmes são lançados, são as pessoas que escrevem sobre eles as responsáveis por
dar “respeitabilidade artística” àquela obra. “O filme, porém, vai além do fato de o crítico ter amado,
odiado ou falado besteira sobre um filme. Porque os críticos falam besteiras também…”
Frodon destaca que a crítica tem que se parecer com “um convite” para que se explore algo novo.
“Escrevemos para quem vai ver um filme ou para quem já viu? Isso não tem a menor importância.” O
que tem importância, para Frodon, é não deixar que um filme se transforme em um produto. Ou seja,
dar estrelinha, coração ou carinha de bravo para definir se um filme é ou não é bom.
Na plateia, nesse momento, foi interessante observar alguns críticos do jornal O Globo, famoso por sua
cotação “O Bonequinho…” Para quem não está familiarizado, as cotações variam de “O Bonequinho
aplaudiu de pé” a “O Bonequinho saiu da sala”, com algumas variantes no meio do caminho. “Na prática,
pode ser útil para ajudar o leitor a escolher por este ou aquele filme, mas essa não é a razão de ser da
crítica.”
Transformar um filme em produto “suprime a dimensão mais importante do filme, que é a possibilidade
dele ser tratado com uma obra de arte”, destacou. “Um filme pode ser lazer, diversão, retratar um
fenômeno social, dar medo, ser um objeto de pesquisa, nos levar a outros planetas… Muitos são bonitos,
agradáveis, mas são objetos acabados, que não cumprem a promessa de se tornarem uma obra de arte,
enquanto outros sim, se diferenciam como obra de arte.”
Para Frodon, muitos filmes acabam sendo como “papel de parede, somente decorativos”, e o papel do
crítico, na sua literatura, é explicar ao leitor porque aquele filme descumpre a promessa de ser uma
obra de arte. “Cinema é muito mais que a história, os atores de quem gostamos, os efeitos especiais…”
A França, que tem 350 festivais de cinema por ano (!), é o berço da crítica desde que Diderot resolveu
escrever sobre pintura na segunda metade do século 18. No cinema, o Festival de Cannes é o auge de
qualquer crítico e Frodon já participou de muitos. “Quando começo uma crítica não sei o que vou
escrever”, admite o crítico, que mostra o caderninho no qual faz anotações durante o filme, mas que
diz não levar em conta. “Fazer anotações significa que não sou um espectador normal, anoto, mas não
releio, afinal, é difícil reler o que a gente escreve no escuro”, diverte-se.
Frodon diz que gosta quando lê uma crítica que defende um filme do qual não gostou. “É como entrar
em uma outra emoção. Porque uma crítica é algo pessoal, nós nos expomos, nos exibimos ali naquelas
palavras que tentam transmitir ideias que possam ser compartilhadas. Ser crítico é tentar ser um
escritor.”
Para Frodon, a chegada da internet, que deu voz a uma legião de críticos sem espaço nas grandes mídias,
“abre novas possibilidades”. “Um filme existe para que se fale dele, o cinema leva as pessoas a falarem,
antes falávamos entre nós, agora podemos falar com todo o mundo”, resume. “É direito absoluto de
todos poder falar dos filmes.”
“Às vezes, inclusive, me deparo com críticas na internet que são muito melhores, muito mais elaboradas,
do que as que estão nas páginas dos jornais e das revistas”, completa. O francês cita um conterrâneo,
André Bazin, um dos fundadores da revista Cahiers du Cinéma, que dizia que “todos os filmes nascem
livres e iguais em direito”, para um choque de realidade. “O que o Bazin dizia é uma utopia. Sabemos
que não é verdade, há os filmes ricos e poderosos e os filmes pobres e desconhecidos.”
Frodon lamenta que, em um mundo com tantos e tantos filmes para ver, o poder do marketing seja tão
dominante. “Quanto mais filmes podemos ver, mais vemos os mesmos filmes.”
A aula que Jean-Michel Frodon ministrou na abertura do Festival Varilux de Cinema Francês teve como
tema
a) a abrangência do festival.
b) o cinema francês.
c) a importância do cinema.
d) a profissão do ministrante.
e) a revista Cahiers du Cinéma.
Questão 184: FADESP - Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.
O francês Jean-Michel Frodon contou que, um dia, um taxista lhe perguntou sua profissão. “Sou crítico
de cinema”, respondeu. “Mas isso é uma profissão?”, questionou o taxista.
Frodon, um dos mais respeitados críticos de cinema da França, abriu nesta sexta-feira (10 de junho),
no Rio de Janeiro, a programação do Festival Varilux de Cinema Francês, que terá programação em 50
cidades, com uma master class sobre o seu ofício. Tive o prazer de estar na plateia, junto com alguns
dos mais conhecidos críticos do Brasil e entusiastas da sétima arte, e acompanhamos atentamente sua
“aula de mestre”. Foi lição em cima de lição. O francês, que foi diretor de redação da revista Cahiers
du Cinéma de 2003 a 2009 e é autor de diversos livros sobre cinema, foi inspirador. Lembrou que, a cada
semana, quando novos filmes são lançados, são as pessoas que escrevem sobre eles as responsáveis por
dar “respeitabilidade artística” àquela obra. “O filme, porém, vai além do fato de o crítico ter amado,
odiado ou falado besteira sobre um filme. Porque os críticos falam besteiras também…”
Frodon destaca que a crítica tem que se parecer com “um convite” para que se explore algo novo.
“Escrevemos para quem vai ver um filme ou para quem já viu? Isso não tem a menor importância.” O
que tem importância, para Frodon, é não deixar que um filme se transforme em um produto. Ou seja,
dar estrelinha, coração ou carinha de bravo para definir se um filme é ou não é bom.
Na plateia, nesse momento, foi interessante observar alguns críticos do jornal O Globo, famoso por sua
cotação “O Bonequinho…” Para quem não está familiarizado, as cotações variam de “O Bonequinho
aplaudiu de pé” a “O Bonequinho saiu da sala”, com algumas variantes no meio do caminho. “Na prática,
pode ser útil para ajudar o leitor a escolher por este ou aquele filme, mas essa não é a razão de ser da
crítica.”
Transformar um filme em produto “suprime a dimensão mais importante do filme, que é a possibilidade
dele ser tratado com uma obra de arte”, destacou. “Um filme pode ser lazer, diversão, retratar um
fenômeno social, dar medo, ser um objeto de pesquisa, nos levar a outros planetas… Muitos são bonitos,
agradáveis, mas são objetos acabados, que não cumprem a promessa de se tornarem uma obra de arte,
enquanto outros sim, se diferenciam como obra de arte.”
Para Frodon, muitos filmes acabam sendo como “papel de parede, somente decorativos”, e o papel do
crítico, na sua literatura, é explicar ao leitor porque aquele filme descumpre a promessa de ser uma
obra de arte. “Cinema é muito mais que a história, os atores de quem gostamos, os efeitos especiais…”
A França, que tem 350 festivais de cinema por ano (!), é o berço da crítica desde que Diderot resolveu
escrever sobre pintura na segunda metade do século 18. No cinema, o Festival de Cannes é o auge de
qualquer crítico e Frodon já participou de muitos. “Quando começo uma crítica não sei o que vou
escrever”, admite o crítico, que mostra o caderninho no qual faz anotações durante o filme, mas que
diz não levar em conta. “Fazer anotações significa que não sou um espectador normal, anoto, mas não
releio, afinal, é difícil reler o que a gente escreve no escuro”, diverte-se.
Frodon diz que gosta quando lê uma crítica que defende um filme do qual não gostou. “É como entrar
em uma outra emoção. Porque uma crítica é algo pessoal, nós nos expomos, nos exibimos ali naquelas
palavras que tentam transmitir ideias que possam ser compartilhadas. Ser crítico é tentar ser um
escritor.”
Para Frodon, a chegada da internet, que deu voz a uma legião de críticos sem espaço nas grandes mídias,
“abre novas possibilidades”. “Um filme existe para que se fale dele, o cinema leva as pessoas a falarem,
antes falávamos entre nós, agora podemos falar com todo o mundo”, resume. “É direito absoluto de
todos poder falar dos filmes.”
“Às vezes, inclusive, me deparo com críticas na internet que são muito melhores, muito mais elaboradas,
do que as que estão nas páginas dos jornais e das revistas”, completa. O francês cita um conterrâneo,
André Bazin, um dos fundadores da revista Cahiers du Cinéma, que dizia que “todos os filmes nascem
livres e iguais em direito”, para um choque de realidade. “O que o Bazin dizia é uma utopia. Sabemos
que não é verdade, há os filmes ricos e poderosos e os filmes pobres e desconhecidos.”
Frodon lamenta que, em um mundo com tantos e tantos filmes para ver, o poder do marketing seja tão
dominante. “Quanto mais filmes podemos ver, mais vemos os mesmos filmes.”
Do enunciado Foi lição em cima de lição (linha 9), é possível inferir que a aula foi
a) concorrida.
b) esclarecedora.
c) difícil.
d) cansativa.
e) indefinível.
Questão 185: FADESP - Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.
O francês Jean-Michel Frodon contou que, um dia, um taxista lhe perguntou sua profissão. “Sou crítico
de cinema”, respondeu. “Mas isso é uma profissão?”, questionou o taxista.
Frodon, um dos mais respeitados críticos de cinema da França, abriu nesta sexta-feira (10 de junho),
no Rio de Janeiro, a programação do Festival Varilux de Cinema Francês, que terá programação em 50
cidades, com uma master class sobre o seu ofício. Tive o prazer de estar na plateia, junto com alguns
dos mais conhecidos críticos do Brasil e entusiastas da sétima arte, e acompanhamos atentamente sua
“aula de mestre”. Foi lição em cima de lição. O francês, que foi diretor de redação da revista Cahiers
du Cinéma de 2003 a 2009 e é autor de diversos livros sobre cinema, foi inspirador. Lembrou que, a cada
semana, quando novos filmes são lançados, são as pessoas que escrevem sobre eles as responsáveis por
dar “respeitabilidade artística” àquela obra. “O filme, porém, vai além do fato de o crítico ter amado,
odiado ou falado besteira sobre um filme. Porque os críticos falam besteiras também…”
Frodon destaca que a crítica tem que se parecer com “um convite” para que se explore algo novo.
“Escrevemos para quem vai ver um filme ou para quem já viu? Isso não tem a menor importância.” O
que tem importância, para Frodon, é não deixar que um filme se transforme em um produto. Ou seja,
dar estrelinha, coração ou carinha de bravo para definir se um filme é ou não é bom.
Na plateia, nesse momento, foi interessante observar alguns críticos do jornal O Globo, famoso por sua
cotação “O Bonequinho…” Para quem não está familiarizado, as cotações variam de “O Bonequinho
aplaudiu de pé” a “O Bonequinho saiu da sala”, com algumas variantes no meio do caminho. “Na prática,
pode ser útil para ajudar o leitor a escolher por este ou aquele filme, mas essa não é a razão de ser da
crítica.”
Transformar um filme em produto “suprime a dimensão mais importante do filme, que é a possibilidade
dele ser tratado com uma obra de arte”, destacou. “Um filme pode ser lazer, diversão, retratar um
fenômeno social, dar medo, ser um objeto de pesquisa, nos levar a outros planetas… Muitos são bonitos,
agradáveis, mas são objetos acabados, que não cumprem a promessa de se tornarem uma obra de arte,
enquanto outros sim, se diferenciam como obra de arte.”
Para Frodon, muitos filmes acabam sendo como “papel de parede, somente decorativos”, e o papel do
crítico, na sua literatura, é explicar ao leitor porque aquele filme descumpre a promessa de ser uma
obra de arte. “Cinema é muito mais que a história, os atores de quem gostamos, os efeitos especiais…”
A França, que tem 350 festivais de cinema por ano (!), é o berço da crítica desde que Diderot resolveu
escrever sobre pintura na segunda metade do século 18. No cinema, o Festival de Cannes é o auge de
qualquer crítico e Frodon já participou de muitos. “Quando começo uma crítica não sei o que vou
escrever”, admite o crítico, que mostra o caderninho no qual faz anotações durante o filme, mas que
diz não levar em conta. “Fazer anotações significa que não sou um espectador normal, anoto, mas não
releio, afinal, é difícil reler o que a gente escreve no escuro”, diverte-se.
Frodon diz que gosta quando lê uma crítica que defende um filme do qual não gostou. “É como entrar
em uma outra emoção. Porque uma crítica é algo pessoal, nós nos expomos, nos exibimos ali naquelas
palavras que tentam transmitir ideias que possam ser compartilhadas. Ser crítico é tentar ser um
escritor.”
Para Frodon, a chegada da internet, que deu voz a uma legião de críticos sem espaço nas grandes mídias,
“abre novas possibilidades”. “Um filme existe para que se fale dele, o cinema leva as pessoas a falarem,
antes falávamos entre nós, agora podemos falar com todo o mundo”, resume. “É direito absoluto de
todos poder falar dos filmes.”
“Às vezes, inclusive, me deparo com críticas na internet que são muito melhores, muito mais elaboradas,
do que as que estão nas páginas dos jornais e das revistas”, completa. O francês cita um conterrâneo,
André Bazin, um dos fundadores da revista Cahiers du Cinéma, que dizia que “todos os filmes nascem
livres e iguais em direito”, para um choque de realidade. “O que o Bazin dizia é uma utopia. Sabemos
que não é verdade, há os filmes ricos e poderosos e os filmes pobres e desconhecidos.”
Frodon lamenta que, em um mundo com tantos e tantos filmes para ver, o poder do marketing seja tão
dominante. “Quanto mais filmes podemos ver, mais vemos os mesmos filmes.”
Questão 186: FADESP - Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.
O francês Jean-Michel Frodon contou que, um dia, um taxista lhe perguntou sua profissão. “Sou crítico
de cinema”, respondeu. “Mas isso é uma profissão?”, questionou o taxista.
Frodon, um dos mais respeitados críticos de cinema da França, abriu nesta sexta-feira (10 de junho),
no Rio de Janeiro, a programação do Festival Varilux de Cinema Francês, que terá programação em 50
cidades, com uma master class sobre o seu ofício. Tive o prazer de estar na plateia, junto com alguns
dos mais conhecidos críticos do Brasil e entusiastas da sétima arte, e acompanhamos atentamente sua
“aula de mestre”. Foi lição em cima de lição. O francês, que foi diretor de redação da revista Cahiers
du Cinéma de 2003 a 2009 e é autor de diversos livros sobre cinema, foi inspirador. Lembrou que, a cada
semana, quando novos filmes são lançados, são as pessoas que escrevem sobre eles as responsáveis por
dar “respeitabilidade artística” àquela obra. “O filme, porém, vai além do fato de o crítico ter amado,
odiado ou falado besteira sobre um filme. Porque os críticos falam besteiras também…”
Frodon destaca que a crítica tem que se parecer com “um convite” para que se explore algo novo.
“Escrevemos para quem vai ver um filme ou para quem já viu? Isso não tem a menor importância.” O
que tem importância, para Frodon, é não deixar que um filme se transforme em um produto. Ou seja,
dar estrelinha, coração ou carinha de bravo para definir se um filme é ou não é bom.
Na plateia, nesse momento, foi interessante observar alguns críticos do jornal O Globo, famoso por sua
cotação “O Bonequinho…” Para quem não está familiarizado, as cotações variam de “O Bonequinho
aplaudiu de pé” a “O Bonequinho saiu da sala”, com algumas variantes no meio do caminho. “Na prática,
pode ser útil para ajudar o leitor a escolher por este ou aquele filme, mas essa não é a razão de ser da
crítica.”
Transformar um filme em produto “suprime a dimensão mais importante do filme, que é a possibilidade
dele ser tratado com uma obra de arte”, destacou. “Um filme pode ser lazer, diversão, retratar um
fenômeno social, dar medo, ser um objeto de pesquisa, nos levar a outros planetas… Muitos são bonitos,
agradáveis, mas são objetos acabados, que não cumprem a promessa de se tornarem uma obra de arte,
enquanto outros sim, se diferenciam como obra de arte.”
Para Frodon, muitos filmes acabam sendo como “papel de parede, somente decorativos”, e o papel do
crítico, na sua literatura, é explicar ao leitor porque aquele filme descumpre a promessa de ser uma
obra de arte. “Cinema é muito mais que a história, os atores de quem gostamos, os efeitos especiais…”
A França, que tem 350 festivais de cinema por ano (!), é o berço da crítica desde que Diderot resolveu
escrever sobre pintura na segunda metade do século 18. No cinema, o Festival de Cannes é o auge de
qualquer crítico e Frodon já participou de muitos. “Quando começo uma crítica não sei o que vou
escrever”, admite o crítico, que mostra o caderninho no qual faz anotações durante o filme, mas que
diz não levar em conta. “Fazer anotações significa que não sou um espectador normal, anoto, mas não
releio, afinal, é difícil reler o que a gente escreve no escuro”, diverte-se.
Frodon diz que gosta quando lê uma crítica que defende um filme do qual não gostou. “É como entrar
em uma outra emoção. Porque uma crítica é algo pessoal, nós nos expomos, nos exibimos ali naquelas
palavras que tentam transmitir ideias que possam ser compartilhadas. Ser crítico é tentar ser um
escritor.”
Para Frodon, a chegada da internet, que deu voz a uma legião de críticos sem espaço nas grandes mídias,
“abre novas possibilidades”. “Um filme existe para que se fale dele, o cinema leva as pessoas a falarem,
antes falávamos entre nós, agora podemos falar com todo o mundo”, resume. “É direito absoluto de
todos poder falar dos filmes.”
“Às vezes, inclusive, me deparo com críticas na internet que são muito melhores, muito mais elaboradas,
do que as que estão nas páginas dos jornais e das revistas”, completa. O francês cita um conterrâneo,
André Bazin, um dos fundadores da revista Cahiers du Cinéma, que dizia que “todos os filmes nascem
livres e iguais em direito”, para um choque de realidade. “O que o Bazin dizia é uma utopia. Sabemos
que não é verdade, há os filmes ricos e poderosos e os filmes pobres e desconhecidos.”
Frodon lamenta que, em um mundo com tantos e tantos filmes para ver, o poder do marketing seja tão
dominante. “Quanto mais filmes podemos ver, mais vemos os mesmos filmes.”
Questão 187: FADESP - Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.
O francês Jean-Michel Frodon contou que, um dia, um taxista lhe perguntou sua profissão. “Sou crítico
de cinema”, respondeu. “Mas isso é uma profissão?”, questionou o taxista.
Frodon, um dos mais respeitados críticos de cinema da França, abriu nesta sexta-feira (10 de junho),
no Rio de Janeiro, a programação do Festival Varilux de Cinema Francês, que terá programação em 50
cidades, com uma master class sobre o seu ofício. Tive o prazer de estar na plateia, junto com alguns
dos mais conhecidos críticos do Brasil e entusiastas da sétima arte, e acompanhamos atentamente sua
“aula de mestre”. Foi lição em cima de lição. O francês, que foi diretor de redação da revista Cahiers
du Cinéma de 2003 a 2009 e é autor de diversos livros sobre cinema, foi inspirador. Lembrou que, a cada
semana, quando novos filmes são lançados, são as pessoas que escrevem sobre eles as responsáveis por
dar “respeitabilidade artística” àquela obra. “O filme, porém, vai além do fato de o crítico ter amado,
odiado ou falado besteira sobre um filme. Porque os críticos falam besteiras também…”
Frodon destaca que a crítica tem que se parecer com “um convite” para que se explore algo novo.
“Escrevemos para quem vai ver um filme ou para quem já viu? Isso não tem a menor importância.” O
que tem importância, para Frodon, é não deixar que um filme se transforme em um produto. Ou seja,
dar estrelinha, coração ou carinha de bravo para definir se um filme é ou não é bom.
Na plateia, nesse momento, foi interessante observar alguns críticos do jornal O Globo, famoso por sua
cotação “O Bonequinho…” Para quem não está familiarizado, as cotações variam de “O Bonequinho
aplaudiu de pé” a “O Bonequinho saiu da sala”, com algumas variantes no meio do caminho. “Na prática,
pode ser útil para ajudar o leitor a escolher por este ou aquele filme, mas essa não é a razão de ser da
crítica.”
Transformar um filme em produto “suprime a dimensão mais importante do filme, que é a possibilidade
dele ser tratado com uma obra de arte”, destacou. “Um filme pode ser lazer, diversão, retratar um
fenômeno social, dar medo, ser um objeto de pesquisa, nos levar a outros planetas… Muitos são bonitos,
agradáveis, mas são objetos acabados, que não cumprem a promessa de se tornarem uma obra de arte,
enquanto outros sim, se diferenciam como obra de arte.”
Para Frodon, muitos filmes acabam sendo como “papel de parede, somente decorativos”, e o papel do
crítico, na sua literatura, é explicar ao leitor porque aquele filme descumpre a promessa de ser uma
obra de arte. “Cinema é muito mais que a história, os atores de quem gostamos, os efeitos especiais…”
A França, que tem 350 festivais de cinema por ano (!), é o berço da crítica desde que Diderot resolveu
escrever sobre pintura na segunda metade do século 18. No cinema, o Festival de Cannes é o auge de
qualquer crítico e Frodon já participou de muitos. “Quando começo uma crítica não sei o que vou
escrever”, admite o crítico, que mostra o caderninho no qual faz anotações durante o filme, mas que
diz não levar em conta. “Fazer anotações significa que não sou um espectador normal, anoto, mas não
releio, afinal, é difícil reler o que a gente escreve no escuro”, diverte-se.
Frodon diz que gosta quando lê uma crítica que defende um filme do qual não gostou. “É como entrar
em uma outra emoção. Porque uma crítica é algo pessoal, nós nos expomos, nos exibimos ali naquelas
palavras que tentam transmitir ideias que possam ser compartilhadas. Ser crítico é tentar ser um
escritor.”
Para Frodon, a chegada da internet, que deu voz a uma legião de críticos sem espaço nas grandes mídias,
“abre novas possibilidades”. “Um filme existe para que se fale dele, o cinema leva as pessoas a falarem,
antes falávamos entre nós, agora podemos falar com todo o mundo”, resume. “É direito absoluto de
todos poder falar dos filmes.”
“Às vezes, inclusive, me deparo com críticas na internet que são muito melhores, muito mais elaboradas,
do que as que estão nas páginas dos jornais e das revistas”, completa. O francês cita um conterrâneo,
André Bazin, um dos fundadores da revista Cahiers du Cinéma, que dizia que “todos os filmes nascem
livres e iguais em direito”, para um choque de realidade. “O que o Bazin dizia é uma utopia. Sabemos
que não é verdade, há os filmes ricos e poderosos e os filmes pobres e desconhecidos.”
Frodon lamenta que, em um mundo com tantos e tantos filmes para ver, o poder do marketing seja tão
dominante. “Quanto mais filmes podemos ver, mais vemos os mesmos filmes.”
Questão 188: FADESP - Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.
O francês Jean-Michel Frodon contou que, um dia, um taxista lhe perguntou sua profissão. “Sou crítico
de cinema”, respondeu. “Mas isso é uma profissão?”, questionou o taxista.
Frodon, um dos mais respeitados críticos de cinema da França, abriu nesta sexta-feira (10 de junho),
no Rio de Janeiro, a programação do Festival Varilux de Cinema Francês, que terá programação em 50
cidades, com uma master class sobre o seu ofício. Tive o prazer de estar na plateia, junto com alguns
dos mais conhecidos críticos do Brasil e entusiastas da sétima arte, e acompanhamos atentamente sua
“aula de mestre”. Foi lição em cima de lição. O francês, que foi diretor de redação da revista Cahiers
du Cinéma de 2003 a 2009 e é autor de diversos livros sobre cinema, foi inspirador. Lembrou que, a cada
semana, quando novos filmes são lançados, são as pessoas que escrevem sobre eles as responsáveis por
dar “respeitabilidade artística” àquela obra. “O filme, porém, vai além do fato de o crítico ter amado,
odiado ou falado besteira sobre um filme. Porque os críticos falam besteiras também…”
Frodon destaca que a crítica tem que se parecer com “um convite” para que se explore algo novo.
“Escrevemos para quem vai ver um filme ou para quem já viu? Isso não tem a menor importância.” O
que tem importância, para Frodon, é não deixar que um filme se transforme em um produto. Ou seja,
dar estrelinha, coração ou carinha de bravo para definir se um filme é ou não é bom.
Na plateia, nesse momento, foi interessante observar alguns críticos do jornal O Globo, famoso por sua
cotação “O Bonequinho…” Para quem não está familiarizado, as cotações variam de “O Bonequinho
aplaudiu de pé” a “O Bonequinho saiu da sala”, com algumas variantes no meio do caminho. “Na prática,
pode ser útil para ajudar o leitor a escolher por este ou aquele filme, mas essa não é a razão de ser da
crítica.”
Transformar um filme em produto “suprime a dimensão mais importante do filme, que é a possibilidade
dele ser tratado com uma obra de arte”, destacou. “Um filme pode ser lazer, diversão, retratar um
fenômeno social, dar medo, ser um objeto de pesquisa, nos levar a outros planetas… Muitos são bonitos,
agradáveis, mas são objetos acabados, que não cumprem a promessa de se tornarem uma obra de arte,
enquanto outros sim, se diferenciam como obra de arte.”
Para Frodon, muitos filmes acabam sendo como “papel de parede, somente decorativos”, e o papel do
crítico, na sua literatura, é explicar ao leitor porque aquele filme descumpre a promessa de ser uma
obra de arte. “Cinema é muito mais que a história, os atores de quem gostamos, os efeitos especiais…”
A França, que tem 350 festivais de cinema por ano (!), é o berço da crítica desde que Diderot resolveu
escrever sobre pintura na segunda metade do século 18. No cinema, o Festival de Cannes é o auge de
qualquer crítico e Frodon já participou de muitos. “Quando começo uma crítica não sei o que vou
escrever”, admite o crítico, que mostra o caderninho no qual faz anotações durante o filme, mas que
diz não levar em conta. “Fazer anotações significa que não sou um espectador normal, anoto, mas não
releio, afinal, é difícil reler o que a gente escreve no escuro”, diverte-se.
Frodon diz que gosta quando lê uma crítica que defende um filme do qual não gostou. “É como entrar
em uma outra emoção. Porque uma crítica é algo pessoal, nós nos expomos, nos exibimos ali naquelas
palavras que tentam transmitir ideias que possam ser compartilhadas. Ser crítico é tentar ser um
escritor.”
Para Frodon, a chegada da internet, que deu voz a uma legião de críticos sem espaço nas grandes mídias,
“abre novas possibilidades”. “Um filme existe para que se fale dele, o cinema leva as pessoas a falarem,
antes falávamos entre nós, agora podemos falar com todo o mundo”, resume. “É direito absoluto de
todos poder falar dos filmes.”
“Às vezes, inclusive, me deparo com críticas na internet que são muito melhores, muito mais elaboradas,
do que as que estão nas páginas dos jornais e das revistas”, completa. O francês cita um conterrâneo,
André Bazin, um dos fundadores da revista Cahiers du Cinéma, que dizia que “todos os filmes nascem
livres e iguais em direito”, para um choque de realidade. “O que o Bazin dizia é uma utopia. Sabemos
que não é verdade, há os filmes ricos e poderosos e os filmes pobres e desconhecidos.”
Frodon lamenta que, em um mundo com tantos e tantos filmes para ver, o poder do marketing seja tão
dominante. “Quanto mais filmes podemos ver, mais vemos os mesmos filmes.”
Questão 189: FADESP - Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.
O francês Jean-Michel Frodon contou que, um dia, um taxista lhe perguntou sua profissão. “Sou crítico
de cinema”, respondeu. “Mas isso é uma profissão?”, questionou o taxista.
Frodon, um dos mais respeitados críticos de cinema da França, abriu nesta sexta-feira (10 de junho),
no Rio de Janeiro, a programação do Festival Varilux de Cinema Francês, que terá programação em 50
cidades, com uma master class sobre o seu ofício. Tive o prazer de estar na plateia, junto com alguns
dos mais conhecidos críticos do Brasil e entusiastas da sétima arte, e acompanhamos atentamente sua
“aula de mestre”. Foi lição em cima de lição. O francês, que foi diretor de redação da revista Cahiers
du Cinéma de 2003 a 2009 e é autor de diversos livros sobre cinema, foi inspirador. Lembrou que, a cada
semana, quando novos filmes são lançados, são as pessoas que escrevem sobre eles as responsáveis por
dar “respeitabilidade artística” àquela obra. “O filme, porém, vai além do fato de o crítico ter amado,
odiado ou falado besteira sobre um filme. Porque os críticos falam besteiras também…”
Frodon destaca que a crítica tem que se parecer com “um convite” para que se explore algo novo.
“Escrevemos para quem vai ver um filme ou para quem já viu? Isso não tem a menor importância.” O
que tem importância, para Frodon, é não deixar que um filme se transforme em um produto. Ou seja,
dar estrelinha, coração ou carinha de bravo para definir se um filme é ou não é bom.
Na plateia, nesse momento, foi interessante observar alguns críticos do jornal O Globo, famoso por sua
cotação “O Bonequinho…” Para quem não está familiarizado, as cotações variam de “O Bonequinho
aplaudiu de pé” a “O Bonequinho saiu da sala”, com algumas variantes no meio do caminho. “Na prática,
pode ser útil para ajudar o leitor a escolher por este ou aquele filme, mas essa não é a razão de ser da
crítica.”
Transformar um filme em produto “suprime a dimensão mais importante do filme, que é a possibilidade
dele ser tratado com uma obra de arte”, destacou. “Um filme pode ser lazer, diversão, retratar um
fenômeno social, dar medo, ser um objeto de pesquisa, nos levar a outros planetas… Muitos são bonitos,
agradáveis, mas são objetos acabados, que não cumprem a promessa de se tornarem uma obra de arte,
enquanto outros sim, se diferenciam como obra de arte.”
Para Frodon, muitos filmes acabam sendo como “papel de parede, somente decorativos”, e o papel do
crítico, na sua literatura, é explicar ao leitor porque aquele filme descumpre a promessa de ser uma
obra de arte. “Cinema é muito mais que a história, os atores de quem gostamos, os efeitos especiais…”
A França, que tem 350 festivais de cinema por ano (!), é o berço da crítica desde que Diderot resolveu
escrever sobre pintura na segunda metade do século 18. No cinema, o Festival de Cannes é o auge de
qualquer crítico e Frodon já participou de muitos. “Quando começo uma crítica não sei o que vou
escrever”, admite o crítico, que mostra o caderninho no qual faz anotações durante o filme, mas que
diz não levar em conta. “Fazer anotações significa que não sou um espectador normal, anoto, mas não
releio, afinal, é difícil reler o que a gente escreve no escuro”, diverte-se.
Frodon diz que gosta quando lê uma crítica que defende um filme do qual não gostou. “É como entrar
em uma outra emoção. Porque uma crítica é algo pessoal, nós nos expomos, nos exibimos ali naquelas
palavras que tentam transmitir ideias que possam ser compartilhadas. Ser crítico é tentar ser um
escritor.”
Para Frodon, a chegada da internet, que deu voz a uma legião de críticos sem espaço nas grandes mídias,
“abre novas possibilidades”. “Um filme existe para que se fale dele, o cinema leva as pessoas a falarem,
antes falávamos entre nós, agora podemos falar com todo o mundo”, resume. “É direito absoluto de
todos poder falar dos filmes.”
“Às vezes, inclusive, me deparo com críticas na internet que são muito melhores, muito mais elaboradas,
do que as que estão nas páginas dos jornais e das revistas”, completa. O francês cita um conterrâneo,
André Bazin, um dos fundadores da revista Cahiers du Cinéma, que dizia que “todos os filmes nascem
livres e iguais em direito”, para um choque de realidade. “O que o Bazin dizia é uma utopia. Sabemos
que não é verdade, há os filmes ricos e poderosos e os filmes pobres e desconhecidos.”
Frodon lamenta que, em um mundo com tantos e tantos filmes para ver, o poder do marketing seja tão
dominante. “Quanto mais filmes podemos ver, mais vemos os mesmos filmes.”
Se você tem dificuldade em matemática, o problema pode estar na sua cabeça. Não por uma questão
psicológica, mas por causa dos seus neurotransmissores. Pesquisadores das Universidades de Oxford,
Surrey e Swansea, no Reino Unido, mostraram que os níveis de algumas dessas substâncias químicas no
cérebro podem predizer quão habilidosos seremos em matemática. O estudo foi publicado na revista
científica PLOS Biology.
Os neurotransmissores são substâncias químicas responsáveis por transportar sinais entre os neurônios,
permitindo o bom funcionamento do cérebro. Dois deles, o glutamato e o ácido gama-aminobutírico
(GABA), possuem papéis complementares: enquanto o GABA atua como inibidor do sistema nervoso
central, o glutamato acentua a atividade dos neurônios. Esses dois neurotransmissores já haviam sido
associados à capacidade de aprendizado, e agora cientistas constataram que eles podem influenciar no
desempenho de crianças e adultos em testes aritméticos.
O estudo contou com 255 participantes, desde crianças a partir dos seis anos de idade até estudantes
universitários. Os voluntários foram submetidos a dois testes de matemática, o segundo feito com 18
meses de diferença. A partir das provas, os pesquisadores relacionaram os resultados com imagens dos
pacientes obtidas através de ressonâncias magnéticas.
Os cientistas tinham como foco a análise dos neurotransmissores na parte esquerda do sulco intraparietal
(IPS) do cérebro. A região em questão foi escolhida por já ter sido associada à habilidade matemática
em estudos anteriores. Dados do artigo mostram que crianças com níveis mais altos de GABA e níveis
inferiores de glutamato apresentaram melhores resultados nos testes. Para os adultos, foi o inverso. Os
voluntários mais velhos com níveis maiores de glutamato e menores de GABA tiveram melhor
desempenho nas tarefas.
Até então, pesquisas do tipo haviam focado em intervalos curtos de desenvolvimento. O novo estudo,
que analisa pessoas de diferentes idades e em diferentes épocas, mostra não só a relação entre os
neurotransmissores e a habilidade matemática, mas também como os efeitos causados pelos níveis das
substâncias podem mudar com o passar da idade. Ou seja, um nível de neurotransmissores que te ajudou
no passado, talvez não seja tão positivo no futuro. Informações do tipo contribuem para estudos acerca
do desenvolvimento cerebral e devem continuar sendo exploradas.
(Fonte: Abril - adaptado.)
Em conformidade com o texto, assinalar a alternativa CORRETA:
a) Por analisar pessoas de diferentes idades e em similares épocas, o estudo mostra que a habilidade
matemática e os efeitos causados pelos níveis das substâncias podem mudar com o passar da idade,
evidenciando a importância da constância dos neurotransmissores.
b) Os dados do estudo, publicados no artigo, mostram que crianças com níveis ínferos de GABA e níveis
supremos de glutamato apresentaram melhores resultados nos testes. Em contrapartida, os voluntários
mais velhos tiveram melhor desempenho nas tarefas quando possuíam níveis maiores de glutamato e
menores de GABA.
c) O glutamato e o ácido gama-aminobutírico possuem papéis complementares, visto que o glutamato
atua na inibição do sistema nervoso central; já o ácido gama-aminobutírico potencializa o acionamento
dos neurônios.
d) Conforme estudo publicado em revista científica, os neurotransmissores mostraram que os níveis de
algumas substâncias químicas do cérebro confirmam o quão habilidosos seremos em matemática.
e) O foco que os cientistas tinham era a análise dos neurotransmissores na parte esquerda do sulco
intraparietal (IPS) do cérebro, pois a região em questão já havia sido relacionada com a habilidade
matemática em estudos anteriores.
Ao descer em um toboágua, apesar da velocidade em que você está, não há risco de sair voando do
brinquedo. A velocidade nas curvas do trajeto é sempre menor do que seria na queda livre de uma
pessoa. Além isso, a velocidade da descida varia a cada trecho, garantindo a segurança.
A tendência natural do corpo é seguir reto. Mas um toboágua com curvas muda essa lei da física: quando
aparece uma curva na pista, entramos em contato com a lateral da estrutura, que nos empurra de volta
e nos obriga a seguir pelo caminho que não é o reto. O filete de água presente durante toda a descida
também ajuda na condução do corpo humano pelo trajeto certo.
A velocidade de descida em um toboágua varia de pessoa para pessoa: quanto mais massa (peso) você
tiver, maior será a velocidade que pode atingir. Outros fatores influenciam, como a área de contato
com a pista (quanto menor, maior é a velocidade), o tipo de tecido e o comprimento da roupa que você
está usando (quanto mais comprida ela for, menor é a velocidade).
Apesar de parecer que você chega ao final do trajeto em uma velocidade menor, isso não é verdade – o
impacto ao atingir a água é proporcional à velocidade que você manteve durante o caminho.
Contudo, a maneira como nosso corpo bate na água da piscina (com os pés, por exemplo) pode alterar
a sensação, deixando-a mais suave. E a curvatura do toboágua também engana: cria a sensação de
suavidade na inclinação para que o impacto pareça menor.
O mundo enfrentou uma tragédia dupla de proporções monumentais em 2004. Um poderoso terremoto
no Oceano Índico foi seguido de um tsunami destruidor, que deixou mais de 260 mil mortos em 14 países.
Sete anos depois, um acontecimento semelhante teria não apenas dois, mas três atos. Um desastre
triplo castigou o Japão, quando um terremoto tão intenso quanto o do Oceano Índico, mas desta vez no
Pacífico, provocou um tsunami também devastador, contra o qual as sólidas defesas japonesas não
tiveram chance.
A fúria do mar, por sua vez, provocou um acidente nuclear na usina de Fukushima, 260 quilômetros ao
norte de Tóquio. Mais de 18 mil pessoas foram mortas pelo tsunami, e o acidente em Fukushima forçou
a retirada de 160 mil pessoas que moravam nas imediações.
Foi a maior catástrofe enfrentada pelo Japão desde as bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e
Nagasaki, em 1945.
O dia 11 de março de 2011, uma sexta-feira, dificilmente será esquecido pelos japoneses. Em um ponto
do Oceano Pacífico, a 130 quilômetros ao leste da cidade de Sendai, um terremoto não apenas sacudiu
como também deslocou o Japão. Essa movimentação forçou o mar para cima, causando o tsunami —
uma série de ondas gigantes. Acostumado a grandes tremores seguidos de destruição em larga escala,
— como em Tóquio, em 1923, e em Kobe, em 1995 —, o Japão começava a enfrentar uma sucessão de
eventos inédita em sua história.
O Japão é considerado o país mais bem preparado do mundo contra terremotos. Depois da tragédia de
1923, que matou 140 mil pessoas, os edifícios japoneses passaram a ser construídos para absorver a
energia de um abalo sísmico e, assim, são capazes de manter-se de pé.
(Fonte: Globo - adaptado.)
Com base no texto, analisar a sentença abaixo:
A tragédia dupla que ocorreu no ano de 2004 assolou grande parte do Japão, deixando só nesse país
mais de 260 mil mortos (1ª parte). Um terremoto intenso, no ano de 2011, sacudiu e deslocou o Japão
(2ª parte). Depois de uma tragédia de 1923, os edifícios japoneses são construídos a fim de absorver a
energia de um abalo sísmico (3ª parte).
A sentença está:
a) Totalmente correta.
b) Correta somente em sua 3ª parte.
c) Correta somente em suas 1ª e 2ª partes.
d) Correta somente em suas 2ª e 3ª partes.
e) Totalmente incorreta.
Questão 193: FGV - “A segurança pública é um direito humano fundamental, essencial à preservação
da vida e à garantia de direitos. Portanto, independentemente de condição social, econômica, política,
filosófica, a todo ser humano lhe é assegurado o direito de viver em segurança.”
Assinale a afirmação correta sobre o conteúdo desse texto.
Questão 194: FGV - O ex-ministro da Fazenda Roberto Campos afirmou: “Nossa Constituição é uma
mistura de dicionário de utopias e regulamentação minuciosa do efêmero”.
Ao afirmar que nossa Constituição se mostra como um “dicionário de utopias”, o ex-ministro quer dizer
que as leis
Questão 195: FGV - O ex-ministro da Fazenda Roberto Campos afirmou: “Nossa Constituição é uma
mistura de dicionário de utopias e regulamentação minuciosa do efêmero”.
Quando, no mesmo pensamento, o ex-ministro declara que nossa Constituição traz “uma
regulamentação minuciosa do efêmero”, ele quer mostrar que nossas leis
Questão 196: FGV - Nosso grande escritor Machado de Assis escreveu em uma de suas crônicas: “Creio
em poucas coisas, e uma das que entram no meu credo é a justiça, tanto a do céu como a da terra,
assim a pública como a particular”.
Considerando os componentes desse pensamento, podemos afirmar que:
Questão 197: FGV - “A Justiça é cega. E às vezes lenta e gananciosa. A figura de Thêmis, deusa grega
da Justiça, costuma ser representada por uma mulher segurando uma balança em uma das mãos e uma
espada em outra. A venda nos olhos veio só no século XIV, quando os alemães acharam que seria uma
boa para representar a imparcialidade e ausência de preconceitos.”
Sobre essa imagem mitológica da Justiça, assinale a única afirmativa correta.
Questão 198: FGV - Uma famosa série televisiva dos anos 90 tinha um protagonista que declarou o
seguinte em um dos capítulos: “Como policial perdi muitos casos devido a truques jurídicos, mas eu
acreditava no sistema. Como promotor perdi muitos casos para advogados corruptos, mas eu acreditava
no sistema. Como juiz eu procurei seguir a lei ao pé da letra, porque eu acreditava no sistema... até
eles destruírem minha família. Daí eu parei de acreditar no sistema e passei a acreditar na Justiça”.
Questão 199: FGV - Numa reunião de estudos, foram sugeridas algumas medidas para a proteção dos
agentes de segurança durante a pandemia, entre elas:
1. Garantir Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) que protejam os profissionais da segurança
pública e do sistema prisional.
2. Reforçar a estrutura de hospitais dedicados aos profissionais de segurança e priorizar a testagem
destes.
3. Apoiar e fortalecer o trabalho das forças de segurança a partir da colaboração federativa entre União,
Estados e Municípios.
4. Monitorar e reorientar o trabalho das forças de segurança para lidar com os novos problemas de
segurança, bem como ter políticas claras de uso da força para lidar com novos desafios surgidos com a
crise.
5. Estabelecer mecanismos seguros e confiáveis para o registro das mortes (garantindo insumos para
testagem obrigatória e investigação de todas as mortes suspeitas).
As medidas de proteção citadas visam à proteção específica dos agentes de segurança pública; a
proteção da medida destacada que está erradamente identificada é:
estudo, mas desejo acrescentar duas reflexões: primeiro, que já Rousseau, no século XVIII, qualificava
a leitura como ‘o castigo da juventude’, o que indica que, mesmo quando não havia televisão, ler
também podia ser uma atividade pouco atrativa para muitos jovens. Em segundo lugar, que, apesar do
que sempre se diz sobre a pouca leitura, nunca se leu tanto quanto agora e, às vezes, a televisão, ainda
que pareça mentira, usada racionalmente, pode ajudar a ler. Assim, é frequente que as séries televisivas
de mais audiência façam disparar a venda dos livros nos que se baseiam, como ocorreu com a série
‘Senhor dos Anéis’. Pode ser que esse cinema doméstico não ajude a promover a leitura, já que é mais
passivo que o livro, exige menos esforço mental, é mais atrativo para os pequenos, mas em nenhum
caso é a principal razão de que hoje em dia não se leia”.
Observe o seguinte texto de Pascal, que discute a distinção entre demonstrar e agradar: “Ninguém
ignora que há dois caminhos por onde as opiniões são recebidas na alma, que são o entendimento e a
vontade. O mais natural é o do entendimento, porque não deveríamos aceitar jamais a não ser as
verdades demonstradas; mas o mais comum, embora contra a natureza, é o caminho da vontade porque
todos os homens são levados sempre a crer não pela prova, mas pelo prazer. Esse caminho é baixo,
indigno e estranho: assim todos o desaprovam”.
O segmento abaixo que se utiliza dos dois caminhos referidos por Pascal a fim de convencer o leitor é:
a) A partir desta semana as crianças já podem ser vacinadas contra a Covid, pois tanto a Anvisa como
o Ministério da Saúde autorizaram essa vacinação, fundamentados em pesquisas e na experiência de
outros países, o que deixa, em alguns casos, os pais tranquilos quanto à saúde dos filhos;
b) No livro A cidade e as serras, o romancista português Eça de Queiroz procura mostrar a superioridade
destas sobre aquela, apoiado na tranquilidade do campo, na solidariedade dos habitantes do interior e
em seu conservadorismo pacífico;
c) Todos os verbetes deste dicionário estão dispostos em ordem alfabética e contêm informações
gramaticais, etimológicas e enciclopédicas, todas elas magnificamente embasadas em obras de nome
consagrado;
d) O laudo da autópsia no corpo do artista, vítima de um acidente de trânsito em pleno centro da cidade
de São Paulo, trazia a causa da morte como politraumatismo, em função da grande velocidade do veículo
no momento da ocorrência;
e) Se você viajar a Portugal, não deixe de visitar o Santuário de Fátima, pois, mesmo para os que não
possuem crença religiosa, as demonstrações de fé, sobretudo das pessoas mais humildes, emocionam a
todos.
Questão 202: FGV - Leia com atenção o texto de Albert Camus: “Não há vida sem diálogo. E, na maior
parte do mundo, o diálogo está sendo substituído pela polêmica. O século XX é o século da polêmica e
do insulto. Ela se trava entre as nações e os indivíduos e ocupa o espaço que era anteriormente ocupado
pelo diálogo de reflexão. Milhares de vozes, dia e noite, praticando cada uma de seu lado um monólogo
tumultuado, derramam sobre as pessoas uma torrente de palavras mistificadoras, ataques, defesas,
exaltações...[...] Não há vida sem persuasão. E a história moderna não conhece nada além da
intimidação”.
Questão 203: FGV - “Naquele verão de 2021, o grupo de turistas se aglomerou à porta da Matriz, ao
redor do guia, que, naquele momento, lhes passava informações importantes para a adequada
visualização daquele monumento. A enorme porta de madeira chamou logo a atenção, mas o interior
do templo, com suas imagens barrocas, levou, em seguida, emoção a todos os que têm olhos para ver.
Na saída, os comentários reclamavam do pouco tempo de visita a locais tão belos, mas o mês de janeiro
estava no fim e o trabalho já se anunciava.”
Esse pequeno texto traz um conjunto de elementos encarregados de situações temporais; sobre esse
aspecto, a única afirmação inadequada é:
a) há indicações diretas e precisas de localização temporal, como no caso de “o mês de janeiro estava
no fim”;
b) alguns objetos, como as imagens barrocas, localizam indiretamente a época da Matriz;
c) algumas ações podem trazer implicitamente ideia de tempo, como a expressão “Na saída”;
d) os termos “logo” e “em seguida” dão indicações de tempo posterior, de forma precisa;
e) o termo “naquele momento” tem referência cronológica em função da situação narrada.
Questão 204: FGV - Leia o texto abaixo, publicado em jornal algum tempo atrás:
Tecnologia e família
São inegáveis as mudanças positivas que a internet trouxe para a vida de muitas famílias em nosso país
e no mundo, como a possibilidade de trabalho e educação a distância e uma intensa vida social.
Creio que o acesso aos recursos da internet nem sempre tem consequências positivas. É frequente ver
que os adolescentes e jovens – por estarem diante da tela do computador – invertem perigosamente
seus horários, perdem horas de sono e, basicamente, deixam de relacionar-se com amigos e membros
da família.
É verdade que a internet é um instrumento que possibilita uma nova forma de relação interpessoal, mas
esta é muito diferente da relação íntima, cara a cara, que se dá no âmbito familiar. Por isso, a perda
da noção de contacto físico e emocional – que no mundo da rede é substituído pela transmissão e
interação virtual – poderia afetar as relações familiares.
O lar é um espaço privilegiado onde rapidamente podemos detectar as consequências do uso abusivo da
rede, com claras repercussões no conjunto do entorno familiar. Todos devíamos preparar-nos para o
grande desafio do novo milênio, que é o de tentar integrar os incríveis progressos científicos e
tecnológicos, aqui representados pela internet, de modo que possam ampliar os limites da experiência
humana sem desumanizá-la, mas enriquecendo-a e aprofundando-a.
Questão 205: FGV - Observe o seguinte texto, de autoria de um conhecido sociólogo contemporâneo:
“A moda satisfaz ao mesmo tempo o desejo de reunião com os outros, e o do isolamento, da
diferenciação. O indivíduo na moda se sente diferente, original, e, ao mesmo tempo, objeto da
aprovação do maior número de pessoas, que se comportam como ele”.
1) “Nossa civilização é uma soma de conhecimentos e de lembranças acumuladas por gerações que nos
precederam. Nós não podemos participar dela a não ser entrando em contato com o pensamento dessas
gerações.”
2) “Os jovens dificilmente admitem o valor da experiência. A mutação brusca que vivemos, o
acontecimento da sociedade científica, desqualifica seriamente, é necessário que se diga, a experiência
das gerações precedentes.”
“Entramos vagarosa e silenciosamente pela porta do laboratório às escuras; o cheiro do local era
nauseabundo e havia uma substância pegajosa não identificada por todo o chão. Havia tubos de ensaio
espalhados, como se os trabalhadores do local tivessem saído às pressas... Pelo amargo de nossas bocas,
as expectativas eram as piores possíveis.”
Questão 208: FGV - Observe as quatro frases a seguir, todas elas redigidas por um mesmo indivíduo:
1. Não se pode esperar que esse filme venha a ter o sucesso que ele merece.
2. Nós apreciamos os esforços da prefeitura da cidade para aumentar os espaços verdes.
3. De acordo com os peritos, as causas do acidente seriam de origem criminosa.
4. Nós poderíamos imaginar que os progressos científicos garantiriam num futuro próximo a
felicidade da humanidade?
Questão 209: FGV - Todas as frases abaixo mostram dois segmentos sublinhados; a frase em que a
troca de posição desses segmentos torna a frase inadequada é:
Questão 210: FGV - Muitas vezes temos que redigir textos argumentativos, ou seja, para mostrar que
uma determinada ideia (tese) é verdadeira, utilizamos argumentos; nossa argumentação pode ter
caráter objetivo ou subjetivo.
Questão 211: FGV - “A imagem era de uma pessoa que não podia inspirar outro sentimento que não
o do respeito, porque seu aspecto mostrava uma face larga com um grande nariz e pequenos olhos
abaixo de grossas sobrancelhas. Uns lábios finos se desenhavam sob um bigode tímido, tudo isso com
uma pele morena bastante fresca com traços de ótima saúde. A cabeça era suportada por um corpo
bastante avantajado...”
Esse pequeno fragmento é exemplo de um texto descritivo. A afirmação correta sobre ele é:
a) a descrição se limita a características físicas de uma pessoa, particularmente de sua cabeça;
b) a tendência global dos traços descritivos apresentados é caracterizar uma pessoa por sua firmeza e
elegância;
c) a estratégia descritiva empregada é a de dar uma ideia do todo, mostrando a seguir detalhes desse
todo;
d) o observador encarregado da descrição faz questão de ser bastante objetivo, sem interferências de
caráter subjetivo;
e) as características apresentadas, relativas ao aspecto geral da pessoa descrita, não confirmam a
imagem de respeito referida no início do texto.
O Brasil é um dos poucos países no mundo com a possibilidade de ampliar áreas com a agropecuária. De
fato, um estudo da ONU mostra que o país será o grande responsável por produzir os alimentos
necessários para atender os mais de 9 bilhões de pessoas que habitarão o planeta em 2050. De acordo
com pesquisadores da Embrapa, a região possui potencial e áreas para ampliação sustentável da
agricultura. Portanto, a responsabilidade do agricultor brasileiro é muito grande.
A região amazônica se mostra promissora para a agricultura, pois ela é rica em um insumo fundamental,
a água. Estados como Rondônia e Acre têm municípios que recebem até 2.800 milímetros de chuvas por
ano. E isso proporciona a qualidade e a possibilidade de semear mais de uma cultura por ano.
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa época qualquer, mas no outono. Outono
no Rio. O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da calçada estão úmidas. No alto, o céu já é de
um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conseguiu vencer os prédios e arrasta seus raios pelo
mar, pelas praias, por cima das montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele trecho, onde as
amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase madrugada.
É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila, de
pouco movimento, não passa quase ninguém a essa hora, tão de manhãzinha. Nem carros, nem pessoas.
O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássaros. Os primeiros, com suas vassouras e
mangueiras, conversando sobre o futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou fora das gaiolas.
Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sentada muito ereta, com seu
vestidoestampado, de corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso pronto a
cumprimentar quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa, mas também
parece pronta a erguer -se num aceno, quando alguém passar.
É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias. Parece coisa de antigamente.
Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placidamente em sua cadeira na calçada,
observando as manhãs, está atrás das grades.
Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as
grades. Nada mais o impressionou, tudo ele achou normal. Fez comentários vagos sobre as árvores
crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros, tudo sem muita ênfase. Mas e essas grades, me
perguntou, por que todas essas grades? E eu, espantada com seu espanto, eu que de certa forma já me
acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem saber o que dizer.
Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora. Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira
para que ela se sente, junto ao jardim, em frente à portaria, por trás da proteção do gradil pintado com
tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão antigo, se desenrola assim, por trás de barras
de ferro, que mesmo sendo de alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico, que prende,
constrange, restringe.
Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de metal, sua figura frágil me fazendo lembrar
os passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pendurados nas árvores.
Esse texto, que se inicia a partir do cotidiano de uma velha senhora que tem por hábito sentar-se na
calçada observando as manhãs, constrói uma crítica
a) ao abandono dos idosos que, na velhice, se veem sozinhos, sem o apoio e o carinho de sua família.
b) ao excesso de pessoas e carros nas ruas, que somente é percebido por quem se afasta da cidade por
um tempo e retorna.
c) às cenas diárias que repetem costumes do passado, que há muito já deveriam ter sido abandonados
pela população.
d) às grades, que hoje dominam o cenário das cidades e que foram sendo colocadas aos poucos ao
redor de todos nós.
e) às autoridades de segurança pública, que não atuam em prol do direito de ir e vir, sem riscos, da
população.
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa época qualquer, mas no outono. Outono
no Rio. O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da calçada estão úmidas. No alto, o céu já é de
um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conseguiu vencer os prédios e arrasta seus raios pelo
mar, pelas praias, por cima das montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele trecho, onde as
amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase madrugada.
É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila, de
pouco movimento, não passa quase ninguém a essa hora, tão de manhãzinha. Nem carros, nem pessoas.
O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássaros. Os primeiros, com suas vassouras e
mangueiras, conversando sobre o futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou fora das gaiolas.
Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sentada muito ereta, com seu vestido
estampado, de corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso pronto a cumprimentar quem
surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa, mas também parece pronta a erguer -
se num aceno, quando alguém passar.b
É uma cena bonita, eu achoc. Cena que se repete todos os dias. Parece coisa de antigamente.
Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placidamente em sua cadeira na calçada,
observando as manhãs, está atrás das grades.
Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as
gradesd. Nada mais o impressionou, tudo ele achou normal. Fez comentários vagos sobre as árvores
crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros, tudo sem muita ênfase. Mas e essas grades, me
perguntou, por que todas essas grades? E eu, espantada com seu espanto, eu que de certa forma já me
acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem saber o que dizer.
Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhorae. Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira
para que ela se sente, junto ao jardim, em frente à portaria, por trás da proteção do gradil pintado com
tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão antigo, se desenrola assim, por trás de barras
de ferro, que mesmo sendo de alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico, que prende,
constrange, restringe.
Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de metal, sua figura frágil me fazendo lembrar
os passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pendurados nas árvores.
Questão 215: FGV - Assinale a frase que mostra uma visão positiva da ciência.
a) A ciência consiste em substituir o saber que parecia seguro por uma teoria, ou seja, por algo
problemático.
b) Essa é a essência da ciência: faça uma pergunta impertinente e você cairá no caminho da resposta
pertinente.
c) A ciência é o grande antídoto ao veneno do entusiasmo e da superstição.
d) Creio que o único objetivo da ciência consista em aliviar a fadiga da existência humana.
Questão 216: FGV - Observe a frase: “A ciência consiste em substituir o saber que parecia seguro por
uma teoria, ou seja, por algo problemático”.
Questão 217: FGV - O célebre biólogo Pasteur disse: “A ciência não tem pátria!”
Questão 218: FGV - Observe o seguinte pensamento de C. Bernard: “O observador deve ser o fotógrafo
da natureza, sua observação deve representar exatamente a natureza. É preciso observar sem ideias
preconcebidas; o espírito do observador deve ser passivo, ou seja, deve calar-se; ele ouve a natureza e
escreve o que ela dita.”
Assinale a frase abaixo que mostra a completa isenção do observador diante da natureza observada.
a) O vento impressionante perturbava a paisagem.
b) A ventania agitava as folhas das árvores.
c) O vento trazia muita inquietação aos pobres moradores.
d) Nunca ventara tanto naquele pequenino lugar.
e) A aldeia tremia de medo sob a forte ventania.
O Brasil há décadas vem enfrentando diversas e sérias crises, incluindo crise política, econômica, social,
ambiental/ecológica e cultural, as quais têm se agravado tanto pela presença da pandemia do
coronavírus quanto pela visão conservadora e retrógrada dos atuais governantes, tanto no plano federal
quanto em diversos estados e municípios.
No que concerne à questão indígena, diversos organismos e estudiosos nacionais e internacionais têm
denunciado que um GENOCÍDIO está em curso em nosso país e tudo indica que pode se transformar em
uma tragédia humana de proporções catastróficas no Brasil, afetando a vida, a cultura e as formas de
subsistência e sobrevivência dos povos indígenas, principalmente na Amazônia Legal, crime este já
denunciado no Tribunal Internacional de Haia e outros organismos internacionais. Pior é que esta
tragédia humanitária acontece ante a omissão e conivência de autoridades e organismos públicos a quem
caberia defender os interesses dos povos indígenas.
Todas essas atrocidades podem ser simplesmente legalizadas nos termos de projeto de Lei (PL- 490) que
tramita no Congresso Nacional, bem como ação que está sob análise do Supremo Tribunal Federal, o
chamado Marco Temporal.
No Brasil existem aproximadamente 114 grupos indígenas que desconhecem o jogo político em Brasília,
mas podem vir a ser totalmente afetados pelas decisões tomadas naquele tabuleiro. O jornalista Gil
Alessi conta como estes povos isolados na Amazônia Legal, que, por decisão própria, não possuem
nenhum contato com a sociedade — podem ser extintos caso o PL 490/2007 seja aprovado.
O projeto, que autoriza as possibilidades de contato com as aldeias dos rincões amazônicos, abre as
portas para o “genocídio” indígena. Em tramitação na Câmara dos Deputados, o PL é “uma rede de atos
de cunho legislativo ou administrativo que desmantelam o arcabouço desenhado ao longo das últimas
três décadas para garantir a igualdade formal e material dos povos indígenas no Brasil”, escrevem Laura
Trajber Waisbich e Ilona Szabó, do Instituto Igarapé.
Ademais, vale a pena ler e refletir sobre a avaliação do Conselho Indígena Missionário (CIMI) quanto aos
riscos que a aprovação do PL 490 pelo Congresso Nacional - e se o mesmo vier a ser sancionado pelo
Presidente da República - representa para o presente e o futuro dos povos indígenas no Brasil.
“A proposta altera o Estatuto do Índio (Lei 6.001/1973) e atualiza o texto da PEC 215, uma das maiores
ameaças aos direitos indígenas que já tramitou no Congresso. O projeto permite a supressão de direitos
dos indígenas garantidos na Constituição, entre eles, a posse permanente de suas terras e o direito
exclusivo sobre seus recursos naturais.
Estamos vivendo tempos sombrios no Brasil, ao invés das conquistas aprovadas pela Assembleia Nacional
Constituinte e que foram incorporadas na Constituição (cidadã) de 1988 serem implementadas ao longo
dessas mais de três décadas, o que temos visto é a supressão de diversas dessas conquistas através de
Emendas Constitucionais (atualmente já mais de uma centena) que desfiguram completamente a
vontade da Constituinte, por Legislaturas, cujos deputados e senadores não foram eleitos para revisarem
a Constituição de 1988, mas que o fazem através desses subterfúgios, atendendo aos interesses de
grupos econômicos, nacionais e internacionais, e forças poderosas que atuam indiretamente através de
representantes eleitos no Legislativo ou no Executivo.
Estamos diante de um dos mais graves desafios que se tem notícia quanto ao extermínio de povos
indígenas em nosso país. Um absurdo inominável. Alguma coisa precisa ser feita com urgência a fim de
impedir e acabar com este genocídio silencioso.
JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, sociólogo, mestre em
sociologia, colaborador de diversas veículos de comunicação.
Considerando a avaliação do CIMI, é correto afirmar que são ações previstas no PL 490/2007:
a) garantia de direitos indígenas previstos na constituição e implantação de hidrelétricas, mineração,
estradas, entre outros.
b) posse permanente das terras pelos indígenas e direito exclusivo sobre seus recursos naturais.
c) usufruto exclusivo dos indígenas de qualquer área e legalização automática de centenas de garimpos
nas terras indígenas.
d) atualização do texto da PEC 215, umas das maiores ameaças aos direitos indígenas, e alteração no
Estatuto do Índio.
O Brasil há décadas vem enfrentando diversas e sérias crises, incluindo crise política, econômica, social,
ambiental/ecológica e cultural, as quais têm se agravado tanto pela presença da pandemia do
coronavírus quanto pela visão conservadora e retrógrada dos atuais governantes, tanto no plano federal
quanto em diversos estados e municípios.
No que concerne à questão indígena, diversos organismos e estudiosos nacionais e internacionais têm
denunciado que um GENOCÍDIO está em curso em nosso país e tudo indica que pode se transformar em
uma tragédia humana de proporções catastróficas no Brasil, afetando a vida, a cultura e as formas de
subsistência e sobrevivência dos povos indígenas, principalmente na Amazônia Legal, crime este já
denunciado no Tribunal Internacional de Haia e outros organismos internacionais. Pior é que esta
tragédia humanitária acontece ante a omissão e conivência de autoridades e organismos públicos a quem
caberia defender os interesses dos povos indígenas.
Todas essas atrocidades podem ser simplesmente legalizadas nos termos de projeto de Lei (PL- 490) que
tramita no Congresso Nacional, bem como ação que está sob análise do Supremo Tribunal Federal, o
chamado Marco Temporal.
No Brasil existem aproximadamente 114 grupos indígenas que desconhecem o jogo político em Brasília,
mas podem vir a ser totalmente afetados pelas decisões tomadas naquele tabuleiro. O jornalista Gil
Alessi conta como estes povos isolados na Amazônia Legal, que, por decisão própria, não possuem
nenhum contato com a sociedade — podem ser extintos caso o PL 490/2007 seja aprovado.
O projeto, que autoriza as possibilidades de contato com as aldeias dos rincões amazônicos, abre as
portas para o “genocídio” indígena. Em tramitação na Câmara dos Deputados, o PL é “uma rede de atos
de cunho legislativo ou administrativo que desmantelam o arcabouço desenhado ao longo das últimas
três décadas para garantir a igualdade formal e material dos povos indígenas no Brasil”, escrevem Laura
Trajber Waisbich e Ilona Szabó, do Instituto Igarapé.
Ademais, vale a pena ler e refletir sobre a avaliação do Conselho Indígena Missionário (CIMI) quanto aos
riscos que a aprovação do PL 490 pelo Congresso Nacional - e se o mesmo vier a ser sancionado pelo
Presidente da República - representa para o presente e o futuro dos povos indígenas no Brasil.
“A proposta altera o Estatuto do Índio (Lei 6.001/1973) e atualiza o texto da PEC 215, uma das maiores
ameaças aos direitos indígenas que já tramitou no Congresso. O projeto permite a supressão de direitos
dos indígenas garantidos na Constituição, entre eles, a posse permanente de suas terras e o direito
exclusivo sobre seus recursos naturais.
Estamos vivendo tempos sombrios no Brasil, ao invés das conquistas aprovadas pela Assembleia Nacional
Constituinte e que foram incorporadas na Constituição (cidadã) de 1988 serem implementadas ao longo
dessas mais de três décadas, o que temos visto é a supressão de diversas dessas conquistas através de
Emendas Constitucionais (atualmente já mais de uma centena) que desfiguram completamente a
vontade da Constituinte, por Legislaturas, cujos deputados e senadores não foram eleitos para revisarem
a Constituição de 1988, mas que o fazem através desses subterfúgios, atendendo aos interesses de
grupos econômicos, nacionais e internacionais, e forças poderosas que atuam indiretamente através de
representantes eleitos no Legislativo ou no Executivo.
Estamos diante de um dos mais graves desafios que se tem notícia quanto ao extermínio de povos
indígenas em nosso país. Um absurdo inominável. Alguma coisa precisa ser feita com urgência a fim de
impedir e acabar com este genocídio silencioso.
JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, sociólogo, mestre em
sociologia, colaborador de diversas veículos de comunicação.
c) defende a prepotência de detentores do poder, que abusam da autoridade para fazer valer os
interesses dos povos indígenas.
d) adverte a respeito da situação indígena, utilizando seu exemplo como instrumento de denúncia
frente às práticas sociais.
BEATRIZ LUCAS
Com o desconfinamento, chegou ao consultório da psicóloga María Guerrero um novo perfil de paciente:
crianças que usavam muito pouco ou nada as telas e agora não há maneira de que façam algo sem elas.
Além do hábito, María Guerrero está preocupada com as consequências para a saúde física e mental.
“Vários estudos nos falam sobre problemas de obesidade, hábitos sedentários com perda de massa
muscular, perda de visão... Mas também pode desencadear ansiedade ou depressão e, de acordo com
uma experiência realizada pela revista americana de pediatria, crianças que estão em contato de forma
habitual com dispositivos móveis, tablets ou computadores são mais irritáveis e mostram menos
capacidade de atenção, memória e concentração do que aquelas que não estão”, diz Guerrero, que é
psicóloga do aplicativo de controle parental Qustodio.
Segundo Guerrero, o cérebro de uma criança “funciona por hábitos e estes demoram cerca de 21 dias
para se estabelecer. E a tecnologia foi a única via de comunicação e lazer durante mais de 100 dias”.
Esta especialista costuma explicar aos pais que, se seu filho está mais preso do que o normal, não é que
ele seja esquisito, mas é algo comum: “A maioria dos jogos, redes sociais e aplicativos para crianças foi
projetada para que o cérebro secrete substâncias relacionadas ao prazer”.
Mas antes que o leitor se desespere e se deixe levar pelo catastrofismo, a psicóloga alerta: “Existe um
caminho de volta, entretanto não é fácil e haverá resistência à mudança”, diz esta especialista em
novas tecnologias.
Mas o fato de que as tecnologias sejam usadas mais do que antes ou que crianças e adolescentes relutem
em largar a tela não significa que sejam viciados. O psicólogo Garicoitz Mendigutxia, diretor do programa
Suspertu, para a prevenção de dependências do Projeto Hombre Navarra, esclarece que, para que seja
considerada uma dependência, ou melhor, um “uso conflitivo das tecnologias”, estas devem lhes
subtrair tempo e inclusive dinheiro de outras atividades da vida. “Deve haver situações de isolamento
social, afetando sua dinâmica de vida ―por exemplo, que a família não possa sair para jantar porque o
filho prefere ficar conectado―, só se relacionam com as redes ou têm problemas e conflitos familiares
ou porque ficam conectados a noite toda e isso afeta o desempenho escolar”, explica o psicólogo. Se
não for esse o caso, o plano de ação funcionará mais facilmente.
Educadores, psicólogos e especialistas em dependência concordam que esses hábitos saudáveis devem
começar quando as crianças passam a ter acesso às telas: é preciso sentar para conversar com elas e
estabelecer os limites de uso, tempos, horários e espaços.
María Guerrero acredita que é preciso recorrer a argumentos científicos e explicar-lhes que as telas
podem prejudicar a saúde. Os especialistas em visão alertaram para um agravamento da saúde visual
em grande escala durante o confinamento e a Fundação Pau Gasol afirma que a Espanha é a líder
europeia em obesidade infantil. O excesso de telas gera estresse, irritabilidade, isolamento e
depressão... E ressalta: “Proibir é inútil, porque terão de usar a Internet para estudar, manter contato
com os colegas... E, quando proibimos totalmente algo, impedimos que nossos filhos aprendam a
estabelecer uma relação saudável e isso gera problemas mais graves a longo prazo, porque acaba se
tornando um objeto de grande desejo”.
Os especialistas também propõem que os espaços e os momentos sejam limitados: “O celular ou o tablet
deve ser usado em um espaço comum da casa, não deve ser usado enquanto estivermos com a família
nas refeições e tampouco deixá-los sozinhos na Internet. Devemos estar ao lado deles, supervisionando-
os”, apontam. Os aplicativos de controle parental podem ajudar nesses limites: se o dispositivo for
desligado, eles não culpam os pais e, além disso, as famílias podem monitorar o que os filhos veem e
conversar com eles sobre isso.
Embora Bruscas ressalte que não se trata tanto do tempo, mas da qualidade do que veem na rede. “Se
seu filho é fã de piano ou de programação e passa horas assistindo a tutoriais online, na realidade está
cultivando um hobby”, diz.
“Somos o que nossos pais nos ensinaram quando tentavam não nos ensinar nada”. Esta frase do filósofo
e escritor Umberto Eco é uma das favoritas do educador Francisco Castaño para explicar às famílias que
passam por seu consultório a importância do que mães e pais fazem nos processos educacionais. “Os
menores acabam fazendo o que os adultos fazem. Por isso a reflexão e o plano de ação devem ser em
família e com o compromisso de todos, de pais e mães, de preservar espaços sem tecnologia”, conclui
Castaño.
Bruscas acredita que as telas nunca deveriam “substituir interações ricas com outras pessoas, com a
família ou com amigos”. Por isso propõe compartilhar esportes, passeios, atividades ao ar livre,
atividades domésticas, fazer refeições, tarefas de limpeza, organização da casa... “Fazer coisas com
elas também lhe dá motivo para falar e permite que você se aproxime das telas e veja em que seu filho
está interessado, conheça isso e o questione”, diz Mendigutxia, psicólogo do Projeto Hombre Navarra.
O psicólogo e fundador da empresa, Joan Amorós propõe “uma hora da natureza para cada hora de
tela”. E em que se baseia essa recomendação? “Os ambientes naturais nos ajudam a descongestionar a
vista e a atenção que você presta a um estímulo tão forte e conciso quanto a tela. Oferecem estímulos
suaves, como o mar, as nuvens ou o pôr do sol, que atraem a atenção sem que tenhamos de estar
concentrados e isso permite descansar a mente do cansaço produzido pelas telas ou pelo trabalho”.
BEATRIZ LUCAS
Com o desconfinamento, chegou ao consultório da psicóloga María Guerrero um novo perfil de paciente:
crianças que usavam muito pouco ou nada as telas e agora não há maneira de que façam algo sem elas.
Além do hábito, María Guerrero está preocupada com as consequências para a saúde física e mental.
“Vários estudos nos falam sobre problemas de obesidade, hábitos sedentários com perda de massa
muscular, perda de visão... Mas também pode desencadear ansiedade ou depressão e, de acordo com
uma experiência realizada pela revista americana de pediatria, crianças que estão em contato de forma
habitual com dispositivos móveis, tablets ou computadores são mais irritáveis e mostram menos
capacidade de atenção, memória e concentração do que aquelas que não estão”, diz Guerrero, que é
psicóloga do aplicativo de controle parental Qustodio.
Segundo Guerrero, o cérebro de uma criança “funciona por hábitos e estes demoram cerca de 21 dias
para se estabelecer. E a tecnologia foi a única via de comunicação e lazer durante mais de 100 dias”.
Esta especialista costuma explicar aos pais que, se seu filho está mais preso do que o normal, não é que
ele seja esquisito, mas é algo comum:(I) “A maioria dos jogos, redes sociais e aplicativos para crianças
foi projetada para que o cérebro secrete substâncias relacionadas ao prazer”.
Mas antes que o leitor se desespere e se deixe levar pelo catastrofismo, a psicóloga alerta: “Existe um
caminho de volta, entretanto não é fácil(II) e haverá resistência à mudança”, diz esta especialista em
novas tecnologias.
Mas o fato de que as tecnologias sejam usadas mais do que antes ou que crianças e adolescentes relutem
em largar a tela não significa que sejam viciados. O psicólogo Garicoitz Mendigutxia, diretor do programa
Suspertu, para a prevenção de dependências do Projeto Hombre Navarra, esclarece que, para que seja
considerada uma dependência, ou melhor, um “uso conflitivo das tecnologias”, estas devem lhes
subtrair tempo e inclusive dinheiro de outras atividades da vida. “Deve haver situações de isolamento
social, afetando sua dinâmica de vida ―por exemplo, que a família não possa sair para jantar porque o
filho prefere ficar conectado―, só se relacionam com as redes ou têm problemas e conflitos familiares
ou porque ficam conectados a noite toda e isso afeta o desempenho escolar”, explica o psicólogo. Se
não for esse o caso, o plano de ação funcionará mais facilmente.
Educadores, psicólogos e especialistas em dependência concordam que esses hábitos saudáveis devem
começar quando as crianças passam a ter acesso às telas: é preciso sentar para conversar com elas e
estabelecer os limites de uso, tempos, horários e espaços.
María Guerrero acredita que é preciso recorrer a argumentos científicos e explicar-lhes que as telas
podem prejudicar a saúde. Os especialistas em visão alertaram para um agravamento da saúde visual
em grande escala durante o confinamento e a Fundação Pau Gasol afirma que a Espanha é a líder
europeia em obesidade infantil. O excesso de telas gera estresse, irritabilidade, isolamento e
depressão... E ressalta: “Proibir é inútil, porque terão de usar a Internet para estudar, manter contato
com os colegas... E, quando proibimos totalmente algo, impedimos que nossos filhos aprendam a
estabelecer uma relação saudável e isso gera problemas mais graves a longo prazo, porque acaba se
tornando um objeto de grande desejo”.
Os especialistas também propõem que os espaços e os momentos sejam limitados: “O celular ou o tablet
deve ser usado em um espaço comum da casa, não deve ser usado enquanto estivermos com a família
nas refeições e tampouco deixá-los sozinhos na Internet. Devemos estar ao lado deles, supervisionando-
os”, apontam. Os aplicativos de controle parental podem ajudar nesses limites: se o dispositivo for
desligado, eles não culpam os pais e, além disso, as famílias podem monitorar o que os filhos veem e
conversar com eles sobre isso.
Embora Bruscas ressalte que não se trata tanto do tempo, mas da qualidade do que veem na rede. “Se
seu filho é fã de piano ou de programação e passa horas assistindo a tutoriais online, na realidade está
cultivando um hobby”, diz.
“Somos o que nossos pais nos ensinaram quando tentavam não nos ensinar nada”. Esta frase do filósofo
e escritor Umberto Eco é uma das favoritas do educador Francisco Castaño para explicar às famílias que
passam por seu consultório a importância do que mães e pais fazem nos processos educacionais. “Os
menores acabam fazendo o que os adultos fazem. Por isso a reflexão e o plano de ação devem ser em
família e com o compromisso de todos, de pais e mães, de preservar espaços sem tecnologia”, conclui
Castaño.
Bruscas acredita que as telas nunca deveriam “substituir interações ricas com outras pessoas, com a
família ou com amigos”. Por isso propõe compartilhar esportes, passeios, atividades ao ar livre,
atividades domésticas, fazer refeições, tarefas de limpeza, organização da casa... “Fazer coisas com
elas também lhe dá motivo para falar e permite que você se aproxime das telas e veja em que seu filho
está interessado, conheça isso e o questione”, diz Mendigutxia, psicólogo do Projeto Hombre Navarra.
O psicólogo e fundador da empresa, Joan Amorós propõe “uma hora da natureza para cada hora de
tela”. E em que se baseia essa recomendação? “Os ambientes naturais nos ajudam a descongestionar a
vista e a atenção que você presta a um estímulo tão forte e conciso quanto a tela. Oferecem estímulos
suaves, como o mar, as nuvens ou o pôr do sol, que atraem a atenção sem que tenhamos de estar
concentrados e isso permite descansar a mente do cansaço produzido pelas telas ou pelo trabalho”.
I. “...se seu filho está mais preso do que o normal, não é que ele seja esquisito, mas é algo
comum...”.
Questão 223: FGV - “Ao entrar em um restaurante, todo cliente espera satisfazer desejos de ordem
física e emocional. Os cardápios devem vir ao encontro dessas necessidades.”
Questão 224: FGV - “Um argumento a favor do Diabo: é preciso recordar que nós ouvimos só uma
versão da história. Deus escreveu todos os livros.” (Samuel Buttler)
Questão 225: FGV - “O aluno inteligente dá mais trabalho para aprender jiu-jitsu, porque fica
pensando antes de fazer o golpe. Uma moça ou um burro vão aprender mais depressa do que o
inteligente.”
Essa frase estaria incluída hoje como exemplo de politicamente incorreto, por trazer um preconceito,
reconhecido por
a) intolerância religiosa.
b) homofobia.
c) racismo.
d) machismo.
e) preconceito linguístico.
O Padre Antônio Vieira, nosso brilhante orador do século XVII, disse, em um de seus sermões:
“A vida e o tempo nunca param; e, ou indo ou estando, ou caminhando ou parados, todos sempre e com
igual velocidade, passamos.”
“Não pergunte nem como nem por quê, simplesmente aproveite seu sorvete enquanto ele ainda está no
prato.”
“Não diga que não tem tempo suficiente. Você tem exatamente o mesmo número de horas por dia de
que dispuseram Helen Keller, Pasteur, Michelangelo, Madre Teresa de Calcutá, Leonardo da Vinci,
Thomas Jefferson e Albert Einstein.”
“Não diga que não tem tempo suficiente. Você tem exatamente o mesmo número de horas por dia de
que dispuseram Helen Keller, Pasteur, Michelangelo, Madre Teresa de Calcutá, Leonardo da Vinci,
Thomas Jefferson e Albert Einstein.”
“Não diga que não tem tempo suficiente. Você tem exatamente o mesmo número de horas por dia de
que dispuseram Helen Keller, Pasteur, Michelangelo, Madre Teresa de Calcutá, Leonardo da Vinci,
Thomas Jefferson e Albert Einstein.”
Assinale a opção que apresenta uma resposta adequada ao argumento contido nessa frase.
a) Todas as pessoas citadas eram pessoas excepcionais e não podem ser comparadas a cidadãos comuns
como nós.
b) O problema não está em ter o mesmo número de horas disponíveis que essas pessoas, mas o que já
temos de horas ocupadas por tarefas ou deveres.
c) O fato é que, em outros momentos históricos, os deveres de cada um eram cumpridos na medida do
possível, sem cobranças inadiáveis e ameaças de penalidades.
d) Não devemos esquecer que essas pessoas contavam com equipes de trabalho.
e) A verdade é que as figuras citadas construíram, em toda a vida, pequeno número de obras.
“Estamos vivendo em um tempo em que as máquinas se tornam cada vez mais complicadas e os cérebros
cada vez mais primitivos.”
O filme preferido na minha adolescência era "As Patricinhas de Bervely Hills". Devo ter assistido mais de
cem vezes, cheguei até a decorar as falas das personagens e principalmente da Dionne. O ápice daquela
época, pra mim, foi conhecê-la. A personagem era interpretada pela atriz Stacey Dash, uma jovem
negra, bonita e rica.
Eu tinha 14 anos e era a primeira vez que via uma jovem negra de tranças na TV interpretando uma
adolescente como as jovens brancas que eu assistia nos filmes da Sessão da Tarde: linda, sem problemas
financeiros e que namorava. Uma menina negra vivenciando o amor era algo que, aos 14 anos, eu nunca
havia visto na TV ou na vida real.
Sucesso dos anos 90, não à toa, o filme transcendeu sua época e até hoje é muito comentado entre as
gerações z e millennial. Mas a marca que este filme deixou no meu interior foi muito maior e devastadora
do que a presença da Dionne. Há algum tempo venho percebendo o quanto eu aprendi durante a minha
adolescência que para atingir a felicidade precisava eu sempre ser mais magra, mais bonita, mais
popular.
Se puder criar um termo aqui e agora eu diria que nós, adolescentes dos anos 90, vivemos uma agressiva
beauty wash* durante a Sessão da Tarde. Não só o filme das patricinhas, mas a maioria dos filmes que
assistimos contribuiu para ferrar com o conceito que temos sobre o nosso corpo. Quase todos eles
mostravam garotas que pra alcançar o sucesso se submetiam a mudanças físicas e de comportamento.
Tiravam os óculos, o aparelho ortodôntico, mudavam as roupas, os cabelos e perdiam alguns quilos para
se sentirem realizadas e felizes.
Isso fez com que uma geração de mulheres aprendesse que felicidade só se alcança quando atingimos
um determinado ideal de beleza. É como se existisse um passaporte pela felicidade e ele fosse um
extreme makeover**. Você se reconstrói, se transforma e encontra aquele boy lindo dos sonhos,
conquista o emprego desejado, se torna uma das pessoas mais populares do seu grupo.
Mas isso tudo é só nos filmes. Porque com o passar dos anos nós descobrimos que muitos dos boys eram
tóxicos e que nem todas as garotas queriam conquistar homens, mas elas também amavam mulheres. O
trabalho dos sonhos pode ser algo criado por você mesma, uma empreendedora transformando sua
própria realidade através do seu empenho. E a popularidade? Ah! Em tempos de Instagram prefiro falar
sobre isso em outro texto.
Nós também descobrimos o quanto o ideal de beleza é uma contra resposta do machismo para as
conquistas políticas, sócio-econômicas das mulheres. Quanto maiores os nossos avanços na ocupação de
espaços para os quais fomos historicamente excluídas, maiores são as exigências de beleza expostas nas
capas de revistas, nas novelas, nos filmes. Consequentemente, maiores são os números de cirurgias
plásticas realizadas pelas mulheres.
E eu te pergunto: para agradar a quem? Quem estamos procurando agradar nesta busca por um corpo
perfeito? Parecemos querer agradar a todos menos a nós ou incomodar a todos, gerar um sentimento de
inveja e incômodo em quem não conseguiu passar por todas as etapas da felicidade futura.
Tenho 40 anos e zero medo de dizer que não aprendi a viver de maneira saudável com a minha aparência.
Continuo com meu cérebro programado para esperar o momento certo de acionar o botão felicidade, a
tal felicidade futura. Quando eu pesar 69 quilos, tiver dinheiro para comprar toda a coleção de roupas
da Ivy Park, dirigir um Land Rover e minha peruca de cabelo 100% humano balançando como nos
comerciais da L'Oréal eu serei feliz.
Me sinto um lixo quando percebo que não consigo valorizar todas as vitórias profissionais e emocionais
que tive nos últimos anos e fico à espera de um corpo, um carro, uma roupa e um penteado para ser
feliz. E eu sei que muitas das pessoas que lerão este texto também se sentem, sejam elas mulheres ou
homens ou sem gênero.
Às vezes me dói perceber que até a Beyoncé me impulsiona a me sentir ainda mais distante da felicidade.
Mesmo que ela faça roupas que vistam ao meu corpo tamanho 46 em eterno estado de dieta eu só a
vejo perfeita, sem erros, sem momentos que a distancie do padrão pré-estabelecido e imposto há anos
e agora impulsionado pelo instagramável. Tudo tem que ser instagramável.
Tem que estar bonito no Instagram para as pessoas curtirem, mandarem corações, elogiarem, escrevem
perfeita. Mas o que é ser perfeita? Será que estamos sendo reais ou meras marionetes a alimentar o
bolso de meia dúzia de homens brancos bilionários que estão determinando o momento em que eu serei
feliz, e este momento nunca é agora é sempre amanhã quando eu comprar a roupa y, fizer a cirurgia x
e dirigir o carro h?
Eu queria terminar este texto com uma receita mágica do que fazer pra sair deste sentimento pesado
de infelicidade do agora em busca da felicidade do amanhã que eu nem sei se existe, mas eu não tenho
essa receita. Eu só sei dizer que você é linda do jeito que você é. Mesmo que não existam referências,
faça do seu reflexo no espelho a sua própria referência e vá em busca de ser feliz agora.
Cristiane Guterres
Disponível em https://www.uol.com.br/universa/colunas/cris-guterres/2022/01/05/felicidade-x-ideal-de-beleza-o-conceito-
que-aprisiona-geracoes-de-mulheres.htm Acessado em 5/01/2022 Texto adaptado
* Beauty wash: banho de beleza
** Extreme makeover: programa do tipo reality show que consiste em reformar as residências dos participantes
O filme preferido na minha adolescência era "As Patricinhas de Bervely Hills". Devo ter assistido mais de
cem vezes, cheguei até a decorar as falas das personagens e principalmente da Dionne. O ápice daquela
época, pra mim, foi conhecê-la. A personagem era interpretada pela atriz Stacey Dash, uma jovem
negra, bonita e rica.
Eu tinha 14 anos e era a primeira vez que via uma jovem negra de tranças na TV interpretando uma
adolescente como as jovens brancas que eu assistia nos filmes da Sessão da Tarde: linda, sem problemas
financeiros e que namorava. Uma menina negra vivenciando o amor era algo que, aos 14 anos, eu nunca
havia visto na TV ou na vida real.
Sucesso dos anos 90, não à toa, o filme transcendeu sua época e até hoje é muito comentado entre as
gerações z e millennial. Mas a marca que este filme deixou no meu interior foi muito maior e devastadora
do que a presença da Dionne. Há algum tempo venho percebendo o quanto eu aprendi durante a minha
adolescência que para atingir a felicidade precisava eu sempre ser mais magra, mais bonita, mais
popular.
Se puder criar um termo aqui e agora eu diria que nós, adolescentes dos anos 90, vivemos uma agressiva
beauty wash* durante a Sessão da Tarde. Não só o filme das patricinhas, mas a maioria dos filmes que
assistimos contribuiu para ferrar com o conceito que temos sobre o nosso corpo. Quase todos eles
mostravam garotas que pra alcançar o sucesso se submetiam a mudanças físicas e de comportamento.
Tiravam os óculos, o aparelho ortodôntico, mudavam as roupas, os cabelos e perdiam alguns quilos para
se sentirem realizadas e felizes.
Isso fez com que uma geração de mulheres aprendesse que felicidade só se alcança quando atingimos
um determinado ideal de beleza. É como se existisse um passaporte pela felicidade e ele fosse um
extreme makeover**. Você se reconstrói, se transforma e encontra aquele boy lindo dos sonhos,
conquista o emprego desejado, se torna uma das pessoas mais populares do seu grupo.
Mas isso tudo é só nos filmes. Porque com o passar dos anos nós descobrimos que muitos dos boys eram
tóxicos e que nem todas as garotas queriam conquistar homens, mas elas também amavam mulheres. O
trabalho dos sonhos pode ser algo criado por você mesma, uma empreendedora transformando sua
própria realidade através do seu empenho. E a popularidade? Ah! Em tempos de Instagram prefiro falar
sobre isso em outro texto.
Nós também descobrimos o quanto o ideal de beleza é uma contra resposta do machismo para as
conquistas políticas, sócio-econômicas das mulheres. Quanto maiores os nossos avanços na ocupação de
espaços para os quais fomos historicamente excluídas, maiores são as exigências de beleza expostas nas
capas de revistas, nas novelas, nos filmes. Consequentemente, maiores são os números de cirurgias
plásticas realizadas pelas mulheres.
E eu te pergunto: para agradar a quem? Quem estamos procurando agradar nesta busca por um corpo
perfeito? Parecemos querer agradar a todos menos a nós ou incomodar a todos, gerar um sentimento de
inveja e incômodo em quem não conseguiu passar por todas as etapas da felicidade futura.
Tenho 40 anos e zero medo de dizer que não aprendi a viver de maneira saudável com a minha aparência.
Continuo com meu cérebro programado para esperar o momento certo de acionar o botão felicidade, a
tal felicidade futura. Quando eu pesar 69 quilos, tiver dinheiro para comprar toda a coleção de roupas
da Ivy Park, dirigir um Land Rover e minha peruca de cabelo 100% humano balançando como nos
comerciais da L'Oréal eu serei feliz.
Me sinto um lixo quando percebo que não consigo valorizar todas as vitórias profissionais e emocionais
que tive nos últimos anos e fico à espera de um corpo, um carro, uma roupa e um penteado para ser
feliz. E eu sei que muitas das pessoas que lerão este texto também se sentem, sejam elas mulheres ou
homens ou sem gênero.
Às vezes me dói perceber que até a Beyoncé me impulsiona a me sentir ainda mais distante da felicidade.
Mesmo que ela faça roupas que vistam ao meu corpo tamanho 46 em eterno estado de dieta eu só a
vejo perfeita, sem erros, sem momentos que a distancie do padrão pré-estabelecido e imposto há anos
e agora impulsionado pelo instagramável. Tudo tem que ser instagramável.
Tem que estar bonito no Instagram para as pessoas curtirem, mandarem corações, elogiarem, escrevem
perfeita. Mas o que é ser perfeita? Será que estamos sendo reais ou meras marionetes a alimentar o
bolso de meia dúzia de homens brancos bilionários que estão determinando o momento em que eu serei
feliz, e este momento nunca é agora é sempre amanhã quando eu comprar a roupa y, fizer a cirurgia x
e dirigir o carro h?
Eu queria terminar este texto com uma receita mágica do que fazer pra sair deste sentimento pesado
de infelicidade do agora em busca da felicidade do amanhã que eu nem sei se existe, mas eu não tenho
essa receita. Eu só sei dizer que você é linda do jeito que você é. Mesmo que não existam referências,
faça do seu reflexo no espelho a sua própria referência e vá em busca de ser feliz agora.
Cristiane Guterres
Disponível em https://www.uol.com.br/universa/colunas/cris-guterres/2022/01/05/felicidade-x-ideal-de-beleza-o-conceito-
que-aprisiona-geracoes-de-mulheres.htm Acessado em 5/01/2022 Texto adaptado
* Beauty wash: banho de beleza
** Extreme makeover: programa do tipo reality show que consiste em reformar as residências dos participantes
A autora do texto apreciava, na adolescência, o filme "As Patricinhas de Bervely Hills" porque este
retratava uma personagem negra que
a) vivia como qualquer jovem.
b) era uma atriz bonita e rica.
O filme preferido na minha adolescência era "As Patricinhas de Bervely Hills". Devo ter assistido mais de
cem vezes, cheguei até a decorar as falas das personagens e principalmente da Dionne. O ápice daquela
época, pra mim, foi conhecê-la. A personagem era interpretada pela atriz Stacey Dash, uma jovem
negra, bonita e rica.
Eu tinha 14 anos e era a primeira vez que via uma jovem negra de tranças na TV interpretando uma
adolescente como as jovens brancas que eu assistia nos filmes da Sessão da Tarde: linda, sem problemas
financeiros e que namorava. Uma menina negra vivenciando o amor era algo que, aos 14 anos, eu nunca
havia visto na TV ou na vida real.
Sucesso dos anos 90, não à toa, o filme transcendeu sua época e até hoje é muito comentado entre as
gerações z e millennial. Mas a marca que este filme deixou no meu interior foi muito maior e devastadora
do que a presença da Dionne. Há algum tempo venho percebendo o quanto eu aprendi durante a minha
adolescência que para atingir a felicidade precisava eu sempre ser mais magra, mais bonita, mais
popular.
Se puder criar um termo aqui e agora eu diria que nós, adolescentes dos anos 90, vivemos uma agressiva
beauty wash* durante a Sessão da Tarde. Não só o filme das patricinhas, mas a maioria dos filmes que
assistimos contribuiu para ferrar com o conceito que temos sobre o nosso corpo. Quase todos eles
mostravam garotas que pra alcançar o sucesso se submetiam a mudanças físicas e de comportamento.
Tiravam os óculos, o aparelho ortodôntico, mudavam as roupas, os cabelos e perdiam alguns quilos para
se sentirem realizadas e felizes.
Isso fez com que uma geração de mulheres aprendesse que felicidade só se alcança quando atingimos
um determinado ideal de beleza. É como se existisse um passaporte pela felicidade e ele fosse um
extreme makeover**. Você se reconstrói, se transforma e encontra aquele boy lindo dos sonhos,
conquista o emprego desejado, se torna uma das pessoas mais populares do seu grupo.
Mas isso tudo é só nos filmes. Porque com o passar dos anos nós descobrimos que muitos dos boys eram
tóxicos e que nem todas as garotas queriam conquistar homens, mas elas também amavam mulheres. O
trabalho dos sonhos pode ser algo criado por você mesma, uma empreendedora transformando sua
própria realidade através do seu empenho. E a popularidade? Ah! Em tempos de Instagram prefiro falar
sobre isso em outro texto.
Nós também descobrimos o quanto o ideal de beleza é uma contra resposta do machismo para as
conquistas políticas, sócio-econômicas das mulheres. Quanto maiores os nossos avanços na ocupação de
espaços para os quais fomos historicamente excluídas, maiores são as exigências de beleza expostas nas
capas de revistas, nas novelas, nos filmes. Consequentemente, maiores são os números de cirurgias
plásticas realizadas pelas mulheres.
E eu te pergunto: para agradar a quem? Quem estamos procurando agradar nesta busca por um corpo
perfeito? Parecemos querer agradar a todos menos a nós ou incomodar a todos, gerar um sentimento de
inveja e incômodo em quem não conseguiu passar por todas as etapas da felicidade futura.
Tenho 40 anos e zero medo de dizer que não aprendi a viver de maneira saudável com a minha aparência.
Continuo com meu cérebro programado para esperar o momento certo de acionar o botão felicidade, a
tal felicidade futura. Quando eu pesar 69 quilos, tiver dinheiro para comprar toda a coleção de roupas
da Ivy Park, dirigir um Land Rover e minha peruca de cabelo 100% humano balançando como nos
comerciais da L'Oréal eu serei feliz.
Me sinto um lixo quando percebo que não consigo valorizar todas as vitórias profissionais e emocionais
que tive nos últimos anos e fico à espera de um corpo, um carro, uma roupa e um penteado para ser
feliz. E eu sei que muitas das pessoas que lerão este texto também se sentem, sejam elas mulheres ou
homens ou sem gênero.
Às vezes me dói perceber que até a Beyoncé me impulsiona a me sentir ainda mais distante da felicidade.
Mesmo que ela faça roupas que vistam ao meu corpo tamanho 46 em eterno estado de dieta eu só a
vejo perfeita, sem erros, sem momentos que a distancie do padrão pré-estabelecido e imposto há anos
e agora impulsionado pelo instagramável. Tudo tem que ser instagramável.
Tem que estar bonito no Instagram para as pessoas curtirem, mandarem corações, elogiarem, escrevem
perfeita. Mas o que é ser perfeita? Será que estamos sendo reais ou meras marionetes a alimentar o
bolso de meia dúzia de homens brancos bilionários que estão determinando o momento em que eu serei
feliz, e este momento nunca é agora é sempre amanhã quando eu comprar a roupa y, fizer a cirurgia x
e dirigir o carro h?
Eu queria terminar este texto com uma receita mágica do que fazer pra sair deste sentimento pesado
de infelicidade do agora em busca da felicidade do amanhã que eu nem sei se existe, mas eu não tenho
essa receita. Eu só sei dizer que você é linda do jeito que você é. Mesmo que não existam referências,
faça do seu reflexo no espelho a sua própria referência e vá em busca de ser feliz agora.
Cristiane Guterres
Disponível em https://www.uol.com.br/universa/colunas/cris-guterres/2022/01/05/felicidade-x-ideal-de-beleza-o-conceito-
que-aprisiona-geracoes-de-mulheres.htm Acessado em 5/01/2022 Texto adaptado
* Beauty wash: banho de beleza
** Extreme makeover: programa do tipo reality show que consiste em reformar as residências dos participantes
O filme preferido na minha adolescência era "As Patricinhas de Bervely Hills". Devo ter assistido mais de
cem vezes, cheguei até a decorar as falas das personagens e principalmente da Dionne. O ápice daquela
época, pra mim, foi conhecê-la. A personagem era interpretada pela atriz Stacey Dash, uma jovem
negra, bonita e rica.
Eu tinha 14 anos e era a primeira vez que via uma jovem negra de tranças na TV interpretando uma
adolescente como as jovens brancas que eu assistia nos filmes da Sessão da Tarde: linda, sem problemas
financeiros e que namorava. Uma menina negra vivenciando o amor era algo que, aos 14 anos, eu nunca
havia visto na TV ou na vida real.
Sucesso dos anos 90, não à toa, o filme transcendeu sua época e até hoje é muito comentado entre as
gerações z e millennial. Mas a marca que este filme deixou no meu interior foi muito maior e devastadora
do que a presença da Dionne. Há algum tempo venho percebendo o quanto eu aprendi durante a minha
adolescência que para atingir a felicidade precisava eu sempre ser mais magra, mais bonita, mais
popular.
Se puder criar um termo aqui e agora eu diria que nós, adolescentes dos anos 90, vivemos uma agressiva
beauty wash* durante a Sessão da Tarde. Não só o filme das patricinhas, mas a maioria dos filmes que
assistimos contribuiu para ferrar com o conceito que temos sobre o nosso corpo. Quase todos eles
mostravam garotas que pra alcançar o sucesso se submetiam a mudanças físicas e de comportamento.
Tiravam os óculos, o aparelho ortodôntico, mudavam as roupas, os cabelos e perdiam alguns quilos para
se sentirem realizadas e felizes.
Isso fez com que uma geração de mulheres aprendesse que felicidade só se alcança quando atingimos
um determinado ideal de beleza. É como se existisse um passaporte pela felicidade e ele fosse um
extreme makeover**. Você se reconstrói, se transforma e encontra aquele boy lindo dos sonhos,
conquista o emprego desejado, se torna uma das pessoas mais populares do seu grupo.
Mas isso tudo é só nos filmes. Porque com o passar dos anos nós descobrimos que muitos dos boys eram
tóxicos e que nem todas as garotas queriam conquistar homens, mas elas também amavam mulheres. O
trabalho dos sonhos pode ser algo criado por você mesma, uma empreendedora transformando sua
própria realidade através do seu empenho. E a popularidade? Ah! Em tempos de Instagram prefiro falar
sobre isso em outro texto.
Nós também descobrimos o quanto o ideal de beleza é uma contra resposta do machismo para as
conquistas políticas, sócio-econômicas das mulheres. Quanto maiores os nossos avanços na ocupação de
espaços para os quais fomos historicamente excluídas, maiores são as exigências de beleza expostas nas
capas de revistas, nas novelas, nos filmes. Consequentemente, maiores são os números de cirurgias
plásticas realizadas pelas mulheres.
E eu te pergunto: para agradar a quem? Quem estamos procurando agradar nesta busca por um corpo
perfeito? Parecemos querer agradar a todos menos a nós ou incomodar a todos, gerar um sentimento de
inveja e incômodo em quem não conseguiu passar por todas as etapas da felicidade futura.
Tenho 40 anos e zero medo de dizer que não aprendi a viver de maneira saudável com a minha aparência.
Continuo com meu cérebro programado para esperar o momento certo de acionar o botão felicidade, a
tal felicidade futura. Quando eu pesar 69 quilos, tiver dinheiro para comprar toda a coleção de roupas
da Ivy Park, dirigir um Land Rover e minha peruca de cabelo 100% humano balançando como nos
comerciais da L'Oréal eu serei feliz.
Me sinto um lixo quando percebo que não consigo valorizar todas as vitórias profissionais e emocionais
que tive nos últimos anos e fico à espera de um corpo, um carro, uma roupa e um penteado para ser
feliz. E eu sei que muitas das pessoas que lerão este texto também se sentem, sejam elas mulheres ou
homens ou sem gênero.
Às vezes me dói perceber que até a Beyoncé me impulsiona a me sentir ainda mais distante da felicidade.
Mesmo que ela faça roupas que vistam ao meu corpo tamanho 46 em eterno estado de dieta eu só a
vejo perfeita, sem erros, sem momentos que a distancie do padrão pré-estabelecido e imposto há anos
e agora impulsionado pelo instagramável. Tudo tem que ser instagramável.
Tem que estar bonito no Instagram para as pessoas curtirem, mandarem corações, elogiarem, escrevem
perfeita. Mas o que é ser perfeita? Será que estamos sendo reais ou meras marionetes a alimentar o
bolso de meia dúzia de homens brancos bilionários que estão determinando o momento em que eu serei
feliz, e este momento nunca é agora é sempre amanhã quando eu comprar a roupa y, fizer a cirurgia x
e dirigir o carro h?
Eu queria terminar este texto com uma receita mágica do que fazer pra sair deste sentimento pesado
de infelicidade do agora em busca da felicidade do amanhã que eu nem sei se existe, mas eu não tenho
essa receita. Eu só sei dizer que você é linda do jeito que você é. Mesmo que não existam referências,
faça do seu reflexo no espelho a sua própria referência e vá em busca de ser feliz agora.
Cristiane Guterres
Disponível em https://www.uol.com.br/universa/colunas/cris-guterres/2022/01/05/felicidade-x-ideal-de-beleza-o-conceito-
que-aprisiona-geracoes-de-mulheres.htm Acessado em 5/01/2022 Texto adaptado
* Beauty wash: banho de beleza
** Extreme makeover: programa do tipo reality show que consiste em reformar as residências dos participantes
O filme preferido na minha adolescência era "As Patricinhas de Bervely Hills". Devo ter assistido mais de
cem vezes, cheguei até a decorar as falas das personagens e principalmente da Dionne. O ápice daquela
época, pra mim, foi conhecê-la. A personagem era interpretada pela atriz Stacey Dash, uma jovem
negra, bonita e rica.
Eu tinha 14 anos e era a primeira vez que via uma jovem negra de tranças na TV interpretando uma
adolescente como as jovens brancas que eu assistia nos filmes da Sessão da Tarde: linda, sem problemas
financeiros e que namorava. Uma menina negra vivenciando o amor era algo que, aos 14 anos, eu nunca
havia visto na TV ou na vida real.
Sucesso dos anos 90, não à toa, o filme transcendeu sua época e até hoje é muito comentado entre as
gerações z e millennial. Mas a marca que este filme deixou no meu interior foi muito maior e devastadora
do que a presença da Dionne. Há algum tempo venho percebendo o quanto eu aprendi durante a minha
adolescência que para atingir a felicidade precisava eu sempre ser mais magra, mais bonita, mais
popular.
Se puder criar um termo aqui e agora eu diria que nós, adolescentes dos anos 90, vivemos uma agressiva
beauty wash* durante a Sessão da Tarde. Não só o filme das patricinhas, mas a maioria dos filmes que
assistimos contribuiu para ferrar com o conceito que temos sobre o nosso corpo. Quase todos eles
mostravam garotas que pra alcançar o sucesso se submetiam a mudanças físicas e de comportamento.
Tiravam os óculos, o aparelho ortodôntico, mudavam as roupas, os cabelos e perdiam alguns quilos para
se sentirem realizadas e felizes.
Isso fez com que uma geração de mulheres aprendesse que felicidade só se alcança quando atingimos
um determinado ideal de beleza. É como se existisse um passaporte pela felicidade e ele fosse um
extreme makeover**. Você se reconstrói, se transforma e encontra aquele boy lindo dos sonhos,
conquista o emprego desejado, se torna uma das pessoas mais populares do seu grupo.
Mas isso tudo é só nos filmes. Porque com o passar dos anos nós descobrimos que muitos dos boys eram
tóxicos e que nem todas as garotas queriam conquistar homens, mas elas também amavam mulheres. O
trabalho dos sonhos pode ser algo criado por você mesma, uma empreendedora transformando sua
própria realidade através do seu empenho. E a popularidade? Ah! Em tempos de Instagram prefiro falar
sobre isso em outro texto.
Nós também descobrimos o quanto o ideal de beleza é uma contra resposta do machismo para as
conquistas políticas, sócio-econômicas das mulheres. Quanto maiores os nossos avanços na ocupação de
espaços para os quais fomos historicamente excluídas, maiores são as exigências de beleza expostas nas
capas de revistas, nas novelas, nos filmes. Consequentemente, maiores são os números de cirurgias
plásticas realizadas pelas mulheres.
E eu te pergunto: para agradar a quem? Quem estamos procurando agradar nesta busca por um corpo
perfeito? Parecemos querer agradar a todos menos a nós ou incomodar a todos, gerar um sentimento de
inveja e incômodo em quem não conseguiu passar por todas as etapas da felicidade futura.
Tenho 40 anos e zero medo de dizer que não aprendi a viver de maneira saudável com a minha aparência.
Continuo com meu cérebro programado para esperar o momento certo de acionar o botão felicidade, a
tal felicidade futura. Quando eu pesar 69 quilos, tiver dinheiro para comprar toda a coleção de roupas
da Ivy Park, dirigir um Land Rover e minha peruca de cabelo 100% humano balançando como nos
comerciais da L'Oréal eu serei feliz.
Me sinto um lixo quando percebo que não consigo valorizar todas as vitórias profissionais e emocionais
que tive nos últimos anos e fico à espera de um corpo, um carro, uma roupa e um penteado para ser
feliz. E eu sei que muitas das pessoas que lerão este texto também se sentem, sejam elas mulheres ou
homens ou sem gênero.
Às vezes me dói perceber que até a Beyoncé me impulsiona a me sentir ainda mais distante da felicidade.
Mesmo que ela faça roupas que vistam ao meu corpo tamanho 46 em eterno estado de dieta eu só a
vejo perfeita, sem erros, sem momentos que a distancie do padrão pré-estabelecido e imposto há anos
e agora impulsionado pelo instagramável. Tudo tem que ser instagramável.
Tem que estar bonito no Instagram para as pessoas curtirem, mandarem corações, elogiarem, escrevem
perfeita. Mas o que é ser perfeita? Será que estamos sendo reais ou meras marionetes a alimentar o
bolso de meia dúzia de homens brancos bilionários que estão determinando o momento em que eu serei
feliz, e este momento nunca é agora é sempre amanhã quando eu comprar a roupa y, fizer a cirurgia x
e dirigir o carro h?
Eu queria terminar este texto com uma receita mágica do que fazer pra sair deste sentimento pesado
de infelicidade do agora em busca da felicidade do amanhã que eu nem sei se existe, mas eu não tenho
essa receita. Eu só sei dizer que você é linda do jeito que você é. Mesmo que não existam referências,
faça do seu reflexo no espelho a sua própria referência e vá em busca de ser feliz agora.
Cristiane Guterres
Disponível em https://www.uol.com.br/universa/colunas/cris-guterres/2022/01/05/felicidade-x-ideal-de-beleza-o-conceito-
que-aprisiona-geracoes-de-mulheres.htm Acessado em 5/01/2022 Texto adaptado
* Beauty wash: banho de beleza
** Extreme makeover: programa do tipo reality show que consiste em reformar as residências dos participantes
Com o enunciado Mesmo que não existam referências, faça do seu reflexo no espelho a sua própria
referência e vá em busca de ser feliz agora, a autora do texto deixa às mulheres a seguinte mensagem:
a) respeite seu corpo como ele é.
b) busque a felicidade aceitando-se.
c) encare suas características físicas.
d) seja feliz apesar de seus defeitos.
e) acredite que você é perfeita.
O filme preferido na minha adolescência era "As Patricinhas de Bervely Hills". Devo ter assistido mais de
cem vezes, cheguei até a decorar as falas das personagens e principalmente da Dionne. O ápice daquela
época, pra mim, foi conhecê-la. A personagem era interpretada pela atriz Stacey Dash, uma jovem
negra, bonita e rica.
Eu tinha 14 anos e era a primeira vez que via uma jovem negra de tranças na TV interpretando uma
adolescente como as jovens brancas que eu assistia nos filmes da Sessão da Tarde: linda, sem problemas
financeiros e que namorava. Uma menina negra vivenciando o amor era algo que, aos 14 anos, eu nunca
havia visto na TV ou na vida real.
Sucesso dos anos 90, não à toa, o filme transcendeu sua época e até hoje é muito comentado entre as
gerações z e millennial. Mas a marca que este filme deixou no meu interior foi muito maior e devastadora
do que a presença da Dionne. Há algum tempo venho percebendo o quanto eu aprendi durante a minha
adolescência que para atingir a felicidade precisava eu sempre ser mais magra, mais bonita, mais
popular.
Se puder criar um termo aqui e agora eu diria que nós, adolescentes dos anos 90, vivemos uma agressiva
beauty wash* durante a Sessão da Tarde. Não só o filme das patricinhas, mas a maioria dos filmes que
assistimos contribuiu para ferrar com o conceito que temos sobre o nosso corpo. Quase todos eles
mostravam garotas que pra alcançar o sucesso se submetiam a mudanças físicas e de comportamento.
Tiravam os óculos, o aparelho ortodôntico, mudavam as roupas, os cabelos e perdiam alguns quilos para
se sentirem realizadas e felizes.
Isso fez com que uma geração de mulheres aprendesse que felicidade só se alcança quando atingimos
um determinado ideal de beleza. É como se existisse um passaporte pela felicidade e ele fosse um
extreme makeover**. Você se reconstrói, se transforma e encontra aquele boy lindo dos sonhos,
conquista o emprego desejado, se torna uma das pessoas mais populares do seu grupo.
Mas isso tudo é só nos filmes. Porque com o passar dos anos nós descobrimos que muitos dos boys eram
tóxicos e que nem todas as garotas queriam conquistar homens, mas elas também amavam mulheres. O
trabalho dos sonhos pode ser algo criado por você mesma, uma empreendedora transformando sua
própria realidade através do seu empenho. E a popularidade? Ah! Em tempos de Instagram prefiro falar
sobre isso em outro texto.
Nós também descobrimos o quanto o ideal de beleza é uma contra resposta do machismo para as
conquistas políticas, sócio-econômicas das mulheres. Quanto maiores os nossos avanços na ocupação de
espaços para os quais fomos historicamente excluídas, maiores são as exigências de beleza expostas nas
capas de revistas, nas novelas, nos filmes. Consequentemente, maiores são os números de cirurgias
plásticas realizadas pelas mulheres.
E eu te pergunto: para agradar a quem? Quem estamos procurando agradar nesta busca por um corpo
perfeito? Parecemos querer agradar a todos menos a nós ou incomodar a todos, gerar um sentimento de
inveja e incômodo em quem não conseguiu passar por todas as etapas da felicidade futura.
Tenho 40 anos e zero medo de dizer que não aprendi a viver de maneira saudável com a minha aparência.
Continuo com meu cérebro programado para esperar o momento certo de acionar o botão felicidade, a
tal felicidade futura. Quando eu pesar 69 quilos, tiver dinheiro para comprar toda a coleção de roupas
da Ivy Park, dirigir um Land Rover e minha peruca de cabelo 100% humano balançando como nos
comerciais da L'Oréal eu serei feliz.
Me sinto um lixo quando percebo que não consigo valorizar todas as vitórias profissionais e emocionais
que tive nos últimos anos e fico à espera de um corpo, um carro, uma roupa e um penteado para ser
feliz. E eu sei que muitas das pessoas que lerão este texto também se sentem, sejam elas mulheres ou
homens ou sem gênero.
Às vezes me dói perceber que até a Beyoncé me impulsiona a me sentir ainda mais distante da felicidade.
Mesmo que ela faça roupas que vistam ao meu corpo tamanho 46 em eterno estado de dieta eu só a
vejo perfeita, sem erros, sem momentos que a distancie do padrão pré-estabelecido e imposto há anos
e agora impulsionado pelo instagramável. Tudo tem que ser instagramável.
Tem que estar bonito no Instagram para as pessoas curtirem, mandarem corações, elogiarem, escrevem
perfeita. Mas o que é ser perfeita? Será que estamos sendo reais ou meras marionetes a alimentar o
bolso de meia dúzia de homens brancos bilionários que estão determinando o momento em que eu serei
feliz, e este momento nunca é agora é sempre amanhã quando eu comprar a roupa y, fizer a cirurgia x
e dirigir o carro h?
Eu queria terminar este texto com uma receita mágica do que fazer pra sair deste sentimento pesado
de infelicidade do agora em busca da felicidade do amanhã que eu nem sei se existe, mas eu não tenho
essa receita. Eu só sei dizer que você é linda do jeito que você é. Mesmo que não existam referências,
faça do seu reflexo no espelho a sua própria referência e vá em busca de ser feliz agora.
Cristiane Guterres
Disponível em https://www.uol.com.br/universa/colunas/cris-guterres/2022/01/05/felicidade-x-ideal-de-beleza-o-conceito-
que-aprisiona-geracoes-de-mulheres.htm Acessado em 5/01/2022 Texto adaptado
* Beauty wash: banho de beleza
** Extreme makeover: programa do tipo reality show que consiste em reformar as residências dos participantes
Do enunciado É como se existisse um passaporte pela felicidade e ele fosse um extreme makeover** é
correto compreender que a felicidade é
a) o destino da pessoa que detém o passaporte.
b) a função do passaporte na vida de quem o possui.
c) a justificativa para a obtenção do passaporte.
d) a razão para se almejar o passaporte.
e) a origem do desejo de ter o passaporte.
O filme preferido na minha adolescência era "As Patricinhas de Bervely Hills". Devo ter assistido mais de
cem vezes, cheguei até a decorar as falas das personagens e principalmente da Dionne. O ápice daquela
época, pra mim, foi conhecê-la. A personagem era interpretada pela atriz Stacey Dash, uma jovem
negra, bonita e rica.
Eu tinha 14 anos e era a primeira vez que via uma jovem negra de tranças na TV interpretando uma
adolescente como as jovens brancas que eu assistia nos filmes da Sessão da Tarde: linda, sem problemas
financeiros e que namorava. Uma menina negra vivenciando o amor era algo que, aos 14 anos, eu nunca
havia visto na TV ou na vida real.
Sucesso dos anos 90, não à toa, o filme transcendeu sua época e até hoje é muito comentado entre as
gerações z e millennial. Mas a marca que este filme deixou no meu interior foi muito maior e devastadora
do que a presença da Dionne. Há algum tempo venho percebendo o quanto eu aprendi durante a minha
adolescência que para atingir a felicidade precisava eu sempre ser mais magra, mais bonita, mais
popular.
Se puder criar um termo aqui e agora eu diria que nós, adolescentes dos anos 90, vivemos uma agressiva
beauty wash* durante a Sessão da Tarde. Não só o filme das patricinhas, mas a maioria dos filmes que
assistimos contribuiu para ferrar com o conceito que temos sobre o nosso corpo. Quase todos eles
mostravam garotas que pra alcançar o sucesso se submetiam a mudanças físicas e de comportamento.
Tiravam os óculos, o aparelho ortodôntico, mudavam as roupas, os cabelos e perdiam alguns quilos para
se sentirem realizadas e felizes.
Isso fez com que uma geração de mulheres aprendesse que felicidade só se alcança quando atingimos
um determinado ideal de beleza. É como se existisse um passaporte pela felicidade e ele fosse um
extreme makeover**. Você se reconstrói, se transforma e encontra aquele boy lindo dos sonhos,
conquista o emprego desejado, se torna uma das pessoas mais populares do seu grupo.
Mas isso tudo é só nos filmes. Porque com o passar dos anos nós descobrimos que muitos dos boys eram
tóxicos e que nem todas as garotas queriam conquistar homens, mas elas também amavam mulheres. O
trabalho dos sonhos pode ser algo criado por você mesma, uma empreendedora transformando sua
própria realidade através do seu empenho. E a popularidade? Ah! Em tempos de Instagram prefiro falar
sobre isso em outro texto.
Nós também descobrimos o quanto o ideal de beleza é uma contra resposta do machismo para as
conquistas políticas, sócio-econômicas das mulheres. Quanto maiores os nossos avanços na ocupação de
espaços para os quais fomos historicamente excluídas, maiores são as exigências de beleza expostas nas
capas de revistas, nas novelas, nos filmes. Consequentemente, maiores são os números de cirurgias
plásticas realizadas pelas mulheres.
E eu te pergunto: para agradar a quem? Quem estamos procurando agradar nesta busca por um corpo
perfeito? Parecemos querer agradar a todos menos a nós ou incomodar a todos, gerar um sentimento de
inveja e incômodo em quem não conseguiu passar por todas as etapas da felicidade futura.
Tenho 40 anos e zero medo de dizer que não aprendi a viver de maneira saudável com a minha aparência.
Continuo com meu cérebro programado para esperar o momento certo de acionar o botão felicidade, a
tal felicidade futura. Quando eu pesar 69 quilos, tiver dinheiro para comprar toda a coleção de roupas
da Ivy Park, dirigir um Land Rover e minha peruca de cabelo 100% humano balançando como nos
comerciais da L'Oréal eu serei feliz.
Me sinto um lixo quando percebo que não consigo valorizar todas as vitórias profissionais e emocionais
que tive nos últimos anos e fico à espera de um corpo, um carro, uma roupa e um penteado para ser
feliz. E eu sei que muitas das pessoas que lerão este texto também se sentem, sejam elas mulheres ou
homens ou sem gênero.
Às vezes me dói perceber que até a Beyoncé me impulsiona a me sentir ainda mais distante da felicidade.
Mesmo que ela faça roupas que vistam ao meu corpo tamanho 46 em eterno estado de dieta eu só a
vejo perfeita, sem erros, sem momentos que a distancie do padrão pré-estabelecido e imposto há anos
e agora impulsionado pelo instagramável. Tudo tem que ser instagramável.
Tem que estar bonito no Instagram para as pessoas curtirem, mandarem corações, elogiarem, escrevem
perfeita. Mas o que é ser perfeita? Será que estamos sendo reais ou meras marionetes a alimentar o
bolso de meia dúzia de homens brancos bilionários que estão determinando o momento em que eu serei
feliz, e este momento nunca é agora é sempre amanhã quando eu comprar a roupa y, fizer a cirurgia x
e dirigir o carro h?
Eu queria terminar este texto com uma receita mágica do que fazer pra sair deste sentimento pesado
de infelicidade do agora em busca da felicidade do amanhã que eu nem sei se existe, mas eu não tenho
essa receita. Eu só sei dizer que você é linda do jeito que você é. Mesmo que não existam referências,
faça do seu reflexo no espelho a sua própria referência e vá em busca de ser feliz agora.
Cristiane Guterres
Disponível em https://www.uol.com.br/universa/colunas/cris-guterres/2022/01/05/felicidade-x-ideal-de-beleza-o-conceito-
que-aprisiona-geracoes-de-mulheres.htm Acessado em 5/01/2022 Texto adaptado
* Beauty wash: banho de beleza
** Extreme makeover: programa do tipo reality show que consiste em reformar as residências dos participantes
Do enunciado Me sinto um lixo quando percebo que não consigo valorizar todas as vitórias profissionais
e emocionais que tive nos últimos anos e fico à espera de um corpo, um carro, uma roupa e um penteado
para ser feliz. E eu sei que muitas das pessoas que lerão este texto também se sentem, sejam elas
mulheres ou homens ou sem gênero., entende-se que é comum
a) a supervalorização de bens materiais.
b) a frustração diante de exigências do mercado.
c) o sentimento de insatisfação sexual.
d) a busca daquilo que ainda não se conquistou.
e) o descontentamento com o próprio corpo.
O filme preferido na minha adolescência era "As Patricinhas de Bervely Hills". Devo ter assistido mais de
cem vezes, cheguei até a decorar as falas das personagens e principalmente da Dionne. O ápice daquela
época, pra mim, foi conhecê-la. A personagem era interpretada pela atriz Stacey Dash, uma jovem
negra, bonita e rica.
Eu tinha 14 anos e era a primeira vez que via uma jovem negra de tranças na TV interpretando uma
adolescente como as jovens brancas que eu assistia nos filmes da Sessão da Tarde: linda, sem problemas
financeiros e que namorava. Uma menina negra vivenciando o amor era algo que, aos 14 anos, eu nunca
havia visto na TV ou na vida real.
Sucesso dos anos 90, não à toa, o filme transcendeu sua época e até hoje é muito comentado entre as
gerações z e millennial. Mas a marca que este filme deixou no meu interior foi muito maior e devastadora
do que a presença da Dionne. Há algum tempo venho percebendo o quanto eu aprendi durante a minha
adolescência que para atingir a felicidade precisava eu sempre ser mais magra, mais bonita, mais
popular.
Se puder criar um termo aqui e agora eu diria que nós, adolescentes dos anos 90, vivemos uma agressiva
beauty wash* durante a Sessão da Tarde. Não só o filme das patricinhas, mas a maioria dos filmes que
assistimos contribuiu para ferrar com o conceito que temos sobre o nosso corpo. Quase todos eles
mostravam garotas que pra alcançar o sucesso se submetiam a mudanças físicas e de comportamento.
Tiravam os óculos, o aparelho ortodôntico, mudavam as roupas, os cabelos e perdiam alguns quilos para
se sentirem realizadas e felizes.
Isso fez com que uma geração de mulheres aprendesse que felicidade só se alcança quando atingimos
um determinado ideal de beleza. É como se existisse um passaporte pela felicidade e ele fosse um
extreme makeover**. Você se reconstrói, se transforma e encontra aquele boy lindo dos sonhos,
conquista o emprego desejado, se torna uma das pessoas mais populares do seu grupo.
Mas isso tudo é só nos filmes. Porque com o passar dos anos nós descobrimos que muitos dos boys eram
tóxicos e que nem todas as garotas queriam conquistar homens, mas elas também amavam mulheres. O
trabalho dos sonhos pode ser algo criado por você mesma, uma empreendedora transformando sua
própria realidade através do seu empenho. E a popularidade? Ah! Em tempos de Instagram prefiro falar
sobre isso em outro texto.
Nós também descobrimos o quanto o ideal de beleza é uma contra resposta do machismo para as
conquistas políticas, sócio-econômicas das mulheres. Quanto maiores os nossos avanços na ocupação de
espaços para os quais fomos historicamente excluídas, maiores são as exigências de beleza expostas nas
capas de revistas, nas novelas, nos filmes. Consequentemente, maiores são os números de cirurgias
plásticas realizadas pelas mulheres.
E eu te pergunto: para agradar a quem? Quem estamos procurando agradar nesta busca por um corpo
perfeito? Parecemos querer agradar a todos menos a nós ou incomodar a todos, gerar um sentimento de
inveja e incômodo em quem não conseguiu passar por todas as etapas da felicidade futura.
Tenho 40 anos e zero medo de dizer que não aprendi a viver de maneira saudável com a minha aparência.
Continuo com meu cérebro programado para esperar o momento certo de acionar o botão felicidade, a
tal felicidade futura. Quando eu pesar 69 quilos, tiver dinheiro para comprar toda a coleção de roupas
da Ivy Park, dirigir um Land Rover e minha peruca de cabelo 100% humano balançando como nos
comerciais da L'Oréal eu serei feliz.
Me sinto um lixo quando percebo que não consigo valorizar todas as vitórias profissionais e emocionais
que tive nos últimos anos e fico à espera de um corpo, um carro, uma roupa e um penteado para ser
feliz. E eu sei que muitas das pessoas que lerão este texto também se sentem, sejam elas mulheres ou
homens ou sem gênero.
Às vezes me dói perceber que até a Beyoncé me impulsiona a me sentir ainda mais distante da felicidade.
Mesmo que ela faça roupas que vistam ao meu corpo tamanho 46 em eterno estado de dieta eu só a
vejo perfeita, sem erros, sem momentos que a distancie do padrão pré-estabelecido e imposto há anos
e agora impulsionado pelo instagramável. Tudo tem que ser instagramável.
Tem que estar bonito no Instagram para as pessoas curtirem, mandarem corações, elogiarem, escrevem
perfeita. Mas o que é ser perfeita? Será que estamos sendo reais ou meras marionetes a alimentar o
bolso de meia dúzia de homens brancos bilionários que estão determinando o momento em que eu serei
feliz, e este momento nunca é agora é sempre amanhã quando eu comprar a roupa y, fizer a cirurgia x
e dirigir o carro h?
Eu queria terminar este texto com uma receita mágica do que fazer pra sair deste sentimento pesado
de infelicidade do agora em busca da felicidade do amanhã que eu nem sei se existe, mas eu não tenho
essa receita. Eu só sei dizer que você é linda do jeito que você é. Mesmo que não existam referências,
faça do seu reflexo no espelho a sua própria referência e vá em busca de ser feliz agora.
Cristiane Guterres
Disponível em https://www.uol.com.br/universa/colunas/cris-guterres/2022/01/05/felicidade-x-ideal-de-beleza-o-conceito-
que-aprisiona-geracoes-de-mulheres.htm Acessado em 5/01/2022 Texto adaptado
* Beauty wash: banho de beleza
** Extreme makeover: programa do tipo reality show que consiste em reformar as residências dos participantes
Embora tenha ganhado forma, textura e ingredientes locais (mussarela, frango e carne moída, por
exemplo), o pastel foi inserido na nossa cultura por imigrantes do Extremo Oriente. Ou essa é a hipótese
mais aceita. A origem exata da receita não foi registrada, nem foi muito pesquisada, segundo afirma o
historiador e especialista em gastronomia Ricardo Maranhão.
A ideia é que o pastel teria se originado do chun juan, o rolinho primavera. O prato chinês é feito com
massa de farinha, recheio de vegetal e assado em uma frigideira untada. Por volta de 1890, imigrantes
chineses já vendiam os rolinhos no Brasil, por vezes com os recheios adaptados ao paladar local, como
a carne moída. E simplificando a massa folhada para uma camada só.
Esse pré-pastel ainda não era popular. A ascensão veio com a perseguição aos japoneses na Segunda
Guerra. Com vergonha e medo de serem escorraçados, já que o Brasil fez parte dos Aliados, os japoneses
aproveitaram a ignorância ocidental em relação à diferença entre sua cultura e a dos chineses e se
camuflaram nos hábitos dos outros. Eles, assim, assumiram a batuta do preparo e venda de pastéis.
A comunidade japonesa no Brasil já era, na época, muito maior que a chinesa. Isso permitiu ao pastel
se popularizar. Começaram a surgir pastelarias por São Paulo, e também as barraquinhas na feira, já
que muitos japoneses também eram feirantes que comercializavam frutas, hortaliças e legumes que
produziam no cinturão verde da capital paulista.
De São Paulo, o pastel chegaria ao Rio de Janeiro, Belo Horizonte, e, enfim, ao País inteiro, com
variações locais. E, assim, deixou de ser uma especialidade exótica para ganhar o status de genuína
criação brasileira.
As baleias francas do Atlântico Norte quase foram extintas em razão da caça comercial no século 19.
Quando a prática foi proibida, a espécie se recuperou aos poucos. Mas, recentemente, em 2017,
aconteceu um declínio repentino na população. Um estudo publicado no periódico especializado
Oceanography tentou entender o motivo – e tudo indica que a culpa é das mudanças climáticas,
desencadeadas pela ação humana.
Os cientistas analisaram o Golfo do Maine, nos EUA, e o litoral da província canadense Nova Escócia.
Coletaram dados sobre a presença de plâncton, temperatura da água e outros parâmetros do oceano e,
é claro, avistamentos de baleias.
Esses números indicam que, de 2010 em diante, essas regiões do oceano foram alteradas como nunca
antes pelo aquecimento global. O baque é sentido com força pela corrente do Golfo – um fluxo natural
do Atlântico que tem origem no Golfo do México e influencia todo o clima da América do Norte e da
Europa.
Houve um aquecimento das águas na região do Golfo do Maine, o que criou um ambiente pouco favorável
para a alimentação das baleias – a população de crustáceos, por exemplo, que fazia parte das refeições
delas por lá, despencou.
Devido a isso, as baleias migraram rumo ao norte, até o Golfo de São Lourenço, no Canadá. Mas a espécie
também não se viu livre de problemas por lá: no novo habitat, elas não estariam protegidas contra
navios e equipamentos de pesca (como estavam no habitat anterior, por algumas medidas de
conservação).
Existem algumas medidas que são adotadas por autoridades do Canadá e dos EUA para evitar que as
baleias encontrem pescadores no Atlântico Norte. As medidas envolvem, por exemplo, restrições de
velocidade para navios; pausas nas atividades pesqueiras quando uma baleia é avistada;
enfraquecimento das cordas utilizadas nas armadilhas de pesca.
Mas os cientistas afirmam que a melhor solução para o problema da pesca seria uma mudança
tecnológica: a adoção de materiais de pesca sem corda. Algo que dependeria, claro, de políticas públicas
forçando o emprego dessas tecnologias alternativas.
“De todas as obras que alguma vez se escreveram sobre política, talvez nenhuma provoque a sensação
de perene atualidade que, desde há quinhentos anos, continua a desprender-se das páginas d’O
PRÍNCIPE. A terminologia, os conceitos e, por maioria de razão, os exemplos nele invocados, sejam da
Europa do Quattrocento, ou da Antiguidade grecoromana, estão, obviamente, datados. Porém, a
impressão que se colhe da sua leitura é a de que o livro se dirige a nós, aqui e agora, e de que existe
no seu significado alguma coisa que sobrevive e extravasa as circunstâncias em que, sucessiva e
diferentemente, foi sendo lido. Dir-se-ia que a fortuna d’O PRÍNCIPE é uma “fortuna verde”, igual à que
Maquiavel atribui a César Borgia, uma fortuna reiteradamente verde, cuja verdura desafia o passar dos
tempos com a mesma temeridade com que desafia as coisas da política, trazendo à superfície de um
texto literariamente soberbo o que nessas mesmas coisas se tem por indizível e impensável, ou que,
muito simplesmente, não se ousa nomear.
Esse caráter de permanente novidade do texto, que transparece em leituras tão diferentes como aquelas
que dele fizeram Espinosa, Bayle, Fichte, Hegel, Clausewitz, Gramsci, Cassirer, Leo Strauss ou Althusser,
para citar apenas alguns dos mais relevantes, não se resume unicamente à sua condição de clássico.
Decerto os clássicos são autores que nos continuam a questionar e a tocar, quer ao entendimento, quer
ao afeto, e em cujas obras se desenha um cânon, intelectual, moral ou estético, que prevalece muito
para lá do seu tempo. Contudo, a forma como somos tocados e questionados por Maquiavel é,
literalmente, insólita. Nele, não existe uma teoria claramente identificável, uma doutrina que se
compare a tantas outras que enxameiam a história do pensamento político e que, a esse título,
suscitasse, hoje em dia, adesão ou rejeição. A insistente condenação do livro, como do seu autor,
envolta ao longo dos tempos num caudal de senso comum e de ideologias várias, é mais um estado de
alma, um esconjuro da imoralidade em política – o maquiavelismo – do que propriamente uma rejeição
de possíveis teses por ele sustentadas. Tampouco se vislumbra, em toda a obra de Maquiavel, uma
organização coerente da experiência, uma súmula de fatos a que pudesse atribuir-se um significado
inequívoco ou de onde se extraísse uma orientação prática para situações análogas. A interminável
discussão entre aqueles que o têm por metre de soberanos, eficientes mas pouco escrupulosos, e os que
preferem ver nele um avisado inspirador da república e da liberdade – seja a dos cidadãos, seja a dos
povos – é bem a imagem dessa ambiguidade que parece inscrita no cerne das suas proposições. Em rigor,
talvez seja impossível garantir nesses termos “o que pensava Maquiavel”, ou mesmo “o que diz O
PRÍNCIPE”: será, de fato, uma obra onde o mal se faz passar por bem, “escrita pelo punho do diabo”,
como tanta gente suspeitou, desde muito cedo, e que tenta legitimar a prepotência dos soberanos
absolutos? Ou será antes uma sátira, que os homens avisados sempre perceberam como tal, mas que,
de tão engenhosa e camuflada, passou e ainda passa por elogio aos soberanos, como pretenderam, por
exemplo, Espinosa, Rousseau e a ENCYCLOPÉDIE? Ou não será uma coisa nem outra, antes “uma espécie
de manifesto político”, como viria a sustentar Antonio Gramsci? As opiniões sucedem-se e o “enigma”
de Maquiavel, como lhe chama Claude Lefort, na sequência, aliás, do que à sua maneira já assegurara
Croce, persiste. No entanto, apesar da indeterminação que envolve o seu significado, este livro
inclassificável, porventura definitivamente incompreensível sob certos aspectos, interpelanos de modo
tal, esteve e está de tal maneira presente em toda a Modernidade, que é impossível ficar-lhe indiferente
ou arrumá-lo definitivamente numa época – a sua – com a qual já pouco ou nada tivéssemos a ver. A que
é que se deve esse fascínio sempre renovado, essa sensação de proximidade, essa “fortuna verde” d’O
PRÍNCIPE?”
(Diogo Pires Aurélio, O PRÍNCIPE, Nicolau Maquiavel, Tradução, introdução e notas, São Paulo, Editora 34, 2020, pp.8-9.).
“ Talvez pareça excessivo o escrúpulo do Cotrim, a quem não souber que ele possuía um caráter
ferozmente honrado. Eu mesmo fui injusto com ele durante os anos que se seguiram ao inventário de
meu pai, Reconheço que era um modelo. Arguiamno de avareza, e cuido que tinham razão; mas a
avareza é apenas a exageração de uma virtude e as virtudes devem ser como os orçamentos: melhor é
o saldo que o déficit. Como era muito seco de maneiras tinha inimigos, que chegavam a acusalo de
bárbaro. O único fato alegado neste particular era o de mandar com frequência escravos ao calabouço,
donde eles desciam a escorrer sangue; mas, além de que ele só mandava os perversos e os fujões, ocorre
que, tendo longamente contrabandeado em escravos, habituara-se de certo modo ao trato um pouco
mais duro que esse gênero de negócio requeria, e não se pode honestamente atribuir à índole original
de um homem o que é puro efeito de relações sociais. A prova de que o Cotrim tinha sentimentos pios
encontrava-se no seu amor aos filhos, e na dor que padeceu quando lhe morreu Sara, dali a alguns
meses; prova irrefutável, acho eu, e não única.”
(Machado de Assis, MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS, Cotia, Ateliê Editorial, 2001, p.224)
Levando-se em conta a análise que o narrador faz do caráter de Cotrim, é possível concluir que este
a) se caracteriza por um conjunto de traços negativos resultantes, sobretudo, da sua própria índole.
b) aparece como um homem cujo comportamento, censurável sob certos aspectos, não deixa de
endossar um conjunto de valores inerentes ao seu meio social.
c) é apresentado como uma pessoa seca de maneiras na medida em que se revela incapaz de qualquer
gesto altruísta.
d) é enaltecido como um modelo de comportamento social e dono de um repertório de virtudes, sem
traços capazes de macular sua imagem.
e) é mostrado por meio de uma relativização, podendo-se reconhecer em seus vícios nada mais que o
preconceito do narrador.
Durante séculos, o homem vem estudando a Lua e tentando descobrir como ela se formou e como passou
a orbitar a Terra. O que se sabe, no entanto, é que nosso satélite natural é essencial para que haja vida
por aqui.
A força da gravidade que a Lua exerce sobre a Terra e que a Terra exerce sobre a Lua causa uma espécie
de cabo de guerra — chamado de puxão gravitacional. Isso faz com que grandes massas de água, como
os oceanos, se movam dependendo da posição da Lua em relação à Terra.
Essa movimentação também acontece no material que existe no interior da Terra. Ao se mover, ele se
torna muito aquecido, derretendo o silicato presente ali e formando o manto e o magma. Isso faz com
que o planeta se mantenha vivo, em constante movimento.
A gravidade também estabiliza o movimento de rotação do nosso planeta, evitando mudanças em seu
eixo. E é graças a esse eixo de rotação que, durante o ano, há uma alternância dos hemisférios que se
voltam para o Sol. É também por isso que existem as quatro estações do ano, que mantêm as zonas
climáticas em equilíbrio. Tudo isso é essencial para que os seres vivos tenham condições de se
desenvolver.
A Lua também funciona como um escudo para a Terra, protegendo nosso planeta de grandes asteroides
ou cometas.
(Fonte: Uol - adaptado.)
I. A Lua é um satélite natural, sendo essencial para que haja vida na Terra.
II. A gravidade é responsável por estabilizar o movimento de rotação da Terra, evitando mudanças em
seu eixo.
III. É graças ao eixo de gravidade que, durante dois anos, há uma alternância dos hemisférios que se
voltam para a Lua.
Está(ão) CORRETO(S):
a) Somente o item I.
b) Somente o item II.
c) Somente os itens I e II.
d) Somente os itens I e III.
e) Todos os itens.
Durante séculos, o homem vem estudando a Lua e tentando descobrir como ela se formou e como passou
a orbitar a Terra. O que se sabe, no entanto, é que nosso satélite natural é essencial para que haja vida
por aqui.
A força da gravidade que a Lua exerce sobre a Terra e que a Terra exerce sobre a Lua causa uma espécie
de cabo de guerra — chamado de puxão gravitacional. Isso faz com que grandes massas de água, como
os oceanos, se movam dependendo da posição da Lua em relação à Terra.
Essa movimentação também acontece no material que existe no interior da Terra. Ao se mover, ele se
torna muito aquecido, derretendo o silicato presente ali e formando o manto e o magma. Isso faz com
que o planeta se mantenha vivo, em constante movimento.
A gravidade também estabiliza o movimento de rotação do nosso planeta, evitando mudanças em seu
eixo. E é graças a esse eixo de rotação que, durante o ano, há uma alternância dos hemisférios que se
voltam para o Sol. É também por isso que existem as quatro estações do ano, que mantêm as zonas
climáticas em equilíbrio. Tudo isso é essencial para que os seres vivos tenham condições de se
desenvolver.
A Lua também funciona como um escudo para a Terra, protegendo nosso planeta de grandes asteroides
ou cometas.
(Fonte: Uol - adaptado.)
“Olha aí, olha aí, freguesia . São as deliciosas pamonhas de Piracicaba”. O autor dessa pérola é Dirceu
Bigelli – um vendedor de pamonhas que de fato atuava na cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo.
Ele morreu aos 39 anos, em 1990, em um acidente automobilístico.
Dirceu originalmente falava ao vivo em um microfone enquanto dirigia, mas a garganta não aguentou o
tranco e ele resolveu compilar suas frases mais características em uma fita cassete. Em uma entrevista
à EPTV, o irmão de Dirceu, chamado Airton, exalta o tino comercial do vendedor: “O talento dele para
o negócio era nato. Sozinho, ele vendia até mil unidades por dia”.
A gravação se espalhou pelo Sudeste e além, e hoje acompanha centenas de carros que vendem o
quitute. Até Washington Olivetto prestou sua homenagem – e usou o bordão certa vez para anunciar
uma festa de aniversário de sua agência publicitária, a W/Brasil.
(Fonte: Super Interessante - adaptado)
Em conformidade com o texto, marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar
a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
(_) O autor do bordão do carro da pamonha é um vendedor do quitute que de fato atuava na cidade de
Piracicaba, no interior de São Paulo.
(_) Certa vez, para anunciar uma festa de aniversário de sua agência publicitária, a W/Brasil,
Washington Olivetto usou o bordão do carro da pamonha
(_) Dirceu, desde o início, fez uso de gravação contendo suas frases mais características.
a) C - C - E.
b) E - C - C.
c) C - E - E.
d) E - E - C.
e) C - E - C.
Vivemos o ápice da influência tecnológica no mundo e não tem como negar. Estamos conectados o
tempo todo, seja pelo celular ou computador. O impacto da tecnologia em nossas vidas é extremamente
visível. Mas, isso é algo bom ou ruim?
A tecnologia facilita muito a nossa rotina e é um ótimo entretenimento. Com apenas uns cliques,
compartilhamos coisas pessoais, entramos em contato com aquele parente distante, descobrimos uma
nova música e assistimos a vários episódios de determinada série, mesmo off-line.
Conseguimos armazenar milhares de músicas na palma de nossas mãos, temos televisões com a maior
definição de imagem existente, guardamos todos os tipos de fotos e documentos pessoais na nuvem e
podemos acessá-los a qualquer hora e em qualquer lugar.
Há alguns anos, não tínhamos o hábito de olhar o celular assim que acordávamos, ou passar a noite
inteira em claro vagando pelas redes sociais. Hoje em dia, se uma tragédia acontecer há milhares de
quilômetros de distância de onde estamos, sabemos instantaneamente. A tecnologia modificou
completamente nosso cotidiano, trazendo muitos benefícios e alguns malefícios também.
O lado ruim é que estamos tão ligados nas nossas vidas online, que esquecemos de manter o contato
off-line. Não prestamos mais atenção no mundo a nossa volta, não conversamos mais pessoalmente.
Por recebermos tantas informações o tempo todo, tornamo-nos mais desatentos. Parece que não
podemos ficar sem encontrar coisas novas, é um pecado deixar o celular de lado, ficamos dependentes
dessa conexão.
Outros pontos ruins são os problemas de visão que foram desenvolvidos nos últimos anos por ficar muito
tempo vendo a tela do celular e os problemas de audição por ouvir coisas muito altas no fone de ouvido.
A obesidade também é um fator que vem encadeando essas mudanças de hábito. As pessoas ficam a
maior parte de seu tempo sentadas, por conta da comodidade de comprar on-line, não precisam mais ir
até a loja, nem sair para pedir o almoço, pois existem vários aplicativos para isso.
Segundo a OMS, o sedentarismo está presente em 23% dos adultos; já nos mais jovens, esse índice é de
81%. Consequência direta do uso de videogames, celulares e computadores.
É importante ter um planejamento de quantas horas por dia você vai dedicar à tecnologia, para não
perder o foco e a produtividade. Apesar de ser algo incrível, ela também pode trazer consequências
sérias e permanentes a nossa saúde. Como todas as outras coisas, ela deve ser apreciada com
moderação.
conhecimento da realidade em seu sentido mais elevado e compreendê-la em sua totalidade. A visão do
Sol representa não só o alcance da Verdade e, portanto, do conhecimento em sua acepção mais
completa, já que o Sol é “a causa de tudo”, mas também, como diz Sócrates na conclusão dessa
passagem: “Nos últimos limites do mundo inteligível, aparece-me a ideia do Bem, que se percebe com
dificuldade, mas que não se pode ver sem se concluir que ela é a causa de tudo o que há de reto e de
belo. Acrescento que é preciso vê-la se se quer comportar-se com sabedoria, seja na vida privada, seja
na vida pública.”.
De acordo com este texto, a possibilidade de um indivíduo tornar-se justo e virtuoso depende de um
processo de transformação pelo qual deve passar. Assim, afasta-se das aparências, rompe com as cadeias
de preconceitos e condicionamentos e adquire o verdadeiro conhecimento. Tal processo culmina com a
visão da forma do Bem, representada pela matéria do Sol. O sábio é aquele que atinge essa percepção.
Para Platão, conhecer o Bem significa tornar-se virtuoso. Aquele que conhece a justiça não pode deixar
de agir de modo justo.
Em relação às ideias, aos sentidos e aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item
subsecutivo.
De acordo com este texto, a possibilidade de um indivíduo tornar-se justo e virtuoso depende de um
processo de transformação pelo qual deve passar. Assim, afasta-se das aparências, rompe com as cadeias
de preconceitos e condicionamentos e adquire o verdadeiro conhecimento. Tal processo culmina com a
visão da forma do Bem, representada pela matéria do Sol. O sábio é aquele que atinge essa percepção.
Para Platão, conhecer o Bem significa tornar-se virtuoso. Aquele que conhece a justiça não pode deixar
de agir de modo justo.
de ética: de Platão a Foucault. 1ª ed. Rio de Janeiro: Jahar, 2007, p. 31 (com adaptações).
Em relação às ideias, aos sentidos e aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item
subsecutivo.
No que se refere às ideias, aos sentidos e às construções linguísticas do texto precedente, assim como
a sua tipologia, julgue o item a seguir.
No texto, as frases ‘compartilhei fake news de alguém’ e ‘cometi um crime contra honra’ são
consideradas equivalentes, já que o compartilhamento de fake news pode ser crime.
Certo
Errado
O caminho do petróleo do poço até virar combustível no carro das pessoas é longo e complexo. Começa
na procura: acertar onde furar e encontrar petróleo exige conhecimento técnico de geólogos e geofísicos
e bastante investimento. E, mesmo com um time de experts do mais alto nível, achar petróleo não é
certo.
Transportar o petróleo do mar até as refinarias é também uma tarefa complexa, para a qual são
utilizados dutos e navios. Em terra, ele é tratado em refinarias, que separam desse óleo as frações de
gasolina, diesel e gás de cozinha, entre outros derivados. Os produtos são então disponibilizados às
diversas distribuidoras que hoje atendem o mercado brasileiro, responsáveis por fazer chegar cada um
deles aos consumidores finais.
Infere-se do texto que achar petróleo não é uma certeza porque os erros na identificação do local de
perfuração impedem o reconhecimento da localização exata do produto.
Certo
Errado
O caminho do petróleo do poço até virar combustível no carro das pessoas é longo e complexo. Começa
na procura: acertar onde furar e encontrar petróleo exige conhecimento técnico de geólogos e geofísicos
e bastante investimento. E, mesmo com um time de experts do mais alto nível, achar petróleo não é
certo.
Transportar o petróleo do mar até as refinarias é também uma tarefa complexa, para a qual são
utilizados dutos e navios. Em terra, ele é tratado em refinarias, que separam desse óleo as frações de
gasolina, diesel e gás de cozinha, entre outros derivados. Os produtos são então disponibilizados às
diversas distribuidoras que hoje atendem o mercado brasileiro, responsáveis por fazer chegar cada um
deles aos consumidores finais.
Chimpanzés usam galhos como ferramentas para caçar cupins, ou pedras para quebrar nozes.
Obviamente, mesmo as ferramentas mais primitivas do Homo erectus (pedras lascadas) são muito mais
sofisticadas que qualquer coisa usada por chimpanzés, mas ainda assim não há uma razão convincente
para crer que essas pedras não pudessem ter sido produzidas sem linguagem.
A respeito das ideias, dos sentidos e aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se
segue.
O autor do texto contesta os argumentos usados por alguns linguistas que defendem a ideia de que o
Homo erectus apresentava linguagem.
Certo
Errado
Chimpanzés usam galhos como ferramentas para caçar cupins, ou pedras para quebrar nozes.
Obviamente, mesmo as ferramentas mais primitivas do Homo erectus (pedras lascadas) são muito mais
sofisticadas que qualquer coisa usada por chimpanzés, mas ainda assim não há uma razão convincente
para crer que essas pedras não pudessem ter sido produzidas sem linguagem.
A respeito das ideias, dos sentidos e aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se
segue.
O fato de que alguns animais, como chimpanzés, também utilizam ferramentas enfraquece o argumento
de que se requer linguagem para usar ferramentas.
Certo
Errado
Alguns linguistas acreditam que o Homo erectus, há mais ou menos 1 milhão e meio de anos, já tinha
uma linguagem. Os argumentos que eles dão são que o Homo erectus tinha um cérebro relativamente
grande e usava ferramentas de pedra primitivas, porém bastante padronizadas. Essa hipótese pode ser
verdadeira, mas pode também estar bem longe do correto. O uso de ferramentas certamente não requer
linguagem.
Chimpanzés usam galhos como ferramentas para caçar cupins, ou pedras para quebrar nozes.
Obviamente, mesmo as ferramentas mais primitivas do Homo erectus (pedras lascadas) são muito mais
sofisticadas que qualquer coisa usada por chimpanzés, mas ainda assim não há uma razão convincente
para crer que essas pedras não pudessem ter sido produzidas sem linguagem.
A respeito das ideias, dos sentidos e aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se
segue.
A expressão “Além disso” introduz o argumento mais forte apresentado pelo autor do texto para
comprovar sua tese acerca do surgimento da linguagem humana.
Certo
Errado
No Egito, a arrecadação de tributos já era controlada por escribas; na Índia, o Código de Manu trazia
normas de administração financeira; o Senado Romano, com o auxílio dos questores, fiscalizava a
utilização dos recursos do Tesouro; e, na Grécia, os legisperitos surgiram como embriões dos atuais
tribunais de contas.
Com o nascimento do estado democrático de direito, torna-se inseparável dele a ideia de controle, visto
que, para que haja estado de direito, é indispensável que haja instituições e mecanismos hábeis para
garantir a submissão à lei. Desde então, consolidou-se, majoritariamente, a existência de dois sistemas
de controle no mundo: o primeiro, de origem anglo-saxã, denominado sistema de controladorias ou
sistema de auditoriasgerais; e o segundo, de origem romano-germânica, denominado sistema de
tribunais de contas.
Rodrigo Flávio Freire Farias Chamoun. Os tribunais de contas na era da governança pública:
focos, princípios e ciclos estratégicos do controle externo.
Internet: <www.tcees.tc.br> (com adaptações).
Depreende-se do texto que a forma de organização das sociedades no espaço geográfico foi
determinante para a criação de instrumentos de controle.
Certo
Errado
No Egito, a arrecadação de tributos já era controlada por escribas; na Índia, o Código de Manu trazia
normas de administração financeira; o Senado Romano, com o auxílio dos questores, fiscalizava a
utilização dos recursos do Tesouro; e, na Grécia, os legisperitos surgiram como embriões dos atuais
tribunais de contas.
Com o nascimento do estado democrático de direito, torna-se inseparável dele a ideia de controle, visto
que, para que haja estado de direito, é indispensável que haja instituições e mecanismos hábeis para
garantir a submissão à lei. Desde então, consolidou-se, majoritariamente, a existência de dois sistemas
de controle no mundo: o primeiro, de origem anglo-saxã, denominado sistema de controladorias ou
sistema de auditoriasgerais; e o segundo, de origem romano-germânica, denominado sistema de
tribunais de contas.
Rodrigo Flávio Freire Farias Chamoun. Os tribunais de contas na era da governança pública:
focos, princípios e ciclos estratégicos do controle externo.
Internet: <www.tcees.tc.br> (com adaptações).
O segundo parágrafo do texto dedica-se a apresentar fatos históricos que comprovam a afirmação
anterior de que os instrumentos de controle remontam a Antiguidade.
Certo
Errado
Pela primeira vez, a China superou os EUA em produção científica. Em 2020, instituições chinesas
publicaram 788 mil artigos contra 767 mil das americanas. É possível relativizar esse dado.
A China tem uma população quatro vezes maior que a americana, de modo que a produção per capita
dos EUA ainda é superior. A China também não tem ganhado tantos prêmios Nobel quanto os EUA, o que
faz supor que, nas áreas mais relevantes, os americanos liderem. Tudo isso é verdade, mas o fato é que
a ciência chinesa vem evoluindo de forma robusta. Nada indica que um apagão esteja próximo.
É possível que tais economistas tenham razão e que a China, por um déficit de liberdade, não consiga
manter o ritmo. Já vimos ditaduras colapsarem porque ficaram para trás na corrida tecnológica. O caso
mais notório é o da URSS, que, embora tenha chegado a liderar a ciência espacial, não foi capaz de
manter-se competitiva em outras áreas, com reflexos na economia.
Mas não dá para descartar a hipótese de que os institucionalistas estejam errados. Não me parece em
princípio impossível para um regime assegurar as liberdades necessárias para manter a ciência e a
economia funcionando sem estendê-las à política. Ditaduras podem se reinventar.
d) produção científica chinesa, que parece caminhar para o mesmo destino da antiga URSS, em vista
de decisões políticas equivocadas.
e) maneira como mudanças profundas no regime político tiveram papel preponderante para o atual
avanço científico na China.
Pela primeira vez, a China superou os EUA em produção científica. Em 2020, instituições chinesas
publicaram 788 mil artigos contra 767 mil das americanas. É possível relativizar esse dado.
A China tem uma população quatro vezes maior que a americana, de modo que a produção per capita
dos EUA ainda é superior. A China também não tem ganhado tantos prêmios Nobel quanto os EUA, o que
faz supor que, nas áreas mais relevantes, os americanos liderem. Tudo isso é verdade, mas o fato é que
a ciência chinesa vem evoluindo de forma robusta. Nada indica que um apagão esteja próximo.
É possível que tais economistas tenham razão e que a China, por um déficit de liberdade, não consiga
manter o ritmo. Já vimos ditaduras colapsarem porque ficaram para trás na corrida tecnológica. O caso
mais notório é o da URSS, que, embora tenha chegado a liderar a ciência espacial, não foi capaz de
manter-se competitiva em outras áreas, com reflexos na economia.
Mas não dá para descartar a hipótese de que os institucionalistas estejam errados. Não me parece em
princípio impossível para um regime assegurar as liberdades necessárias para manter a ciência e a
economia funcionando sem estendê-las à política. Ditaduras podem se reinventar.
Pela primeira vez, a China superou os EUA em produção científica. Em 2020, instituições chinesas
publicaram 788 mil artigos contra 767 mil das americanas. É possível relativizar esse dado.
A China tem uma população quatro vezes maior que a americana, de modo que a produção per capita
dos EUA ainda é superior. A China também não tem ganhado tantos prêmios Nobel quanto os EUA, o que
faz supor que, nas áreas mais relevantes, os americanos liderem. Tudo isso é verdade, mas o fato é que
a ciência chinesa vem evoluindo de forma robusta. Nada indica que um apagão esteja próximo.
É possível que tais economistas tenham razão e que a China, por um déficit de liberdade, não consiga
manter o ritmo. Já vimos ditaduras colapsarem porque ficaram para trás na corrida tecnológica. O caso
mais notório é o da URSS, que, embora tenha chegado a liderar a ciência espacial, não foi capaz de
manter-se competitiva em outras áreas, com reflexos na economia.
Mas não dá para descartar a hipótese de que os institucionalistas estejam errados. Não me parece em
princípio impossível para um regime assegurar as liberdades necessárias para manter a ciência e a
economia funcionando sem estendê-las à política. Ditaduras podem se reinventar.
d) despreza o fato de que, justamente por se tratar de regimes fechados, os dados econômicos de tais
países não refletem a realidade.
e) é discutível, sendo possível a um governo conceder liberdades apenas o suficiente para manter a
produção econômica e científica.
Leio que a TV a cabo será o novo telefone fixo. Má notícia para os que, como eu, ainda veem nela uma
alternativa aos programas de auditório que infestam a TV aberta. O telefone fixo, por sua vez, já é um
fóssil paleozoico contemporâneo.
Nada como o avanço da tecnologia para redefinir as relações sociais. Há décadas na praça, acumulei
uma razoável quantidade de amigos com quem continuei mais ou menos em contato pelos canais
convencionais – telefone, e-mail, telegrama, uma ou outra carta e, em caso de viagem, o querido cartão
postal. Mas todos esses amigos devem ter se mudado para a Zona Fantasma, porque telegramas, cartas
e cartões postais são coisas que não recebo há 20 anos. E só agora me dou conta de que também não os
envio, donde, para eles, já devo ter sido despachado, idem, para a Zona Fantasma.
Estamos aprendendo a dispensar coisas que até há pouco eram corriqueiras no cotidiano. Faz tempo
que, por falta de ofertas, não compro um CD ou DVD. Por sorte, ainda tenho milhares, mas não sei até
quando existirá equipamento para tocá-los.
Há pouco, na rua, perguntei as horas a uma jovem com um relógio de pulso. Em vez de consultá-lo, ela
tirou do bolso um celular e olhou para a tela. Eram 9h30. Seu relógio deve estar na categoria de seus
brincos e pulseiras.
Leio que a TV a cabo será o novo telefone fixo. Má notícia para os que, como eu, ainda veem nela uma
alternativa aos programas de auditório que infestam a TV aberta. O telefone fixo, por sua vez, já é um
fóssil paleozoico contemporâneo.
Nada como o avanço da tecnologia para redefinir as relações sociais. Há décadas na praça, acumulei
uma razoável quantidade de amigos com quem continuei mais ou menos em contato pelos canais
convencionais – telefone, e-mail, telegrama, uma ou outra carta e, em caso de viagem, o querido cartão
postal. Mas todos esses amigos devem ter se mudado para a Zona Fantasma, porque telegramas, cartas
e cartões postais são coisas que não recebo há 20 anos. E só agora me dou conta de que também não os
envio, donde, para eles, já devo ter sido despachado, idem, para a Zona Fantasma.
Estamos aprendendo a dispensar coisas que até há pouco eram corriqueiras no cotidiano. Faz tempo
que, por falta de ofertas, não compro um CD ou DVD. Por sorte, ainda tenho milhares, mas não sei até
quando existirá equipamento para tocá-los.
Há pouco, na rua, perguntei as horas a uma jovem com um relógio de pulso. Em vez de consultá-lo, ela
tirou do bolso um celular e olhou para a tela. Eram 9h30. Seu relógio deve estar na categoria de seus
brincos e pulseiras.
A perda da privacidade
Um dos problemas do nosso tempo, uma obsessão mais ou menos generalizada, é a privacidade. Para
dizer de maneira muito, mas muito simples, significa que cada um tem o direito de tratar da própria
vida sem que todos fiquem sabendo. Por isso, é preocupante que, através dos nossos cartões de crédito,
alguém possa ficar sabendo o que compramos, em que hotel ficamos e onde jantamos.
Parece, portanto, que a privacidade é um bem que todos querem defender a qualquer custo.
Mas a pergunta é: as pessoas realmente se importam tanto com a privacidade? Antes, a ameaça à
privacidade era a fofoca, e o que temíamos na fofoca era o atentado à nossa reputação pública. No
entanto, talvez por causa da chamada sociedade líquida, na qual todos estão em crise de identidade e
de valores e não sabem onde buscar os pontos de referência para definir-se, o único modo de adquirir
reconhecimento social é “mostrar-se” – a qualquer custo.
Foi publicado recentemente um artigo de Zygmunt Bauman revelando que as redes sociais, que
representam um instrumento de vigilância de pensamentos e emoções alheios, são realmente usadas
pelos vários poderes com funções de controle, graças também à contribuição entusiástica de seus
usuários. Bauman fala de “sociedade confessional que eleva a autoexposição pública à categoria de
prova eminente e mais acessível, além de verossimilmente mais eficaz, de existência social”. Em outras
palavras, pela primeira vez na
história da humanidade, os espionados colaboram com os espiões, facilitando o trabalho destes últimos,
e esta rendição é para eles um motivo de satisfação porque afinal são vistos por alguém enquanto levam
a vida – e não importa se às vezes vivam como criminosos ou como imbecis.
A verdade também é que, já que todos podem saber tudo de todos, o excesso de informação não pode
produzir nada além de confusão, rumor e silêncio. Mas, para os espionados, parece ótimo que eles
mesmos e seus segredos mais íntimos sejam conhecidos pelo menos pelos amigos, vizinhos, e
possivelmente até pelos inimigos, pois este é o único modo de sentirem-se vivos, parte ativa do corpo
social.
(Umberto Eco. Pape satàn aleppe: Crônicas de uma sociedade líquida.
Editora Record, Rio de Janeiro: 2017. Adaptado)
Conforme o autor, a obsessão mais ou menos generalizada pela privacidade
a) tem aumentado o temor das pessoas quanto à forma como empresas que dispõem de dados pessoais
lidam com eles.
b) é condizente com a tendência de abandono à exposição em redes sociais e de maior cuidado com a
reputação pública.
c) destoa do objetivo das redes sociais, que lucram justamente quando usuários se expõem a um
público cada vez maior.
d) obriga as redes sociais a buscarem novos meios para que os usuários voltem a sentir satisfação em
expor sua vida pessoal.
e) vai de encontro à predisposição das pessoas para expor a própria intimidade em busca de
reconhecimento social.
A perda da privacidade
Um dos problemas do nosso tempo, uma obsessão mais ou menos generalizada, é a privacidade. Para
dizer de maneira muito, mas muito simples, significa que cada um tem o direito de tratar da própria
vida sem que todos fiquem sabendo. Por isso, é preocupante que, através dos nossos cartões de crédito,
alguém possa ficar sabendo o que compramos, em que hotel ficamos e onde jantamos.
Parece, portanto, que a privacidade é um bem que todos querem defender a qualquer custo.
Mas a pergunta é: as pessoas realmente se importam tanto com a privacidade? Antes, a ameaça à
privacidade era a fofoca, e o que temíamos na fofoca era o atentado à nossa reputação pública. No
entanto, talvez por causa da chamada sociedade líquida, na qual todos estão em crise de identidade e
de valores e não sabem onde buscar os pontos de referência para definir-se, o único modo de adquirir
reconhecimento social é “mostrar-se” – a qualquer custo.
Foi publicado recentemente um artigo de Zygmunt Bauman revelando que as redes sociais, que
representam um instrumento de vigilância de pensamentos e emoções alheios, são realmente usadas
pelos vários poderes com funções de controle, graças também à contribuição entusiástica de seus
usuários. Bauman fala de “sociedade confessional que eleva a autoexposição pública à categoria de
prova eminente e mais acessível, além de verossimilmente mais eficaz, de existência social”. Em outras
palavras, pela primeira vez na
história da humanidade, os espionados colaboram com os espiões, facilitando o trabalho destes últimos,
e esta rendição é para eles um motivo de satisfação porque afinal são vistos por alguém enquanto levam
a vida – e não importa se às vezes vivam como criminosos ou como imbecis.
A verdade também é que, já que todos podem saber tudo de todos, o excesso de informação não pode
produzir nada além de confusão, rumor e silêncio. Mas, para os espionados, parece ótimo que eles
mesmos e seus segredos mais íntimos sejam conhecidos pelo menos pelos amigos, vizinhos, e
possivelmente até pelos inimigos, pois este é o único modo de sentirem-se vivos, parte ativa do corpo
social.
(Umberto Eco. Pape satàn aleppe: Crônicas de uma sociedade líquida.
Editora Record, Rio de Janeiro: 2017. Adaptado)
Para o autor, a necessidade que as pessoas têm de expor- se
a) é legítima, na medida em que cada pessoa tem o direito de tratar da própria vida como julgar
apropriado.
b) surge da constatação de que expor intimidades da rotina pessoal ajuda a construir boa reputação
pública.
c) desponta, num contexto de crise de identidade e de valores, como único meio de alcançar a
aceitação social.
d) é uma maneira razoável de se estabelecerem laços sociais entre pessoas que compartilham dos
mesmos valores.
e) deu vazão a ideias desarrazoadas, como a de que as redes sociais pudessem servir para vigilância
dos usuários.
Questão 264: VUNESP - Leia o trecho inicial do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, para
responder à questão
Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui
do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da
lua e dos ministros, e acabou recitando- me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não
fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou
quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.
Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava amuado. No dia
seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom Casmurro. Os vizinhos, que
não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem por isso
me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade, e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em
bilhetes: “Dom Casmurro, domingo vou jantar com você.” — “Vou para Petrópolis, dom Casmurro; a
casa é a mesma da Renânia; vê se deixas essa caverna do Engenho Novo, e vai lá passar uns quinze dias
comigo.” — “Meu caro dom Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui
na cidade; dou-lhe camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça.”
Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o
vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo
por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui
até o fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E
com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão
isso dos seus autores; alguns nem tanto.
Apagando a si mesmo
O Brasil vive de destruir seu passado. Talvez por isso nunca aprenda
Ruy Castro
Somos um país que destrói documentos, arquivos, registros, gravações e chuta a história pela janela. E
só vamos saber disso depois, quando não se pode fazer mais nada. Talvez muitos não se importem. Eu
me importo. Um passaporte, uma carteira de identidade, uma certidão de nascimento pode conter
informações maravilhosas para um biógrafo. Já salvei alguns desses documentos de serem despejados
no lixo por famílias ilustres, onde seriam recolhidos pelos catadores de papel e vendidos para as feiras
das praças – quando passariam, subitamente, a valer dinheiro.
Ruy Barbosa, ministro da Fazenda entre 1889 e 1891, mandou queimar os arquivos da escravidão. A
medida impediu que os escravocratas exigissem indenização pelos "prejuízos" que teriam sofrido com a
Abolição – Ruy respondeu que o justo seria indenizar os escravos –, mas também privou o Brasil de
conhecer mais a fundo uma parte fundamental de sua história.
Em 1º de abril de 1964, a Rádio Mayrink Veiga, do Rio, então controlada pelo governo que estava sendo
deposto, teve tudo – arquivo, discoteca, até os equipamentos – jogado na rua pelos vitoriosos do
momento. Nos anos 60 e 70, burocratas dos governos Costa e Silva e Médici, instalados num andar do
prédio de “A Noite”, onde ficava a memória da Rádio Nacional, deixaram material inestimável se perder.
Adalgisa Nery queimou as cartas de Murilo Mendes, apaixonado por ela. Na morte de Carmen Miranda,
Mario Cunha, seu ex-namorado, queimou as cartas que ela mandara para ele. Na morte de Mario Cunha,
Aurora, irmã de Carmen, queimou as cartas que ele mandara para ela. Gravar material novo, de áudio
ou de vídeo, em fitas contendo material já gravado, apagando-o, era praxe das gravadoras e TVs
brasileiras até os anos 80.
É o Brasil, notável pela desmemória, sempre apagando a si mesmo. Talvez por isso nunca aprenda.
Questão 266: FCM - CEFETMINAS - Leia o texto a seguir e, depois, responda a questão.
O QUE A FOLHA PENSA
Governo poupa militares do ajuste fiscal e destina à área 28% dos investimentos
1. O balanço das contas do governo federal de 2019 surpreendeu até mesmo os responsáveis pelo
controle do gasto público no Tesouro Nacional. De repente, em dezembro, brotou uma despesa
imprevista de cerca de R$ 10 bilhões.
2. Era o dinheiro do aumento de capital de três empresas estatais, na maior parte para a Emgepron,
firma ligada à Marinha e dedicada a construir navios, que recebeu R$ 7,6 bilhões em uma canetada.
3. O valor equivale a todo investimento federal em obras e equipamentos dos ministérios da Saúde e da
Educação, por exemplo.
4. Dadas as peculiaridades da contabilidade pública, tal despesa não toma o lugar de outra, pois não se
sujeita ao limite constitucional do chamado teto de gastos.
5. De qualquer modo, o déficit público acabou maior. Além do mais, essa decisão inopinada e em quase
nada transparente desmoraliza a alardeada política de privatização do governo de Jair Bolsonaro, pífia
em sua morosidade e inoperância.
6. O aumento do capital da Emgepron é, no entanto, coerente com uma das linhas de força do governo:
o poder militar. Quase um terço dos ministérios é comandado por oficiais da ativa ou da reserva das
Forças Armadas, até porque, em sua carreira, Bolsonaro não cultivou relações com outros grupos de
quadros técnicos ou profissionais, além de ter sido na prática um líder sindical da categoria.
8. O aumento de capital da Emgepron foi R$ 4 bilhões além do previsto para o ano, liberalidade facilitada
pela entrada dos recursos do leilão dos campos de petróleo.
9. Assim, o Ministério da Defesa ficou com mais de 28% do total dos recursos federais destinados a
investimentos. A despesa com pessoal militar, civil, aposentados e suas pensões vai aumentar; já
consomem pelo menos 26% do gasto total com servidores.
10. O esforço para o necessário ajuste das contas públicas não tem sido distribuído de modo mais
equânime. Subsídios diversos continuam intocados, por exemplo. Não é aceitável que também a despesa
militar seja poupada de contribuir para essa emergência nacional.
11. É argumentável que o equipamento militar brasileiro pode estar sendo sucateado. Mas também este
é o caso da infraestrutura física e social, de estradas a hospitais. Ainda mais neste momento de escassez
aguda de recursos, é preciso repensar e explicar com transparência as prioridades.
Referência: FOLHA DE S.PAULO. Ação entre amigos. São Paulo, 5 fev. 2020. Disponível em: <
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2020/02/acao -entre-amigos.shtml>. Acesso em: 5 fev. 2020.
Sobre interpretação desse texto, é correto inferir que sua intenção em relação ao governo é a de
a) ridicularizá-lo.
b) encomiá-lo.
c) beatificá-lo.
d) criticá-lo.
Gari ‘gato’ que faz sucesso nas redes sociais vai concorrer ao ‘mister BH’
O gari Tales Alves ficou famoso, ganhou as ruas de Belo Horizonte (MG) e as redes sociais depois de
publicar um vídeo contando a sua profissão na internet.
“Às vezes, a ficha custa a cair. Para mim tudo é novo”, disse o gari.
Tales tem 30 anos e duas filhas, uma de 5 anos e outra de 12, a Júlia, que ajudou o pai a baixar o
aplicativo de vídeos e o ensinou a usar as ferramentas disponíveis na rede.
Há menos de cinco meses, ele não tinha perfil em nenhuma rede social. O motivo de ter se mantido off-
line na época é que ele tinha feito este combinado com quem namorava à época. Mas foi só criar um
perfil e publicar o primeiro vídeo que Alves já ficou famoso.
“Eu não tinha noção da proporção que ia tomar. Nas ruas, as pessoas estão me reconhecendo, pedindo
para tirar fotos.”
Tales Gari foi chamado para participar do concurso de mister BH. Ao todo, 30 homens concorrerão ao
título.
Alves já passou por diversas profissões. Ele já serviu à aeronáutica e já foi office boy, cobrador, repositor
de supermercado e, por fim, gari. Mas por que não modelo?
“Muita gente pergunta se eu sou modelo, mas ainda não”, diz o gari. Ele conta que vai tentar ao máximo
conciliar as duas coisas, que lutou muito pelo emprego que tem hoje e, por isso, ainda não pretende
deixá-lo. Ele trabalhava em um supermercado, quando viu, na empresa que recolhia lixo no local, uma
oportunidade de ganhar melhor e insistiu até conseguir uma vaga.
“O emprego não me faz sentir vergonha, comecei a gostar muito. É o melhor serviço que já tive até
hoje”, diz Alves, sobre a profissão de gari.
Tales Gari tem tentado levar o assédio nas redes e nas ruas da melhor forma. “Estou tentando absorver
isso da melhor maneira, mas tem algumas situações complicadas. Tem gente que sai fora do padrão,
extrapola”, diz ele, referindo- se ao assédio.
Alves disse que as pessoas têm carinho por ele e, por isso, não fica com raiva e leva na esportiva cantadas
como “Ô, lá em casa” e “Vai recolher lixo lá em casa”. Mas não são apenas xavecos que ele ganha.
“Tem gente que passa de carro e me deseja sorte e sucesso no concurso”.
O gari ainda não fez nenhum trabalho como modelo e vai concorrer ao homem mais bonito de Belo
Horizonte.
(Por Mikaela Salachenski, G1 Minas. Belo Horizonte 27/08/2020 06h00. Atualizado há um ano. Adaptado)
Gari ‘gato’ que faz sucesso nas redes sociais vai concorrer ao ‘mister BH’
O gari Tales Alves ficou famoso, ganhou as ruas de Belo Horizonte (MG) e as redes sociais depois de
publicar um vídeo contando a sua profissão na internet.
“Às vezes, a ficha custa a cair. Para mim tudo é novo”, disse o gari.
Tales tem 30 anos e duas filhas, uma de 5 anos e outra de 12, a Júlia, que ajudou o pai a baixar o
aplicativo de vídeos e o ensinou a usar as ferramentas disponíveis na rede.
Há menos de cinco meses, ele não tinha perfil em nenhuma rede social. O motivo de ter se mantido off-
line na época é que ele tinha feito este combinado com quem namorava à época. Mas foi só criar um
perfil e publicar o primeiro vídeo que Alves já ficou famoso.
“Eu não tinha noção da proporção que ia tomar. Nas ruas, as pessoas estão me reconhecendo, pedindo
para tirar fotos.”
Tales Gari foi chamado para participar do concurso de mister BH. Ao todo, 30 homens concorrerão ao
título.
Alves já passou por diversas profissões. Ele já serviu à aeronáutica e já foi office boy, cobrador, repositor
de supermercado e, por fim, gari. Mas por que não modelo?
“Muita gente pergunta se eu sou modelo, mas ainda não”, diz o gari. Ele conta que vai tentar ao máximo
conciliar as duas coisas, que lutou muito pelo emprego que tem hoje e, por isso, ainda não pretende
deixá-lo. Ele trabalhava em um supermercado, quando viu, na empresa que recolhia lixo no local, uma
oportunidade de ganhar melhor e insistiu até conseguir uma vaga.
“O emprego não me faz sentir vergonha, comecei a gostar muito. É o melhor serviço que já tive até
hoje”, diz Alves, sobre a profissão de gari.
Tales Gari tem tentado levar o assédio nas redes e nas ruas da melhor forma. “Estou tentando absorver
isso da melhor maneira, mas tem algumas situações complicadas. Tem gente que sai fora do padrão,
extrapola”, diz ele, referindo- se ao assédio.
Alves disse que as pessoas têm carinho por ele e, por isso, não fica com raiva e leva na esportiva cantadas
como “Ô, lá em casa” e “Vai recolher lixo lá em casa”. Mas não são apenas xavecos que ele ganha.
“Tem gente que passa de carro e me deseja sorte e sucesso no concurso”.
O gari ainda não fez nenhum trabalho como modelo e vai concorrer ao homem mais bonito de Belo
Horizonte.
(Por Mikaela Salachenski, G1 Minas. Belo Horizonte 27/08/2020 06h00. Atualizado há um ano. Adaptado)
De acordo com o texto, havia alguns meses que Tales Gari estava off-line porque
Gari ‘gato’ que faz sucesso nas redes sociais vai concorrer ao ‘mister BH’
O gari Tales Alves ficou famoso, ganhou as ruas de Belo Horizonte (MG) e as redes sociais depois de
publicar um vídeo contando a sua profissão na internet.
“Às vezes, a ficha custa a cair. Para mim tudo é novo”, disse o gari.
Tales tem 30 anos e duas filhas, uma de 5 anos e outra de 12, a Júlia, que ajudou o pai a baixar o
aplicativo de vídeos e o ensinou a usar as ferramentas disponíveis na rede.
Há menos de cinco meses, ele não tinha perfil em nenhuma rede social. O motivo de ter se mantido off-
line na época é que ele tinha feito este combinado com quem namorava à época. Mas foi só criar um
perfil e publicar o primeiro vídeo que Alves já ficou famoso.
“Eu não tinha noção da proporção que ia tomar. Nas ruas, as pessoas estão me reconhecendo, pedindo
para tirar fotos.”
Tales Gari foi chamado para participar do concurso de mister BH. Ao todo, 30 homens concorrerão ao
título.
Alves já passou por diversas profissões. Ele já serviu à aeronáutica e já foi office boy, cobrador, repositor
de supermercado e, por fim, gari. Mas por que não modelo?
“Muita gente pergunta se eu sou modelo, mas ainda não”, diz o gari. Ele conta que vai tentar ao máximo
conciliar as duas coisas, que lutou muito pelo emprego que tem hoje e, por isso, ainda não pretende
deixá-lo. Ele trabalhava em um supermercado, quando viu, na empresa que recolhia lixo no local, uma
oportunidade de ganhar melhor e insistiu até conseguir uma vaga.
“O emprego não me faz sentir vergonha, comecei a gostar muito. É o melhor serviço que já tive até
hoje”, diz Alves, sobre a profissão de gari.
Tales Gari tem tentado levar o assédio nas redes e nas ruas da melhor forma. “Estou tentando absorver
isso da melhor maneira, mas tem algumas situações complicadas. Tem gente que sai fora do padrão,
extrapola”, diz ele, referindo- se ao assédio.
Alves disse que as pessoas têm carinho por ele e, por isso, não fica com raiva e leva na esportiva cantadas
como “Ô, lá em casa” e “Vai recolher lixo lá em casa”. Mas não são apenas xavecos que ele ganha.
“Tem gente que passa de carro e me deseja sorte e sucesso no concurso”.
O gari ainda não fez nenhum trabalho como modelo e vai concorrer ao homem mais bonito de Belo
Horizonte.
(Por Mikaela Salachenski, G1 Minas. Belo Horizonte 27/08/2020 06h00. Atualizado há um ano. Adaptado)
Gari ‘gato’ que faz sucesso nas redes sociais vai concorrer ao ‘mister BH’
O gari Tales Alves ficou famoso, ganhou as ruas de Belo Horizonte (MG) e as redes sociais depois de
publicar um vídeo contando a sua profissão na internet.
“Às vezes, a ficha custa a cair. Para mim tudo é novo”, disse o gari.
Tales tem 30 anos e duas filhas, uma de 5 anos e outra de 12, a Júlia, que ajudou o pai a baixar o
aplicativo de vídeos e o ensinou a usar as ferramentas disponíveis na rede.
Há menos de cinco meses, ele não tinha perfil em nenhuma rede social. O motivo de ter se mantido off-
line na época é que ele tinha feito este combinado com quem namorava à época. Mas foi só criar um
perfil e publicar o primeiro vídeo que Alves já ficou famoso.
“Eu não tinha noção da proporção que ia tomar. Nas ruas, as pessoas estão me reconhecendo, pedindo
para tirar fotos.”
Tales Gari foi chamado para participar do concurso de mister BH. Ao todo, 30 homens concorrerão ao
título.
Alves já passou por diversas profissões. Ele já serviu à aeronáutica e já foi office boy, cobrador, repositor
de supermercado e, por fim, gari. Mas por que não modelo?
“Muita gente pergunta se eu sou modelo, mas ainda não”, diz o gari. Ele conta que vai tentar ao máximo
conciliar as duas coisas, que lutou muito pelo emprego que tem hoje e, por isso, ainda não pretende
deixá-lo. Ele trabalhava em um supermercado, quando viu, na empresa que recolhia lixo no local, uma
oportunidade de ganhar melhor e insistiu até conseguir uma vaga.
“O emprego não me faz sentir vergonha, comecei a gostar muito. É o melhor serviço que já tive até
hoje”, diz Alves, sobre a profissão de gari.
Tales Gari tem tentado levar o assédio nas redes e nas ruas da melhor forma. “Estou tentando absorver
isso da melhor maneira, mas tem algumas situações complicadas. Tem gente que sai fora do padrão,
extrapola”, diz ele, referindo- se ao assédio.
Alves disse que as pessoas têm carinho por ele e, por isso, não fica com raiva e leva na esportiva cantadas
como “Ô, lá em casa” e “Vai recolher lixo lá em casa”. Mas não são apenas xavecos que ele ganha.
“Tem gente que passa de carro e me deseja sorte e sucesso no concurso”.
O gari ainda não fez nenhum trabalho como modelo e vai concorrer ao homem mais bonito de Belo
Horizonte.
(Por Mikaela Salachenski, G1 Minas. Belo Horizonte 27/08/2020 06h00. Atualizado há um ano. Adaptado)
“Hagar, o Horrível”, um guerreiro viking que sempre tenta invadir a Inglaterra, é o nome do personagem
principal de uma tira em quadrinhos, criada em 1973 por Dik Browne.
“Hagar, o Horrível”, um guerreiro viking que sempre tenta invadir a Inglaterra, é o nome do personagem
principal de uma tira em quadrinhos, criada em 1973 por Dik Browne.
De acordo com a segunda pergunta feita por Hagar - "ou porque você luta sujo?" -, é correto afirmar que
chamam Dirk de “sujo” porque ele
a) vive querendo brigar.
b) anda diariamente tenso.
c) vence todas as disputas.
d) é traiçoeiro quando luta.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em seu discurso anual ressaltou a ideia que
tem vertebrado suas entrevistas: levar a Europa a um futuro cada vez mais “verde” e “digital”.
As duas palavras resumem as linhas mestras da política e da economia no futuro. Não é possível fugir à
revolução digital que, nos últimos 30 anos, transformou o mundo. Já há algum tempo a lista das
principais empresas do planeta não é encabeçada por companhias petrolíferas ou de varejo. Apple,
Google, Microsoft, Amazon e Facebook revezam-se nos cinco primeiros lugares. Todas americanas – os
Estados Unidos lideram a revolução digital.
A Europa, por sua vez, quer ser líder na transição para a economia verde. “Existem alguns valores que
se tornaram transnacionais, e a preservação do planeta é um deles”, diz Cesar Rodríguez-Garavito,
professor da Universidade de Nova York. O combate às mudanças climáticas exige a colaboração entre
países. Nada mais natural que uma união de nações dê o pontapé inicial.
Lapidado ao longo dos últimos anos, o “European Green Deal” é ambicioso. Seguidas suas diretrizes,
negócios relacionados com extração de petróleo e fabricação de carros a gasolina deixarão de existir
até meados da próxima década. A ideia é criar círculos virtuosos. Um exemplo: gigantes como a sueca
Ikea, marca de lojas de móveis, só trabalham com fornecedores de madeira certificada. O objetivo é
inviabilizar, na cadeia global, os que não seguirem as regras sustentáveis.
Numa nova economia com valores compartilhados, a política também vem sendo reinventada. Há um
protagonismo crescente da sociedade civil transnacional. Ela congrega atores de diversos países e atua
em rede, valendo-se dos recursos da tecnologia. Como no discurso de Von der Leyen, as palavras “verde”
e “digital” caminham juntas.
Para Rodríguez-Garavito, tais redes incorporam não apenas organizações não governamentais, mas
também universidades e a imprensa independente. Cada uma em seu papel, tendo o conhecimento
como arma. Há uma nova forma – digital, verde, colaborativa e globalizada – de pensar a política e a
economia atuais.
Uma pesquisa mostra que 86% dos brasileiros entre 16 e 24 anos estão preocupados com as mudanças
climáticas, ou seja, a causa ambiental é a mais forte entre os jovens. Trata-se de uma notícia ruim para
os políticos (à esquerda e à direita) que demonizam a sociedade civil. Enquanto o mundo inteligente
avança, eles prendem seus países no lodo do atraso – e perdem, no caminho, a conexão com os eleitores
do futuro.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em seu discurso anual ressaltou a ideia que
tem vertebrado suas entrevistas: levar a Europa a um futuro cada vez mais “verde” e “digital”.
As duas palavras resumem as linhas mestras da política e da economia no futuro. Não é possível fugir à
revolução digital que, nos últimos 30 anos, transformou o mundo. Já há algum tempo a lista das
principais empresas do planeta não é encabeçada por companhias petrolíferas ou de varejo. Apple,
Google, Microsoft, Amazon e Facebook revezam-se nos cinco primeiros lugares. Todas americanas – os
Estados Unidos lideram a revolução digital.
A Europa, por sua vez, quer ser líder na transição para a economia verde. “Existem alguns valores que
se tornaram transnacionais, e a preservação do planeta é um deles”, diz Cesar Rodríguez-Garavito,
professor da Universidade de Nova York. O combate às mudanças climáticas exige a colaboração entre
países. Nada mais natural que uma união de nações dê o pontapé inicial.
Lapidado ao longo dos últimos anos, o “European Green Deal” é ambicioso. Seguidas suas diretrizes,
negócios relacionados com extração de petróleo e fabricação de carros a gasolina deixarão de existir
até meados da próxima década. A ideia é criar círculos virtuosos. Um exemplo: gigantes como a sueca
Ikea, marca de lojas de móveis, só trabalham com fornecedores de madeira certificada. O objetivo é
inviabilizar, na cadeia global, os que não seguirem as regras sustentáveis.
Numa nova economia com valores compartilhados, a política também vem sendo reinventada. Há um
protagonismo crescente da sociedade civil transnacional. Ela congrega atores de diversos países e atua
em rede, valendo-se dos recursos da tecnologia. Como no discurso de Von der Leyen, as palavras “verde”
e “digital” caminham juntas.
Para Rodríguez-Garavito, tais redes incorporam não apenas organizações não governamentais, mas
também universidades e a imprensa independente. Cada uma em seu papel, tendo o conhecimento
como arma. Há uma nova forma – digital, verde, colaborativa e globalizada – de pensar a política e a
economia atuais.
Uma pesquisa mostra que 86% dos brasileiros entre 16 e 24 anos estão preocupados com as mudanças
climáticas, ou seja, a causa ambiental é a mais forte entre os jovens. Trata-se de uma notícia ruim para
os políticos (à esquerda e à direita) que demonizam a sociedade civil. Enquanto o mundo inteligente
avança, eles prendem seus países no lodo do atraso – e perdem, no caminho, a conexão com os eleitores
do futuro.
No 4o parágrafo, afirma-se que “A ideia é criar círculos virtuosos”. Pode-se concluir corretamente que
uma das consequências de círculos virtuosos seria
a) a economia avançar rapidamente de forma não sustentável.
b) o consumo das famílias restringir-se a bens de primeira necessidade.
Pesquisador do laboratório, Raphael Bergamini afirmou que o tecido tem grande potencial de
funcionamento em situações de exposição à doença: “Por ter essa inativação tão rápida do vírus, as
chances de contaminação da doença caem muito. Se um médico que tem contato com pacientes
contaminados manuseia a máscara e coça os olhos, por exemplo, o vírus já teria sido neutralizado,
porque essa estrutura funciona não só como uma barreira física, mas química também”.
Além da produção de máscaras, aventais e outros equipamentos para profissionais da Saúde, o tecido
representa uma mudança de cenário. “Uma vez que o protocolo de produção é homologado e está
testado, ele condiciona a indústria têxtil, não só da parte fashion, mas também a logística. Provadores
de loja, cortinas de teatro, assentos de avião... Se nós aplicarmos esse químico, dá uma proteção e
tranquilidade maior para as pessoas que estão frequentando o ambiente. Tirando a parte hospitalar, a
gente vislumbra outros mercados e toda uma mudança de cenário”, explicou o coordenador Adriano
Passos.
Por ser um material com bom custo-benefício, o acesso pode ser mais fácil. Raphael Bergamini ressaltou
a importância dessa facilitação: “Nós auxiliamos o laboratório nesse projeto de aplicação química e na
estruturação, e eles já estão produzindo. O preço é acessível, muito mais do que a prata utilizada em
outros tecidos. E nós vamos doar uma produção-piloto que fizemos para hospitais. É tudo muito novo,
então ainda estamos decidindo para onde doar”
Pesquisador do laboratório, Raphael Bergamini afirmou que o tecido tem grande potencial de
funcionamento em situações de exposição à doença: “Por ter essa inativação tão rápida do vírus, as
chances de contaminação da doença caem muito. Se um médico que tem contato com pacientes
contaminados manuseia a máscara e coça os olhos, por exemplo, o vírus já teria sido neutralizado,
porque essa estrutura funciona não só como uma barreira física, mas química também”.
Além da produção de máscaras, aventais e outros equipamentos para profissionais da Saúde, o tecido
representa uma mudança de cenário. “Uma vez que o protocolo de produção é homologado e está
testado, ele condiciona a indústria têxtil, não só da parte fashion, mas também a logística. Provadores
de loja, cortinas de teatro, assentos de avião... Se nós aplicarmos esse químico, dá uma proteção e
tranquilidade maior para as pessoas que estão frequentando o ambiente. Tirando a parte hospitalar, a
gente vislumbra outros mercados e toda uma mudança de cenário”, explicou o coordenador Adriano
Passos.
Por ser um material com bom custo-benefício, o acesso pode ser mais fácil. Raphael Bergamini ressaltou
a importância dessa facilitação: “Nós auxiliamos o laboratório nesse projeto de aplicação química e na
estruturação, e eles já estão produzindo. O preço é acessível, muito mais do que a prata utilizada em
outros tecidos. E nós vamos doar uma produção-piloto que fizemos para hospitais. É tudo muito novo,
então ainda estamos decidindo para onde doar”
Pesquisador do laboratório, Raphael Bergamini afirmou que o tecido tem grande potencial de
funcionamento em situações de exposição à doença: “Por ter essa inativação tão rápida do vírus, as
chances de contaminação da doença caem muito. Se um médico que tem contato com pacientes
contaminados manuseia a máscara e coça os olhos, por exemplo, o vírus já teria sido neutralizado,
porque essa estrutura funciona não só como uma barreira física, mas química também”.
Além da produção de máscaras, aventais e outros equipamentos para profissionais da Saúde, o tecido
representa uma mudança de cenário. “Uma vez que o protocolo de produção é homologado e está
testado, ele condiciona a indústria têxtil, não só da parte fashion, mas também a logística. Provadores
de loja, cortinas de teatro, assentos de avião... Se nós aplicarmos esse químico, dá uma proteção e
tranquilidade maior para as pessoas que estão frequentando o ambiente. Tirando a parte hospitalar, a
gente vislumbra outros mercados e toda uma mudança de cenário”, explicou o coordenador Adriano
Passos.
Por ser um material com bom custo-benefício, o acesso pode ser mais fácil. Raphael Bergamini ressaltou
a importância dessa facilitação: “Nós auxiliamos o laboratório nesse projeto de aplicação química e na
estruturação, e eles já estão produzindo. O preço é acessível, muito mais do que a prata utilizada em
outros tecidos. E nós vamos doar uma produção-piloto que fizemos para hospitais. É tudo muito novo,
então ainda estamos decidindo para onde doar”
Pesquisador do laboratório, Raphael Bergamini afirmou que o tecido tem grande potencial de
funcionamento em situações de exposição à doença: “Por ter essa inativação tão rápida do vírus, as
chances de contaminação da doença caem muito. Se um médico que tem contato com pacientes
contaminados manuseia a máscara e coça os olhos, por exemplo, o vírus já teria sido neutralizado,
porque essa estrutura funciona não só como uma barreira física, mas química também”.
Além da produção de máscaras, aventais e outros equipamentos para profissionais da Saúde, o tecido
representa uma mudança de cenário. “Uma vez que o protocolo de produção é homologado e está
testado, ele condiciona a indústria têxtil, não só da parte fashion, mas também a logística. Provadores
de loja, cortinas de teatro, assentos de avião... Se nós aplicarmos esse químico, dá uma proteção e
tranquilidade maior para as pessoas que estão frequentando o ambiente. Tirando a parte hospitalar, a
gente vislumbra outros mercados e toda uma mudança de cenário”, explicou o coordenador Adriano
Passos.
Por ser um material com bom custo-benefício, o acesso pode ser mais fácil. Raphael Bergamini ressaltou
a importância dessa facilitação: “Nós auxiliamos o laboratório nesse projeto de aplicação química e na
estruturação, e eles já estão produzindo. O preço é acessível, muito mais do que a prata utilizada em
outros tecidos. E nós vamos doar uma produção-piloto que fizemos para hospitais. É tudo muito novo,
então ainda estamos decidindo para onde doar”
Pesquisador do laboratório, Raphael Bergamini afirmou que o tecido tem grande potencial de
funcionamento em situações de exposição à doença: “Por ter essa inativação tão rápida do vírus, as
chances de contaminação da doença caem muito. Se um médico que tem contato com pacientes
contaminados manuseia a máscara e coça os olhos, por exemplo, o vírus já teria sido neutralizado,
porque essa estrutura funciona não só como uma barreira física, mas química também”.
Além da produção de máscaras, aventais e outros equipamentos para profissionais da Saúde, o tecido
representa uma mudança de cenário. “Uma vez que o protocolo de produção é homologado e está
testado, ele condiciona a indústria têxtil, não só da parte fashion, mas também a logística. Provadores
de loja, cortinas de teatro, assentos de avião... Se nós aplicarmos esse químico, dá uma proteção e
tranquilidade maior para as pessoas que estão frequentando o ambiente. Tirando a parte hospitalar, a
gente vislumbra outros mercados e toda uma mudança de cenário”, explicou o coordenador Adriano
Passos.
Por ser um material com bom custo-benefício, o acesso pode ser mais fácil. Raphael Bergamini ressaltou
a importância dessa facilitação: “Nós auxiliamos o laboratório nesse projeto de aplicação química e na
estruturação, e eles já estão produzindo. O preço é acessível, muito mais do que a prata utilizada em
outros tecidos. E nós vamos doar uma produção-piloto que fizemos para hospitais. É tudo muito novo,
então ainda estamos decidindo para onde doar”
No segundo parágrafo, a partir do exemplo fornecido, pode-se inferir que o tecido tem a propriedade
de:
a) promover a cura de pacientes infectados
b) disseminar uma versão leve do vírus
c) diminuir o contágio pelo toque
d) evitar o diálogo entre pessoas
Pesquisador do laboratório, Raphael Bergamini afirmou que o tecido tem grande potencial de
funcionamento em situações de exposição à doença: “Por ter essa inativação tão rápida do vírus, as
chances de contaminação da doença caem muito. Se um médico que tem contato com pacientes
contaminados manuseia a máscara e coça os olhos, por exemplo, o vírus já teria sido neutralizado,
porque essa estrutura funciona não só como uma barreira física, mas química também”.
Além da produção de máscaras, aventais e outros equipamentos para profissionais da Saúde, o tecido
representa uma mudança de cenário. “Uma vez que o protocolo de produção é homologado e está
testado, ele condiciona a indústria têxtil, não só da parte fashion, mas também a logística. Provadores
de loja, cortinas de teatro, assentos de avião... Se nós aplicarmos esse químico, dá uma proteção e
tranquilidade maior para as pessoas que estão frequentando o ambiente. Tirando a parte hospitalar, a
gente vislumbra outros mercados e toda uma mudança de cenário”, explicou o coordenador Adriano
Passos.
Por ser um material com bom custo-benefício, o acesso pode ser mais fácil. Raphael Bergamini ressaltou
a importância dessa facilitação: “Nós auxiliamos o laboratório nesse projeto de aplicação química e na
estruturação, e eles já estão produzindo. O preço é acessível, muito mais do que a prata utilizada em
outros tecidos. E nós vamos doar uma produção-piloto que fizemos para hospitais. É tudo muito novo,
então ainda estamos decidindo para onde doar”
Você provavelmente se lembra da famosa frase de escola: “Um bom livro é um bom amigo”. Quem
nunca passou uma tarde na companhia de uma leitura que o fez recarregar as baterias e se sentir leve
e inspirado? Vamos falar como os livros podem até aumentar sua expectativa de vida.
Um dos sentimentos que temos ao ler um bom livro é a sensação de estarmos imersos na história, criando
uma conexão mais forte com personagens e acontecimentos nos quais elas se envolvem. Um estudo da
Universidade de Buffalo, feito com 140 estudantes, mostrou que, após meia hora de leitura, os alunos
relataram se tornar parte do mundo dos personagens e ter sentimentos de satisfação semelhantes aos
que temos durante interações sociais do mundo real. Curioso, né?
Outra pesquisa verificou que, além de mexer com as nossas emoções, a leitura pode melhorar a
qualidade de vida. De acordo com análise feita a partir da neurociência, a leitura é benéfica para
melhorar nossas habilidades intelectuais, pois ela estimula a cognição social. Para esclarecer, a cognição
social está relacionada à forma como processamos e armazenamos a informação.
A importância de manter o hábito de leitura em dia pode trazer mais benefício do que imaginamos.
Nesse sentido, um bom escritor é também um bom leitor, pois a leitura de outras obras faz o autor se
apoderar de novas formas de aumentar seu vocabulário, melhorar sua capacidade de raciocínio e
conhecimento na área. Escrever sua obra é deixar um legado no mundo. E, para alcançar esse objetivo,
a leitura é fundamental.
É correto afirmar que a frase retirada do texto que contém uma opinião é
a) “Um dos sentimentos que temos ao ler um bom livro é a sensação de estarmos imersos na história
(...).”
b) “Outra pesquisa verificou que, além de mexer com as nossas emoções, a leitura pode melhorar a
qualidade de vida.”
c) “Para esclarecer, a cognição social está relacionada à forma como processamos e armazenamos a
informação.”
d) “Um estudo da Universidade de Buffalo, feito com 140 estudantes, mostrou que, após meia hora de
leitura, os alunos relataram se tornar parte do mundo dos personagens (...).”
Considerando-se a leitura do texto Uma história de outro jeito, é correto afirmar que
a) o beija-flor procurava em outras flores a sua violeta.
b) a violeta e o beija-flor se apaixonaram um pelo outro.
c) outros beija-flores beijavam a violeta porque ela se exibia.
d) não há como um beija-flor e uma violeta preferirem um ao outro.
Somente o trabalho cria riqueza, o objetivo último do desenvolvimento. É certo que, caso se desejasse
sumariar em uma única expressão o significado de desenvolvimento, se diria que o seu processo consiste
no aumento continuado da produtividade do trabalho. É por meio do aumento do produto por
trabalhador, propiciado pelo aumento da produtividade do trabalho, que se geram os recursos
necessários que tornam possível atingir as demais dimensões do desenvolvimento. Sem esse
crescimento, não há desenvolvimento, embora às vezes o crescimento não propicie o desenvolvimento
em suas demais dimensões — redução contínua da pobreza, melhoria da saúde e da educação da
população e aumento da expectativa de vida, entre tantas outras.
Certamente não há escassez de estratégias de desenvolvimento, e elas estão disponíveis para quem
delas quiser tomar conhecimento. Lembrou-nos recentemente Delfim Netto que Adam Smith, em
Riqueza das Nações (1776), sumariava o seu receituário para o crescimento (a “riqueza das nações”)
em poucas e simples proposições. Primeiro, a carga tributária deve ser leve. Segundo, com os recursos
tributários arrecadados, deve-se assegurar a paz interna, já que cabe ao Estado o monopólio do uso da
força para fazer valer o Estado de direito; fazer valer o Estado de direito significa proteger o direito à
propriedade privada, garantir a aplicação da justiça e construir e manter a infraestrutura de uso comum.
Por fim, deve-se estimular a competição entre os agentes econômicos, salvaguardando-se os mercados
livres e punindo-se os monopólios. No dizer de Delfim, “quando isso se realiza, o crescimento econômico
acontece quase por gravidade: será o resultado da ação dos empresários em busca do lucro e do
comportamento dos consumidores na busca de melhor e maior satisfação de suas necessidades. Elas se
harmonizam pela liberdade de escolha de cada um por meio do sistema de preços dos fatores de
produção e dos bens de consumo”.
Essas mesmas ideias simples eram moeda corrente em nosso país pela época da Independência. A
primeira tradução da obra Riqueza das Nações surgiu na Espanha, em 1794, e a obra de José da Silva
Lisboa, o futuro Visconde Cairu, foi significativamente influenciada por Smith, especialmente os seus
Princípios de Economia Política (1804). Mas também tiveram a mesma influência a Memória dos
Benefícios Políticos do Governo de El-Rei Nosso Senhor D. João VI (1818) e, particularmente, os seus
Estudos sobre o Bem Comum (18191820). Com as ideias simples smithianas, Cairu, ao proclamar o
“deixai fazer, deixai passar, deixai vender”, de Gournay, legou-nos a abertura dos portos, a liberdade
da indústria e a fundação de nosso primeiro banco. Não pouca coisa.
Roberto Fendt. Desenvolvimento é o aumento persistente da produtividade do trabalho. In: João Sicsú e Armando Castelar (orgs. ).
Sociedade e economia: estratégias de crescimento e desenvolvimento. Brasília: IPEA, 2009 (com adaptações).
Somente o trabalho cria riqueza, o objetivo último do desenvolvimento. É certo que, caso se desejasse
sumariar em uma única expressão o significado de desenvolvimento, se diria que o seu processo consiste
no aumento continuado da produtividade do trabalho. É por meio do aumento do produto por
trabalhador, propiciado pelo aumento da produtividade do trabalho, que se geram os recursos
necessários que tornam possível atingir as demais dimensões do desenvolvimento. Sem esse
crescimento, não há desenvolvimento, embora às vezes o crescimento não propicie o desenvolvimento
em suas demais dimensões — redução contínua da pobreza, melhoria da saúde e da educação da
população e aumento da expectativa de vida, entre tantas outras.
Certamente não há escassez de estratégias de desenvolvimento, e elas estão disponíveis para quem
delas quiser tomar conhecimento. Lembrou-nos recentemente Delfim Netto que Adam Smith, em
Riqueza das Nações (1776), sumariava o seu receituário para o crescimento (a “riqueza das nações”)
em poucas e simples proposições. Primeiro, a carga tributária deve ser leve. Segundo, com os recursos
tributários arrecadados, deve-se assegurar a paz interna, já que cabe ao Estado o monopólio do uso da
força para fazer valer o Estado de direito; fazer valer o Estado de direito significa proteger o direito à
propriedade privada, garantir a aplicação da justiça e construir e manter a infraestrutura de uso comum.
Por fim, deve-se estimular a competição entre os agentes econômicos, salvaguardando-se os mercados
livres e punindo-se os monopólios. No dizer de Delfim, “quando isso se realiza, o crescimento econômico
acontece quase por gravidade: será o resultado da ação dos empresários em busca do lucro e do
comportamento dos consumidores na busca de melhor e maior satisfação de suas necessidades. Elas se
harmonizam pela liberdade de escolha de cada um por meio do sistema de preços dos fatores de
produção e dos bens de consumo”.
Essas mesmas ideias simples eram moeda corrente em nosso país pela época da Independência. A
primeira tradução da obra Riqueza das Nações surgiu na Espanha, em 1794, e a obra de José da Silva
Lisboa, o futuro Visconde Cairu, foi significativamente influenciada por Smith, especialmente os seus
Princípios de Economia Política (1804). Mas também tiveram a mesma influência a Memória dos
Benefícios Políticos do Governo de El-Rei Nosso Senhor D. João VI (1818) e, particularmente, os seus
Estudos sobre o Bem Comum (18191820). Com as ideias simples smithianas, Cairu, ao proclamar o
“deixai fazer, deixai passar, deixai vender”, de Gournay, legou-nos a abertura dos portos, a liberdade
da indústria e a fundação de nosso primeiro banco. Não pouca coisa.
Roberto Fendt. Desenvolvimento é o aumento persistente da produtividade do trabalho. In: João Sicsú e Armando Castelar (orgs.).
Sociedade e economia: estratégias de crescimento e desenvolvimento. Brasília: IPEA, 2009 (com adaptações).
A Terra é chata
Estou a fim de concordar com os terraplanistas. Mas, antes, meu cérebro terá de virar uma pizza
Um novo planeta foi descoberto por um satélite da Nasa. Fica na primeira galáxia à direita depois do
Sol, a cem anos-luz daqui. É um pouquinho maior que a terra e, como se constatou, redondo, em forma
de globo.
Também como a Terra, gira em torno de si mesmo e de uma estrela e é dilatado nos polos e achatado
no Equador, ou vice-versa. Eles o estão chamando de TOI 700 d, sendo TOI a sigla em inglês para “Objeto
de Interesse do Tess”. Tess é a nova sensação das varreduras espaciais: um satélite caça-planetas. Desde
que entrou em ação, em 2018, já achou três.
Para descobrir um planeta, o Tess passa 27 dias observando uma estrela, de olho em qualquer oscilação
de seu brilho. O que, se acontecer, terá sido provocado pela passagem de um corpo celeste —um
planeta— ao redor dela. A vida é meio parada no espaço, donde não há outras opções. Mas, para não
restar dúvida, exige-se que tal oscilação se dê pelo menos três vezes. Cada operação congrega um
batalhão de cientistas, quase todos nóbeis, fazendo cálculos fora do alcance da nossa aritmética escolar.
Pois é armado dessa aritmética de ábaco e de contar nos dedos que um grupo de novos pitecantropos
afirma que a Terra é plana, não esférica. São os terraplanistas. Indiferentes a 2.500 anos de
ensinamentos por gente como Pitágoras, Aristóteles, Copérnico, Kepler, Galileu, Newton e Einstein,
seus argumentos são os de uma criança de babador. Para eles, a terra é chata e em forma de pizza,
como se pode constatar, dizem, olhando pela janela do avião.
Os cientistas de toda parte e de todos os tempos nos mentiram. As estações espaciais que, lá de cima,
nos veem redondos e esféricos, não existem. A nasa é um estúdio de efeitos especiais. A lua também é
chata. Marte, Vênus, Júpiter, idem. Eles acreditam nisso.
Estou propenso a concordar. Mas, antes, meu cérebro também terá de virar uma pizza.
CASTRO, Ruy. A terra é chata. Folha de S.Paulo. São Paulo, 20 jan. 2020. Disponível em: <
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/ 2020/01/a-terra-e-chata.shtml>. Acesso em: 8 fev. 2020.
II – A tese central do autor é evidenciar que a crença dos terraplanistas tem fundamento científico.
III – O autor concorda com os terraplanistas, pois chega a comparar os argumentos destes com os
de “uma criança de babador”.
IV – Duas frases do autor denotam que ele é partidário da crença de que a Terra é plana: Estou a
fim de concordar com os terraplanistas [subtítulo] e Estou propenso a concordar [último
parágrafo].
A Terra é chata
Estou a fim de concordar com os terraplanistas. Mas, antes, meu cérebro terá de virar uma pizza
Um novo planeta foi descoberto por um satélite da Nasa. Fica na primeira galáxia à direita depois do
Sol, a cem anos-luz daqui. É um pouquinho maior que a terra e, como se constatou, redondo, em forma
de globo.
Também como a Terra, gira em torno de si mesmo e de uma estrela e é dilatado nos polos e achatado
no Equador, ou vice-versa. Eles o estão chamando de TOI 700 d, sendo TOI a sigla em inglês para “Objeto
de Interesse do Tess”. Tess é a nova sensação das varreduras espaciais: um satélite caça-planetas. Desde
que entrou em ação, em 2018, já achou três.
Para descobrir um planeta, o Tess passa 27 dias observando uma estrela, de olho em qualquer oscilação
de seu brilho. O que, se acontecer, terá sido provocado pela passagem de um corpo celeste —um
planeta— ao redor dela. A vida é meio parada no espaço, donde não há outras opções. Mas, para não
restar dúvida, exige-se que tal oscilação se dê pelo menos três vezes. Cada operação congrega um
batalhão de cientistas, quase todos nóbeis, fazendo cálculos fora do alcance da nossa aritmética escolar.
Pois é armado dessa aritmética de ábaco e de contar nos dedos que um grupo de novos pitecantropos
afirma que a Terra é plana, não esférica. São os terraplanistas. Indiferentes a 2.500 anos de
ensinamentos por gente como Pitágoras, Aristóteles, Copérnico, Kepler, Galileu, Newton e Einstein,
seus argumentos são os de uma criança de babador. Para eles, a terra é chata e em forma de pizza,
como se pode constatar, dizem, olhando pela janela do avião.
Os cientistas de toda parte e de todos os tempos nos mentiram. As estações espaciais que, lá de cima,
nos veem redondos e esféricos, não existem. A nasa é um estúdio de efeitos especiais. A lua também é
chata. Marte, Vênus, Júpiter, idem. Eles acreditam nisso.
Estou propenso a concordar. Mas, antes, meu cérebro também terá de virar uma pizza.
CASTRO, Ruy. A terra é chata. Folha de S.Paulo. São Paulo, 20 jan. 2020. Disponível em: <
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/ 2020/01/a-terra-e-chata.shtml>. Acesso em: 8 fev. 2020.
A última frase do texto de Castro, “Mas, antes, meu cérebro também terá de virar uma pizza.”, cria o
efeito de sentido de
a) assentimento.
b) indignação.
c) êxtase.
d) sarcasmo.
A Terra é chata
Estou a fim de concordar com os terraplanistas. Mas, antes, meu cérebro terá de virar uma pizza
Um novo planeta foi descoberto por um satélite da Nasa. Fica na primeira galáxia à direita depois do
Sol, a cem anos-luz daqui. É um pouquinho maior que a terra e, como se constatou, redondo, em forma
de globo.
Também como a Terra, gira em torno de si mesmo e de uma estrela e é dilatado nos polos e achatado
no Equador, ou vice-versa. Eles o estão chamando de TOI 700 d, sendo TOI a sigla em inglês para “Objeto
de Interesse do Tess”. Tess é a nova sensação das varreduras espaciais: um satélite caça-planetas. Desde
que entrou em ação, em 2018, já achou três.
Para descobrir um planeta, o Tess passa 27 dias observando uma estrela, de olho em qualquer oscilação
de seu brilho. O que, se acontecer, terá sido provocado pela passagem de um corpo celeste —um
planeta— ao redor dela. A vida é meio parada no espaço, donde não há outras opções. Mas, para não
restar dúvida, exige-se que tal oscilação se dê pelo menos três vezes. Cada operação congrega um
batalhão de cientistas, quase todos nóbeis, fazendo cálculos fora do alcance da nossa aritmética escolar.
Pois é armado dessa aritmética de ábaco e de contar nos dedos que um grupo de novos pitecantropos
afirma que a Terra é plana, não esférica. São os terraplanistas. Indiferentes a 2.500 anos de
ensinamentos por gente como Pitágoras, Aristóteles, Copérnico, Kepler, Galileu, Newton e Einstein,
seus argumentos são os de uma criança de babador. Para eles, a terra é chata e em forma de pizza,
como se pode constatar, dizem, olhando pela janela do avião.
Os cientistas de toda parte e de todos os tempos nos mentiram. As estações espaciais que, lá de cima,
nos veem redondos e esféricos, não existem. A nasa é um estúdio de efeitos especiais. A lua também é
chata. Marte, Vênus, Júpiter, idem. Eles acreditam nisso.
Estou propenso a concordar. Mas, antes, meu cérebro também terá de virar uma pizza.
CASTRO, Ruy. A terra é chata. Folha de S.Paulo. São Paulo, 20 jan. 2020. Disponível em: <
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/ 2020/01/a-terra-e-chata.shtml>. Acesso em: 8 fev. 2020.
I – No seguinte período do texto, “Para eles, a Terra é chata e em forma de pizza, como se pode
constatar, dizem, olhando pela janela do avião.”, o uso da oração intercalada “dizem” cria o
efeito de sentido de distanciamento entre o discurso do autor e o discurso dos terraplanistas
PORQUE
Um dia, uma pequena abertura apareceu num casulo; um homem sentou e observou a borboleta por
várias horas, enquanto ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno
buraco. Então, pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso. Parecia que ela tinha ido o
mais longe que podia e não conseguia ir além.
O homem decidiu ajudar a borboleta: ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta
então saiu facilmente. Mas seu pequeno corpo estava murcho e tinha as asas amassadas. O homem
continuou a observar a borboleta porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se
abrissem e se esticassem para serem capazes de suportar o corpo, que iria se afirmar a tempo. Nada
aconteceu!
Na verdade, a borboleta passou o resto de sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas.
Ela nunca foi capaz de voar. O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendia,
era que o casulo apertado e o esforço da borboleta para passar através da pequena abertura eram
necessários para que o fluido do corpo da borboleta fosse para as asas, de modo que ela estaria pronta
para voar, uma vez que estivesse livre do casulo.
Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida. Se vivêssemos sem quaisquer
obstáculos, não seriamos tão fortes e nunca poderiamos voar... Que a vida seja um eterno desafio, pois
só assim voar será realmente possível.
Leia atentamente o texto “A Lição da Borboleta”. A primeira vista, textos enquadrados no gênero
textual crônica são aparentemente simples, mas podem apresentar severas críticas sociais. Nesse caso
específico, há a famosa “moral da história”. Assinale dentre as alternativas abaixo a que apresenta a
moral da história do texto.
a) Os homens são providos de gentileza e de vontade de ajudar.
b) A natureza é sábia, assim sendo, a interferência do homem é desnecessária.
c) Se vivêssemos sem quaisquer obstáculos, seriamos ainda mais fortes, pois poderiamos desenvolver
habilidades que não desenvolvemos até agora.
d) Não se pode desanimar frente aos obstáculos da vida, muitas vezes, eles são necessários para o seu
desenvolvimento.
O Texto 3, trata-se de uma crítica a uma situação de conflito diplomático ocorrida durante a pandemia
de coronavírus no Brasil. Nesse sentido, o autor se utiliza desse gênero textual específico para criticar
e denunciar:
a) o diagnóstico médico equivocado acerca da enfermidade de seu paciente.
b) que os chineses disseminaram o coronavírus pelo mundo.
c) que o coronavírus se propagou no mundo por conta do consumo de morcegos.
d) atitudes, reações e falas xenofóbicas em ataque ao povo chinês.
e) que o coronavírus pode ser provocado pela xenofobia.
Questão 291: CPCON UEPB - O Texto 4 consiste em post feito pela contista esperancense Vanuza
Duarte, em seu perfil na rede social Instagram. O Texto 5, por sua vez, traz uma notícia do site G1
sobre a situação da fome no Brasil. Sua leitura é necessária para responder a questão:
TEXTO 4:
TEXTO 5:
Fila para conseguir doação de ossos é flagrante da luta de famílias brasileiras contra a fome
Dezenove milhões de brasileiros acordam atualmente sem saber se vão conseguir alguma refeição para
o dia. Dois anos atrás, eram 10 milhões.
Dezenove milhões de brasileiros acordam atualmente sem saber se vão conseguir alguma refeição para
o dia. Dois anos atrás, eram 10 milhões. [...]
Em Cuiabá, uma cena chama atenção: a distribuição de pedaços de ossos com retalhos de carne tem
formado filas. O açougue, que distribui os ossos há dez anos, diz que isso acontecia antes apenas uma
vez por semana e, agora, são três. A crise provocada pela pandemia só fez a fila crescer.
Desde o início da pandemia, o arroz ficou 56% mais caro e o preço do feijão preto aumentou 71%. A
saída para muitos brasileiros tem sido os grãos de segunda linha, como arroz fragmentado e feijão
bandinha, que vem quebrados e com mais impureza.
A auxiliar de serviços gerais Catia Barbosa Gomes, que está desempregada e conta apenas com R$ 260
do Bolsa Família para alimentar os três filhos, é uma delas. "O feijão bandinha deve estar uns três ou
quatro reais. O outro tá oito reais", conta.
Do ponto de vista dos fatores da textualidade, podemos afirmar que o Texto 5 tem como
intencionalidade:
a) noticiar o fato de que pessoas estão enfrentando filas em açougues para conseguirem doação de
ossos e completar a refeição familiar.
b) fazer uma análise da situação da pandemia no Brasil e seus impactos sobre a renda familiar dos
brasileiros.
c) trazer um quadro do mapa da fome no Brasil, tomando como escopo a situação de brasileiros que
vivem de comer restos de açougues.
d) criticar o descaso governamental no tocante aos investimentos em programas de combate à fome.
e) refletir acerca do aumento dos preços dos alimentos devido à inflação provocada pela pandemia de
COVID-19 e seus impactos na economia do país.
O Brasil não tem sorte com seus centenários. O primeiro, em 1922, teve de conviver com os restos da
devastação causada pela gripe espanhola, chegada ao país em 1918. O ano foi ainda marcado pela
primeira revolta tenentista e pela decretação do estado de sítio. O segundo centenário, a ocorrer neste
ano, virá na cauda de outra pandemia. As mudanças nesses 200 anos foram enormes. No entanto, os
analistas que se encarregaram do tema de nossa trajetória reconhecem que há mais continuidades do
que rupturas.
José Murilo de Carvalho. 200 anos de Brasil: pouco a celebrar, muito a questionar.
In: O Estado de S. Paulo, 1.º/1/2022, p. D20 (com adaptações).
Considerando o fragmento de texto anterior e aspectos da história do Brasil a ele relacionados, julgue
o item.
Infere-se do texto que, em dois séculos de vida nacional independente, não foi expressiva a
transformação ocorrida no país: mantiveram-se a economia agroexportadora, a baixa taxa de
urbanização e o pequeno acesso à educação, embora se tenha reduzido significativamente o problema
da desigualdade.
Certo
Errado
Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
Por deixarem evidentes desigualdades sociais mais amplas, as desigualdades digitais se tornaram outro
espaço de estratificação social da sociedade brasileira.
Certo
Errado
Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
O desenvolvimento de habilidades associadas aos usos das tecnologias constitui privilégio de parcela da
população do Brasil.
Certo
Errado
Só me resta assinalar que nossa querida UNB renasce — e renasce bem e em boas mãos — porque renasce
no Brasil a liberdade. A questão fundamental é a liberdade. Reitero: nossa tarefa é o Brasil, mas nossa
missão fundamental para que o Brasil se edifique para seu povo é a liberdade.
Tecendo a manhã
A partir do fragmento de texto, que compõe um discurso de Darcy Ribeiro, e do subsequente poema
apresentado, de João Cabral de Melo Neto, julgue o item.
Tanto o trecho do discurso quanto o poema apresentados relacionam aspectos coletivos da vida em
sociedade à exigência de responsabilidades individuais na construção de um futuro comum.
Certo
Errado
Questão 296: CPCON UEPB - Leia o texto a seguir, de modo a responder a questão.
MUDANÇA DE ROTA
Biden assina decretos e encaminha projeto de lei para reverter a danosa e cruel política de imigração
de Trump. Mas a abertura de fronteiras não virá tão cedo. CAIO SAAD E AMAND PÉCHY
[...] Cumprindo promessas de campanha, Biden, com suas canetadas, criou uma força-tarefa para
encontrar os pais de crianças separadas deles à força na fronteira, uma das heranças mais cruéis da era
Trump. Também ordenou uma revisão geral das normas impostas pelo governo anterior para restringir
os pedidos de asilo e, por fim, determinou uma ampla reformulação dos requisitos legais para a
imigração, que, nos últimos quatro anos, foram torcidos para torná-la o mais difícil possível. [...]
A proposta realmente abrangente do novo governo em relação à imigração está contida na chamada Lei
de Cidadania dos Estados Unidos, um calhamaço já enviado ao Congresso com a intenção de “restaurar
a humanidade e os valores americanos no nosso sistema”. O projeto de lei tem como ponto principal o
chamado “caminho para a cidadania”, que permite que os quase 11 milhões de imigrantes sem
documento que chegaram antes do 1º de janeiro de 2021 solicitem autorização legal temporária para
permanecer no país. Em cinco anos, cumprindo requisitos como verificação de antecedentes, essas
pessoas se tornariam elegíveis para o visto de residência, o green card; mais três anos e poderiam ter
cidadania plena. Aos 2,1 milhões de dreamers – aqueles que imigraram ainda crianças e não conhecem
outra vida – é dado o direito de solicitar o green card imediatamente. [...]
Direitos e respeito foram dois conceitos amplamente ignorados pelo governo Trump, que implantou mais
de 400 ações destinadas a restringir a permanência de estrangeiros no país. Por mais que favoreça
mudanças, no entanto, nada vai ser alterado imediatamente no governo Biden. [...] A agilização dos
pedidos de asilo, que afeta a multidão de esperançosos amontoados em acampamentos do lado
mexicano da fronteira, depende de medidas sanitárias contra a Covid-19 e de um plano para acomodar
recém-chegados em grande escala – ou seja, não é para já. [...]
II- A temática diz respeito à elucidação das propostas que visam à regulamentação da situação
dos imigrantes, em consonância com a Lei da Cidadania dos Estados Unidos, dentre elas a que
beneficia imigrantes egressos no país em janeiro de 2021, por ganharem o direito a pedir
solicitação temporária para se manter no país.
III- Visando à clareza e à comprovação dos fatos, ou seja, à veracidade própria dos textos
jornalísticos, o texto informa a respeito do lento crescimento populacional dos Estados Unidos
entre os anos 2010 e 2020, o que vem a ser um condicionante para a regulamentação da situação
dos imigrantes, dada a necessidade de pessoas aptas ao mercado de trabalho.
IV- A despeito de se tratar de um texto cujo propósito é deixar o leitor informado de temas
relevantes, o texto se caracteriza como predominantemente persuasivo, a julgar pela forma como
os autores finalizam o texto, com a justificativa para a necessária aceitação dos imigrantes.
O medo é um sentimento conhecido de toda criatura viva. Os seres humanos compartilham essa
experiência com os animais. Os estudiosos do comportamento animal descrevem, de modo altamente
detalhado, o rico repertório de reações dos animais à presença imediata de uma ameaça que ponha em
risco suas vidas. Os humanos, porém, conhecem algo mais além disso: uma espécie de medo de “segundo
grau”, um medo, por assim dizer, social e culturalmente “reciclado”, um “medo derivado” que orienta
seu comportamento, haja ou não uma ameaça imediatamente presente. O medo secundário pode ser
visto como um rastro de uma experiência passada de enfrentamento de uma ameaça direta — um
resquício que sobrevive ao encontro e se torna um fator importante na modelagem da conduta humana
mesmo que não haja mais uma ameaça direta à vida ou à integridade.
Zygmunt Bauman. Medo líquido. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008, p. 9 (com adaptações).
A respeito das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item.
Conforme o texto, os seres humanos experimentam uma sensação de medo pior que a sentida por outros
animais.
Certo
Errado
O medo é um sentimento conhecido de toda criatura viva. Os seres humanos compartilham essa
experiência com os animais. Os estudiosos do comportamento animal descrevem, de modo altamente
detalhado, o rico repertório de reações dos animais à presença imediata de uma ameaça que ponha em
risco suas vidas. Os humanos, porém, conhecem algo mais além disso: uma espécie de medo de “segundo
grau”, um medo, por assim dizer, social e culturalmente “reciclado”, um “medo derivado” que orienta
seu comportamento, haja ou não uma ameaça imediatamente presente. O medo secundário pode ser
visto como um rastro de uma experiência passada de enfrentamento de uma ameaça direta — um
resquício que sobrevive ao encontro e se torna um fator importante na modelagem da conduta humana
mesmo que não haja mais uma ameaça direta à vida ou à integridade.
Zygmunt Bauman. Medo líquido. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008, p. 9 (com adaptações).
A respeito das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item.
O “medo de ‘segundo grau’”, conforme as informações do texto, é conhecido apenas pelos seres
humanos e tem origem em vivências antigas de confronto com uma ameaça direta à vida ou à
integridade.
Certo
Errado
O medo é um sentimento conhecido de toda criatura viva. Os seres humanos compartilham essa
experiência com os animais. Os estudiosos do comportamento animal descrevem, de modo altamente
detalhado, o rico repertório de reações dos animais à presença imediata de uma ameaça que ponha em
risco suas vidas. Os humanos, porém, conhecem algo mais além disso: uma espécie de medo de “segundo
grau”, um medo, por assim dizer, social e culturalmente “reciclado”, um “medo derivado” que orienta
seu comportamento, haja ou não uma ameaça imediatamente presente. O medo secundário pode ser
visto como um rastro de uma experiência passada de enfrentamento de uma ameaça direta — um
resquício que sobrevive ao encontro e se torna um fator importante na modelagem da conduta humana
mesmo que não haja mais uma ameaça direta à vida ou à integridade.
Zygmunt Bauman. Medo líquido. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008, p. 9 (com adaptações).
A respeito das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item.
Conclui-se do texto que os animais reagem de variadas maneiras a ameaças imediatas contra sua vida.
Certo
Errado
O medo é um sentimento conhecido de toda criatura viva. Os seres humanos compartilham essa
experiência com os animais. Os estudiosos do comportamento animal descrevem, de modo altamente
detalhado, o rico repertório de reações dos animais à presença imediata de uma ameaça que ponha em
risco suas vidas. Os humanos, porém, conhecem algo mais além disso: uma espécie de medo de “segundo
grau”, um medo, por assim dizer, social e culturalmente “reciclado”, um “medo derivado” que orienta
seu comportamento, haja ou não uma ameaça imediatamente presente. O medo secundário pode ser
visto como um rastro de uma experiência passada de enfrentamento de uma ameaça direta — um
resquício que sobrevive ao encontro e se torna um fator importante na modelagem da conduta humana
mesmo que não haja mais uma ameaça direta à vida ou à integridade.
Zygmunt Bauman. Medo líquido. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008, p. 9 (com adaptações).
A respeito das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item.
O último período do texto introduz uma das ideias centrais que estruturam o texto.
Certo
Errado
Gabarito
1) C 2) C 3) B 4) A 5) A 6) A 7) C 8) A 9) B 10) B 11) D 12) B 13) E 14) B 15) C 16) E 17) C 18) B 19) A
20) D 21) C 22) B 23) D 24) E 25) C 26) C 27) E 28) D 29) E 30) C 31) C 32) B 33) B 34) A 35) E 36) C
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