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Preparação para Concursos


SIMULADOS/QUESTÕES
ADJETIVO

Questão 1: FGV - Em todas as opções abaixo há uma sequência de adjetivos que expressam uma
mesma ideia; a opção em que esses adjetivos partem do menos para o mais intenso é:
a) amigo / companheiro / parceiro;
b) afastado / distante / remoto;
c) colérico / irado / raivoso;
d) sentimental / sensível / afetivo;
e) delicado / gentil / educado.

Questão 2: FGV - Texto 1

Vejamos, agora, o que nos diz Machado de Assis sobre a autópsia: “Li um termo de autópsia. Nunca
deixo de ler esses documentos, não para aprender anatomia, mas para verificar ainda uma vez como a
língua científica é diferente da literária. Nesta, a imaginação vai levando as palavras belas e
brilhantes, faz imagens sobre imagens, adjetiva tudo, usa e abusa de reticências, se o autor gosta
delas. Naquela, tudo é seco, exato e preciso. O hábito externo é externo, o interno é interno; cada
fenômeno, cada osso, é designado por um vocábulo único. A cavidade torácica, a cavidade abdominal,
a hipóstase cadavérica, a tetania, cada um desses lugares e fenômenos não pode receber duas
apelações, sob pena de não ser ciência.” (Adaptado. A Semana, 1830)

Machado de Assis nos diz no texto 1 que a linguagem literária adjetiva muito; a frase abaixo que
exemplifica de modo mais claro essa afirmação, por conter maior número de vocábulos classificados
como adjetivos, é:
a) Devem-se considerações aos vivos; aos mortos deve-se apenas a verdade;
b) Um cadáver é o produto final; nós somos apenas a matéria-prima;
c) A vida é agradável e a morte é tranquila. O problema é a transição;
d) A morte é uma vida vivida. A vida é uma morte que chega;
e) A morte não é o fim. Sempre resta a briga interminável pelo espólio.

Questão 3: FGV - A questão desta prova é elaborada a partir de pequenos textos e pretendem
avaliar sua capacidade em interpretar e compreender textos, assim como em redigir de forma correta
e adequada.

Nas opções a seguir foram destacados termos formados por adjetivo + substantivo. Assinale a frase a
seguir em que a troca de posição dessas palavras entre si não modifica o significado expresso.
a) A melhor maneira de ter uma boa ideia é ter várias ideias.
b) A mente humana, uma vez ampliada por uma nova ideia, nunca mais volta a seu tamanho original.
c) As melhores ideias são propriedades de todos.
d) As diversas ideias que temos devem ser compartilhadas.
e) Nossas diferentes ideias sobrevivem mais facilmente.

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Questão 4: FGV - Texto 3

“Uma investigação complexa da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que durou 16 meses resultou na
prisão do homem apontado como o maior traficante de cocaína da capital, Wesley do Espírito Santo,
vulgo Macarrão, de 42 anos. Além disso, rendeu também a desarticulação de uma quadrilha
especializada em abastecer o DF com uma das drogas mais caras, a escama de peixe, variedade mais
valiosa e refinada, em 2013. O Correio revelou, com exclusividade, como funcionava o esquema
criminoso comandado pelo traficante, condenado à pena mais alta da história de Brasília e executado
enquanto trabalhava, em Taguatinga. Na reportagem deste domingo (31/10), a atuação de cada um
dos envolvidos é detalhada”

(Adaptado. Correio Braziliense, 2/12/2021).

“Uma investigação complexa da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que durou 16 meses resultou na
prisão do homem apontado como o maior traficante de cocaína da capital, Wesley do Espírito Santo,
vulgo Macarrão, de 42 anos.”

Nesse segmento do texto 3, o adjetivo sublinhado tem a função de:


a) valorizar, indiretamente, o trabalho da polícia;
b) justificar o pouco tempo dedicado à investigação;
c) mostrar o preparo intelectual dos agentes policiais;
d) indicar uma opinião do jornal sobre a prisão realizada;
e) informar a população sobre o trabalho diário da polícia.

Questão 5: RBO - Observe a frase abaixo:

Terei uma séria conversa com você em breve.

Assinale a alternativa cuja palavra destacada, dentro do contexto, possui a mesma classificação
morfológica da palavra em destaque acima.
a) Meu objetivo é fazer pós-graduação em Psicologia.
b) Tenho uma lembrança vaga daquele rosto.
c) Meu amigo francês adorou sua comida.
d) Dormir tarde foi realmente uma péssima ideia.

Questão 6: FUNDATEC - Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do


texto estão citados na questão.
Para entender a gestão do SUS: antecedentes

Antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), a assistência à saúde no país tinha uma estreita
vinculação com as atividades previdenciárias, e o caráter contributivo do sistema de então gerava uma
divisão da população brasileira em dois grandes grupos (além da pequena parcela da população que
podia pagar os serviços de saúde por sua própria conta): previdenciários e não previdenciários.

Essa divisão, que é profundamente injusta do ponto de vista social, separava a população brasileira em
cidadãos de 1ª e de 2ª classe. Os de 1ª classe, representados pelos contribuintes da previdência,

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tinham, mesmo com as dificuldades inerentes ao sistema de então, um alcance mais amplo à
assistência à saúde, dispondo de uma rede de serviços e prestadores de serviços ambulatoriais e
hospitalares providos pela previdência social por meio do INAMPS. Os de 2ª classe, representados pelo
restante da população brasileira, os não previdenciários, tinham um acesso bastante limitado à
assistência à saúde – normalmente restrito às ações dos poucos hospitais públicos e às atividades
filantrópicas de determinadas entidades assistenciais.

Essa lógica de estruturação e financiamento das atividades de atenção e assistência à saúde, além das
evidentes d.is..criminações dela decorrentes, determinava uma lógica de divisão de papéis e
competências dos diversos órgãos públicos envolvidos com a questão de saúde.

Dessa forma, o Ministério da Saúde (MS) e as Secretarias de Saúde dos Estados e Municípios
desenvolviam, fundamentalmente, ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, com
destaque para as campanhas de vacinação e controle de endemias. A atuação desses entes públicos na
prestação de assistência à saúde era bastante limitada, restringindo-se a ações desenvolvidas por
alguns poucos hospitais próprios e pela Fundação de Serviços Especiais de Saúde Pública (FSESP) e
dirigidas à população não previdenciária – os chamados indigentes. Esses indigentes tinham ainda, por
uma atividade caritativa, atendimento em serviços assistenciais de saúde que eram prestados por
instituições de caráter filantrópico, como as chamadas Santas Casas.

Já na assistência à saúde, a grande atuação do poder público se dava pela Previdência Social –
inicialmente pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e depois pelo Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), autarquia do Ministério da Previdência e Assistência
Social. As ações desenvolvidas pelo INAMPS – que tinham caráter contributivo – beneficiavam apenas os
trabalhadores da economia formal, com “carteira assinada”, e seus dependentes, os chamados
previdenciários. Não havia, portanto, caráter universal na atuação dessa autarquia. O INAMPS aplicava
nos Estados, por intermédio de suas Superintendências Regionais, recursos para que a assistência à
saúde fosse de modo mais ou menos proporcional ao volume de beneficiários e..x.istente e a
assistência prestada se dava por meio de serviços próprios (postos de assistência médica e hospitais
próprios) e de uma vasta rede de serviços, ambulatoriais e hospitalares, contratados para a prestação
de serviços.

Toda esta situação – a de..s.articulação dos serviços de saúde da época e os evidentes prejuízos à
saúde da população decorrentes do modelo vigente naquela época – começou a gerar no seio da
comunidade de profissionais da saúde, de sanitaristas e da própria sociedade brasileira, um
movimento na direção de uma reforma sanitária e de uma transformação dos paradigmas do sistema
de saúde. Dentro desse processo e como prenúncio das profundas mudanças que estavam por vir, o
INAMPS adotou uma série de medidas que aproximavam sua ação de uma cobertura universal de
clientela, dentre as quais se destaca o fim da exigência da carteira do INAMPS para o atendimento nos
hospitais próprios e conveniados da rede pública.

(Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/para_entender_gestao.pdf – texto adaptado especialmente para esta


prova).

Assinale a alternativa correta acerca do adjetivo “caritativa”.


a) A locução adjetiva correspondente a esse adjetivo é “de cuidado”.

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b) A palavra indica uma qualidade humana.


c) Pode-se usar a palavra “indulgente” com o mesmo sentido de emprego do texto.
d) A palavra tem como radical “carid”, de caridade.
e) Um antônimo possível para o adjetivo é a palavra “altruísta”.

Questão 7: UFMT - Leia o texto a seguir para responder à questão.

A segurança pública e a sociedade

Aos olhos do povo, parece ser a Polícia a única responsável pela segurança da sociedade, quando em
verdade tem essa instituição somente a função mais árdua de todas, vez que atua na linha de frente
em prevenção ao crime ou na garimpagem de criminosos e na execução das leis penais, a fim de
torná-las efetivas ao exigir o cumprimento das regras sociais e solucionar os seus conflitos. [...]

Agora que a epidemia da insegurança se alastrou por todo o Brasil, a própria sociedade se mostra
preocupada com o problema e até já comunga com o preceito constitucional de que a segurança
pública é responsabilidade de todos, e com isso já se formam movimentos diversos que objetivam
maior interatividade com a Polícia para uma consequente união de forças de combate ao crime. [...]

Entretanto, essa necessária e importante interação ainda aparece de maneira emperrada, pois existe
a tradição arraigada no seio de grande parte da sociedade em generalizar, colocando-se como regra ao
invés da exceção, que a Polícia é ineficiente e criminosa, que todo policial é ignorante, arbitrário,
violento e irresponsável, quando em verdade, de uma maneira geral, tais entendimentos não passam
de pensamentos ilógicos e insensatos [...].

A eficiência do trabalho policial está intimamente ligada ao bom relacionamento entre cidadãos e
policiais. Um deve ver e sentir o outro no valor da amizade, como elemento de apoio, de confiança
nos seus recíprocos atos. Os policiais dependem da iniciativa e da cooperação das pessoas e estas
dependem da proteção dos policiais. [...].

(MARQUES, A.J.M. Disponível em: https://www.algosobre.com.br/interesse-publico/a-seguranca-publica-e-a-sociedade.html. Acesso


em:
30/10/21.)

O texto é bastante rico em adjetivos, flexionados nas variadas formas. Adjetivos uniformes são
aqueles que apresentam somente uma forma para o gênero masculino e para o feminino. Assinale o
trecho que NÃO apresenta adjetivo uniforme.
a) que a Polícia é ineficiente e criminosa
b) essa necessária e importante interação
c) não passam de pensamentos ilógicos e insensatos
d) todo policial é ignorante, arbitrário, violento e irresponsável
e) e até já comunga com o preceito constitucional

Questão 8: OBJETIVA CONCURSOS -


Como as pérolas são formadas?

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Um grão de areia ou um bichinho que habita os oceanos, como um camarão, entra na concha da ostra.
Ele segue direto para uma região do corpo do animal conhecida como manto.

O manto é especialista em defesa. Assim que identifica a invasão, ele gera uma irritação. A seguir,
dobra-se sobre o intruso, como se fizesse um embrulho. Isso evita que a visita indesejada se mova.

O sistema de defesa da ostra é ativado e libera uma substância brilhante, chamada de nácar ou
madrepérola. O material é depositado em camadas sobre o invasor e endurece depressa, formando
uma bolota – é a pérola! Ela cresce sem parar, pois a ostra nunca para de enviar madrepérola ao local.

A reação que cria uma pérola acontece aos poucos. Por isso, a pedra leva cerca de três anos para se
formar, dependendo da espécie da ostra. Depois de tanto tempo, se o que invadiu o molusco foi um
bicho, ele acaba desaparecendo.

Ostras têm um sistema muito eficiente de defesa: a própria concha. É muito difícil que algo consiga
invadi-la e formar uma pérola. Na natureza, isso acontece em uma a cada 10 mil ostras. Por isso, a
pedra é rara e cara.

O formato da pérola depende do invasor e do local onde ele se instala. Quando o visitante gruda no
manto, fica preso e se torna irregular. Mas, se ele se descola, o nácar o reveste por inteiro e a pedra
fica redonda. As cores variam: branca, creme, rosa, cinza, preta, entre outras. Isso depende da
espécie de ostra e de substâncias que estão na água.
(Fonte: Abril - adaptado.)
A palavra sublinhada em “(...) libera uma substância brilhante, chamada de nácar ou madrepérola.” é
classificada, gramaticalmente, como:
a) Adjetivo.
b) Verbo.
c) Preposição.
d) Artigo.

Questão 9: RBO - Assinale a alternativa em que a palavra "doce" NÃO é um adjetivo.


a) Comi o doce feita pela Dona Maria e achei uma delícia.
b) Doce era o biscoito artesanal vendido na cantina.
c) Joana não gostou do pirulito, pois era muito doce.
d) Por ter errado o pote, Valéria serviu um camarão doce.
e) Salgada ou doce, a pizza era seu prato preferido.

Questão 10: VUNESP - Leia o texto para responder à questão.

O desafio

Vou desafiar meus leitores e minhas leitoras. É um convite a uma posição mais científica na
formulação de opiniões. O pensamento científico tenta enfrentar o que for “preconceito”. Dentre
muitos sentidos, a palavra indica um conceito surgido antes da experiência, algo que está na cabeça
sem observação da realidade. Como na parábola dos cegos que apalpam um elefante, uns imaginam
que a forma do mamiífero seja de uma espada por tocarem no marfim, outro afirma ser uma parede

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por tocar seu abdômen e um terceiro garante que é uma mangueira por ter encostado,
exclusivamente, na tromba. (...) Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do
recifense [Paulo Freire]. Encontro bem menos leitores. Lanço o desafio cheio de esperança no
centenário dele: antes de defender ou atacar Paulo Freire, leia dois livros dele ao menos. Depois de
ler e examinar a obra, (...) emita sua sagrada opinião, agora com certo embasamento. Educação é
algo muito sério. Paulo Freire encarou o gravíssimo drama do analfabetismo. Hoje vivemos outro tipo
de drama: pessoas que possuem a capacidade de ler e se recusam a fazê-lo.

(Leandro Karnal. O desafio. Jomal O Estado de São Paulo, set.2021. Adaptado)

No trecho — ... emita sua sagrada opinião... —, a função do termo destacado pode ser também
observada em:
a) É um convite a uma posição...
b) Dentre muitos sentidos.
c) Educação é algo muito sério.
d) Lanço o desafio cheio de esperança...
e) ... conceito surgido antes da experiência.

Questão 11: VUNESP - Leia trecho de reportagem para responder à questão.

A sardinha plebeia deixou o nobre salmão para trás

O nobre das águas gélidas está sendo desbancado pelo mais plebeu dos espécimes que habitam os
oceanos. A virada do jogo tem a ver com a poluição ambiental. O salmão, até pelo porte, é um peixe
que come outros peixes. Já a sardinha, que caberia na palma da mão, não tem tamanho para comer
de tudo – é totalmente vegana.

É preciso desmistificar a ideia de que o alimento mais saudável é sempre o mais caro. Preço salgado e
qualidade nutricional não andam necessariamente lado a lado. Alguns itens pouco prestigiados estão
justamente entre os mais nutritivos. É o caso do amendoim, que, sendo o primo pobre das castanhas,
é o mais rico em proteínas.

Considere, portanto, se não é hora de puxar a sardinha para a sua brasa.

(Veja, 10 de novembro de 2021. Adaptado)

De acordo com a gramática, adjetivo é a palavra que modifica um substantivo, com ele concordando
em gênero e número.

Assinale a alternativa em que as duas palavras em destaque exercem a função de adjetivos.


a) tem a ver com a poluição ambiental. / [a sardinha] é totalmente vegana.
b) O nobre das águas gélidas está … / … puxar a sardinha para a sua brasa.
c) … – é totalmente vegana. / … é sempre o mais caro.
d) É preciso desmistificar a ideia… / … de que o alimento mais saudável…
e) Preço salgado e qualidade nutricional … / … é o mais rico em proteínas.

Questão 12: FGV - Abaixo está o início de um conto de Lygia Fagundes Telles, denominado A Ceia.

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“O restaurante era modesto e pouco frequentado, com mesinhas ao ar livre, espalhadas debaixo das
árvores. Em cada mesinha, um abajur de garrafa projetava sobre a toalha de xadrez vermelho e
branco um pálido círculo de luz.”

Todos sabemos que os termos de um texto podem indicar valores bem variados. Nesse segmento foram
sublinhados alguns que funcionam como adjetivos; a afirmação correta sobre um deles é:
a) o adjetivo “modesto” indica uma qualificação do restaurante por parte do narrador e não é
acompanhado de nenhum termo que o justifique;
b) o adjetivo “pouco frequentado” mostra uma qualificação do substantivo restaurante, indicando
uma clientela de elite;
c) a locução adjetiva “de garrafa” indica o material de que é feito o abajur, destacando
simultaneamente a qualidade sofisticada do restaurante descrito;
d) os adjetivos “vermelho e branco”, que indicam características, podem trazer informações
implícitas sobre a nacionalidade da comida no local;
e) o adjetivo “pálido”, que indica uma relação, mostra uma intensidade da luz, com o valor implícito
de decadência e pouca qualidade do restaurante.

Questão 13: CETREDE -


RETROSPECTIVA

Retrospectivas de fim de ano servem para passar o passado a limpo e organizar nossas lembranças que,
sem elas, seriam histórias sem nexo. O retrospectivista mais desatento da História foi Luís XVI que, na
véspera da Revolução Francesa, escreveu no seu diário: “Tudo calmo, nenhuma novidade no reino”. A
tradição de recapitular os principais acontecimentos do ano teria começado no ano 1, quando um
viajante no deserto anotou no caderno de viagem a presença daquela estranha estrela no céu da
Judeia, brilhando mais do que as outras, como que mostrando um caminho, e disse “Epa”.

No jornalismo, uma retrospectiva de fim de ano é obrigatória, e fácil de fazer. Basta juntar fatos e
feitos que se destacaram durante o ano, e pronto. O ano de 2020, que termina hoje, por exemplo,
esteve cheio de notícias destacáveis, como todos os anos. É só reuni-las e teremos um típico ano com
seus altos e baixos, esperando sua inclusão na retrospectiva. Como todos os anos. Certo?

Você deve estar brincando com os pobres autores de retrospectivas e com a humanidade em geral.
Nenhum outro ano na nossa história foi tão diferente dos outros quanto 2020. Nenhuma outra
retrospectiva foi – e continua sendo – tão inverossímil. Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe
de onde decidido a acabar conosco e, mesmo se não conseguir, alterar a vida sobre a Terra e a relação
entre as pessoas de maneira inédita, com efeitos imprevisíveis no futuro de cada um.

Retrospectivas por vir terão que recorrer à ficção ou ao delírio para contar como foi 2020 e seus
desdobramentos. Elas podem muito bem ser sobre a guerra da vacina que fatalmente acontecerá em
poucos anos, ricos contra pobres lutando pela sobrevivência.

Prevê-se que retrospectivas do futuro se ocuparão do comportamento de jovens, em 2020 e depois,


que desafiaram as recomendações de como enfrentar o vírus assassino e continuaram fazendo festas

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sem qualquer proteção, sugerindo que o vírus, além de todos os seus crimes, criara uma geração de
desinformados, de alienados ou de suicidas.

(Fonte:Jornal O Estado de S. Paulo, 31 de dezembro de 2020 - 03h00)

Marque a alternativa em que todos os adjetivos compostos formam o plural do mesmo modo que
“mal-intencionado”.
a) Bem-humorado, político-social, verde-oliva, azul-celeste.
b) Surdo-mudo, verde-abacate, médico-hospitalar, econômico-social.
c) Bem-educado, econômico-social, verde-claro, médico-hospitalar.
d) Verde-oliva, azul-marinho, surdo-mudo, luso-brasileiro.

Questão 14: CEV UECE -


A Gravidade da Questão Indígena no Brasil

Estamos diante de um dos mais graves desafios que


se tem notícia quanto ao extermínio de povos
indígenas em nosso país. Um absurdo inominável

O Brasil há décadas vem enfrentando diversas e sérias crises, incluindo crise política, econômica,
social, ambiental/ecológica e cultural, as quais têm se agravado tanto pela presença da pandemia do
coronavírus quanto pela visão conservadora e retrógrada dos atuais governantes, tanto no plano
federal quanto em diversos estados e municípios.

No que concerne à questão indígena, diversos organismos e estudiosos nacionais e internacionais têm
denunciado que um GENOCÍDIO está em curso em nosso país e tudo indica que pode se transformar em
uma tragédia humana de proporções catastróficas no Brasil, afetando a vida, a cultura e as formas de
subsistência e sobrevivência dos povos indígenas, principalmente na Amazônia Legal, crime este já
denunciado no Tribunal Internacional de Haia e outros organismos internacionais. Pior é que esta
tragédia humanitária acontece ante a omissão e conivência de autoridades e organismos públicos a
quem caberia defender os interesses dos povos indígenas.

Todas essas atrocidades podem ser simplesmente legalizadas nos termos de projeto de Lei (PL- 490)
que tramita no Congresso Nacional, bem como ação que está sob análise do Supremo Tribunal Federal,
o chamado Marco Temporal.

No Brasil existem aproximadamente 114 grupos indígenas que desconhecem o jogo político em
Brasília, mas podem vir a ser totalmente afetados pelas decisões tomadas naquele tabuleiro. O
jornalista Gil Alessi conta como estes povos isolados na Amazônia Legal, que, por decisão própria, não
possuem nenhum contato com a sociedade — podem ser extintos caso o PL 490/2007 seja aprovado.

O projeto, que autoriza as possibilidades de contato com as aldeias dos rincões amazônicos, abre as
portas para o “genocídio” indígena. Em tramitação na Câmara dos Deputados, o PL é “uma rede de
atos de cunho legislativo ou administrativo que desmantelam o arcabouço desenhado ao longo das
últimas três décadas para garantir a igualdade formal e material dos povos indígenas no Brasil”,
escrevem Laura Trajber Waisbich e Ilona Szabó, do Instituto Igarapé.

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Ademais, vale a pena ler e refletir sobre a avaliação do Conselho Indígena Missionário (CIMI) quanto
aos riscos que a aprovação do PL 490 pelo Congresso Nacional - e se o mesmo vier a ser sancionado
pelo Presidente da República - representa para o presente e o futuro dos povos indígenas no Brasil.

“A proposta altera o Estatuto do Índio (Lei 6.001/1973) e atualiza o texto da PEC 215, uma das
maiores ameaças aos direitos indígenas que já tramitou no Congresso. O projeto permite a supressão
de direitos dos indígenas garantidos na Constituição, entre eles, a posse permanente de suas terras e
o direito exclusivo sobre seus recursos naturais.

O projeto de lei permite a implantação de hidrelétricas, mineração, estradas e arrendamentos, entre


outros, eliminando a consulta livre prévia e informada às comunidades afetadas. A proposta permite
retirar o “usufruto exclusivo” dos indígenas de qualquer área “cuja ocupação atenda a relevante
interesse público da União”. Vai viabilizar ainda a legalização automática de centenas de garimpos
nas Tis (terras indígenas), hoje responsáveis pela disseminação da Covid-19, a contaminação por
mercúrio, a destruição de nascentes e rios inteiros e o desmatamento.”

Estamos vivendo tempos sombrios no Brasil, ao invés das conquistas aprovadas pela Assembleia
Nacional Constituinte e que foram incorporadas na Constituição (cidadã) de 1988 serem
implementadas ao longo dessas mais de três décadas, o que temos visto é a supressão de diversas
dessas conquistas através de Emendas Constitucionais (atualmente já mais de uma centena) que
desfiguram completamente a vontade da Constituinte, por Legislaturas, cujos deputados e senadores
não foram eleitos para revisarem a Constituição de 1988, mas que o fazem através desses
subterfúgios, atendendo aos interesses de grupos econômicos, nacionais e internacionais, e forças
poderosas que atuam indiretamente através de representantes eleitos no Legislativo ou no Executivo.

Estamos diante de um dos mais graves desafios que se tem notícia quanto ao extermínio de povos
indígenas em nosso país. Um absurdo inominável. Alguma coisa precisa ser feita com urgência a fim de
impedir e acabar com este genocídio silencioso.

JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, sociólogo, mestre em
sociologia, colaborador de diversas veículos de comunicação.

Disponível:https://www.ecodebate.com.br/2021/07/08/a-gravidade-da-questao-indigena-no-brasil/ Texto adaptado.


Acesso em 05/12/2021

O grau do adjetivo destacado em “Pior é que esta tragédia humanitária acontece ante a omissão e
conivência de autoridades...” é
a) superlativo absoluto sintético.
b) comparativo de inferioridade.
c) superlativo relativo de superioridade.
d) comparativo de superioridade.

Questão 15: CEPERJ - O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

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(...) Generosidade, humanidade, bondade, compaixão, amizade e estima recíproca, todos os afetos
sociáveis e benevolentes, quando expressos no semblante ou comportamento, até mesmo para com
aqueles com quem não temos um relacionamento especial, quase sempre agradam ao espectador
indiferente. Sua simpatia com a pessoa que experimenta essas paixões coincide exatamente com sua
preocupação pela pessoa que é objeto delas. O interesse que o homem deve ter pela felicidade desta
última anima sua simpatia com os sentimentos da outra, cujas emoções se ocupam do mesmo objeto.
Sempre temos, portanto, a mais forte disposição de simpatizar com os afetos benevolentes. Sob todos
os aspectos nos parecem agradáveis. Compartilhamos tanto a satisfação da pessoa que os
experimenta, quanto da que é objeto deles. Pois, assim como ser objeto de ódio e indignação causa
mais dor que todo o mal que um homem corajoso receie de seus inimigos, há uma satisfação em
saber-se amado, o que, para uma pessoa delicada e sensível, é mais importante para a felicidade do
que todas as vantagens que pode esperar disso. Haverá, por acaso, um caráter tão detestável como o
de quem sente prazer em semear discórdia entre seus amigos, e converter seu mais terno amor em
ódio mortal? E, contudo, em que consiste a atrocidade desse insulto tão detestável? Acaso em privá-los
dos frívolos bons ofícios que poderiam ter esperado do outro, se a amizade prosseguisse? Consiste em
privá-los daquela amizade mesma, em roubar-lhes seus mútuos afetos que lhes davam tanta
satisfação; em perturbar a harmonia de seus corações, pondo termo ao intercâmbio feliz que até
então subsistia entre eles. Esses afetos, aquela harmonia, esse intercâmbio são percebidos não apenas
pelos homens ternos e delicados, mas também pelos rudes e vulgares, como algo mais importante para
a felicidade do que todos os favores que se esperava fluíssem deles.

O sentimento do amor é em si agradável à pessoa que o experimenta. Alivia e sossega o peito, parece
favorecer os movimentos vitais e estimular a saudável condição da constituição humana; e torna-se
ainda mais delicioso pela consciência da gratidão e da satisfação que deve provocar naquele que é seu
objeto. A afeição mútua deixa ambos felizes um com o outro, e a simpatia com essa afeição mútua
torna-os agradáveis para todos os demais. (...)

(SMITH, Adam. Teoria dos sentimentos morais. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2015, p.44-45)

Das palavras sublinhadas abaixo, aquela que pertence a classe gramatical diferente das demais é:
a) "a saudável condição".
b) "em saber-se amado".
c) "a mais forte disposição".
d) "seu mais terno amor".
e) "frívolos bons ofícios".

Questão 16: IBADE -


O IMPACTO DA TECNOLOGIA EM NOSSAS VIDAS

Vivemos o ápice da influência tecnológica no mundo e não tem como negar. Estamos conectados o
tempo todo, seja pelo celular ou computador. O impacto da tecnologia em nossas vidas é
extremamente visível. Mas, isso é algo bom ou ruim?

A tecnologia facilita muito a nossa rotina e é um ótimo entretenimento. Com apenas uns cliques,
compartilhamos coisas pessoais, entramos em contato com aquele parente distante, descobrimos uma
nova música e assistimos a vários episódios de determinada série, mesmo off-line.

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Conseguimos armazenar milhares de músicas na palma de nossas mãos, temos televisões com a maior
definição de imagem existente, guardamos todos os tipos de fotos e documentos pessoais na nuvem e
podemos acessá-los a qualquer hora e em qualquer lugar.

Há alguns anos, não tínhamos o hábito de olhar o celular assim que acordávamos, ou passar a noite
inteira em claro vagando pelas redes sociais. Hoje em dia, se uma tragédia acontecer há milhares de
quilômetros de distância de onde estamos, sabemos instantaneamente. A tecnologia modificou
completamente nosso cotidiano, trazendo muitos benefícios e alguns malefícios também.

O lado ruim é que estamos tão ligados nas nossas vidas online, que esquecemos de manter o contato
off-line. Não prestamos mais atenção no mundo a nossa volta, não conversamos mais pessoalmente.

Por recebermos tantas informações o tempo todo, tornamo-nos mais desatentos. Parece que não
podemos ficar sem encontrar coisas novas, é um pecado deixar o celular de lado, ficamos dependentes
dessa conexão.

Outros pontos ruins são os problemas de visão que foram desenvolvidos nos últimos anos por ficar
muito tempo vendo a tela do celular e os problemas de audição por ouvir coisas muito altas no fone de
ouvido.

A obesidade também é um fator que vem encadeando essas mudanças de hábito. As pessoas ficam a
maior parte de seu tempo sentadas, por conta da comodidade de comprar on-line, não precisam mais
ir até a loja, nem sair para pedir o almoço, pois existem vários aplicativos para isso.

Segundo a OMS, o sedentarismo está presente em 23% dos adultos; já nos mais jovens, esse índice é de
81%. Consequência direta do uso de videogames, celulares e computadores.

É importante ter um planejamento de quantas horas por dia você vai dedicar à tecnologia, para não
perder o foco e a produtividade. Apesar de ser algo incrível, ela também pode trazer consequências
sérias e permanentes a nossa saúde. Como todas as outras coisas, ela deve ser apreciada com
moderação.

Disponível em: https://www.madeinweb.com.br/o-impacto-da-tecnologia-emnossas -vidas/Adaptado

"A obesidade também é um fator que vem encadeando essas mudanças de hábito".

A expressão destacada, morfologicamente é um(a):


a) Aposto explicativo.
b) Adjetivo preposicionado.
c) Locução adjetiva.
d) Locução adverbial.
e) Locução verbal.

Questão 17: VUNESP - Leia o texto para responder à questão.

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Gari ‘gato’ que faz sucesso nas redes sociais vai concorrer ao ‘mister BH’

O gari Tales Alves ficou famoso, ganhou as ruas de Belo Horizonte (MG) e as redes sociais depois de
publicar um vídeo contando a sua profissão na internet.

“Às vezes, a ficha custa a cair. Para mim tudo é novo”, disse o gari.

Tales tem 30 anos e duas filhas, uma de 5 anos e outra de 12, a Júlia, que ajudou o pai a baixar o
aplicativo de vídeos e o ensinou a usar as ferramentas disponíveis na rede.

Há menos de cinco meses, ele não tinha perfil em nenhuma rede social. O motivo de ter se mantido
off-line na época é que ele tinha feito este combinado com quem namorava à época. Mas foi só criar
um perfil e publicar o primeiro vídeo que Alves já ficou famoso.

“Eu não tinha noção da proporção que ia tomar. Nas ruas, as pessoas estão me reconhecendo, pedindo
para tirar fotos.”

Tales Gari foi chamado para participar do concurso de mister BH. Ao todo, 30 homens concorrerão ao
título.

Alves já passou por diversas profissões. Ele já serviu à aeronáutica e já foi office boy, cobrador,
repositor de supermercado e, por fim, gari. Mas por que não modelo?

“Muita gente pergunta se eu sou modelo, mas ainda não”, diz o gari. Ele conta que vai tentar ao
máximo conciliar as duas coisas, que lutou muito pelo emprego que tem hoje e, por isso, ainda não
pretende deixá-lo. Ele trabalhava em um supermercado, quando viu, na empresa que recolhia lixo no
local, uma oportunidade de ganhar melhor e insistiu até conseguir uma vaga.

“O emprego não me faz sentir vergonha, comecei a gostar muito. É o melhor serviço que já tive até
hoje”, diz Alves, sobre a profissão de gari.

Tales Gari tem tentado levar o assédio nas redes e nas ruas da melhor forma. “Estou tentando absorver
isso da melhor maneira, mas tem algumas situações complicadas. Tem gente que sai fora do padrão,
extrapola”, diz ele, referindo- se ao assédio.

Alves disse que as pessoas têm carinho por ele e, por isso, não fica com raiva e leva na esportiva
cantadas como “Ô, lá em casa” e “Vai recolher lixo lá em casa”. Mas não são apenas xavecos que ele
ganha. “Tem gente que passa de carro e me deseja sorte e sucesso no concurso”.

O gari ainda não fez nenhum trabalho como modelo e vai concorrer ao homem mais bonito de Belo
Horizonte.

(Por Mikaela Salachenski, G1 Minas. Belo Horizonte 27/08/2020 06h00. Atualizado há um ano. Adaptado)

(https://www.opovo.com.br/noticias/brasil/2020/08/27/ gari--gato--que-faz-sucesso-nas-redes-sociais-vai-concorrerao-
mister-bh.html Acesso em 15.11.2021)

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Adjetivo é a palavra que modifica um substantivo, com este concordando em gênero e número. No
texto, o termo que exerce essa função é:
a) vídeo. (1o parágrafo)
b) famoso. (1o parágrafo)
c) filhas. (3o parágrafo)
d) sucesso. (11o parágrafo)
e) concorrer. (último parágrafo)

Questão 18: DIRPS UFU - Histórica, cultural, litorânea e apaixonante, a charmosa Cartagena de
índias é o destino mais desejado da Colômbia, à beira do mar do Caribe. Com casarões coloniais,
igrejas que reluzem ouro em seus altares e o maior conjunto de fortes das Américas, a cidade sempre
encanta.

CESTARI, Heloísa. 10 razões para conhecer Cartagena de Índias. Viaje Mais. São Paulo, Editora Europa, n. 244, ano 21, set./out.,
2021. p. 61 (Fragmento adaptado).

Considerando a função social do texto do qual o trecho foi recortado, é CORRETO afirmar que a
excessiva adjetivação (em negrito) funciona, prioritariamente, como
a) estratégia de convencimento.
b) mero adorno estilístico.
c) marca de subjetividade do jornalista.
d) instrumento de fruição para o leitor.

Questão 19: CEBRASPE (CESPE) - É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber
comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o
nome?

“Posso ajudá-lo, cavalheiro?”

“Pode. Eu quero um daqueles, daqueles...”

“Pois não?”

“Um... como é mesmo o nome?”

“Sim?”

“Pomba! Um... um... Que cabeça a minha! A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples,
conhecidíssima.”

“Sim, senhor.”

“O senhor vai dar risada quando souber.”

“Sim, senhor.”

“Olha, é pontuda, certo?”

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“O quê, cavalheiro?”

“Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende?

Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de
encaixe, entende? Na ponta tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um... Uma
espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta; a pontuda, de sorte
que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?”

“Infelizmente, cavalheiro...”

“Ora, você sabe do que eu estou falando.”

“Estou me esforçando, mas...”

“Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?”

“Se o senhor diz, cavalheiro.”

Luís Fernando Veríssimo. Comunicação.

Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.

Os adjetivos ‘conhecidíssima’ (sétimo parágrafo) e ‘pontuda’ (décimo primeiro parágrafo) qualificam o


mesmo termo no texto, mas do emprego do primeiro se depreende mais intensidade que do segundo.
Certo
Errado

Questão 20: FAUEL -


LÍNGUA PORTUGUESA

Leia atentamente o texto a seguir, extraído de uma das crônicas de Rachel de Queiroz, para responder
as próximas questões.

“Se me perguntassem qual é o aspecto mais desolante da civilização moderna, eu diria que é a sua
padronização. Neste mundo em que vivemos está se acabando realmente a invenção, a originalidade,
a marca pessoal. Hoje, no mais longínquo sertão, as moças se vestem pelo figurino de Hollywood —
talvez com uns toques de Brigitte Bardot ― tão igual, tão igual que dá bocejos, quando não dá
risadas. Os concursos de beleza, então. As meninas são tão estereotipadas, tão decalcadas umas pelas
outras, tão estandardizadas, dentro de dois ou três tipos, que parecem bonecas saídas de uma linha
de montagem. Nem mesmo na roupa se diferenciam. Ou antes, muito menos se diferenciam na roupa,
se justamente é a roupa o elemento principal da padronização. E se fossem só as misses. Mas ande-se
em Copacabana e a impressão que se tem é que um colégio soltou as suas meninas pelas ruas do
bairro sul. Tudo de blusa de listra horizontal e calça comprida colante — ou saia branca de tergal. Os
penteados, os colares, a pintura, os sapatos (agora no inverno é mocassim) são também uniformes. E

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note- -se o traço mais curioso da coisa — elas têm prazer de se sentir idênticas, fazem questão de
parecer reproduções fotográficas do mesmo modelo, adoram ser uma unidade num rebanho uniforme.
Alguma que venha diferente, mesmo elegante, mesmo bem vestida, choca ― só mesmo porque é
diferente. Parece que morreu aquela preocupação feminina da originalidade, que fazia as mulheres
ricas pagarem fortunas por um ‘modelo’ único de grande costureiro, ou as moças pobres rasgarem a
página escolhida no figurino da modista, para evitar outras cópias. Será que a humanidade está
marchando mesmo para a padronização geral, será que o fim próprio do aperfeiçoamento da técnica,
o progresso da indústria, o avanço danado da ciência vai nos levar a isso? Tudo parecido, como
andorinhas no fio ou misses na passarela?”.
(Rebanho, de Rachel de Queiroz, com adaptações).

A autora busca descrever, em seu texto, aquilo que julga ser o “aspecto mais desolante da civilização
moderna”. Em relação ao adjetivo “desolante”, marque a alternativa que indica um de seus possíveis
significados.
a) Aprazível.
b) Lastimável.
c) Lisonjeiro.
d) Fascinante.

Questão 21: FAUEL - Leia o texto a seguir, de autoria do escritor brasileiro Paulo Mendes Campos,
para responder a próxima questão.

“Confesso, minha senhora, que não foi amável de sua parte, quando eu voltava do Vasco e
Fluminense, ter me falado assim: ‘Não sei como se pode gostar de futebol. Acho futebol uma coisa de
uma selvageria’… Antes de mais nada, eu também já joguei futebol. Menino, fui um goleiro valente
nas peladas de asfalto. Mais grandinho, fui um centro-médio de passes bastante precisos. Na
meia-direita, tive a honra de jogar no primeiro time do colégio. Uma vez, jogando contra o Minas, fiz
um gol tão bonito que, embora irregular, o juiz depois me revelou não o ter anulado por essa mesma
razão estética. Perdoe-me a imodéstia mas, quando o ponta esquerda jogou a bola na fogueira, e os
zagueiros, desesperados, entraram em cima deste cronista, eu mergulhei incrível deslocando a bola
para o lado oposto daquele em que, inutilmente, o goleiro procurava salvar a meta. É verdade que,
cheio de mim mesmo, não fiz mais nada naquele jogo. Digo-lhe uma coisa: não fosse o futebol,
colégio interno seria uma estúpida câmara de tortura. Digo-lhe mais, que devo ao futebol alguma
resistência física e bastante do sentimento de lealdade. Quanto ao fato de a senhora dizer que não
compreende como se pode gostar de futebol, me desculpe mais uma vez, mas isso é besteira da sua
parte. A senhora acha selvageria um marido encontrar- se com a própria mulher? Pois, às vezes, essa
mulher puxa um revólver da bolsa e mata o marido. Ainda que a senhora não o acredite, no futebol é
a mesma coisa. Em si, ele não tem nada de brutal, mas não pode fugir a uma regra mais ampla:
quando seres humanos se encontram, há sempre probabilidades de selvagerias. De resto, minha
senhora, acho mais selvagem o fato de um homem trabalhar uma semana inteira, em uma construção,
em uma pedreira, em uma fábrica, em um navio, e no fim da semana não poder ir ao futebol, porque
não conseguiu economizar para comprar um ingresso de 20 cruzeiros”. (Confesso, minha senhora…, de
Paulo Mendes Campos, com adaptações).

No trecho “quando o ponta esquerda jogou a bola na fogueira, e os zagueiros, desesperados”, o


adjetivo “desesperados” diz respeito:

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a) a todos os zagueiros.
b) a alguns dos zagueiros.
c) a todos os jogadores em campo.
d) aos zagueiros e ao ponta esquerda.

Questão 22: CEBRASPE (CESPE) - A comunicação tem-se transformado em um setor estratégico da


economia, da política e da cultura. Da guerra, ela sempre o foi. A inclusão da informação e da
comunicação nas estratégias bélicas tem aumentado no correr de milênios.

No século VII a.C., o chinês Sun Tzu, em A arte da guerra, dizia que “toda guerra é embasada em
dissimulação”, referindo-se à distribuição de informações falsas. Contudo, quem mais desenvolveu
esse conceito foi o general prussiano Carl von Clausewitz, em seu amplo tratado Da guerra (Vom
Kriege), publicado em 1832. No capítulo VI, Clausewitz afirma: “Grande parte das notícias recebidas
na guerra é contraditória, uma parte ainda maior é falsa e a maior parte de todas é incerta. Em suma,
a maioria das notícias é falsa, e o medo do ser humano reforça a mentira e a inverdade. As pessoas
conscientes que seguem as insinuações alheias tendem a permanecer indecisas no lugar; acreditam ter
encontrado as circunstâncias distintas do que imaginavam. Na guerra, tudo é incerto, e os cálculos
devem ser feitos com meras grandezas variáveis. Eles direcionam a observação apenas para
magnitudes materiais, enquanto todo o ato de guerra está imbuído de forças e efeitos espirituais”.

Trata-se de desinformar, e não de informar. A desinformação é a informação falsa, incompleta,


desorientadora. É propagada para enganar um público determinado. Seu fim último é o isolamento do
inimigo em um conflito concreto, é o de mantê-lo em um cerco informativo. Os nazistas levaram essa
estratégia do engano quase à perfeição.

Atualmente, pratica-se tanto o cerco econômico, militar e diplomático quanto o informativo. Já não
se trata apenas de isolar o inimigo. As novas tecnologias permitem aos militares intervir nos conflitos
bélicos a distância, direcionando até mesmo os foguetes com a ajuda de GPS, a partir de um satélite.
A telecomunicação militar apoiada em satélites e a eletrônica determinarão as guerras do futuro
imediato. Fala-se já de bombas eletrônicas (E) que podem paralisar estabelecimentos neurais da
sociedade moderna, como hospitais, centrais elétricas, oleodutos etc., destruindo os seus circuitos
eletrônicos. Parece que hoje já se pode fazer a guerra sem bombas atômicas. As bombas E do tipo FCG
(flux compression generator — gerador de compressão de fluxo), cujo emprego não está limitado às
grandes potências bélicas, têm o mesmo efeito e fazem parte dos arsenais de alguns exércitos, e
consistem em comprimir, mediante uma explosão, um campo eletromagnético, como um raio, sem os
custos, os efeitos colaterais ou o enorme alcance de um dispositivo de pulso eletromagnético nuclear.

Vicente Romano. Presente e futuro imediato das telecomunicações.


São Paulo em Perspectiva. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB4A1-I, julgue o próximo item.

No segundo parágrafo, na citação do general prussiano Carl von Clausewitz, o adjetivo ‘contraditória’,
em ‘Grande parte das notícias recebidas na guerra é contraditória’, expressa, em tom pejorativo, um
atributo do termo ‘guerra’.
Certo

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Errado

Questão 23: CEBRASPE (CESPE) - Texto CG1A1-I

Em 721, um concílio romano presidido pelo papa Gregório II proibiu o casamento com uma commater,
isto é, a madrinha de um filho, ou a mãe de um filho de quem se fosse padrinho. Isso levou o papado a
se alinhar com a legislação promulgada, algumas décadas antes, em Bizâncio. A adoção marcadamente
rápida desses princípios sugere que o clero franco já sustentava concepções similares. Isso é ilustrado
por um caso curioso contado por um clérigo franco anônimo, em 727. Ele censurava a maneira
traiçoeira pela qual a infame concubina Fredegunda havia conseguido se tornar a esposa legal do rei
Quilpérico. Durante uma longa ausência do rei, ela persuadira sua rival, a rainha Audovera, a tornar-se
madrinha da própria filha recém-nascida. Assim, a ingênua Audovera foi subitamente transformada na
commater de seu próprio marido, impossibilitando qualquer relação conjugal posterior e deixando o
caminho livre para Fredegunda.

Essa artimanha mostra que, poucos anos após o concílio romano de 721, o autor anônimo e seu público
estavam bem familiarizados com os impedimentos derivados do parentesco espiritual. Não fosse o
caso, seria impossível acusar Fredegunda de seu ardiloso truque. As cartas do missionário Bonifácio
conferem testemunho adicional a esse fato. Em 735, ele perguntou ao bispo escocês Pethlem se era
permitido que alguém se casasse com uma viúva que era mãe de seu afilhado. “Todos os padres da
Gália e na terra dos francos afirmavam que isso era um pecado grave”, escreveu ele. Soava-lhe
estranho, já que ele nunca ouvira falar nisso antes. A questão devia preocupá-lo porque, no mesmo
ano, escreveu a respeito para dois outros clérigos anglo-saxões. Evidentemente, o missionário até
então não estava familiarizado com esse impedimento ao casamento, embora o clero continental, a
quem ele se dirigia, considerasse a questão muito grave.

Mayke De Jong, Nos limites do parentesco: legislação anti-incesto na Alta Idade Média ocidental (500-900). In: Jan Bremmer (Org.).
De Safo a Sade. Momentos na história da sexualidade. Campinas: Papirus, 1995, p. 56-7 (com adaptações).

Em relação às estruturas morfossintáticas do texto CG1A1-I, julgue o próximo item.

No terceiro período do texto, o termo “marcadamente” qualifica o adjetivo “rápida”.


Certo
Errado

Questão 24: Ibest -


A cidade

Alexânia é um pequeno e simpático município do entorno do Distrito Federal, que fica às margens da
BR-060, rodovia que liga
Goiânia à Brasília e sempre teve uma importância fundamental nos destinos da cidade.
Antes da formação de Alexânia, ainda na primeira metade do século passado, o que havia nas
proximidades era um pequeno
distrito de grande beleza natural: Olhos D’Água. Em meados da década de 1950, o anúncio da
construção da capital federal, a cerca de 100 quilômetros dali, mexeu com o povoado. Tanto que, logo
depois, em 1958, Olhos D’Água ganhou autonomia política e administrativa, com a emancipação. Dois
anos depois, o primeiro prefeito eleito, Alex Abdallah, loteou uma grande área de sua propriedade às

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margens da BR-060, que estava em construção, e transferiu a sede do município para o local, já com o
nome de Alexânia. Quase simultaneamente, outro investidor, Nélson Santos, também abriu um
loteamento ao lado, chamado de Nova Flórida. Segundo moradores mais antigos, o nome Alexânia,
veio da junção do nome do então prefeito e de sua mãe, Ana.
A princípio, Alexânia, mesmo emancipada, não passava de um vilarejo, sem nenhuma infraestrutura,
que servia apenas como
cidade-dormitório de Brasília. Por muito tempo, a cidade seguiu assim: poucas casas, ruas sem asfalto,
carência de escolas e energia elétrica precária. Com pouca arrecadação, o poder público pouco fazia
pela cidade, que não oferecia atrativos para que empresários investissem ali. E o círculo vicioso se
mantinha.
Com o passar dos tempos, a zona urbana de Alexânia ainda não conseguia ter vida própria e foi na
zona rural que a economia do
município começou a se firmar. Segundo os moradores mais antigos, Brasília nunca conseguiu produzir
todos os alimentos que o grande mercado consumidor necessitava. Assim, desde o início, foram os
municípios do entorno que abasteceram a capital federal. E Alexânia, por conta do fácil acesso e da
fertilidade das terras, saiu na frente.
Foram os produtos agropecuários, como hortifrutigranjeiros e leite “exportados” para Brasília, que
primeiro fizeram girar a
economia do município. Esse movimento foi tão importante para a cidade, que até hoje, Alexânia
ainda mantém cerca de 30% de sua população na zona rural. Brasília teve ainda outra influência sobre
Alexânia: a população do município começou a aumentar por conta da busca, por moradores da capital
federal, por imóveis mais baratos. Até hoje, Alexânia, por conta também da localização, entre duas
capitais, a federal e a goiana, e também pela perspectiva de crescimento nos próximos anos, ainda é
uma das mais procuradas.

Internet: <https://goiasdenorteasul.com.br> (com adaptações).

Os vocábulos “pequeno” e “simpático” são exemplos de


a) verbos.
b) preposições.
c) substantivos.
d) adjetivos.

Questão 25: GUALIMP -


RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

O termo “responsabilidade” é o conhecido pelo senso comum. É utilizado para qualquer situação em
que alguém deva responder pelas consequências de atos ou fatos lesivos – toda pessoa que é apta a ter
direitos deve responder por suas obrigações. No campo do Direito, verifica-se a existência de uma
tríplice responsabilidade: a administrativa, a penal e a civil, inconfundíveis e independentes entre si
e, eventualmente, cumuláveis.

No entanto, a regra da independência não é absoluta, existindo a possibilidade de interdependência


entre tais instâncias. É corrente, no Direito Civil, que não se pode mais questionar a existência do fato
ou sua autoria, quando a questão estiver decidida no juízo criminal, o que reforça a ideia de uma

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autonomia relativa entre as esferas. Essa relativização da independência de jurisdições se justifica em


virtude de o Direito Penal incorporar a exigência de provas mais rígidas para a solução das questões
submetidas a seus ditames, sobretudo em virtude do princípio da presunção de inocência. Porém, nem
sempre as questões decididas definitivamente no juízo criminal irradiarão efeitos vinculantes nos
juízos cível e administrativo.

A sentença penal absolutória, tanto no caso em que fundamentada na falta de provas para a
condenação quanto na hipótese em que ainda não tenha transitado em julgado, não vinculará o juízo
cível ou administrativo no julgamento das respectivas ações. Sobre o tema, no RE 1164236/MG, o STJ
registrou-nos que "a ação em que se discute a reparação civil somente estará prejudicada na hipótese
de a sentença penal absolutória fundamentar-se, em definitivo, na inexistência do fato ou na
negativa de autoria'.

A responsabilização civil tem origem no Direito Civil, em que se verifica, no mais das vezes, a
responsabilidade contratual, pois fundada em acordos prévios entre os particulares. Em regra, a
responsabilidade do Estado constitui modalidade extracontratual, por inexistir um contrato que
sustente o dever de reparar, distintamente do que ocorre nas relações travadas entre os particulares.
A seguir, aprofundemos a distinção entre a responsabilidade extracontratual e contratual.

A responsabilidade extracontratual ou aquiliana é a que decorre da ação ou omissão, lícita ou ilícita,


que provoque dano a alguém, independentemente de prévia obrigação contratual. É o exemplo da
responsabilidade civil do Estado, a qual se destina a salvaguardar os "terceiros': assim entendidos
aqueles que não se acham submetidos a qualquer vínculo especial com o Poder Público (§ 6.0 do art.
37 da CF/1988). Já a responsabilidade contratual origina-se no descumprimento de cláusulas
contratuais entre as partes. É o exemplo da indenização decorrente da anulação do contrato
administrativo de prestação de serviços de limpeza, devido à culpa atribuível ao Estado-administrador.

(Adaptado de Borges, Cyonil e Sá, Adriel. Manual de Direito Administrativo Facilitado.


São Paulo: Editora Juspodivm, 2018. 2ª edição).

Em “A sentença penal absolutória, tanto no caso em que fundamentada na falta de provas para a
condenação quanto na hipótese em que ainda não tenha transitado em julgado, não vinculará o juízo
cível ou administrativo no julgamento das respectivas ações”, a expressão sublinhada é:
a) Uma locução de valor indeterminado.
b) Uma locução de valor verbal.
c) Uma locução de valor adverbial.
d) Uma locução de valor adjetivo.

Questão 26: CEBRASPE (CESPE) - Texto CB1A1-I

Não é preciso temer as máquinas, à maneira do Exterminador do futuro, para se preocupar com a
sobrevivência da democracia em um mundo dominado pela inteligência artificial (IA). No fim das
contas, a democracia sempre teve como alicerces os pressupostos de que nosso conhecimento do
mundo é imperfeito e incompleto; de que não há resposta definitiva para grande parte das questões
políticas; e de que é sobretudo por meio da deliberação e do debate que expressamos nossa aprovação
e nosso descontentamento.

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Em certo sentido, o sistema democrático tem se mostrado capaz de aproveitar nossas imperfeições da
melhor maneira: uma vez que de fato não sabemos tudo, e tampouco podemos testar empiricamente
todas as nossas suposições teóricas, estabelecemos certa margem de manobra democrática, uma folga
política, em nossas instituições, a fim de evitar sermos arrastados pelos vínculos do fanatismo e do
perfeccionismo.

Agora, novas melhorias na IA, viabilizadas por operações massivas de coleta de dados, aperfeiçoadas
ao máximo por grupos digitais, contribuíram para a retomada de uma velha corrente positivista do
pensamento político. Extremamente tecnocrata em seu âmago, essa corrente sustenta que a
democracia talvez tenha tido sua época, mas que hoje, com tantos dados à nossa disposição, afinal
estamos prestes a automatizar e simplificar muitas daquelas imperfeições que teriam sido —
deliberadamente — incorporadas ao sistema político.

Dessa forma, podemos delegar cada vez mais tarefas a algoritmos que, avaliando os resultados de
tarefas anteriores e quaisquer alterações nas predileções individuais e nas curvas de indiferença, se
reajustariam e revisariam suas regras de funcionamento. Alguns intelectuais proeminentes do Vale do
Silício até exaltam o surgimento de uma “regulação algorítmica”,celebrando-a como uma alternativa
poderosa à aparentementeineficaz regulação normal.

Evgeny Morozov. Big Tech. A ascensão dos dados e a morte da política. São Paulo: Ubu Editora, 2018, p. 138-139 (com adaptações).

Com relação a aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o seguinte item.

No terceiro parágrafo, o adjetivo “tecnocrata” (segundo período) qualifica o termo “pensamento


político” (primeiro período).
Certo
Errado

Questão 27: AOCP - Texto 3


Os veranistas

Uma quinzena de férias com hospedagem numa casa confortável, com piscina, em local ensolarado,
repleto de praias belíssimas, na companhia da família e de amigos íntimos nem sempre corresponde a
momentos agradáveis e de lazer. Em “Os veranistas”, a escritora Emma Straub analisa as
contraditórias relações de afeto na contemporaneidade, deslocando para Palma de Maiorca, na
Espanha, um grupo de sofisticados nova-iorquinos que estão vivendo uma fase de transição de suas
vidas, enquanto superam traições amorosas. O resultado é um romance encantador sobre a vida em
família, a amizade e o amor.

Apesar de não conviverem diariamente, todos os integrantes do grupo mantêm o equilíbrio pessoal
contando com o apoio da estrutura que os demais montam. Os hábitos de cada um, que irritam ou
encantam os demais, compõem essa extensa e intensa reunião de figuras notáveis, mas que são tão
familiares quanto as que encontramos no dia a dia. Uma narrativa que hipnotiza o leitor por sua
aparente simplicidade e, principalmente, pela profundidade do que discute: a dificuldade das escolhas
numa sociedade em que todas as ligações podem ser facilmente desfeitas.

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Disponível em: https://www.rocco.com.br/livro/os-veranistas/. Acesso em: 5 fev. 2022. Adaptado.

Assinale a alternativa que classifica corretamente o grau do adjetivo “belíssimas”, empregado no


trecho “[...] em local ensolarado, repleto de praias belíssimas [...]”, do Texto 3.
a) Comparativo de igualdade.
b) Comparativo de superioridade.
c) Superlativo absoluto analítico.
d) Superlativo absoluto sintético.
e) Superlativo relativo de superioridade.

Questão 28: Legalle - Para responder à questão, leia o texto abaixo, extraído da obra Amor de
perdição.

Domingos José Correia Botelho de Mesquita e Meneses, fidalgo de linhagem e um dos mais antigos
solarengos de Vila-Real de Trás-os-Montes, era, em 1779, juiz de fora de Cascais, e, nesse mesmo ano,
casara com uma dama do paço, D. Rita Teresa Margarida Preciosa da Veiga Caldeirão Castelo Branco,
filha dum capitão de cavalos, neta de outro Antônio de Azevedo Castelo Branco Pereira da Silva, tão
notável por sua jerarquia, como por um, naquele tempo, precioso livro acerca da Arte de Guerra.

Dez anos de enamorado, mal sucedido, consumira em Lisboa o bacharel provinciano. Para fazer-se
amar da formosa dama de D. Maria I minguavam-lhe dotes fisicos: Domingos Botelho era
extremamente feio. Para se inculcar como partido conveniente a uma filha segunda, faltavam-lhe
bens de fortuna: os haveres dele não excediam a trinta mil cruzados em propriedades no Douro. Os
dotes de espírito não o recomendavam também: era alcançadissimo de inteligência, e granjeara entre
os seus condiscípulos da Universidade o epiteto de "brocas", com que ainda hoje os seus
descendentes em Vila-Real são conhecidos. Bem ou mal derivado, epiteto Brocas vem de broa.
Entenderam os acadêmicos que a rudeza do seu condiscípulo procedia de muito pão de milho que ele
digeria na sua terra.

Domingos Botelho devia ter uma vocação qualquer, e tinha: era excelente flautista; foi a primeira
flauta do seu tempo; e a tocar flauta se sustentou dois anos em Coimbra, durante os quais seu pai lhe
suspendeu as mesadas,porque os rendimentos da casa não bastavam a livrar outro filho de um crime
de morte.

Formara-se Domingos Botelho em 1767, e fora a Lisboa ler no Desembargo do Paço, iniciação banal dos
que aspiravam à carreira da magistratura. Já Fernão Botelho, pai do bacharel, fora bem aceite em
Lisboa, e mormente ao duque de Aveiro, cuja estima lhe teve a cabeça em risco, na tentativa regicida
de 41 1758. O provinciano saiu das masmorras da Junqueira ilibado da infamante nódoa, e até
benquisto do conde de Oeiras, porque tomara parte na prova que este fizera do primor de sua
geneologia sobre a dos Pintos Coelhos, do Bom jardim do Porto: pleito ridículo, mas estrondoso,
movido pela recusa que o fidalgo portuense fizera de sua filha ao filho de Sebastião José de Carvalho.

As artes como que o bacharel flautista vingou insinuar-se na estima de D. Maria I e Pedro Ill não às sei
eu. É tradição que o homem fazia rir a rainha com as suas facécias, e por ventura com os trejeitos de
que tirava o melhor do seu espírito. O certo é que Domingos Botelho frequentava o paço, e recebia do

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bolsinho da soberana uma farta pensão, com a qual o aspirante a juiz de fora se esqueceu de si, do
futuro e do ministro da justiça, que, muito rogado, fiara das suas letras o encargo de juiz de fora de
Cascais.

Autor: Camilo Castelo Branco (adaptado)

Considerando o grau dos adjetivos, o vocábulo alcançadíssimo encontra-se no grau:


a) Superlativo absoluto analítico.
b) Superlativo absoluto sintético.
c) Superlativo relativo de superioridade.
d) Comparativo absoluto analítico.
e) Comparativo relativo de superioridade.

Questão 29: Legalle -


O Legislativo Municipal e a importância do Vereador

Em seus estudos de política, John Locke considera o Legislativo o órgão Supremo do Estado e,
na Constituição Americana, ele figura em primeiro lugar entre os Três Poderes. Esta grandiosidade fica
evidenciada por meio de sua grande função: falar em nome do povo. Na verdade, este é o ideal que
deve nortear nossa prática enquanto representante da sociedade. A organização do Legislativo tem o
tônus democrático, porque reúne maioria e minoria e onde o confronto das ideias e a crítica pública
estão sempre presentes, evidenciando sua característica democrática. Na era medieval, os
parlamentos se reuniam a partir da convocação do rei e podiam firmar vontade própria, independente
do soberano, desde que a maioria encontrasse um consenso. Estes Parlamentos eram formados pela
nobreza e o clero, as pessoas influentes, que falariam pelo povo de sua região. Esta gênese do
parlamento evoluiu e na Grã-Bretanha oitocentista os liberais defendiam o direito de que todos fossem
representados, com base numérica da população, e não apenas a partir dos que tinham terras e
riquezas. O cidadão passou a ser a unidade básica da política democrática, o equivalente a um
homem, um voto. No absolutismo, a vontade do rei era a lei. O soberano exercia, portanto, todas as
funções estatais que, em momentos históricos diferentes, foram divididas e entregues a órgãos
distintos. A Declaração da Independência Americana e a Revolução Francesa iniciaram a transferência
do poder do soberano para o povo. Este entendeu que o poder utilizado pelos seus representantes
também deveriam implicar em atividades governativas. E uma controlaria a outra por mecanismos
constitucionalmente estabelecidos. Legislativo, Executivo e Judiciário nasceram dessas concepções.
Em sua base estava a ideia de preservação dos direitos individuais. A separação de poderes, portanto,
é o primeiro instrumento constitucional destinado a garantir direitos dos cidadãos e a participação de
todos no processo governativo. Embora se faça a correlação entre governo e Poder Executivo, o
Legislativo é o primeiro dos poderes. É o deflagrador da atividade jurisdicional. Sem a sua atuação, os
demais não subsistem. O Legislativo é o produtor do ato geral. Originalmente, os Parlamentos não
tinham a função principal de fazer leis, mas apenas e tão somente de autorizar a coleta de fundos
para o rei e fixar fórum para reclamações. Esta última função, contudo, conservamos até hoje, porque
os vereadores e deputados ainda formam o canal de comunicação entre a sociedade e o Executivo,
seja municipal ou federal. Ele humaniza o impessoalismo do Poder Público, encaminhando e buscando
viabilizar as demandas da população.

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Adaptado de: https://www2.camara .leg .br/


Qual das alternativas apresenta um vocábulo classificado, gramaticalmente, como adjetivo, no
contexto em que se encontra?
a) estatais (l.26).
b) população (l.21).
c) política (l.23).
d) humaniza (l. 52).
e) demandas (l.54).

Questão 30: Legalle -


Ciao

__ 64 anos, um adolescente fascinado por papel impresso notou que, no andar térreo do prédio onde
morava, um placar exibia a cada manhã a primeira página de um jornal modestíssimo, porém jornal.
Não teve dúvida. Entrou e ofereceu os seus serviços ao diretor, que era, sozinho, todo o pessoal da
redação. O homem olhou-o, cético, e perguntou:

- Sobre o que pretende escrever?

- Sobre tudo. Cinema, literatura, vida urbana, moral, coisas deste mundo e de qualquer outro
possível.

O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se dispunha a fazer o jornal para ele, praticamente
de graça, topou. Nasceu aí, na velha Belo Horizonte dos anos 20, um cronista que ainda hoje, com a
graça de Deus e com ou sem assunto, comete as suas croniquices.

Comete é tempo errado de verbo. Melhor dizer: cometia. Pois chegou o momento deste contumaz
rabiscador de letras pendurar as chuteiras (que na prática jamais calçou) e dizer aos leitores um
ciao-adeus sem melancolia, mas oportuno.

Creio que ele pode gabar-se de possuir um título não disputado por ninguém: o de mais velho cronista
brasileiro. Assistiu, sentado e escrevendo, ao desfile de 11 presidentes da República, mais ou menos
eleitos, sem contar as altas patentes militares que se atribuíram esse título. Viu de longe, mas de
coração arfante, a Segunda Guerra Mundial, acompanhou a industrialização do Brasil, os movimentos
populares frustrados mas renascidos, os ismos de vanguarda que ambicionavam reformular para
sempre o conceito universal de poesia; anotou as catástrofes, a Lua visitada, as mulheres lutando __
braço para serem entendidas pelos homens; as pequenas alegrias do cotidiano, abertas a qualquer um,
que são certamente as melhores.

Viu tudo isso, ora sorrindo ora zangado, pois a zanga tem seu lugar mesmo nos temperamentos mais
aguados. Procurou extrair de cada coisa não uma lição, mas um traço que comovesse ou distraísse o
leitor, fazendo-o sorrir, se não do acontecimento, pelo menos do próprio cronista, que __ vezes se
torna cronista do seu umbigo, ironizando-se a si mesmo antes que outros o façam.

Autor: Carlos Drummond de Andrade (adaptado)


Quanto ao grau dos adjetivos, à linha 4, o termo modestíssimo é classificado no grau:

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a) Superlativo absoluto sintético.


b) Superlativo absoluto analítico.
c) Superlativo relativo de superioridade.
d) Comparativo de superioridade.
e) Comparativo de igualdade.

Questão 31: Legalle -


Ciao

__ 64 anos, um adolescente fascinado por papel impresso notou que, no andar térreo do prédio onde
morava, um placar exibia a cada manhã a primeira página de um jornal modestíssimo, porém jornal.
Não teve dúvida. Entrou e ofereceu os seus serviços ao diretor, que era, sozinho, todo o pessoal da
redação. O homem olhou-o, cético, e perguntou:

- Sobre o que pretende escrever?

- Sobre tudo. Cinema, literatura, vida urbana, moral, coisas deste mundo e de qualquer outro
possível.

O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se dispunha a fazer o jornal para ele, praticamente
de graça, topou. Nasceu aí, na velhaC Belo Horizonte dos anos 20, um cronista que ainda hoje, com a
graça de Deus e com ou sem assunto, comete as suas croniquices.

Comete é tempo errado de verbo. Melhor dizer: cometia. Pois chegou o momento deste contumaz
rabiscador de letras pendurar as chuteiras (que na prática jamais calçou) e dizer aos leitores um
ciao-adeus sem melancolia, mas oportuno.

Creio que ele pode gabar-se de possuir um título não disputado por ninguém: o de mais velho cronista
brasileiro. Assistiu, sentado e escrevendo, ao desfile de 11 presidentes da República, mais ou menos
eleitos, sem contar as altas patentes militares que se atribuíram esse título. Viu de longe, mas de
coração arfante, a Segunda Guerra Mundial, acompanhou a industrialização do Brasil, os movimentos
populares frustrados mas renascidos, os ismos de vanguarda que ambicionavam reformular para
sempre o conceito universal de poesia; anotou as catástrofes, a Lua visitada, as mulheres lutando __
braço para serem entendidas pelos homens; as pequenas alegrias do cotidiano, abertas a qualquer um,
que são certamente as melhores.

Viu tudo isso, ora sorrindo ora zangado, pois a zanga tem seu lugar mesmo nos temperamentos mais
aguados. Procurou extrair de cada coisa não uma lição, mas um traço que comovesse ou distraísse o
leitor, fazendo-o sorrir, se não do acontecimento, pelo menos do próprio cronista, que __ vezes se
torna cronista do seu umbigo, ironizando-se a si mesmo antes que outros o façam.

Autor: Carlos Drummond de Andrade (adaptado)


Quantos dos seguintes vocábulos são classificados, gramaticalmente, como adjetivos?

I. cético (l. 7);

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lI. alguém (l. 12);

IlI. velha (l. 14);

IV. arfante (l. 29);

V. leitor (l. 42).

a) Apenas 1 deles.
b) Apenas 2 deles.
c) Apenas 3 deles.
d) Apenas 4 deles.
e) Todos os 5.

Questão 32: FCC - Atenção: Para responder à questão, leia a crônica abaixo.
Um jornal é lido por muita gente, em muitos lugares; o que ele diz precisa interessar, senão a todos,
pelo menos a um certo número de pessoas. Mas o que me brota espontaneamente da máquina, hoje,
não interessa a ninguém, salvo a mim mesmo. O leitor, portanto, faça o obséquio de mudar de
coluna. Trata-se de um gato.

Não é a primeira vez que o tomo para objeto de escrita. Há tempos, contei de Inácio e de sua
convivência. Inácio estava na graça do crescimento, e suas atitudes faziam descobrir um encanto novo
no encanto imemoriala dos gatos. Mas Inácio desapareceu − e sua falta é mais importante para mim
do que as reformas do ministério.

Gatos somem no Rio de Janeiro. Dizia-se que o fenômeno se relacionava com a indústria doméstica
das cuícas, localizada nos morros. Agora ouço dizer que se relaciona com a vida cara e a escassez de
alimentos. À falta de uma fatia de vitela, há indivíduos que se consolam comendo carne de gato, caça
tão esquiva quanto a outra.

O fato sociológico ou econômico me escapa. Não é a sorte geral dos gatos que me preocupa.
Concentro-me em Inácio, em seu destino não sabido.

Eram duas da madrugada quando o pintor Reis Júnior, que passeia a essa hora com o seu cachimbo e o
seu cão, me bateu à porta, noticioso. Em suas andanças, vira um gato cor de ouro como Inácio − cor
incomumc em gatos comuns − e se dispunha a ajudar-me na captura. Lá fomos sob o vento da praia,
em seu encalço. E no lugar indicado, pequeno jardim fronteiro a um edifício, estava o gato. A luz não
dava para identificá-lo, e ele se recusou à intimidade. Chamados afetuosos não o comoveram;
tentativas de aproximação se frustraram. Ele fugia sempre, para voltar se nos via distantes. Amava.

Seria iníquo apartá-lo do alvo de sua obstinada contemplaçãob, a poucos metros. Desistimos. Se for
Inácio, pensei, dentro de um ou dois dias estará de volta. Não voltou.

Um gato vive um pouco nas poltronas, no cimento ao sol, no telhado sob a lua. Vive também sobre a
mesa do escritório, e o salto preciso que ele dá para atingi-la é mais do que impulso para a cultura. É
o movimento civilizado de um organismo plenamente ajustado às leis físicas, e que não carece de

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suplemento de informação. Livros e papéis, sim, beneficiam-se com a sua presteza austerad. Mais do
que a coruja, o gato é símbolo e guardião da vida intelectual.

Depois que sumiu Inácio, esses pedaços da casa se desvalorizaram. Falta-lhes a nota gravee e macia de
Inácio. É extraordinário como o gato “funciona” em uma casa: em silêncio, indiferente, mas adesivo e
cheio de personalidade. Se se agravar a mediocridade destas crônicas, os senhores estão avisados: é
falta de Inácio. Se tinham alguma coisa aproveitável era a presença de Inácio a meu lado, sua crítica
muda, através dos olhos de topázio que longamente me fitavam, aprovando algum trecho feliz, ou
através do sono profundo, que antecipava a reação provável dos leitores.

Poderia botar anúncio no jornal. Para quê? Ninguém está pensando em achar gatos. Se Inácio estiver
vivo e não sequestrado, voltará sem explicações. É próprio do gato sair sem pedir licença, voltar sem
dar satisfação. Se o roubaram, é homenagem a seu charme pessoal, misto de circunspeção e leveza;
tratem-no bem, nesse caso, para justificar o roubo, e ainda porque maltratar animais é uma forma de
desonestidade. Finalmente, se tiver de voltar, gostaria que o fizesse por conta própria, com suas
patas; com a altivez, a serenidade e a elegância dos gatos.

(ANDRADE, Carlos Drummond. Cadeira de balanço. São Paulo: Companhia das Letras, 2020)

O termo que qualifica o substantivo na expressão “sorte geral” tem sentido oposto ao termo que
qualifica o substantivo em:
a) encanto imemorial.
b) obstinada contemplação.
c) cor incomum.
d) presteza austera.
e) nota grave.

Questão 33: FCC - Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

1. Neide Gondim faz parte da primeira geração de pensadores da Universidade Federal do Amazonas
empenhados em pensar a Amazônia em um movimento inverso do que, costumeiramente, é feito, ou
seja, de dentro para fora. Sua obra reflete sobre o que pensavam os europeus que chegaram até a
Amazônia pela primeira vez no século 16. Esses conquistadores ganharam a vez de contar a história e
o fizeram do ponto de vista de onde partiram.

2. Em livros como “A invenção da Amazônia”, Neide Gondim reconstrói brilhantemente os caminhos


desse pensamento, que veio a fundar uma tradição estética sobre a Amazônia, em que predomina o
paradoxal, o hiperbólico, o contraditório, o infernal e o paradisíaco. A autora redesenha o
pensamento europeu dos homens que se atiraram ao mar em busca de comprovar as teorias
especulativas sobre o mundo medieval. Ela identifica em sua bagagem duas lupas iluminadas pelo
imaginário fantástico: as escrituras bíblicas e o Oriente conhecido por meio de livros e relatos de
viagens.

3. É por meio dessa literatura, que serve até hoje de documento histórico, que Neide Gondim vai
trançando as imagens que se projetaram sobre o país das amazonas nas Américas e, desse modo,
descortina as representações europeias sobre a região que hoje conhecemos como Amazônia.

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4. A autora identifica uma obsessão do europeu medieval: encontrar o paraíso sobre a terra, longe da
fome e da peste que assolavam a Europa medieval.

5. Quando se aventuraram mais adentro das Américas, os europeus pensaram ser o grande rio um mar
de águas doces. Nele buscaram encontrar a exuberância fantástica da Índia e as guerreiras amazonas,
cuja imagem carregavam consigo devido à forte influência da Grécia Antiga.

6. O primeiro relato data de 1542, do cronista Gaspar de Carvajal, que acompanhava Francisco de
Orellana na primeira descida pelo rio, vindo do Peru em direção ao Atlântico. Neide Gondim
identifica os mesmos recursos utilizados por Marco Polo ao falar sobre o Oriente nas descrições de
Carvajal. Carvajal afirma ter guerreado com as amazonas; dá a localização do Rio de Ouro que levaria
até Manoa, a capital de ouro das amazonas; ao mesmo tempo, descreve o curso dos rios com precisão
de navegador.

7. Muitas teorias floresceram durante os séculos seguintes na tentativa de explicar toda a novidade
encontrada nas Américas. Darwin colocou as gentes da Amazônia na primeira idade evolutiva da
humanidade; a Amazônia seria como um grande museu natural. O determinismo de Buffon afirmava
que essas gentes não conseguiram evoluir em consequência do clima quente. Montaigne via na
ausência do rei a evolução paradisíaca para onde o europeu deveria seguir. Locke via na ausência do
Estado a causa da degeneração daquelas gentes.

8. Tais ideias se difundiram por meio da ciência, da filosofia, das letras. Seus traços fantásticos são
revestidos de verdade científica a partir do argumento de autoridade. Essas ideias estigmatizaram as
gentes da Amazônia como primitivos, indolentes, infantis e bestializados. Estigmatizaram também a
floresta como uma entidade fantástica distante e desconhecida no imaginário mundial.

9. Para Neide Gondim, a representação hiperbólica da Amazônia é uma tentação de que quase
ninguém escapa. Para a autora, essa representação edênica começou no imaginário medieval sobre o
incompreensível Oriente e a desconhecida América. Toda essa trança imaginária é apresentada com
muita leveza e habilidade na obra de Neide Gondim.

(Adaptado de: DASSUEM, Nogueira. Disponível em: www.amazonamazonia.com.br)

O adjetivo que, no contexto, está empregado como substantivo encontra-se no trecho:


a) Nele buscaram encontrar a exuberância fantástica da Índia. (5º parágrafo)
b) a representação hiperbólica da Amazônia. (9º parágrafo)
c) pensaram ser o grande rio um mar de águas doces. (5º parágrafo)
d) Ela identifica em sua bagagem duas lupas iluminadas pelo imaginário fantástico. (2º parágrafo)
e) em que predomina o paradoxal. (2º parágrafo)

Questão 34: FGV - O ato de descrever corresponde a atribuir ao objeto da descrição informações,
qualificações, estados, caracterizações ou relações.

A opção abaixo em que o adjetivo indica uma caracterização, é:


a) relógio importado;

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b) roupa elegante;
c) vestido curto;
d) restaurante modesto;
e) local fúnebre.

Questão 35: FGV - Em todas as frases abaixo há orações adjetivas sublinhadas; a frase em que foi
proposto um adjetivo adequado para a substituição de uma dessas orações, é:
a) Uma doença que se prolonga indefinidamente / hereditária;
b) Um mal que não mostra nenhuma gravidade / inocente;
c) Um vírus que pode ser transmitido a outros / crônico;
d) Uma gripe que vai passar logo / superficial;
e) Uma enfermidade que ataca o fígado / hepática.

Questão 36: FGV - O artigo 9º do Estatuto do Idoso diz:

“É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de
políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições dignas.”

Entre os cinco adjetivos sublinhados, aqueles que mostram valor de opinião, são
a) saudável / dignas.
b) idosa / sociais.
c) públicas / dignas.
d) sociais / públicas.
e) idosa / saudável.

Questão 37: QUADRIX - Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens.
Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João
Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.

Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não
quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra melhor.

Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o deperecimento visível de sua Itaoca.

“Isto já foi muito melhor”, dizia consigo. “Já teve três médicos bem bons — agora só um e bem
ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para um rábula ordinário como o Tenório. Nem
circo de cavalinhos bate mais por aqui.

A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itaoca está se acabando...”

João Teodoro entrou a incubar a ideia de também mudar-se, mas para isso necessitava dum fato
qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo
possível.

“É isso”, deliberou lá por dentro. “Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca não vale
mais nada de nada de nada, então arrumo a trouxa e boto-me fora daqui.”

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Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem
recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca
fora nada, não queria ser nada, não se julgava capaz de nada...

Ser delegado numa cidadinha daquelas é coisa seriíssima. Não há cargo mais importante. É o homem
que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o Governo. Uma
coisa colossal ser delegado — e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca!...

João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando as malas.
Pela madrugada botou-as num burro, montou no seu cavalinho magro e partiu.

Antes de deixar a cidade foi visto por um amigo madrugador.

— Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?

— Vou-me embora — respondeu o retirante. — Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.

— Mas, como? Agora que você está delegado?

— Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado eu não moro. Adeus.

E sumiu.

Monteiro Lobato. Um homem de consciência. In: Contos completos/


Monteiro Lobato. 1.a ed.São Paulo: Biblioteca Azul, 2014.

Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto, julgue o item.

No texto, o emprego do grau superlativo nos adjetivos “Honestíssimo”, “lealíssimo” e “seriíssima”


expressa ironia.
Certo
Errado

Questão 38: IMPARH -


"Il faut cultiver notre jardin." (Voltaire)

Tem frases que lemos uma vez e são capazes de impactar toda nossa vida, e essa de Voltaire, que
encerra o conto “Cândido” é uma delas. Na tradução (“é preciso cultivar nosso jardim”) do conto, que
foi publicado pela primeira vez em 1759, a frase fica muito clara e atual para mim. Percebam a nossa
volta. Você está cuidando o seu jardim ou o do vizinho? Está cultivando boas sementes? Preocupa-se
mais com o jardim do outro? Pisa ou destrói algum jardim por aí? Como será o seu jardim quando
brotar?

Na era em que vivemos, é bastante complicado respondermos essas perguntas. É o bem contra o mal,
a sombra contra a luz, pessoas com anseio de “mudar o mundo” e não mudam a si mesmas, revolução,

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extremismo, violência; o jardim do vizinho “mais verde” que o seu; nas redes sociais, também
podemos perceber muitos “jardins” maquiados de photoshop e muita hipocrisia disfarçada em uma
maçã bonita por fora e estragada por dentro. Eu me pego pensando como seria diferente se cada um
cuidasse do seu jardim com a mesma intensidade e capacidade de cuidar do jardim do vizinho,
imagina que mundo maravilhoso teríamos!

Apenas acredito profundamente: é necessário cultivar o nosso jardim. Escolha criteriosamente as


sementes, seja de grandes árvores, seja de pequenas flores; tenho certeza de que, se forem bem
semeados e cuidados, os frutos e as flores serão lindos, atrairão pássaros, borboletas e até olhares
curiosos, querendo saber como conseguiu florescer um jardim como esse.

Também haverá momentos que deixarão você em dúvida sobre as suas próprias sementes. Entrarão no
seu jardim, pisarão nas flores, arrancarão os frutos, mandarão embora os pássaros e as borboletas, e,
nesse momento, você precisará defender o seu jardim, o propósito de ter escolhido cada semente e de
continuar acreditando que escolheu as corretas e, se achar necessário, no próximo ciclo, renovar todo
o seu jardim, mudar as técnicas de plantar ou adubar; faça isso, faça o que achar certo para o seu
jardim.

A regra é simples e básica: se você plantar uma alface, não terá um tomate; terá uma alface grande
ou pequena, feia ou bonita; ainda será uma alface. O mesmo funciona em nossa vida: escolha cada
semente que irá plantar, e a colheita não tem engano ou erro, ela é exata.

Adaptado de GONÇALVES, Carolina de Almeida. In https://administradores.com.br/artigos/como-est%C3%A1-o-cultivo-do-seu-


jardim; acesso em 28/01/2022.

Em “a frase fica muito clara”, a forma adjetival em destaque está flexionada no grau:
a) comparativo de superioridade.
b) superlativo absoluto sintético.
c) superlativo absoluto analítico.
d) relativo de superioridade.

Questão 39: QUADRIX - Texto

Dia desses, por alguns momentos, a cidade parou. As televisões hipnotizaram os espectadores, que
assistiram, sem piscar, ao resgate de uma mãe e de uma filha. Seu automóvel caíra em um rio. Assisti
ao evento em um local público. Ao acabar o noticiário, o silêncio à volta do aparelho se desfez e as
pessoas retornaram às suas ocupações habituais. Os celulares recomeçaram a tocar. Perguntei-me:
indiferença? Se tomarmos a definição ao pé da letra, indiferença é sinônimo de desdém, de
insensibilidade, de apatia e de negligência. Mas podemos considerá-la também uma forma de
ceticismo e desinteresse, um “estado físico que não apresenta nada de particular”; enfim, explica o
dicionário, uma atitude de neutralidade.

Conclusão? Impassíveis diante da emoção, imperturbáveis diante da paixão, imunes à angústia, vamos
hoje burilando nossa indiferença. Não nos indignamos mais! À distância de tudo, seguimos surdos ao
barulho do mundo lá fora. Dos movimentos de massa “quentes” (lembram-se do “Diretas já”?) onde
nos fundíamos na igualdade, passamos aos gestos frios [A], nos quais indiferença e distância [B] são

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fenômenos inseparáveis. Neles, apesar de iguais, somos [C] estrangeiros [D] ao destino de nossos
semelhantes [E]. Damos as voltas que forem necessárias para não toparmos com o outro, com o
diferente.

O mundo exterior nos bombardeia com a miséria, a selvageria, a violência e, simultaneamente, com o
riso, a anedota e a festa. Mas, pelo tubo ótico, um morto é igual ao outro. Mais e mais a televisão
ensina o nosso olhar a perder o uso da perspectiva. Ela apaga as asperidades e os relevos; não há mais
diferença entre o real e o imaginário. Na tela, pessoas tornam-se coisas e coisas tornam-se pessoas.
Assim, findo o resgate, mãe e filha se afogaram na nova máquina de lavar, na espuma do novo
detergente. E, de quadro em quadro, vamos assistindo, desencantados, a nossa posição ética perante
o mundo anestesiar-se.

Não adianta trocar de canais: a mensagem é sempre a mesma. Não sentir, não pensar, não falar ou
falar com indiferença do que não nos toca jamais. A modernidade, denunciaram alguns filósofos, não
passa de um enorme dispositivo para nos “acostumar”; acostumar com o espetáculo diário do
sofrimento televisionado, acostumar com nossa função de consumidores anônimos e apáticos. Antes de
ligar a televisão, antes mesmo de pensar em poupar energia, vou pensar nisso.

Mary Del Priore. Indiferença e modernidade. In: Histórias do cotidiano. Editora Contexto, 2001 (com adaptações).

No texto, o adjetivo “iguais” qualifica


a) “gestos frios”.
b) “indiferença e distância”.
c) o sujeito da forma verbal “somos”.
d) “estrangeiros”.
e) “nossos semelhantes”.

Questão 40: QUADRIX - Texto para o item.

Três ovos. Uma lata de leite condensado e a mesma medida de leite. Açúcar para a calda de caramelo.
Essa é a receita do pudim de leite da minha mãe. Apesar da quantidade escassa de ingredientes, o
resultado pode variar muito. O pudim dela, por exemplo, às vezes fica cheio de furinhos, às vezes
parece mais uma ambrosia. É que ela adora fazer experimentações na cozinha. Em muitos momentos
isso acontece porque um ingrediente falta e ela testa seguir com o doce mesmo assim. E já aconteceu
também de estar com pressa e pular etapas. Dona Ligia é desse jeito, um misto de praticidade com
certa dose de impaciência e ansiedade para algumas coisas. Foi assim, experimentando e sabotando a
própria receita, que descobriu que o pudim pode ganhar sabores e nuances diferentes de acordo com o
modo de preparo.

Uma vez, fez com dois ovos em vez de três. Outro dia, cansada de fazer o pudim cozinhar em
banho-maria, colocou no forno, sem banho-maria. E o resultado foi interessante — foi a versão que
lembra a ambrosia. No início, achava isso um absurdo. Receita existe para ser seguida, afinal. Mas
depois percebi que há uma beleza até quando questionamos aquilo que parece tão certo.

A chef brasileira Roberta Sudbrack fez sucesso em eventos internacionais de cozinha com a sua farinha
de banana. Ela conta que testava reações da banana em diferentes temperaturas. “De repente, vejo

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um cozinheiro passar encolhido, tentando se esconder e carregando uma travessa enorme cheia de
bananas que, na visão dele, tinham passado do ponto num dos testes”. Antes que as frutas fossem
jogadas no lixo, sugeriu que deixasse secar mais um pouco para, depois, bater no processador. Assim
nasceu a farofa de banana, um ícone no cardápio da premiada chef.

É claro que seguir a receita é importante. Mas existe um lugar nisso tudo que é a nossa capacidade de
subverter e experimentar. Pode ser que dê certo ou não. E tudo bem. Acho que na vida muitas vezes é
assim. Seguimos a “receita” que nos ensinaram. Parece que a felicidade estará ali. Só que,
infelizmente, nem sempre as coisas acontecem dessa forma. Às vezes, precisamos experimentar além
da
receita, ter a capacidade de olhar novas possibilidades. Ana Holanda. Tudo bem errar.

In: Viva Saúde, ano


15, ed. 217, 2022, p. 66 (com adaptações).

Acerca dos aspectos linguísticos e dos sentidos do texto, julgue o item.

A palavra “ambrosia” classifica-se como adjetivo, empregado pela autora para caracterizar,
negativamente, o pudim que deu errado.

Certo
Errado

Questão 41: DIRENS Aeronáutica - Leia o texto abaixo e avalie as afirmações.

“Aquele rio
era como um cão sem plumas.
Nada sabia da chuva azul,
da fonte cor-de-rosa,
da água do copo de água,
da água de cântaro,
dos peixes de água,
da brisa na água.” (João Cabral de Melo Neto)

I- “de água”, “de cântaro” e “sem plumas” são locuções adjetivas.

II- “azul” e “cor-de-rosa” são adjetivos.

III- “da água”, “de água” e “na água” são locuções adjetivas.

IV- “da fonte” e “dos peixes” são locuções adjetivas.

Está correto o que se afirma em


a) III e IV.
b) II e III.
c) I e IV.

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d) I e II.

Questão 42: INSTITUTO MAIS - Analise os quadrinhos abaixo para responder à questão.

Assinale a alternativa que apresenta o correto plural da palavra “responsável”, que aparece no
primeiro e no segundo quadrinho.
a) Responsávels.
b) Responsáveleis.
c) Responsávelis.
d) Responsáveis.
e) Responsáveles.

Questão 43: DIRENS Aeronáutica - Assinale a alternativa em que o adjetivo destacado, quanto ao
gênero, classifica-se como uniforme.
a) O campeonato europeu daquele ano revelou grandes estrelas para a Copa do Mundo.
b) O gesto encantador da pequena garota oferecendo seu cuidado ao pobre andarilho comoveu as
redes sociais.
c) Pesquisou tudo quanto pôde a respeito do povo pigmeu a fim de compor um ótimo trabalho
escolar.
d) A menina, nas roupas e nos gestos, esforçava-se por parecer mais madura diante dos garotos, mas
seu olhar pueril a traía sempre.

Questão 44: QUADRIX - Por que somos o único bicho com linguagem? Porque só a gente é capaz de
se expressar como em tantos poemas que conhecemos. Bem… em termos. Na verdade, poesia assim é
para poucos, como Carlos Drummond de Andrade, mas os seres humanos se destacam entre outras
espécies consideradas inteligentes, como chimpanzés e golfinhos, porque, entre outras coisas, são
capazes de encaixar uma ideia na outra, formando frases quilométricas, sem fim. Esse componente,
presente apenas na linguagem da nossa espécie, é chamado de recursividade.
Anos de trabalho para ensinar outros animais (como os internacionalmente famosos papagaio Alex e
bonobo Kanzi) a se comunicarem com a linguagem humana serviram para provar que, por mais que
possam avançar, há um limite, bem distante do mínimo que um ser humano pode fazer.
Para o linguista americano Noam Chomsky, que estuda esse assunto há mais de seis décadas, o que nos
torna diferentes é que temos uma espécie de “órgão da linguagem” no cérebro, que talvez nem tenha
surgido com esse fim, mas com a finalidade de realizar cálculos combinatórios. Daí a ideia de que a
recursividade seja o fato que torna a linguagem humana única, como propõem Chomsky e seus colegas
Marc Hauser e Tecumseh Fitch.
No começo de 2008, durante a reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência,
Hauser comparou a comunicação humana com a dança das abelhas, considerada uma forma de
linguagem. Após acharem comida, esses animais voltam para a colmeia e informam onde está o
alimento por meio dessa dancinha. “É uma linguagem simbólica e separada da ação no tempo e no
espaço. O problema é que as abelhas só conversam sobre comida”, afirma o pesquisador da

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Universidade Harvard. Já a recursividade permite que nosso uso da linguagem seja praticamente
infinito — basta combinar unidades menores para formar frases nunca ouvidas antes. Esse potencial
inesgotável é ideal para comunicar todo tipo de informação e ideia, o que torna óbvia a vantagem
trazida por essa capacidade aos seres humanos.
Mas o que dizer das capacidades do papagaio cinza, africano, Alex, morto em 2007, aos 31 anos de
idade? O trabalho feito pela psicóloga Irene Pepperberg ao longo de toda a vida do animal mostrou que
a ave era capaz de entender alguns conceitos. Ele aprendeu a separar palavras por categorias e a
contar pequenas quantidades e sabia até reconhecer algumas cores e formas. E, apesar de haver
relatos de que, às vezes, ele ajudava outros papagaios do laboratório a falarem melhor e que, de vez
em quando, ele se mostrava aborrecido com exercícios repetitivos, ele não mostrava sinais de lógica
ou capacidade de generalização tal como nós.
Para Hauser, estudos com outros animais “falantes”, por mais que mostrem que eles têm capacidade
de reagir emocionalmente e de discriminar algumas percepções, acabam por comprovar que “essas
habilidades não interagem no cérebro como a cognição humana”. Ao juntar tudo isso, criamos a
linguagem.

Giovana Girardi. Por que somos o único bicho com linguagem? In: Revista Superinteressante. Internet: <super.abril.com.br> (com
adaptações).

Quanto aos aspectos gramaticais e aos sentidos do texto, julgue o item.


O termo “infinito” (linha 18) qualifica o vocábulo “uso” (linha 17).
Certo
Errado

Questão 45: QUADRIX - Texto para o item.

O DNA é o composto orgânico que contém todas as informações necessárias para o desenvolvimento e
a manutenção de um organismo e está presente em cada uma das nossas células.

Não raramente, o DNA sofre mutações e dá origem a variações nas características dos indivíduos.
Algumas vezes, essas variações são benéficas ou inofensivas, como a capacidade de digerir lactose na
idade adulta, as mechas brancas no cabelo, entre outras características que surgiram na espécie
humana a partir de mutações. Mas, muitas vezes, elas podem ser prejudiciais, como é o caso das
doenças genéticas.

Dada essa relação entre nosso DNA e características do nosso organismo, seria possível promover
alterações nesse material para dar às pessoas superpoderes ou melhoramentos que as tornem
super-humanos (ou, ao menos, que as protejam de doenças)?

Desde os estudos da química britânica Rosalind Franklin (1920-1958) sobre a estrutura molecular do
DNA, a ciência vem investigando o papel desempenhado por cada gene — cada pedaço do DNA — nas
características do nosso organismo e do de outros seres vivos. Desde então, os cientistas também vêm
investigando formas de alterar o DNA das células de diversas espécies, de modo a obter plantas mais
resistentes a pragas, animais mais resistentes a doenças, entre outros fins.

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Nos anos 1970, cientistas inauguraram a engenharia genética, ao desenvolverem a tecnologia do DNA
recombinante, com a qual é possível cortar fragmentos de DNA de uma espécie e transferi-los
artificialmente para outra.

Esse processo de edição genética (corte e transferência de genes) passou a ser extremamente barato,
rápido e preciso após o desenvolvimento do método CRISPR-Cas, que se baseia no sistema de defesa
das bactérias.

Quando um vírus infecta uma bactéria, ela acopla o DNA do vírus ao seu próprio DNA, em uma região
denominada CRISPR. Em seguida, a bactéria cria uma molécula de RNA, que é uma cópia desse DNA
viral.

O RNA liga-se, então, a outra proteína, chamada Cas9, e esse conjunto se torna uma espécie de
sentinela. Essa sentinela se move pela bactéria à procura de material genético que seja exatamente
igual àquele do vírus que foi copiado. Se o vírus invade novamente a bactéria, a sentinela o encontra e
faz um corte preciso no DNA do vírus, destruindo-o e mantendo a bactéria protegida.

Em 2012, a bioquímica e bióloga molecular Jennifer Doudna e a microbiologista e imunologista


Emmanuelle Charpentier descobriram que esse sistema CRISPR-Cas é programável, ou seja, podemos
entregar a ele a “foto” de uma parte exata do DNA para que ela seja cortada.

Doudna e Charpentier também mostraram que, inserindo-se em uma célula o CRISPR-Cas com um novo
material genético, é possível não só recortar um pedaço de DNA indesejável, como também fornecer
imediatamente um pedaço para reparação. Isso significa que podemos literalmente trocar um gene
que não nos interessa por outro que queremos.

O uso do método CRISPR-Cas está reduzindo custos na agricultura, na pecuária e até na produção de
fármacos e vacinas. Na medicina, muitos estudos já vêm demonstrando o potencial dessa tecnologia
no tratamento de alguns tipos de câncer e na cura de inúmeras doenças genéticas.

Uma das possibilidades de tratamento de câncer consiste em retirar células imunes do organismo de
uma pessoa, mudar os códigos genéticos delas, com CRISPR-Cas, para que se tornem excelentes
caçadoras de tumores e devolvê-las ao organismo, sem gerar nenhum efeito colateral.

Outras formas de se utilizar esse método estão sendo estudadas e ainda representam um importante
desafio tecnológico. Mas de uma coisa podemos ter certeza: o CRISPR-Cas nos coloca mais próximos da
descoberta de tratamentos e curas de muitas doenças e acelera significativamente as pesquisas na
área.

Lucas Mascarenhas de Miranda. A engenharia genética pode criar super-humanos? Internet: <cienciahoje.org.br> (com
adaptações).

Em relação aos aspectos gramaticais e aos sentidos do texto, julgue o item.

Tanto o vocábulo “programável” quanto o vocábulo “indesejável” pertencem à classe dos adjetivos.
Certo

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Errado

Questão 46: VUNESP - Leia o texto, para responder à questão.

A loteria genética

O morticínio e as iniquidades provocados por ideias supostamente científicas sobre genes e raças são
conhecidos. Em boa medida por causa desse histórico sombrio, parte da sociedade passou as últimas
décadas ignorando, quando não combatendo, pesquisas no campo da genética humana,
particularmente da genética comportamental. Não é uma estratégia particularmente brilhante. Um
dos maus hábitos da realidade é que ela não vai embora só porque você não gosta dos resultados que
ela produz.

Esse panorama começou a mudar nos últimos anos, com a publicação de livros escritos por cientistas
com agenda abertamente progressista que mostram que os genes são relevantes para o
comportamento humano. “The Genetic Lottery”, de Kathryn Paige Harden, é uma dessas obras. Seu
maior mérito é apresentar e desmitificar o problema. Genes importam não só no âmbito individual
mas também para os grandes desafios sociais, como a igualdade. O peso da genética no desempenho
escolar de uma criança é igual ao da renda dos pais, ou seja, bem forte. E o desempenho escolar, vale
lembrar, é uma variável-chave na definição da renda, felicidade e até do número de anos que a pessoa
vai viver.

Harden faz um apanhado bem didático dos tipos de pesquisa genética que existem, as diferenças entre
eles e como interpretá-los. Embora o senso comum pense os genes como determinantes, seu efeito
sobre a maioria das características que nos interessam é muito mais probabilístico. Bons genes no
ambiente errado não fazem milagres. E um ambiente propício pode fazer com que mesmo alguém que
não tenha sido favorecido pela loteria genética se saia bem.

Uma boa analogia é com a miopia. Ela é 100% genética, mas depende de certas condições ambientais
para manifestar-se. Mais importante, mesmo quando ela dá as caras, a sociedade tem uma solução não
genética 100% eficaz: óculos.

(Hélio Schwartsman. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2021/12/a-loteria-genetica.shtml. 18.12.2021.


Adaptado)

O adjetivo destacado caracteriza de forma negativa a palavra a que se refere na seguinte frase:
a) ... cientistas com agenda abertamente progressista que mostram que os genes são relevantes para
o comportamento... (2o parágrafo)
b) Harden faz um apanhado bem didático dos tipos de pesquisa genética que existem... (3o
parágrafo)
c) ... seu efeito sobre a maioria das características que nos interessam é muito mais probabilístico.
(3o parágrafo)
d) ... quando não combatendo, pesquisas no campo da genética humana, particularmente da
genética comportamental. (1o parágrafo)
e) Em boa medida por causa desse histórico sombrio, parte da sociedade passou as últimas décadas
ignorando... (1o parágrafo)

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Questão 47: COPESE UFPI - Leia o texto a seguir e responda à questão.

Pesquisa sintomas na Internet? “Dr. Google” acerta apenas 1/3 das vezes

Quem nunca sentiu algo diferente e foi ao Google pesquisar o que poderia ser que atire a primeira
pedra. Muitas pessoas recorrem ao "Dr. Google" para tentar um diagnóstico a partir de alguns sintomas.
Contudo, um novo estudo da Edith Cowan University, da Austrália, mostra que os resultados obtidos
nesse tipo de pesquisa são precisos em apenas um terço de vezes.

Estimativas apontam que cerca de 70 mil pesquisas relacionadas à saúde sejam realizadas no Google
por minuto. "Embora possa ser tentador usar essas ferramentas para descobrir o que pode estar
causando seus sintomas, na maioria das vezes elas não são confiáveis", disse, ao site EurekAlert,
Michella Hill, autora do estudo.

A pesquisadora afirmou que esse tipo de ferramenta pode ser importante no sistema de saúde
moderno, mas alertou que esses atendimentos não substituem um atendimento presencial. "Esses sites
não substituem o médico, mas podem ser úteis para fornecer mais informações quando você tiver um
diagnóstico oficial", disse ela.

O que rolou?

O levantamento analisou verificadores internacionais de sintomas para dispositivos móveis e descobriu


que eles produzem diagnóstico correto, na primeira tentativa, apenas em 36% das vezes. Com três
tentativas, o resultado sobe para 52% de acerto.

As pesquisas relacionadas sobre quando e onde procurar atendimento médico apresentaram resultados
um pouco melhores. "Descobrimos que o aconselhamento para procurar atendimento médico em casos
de emergência e atendimento de urgência era adequado em cerca de 60% das vezes, mas para
não-emergências caía para 30% a 40%", disse Hill.

Por que é importante?

Um dos problemas de pesquisar diagnósticos online é a falsa sensação de segurança que pode causar
ao doente. "A realidade é que esses sites e aplicativos devem ser vistos com muito cuidado, pois não
olham para o cenário todo. Eles não conhecem seu histórico médico ou outros sintomas", afirma a
pesquisadora. A falta de regulamentação e de garantia de que os dados apresentados são corretos é
um dos principais fatores que fazem a qualidade dos verificadores online ser duvidosa. Por isso, é
sempre importante procurar um médico de confiança antes de apenas pesquisar e confiar nos dados
obtidos no "Dr. Google".

(OLIVEIRA, Felipe. Pesquisa sintomas na Internet? "Dr. Google" acerta apenas 1/3 das vezes. Tilt UOL, 20 mai. 2020. Disponível em:
<https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/05/20/pesquisa-sintomas-na-internet-dr-google-acerta-apenas-13-das-vezes.
htm>)

Em "falsa sensação de segurança", a palavra "falsa" está qualificando a palavra "sensação". No texto,
outra palavra que também exerce função adjetiva é:

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a) cenário
b) tentativa
c) correto
d) médico
e) cuidado

Questão 48: Instituto Consulplan - Quem ama, cuida

Somos uma geração perplexa, somos uma geração insegura, somos uma geração aflita — mas, como
tudo tem seu lado bom, somos uma geração questionadora.

O que existe por aí não nos satisfaz. Sofremos com a falta de uma espinha dorsal mais firme que nos
sustente, com a desmoralização generalizada que contamina velhos e jovens, com uma baixa
autoestima e descaso que, penso eu, transpareceram em nossa equipe de futebol na Copa do Mundo.

Algum remédio deve ser buscado na realidade, sem desprezar a força da imaginação e a raiz das
tradições — até no trato com as crianças.

Uma duradoura influência em minha vida, meu trabalho e arte, foram os contos de fadas:
antiquíssimas histórias populares revistas e divulgadas por Andersen e pelos Irmãos Grimm, para
povoar e enriquecer alma de milhões de crianças — e adultos.

Esses relatos, plenos de fantasia, falam de realidades e mitos arcaicos que transcendem linguagem,
raça e geografia, e nos revelam.

Nessa literatura infantil reúnem-se dois elementos que me apaixonam: o belo e o sinistro. Ela abre,
através da imaginação, olhos e medos para a vida real, tecida de momentos bons e ameaças sinistras,
experiências divertidas e outras dolorosas — também na infância.

Na realidade, nem sempre os fortes vencem e os frágeis são anulados: a força da inteligência de
pessoas, grupos, ou povos ditos “fracos”, inúmeras vezes derrota a brutalidade dos “fortes” menos
iluminados. Porém o mal existe, a perversão existe, atualmente a impunidade reina neste país nosso,
confundindo critérios que antes nos orientavam. Cabe à família, à escola, e a qualquer pessoa bem
intencionada, reinstaurar alguns fundamentos de vida e instaurar novos.

Não vejo isso em certa — não generalizada — tendência para uma educação imbecilizante de nossas
crianças, segundo a qual só se deve aprender brincando, a escola passou a ser quase um pátio
tumultuado, e a falta de respeito reproduz o que acontece tanto em casa quanto em alguns altos
escalões do país.

Essa mesma corrente de pensamento quer mutilar histórias infantis arcaicas como a do Chapeuzinho
Vermelho: agora o Lobo acaba amigo da Vovó… e nada de devorar a velha, nada de abrir a barriga da
fera e retirá-la outra vez. Tudo numa boa, todos na mais santa paz, tudo de brincadeirinha — como
não é assim a vida.

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Modificam-se textos de cantigas como “Atirei o pau no gato”, transformando-a em um ridículo “Não
atire o pau no gato” e outras bobajadas, porque o gato é bonzinho e nós devemos ser idem, no mais
detestável politicamente correto que já vi.

O mundo não é assim. Coisas más e assustadoras acontecem, por isso nossas crianças e jovens devem
ser preparados para a realidade. Não com pessimismo ou cinismo, mas com a força de um otimismo
lúcido.

Medo faz parte de existir, e de pensar. Não precisa ser terror da violência doméstica, física ou verbal,
ou da violência nas ruas — mas o medo natural e saudável que nos faz cautelosos, pois nem todo
mundo é bonzinho, adultos e mesmo crianças podem ser maus, nem todos os líderes são modelos de
dignidade. Uma dose de realismo no trato com crianças ajudará a lhes dar o necessário discernimento,
habilidade para perceber o positivo e o negativo, e escolher melhor.

Temos muitos adolescentes infantilizados pelo excesso de proteção paterna ou pela sua omissão, na
gravíssima crise de autoridade que nos assola; temos jovens adultos incapazes porque quase nada lhes
foi exigido, nem na escola, nem em casa. Talvez tenha lhes faltado a essencial atenção e interesse dos
pais, na onda de “tudo numa boa”.

Dar a volta por cima significará mudar algumas posturas e opções, exigir mais de nós mesmos e de
nossos filhos, de professores e alunos, dos governos, das instituições. Ou vamos transformar as novas
gerações em fracotes despreparados, vítimas fáceis das armadilhas que espreitam de todos os lados,
no meio do honrado e do amoroso — que também existem e precisam se multiplicar.

Não prego desconfiança básica, mas uma perspectiva menos alienada: duendes de pesadelo aparecem
em nosso cotidiano. Nem todos os amigos, vizinhos, parentes, professores ou autoridades nos amam e
nos protegem. Nem todos são boas pessoas, nem todos são preparados para sua função, nem todos são
saudáveis.

Para construir de forma mais positiva nossa vida, é preciso, repito, dispor da melhor das armas, que
temos de conquistar sozinhos, duramente, quando não a recebemos em casa nem na escola:
discernimento. Capacidade de analisar, argumentar, e escolher para nosso bem — o que nem sempre
significa comodidade ou sucesso fácil.

Quem ama, cuida: de si mesmo, da família, da comunidade, do país — pode ser difícil, mas é de uma
assustadora simplicidade, e não vejo outro caminho.

(LUFT, Lya. Quem ama, cuida. Disponível em: https://www.revistaprosaversoearte.com/quem-ama-cuida-umabelissima-


cronica-da-escritora-lya-luft/. Acesso em: 05/11/2021.)

Em relação aos adjetivos empregados no texto, analise as afirmativas a seguir.

I. Em “Coisas más e assustadoras acontecem, por isso nossas crianças e jovens devem ser preparados
para a realidade.” (11º§), são constatados dois adjetivos exercendo a função de núcleo do sujeito.

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II. Em “Na realidade, nem sempre os fortes vencem e os frágeis são anulados: a força da inteligência
de pessoas, grupos, ou povos ditos ‘fracos’, inúmeras vezes derrota a brutalidade dos ‘fortes’ menos
iluminados.” (7º§), são identificados dois adjetivos substantivados.

III. No trecho “Uma duradoura influência em minha vida, meu trabalho e arte, foram os contos de
fadas: antiquíssimas histórias populares revistas e divulgadas por Andersen e pelos Irmãos Grimm,
para povoar e enriquecer alma de milhões de crianças — e adultos.” (4º§), identifica-se um adjetivo
no grau absoluto sintético.

Está correto o que se afirma apenas em


a) II.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.

Questão 49: Instituto Consulplan -


Num matutino de ontem, num desses matutinos que se empenham na publicidade do crime, havia a
seguinte notícia: “João José Gualberto, vulgo ‘Sorriso’, foi preso na madrugada de ontem, no Beco da
Felicidade, por ter assaltado a Casa Garson, de onde roubara um lote de discos”.

Pobre redator, o autor da nota. Perdido no meio de telegramas, barulho de máquinas, campainhas de
telefones, nem sequer notou a poesia que passou pela sua desarrumada mesa de trabalho, e que
estava contida no simples noticiário de polícia.

Bem me disse Pedro Cavalinho, o tímido esteta, naquela madrugada: “A maior inimiga da poesia é a
vulgaridade”.

Distraído na rotina de um trabalho ingrato, esse repórter de polícia soube que um homem que atende
por um vulgo de “Sorriso” roubara discos numa loja e fora preso naquele beco sujo que fica entre a
Presidente Vargas e a Praça da República e que se chama Felicidade. Fosse o repórter menos vulgar e
teria escrito: “O Sorriso roubou a música e acabou preso no Beco da Felicidade”.

(PRETA, Stanislaw Ponte. Tia Zulmira e eu. 1. ed. Rio de


Janeiro: Civilização Brasileira, 1979. p. 145-7. Adaptado.)

O adjetivo constitui a classe de palavra definida por criar possibilidades de extensão dos sentidos
denotados pelo substantivo. São adjetivos transcritos do texto que delimitam um campo de
significações para o substantivo, como, por exemplo, a atribuição de uma qualidade, EXCETO:
a) “Distraído na rotina de um trabalho ingrato, (...)”
b) “(...) e que estava contida no simples noticiário de polícia.”
c) “Num matutino de ontem, num desses matutinos que se empenham na publicidade do crime,
(...)”
d) “(...) e fora preso naquele beco sujo que fica entre a Presidente Vargas e a Praça da República e
que se chama Felicidade.”

Questão 50: FGV - Observe a frase a seguir.

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“Amo tudo que é velho: velhos amigos, velhos tempos, velhas maneiras, velhos livros, velhos vinhos.”

Sobre a utilização do adjetivo velho nesse pensamento, a afirmação correta, é:


a) velhos tempos, velhas maneiras e velhos livros mostram o valor positivo da tradição;
b) velhos amigos e velhos vinhos mostram o mesmo valor do adjetivo velho;
c) velhos tempos e velhas maneiras indicam uma significação negativa do adjetivo velho;
d) velhos livros e velhos vinhos atribuem ao adjetivo velhos uma qualidade positiva;
e) velhos amigos e amigos velhos significam exatamente a mesma coisa

Questão 51: FGV -


Texto 2

Sonho, memória e o reencontro de Freud com o cérebro (fragmento adaptado) “Para que serve sonhar?
No início do século XX esta pergunta ancestral pareceu subitamente ao alcance da Razão, com a
publicação de ‘A interpretação dos sonhos’. Neste livro Freud fundou uma nova e ambiciosa psicologia,
repleta de novas ideias sobre a mente humana e seus sonhosa. A despeito do impacto profundo destas
ideias na sociedade ocidental, sua formulação e desenvolvimento não se deram sobre uma base
empírica e quantitativa, marcando um divórcio progressivo de método e discurso entre a psicanálise e
a biologia. Como resultado, pouca ou nenhuma influência é atualmente atribuída a Freud no que diz
respeito à investigação científica do fenômeno onírico.

O fosso não poderia ser mais profundo. Predomina nas ciências exatas a noção de que a contribuição
da psicanálise para o entendimento dos sonhos resume-se a um amontoado de observações isoladas,
teorias não testáveis, imperativos ideológicos e argumentos de autoridadeb. Por outro lado, as
diferentes vertentes da psicanálise ocupam-se pouco ou nada do estudo experimental e quantitativo
dos sonhos, voltando-se exclusivamente para os símbolos e jamais para seu substrato material, o
sistema nervoso.c

Na contramão deste divórcio, pretendo aqui demonstrar que os avanços da psicologia experimental e
da neurociência convergiram nos últimos anos para dois importantes insights psicanalíticos.d O
primeiro consiste na observação concreta de que os sonhos, muito frequentemente, contêm elementos
da experiência do dia anterior,e denominados ‘restos do dia’. O segundo é o reconhecimento de que
estes ‘restos’ incluem atividades mnemônicas e cognitivas da vigília, persistindo nos sonhos na medida
de sua importância para o sonhador. Assim, ainda que de maneira difusa, a psicanálise prevê que a
consolidação de memórias e o aprendizado sejam importantes funções oníricas. [...]”

(Sidarta Ribeiro. Disponível em: http://old.scielo.


br/scielo.php?script=sci_arttext &pid=S1516-44462003000600013&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 02/04/2022)

Assinale a alternativa em que todos os adjetivos ou locuções adjetivas sublinhados apresentam carga
semântica negativa no contexto em que são empregados no texto 2:
a) “Neste livro Freud fundou uma nova e ambiciosa psicologia, repleta de novas ideias sobre a mente
humana e seus sonhos”;
b) “Predomina nas ciências exatas a noção de que a contribuição da psicanálise para o entendimento
dos sonhos resume-se a um amontoado de observações isoladas, teorias não testáveis, imperativos
ideológicos e argumentos de autoridade”;

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c) “voltando-se exclusivamente para os símbolos e jamais para seu substrato material, o sistema
nervoso”;
d) “Na contramão deste divórcio, pretendo aqui demonstrar que os avanços da psicologia
experimental e da neurociência convergiram nos últimos anos para dois importantes insights
psicanalíticos”;
e) “O primeiro consiste na observação concreta de que os sonhos, muito frequentemente, contêm
elementos da experiência do dia anterior”.

Questão 52: FGV - Em todas as frases abaixo há orações adjetivas sublinhadas; a opção em que foi
feita a substituição dessa oração por um adjetivo adequado, é:
a) Uma espera que durou uma eternidade / indefinida;
b) Uma doença que não oferece nenhum perigo / imune;
c) Uma dor que vai passar logo / abreviada;
d) Uma marca que passa de geração em geração / generalizada;
e) Um romance que prendeu a minha atenção / atraente.

Questão 53: FGV - Abaixo há locuções adjetivas introduzidas, respectivamente, pelas preposições
com e sem.

Assinale a opção em que a substituição dessas locuções por adjetivos é feita de forma incorreta.
a) carne com sal / sem sal = salgada e insossa.
b) campo com água / sem água = úmido e seco.
c) líquido com açúcar / sem açúcar = doce e salgado.
d) fruta com sabor / sem sabor = saborosa e insípida.
e) flores com perfume / sem perfume = perfumadas e inodoras.

Questão 54: FGV - Observe o seguinte texto:

“Era um menino. Nem bonito, nem feio; tem boca, orelhas, sexo e nariz nos seus devidos lugares;
cinco dedos em cada mão e em cada pé. Realizou a grande temeridade de nascer e saiu-se bem da
empreitada. Já enfrentou dez minutos de vida. Ainda traz consigo, nos olhinhos esgazeados, um resto
de eternidade”.

No texto, de Fernando Sabino, alguns adjetivos estão sublinhados; como sabemos, os adjetivos são
originários da opinião do observador (qualidades), da sua observação (características) ou do seu
conhecimento (relações ou referências).

Sobre os adjetivos sublinhados nesse texto, assinale a observação correta.


a) todos os adjetivos sublinhados mostram opiniões do observador.
b) “bonito”, “feio” e “esgazeados” indicam características do menino.
c) “grande” destaca uma qualidade, mas sem significado preciso.
d) “esgazeado” mostra uma relação, indicando que só o enunciador pode saber que os olhos são
desse formato.
e) todos os adjetivos sublinhados indicam características do menino.

Questão 55: FAU UNICENTRO -

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Leilão dos apartamentos do “prédio giratório” de Curitiba acontece nesta sexta

Os apartamentos do edifício Suite Vollard, conhecido como o prédio giratório de Curitiba, vão a leilão
nesta sexta-feira (18). Os 10 imóveis, que ficam no bairro Mossunguê, poderão ser habitados pela
primeira vez desde sua inauguração, em 2004. Neste primeiro momento, os apartamentos têm lance
inicial de R$ 1,4 milhões cada, preço bem menor comparado aos valores iniciais, quando custavam
cerca de R$ 2,3 milhões.

Caso não sejam vendidos, um novo leilão está marcado para o dia 24 de fevereiro, com lance inicial de
R$ 849 mil, equivalente a 60% do valor avaliado, um desconto de 40%. Quem comandará as vendas é o
leiloeiro público Helcio Kronberg.

De acordo com Kronberg, o juízo determinou a venda de vários apartamentos. Entretanto, caso o valor
da execução seja atingido antes de todos os lofts serem leiloados, o leilão poderá ser finalizado.
Portanto, quem tiver interesse já deve registrar seus lances previamente. O leilão iniciará pelos
apartamentos dos andares mais altos para os mais baixos.

O município de Curitiba, credor em mais de R$ 1 milhão pelo IPTU devido, e alguns outros credores
dos proprietários, já estão requerendo ao juízo da 21ª Vara Cível de Curitiba a reserva de seus
créditos, o que poderá favorecer a venda de mais unidades. Para participar, os interessados precisam
fazer um cadastro prévio no site da Kronberg Leilões. Os lances podem ser feitos à vista ou
parcelados, com entrada de 25% e o remanescente em até 30 parcelas. Essa é primeira vez que os
imóveis serão vendidos após as diversas tentativas feitas em 2018, quando não houve nenhum
comprador.

A história do prédio é bastante famosa na capital paranaense. O projeto pioneiro, feito em 1997, saiu
do papel em 2004 e atraiu olhares do mundo todo, com espaço até em uma matéria exclusiva do The
New York Times e uma citação no The Economist. Na estrutura há um anel externo que gira
impulsionado por um motor de 40 cavalos. Apesar do sucesso de mídia, os apartamentos nunca foram
habitados. Na época, o motivo apontado foi o alto valor da venda para um empreendimento desse
porte, além de problemas judiciais enfrentados pela Construtora Moro, responsável pela obra.

Cada andar pode se mover de maneira independente nos sentidos horário ou antihorário, de acordo
com a preferência do morador, e há pouco atrito no movimento. Os únicos aposentos fixos são a
cozinha e o banheiro, por causa do encanamento. O giro completo do Suíte Vollard é feito em uma
hora e pode ser ativado por comandos de voz, ou por um painel eletrônico instalado na parede, que
controla também luz, arcondicionado e sistemas de segurança.

Os apartamentos são cercados de janelas e oferecem vista 360° da cidade, além de receberem luz do
sol a qualquer hora do dia. O prédio conta com 11 lofts de 270 metros quadrados cada.

Fonte: https://tribunapr.uol.com.br/noticias/curitiba-regiao/leilao-dosapartamentos-
do-predio-giratorio-de-curitiba-acontece-nesta-sexta/ Acesso em 20 de fevereiro de 2022.

Assinale a alternativa que apresente a circunstância estabelecida pelo advérbio em destaque no


período: A história do prédio é bastante famosa na capital paranaense.

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a) Negação.
b) Dúvida.
c) Modo.
d) Tempo.
e) Intensidade.

Questão 56: Instituto Consulplan - Carta a um adolescente

Você pediu que eu escrevesse sobre a maldade. Foi a primeira vez que uma pessoa me pediu isso. Você
foi corajoso porque falar sobre a maldade é falar sobre nós mesmos. A maldade é algo que mora
dentro de nós, à espera do momento certo para se apossar do nosso corpo. Ao pedir que eu falasse
sobre a maldade você me pediu que o ajudasse a entender o lado escuro de você mesmo.

Para a gente entender a maldade é preciso entender, antes, os dois poderes de que somos feitos.
Somos feitos de uma mistura de amor e poder. Amor é um sentimento que nos liga a determinadas
coisas, e vai desde o simples gostar até o estar apaixonado. O amor quer abraçar, ficar perto,
proteger. O amor faz isso: coloca o outro dentro da gente. O que o outro sente, a gente sente
também.

Aquilo que eu amo eu quero proteger. O amor sozinho não faz milagresc.

Quando você tem essas duas coisas juntas, o amor e o poder, coisas muito bonitas acontecem. O poder
torna possível a existência daquilo que a gente ama: gero um filho, planto um jardim, construo uma
casa. O poder, assim, está a serviço da alegria. Pelo poder eu posso contribuir para que o mundo seja
melhor. O poder e o amor juntos estão a serviço da preservação da vida.

Você me perguntou sobre a maldade: a maldade é isso – quando as pessoas sentem prazer no ato de
destruir, isto é, quando as pessoas sentem prazer no exercício puro do poder, sem que esse poder
tenha um objetivo de vida. Bondade é o poder usado para a vida. Maldade é o poder usado para a
mortec.

A adolescência é o momento da vida quando se descobrem as delícias do poder. A criança tem amor,
mas não tem poder. A criança é impotentea. Na adolescência o corpo se desenvolve. Fica maior que o
corpo da mãe, o corpo do pai. Ganha força. Juntos, então, os adolescentes se constituem num
exército poderosoe. É por isso que os adolescentes gostam de estar juntos: isso lhes dá um sentimento
de poder. Há coisas que nunca fariam sozinhos. Mas, em grupo, tudo é permitido. As pessoas mais
mansas podem se tornar monstruosas em grupo. No grupo a gente perde o senso da responsabilidade
moral.

Por isso, meu amigo, adolescente, quero confessar uma coisa que nunca confessei: “Tenho medo de
vocês”. O fascínio que vocês têm pelo poder me assusta. É isso que é maldade: poder sem amor.

Eu queria poder dar para vocês, como herança, o ovo onde moram os meus sonhos, na esperança de
que vocês continuassem a chocá-lo, depois da minha partida. Sim, o mundo que eu amo se parece com
um ovo: está cheio de vida, mas é muito frágil. Dentro dele estão coisas delicadas, fáceis de serem

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destruídas:d plantas, insetos, ninhos, aves, músicas, poemas, memórias, livros, peixes, muros brancos,
crianças, velhos, jardins...

Mas eu tenho medo que vocês não resistam à tentação de quebrar o ovo onde eu e o meu mundo
moramos. Como é fácil quebrar um ovo! Fácil e irreversível: nunca mais! Assim, por enquanto, o ovo
onde moram meus sonhos fica sob a minha guarda. Até encontrar os herdeiros que eu espero.

(ALVES, Rubem. Correio Popular. Campinas, 24/11/1996. Adaptado.)

Levando em consideração que o adjetivo é a classe de palavras que modifica o substantivo,


atribuindo-lhe características mais precisas, assinale a expressão destacada que NÃO se refere a tal
classe gramatical.
a) “A criança é impotente.”
b) “O amor sozinho não faz milagres.”
c) “Maldade é o poder usado para a morte.”
d) “Dentro dele estão coisas delicadas, fáceis de serem destruídas: [...]”
e) “Juntos, então os adolescentes se constituem num exército poderoso.”

Questão 57: Instituto Consulplan -


Aquilo por que vivi

Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, governaram- me a vida: o anseio de amor, a busca
do conhecimento e a dolorosa piedade pelo sofrimento da humanidade. Tais paixões, como grandes
vendavais, impeliram-me para aqui e acolá,(c) em curso instável, por sobre profundo oceano de
angústia, chegando às raias do desespero.

Busquei, primeiro, o amor, porque ele produz êxtase(a) – um êxtase tão grande que, não raro, eu
sacrificava todo o resto da minha vida por umas poucas horas dessa alegria.

Ambicionava-o, ainda, porque o amor nos liberta da solidão – essa solidão terrível através da qual a
nossa trêmula percepção observa,(d) além dos limites do mundo, esse abismo frio e exânime.

Com paixão igual, busquei o conhecimento. Eu queria compreender o coração dos homens. Gostaria de
saber por que cintilam as estrelas. E procurei apreender a força pitagórica pela qual o número
permanece acima do fluxo dos acontecimentos. Um pouco disto, mas não muito, eu o consegui.

Amor e conhecimento, até ao ponto em que são possíveis, conduzem para o alto, rumo ao céu. Mas a
piedade sempre me trazia de volta a terra. Ecos de gritos de dor ecoavam em meu coração. Crianças
famintas, vítimas torturadas por opressores,(b) velhos desvalidos a constituir um fardo para seus filhos,
e todo o mundo de solidão, pobreza e sofrimentos, convertem numa irrisão o que deveria de ser a vida
humana. Anseio por aliviar o mal, mas não posso, e também sofro.

Eis o que tem sido a minha vida. Tenho-a considerado digna de ser vivida e, de bom grado, tornaria a
vivê-la, se me fosse dada tal oportunidade.

(Bertrand Russel. Autobiografia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967. Adaptado.)

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Levando em consideração que o adjetivo é a classe de palavras que modifica o substantivo,


atribuindo-lhe características mais precisas, NÃO se refere a tal classe gramatical:
a) “Busquei, primeiro, o amor, porque ele produz êxtase (...)”
b) “Crianças famintas, vítimas torturadas por opressores, (...)”
c) “Tais paixões, como grandes vendavais, impeliram-me para aqui e acolá (...)”
d) “(...) essa solidão terrível através da qual a nossa trêmula percepção observa, (...)”

Questão 58: Instituto Consulplan - Como a guerra de palavras molda as notícias

“Lutar com palavras


é a luta mais vã.
Entanto lutamos
mal rompe a manhã.
São muitas, eu pouco.”

Assim começa o poema “O Lutador” de Carlos Drummond de Andrade, a meu ver, um dos mais belos
poemas sobre o ofício de escrever. Sobre a quase que impossibilidade de definir, seja lá o que (ou
quem) for, com vocábulos, o que se pretende dizer ou expressar. Do alto de sua sabedoria infantil,
Marcelo, o inesquecível personagem de “Marcelo, Martelo, Marmelo” (Ed. Salamandra), de Ruth
Rocha, outra das nossas grandes autoras, já definiu bem a grande dúvida que ronda a origem das
palavras, sejam elas em que língua forem:

“– Papai, por que mesa chama mesa?


– Ah, Marcelo, vem do latim.
– Puxa, papai, do latim? E latim é língua de cachorro?
– Não, Marcelo, latim é uma língua muito antiga.
– E por que é que esse tal de latim não botou na mesa nome de cadeira, na cadeira nome de parede, e
na parede nome de bacalhau?”

O pai de Marcelo, é claro, não soube responder à pergunta do garoto. E nós, tal como ele, muitas
vezes nos pomos a perguntar por que uma pessoa usou tal palavra e não outra (ou outras) para
comunicar alguma coisa, definir um conceito, contar uma história. E se perguntarmos a ela, muito
provavelmente essa pessoa usará mais tantas outras para justificar a escolha daquela e assim, nos
convencer que fez o melhor uso para descrever o que desejava. Longe de mim querer dar conta de
explicar um fenômeno tão complexo como a linguagem nas poucas linhas deste artigo. Minha reflexão
aqui é sobre como as palavras importam para moldar e explicar a nossa realidade. Nietzsche, um dos
maiores filósofos de todos os tempos, disse que as palavras são pontes iridescentes que ligam coisas
separadas. Faço um complemento à sua fala: e quando elas se juntam, são capazes de produzir
sentido, a chave para que sigamos vivos, em ação, transformando o mundo em que vivemos. As
palavras dão sentido à nossa experiência, ao que acontece ao nosso redor e ao que se passa com e em
cada um de nós.

Há mais de 30 dias vivemos uma experiência das mais complexas em diferentes sentidos com a guerra
na Ucrânia. E como ela se dá para além dos tiros, bombas, das mortes brutais, e está acontecendo
“em tempo real” nas mídias, nos relatos “ao vivo” de quem filma e/ou fotografa o inenarrável

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sofrimento humano e posta nas redes sociais, assistimos à tão falada “guerra das narrativas” na qual
desenrola-se uma escolha cuidadosa de palavras que tentam dar conta de explicar os fatos que se
desenrolam, minuto a minuto. Por que uns usam o termo “invasão” e outros “guerra”? E qual a razão
de outros insistirem em dizer que se trata de “exercícios militares”, ou ainda de um “conflito” ou
então de uma “ocupação”? É que quando você escolhe o termo guerra versus invasão, você selecionou
um ponto de vista para explicar os fatos que conseguiu perceber – e, esperamos! – verificar.

“Entendo que para contar é necessário primeiramente construir um mundo”, dizia um dos maiores
semiólogos e linguistas do nosso tempo, o escritor italiano Umberto Eco. “Que leitor modelo eu
queria, quando estava escrevendo? Um cúmplice, claro, que entrasse no meu jogo. (...) Um texto quer
ser uma experiência de transformação para o próprio leitor”. Estar consciente desse jogo, conhecer as
regras da construção das mensagens é uma das grandes habilidades a serem conquistadas pelos
cidadãos dessa Era da (Des)Informação, e um dos pilares da Educação para as Mídias. É fundamental
que o leitor (re)conheça que cada notícia é composta por um conjunto de palavras, de termos, que
contam uma determinada história, sob um ponto de vista específico, que interessa a um certo grupo
de pessoas e/ou instituições. Faz tempo que o mito da objetividade jornalística caiu por terra, por
isso, para se formar um leitor crítico, há que prepará-lo para desenvolver uma certa dose de ceticismo
saudável, aliado a uma investigação constante dos muitos porquês que envolvem a construção de uma
mensagem.

A chamada grande mídia vem sendo profundamente abalada pelo advento das redes sociais, onde
todos e qualquer um é jornalista. Daí a importância de se frisar que se a objetividade jornalística é
uma quimera, a objetividade, em si, é um método, não um ponto de vista. E o bom jornalismo faz uso
dela quando estabelece critérios claros (e bem expostos em sua política editorial) para publicar um
conteúdo, pesquisando o contexto no qual ele se desenrola, conhecendo os mais diversos e diferentes
pontos de vista sobre o que se está contando, analisando todas as informações coletadas, fazendo
perguntas – tantas quantas forem necessárias para trazer mais clareza ao fato – e escolhendo palavras
que sejam molduras o mais próximas possível do que se quer retratar. “As palavras são imprecisas.
Elas nunca capturam totalmente o que está acontecendo. Há uma diferença qualitativa entre um
jornalista que usa palavras de forma imprudente e um que está lutando, revisando e atualizando sua
linguagem à medida que sabe mais (...) as palavras também têm um significado público quando
absorvidas pela mídia. As palavras têm definições, mas também conotações e significados culturais,
dependendo do contexto em que são usadas. E tudo isso está em jogo nas notícias”, afirma o
jornalista e articulista do periódico digital Medium, Jeremy Littau.

A afirmação do jornalista americano explica de maneira bastante simples porque cada um lê a notícia
do jeito que lhe interessa, afinal, cada termo selecionado se encaixa na moldura que o leitor tem,
aquela que lhe possibilita ver e compreender o mundo em que vive. Nesse sentido, nunca é demais
lembrar que o poder está, de fato, na mão do leitor. Em uma sociedade letrada como a nossa, a
leitura (e aqui me refiro a ela como a possibilidade de ler/ver/ouvir em quaisquer suportes) é um
instrumento precioso para que interpretemos a realidade e então, possamos devolver a nossa
percepção dela para a nossa comunidade e com isso, construirmos a nossa história. O exercício da
leitura nos dá a possibilidade de questionar e elaborar as nossas perguntas e respostas a partir da
nossa experiência. O leitor crítico quer acessar as notícias, mas sobretudo quer entendê-las e
encontrar sentido nelas e para elas. Aquecimento global ou mudança climática? Protesto ou motim?

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Combate ou luta? Você escolhe como explicar ou compreender, meu caro leitor. (ALVES, Januária
Cristina. Como a guerra de palavras molda as notícias. Jornal Nexo.

Disponível em:https://www.nexojornal.com.br/colunistas/ 2022/Como-a-guerra-de-palavras-molda-as-not%C3%ADcias. Acesso em:


05/04/2022. Adaptado.)

Assinale a alternativa em que a mudança de posição do termo destacado alterará sensivelmente o


sentido do texto.
a) “[...] há que prepará-lo para desenvolver uma certa dose de ceticismo saudável, [...]”
b) “[...] a leitura (...) é um instrumento precioso para que interpretemos a realidade [...]”
c) “[...] assistimos à tão falada ‘guerra das narrativas’ na qual desenrola-se uma escolha cuidadosa
de palavras [...]”
d) “Há mais de 30 dias vivemos uma experiência das mais complexas em diferentes sentidos com a
guerra na Ucrânia.”

Questão 59: Instituto Consulplan -


Aquilo por que vivi

Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, governaram- me a vida: o anseio de amor, a busca
do conhecimento e a dolorosa piedade pelo sofrimento da humanidade. Tais paixões, como grandes
vendavais, impeliram-me para aqui e acolá, em curso instável, por sobre profundo oceano de angústia,
chegando às raias do desespero.

Busquei, primeiro, o amor, porque ele produz êxtase – um êxtase tão grande que, não raro, eu
sacrificava todo o resto da minha vida por umas poucas horas dessa alegria. Ambicionava-o, ainda,
porque o amor nos liberta da solidão – essa solidão terrível através da qual a nossa trêmula percepção
observa, além dos limites do mundo, esse abismo frio e exânime.

Com paixão igual, busquei o conhecimento. Eu queria compreender o coração dos homens. Gostaria de
saber por que cintilam as estrelas. E procurei apreender a força pitagórica pela qual o número
permanece acima do fluxo dos acontecimentos. Um pouco disto, mas não muito, eu o consegui.

Amor e conhecimento, até ao ponto em que são possíveis, conduzem para o alto, rumo ao céu. Mas a
piedade sempre me trazia de volta a terra. Ecos de gritos de dor ecoavam em meu coração. Crianças
famintas, vítimas torturadas por opressores, velhos desvalidos a constituir um fardo para seus filhos, e
todo o mundo de solidão, pobreza e sofrimentos, convertem numa irrisão o que deveria de ser a vida
humana. Anseio por aliviar o mal, mas não posso, e também sofro.

Eis o que tem sido a minha vida. Tenho-a considerado digna de ser vivida e, de bom grado, tornaria a
vivê-la, se me fosse dada tal oportunidade.
(Bertrand Russel. Autobiografia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967. Adaptado.)

Levando em consideração que o adjetivo é a classe de palavras que modifica o substantivo,


atribuindo-lhe características mais precisas, NÃO se refere a tal classe gramatical:
a) “Busquei, primeiro, o amor, porque ele produz êxtase (...)” (2º§)
b) “Crianças famintas, vítimas torturadas por opressores, (...)” (4º§)
c) “Tais paixões, como grandes vendavais, impeliram-me para aqui e acolá (...)” (1º§)

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d) “(...) essa solidão terrível através da qual a nossa trêmula percepção observa, (...)” (2º§)

Questão 60: Instituto Consulplan -


A dor de nunca saber o bastante

Como toda ansiedade, a angústia típica de nosso tempo machuca. Seu componente de irracionalidade
é irrelevante para quem se sente mal. O escritório de estatísticas da Inglaterra divulgou uma pesquisa
que é ao mesmo tempo um diagnóstico. Cerca de um sexto dos ingleses entre 16 e 74 anos se sente
incapaz de absorver todo o conhecimento com que esbarra no cotidiano. Isso provoca tal desconforto
que muitos apresentam desordens neuróticas.

O problema é mais sério entre os jovens e as mulheres. Quem foi diagnosticado com a síndrome do
excesso de informação tem dificuldade até para adormecer. O sono não vem, espantado por uma
atitude de alerta anormal da pessoa que sofre. Ela simplesmente não quer dormir para não perder
tempo e continuar consumindo informações. Os médicos ingleses descobriram que as pessoas com
quadro agudo dessa síndrome são assoladas por um sentimento constante de obsolescência, a sensação
de que estão se tornando inúteis, imprestáveis, ultrapassadas. A maioria não expressa sintomas tão
sérios. O que as persegue é uma sensação de desconforto – o que já é bastante ruim.

O excesso de informação não escolhe idade nem sexo.

A paulista Renata Gukovas, de 13 anos, sabe exatamente o que é isso. Ela vai à escola, estuda japonês
e inglês, joga basquete e handebol e participa de competições de matemática. “O que me falta na
vida? Tempo. Queria que o dia tivesse trinta horas.”

O americano Richard Saul Wurman, autor dos livros “Ansiedade de Informação” e “Ansiedade de
Informação 2”, neste último, sugere que as pessoas encarem o mundo como um grande depósito de
material de construção. E o que fazer com a matéria-prima? Ora, diz ele, seja um arquiteto de sua
própria catedral de conhecimento. A arma para isso é a “ignorância programada”, ou seja, a escolha
criteriosa do que se quer absorver.

O resto deve ser deixado de lado, como o compositor que intercala pausas de silêncio entre as notas
para que a música faça sentido aos ouvidos. “A ansiedade de informação é o buraco negro que existe
entre os dados disponíveis e o conhecimento. É preciso escapar dela”, observa Wurman. Ou, ao
menos, não deixar que ela assuma proporções dolorosas para quem precisa ultrapassá-la no dia a dia.

(Cristiana Baptista. A dor de nunca saber o bastante. Veja: Compor-


tamento. Em: 05/09/2001. Adaptado.)

Em “Os médicos ingleses descobriram que as pessoas com quadro agudo dessa síndrome são
assoladas por um sentimento constante de obsolescência, a sensação de que estão se tornando
inúteis, imprestáveis, ultrapassadas.” (2º§), é possível inferir que o uso sequencial de tais adjetivos
denota:
a) A intenção de suavizar informações displicentes.
b) A progressão de expressões que produz efetivas contradições.
c) A gradação das informações que faz com que a ideia se acentue.

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d) Ideias que, dentro do contexto literal, expressam críticas e opiniões.

Questão 61: OBJETIVA CONCURSOS - Por que a Lua ainda aparece de manhã, quando o Sol já
surgiu?

Você já deve ter percebido que, às vezes, conseguimos ver a Lua de dia no céu. Isso pode acontecer
de manhã ou no fim da tarde. Mas como será que isso ocorre?

Primeiro, é preciso lembrar que a Lua está o tempo todo no céu, de dia e de noite. No entanto, como
ela não tem luz própria, só podemos vê-la quando ela é refletida pela luz do Sol. Nosso astro sempre
ilumina a Terra e a Lua, mas ver isso depende do ângulo em que o planeta está.

Durante a Lua nova, quando o Sol ilumina a face oculta da Lua, não podemos ver o satélite de dia nem
de noite. Já a Lua cheia começa a nascer às 18h e se põe às 6h - só é possível vê-la no fim da tarde,
mas, a cada dia, ela nasce 48 minutos mais tarde. Assim, uma semana depois, ela vai nascer por volta
da meia-noite e poderá ser vista até o meio-dia.

A Lua minguante nasce imediatamente após o período da cheia, à meia-noite, permanecendo no céu
até o meio-dia. A Lua crescente só nasce ao meio dia, quando fica iluminada também durante 12
horas. A minguante e a crescente também nascem 48 minutos mais tarde a cada dia.

Portanto, de acordo com a posição da Lua em relação ao grau de inclinação dos raios solares, as fases
da Lua e seu horário de aparecimento no céu vão se alterando. Para saber o horário exato em que o
satélite vai aparecer, você pode consultar um calendário lunar.

(Fonte: Abril - adaptado)

A palavra sublinhada em “Este livro é estonteante.” é classificada como:


a) Advérbio.
b) Numeral.
c) Artigo.
d) Adjetivo.

Questão 62: OBJETIVA CONCURSOS - Texto

Seis novas espécies de samambaias são descobertas na América Latina

O Brasil conta com mais de 45 mil espécies de plantas, sendo que duas mil delas só foram descritas
nos últimos quatro anos. A floresta amazônica, que compreende cerca de 60% do território nacional,
guarda ainda uma infinidade de espécies a serem exploradas.

Seis novas espécies de samambaias foram descritas recentemente em dois artigos na revista científica
Brittonia, editada pelo Jardim Botânico de NY. A espécie brasileira, encontrada na Amazônia, foi
batizada de Campyloneurum atrosquamatum. Foram registradas outras três novas espécies na
Colômbia, uma na Jamaica e outra no Equador. Um dos responsáveis pelo achado também é brasileiro.
Nos últimos cinco anos, o cientista Paulo Labiak, membro da Rede de Especialistas em Conservação da

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Natureza (RECN), dedicou-se ao estudo de novas espécies de samambaias. As seis plantas já haviam
sido coletadas, mas nunca descritas.

(Fonte: Abril - adaptado.)

Em relação a algumas palavras do texto, assinalar a alternativa que apresenta um adjetivo:


a) Revista.
b) Espécies.
c) Amazônico.
d) Conservação.

Questão 63: CEPERJ -


"As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo..."

As palavras sublinhadas são classificadas, em termos morfológicos, respectivamente, como:


a) substantivo - substantivo.
b) adjetivo - substantivo.
c) substantivo - adjetivo.
d) adjetivo - adjetivo.

Questão 64: VUNESP - Leia o texto para responder à questão.

Consciência de herança

Quando terminava o ano letivo, Fabrício tinha a missão de reunir os livros usados em aula e apagar o
que tinha escrito para poder oferecê-los ao irmão caçula. Era uma obrigação limpar as respostas. Por
vários dias e duas borrachas brancas, fazia desaparecer aquilo que aprendera durante uma série
inteira.

Da lista escolar, os pais apenas compravam os cadernos. Estudavam todos na mesma escola e
reutilizavam os livros de exercícios. História, Geografia, Matemática, Língua Portuguesa e Ciências...
as obras migravam de um nome para outro sem trocar o sobrenome. O irmão Rodrigo era como um
adubo do conhecimento de Fabrício, pois nunca deixava nenhum exercício sem preencher.

Predominava na época uma grave consciência de herança que Fabrício deveria seguir. Jamais ele
recebia um livro inédito. Quando usava o livro, tomava cuidado para não afundar demais o lápis, já
pensando no irmão Miguel, que herdaria o livro no ano seguinte. Por isso escrevia leve, acariciando a
folha. Não podia rasgar, prejudicar a capa, desenhar nas bordas, colar adesivos. A responsabilidade já
aparecia na ponta dos dedos de Fabrício.

Havia a noção de que o livro era coletivo, não pessoal. Representava um patrimônio de todos os filhos.
Estudar significava cuidar. Assim Fabrício foi educado a não ser egoísta e possessivo, a não se sentir
dono da verdade, aprendendo a ceder espaço para quem vinha depois dele. Livro importante era, para
todos os irmãos, livro passado adiante.

(Fabrício Carpinejar. Cuide dos pais antes que seja tarde. 5a ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 2018. Adaptado)

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A alternativa em que a palavra destacada atribui uma qualidade ao vocábulo anterior é:


a) Era uma obrigação limpar as respostas. (1o parágrafo)
b) ... fazia desaparecer aquilo que aprendera... (1o parágrafo)
c) Da lista escolar, os pais apenas compravam os cadernos. (2o parágrafo)
d) ... nunca deixava nenhum exercício sem preencher. (2o parágrafo)
e) Representava um patrimônio de todos os filhos. (4o parágrafo)

Questão 65: VUNESP - Leia a tira para responder à questão.

(Quino, Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2010)

No texto dos quadrinhos, é empregado para intensificar o sentido da palavra a que se refere o termo
destacado em:
a) Primeiro vou me casar, sabe? (1o quadrinho)
b) Depois vou ter filhos. (1o quadrinho)
c) Então vou comprar uma casa bem grande... (2o quadrinho)
d) ... e um carro bem bonito, e depois joias… (2o quadrinho)
e) Minha vida vai ser assim. Não é lindo? (3o quadrinho)

Questão 66: QUADRIX - Texto para o item.

Muitos séculos antes da era cristã, a civilização grega já empregava os serviços do médico prático, que
curava com emplastros, medicamentos diversos e técnicas bastante desenvolvidas, como as de enfaixe
de fraturas e ferimentos.

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Homero, na Ilíada, escreveu que, durante o cerco de Troia, o exército grego contava com dois
médicos, Podalírio e Macáone, discípulos de Asclépio (deus da medicina). Na obra, ele descreve a
intervenção de Macáone sobre o ferimento sofrido por Menelau, marido da bela Helena, o pivô da
guerra. Essas descrições sugerem que, embora ainda não superada, a figura mística do
sacerdote-médico já se enfraquecia. Não obstante, sua força ainda era grande e prosseguiria por
centenas de anos.

Os templos consagrados a Asclépio eram chamados de asclepeions e neles reuniam-se diariamente


doentes em busca de curas miraculosas, que seriam realizadas graças à intervenção divina. Do ponto
de vista arquitetônico, um asclepeion não era um simples templo como os consagrados a outros
deuses. Constituía-se numa série de dependências situadas em torno do templo propriamente dito. As
monumentais ruínas do mais notável de todos, o de Epidauro, revelam conjuntos residenciais anexos,
ou seja, verdadeiros hospitais, nos quais moravam as pessoas ligadas ao templo e às práticas médicas
e onde se alojavam os doentes antes, durante e depois do tratamento.

Ao lado desses imponentes setores residenciais, encontravam-se salões providos de vestiários, duchas,
banheiras, afora teatros que serviam à recreação dos doentes. Eram normalmente construídos em
zonas de clima estável e circundados por extensos bosques de coníferas e plantas aromáticas, o que
conferia ao ar uma salubridade particular. Localizavam-se sempre nas proximidades de uma fonte de
águas minerais ou termais, fator que determinaria, possivelmente, em muitos casos, o processo de
recuperação dos enfermos. A estrutura dos asclepeions contribuiu para o acompanhamento de casos
clínicos e deu espaço para o aparecimento de dois gênios.

O primeiro, Alcmeone, nascido por volta de 500 a.C., foi o pioneiro na dissecação de cadáveres com o
objetivo de investigar os mistérios da anatomia e da fisiologia humanas. Genial, afirmou, com firmeza,
que o cérebro era o centro do sistema nervoso e que, portanto, todas as sensações eram recebidas,
reguladas e analisadas nesse órgão. Infelizmente, da sua obra só restaram fragmentos esparsos e
citações a ele atribuídas por outros autores.

O segundo, Hipócrates, conhecido como o “pai da medicina”, fundou a Escola de Cós, situada na ilha
onde nascera, em 460 a.C., e onde lançou as bases do estudo objetivo da medicina. Em consonância
com os costumes da época, era um médico ambulante e, em função do ofício, percorreu toda a
Grécia, além de haver provavelmente visitado a Líbia e o Egito. Sua longa vida permitiu-lhe acumular
lendário prestígio, resultante de obra fecunda como escritor, praticante e professor da medicina. Seu
grande mérito foi defender que a medicina não poderia ser estudada a partir de pressupostos — o que
era a regra à época —, mas deveria ser apreendida experimentalmente, isto é, através da observação
direta dos fenômenos. Paralelamente, Hipócrates tentou dissociar a medicina da superstição. A
posição hipocrática, ousada e desafiadora, não deixou de chocar a sociedade da época — a epilepsia,
por exemplo, era considerada uma doença sagrada, isto é, produzida pelo alojamento de espíritos no
corpo do paciente (crença que perdurou na Europa até a Idade Média).

Existem 53 obras atribuídas à sua autoria e, embora estudos filológicos lancem dúvidas sobre a
autenticidade de todas elas, permanece ímpar a contribuição de Hipócrates nos campos da semiologia
(estudo dos sinais e sintomas), do diagnóstico, da terapêutica, da ética profissional e até mesmo em
certos setores da cirurgia.

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Jorge Boucinhas. A medicina na antiga Grécia. Internet: <www.tribunadonorte.com.br> (com adaptações).

Julgue o item, referente a aspecto linguístico do texto.

A palavra “hipocrática” (sexto parágrafo) está empregada como adjetivo e adquire sentido pejorativo
quando associada aos termos, também adjetivos, “ousada” (sexto parágrafo) e “desafiadora” (sexto
parágrafo).
Certo
Errado

Questão 67: QUADRIX - Texto para o item.


Se os senhores algum dia quiserem encontrar um representante da grande nação brasileira, não o
procurem nunca na sua residência. Seja a que hora for, de manhã, ao amanhecer mesmo, à hora do
jantar, quando quiserem enfim, se o procurarem, o criado há de dizer-lhes secamente: Não está.
Falo-lhes de experiência própria, porque, durante as inúmeras vezes, a toda a hora do dia, em que fui
ao Hotel Términus procurar o Deputado Castro, apalpando a carta do coronel, tive o desprazer de
ouvir estas duas palavras do porteiro indiferente. Nas últimas vezes, antes mesmo de acabar a
pergunta, já o homenzinho respondia invariavelmente da mesma desesperada forma negativa.

É bem fácil de imaginar com que sorte de cogitações eu ia passando esses dias. O meu dinheiro dentro
em breve, pago o hotel, ficaria reduzido a alguns mil-réis insignificantes. Não conhecia ninguém, não
tinha a mínima relação que me pudesse socorrer, dar-me qualquer coisa, casa ao menos, até que me
arranjasse. Saíra de meus penates, cheio de entusiasmo, certo de que aquela carta, mal fosse
apresentada, me daria uma situação qualquer. Era essa a minha convicção, dos meus e do próprio
coronel. Tinha-se lá, por aquelas alturas, em grande conta a força do doutor Castro nas decisões dos
governantes e a influência do velho fazendeiro sobre o ânimo do deputado.

Não era ele o seu grande eleitor? Não era ele o seu banqueiro para os efeitos eleitorais? E nós, lá na
roça, tínhamos quase a convicção de que o verdadeiro deputado era o coronel e o doutor Castro um
simples preposto seu. As minhas idas e vindas ao hotel repetiam-se e não o encontrava. Vinham-me
então os terrores sombrios da falta de dinheiro, da falta absoluta. Voltava para o hotel taciturno,
preocupado, cortado de angústias. Sentia-me só, só naquele grande e imenso formigueiro humano, só,
sem parentes, sem amigos, sem conhecidos que uma desgraça pudesse fazer amigos. Os meus únicos
amigos eram aquelas notas sujas encardidas; eram elas o meu único apoio; eram elas que me evitavam
as humilhações, os sofrimentos, os insultos de toda a sorte; e quando eu trocava uma delas, quando as
dava ao condutor do bonde, ao homem do café, era como se perdesse um amigo, era como se me
separasse de uma pessoa bem amada... Eu nunca compreendi tanto a avareza como naqueles dias em
que dei alma ao dinheiro, e o senti tão forte para os elementos da nossa felicidade externa ou
interna...

A minha ignorância de viver e falta de experiência quase deixavam transparecer a natureza das minhas
preocupações. O gerente do hotel pareceu-me que as farejava. De quando em quando, procurava na
conversação amedrontar-me com o seu poderio, proveniente de estreitas relações que mantinha com
as autoridades. Assim entendi ser o sentido das anedotas que contava. Uma vez — narrou ele — depois
de uma longa hospedagem, um hóspede quisera furtar-se ao pagamento. Não tivera dúvidas, fora ao
delegado auxiliar, um seu amigo, o doutor Felício, contara-lhe o caso e o homem teve que pagar, se

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quis tirar as malas. Com ele, era assim; não dormia. Nada de justiça, de pretorias... Qual! Com a
polícia a coisa vai mais depressa, a questão é ter amigos bons e ele tinha-os excelentes; e, em
seguida, interrogando-me diretamente: O senhor não viu, ontem, aquele homem gordo que jantou na
cabeceira? É o escrivão da “X”. Os escrivães, fique o senhor sabendo, é que são as verdadeiras
autoridades. Os delegados não fazem senão o que eles querem; tecem os pauzinhos e... E o italiano
rematou com um olhar canalha aquela sua informação sobre a onipotência dos escrivães.

Lima Barreto. Recordações do Escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Ática, 1995. Internet: <http://www.dominiopublico.gov.br/>
(com adaptações).

Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item.

O narrador revela ter passado por um estado de solidão, sendo esta evidenciada, no terceiro
parágrafo, pelo uso reiterado do adjetivo “só”, em “Sentia-me só, só naquele grande e imenso
formigueiro humano, só, sem parentes, sem amigos, sem conhecidos que uma desgraça pudesse fazer
amigos”
Certo
Errado

Questão 68: QUADRIX - Texto para o item.


Se os senhores algum dia quiserem encontrar um representante da grande nação brasileira, não o
procurem nunca na sua residência. Seja a que hora for, de manhã, ao amanhecer mesmo, à hora do
jantar, quando quiserem enfim, se o procurarem, o criado há de dizer-lhes secamente: Não está.
Falo-lhes de experiência própria, porque, durante as inúmeras vezes, a toda a hora do dia, em que fui
ao Hotel Términus procurar o Deputado Castro, apalpando a carta do coronel, tive o desprazer de
ouvir estas duas palavras do porteiro indiferente. Nas últimas vezes, antes mesmo de acabar a
pergunta, já o homenzinho respondia invariavelmente da mesma desesperada forma negativa.

É bem fácil de imaginar com que sorte de cogitações eu ia passando esses dias. O meu dinheiro dentro
em breve, pago o hotel, ficaria reduzido a alguns mil-réis insignificantes. Não conhecia ninguém, não
tinha a mínima relação que me pudesse socorrer, dar-me qualquer coisa, casa ao menos, até que me
arranjasse. Saíra de meus penates, cheio de entusiasmo, certo de que aquela carta, mal fosse
apresentada, me daria uma situação qualquer. Era essa a minha convicção, dos meus e do próprio
coronel. Tinha-se lá, por aquelas alturas, em grande conta a força do doutor Castro nas decisões dos
governantes e a influência do velho fazendeiro sobre o ânimo do deputado.

Não era ele o seu grande eleitor? Não era ele o seu banqueiro para os efeitos eleitorais? E nós, lá na
roça, tínhamos quase a convicção de que o verdadeiro deputado era o coronel e o doutor Castro um
simples preposto seu. As minhas idas e vindas ao hotel repetiam-se e não o encontrava. Vinham-me
então os terrores sombrios da falta de dinheiro, da falta absoluta. Voltava para o hotel taciturno,
preocupado, cortado de angústias. Sentia-me só, só naquele grande e imenso formigueiro humano, só,
sem parentes, sem amigos, sem conhecidos que uma desgraça pudesse fazer amigos. Os meus únicos
amigos eram aquelas notas sujas encardidas; eram elas o meu único apoio; eram elas que me evitavam
as humilhações, os sofrimentos, os insultos de toda a sorte; e quando eu trocava uma delas, quando as
dava ao condutor do bonde, ao homem do café, era como se perdesse um amigo, era como se me
separasse de uma pessoa bem amada... Eu nunca compreendi tanto a avareza como naqueles dias em

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que dei alma ao dinheiro, e o senti tão forte para os elementos da nossa felicidade externa ou
interna...

A minha ignorância de viver e falta de experiência quase deixavam transparecer a natureza das minhas
preocupações. O gerente do hotel pareceu-me que as farejava. De quando em quando, procurava na
conversação amedrontar-me com o seu poderio, proveniente de estreitas relações que mantinha com
as autoridades. Assim entendi ser o sentido das anedotas que contava. Uma vez — narrou ele — depois
de uma longa hospedagem, um hóspede quisera furtar-se ao pagamento. Não tivera dúvidas, fora ao
delegado auxiliar, um seu amigo, o doutor Felício, contara-lhe o caso e o homem teve que pagar, se
quis tirar as malas. Com ele, era assim; não dormia. Nada de justiça, de pretorias... Qual! Com a
polícia a coisa vai mais depressa, a questão é ter amigos bons e ele tinha-os excelentes; e, em
seguida, interrogando-me diretamente: O senhor não viu, ontem, aquele homem gordo que jantou na
cabeceira? É o escrivão da “X”. Os escrivães, fique o senhor sabendo, é que são as verdadeiras
autoridades. Os delegados não fazem senão o que eles querem; tecem os pauzinhos e... E o italiano
rematou com um olhar canalha aquela sua informação sobre a onipotência dos escrivães.

Lima Barreto. Recordações do Escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Ática, 1995. Internet: <http://www.dominiopublico.gov.br/>
(com adaptações).

A respeito dos aspectos gramaticais e dos sentidos do texto apresentado, julgue o item.

Caso o adjetivo “grande”, no trecho “Não era ele o seu grande eleitor?”, fosse deslocado para
imediatamente após “eleitor”, seria alterado o sentido do texto.
Certo
Errado

Questão 69: IMPARH -


Dia Mundial de Alfabetização reforça a importância da temática em meio as consequências da
pandemia

No dia 08 de setembro, comemora-se o Dia Mundial da Alfabetização. A data foi criada pela
Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco), em 1966.

Essa celebração foi instituída com o objetivo de que assuntos e questões ligados à alfabetização
fossem discutidos no mundo todo, promovendo o amplo debate sobre a importância da alfabetização,
principalmente em países que ainda possuem índice de analfabetismo considerável.

A alfabetização de crianças e adultos podem mudar de maneira significativa os rumos de um país, uma
vez que, quanto maior o acesso do indivíduo a tudo o que a leitura oferece, seja por via cultural, lazer
ou até mesmo pela própria educação, maiores são as chances de conquistar melhores oportunidades
no mercado de trabalho e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida e acesso a novos
caminhos.

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Assim sendo, esta data tem uma relevância muito grande, já que não só conscientiza sobre a
importância de saber ler e escrever, como também discute e propõe alternativas possíveis para que a
alfabetização seja acessível à todos.

Analfabetismo em números

Os esforços para erradicar o analfabetismo no mundo tem sido constantes. De acordo com dados
divulgados pela Unesco, em 2019, apesar dos progressos feitos ao longo dos anos, cerca de 773 milhões
de adultos em todo o mundo ainda não dominam as competências básicas em escrita e leitura.

No Brasil, as taxas de analfabetismo têm diminuído nos últimos anos, mas ainda estão longe de serem
ideais. O país ainda tem 11 milhões de analfabetos, segundo dados de 2019 da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).

Na faixa entre 15 anos ou mais, a taxa de analfabetismo passou de 7,3% (2016) para 6,6% (2019).
Segundo o levantamento, o analfabetismo no Brasil está diretamente ligado à idade. Isso quer dizer
que quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos.

A importância da alfabetização: mais que ler e escrever

A etapa mais importante do desenvolvimento infantil se inicia na primeira infância. Nesta fase, a
aprendizagem acontece inicialmente por meio das brincadeiras, musicalidade, artes e tantas outras
atividades que despertam a curiosidade das crianças.

A alfabetização é definida como o processo de aprendizagem onde se desenvolve a habilidade de ler e


escrever de maneira adequada e a utilizá-la como um código de comunicação com o meio.

A professora e pesquisadora da pós-graduação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo


(USP) Silvia Colello comenta sobre o processo de alfabetização, a sua importância e os desafios neste
período de pandemia. A especialista é autora de seis livros, incluindo, Alfabetização: O quê, Por quê e
Como (2021) e A escola que (não) ensina a escrever (2004).

Qual o significado deste Dia Mundial da Alfabetização?

A data foi criada para que seja um marco no processo de alfabetização. Ela [a alfabetização] é
importante em três sentidos:

Pessoal – A língua escrita é constitutiva do indivíduo. Aquele que tem o recurso de ler e escrever,
adquire, consequentemente, uma série de estratégias e modos de comportamento. Sabe buscar uma
informação ou transmitir uma ideia.

Pedagógico – A data nos faz refletir sobre a qualidade de ensino. No mundo de hoje, não vale mais a
pena somente aprender a ler e escrever no sentido restrito de dominar a ortografia. É preciso
qualificá-lo para promover a emancipação da pessoa.

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Político – Não há democracia se não existir uma sociedade letrada, indivíduos que possam transitar nas
práticas de língua escrita do seu mundo.

Há uma idade indicada para iniciar a alfabetização da criança?

Desde que nasce, a criança já tem contato com situações nas quais o letramento está presente, seja
pelo contato com a literatura infantil, seja pelas brincadeiras cantadas, trabalho com rimas e a
consciência de palavras está bastante presente.

Os desafios aos educadores são vários, pois cada criança é um sujeito único, um ser singular, que
participa de práticas de letramento diferenciadas, de acordo com o seu repertório cultural, adquirido
na família e no ambiente social em que vive.

Emília Ferreiro, pesquisadora argentina, diz que a criança não pede autorização para aprender. Ela [a
criança] é um ser curioso e se apropria das práticas do seu mundo. Um exemplo: uma mãe que conta
histórias para seu filho. Este, irá se apropriando da ideia de gênero, ou seja, um conto de fadas é
diferente de uma notícia de jornal, ou de uma receita de cozinha, e a maneira como são escritas, são
diferentes da maneira com que a gente fala. Este aprendizado é a chave para poder se alfabetizar.

A criança que convive com as práticas de leitura e escrita desde muito cedo, quando chega a escola,
manifesta o desejo de aprender a ler e escrever e este aprendizado, consequentemente, acontece de
forma rápida e natural. Já aquelas que convivem em ambientes menos letrados e não têm contato
com gibis e livros em casa, acabam por levar mais tempo neste processo de aprendizagem ou, às
vezes, não conseguem aprender a ler e escrever.

Como incentivar este processo de forma natural?

O ideal é termos políticas públicas de distribuição, não só de livros, gibis e materiais escritos, mas
também no sentido de promoção do acesso aos bens culturais (cinema, teatro, exposição), estímulo às
campanhas de orientação aos pais de incentivo à leitura infantil e disponibilização de bibliotecas
acessíveis às crianças e suas famílias.

Países como Espanha e Estados Unidos desenvolveram programas de distribuição de livros, de


orientação aos pais, como incentivo às práticas de leitura e escrita, possibilitando um desempenho
melhor destas crianças, num processo de alfabetização futuro.

Uma dica aos pais é que estimulem as crianças à uma experiência cotidiana de leitura, promovendo
acesso a livros coloridos e histórias contadas de forma que incentivem a criatividade e a imaginação.

Como a interrupção no ensino e, posteriormente, a mudança no modelo de Educação, ambas


circunstâncias causadas pela pandemia, podem impactar no ensino das crianças?

O contexto da pandemia tende a acentuar não somente as desigualdades econômicas e sociais, mas
também as desigualdades educacionais. É preciso considerar que a questão não é somente a oferta de
aulas não presenciais, mas o acesso dos estudantes aos meios tecnológicos.

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Neste momento que é o ingresso no ensino fundamental, as crianças vivem quase que um rito de
passagem, são contagiadas pela magia e as experiências da escrita.
[...]
Em relação às etapas de ensino mais prejudicadas, poderíamos destacar o 1º ano do ensino
fundamental e o 3º ano do ensino médio, as duas pontas. Nestas etapas, o acompanhamento docente
faz-se amplamente necessário para que os estudantes aprendam e se desenvolvam.

No caso do ensino médio, o maior risco e preocupação que este contexto apresenta é em relação à
evasão e fracasso escolar. Com a falta de acesso aos meios tecnológicos, pouco acompanhamento
familiar e dificuldade em acessar a escola, as crianças são impulsionadas a um processo de exclusão
escolar.

(Disponível em: <https://www.fadc.org.br/noticias/dia-mundial-da-alfabetizacao> Acesso em: 23 de jun. de 2022 – com


adaptações).

A palavra destacada está corretamente classificada em qual item?


a) “O ideal é termos políticas públicas de distribuição, não só de livros, gibis e materiais escritos,
mas também no sentido de promoção do acesso aos bens culturais” (advérbio).
b) “[...] possibilitando um desempenho melhor destas crianças, num processo de alfabetização
futuro.” (adjetivo).
c) “estímulo às campanhas de orientação aos pais de incentivo à leitura infantil e disponibilização de
bibliotecas acessíveis às crianças e suas famílias.” (verbo).
d) “[...] possibilitando um desempenho melhor destas crianças, num processo de alfabetização
futuro.” (substantivo).

Questão 70: Instituto ACCESS - Texto

Chimpanzés usam insetos para tratar feridas, mostra novo estudo

Os chimpanzés criam e usam ferramentas, como já sabemos. Mas é possível que eles também usem
medicamentos para tratar seus ferimentos? Um novo estudo sugere que sim.

Desde 2005, pesquisadores vêm estudando uma comunidade de aproximadamente 45 chimpanzés no


Parque Nacional Loango, no Gabão, na costa oeste da África. Em um período de 15 meses, de
novembro de 2019 a fevereiro de 2021, os pesquisadores notaram 76 feridas abertas em 22
chimpanzés. Em 19 casos eles viram um deles realizar o que parecia um autotratamento da ferida,
usando um inseto como remédio. Em alguns casos, um chimpanzé parecia tratar outro. Os cientistas
publicaram suas observações na revista Current Biology na segunda-feira (7).

O procedimento era semelhante em todas as ocasiões. Primeiro, os chimpanzés pegavam um inseto


voador; depois o imobilizavam, apertando-o entre os lábios. Aí colocavam o inseto sobre a ferida,
movendo-o em círculo com as pontas dos dedos. Finalmente, retiravam o inseto, usando a boca ou os
dedos. Com frequência eles colocavam o inseto na ferida e o retiravam diversas vezes.

Os pesquisadores não sabem que inseto os chimpanzés usavam, ou exatamente como ele pode ajudar a
curar um ferimento. Sabem que eram pequenos insetos voadores de cor escura. Não há evidência de

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que os chimpanzés comam os insetos – eles com certeza os espremem entre os lábios e os aplicam
sobre os ferimentos.

Há outros relatos de automedicação em animais, incluindo cães e gatos que comem capim ou plantas,
provavelmente para fazê-los vomitar, e ursos e veados que consomem plantas medicinais,
aparentemente para se automedicar. Orangotangos foram vistos aplicando material para aliviar lesões
musculares. Mas os pesquisadores não sabem de relatos anteriores de mamíferos não humanos usarem
insetos para fins medicinais.

Em três casos, os pesquisadores viram os chimpanzés usarem a técnica em outro chimpanzé. Em um


deles, uma fêmea adulta chamada Carol cuidou de um ferimento na perna de um macho adulto,
Littlegrey. Ela pegou um inseto e o deu a Littlegrey, que o colocou entre os lábios e o aplicou na
ferida. Mais tarde, Carol e outro macho adulto foram vistos esfregando o inseto em torno da ferida de
Littlegrey. Outro macho adulto se aproximou, retirou o inseto da ferida, colocou-o entre seus lábios e
depois o reaplicou na perna de Littlegrey.

Um chimpanzé macho adulto chamado Freddy era um grande entusiasta da medicina com insetos,
tratando-se diversas vezes de ferimentos na cabeça, nos braços, região dorsal, o pulso esquerdo e o
pênis. Um dia, os pesquisadores o viram tratar-se duas vezes do mesmo ferimento no braço. Os
pesquisadores não sabem como Freddy se feriu, mas alguns casos provavelmente envolviam brigas com
outros machos.

Alguns animais cooperam com outros de maneiras semelhantes, segundo Simone Pika, diretora do
laboratório de cognição animal na Universidade de Osnabruck, na Alemanha, que é um dos autores do
estudo. “Mas não sabemos de qualquer outro caso em mamíferos”, disse ela. “Pode ser um
comportamento adquirido que só existe nesse grupo. Não sabemos se nossos chimpanzés são especiais
nesse sentido.”

Aaron Sandel, antropólogo na Universidade do Texas em Austin, achou o trabalho valioso, mas ao
mesmo tempo manifestou certas dúvidas. “Eles não oferecem uma explicação alternativa para o
comportamento, nem fazem conexão com que inseto poderia ser", disse. "O salto para uma potencial
função médica é um exagero, nesta altura.”

Mas, disse ele, “cuidar de seus próprios ferimentos ou de outros usando um instrumento, outro objeto,
é muito raro”. A documentação dos chimpanzés cuidando de outros é “uma importante contribuição
para o estudo do comportamento social dos macacos”, acrescentou Sandel. “E é interessante também
perguntar se há empatia envolvida nisso, como nos humanos.”

Em algumas formas de comportamento social de macacos, fica claro que há uma troca valiosa. Por
exemplo, pentear outro chimpanzé oferece alívio dos parasitas para o animal penteado, mas também
um lanche de insetos para o que penteia. Mas em casos que Pika observou, segundo disse, o chimpanzé
não recebe nada em troca. Para ela, isso mostra que os macacos estão envolvidos num ato que
aumenta “o bem-estar de outro ser” e nos ensina mais sobre os relacionamentos sociais dos primatas.

“Em cada observação em campo aprendemos mais sobre os chimpanzés”, disse ela. “Eles realmente
nos surpreendem.”

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(Nicholas Bakalar. The New York Times. Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves. Fevereiro de 2022.)

Assinale a opção em que, no texto, a palavra não exerça papel adjetivo.


a) seus (1º parágrafo)
b) alguns (2º parágrafo)
c) outro (2º parágrafo)
d) outros (5º parágrafo)

Questão 71: Instituto ACCESS - Leia atentamente o texto a seguir e responda à questão.

Pesquisadores descobrem nova espécie de dinossauro no interior de SP

Pesquisadores descobriram no interior de São Paulo um fóssil que pode ser de uma nova espécie de
dinossauro. O fóssil foi encontrado na cidade de Ibirá, próximo a São José do Rio Preto, e lembra a
estrutura de um titanossauro, o dinossauro herbívoro e pescoçudo que podia alcançar mais de 20
metros de comprimento.

Mas esse novo [A] dinossauro é bem menor, da cabeça ao pescoço não chega a 6 metros e apresenta
outras características que indicam ser de uma nova espécie, segundo Bruno Navarro, paleontólogo do
Museu de Zoologia da USP.

Os resultados da pesquisa ainda estão sendo revisados e devem ser publicados em uma revista
científica [B] no segundo semestre. Enquanto isso, ainda não é possível [C] ter acesso ao fóssil e nem
mesmo a fotografias da descoberta. Também não dá para saber como ele foi batizado.

Mas já dá para ter uma ideia de como era esse antigo habitante do Brasil. O paleoartista Hugo Cafasso
já fez uma reconstrução artística do novo dinossauro. Paleoartistas são os profissionais que fazem a
representação de plantas e animais pré-históricos a partir das descobertas científicas.

A descoberta de fósseis em Ibirá não é novidade. A cidade de pouco mais de 12 mil habitantes que fica
a quase 500 quilômetros da capital paulista integra a Bacia Bauru, uma área que abarca o centro-oeste
de São Paulo, o triângulo mineiro e o sul de Goiás. Formada por rocha sedimentar, essa área foi
propícia à preservação dos fósseis do período cretáceo, cerca de 80 milhões de anos atrás.

Foi na região de Ibirá que, em 2014, foi descoberto um outro dinossauro, o Thanos simonattoi, um
predador carnívoro [D] batizado com o nome grego que representa a morte e que também deu nome
ao vilão da franquia de quadrinhos da Marvel.

(https://www.msn.com/pt-br/noticias/ciencia-e-tecnologia/pesquisadores-descobrem-nova-esp%C3%A9cie-de-dinossauro-no-interior
-de-sp/ar-AAY3IPv?ocid=msedgntp&cvid=78941cf3de344fa7b518bca34013a151. 4/6/22)

Assinale a opção em que esteja corretamente indicado um adjetivo uniforme.


a) novo
b) científica
c) possível
d) carnívoro

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Questão 72: Instituto ACCESS - Leia atentamente o texto a seguir e responda à questão.

Brasil chega a 77,43% da população com vacinação completa contra a covid-19

O número de pessoas vacinadas com ao menos uma dose [A] contra a covid-19 no Brasil chegou nesta
sexta-feira, 3, a 178.578.775, o equivalente a 83,13% da população total [B]. Nas últimas 24 horas,
32.979 pessoas receberam a primeira dose da vacina [C], de acordo com dados reunidos pelo consórcio
[D] de veículos de imprensa junto a secretarias de 26 Estados e Distrito Federal.

Entre os mais de 178 milhões de vacinados, 166.344.538 receberam a segunda dose, o que representa
77,43% da população com a imunização completa contra o novo coronavírus. Nas últimas 24 horas,
80.883 pessoas receberam essa dose de reforço. Somando as vacinas de primeira e segunda dose
aplicadas, além da terceira e quarta de reforço (1.918.273), o Brasil administrou 2.034.078 doses
nesta sexta.

Já em relação à vacinação pediátrica (para crianças de 5 a 11 anos), o Brasil chegou a 12.609.414 de


primeira dose, o equivalente a 61,51% deste público. E as crianças totalmente imunizadas são
7.189.212, o equivalente a 35,07%.

Em termos proporcionais, Piauí é o Estado que mais vacinou sua população até aqui: 93,33% dos
habitantes receberam ao menos a primeira dose. A porcentagem mais baixa é encontrada em Roraima,
onde 62,27% receberam a vacina. Em números absolutos, o maior número de vacinados com a primeira
dose está em São Paulo (42,2 milhões), seguido por Minas Gerais (17,9 milhões) e Rio de Janeiro (14,2
milhões).

(https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/brasil-chega-a-7743percent-da-popula%c3%a7%c3%a3o-com-vacina%c3%a7%c3%a3o-com
pleta-contra-a-covid-19/ar-AAY3HM6?ocid=msedgntp. 3-6-22)

Assinale a opção que apresente corretamente um adjetivo.


a) dose
b) total
c) vacina
d) consórcio

Questão 73: Instituto ACCESS - Leia atentamente o texto a seguir e responda à questão.

Hábito de tomar café pode reduzir risco de morte, aponta estudo

Tem gente que não consegue começar o dia sem uma boa xícara de café. Se você é parte desse time,
saiba que o risco de ter uma morte prematura [A] pode ser menor do que entre quem não toma café.

Um estudo de observação mostrou que beber café, com ou sem açúcar, reduziu o risco de morte em
até 30% durante os sete anos de análise. A pesquisa foi publicada no periódico The Annals of Internal
Medicine no dia 31 de maio.

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Os pesquisadores analisaram dados de consumo de café de 170 mil pessoas que tinham de 37 a 73
anos. As informações eram do biobanco do Reino Unido, uma grande base de dados de saúde [B] da
população britânica. No período analisado, 3.177 mortes foram registradas.

Os pesquisadores levaram em consideração alguns fatores, como gênero, etnia, nível de escolaridade,
uso de cigarro, peso, altura e dieta, e descobriram que aqueles que tomavam café sem açúcar
apresentaram risco ainda menor de morrer.

A maior redução (29%) se deu entre aqueles que bebiam de 2,5 a 4,5 xícaras por dia. Entre quem
adoça o café, o risco de morte foi menor entre quem tomava de 1,5 a 3,5 xícaras diárias. A pesquisa
não conseguiu chegar a conclusões sobre os consumidores de café com adoçante.

Mas é preciso cautela [C]. Por se tratar de um estudo de observação, os dados não são conclusivos, ou
seja, não se pode provar que o café reduz risco de morrer, já que há outros fatores envolvidos, como
um estilo de vida saudável, alimentação e rotina de atividade física.

É consenso entre especialistas de que a quantidade máxima recomendada por dia de café é de 400mg
de cafeína, equivalentes a três ou quatro xícaras médias de café coado. Consumindo nessa
quantidade, você potencializa os efeitos positivos do café.

Doses elevadas da bebida podem induzir efeitos negativos, como taquicardia, palpitações, insônias,
gastrite, ansiedade, refluxo gastroesofágico, tremores, dores de cabeça [D] e náuseas.

(https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2022/06/03/habito-de-tomar-cafe-pode-reduzir-risco-de-morte-aponta-estudo
.htm. 3/6/22)

Assinale a opção que apresente corretamente um adjetivo.


a) prematura
b) saúde
c) cautela
d) cabeça

Questão 74: Instituto ACCESS - O TEXTO I A SEGUIR REFERE-SE À QUESTÃO.

Texto I

Tempos Modernos

No meio do trânsito, o motorista diminuiu a marcha do carro, que ficou reduzido à velocidade de um
pedestre. Estranhei a mudança, ele me apontou um esquisito negócio pendurado no poste mais
próximo e informou: “É o ‘Big Brother’”.

A expressão pegou graças ao famoso romance de George Orwell ("1984"), que virou série em TVs de
todo o mundo, representando a perda de privacidade dos cidadãos que ficam dispostos e expostos ao
olho implacável de uma câmera ligada ao estado-maior ou ao Grande Irmão que patrulha todas as

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ações da sociedade. A primeira referência a esse tipo de poder universal não é de George Orwell nem
de seu livro, publicado em 1949.

Antes dele, em 1935, Charles Chaplin, em "Tempos Modernos", já mostrava a potencialidade da


tecnologia na guarda dos valores da classe dominante sobre o resto da manada. O operário Carlitos,
estressado na esteira de montagem de uma fábrica monstruosa, onde aperta parafusos
alucinadamente, pede ao capataz de seu setor a licença para ir ao banheiro. Mal entra ali, numa
imensa tela que ocupa toda a parede, aparece em "close" o dono da fábrica, de cara amarrada, que o
recrimina com aspereza, ordenando-lhe que retorne imediatamente ao trabalho: a produção não pode
parar. O filme de Chaplin continua sendo a crítica mais contundente aos tempos modernos, mas nada
tem de reacionário, pelo contrário: em alguns países, foi proibido por ser propaganda comunista.
Embora nunca tenha confessado, esta cena foi o ponto de partida para Orwell criar o Big Brother, cuja
amplitude é maior, universal.

Na Idade Média, quando a tecnologia da época era bem mais primitiva, os anacoretas e ascetas (os
solitários) colocavam em suas tendas ou celas um cartaz com o aviso: "Deus me vê!".

Dá mais ou menos no mesmo.


(Fonte: Carlos Heitor Cony. https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2505200805.htm)

Observe o vocábulo MAIOR utilizado em:

“Embora nunca tenha confessado, esta cena foi o ponto de partida para Orwell criar o Big Brother,
cuja amplitude é maior, universal.”

Assinale a opção em que o termo também funciona como um adjetivo e está flexionado no mesmo
grau da frase acima.
a) Na Idade Média, a tecnologia mais primitiva era um bem muito maior do que as ferramentas
robóticas de hoje.
b) Na Idade Média, a tecnologia não era a maior de todas as modernidades.
c) Na Idade Média, um ritual religioso apenas era tão importante quanto maior fosse a tecnologia da
época.
d) Na Idade Média, o maior valor humano era a religião, e não a tecnologia.
e) Na Idade Média, o maior homem de todos não chegava à altura de Deus.

Questão 75: IDECAN - Texto

A divagação da mente, o fluxo dos erros e a criatividade

Nossa mente vagueia entre passado e futuro, imaginando o que poderia ter sido, antecipando
acontecimentos que muito provavelmente nunca ocorrerão, além de elaborar fantasiosas narrações. O
padrão mental é criar pensamentos aleatórios, espontaneamente, à parte do que fazemos e das
circunstâncias presentes.

Alguns exemplos são típicos em doenças mentais, como as ruminações melancólicas, características da
depressão; as obsessões, identidade do transtorno obsessivo-compulsivo; o sonhar acordado, comum

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E-mail de contato: educacional@professorpreparado.com.br

aos que têm transtorno de déficit de atenção. Em pessoas livres dessas enfermidades, as
consequências dos raciocínios intrusos podem ser mínimas, nem perturbam o propósito. Ou não...

Às vezes, flagramos nossa mente distante, por um tempo surpreendentemente longo. Resignados ou
inconformados, não evitaremos essa repetição. A procrastinação e a impulsividade, causas frequentes
de frustração e desgosto, são consequências desta falha cognitiva, a incompetência em conectar o
pensamento à ação contemporânea. Um fracasso do autocontrole.

Mesmo mais brandamente, a divergência entre o pensar e o agir gera tristeza. Algumas tradições
filosóficas e religiosas ensinam que a felicidade reside no presente; dessa forma, seus adeptos são
incentivados a reconhecer as divagações mentais e concentrarem-se no aqui e agora. Essas práticas
sugerem que uma mente errante é uma mente infeliz. Mas esse princípio é verdadeiro e pode ser
testado objetivamente?

Questões complicadas como essas são um convite à divagação. Felizmente, alguns curiosos e
persistentes foram à obra, especificamente em 2010, na Faculdade de Psicologia da Universidade
Harvard. Esses insistentes, ou melhor, pesquisadores, enviaram perguntas, várias vezes e ao acaso, aos
celulares de 2.250 voluntários. O mote era descobrir o que faziam, se o que estavam pensando era
pertinente ao momento e como se sentiam. As conclusões obtidas desse clássico estudo: os
participantes estavam menos felizes quando a mente vagueava, não importa se a atividade era
agradável ou desagradável, tampouco se o pensamento transcorria sobre tópicos prazerosos ou não. A
divagação da mente era a causa da tristeza, e não sua mera consequência.

Então, a chave do sucesso e da felicidade é o controle voluntário da mente, o fim dos devaneios?
Desiludo o meu esperançoso leitor, não é possível alcançar esse objetivo.

Os pensamentos errantes ocupam muito do nosso tempo, por serem um aspecto normal da condição
humana, um notável efeito da evolução que nos possibilita aprender, raciocinar, planejar e formatar a
metacognição. A viagem mental de eventos passados às possibilidades futuras nos ajuda a integrar
experiências e a antecipar consequências. Sem falar que essas divagações ajudam a enfrentar a
chatice de tarefas monótonas, já que adicionam alguns intervalos reparadores.

A experiência humana da consciência é fluida, raramente restringe-se a um único tópico por um


período extenso, sem desvios. Sua natureza é dinâmica. Alguns raciocínios que surgem durante o
divagar da mente tendem a orbitar algumas pendências pregressas e podem trazer momentos
"Eureca", que talvez não seriam alcançados durante a exaustiva busca por uma solução.

Impasses mentais acontecem, e por vezes a concentração humana se desvia do obstáculo. A razão,
então, automaticamente se envolve com outra atividade, cuidando de temas aleatórios. O problema
fica incubado, submerso a nossa consciência. O que acontece durante o período de incubação é um
mistério, não sabemos aquilo que se passa em subsolo cerebral. Mas em meio à diversidade de
pensamentos erráticos, uma solução pode ser encontrada.

Imerso em pensamentos e sentimentos, alguém pode perder-se em devaneios. Porém, as simulações


mentais podem revelar aspectos da realidade. A diversidade dos pensamentos fortuitos, e não o foco
em uma ideia repetitiva, é uma determinante da criatividade.

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(Luciano Magalhães Melo.


https://www1.folha.uol.com.br/colunas/luciano-melo/2022/06/a-divagacao-da-mente-o-fluxo-dos-erros-e-a-criatividade.shtml.
7.jun.2022, com adaptações)

Assinale a alternativa em que se tenham feito corretamente as flexões de gênero e número para
“obsessivo-compulsivo”
a) condições obsessivos-compulsivas
b) condições obsessiva-compulsivas
c) condições obsessivas-compulsivas
d) condições obsessivo-compulsivas

Questão 76: IDECAN - Texto

A divagação da mente, o fluxo dos erros e a criatividade

Nossa mente vagueia entre passado e futuro, imaginando o que poderia ter sido, antecipando
acontecimentos que muito provavelmente nunca ocorrerão, além de elaborar fantasiosas narrações. O
padrão mental é criar pensamentos aleatórios, espontaneamente, à parte do que fazemos e das
circunstâncias presentes.

Alguns exemplos são típicos em doenças mentais, como as ruminações melancólicas, características da
depressão; as obsessões, identidade do transtorno obsessivo-compulsivo; o sonhar acordado [A],
comum aos que têm transtorno de déficit de atenção [B]. Em pessoas livres dessas enfermidades, as
consequências dos raciocínios intrusos podem ser mínimas, nem perturbam o propósito. Ou não...

Às vezes, flagramos nossa mente distante, por um tempo surpreendentemente longo. Resignados ou
inconformados, não evitaremos essa repetição. A procrastinação e a impulsividade, causas frequentes
de frustração e desgosto, são consequências desta falha cognitiva, a incompetência em conectar o
pensamento à ação contemporânea. Um fracasso do autocontrole.

Mesmo mais brandamente, a divergência entre o pensar e o agir gera tristeza. Algumas tradições
filosóficas e religiosas ensinam que a felicidade reside no presente; dessa forma, seus adeptos são
incentivados a reconhecer as divagações mentais e concentrarem-se no aqui e agora. Essas práticas
sugerem que uma mente errante é uma mente infeliz. Mas esse princípio é verdadeiro e pode ser
testado objetivamente?

Questões complicadas como essas são um convite à divagação. Felizmente, alguns curiosos e
persistentes foram à obra, especificamente em 2010 [C], na Faculdade de Psicologia da Universidade
Harvard. Esses insistentes, ou melhor, pesquisadores, enviaram perguntas, várias vezes e ao acaso, aos
celulares de 2.250 [D] voluntários. O mote era descobrir o que faziam, se o que estavam pensando era
pertinente ao momento e como se sentiam. As conclusões obtidas desse clássico estudo: os
participantes estavam menos felizes quando a mente vagueava, não importa se a atividade era
agradável ou desagradável, tampouco se o pensamento transcorria sobre tópicos prazerosos ou não. A
divagação da mente era a causa da tristeza, e não sua mera consequência.

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Então, a chave do sucesso e da felicidade é o controle voluntário da mente, o fim dos devaneios?
Desiludo o meu esperançoso leitor, não é possível alcançar esse objetivo.

Os pensamentos errantes ocupam muito do nosso tempo, por serem um aspecto normal da condição
humana, um notável efeito da evolução que nos possibilita aprender, raciocinar, planejar e formatar a
metacognição. A viagem mental de eventos passados às possibilidades futuras nos ajuda a integrar
experiências e a antecipar consequências. Sem falar que essas divagações ajudam a enfrentar a
chatice de tarefas monótonas, já que adicionam alguns intervalos reparadores.

A experiência humana da consciência é fluida, raramente restringe-se a um único tópico por um


período extenso, sem desvios. Sua natureza é dinâmica. Alguns raciocínios que surgem durante o
divagar da mente tendem a orbitar algumas pendências pregressas e podem trazer momentos
"Eureca", que talvez não seriam alcançados durante a exaustiva busca por uma solução.

Impasses mentais acontecem, e por vezes a concentração humana se desvia do obstáculo. A razão,
então, automaticamente se envolve com outra atividade, cuidando de temas aleatórios. O problema
fica incubado, submerso a nossa consciência. O que acontece durante o período de incubação é um
mistério, não sabemos aquilo que se passa em subsolo cerebral. Mas em meio à diversidade de
pensamentos erráticos, uma solução pode ser encontrada.

Imerso em pensamentos e sentimentos, alguém pode perder-se em devaneios. Porém, as simulações


mentais podem revelar aspectos da realidade. A diversidade dos pensamentos fortuitos, e não o foco
em uma ideia repetitiva, é uma determinante da criatividade.

(Luciano Magalhães Melo.


https://www1.folha.uol.com.br/colunas/luciano-melo/2022/06/a-divagacao-da-mente-o-fluxo-dos-erros-e-a-criatividade.shtml.
7.jun.2022, com adaptações)

Assinale a alternativa em que a palavra indicada exerça papel adjetivo.


a) acordado
b) atenção
c) 2010
d) 2.250

Questão 77: IBFC - Texto

Eu tinha uns quatro anos no dia em que minha mãe morreu. Dormia no meu quarto, quando pela
manhã me acordei com um enorme barulho na casa toda. Eram gritos e gente correndo para todos os
cantos. O quarto de dormir de meu pai estava cheio de pessoas que eu não conhecia. Corri para lá, e
vi minha mãe estendida no chão e meu pai caído em cima dela como um louco. A gente toda que
estava ali olhava para o quadro como se estivesse em um espetáculo. Vi então que minha mãe estava
toda banhada em sangue, e corri para beijá-la, quando me pegaram pelo braço com força. Chorei, fiz
o possível para livrar-me. Mas não me deixaram fazer nada. Um homem que chegou com uns soldados
mandou então que todos saíssem, que só podia ficar ali a polícia e mais ninguém.

Levaram-me para o fundo da casa, onde os comentários sobre o fato eram os mais variados. O criado,
pálido, contava que ainda dormia quando ouvira uns tiros no primeiro andar. E, correndo para cima,

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vira meu pai com o revólver na mão e minha mãe ensanguentada. “O doutor matou a dona Clarisse!”
Por quê? Ninguém sabia compreender.

(REGO, José Lins do. Menino de Engenho. São Paulo: Global Editora, 2020.)

Na passagem “O criado, pálido, contava” (2º§), as vírgulas cumprem um papel importante em relação
ao adjetivo “pálido” porque:
a) indicam tratar-se de uma característica momentânea.
b) revelam um traço intrínseco do personagem apresentado.
c) expressam uma interlocução, um modo de chamar o outro.
d) mostram o modo como a ação seria desenvolvida.
e) indicam a reação do sujeito depois da ação de “contar”.

Questão 78: IBFC - Texto I

Inverno

A família estava reunida em torno do fogo, Fabiano sentado no pilão caído, sinhá Vitória de pernas
cruzadas, as coxas servindo de travesseiros aos filhos. A cachorra Baleia, com o traseiro no chão e o
resto do corpo levantado, olhava as brasas que se cobriam de cinza.

Estava um frio medonho, as goteiras pingavam lá fora, o vento sacudia os ramos das catingueiras, e o
barulho do rio era como um trovão distante.

Fabiano esfregou as mãos satisfeito e empurrou os lições com a ponta da alpercata. As brasas
estalaram, a cinza caiu, um círculo de luz espalhou-se em redor da trempe de pedra, clareando
vagamente os pés do vaqueiro, os joelhos da mulher e os meninos deitados. De quando em quando
estes se mexiam, porque o lume era fraco e apenas aquecia pedaços deles. Outros pedaços esfriavam
recebendo o ar que entrava pela rachadura das paredes e pelas e gretas da janela. Por isso não
podiam dormir. Quando iam pegando no sono, arrepiavam-se, tinham precisão de virar-se,
chegavam-se à trempe e ouviam a conversa dos pais. Não era propriamente conversa eram frases
soltas, espaçadas, com repetições e incongruências. As vezes uma interjeição gutural dava energia ao
discurso ambíguo. Na verdade nenhum deles prestava atenção às palavras do outro: iam exibindo as
imagens que lhes vinham ao espírito, e as imagens sucediam-se, deformavam-se, se não havia meio de
dominá-las. Como os recursos de expressão eram minguados, tentavam remediar a deficiência falando
alto. [...]

(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro; Record, 2009, p. 63-64)

Em “Fabiano esfregou as mãos satisfeito” (3º§), o vocábulo destacado ilustra o seguinte emprego das
classes de palavras:
a) a indicação do modo de realizar uma ação feita pelo advérbio.
b) a representação de uma ideia abstrata feita pelo substantivo.
c) a caracterização de um estado provisório feita por um adjetivo.
d) uma qualidade própria às mãos atribuída pelo adjetivo.
e) a nomeação de uma qualidade feita por um substantivo.

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Questão 79: ACESSE - Leia atentamente o texto a seguir e responda á questão.


Menos mortes, mais cuidado

Denúncias de violênciaa e crimes contra o povo indígena yanomami voltaram a estampar os jornais. É a
fotografia da sistemática violação de direitos humanos no Brasil, em que crianças e adolescentes são
as maiores vítimas. Segundo estudo do Unicef, 80% das crianças yanomamis com menos de cinco anos
apresentam desnutrição crônica, consequência da insegurança alimentar provocada pelo garimpo
ilegal em seus territórios. Esse dado sozinho deveria bastar, mas existem inúmeros outrosb que
compõem um Brasil guiado pelo ódio, pela intolerância e pelo maisc completo desprezo pela vida.

A tragédia vivida há décadas pelos yanomamis na Amazônia é espelho de uma nação que fecha os
olhos diante de crianças assassinadas, desnutridas, sem educação de qualidade, submetidas à violência
e ao trabalho infantil, sem proteção e cuidado. Longe dali, no Rio de Janeiro, 100 crianças foram
baleadas de 2016 a 2021 durante a guerra que se trava entre a polícia e o tráfico – a maior parte delas
é negra, pobre e vive em comunidades periféricas. Trinta dessas crianças não sobreviveram, de acordo
com levantamento da ONG Fogo Cruzado.

Em meio à pandemia, mais de 130 mil crianças e adolescentes ficaram órfãos de seus cuidadores no
país, como mostra relatório do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e do Conselho Nacional de Direitos
Humanos (CNDH). Estudantes estão desmaiando de fome. Meninas e meninos são acometidos por
doenças que voltaram ao nosso mapa por falta de vacinação, como é o caso do sarampo.

Enquanto isso, nos bastidores do poder político, perde-se de vista aquilod que realmente importa. Não
se prioriza articular e debater propostas para a prevenção e o enfrentamento das violências, combate
à fome e à pobreza. Em meio a fake news, desinformação e descaso, lideranças deixam à margem o
sofrimento cotidiano da população.

O Brasil de 2022 se encontra em franco retrocesso com relação a marcos civilizatórios conquistados
nas últimas décadas. Conquistas essas que resultaram, por exemplo, na Constituição de 1988, cujo
artigo 227 sacramentou a ideia de que crianças e adolescentes são sujeitos de direitos. Seu texto traz
lado a lado as palavras "absoluta prioridade", para enfatizar que os direitos de meninas e meninas
devem estar em primeiro lugar, sempre.

Faz parte também das vitórias históricas da democracia brasileira a aprovação do Estatuto da Criança
e do Adolescente pelo Congresso Nacional, em 1990. Trata-se de uma das legislações mais avançadas
do planeta para a proteção e promoção de direitos desse segmento da população. Ali o Brasil se
compromete em garantir a universalização do acesso à educação e à saúde e em proteger cada criança
e adolescente contra "qualquere forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão". Todo atentado a seus direitos fundamentais, seja por ação ou omissão, deve ser punido
"na forma da lei", estabelece o artigo 5º.

As eleições presidenciais representam um momento decisivo para que se recupere e faça valer o que
já conquistamos. Necessitamos renovar nosso compromisso com a democracia e a verdade para tornar
possível o projeto de país que queremos construir.

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É frente a esse contexto que nasce a Agenda 227, movimento de organizações da sociedade civil
comprometido em mobilizar as candidaturas à Presidência da República para que integrem a seus
planos de governo um conjunto de ações estruturantes voltadas à garantia dos direitos da infância e
da adolescência.

Colocar crianças e adolescentes no centro das políticas públicas significa o caminho mais curto e
eficaz para rompermos o processo de reprodução intergeracional de miséria e desigualdade que marca
nossa história, passando a construir um país mais justo e igualitário.
Uma sociedade que faz valer os direitos de suas meninas e meninos é uma sociedade orientada pelo
cuidado, pela tolerância, pela empatia e pela solidariedade.

(Miriam Pragita, Lucas José Ramos Lopes e


Renato Godoy. https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2022/06/menos-mortes-maiscuidado. shtml. 9/6/22)

Assinale a opção em que a palavra, no texto, exerça papel adjetivo.


a) violência
b) outros
c) mais
d) aquilo
e) qualquer

Questão 80: CEBRASPE (CESPE) - Texto CG1A1-I


Considerado o principal idealizador das grandes mudanças que marcaram a educação brasileira no
século 20, Anísio Teixeira (1900-1971) foi pioneiro na implantação de escolas públicas de todos os
níveis, que refletiam seu objetivo de oferecer educação gratuita para todos. A marca do pensador
Anísio era uma atitude de inquietação permanente diante dos fatos, considerando a verdade não como
algo definitivo, mas que se busca continuamente.

O mundo em transformação requer um novo tipo de homem, consciente e bem-preparado para


resolver seus próprios problemas, acompanhando a tríplice revolução da vida atual: intelectual, pelo
incremento das ciências; industrial, pela tecnologia; e social, pela democracia. Essa concepção exige,
segundo Anísio, “uma educação em mudança permanente, em permanente reconstrução”.

As novas responsabilidades da escola eram, portanto, educar em vez de instruir; formar homens livres
em vez de homens dóceis; preparar para um futuro incerto em vez de transmitir um passado claro; e
ensinar a viver com mais inteligência, mais tolerância e mais felicidade. Para isso, seria preciso
reformar a escola, começando-se por dar a ela uma nova visão da psicologia infantil.

O próprio ato de aprender, dizia Anísio, durante muito tempo significou simples memorização; depois
seu sentido passou a incluir a compreensão e a expressão do que fora ensinado; por último, envolveu
algo mais: ganhar um modo de agir. Só aprendemos quando assimilamos uma coisa de tal jeito que,
chegado o momento oportuno, sabemos agir de acordo com o aprendido.

Para o pensador, não se aprendem apenas ideias ou fatos, mas também atitudes, ideais e senso crítico
— desde que a escola disponha de condições para exercitá-los. Assim, uma criança só pode praticar a
bondade em uma escola onde haja condições reais para desenvolver o sentimento. A nova psicologia

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da aprendizagem obriga a escola a se transformar num local onde se vive, e não em um centro
preparatório para a vida. Como não aprendemos tudo o que praticamos, e sim aquilo que nos dá
satisfação, o interesse do aluno deve orientar o que ele vai aprender. Portanto, é preciso que ele
escolha suas atividades.

Para ser eficiente, dizia Anísio, a escola pública para todos deve ser de tempo integral para
professores e alunos, como a escola parque, por ele fundada em 1950, em Salvador, que mais tarde
inspirou os centros integrados de educação pública (CIEP) do Rio de Janeiro e as demais propostas de
escolas de tempo integral que se sucederam. Cuidando da higiene e saúde da criança, bem como da
sua preparação para a cidadania, essa escola é apontada como solução para a educação básica no livro
Educação não é privilégio. Além de integral, pública, laica e obrigatória, ela deveria ser também
municipalizada, para atender aos interesses de cada comunidade. O ensino público deveria ser
articulado numa rede até a universidade.

Márcio Ferrari. Anísio Teixeira, o inventor da escola pública no Brasil. In: Revista Nova Escola, jul./2008 (com adaptações).

Considerando aspectos sintáticos e semânticos do texto CG1A1-I, julgue o próximo item.

No primeiro período do quinto parágrafo, a palavra “ideais” é um adjetivo que qualifica “atitudes”.
Certo
Errado

Questão 81: FCC - As redes sociais se apresentam como uma espécie de “praça pública virtual”, na
qual indivíduos interagem e empresas anunciam seus produtos. Entretanto, ao contrário do espaço
público tradicional (físico), plataformas de redes sociais moldam quem e o que encontraremos
durante a conexão. A lógica por trás disso é que tenhamos um espaço customizado, no qual nos
deparemos com aqueles que conosco se assemelham e com produtos que almejamos. Conectar-se de
forma sadia às redes sociais demanda alguns cuidados. O primeiro deles, é saber como a maior parte
das redes sociais funciona. Não ignorar que cada um de nós é o verdadeiro produto pode nos garantir
experiência saudável nesse ambiente. Desconsiderar esse ponto é o atalho para vivenciar aquilo que
se pode definir como conectividade tóxica.

Um segundo aspecto, decorrente do anterior, diz respeito às pessoas, às notícias e aos produtos com
os quais nos deparamos.

Nosso histórico de acessos na internet permite que as plataformas direcionem conteúdo sob medida a
cada um de nós. Isso inclui sugestões de amizade, apresentação de notícias e, claro, publicidade. A
depender das configurações de nossos aparelhos eletrônicos, falas simples, mesmo enquanto não
usamos tais dispositivos, podem ser captadas por mecanismos de inteligência artificial e
transformadas em material que chega às nossas telas sem que nada busquemos. Um terceiro aspecto
consiste em não nos deixarmos levar pelo aparente conforto que as redes propiciam. Com o uso
frequente, permitimos que as plataformas criem nossa “própria bolha”.

Levados pelo desejo, curvamo-nos à facilidade do consumo e tornamo-nos presas fáceis de golpes que
prometem vantagens fantásticas e inverídicas. Diante de falsas notícias, que tendem a nos agradar ou
atemorizar, abrimos mão da necessária reflexão, e preferimos compartilhá-las sem nem mesmo

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conferir se provêm de fonte confiável. Em ambos os casos, somos fantoches manipulados por
interesses alheios.

(Adaptado de: AMARAL, Luiz Fernando. Conexão Sadia. Disponível em: Istoe.com.br/conexao − sadia)

Alterada a ordem do adjetivo na expressão, observa-se, de modo mais significativo, a mudança de


sentido em:
a) vantagens fantásticas.
b) verdadeiro produto.
c) falsas notícias.
d) necessária reflexão.
e) interesses alheios.

Questão 82: Instituto AOCP -


FRUTOS NEM TÃO PROIBIDOS

Livro recém-lançado explica por que nossa dieta inclui apenas uma fração das plantas comestíveis
disponíveis na natureza

Será que todos os vegetais que não comemos são menos gostosos que broto de feijão? A pergunta é
feita pelo professor de botânica John Warren, da Universidade Aberystwyth, no País de Gales, logo no
início do livro The Nature of Crops: How We Came to Eat the Plants We Do (“A natureza da colheita:
por que comemos as plantas que comemos”, em tradução livre), ainda sem edição no Brasil. Warren
sempre ficou intrigado com a pouca variedade de vegetais que encontrava nas prateleiras do
supermercado – das 300 mil espécies comestíveis de que se tem notícia, comemos apenas 200 (200
mesmo, não 200 mil) – e resolveu investigar por que foi que decidimos que salada boa é feita com
alface e tomate, e não com dente-de-leão ou beldroega.

Não existe uma única resposta certa. Para se tornarem cultiváveis a fim de fazer parte da dieta dos
homens, as plantas devem ter uma série de qualificações no currículo. Primeiro, precisam ser
nutritivas. Depois, devem ser fáceis de armazenar. Ter grãos, sementes ou frutas que sobrevivem
muito tempo longe do pé sempre ajuda. Um último diferencial é a personalidade (e o cheiro) forte:
plantas perfumadas, que combatem bactérias ou até as que são psicotrópicas sempre chamam a
atenção. E, por incrível que pareça, as plantas tóxicas não estão excluídas automaticamente: muitos
vegetais que consumimos hoje são descendentes de plantas potencialmente letais.

Por tudo isso, argumenta Warren, hoje o que realmente nos separa de uma dieta mais diversificada é a
nossa própria imaginação: “No futuro, iremos apreciar toda uma miríade de novas frutas e vegetais
que são melhores para a saúde e menos prejudiciais para a natureza”.
Adaptado de: KIST, Cristine. Frutos nem tão proibidos. Revista Galileu, São Paulo, n. 290, p. 12-13, set. 2015.
Em relação ao subtítulo do texto, assinale a alternativa correta.
a) Os adjetivos “comestíveis” e “disponíveis” incidem sobre o substantivo “plantas” e sua ordem
pode ser invertida.
b) A palavra “recém-lançado” é formada pelo processo de composição por justaposição.
c) O termo “apenas” é um advérbio de exclusão, com sentido equivalente a “exclusivamente”.
d) A expressão “por que” é grafada separadamente porque faz parte de uma pergunta direta.

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e) A palavra “dieta” possui o mesmo significado que em “Ele faz dieta para emagrecer”.

Questão 83: FGV - Para serem claros e precisos, alguns autores esclarecem o significado de
adjetivos empregados em seus textos.

Assinale a frase abaixo, retirada de um jornal do Rio de Janeiro, em que o adjetivo em maiúsculas não
vem acompanhado de nenhuma explicação.
a) A tragédia de Santa Teresa levou sofrimento a duas famílias. Mas os sentimentos são DIFERENTES.
Para a família de Maria da Penha Coelho, perda e saudade eterna. Para a de Clara Marques, vergonha e
desgosto, que nem o tempo será capaz de apagar.
b) Não sofro mais. Considero-me uma pessoa normal. Esqueci do passado, quero viver o presente.
Agora, minha alimentação é totalmente SAUDÁVEL. Durmo cedo e evito tomar remédios.
c) Sei que o fenômeno do funk é INTERESSANTE do ponto de vista antropológico e sociológico, que
ele reflete um entrelaçamento positivo entre o morro e o asfalto, uma diluição promissora das
fronteiras entre as classes sociais etc.
d) Acostumados a adjetivos POUCO LISONJEIROS, os cariocas, tidos pelo senso comum como
malandros e adeptos do jeitinho brasileiro, já podem lavar a alma com orgulho que são os campeões
de solidariedade em todo o planeta.
e) Em vez de tentar encontrar um critério científico para eleger os cem melhores poemas brasileiros
do século XX numa antologia que agradasse a todos, o crítico Ítalo Moriconi decidiu abraçar o que esta
eleição tem de arbitrária e subjetiva. O resultado é uma coletânea que se dirige ao leitor
“MARCIANO”, isto é, ignorante em matéria de nossa poesia, mas sequioso de conhecê-la.

Questão 84: VUNESP -


Coisas são só coisas

Uma das criadoras do movimento Simplicidade Voluntária, Vicki Robin, critica rigorosamente o
consumismo desenfreado e afirma: “Estamos vivendo a doença do muito.” Quem tem suas
necessidades básicas asseguradas(a) e pode consumir além do que precisa é o que mais sofre dessa
doença.

Segundo Vicki, nos países mais ricos, as pessoas com acesso ao consumo estão viciadas no excesso. Vão
comprando. E vão acumulando. Num dia é um travesseiro; no outro, o sapato que vai sair uma única
vez do armário.(b)

Surgem depois a roupa de marca, o azeite importado, o carro do ano, o eletrodoméstico mais moderno
– e mais um armário na casa para acomodar o que se compra.

O que leva muita gente a consumir é a falta de contato com as próprias coisas. A pessoa se esquece do
que tem e, com a sensação de não ter, acaba comprando mais. Estímulos não faltam: nunca houve
tanta oferta e tanta facilidade para pagar.(c) Outro aspecto que interfere muito é o uso cada vez menor
do dinheiro vivo como forma de pagamento, o que contribui para estimular compras(d) desnecessárias.
Ao pagar com cartões, a pessoa não sente que está gastando.

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Na base do consumo exagerado está a insatisfação permanente do ser humano, a sensação de que
sempre falta algo. Queremos o que não temos,(e) mas, assim que passamos a ter, aquilo já não nos
interessa mais.

Ao refletirmos profundamente a respeito do consumismo, podemos entender que é muito mais


importante investir nos relacionamentos pessoais – amigos, filhos, colegas de trabalho – pois são eles
que nos enriquecem verdadeiramente.

Porque a relação com o consumismo é clara: quanto mais pobre for nossa vida interior, mais
sentiremos necessidade de ter coisas.

(Leila Ferreira. A arte de ser leve. São Paulo: Globo, 2010. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o termo destacado na frase atribui uma característica à palavra anterior.
a) Quem tem suas necessidades básicas asseguradas…
b) … o sapato que vai sair uma única vez do armário.
c) … nunca houve tanta oferta e tanta facilidade para pagar.
d) … o que contribui para estimular compras…
e) Queremos o que não temos…

Questão 85: QUADRIX - Falávamos de sonhos. Primeiro, os mais curiosos.

Os que não têm lógica, nem relação com a realidade. Ah, isto é que não. Neste ponto, a conversa
enviesou pela “interpretose”. No sonho tudo tem a ver com quem sonha. Aliás, na vida real também.
Ou não? Mas a controvérsia teórica não vem ao caso. Hoje todo mundo sabe o seu lance de psicologia.
Freud e Jung dão pé para qualquer palpiteiro.

Pra botar ordem na conversa, cada um na roda podia contar um sonho, de preferência que tenha tido
consequência prática. Uma premonição, por exemplo. Você sonhar com um número, jogar e ganhar.
Sonhar que recebeu um telefonema assim-assim, que resultou numa viagem maravilhosa. E no dia
seguinte vem o telefonema e a viagem sai. Antecipação, inexplicável sorte, mas que acontece. Ouvir
em sonho um aviso, um conselho, e dar certo. Coisas da parapsicologia.

Sonhos recorrentes, que acompanham a gente a vida toda. Alguns, obsessivos, estão presos a
reminiscências antiquíssimas, que mal se vislumbram na vigília. A memória afetiva nos arma ciladas,
desencava peças de arqueologia, dá vida ao que está morto. Abre um verdadeiro cemitério.

Às vezes, é bom, amável. Outras vezes, é mau, amargo. O sonho persecutório, por exemplo. Ouvi o
enredo de um que Deus me livre. Verdadeira condenação, coisa do maligno.

O meu, o desta conversa, posso contar. Foi há anos.

O Rio ainda era a capital. Um amigo me pediu para fazer um pedido ao presidente da Câmara dos
Deputados. Pedido constrangedor, eu dizia que não, que não. Mas o cara insistia. Me cercava de
atenções, me apontava os lugares a que o presidente iria. Tinha de cor a agenda do homem.

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Nada de indecoroso, mas por que eu? Não tinha por que pedir, me meter num negócio que eu
desconhecia.

Estou omitindo algumas circunstâncias que impediam que me livrasse do importuno. Uma noite fui
dormir com aquela maçada. E então sonhei. Pesadelo? Coisa nenhuma. O presidente da Câmara tinha
embarcado para a Europa. Ia passar uma longa temporada no exterior.

Compareci ao embarque, conversamos, nos despedimos.

Deu no jornal e eu li. Acordo e me telefona o postulante. O chato! Conto com pormenores a viagem, o
embarque.

Enfim, livre. Só depois vim a me dar conta de que tinha sido um sonho. Mas que alívio!

Otto Lara Resende. Solução onírica. In: Folha de S. Paulo, São Paulo,
1992. Internet: <cronicabrasileira.org.br> (com adaptações).

Em relação aos aspectos gramaticais e aos sentidos do texto apresentado, julgue o item.

Na linha, o período “Às vezes, é bom, amável.” exprime uma ideia oposta àquela expressa no período
“Outras vezes, é mau, amargo.”, uma vez que os adjetivos “bom” e “mau” se encontram em uma
relação de antonímia, assim como os adjetivos “amável” e “amargo” expressam sentidos contrários.
Certo
Errado

Questão 86: Instituto ACCESS - Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão.

Desconstituição da política de cotas raciais em concursos

Nos últimos meses, universidades públicas estaduais da Bahia lançaram concursos para docentes do
magistério superior. Surpreendentemente, os editais não aplicaram cotas raciais. Das quatro
universidades, UESC e UESB não previram política de cotas raciais. UNEB e UEFS previram, contudo
com aplicação das cotas sobre o número de vagas ofertadas por departamento que, por serem em
número inferior a três, inviabilizaram a aplicação da lei.

Já seria motivo de surpresa que uma universidade pública brasileira não previsse algum mecanismo de
promoção da equidade racial em seus concursos, uma vez que estaA) é uma demanda já reconhecida e
bastante decantada juridicamente. Ela perpassa diversos fundamentos do Estado brasileiro, pois
envolve a democratização do acesso aos cargos públicos e uma expressão da materialização da
igualdade racial.

É demanda decantada também socialmente, uma vez que a representatividade torna imaginável a
ocupação de determinados lugares sociais para membros de grupos excluídos. Sabe-se muitoB) bem
que, quanto maiores as exigências de formação, ou quanto mais aparece a cara das e dos candidatos
durante o procedimento seletivo, menosC) pessoas negras são aprovadas.

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Nos concursos para o magistério superior, estes dois fatores se combinam de modo perverso, basta
contar quantas docentes negras uma pessoa teve durante sua formação universitária. Essa ausência de
professoras e professores negros nas universidades, na realidade um eufemismo para impedimento,
tem impacto direto na formação acadêmica oferecida: a reprodução do epistemicídio e de um
pensamento científico indiferente à persistência da lógica escravocrata e racista que permeia todas as
relações sociais no país.

Portanto, a surpresa converte-se em perplexidade quando recordamos que a Bahia é o estado de maior
população negra, com movimento negro organizado longevo e atuante, que alcançou a inscrição legal
das cotas raciais nos concursos públicos como medida de promoção à equidade racial. Há, no Estado, o
Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa (Lei 13.182/2014) e o Decreto
15.353/2014, que preveem a reserva de 30% das vagas dos concursos à população negra. Em termos
institucionais, o Estado conta também com uma secretaria específica para essa temática, a Secretaria
de Promoção da Igualdade Racial.

Uma dessas universidades, a UNEB – que agora está revisando seu edital, após as reivindicações dos
movimentos negros – foi pioneira na política de cotas para a graduação. Portanto, a necessidade de
promoção da equidade racial no âmbito universitário não é novidade. O que levou, então, a que essas
universidades tenham recuadoD) em seu papel histórico na luta antirracista?

(...)

(Lidyane Maria Ferreira de Souza e Maria do Carmo Rebouças dos Santos.


https://diplomatique.org.br/desconstituicao-da-politica-de-cotas-raciais-emconcursos/ 6 de maio de 2022)

Assinale a opção em que a palavra indicada exerça, no texto, papel adjetivo.


a) esta
b) muito
c) menos
d) recuado

Questão 87: Instituto ACCESS - Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão.

Policial militar que estuda matemática vê no ensino forma de combater violência

Estudantes e professor próximos da nascente de um rio: pode até não parecer, mas esse é o cenário de
uma aula de matemática. É ali que o educador explica conceitos de geometria, como área e raio de
uma circunferência.

Mas não só. Ele ainda propõe algumas reflexões aos estudantes sobre preservação ambiental e os
efeitos que as ações humanas têm na natureza.

O método de ensino pode parecer estranho à primeiraA) vista. Afinal, aulas de matemática
normalmente contêm operações na lousa, cálculos de figuras geométricas e fórmulas difíceis. Para
Marcílio Leão, 51B), no entanto, não é bem assim.

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A situação descrita no início do texto é um exemplo que Leão aborda em sua tese de doutorado sobre
como o ensino de matemática pode ter um caráter voltado à disseminação de valores contrários à
violência.

"Eu tive a ideia de fazer esse trabalho voltado para uma sociedade melhor. Por meio da educação, em
especial da educação matemática, a gente consegue alcançar uma sociedade em que nós não
tenhamos tantas dores. Isso virou meu objetivo de vida."

Morador de São José do Rio Pardo, no interior de São Paulo, Leão é policial militar há 22C) anos e ainda
continua na corporação atuando na área ambiental.

Já no que diz respeito à vida acadêmica, ele se formou em matemática na Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras em São José do Rio Pardo (SP) e, em 2022D), entregou sua tese de doutorado em
educação matemática na Unesp (Universidade Estadual Paulista).

Desde o início de sua trajetória acadêmica, ele conta, já tinha convicção de que gostaria de estudar a
relação entre violência e matemática. “Eu comecei a me interessar pela questão da violência
justamente pelo fato de estar perto dessas dores e dessas dificuldades por ser policial.”

No doutorado, Leão pesquisou justamente como o ensino de matemática pode ajudar na construção de
um mundo mais justo e pacífico.

Para isso, diz Leão, o educador pode, por exemplo, trabalhar com os alunos gráficos que abordem os
índices de violência. Assim, além de explicar conceitos de matemática e estatística, o educador será
capaz de discutir esse fenômeno que atinge profundamente o Brasil, com contribuições da turma.

O estudo feito pelo policial envolveu um questionário aplicado em duas escolas públicas no estado de
São Paulo e em uma Fundação Casa. As perguntas tentaram entender como os jovens viam a iniciativa
de uma educação que tratasse sobre temáticas que envolvessem a violência em meio a aulas de
matemática.

(...)

A preocupação em desenvolver uma pesquisa que envolva o tema da violência foi motivada, além do
trabalho de policial que Leão desempenha, por vivências pessoais recentes. A partir de perdas que
enfrentou nos últimos anos, diz Leão, procurou se aprofundar em um assunto que possa colaborar para
a construção de uma sociedade melhor.

(...)

Agora o policial militar espera que o seu estudo consiga ter um impacto positivo na construção de
currículos de matemática. "Tem inúmeras situações da vida que a gente pode trabalhar em sala de
aula o comportamento e o desenvolvimento de consciência dos alunos. Essas questões favorecem a
formação de valores", diz.

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(Samuel Fernandes. https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2022/04/policialmilitar-


que-estuda-matematica-ve-no-ensino-forma-de-combater-violencia.shtml. 18.abr.2022)

Assinale a opção em que, no texto, o numeral não exerça papel adjetivo.


a) primeira
b) 51
c) 22
d) 2022

Questão 88: Instituto ACCESS - Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão.

Policial militar que estuda matemática vê no ensino forma de combater violência

Estudantes e professor próximos da nascente de um rio: pode até não parecer, mas esse é o cenário de
uma aula de matemática. É ali que o educador explica conceitos de geometria, como área e raio de
uma circunferência.

Mas não só. Ele ainda propõe algumas reflexões aos estudantes sobre preservação ambientalA) e os
efeitos que as ações humanas têm na natureza.

O método de ensino pode parecer estranhoB) à primeira vista. Afinal, aulas de matemática
normalmente contêm operações na lousa, cálculos de figuras geométricas e fórmulas difíceisC). Para
Marcílio Leão, 51, no entanto, não é bem assim.

A situação descrita no início do texto é um exemplo que Leão aborda em sua tese de doutorado sobre
como o ensino de matemática pode ter um caráter voltado à disseminação de valores contrários à
violência.

"Eu tive a ideia de fazer esse trabalho voltado para uma sociedade melhor. Por meio da educação, em
especial da educação matemática, a gente consegue alcançar uma sociedade em que nós não
tenhamos tantas dores. Isso virou meu objetivo de vida."

Morador de São José do Rio Pardo, no interior de São Paulo, Leão é policial militar há 22 anos e ainda
continua na corporação atuando na área ambiental.

Já no que diz respeito à vida acadêmica, ele se formou em matemática na Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras em São José do Rio Pardo (SP) e, em 2022, entregou sua tese de doutorado em
educação matemática na Unesp (Universidade Estadual Paulista).

Desde o início de sua trajetória acadêmica, ele conta, já tinha convicção de que gostaria de estudar a
relação entre violência e matemática. “Eu comecei a me interessar pela questão da violência
justamente pelo fato de estar perto dessas dores e dessas dificuldades por ser policialD).”

No doutorado, Leão pesquisou justamente como o ensino de matemática pode ajudar na construção de
um mundo mais justo e pacífico.

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Para isso, diz Leão, o educador pode, por exemplo, trabalhar com os alunos gráficos que abordem os
índices de violência. Assim, além de explicar conceitos de matemática e estatística, o educador será
capaz de discutir esse fenômeno que atinge profundamente o Brasil, com contribuições da turma.

O estudo feito pelo policial envolveu um questionário aplicado em duas escolas públicas no estado de
São Paulo e em uma Fundação Casa. As perguntas tentaram entender como os jovens viam a iniciativa
de uma educação que tratasse sobre temáticas que envolvessem a violência em meio a aulas de
matemática.

(...)

A preocupação em desenvolver uma pesquisa que envolva o tema da violência foi motivada, além do
trabalho de policial que Leão desempenha, por vivências pessoais recentes. A partir de perdas que
enfrentou nos últimos anos, diz Leão, procurou se aprofundar em um assunto que possa colaborar para
a construção de uma sociedade melhor.

(...)

Agora o policial militar espera que o seu estudo consiga ter um impacto positivo na construção de
currículos de matemática. "Tem inúmeras situações da vida que a gente pode trabalhar em sala de
aula o comportamento e o desenvolvimento de consciência dos alunos. Essas questões favorecem a
formação de valores", diz.

(Samuel Fernandes. https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2022/04/policialmilitar-


que-estuda-matematica-ve-no-ensino-forma-de-combater-violencia.shtml. 18.abr.2022)

A respeito das classificações quanto à flexão do adjetivo, assinale a opção em que a palavra seja
classificada de forma distinta da das demais.
a) ambiental
b) estranho
c) difíceis
d) policial

Questão 89: QUADRIX - Imagine 3,8 bilhões de anos de brilhantismo em design disponíveis de graça
para qualquer inovador sustentável no mundo. É nisso que aposta a fundadora do Instituto de
Biomimética, Janine Benyus.

Em sua instituição sem fins lucrativos, ela reúne designers, arquitetos, engenheiros e cientistas
interessados em conhecer a fundo as formas e funções criadas pela natureza e imitá‐las no processo
industrial para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis.

A natureza já inspira as soluções encontradas pelos seres humanos há bastante tempo. O exemplo mais
conhecido é a invenção do velcro com base no funcionamento dos carrapichos, aquelas sementinhas
espinhosas que possuem farpas e costumam grudar nas roupas. Em 1941, o engenheiro suíço George de
Mestral deu especial atenção a elas, pois viviam presas ao pelo de seu cachorro. Quando as observou
ao microscópio, ele notou a estrutura das garras e imitou a estrutura na criação do velcro.

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Mas as inovações foram muito além disso e estão cada vez mais voltadas para a sustentabilidade.
Estava nas barbatanas das baleias a resposta para turbinas eólicas 20% mais eficientes e muito menos
barulhentas, como descobriu a companhia de turbinas Whalepower, em Toronto.

O aproveitamento da energia das marés se tornou mais eficaz quando a BioStream reproduziu o padrão
dos movimentos de peixes como o atum e o tubarão. Apesar de presos ao fundo do oceano, os
equipamentos giram com o movimento das marés e produzem eletricidade. Seu formato
hidrodinâmico, também inspirado nos peixes, evita que o material sofra com as condições adversas do
fundo do mar.

O edifício Eastgate, no Zimbábue, tem a mesma estrutura de ventilação dos cupins e, apesar de a
temperatura fora dele variar dos 42 ⁰C durante o dia para os 3 ⁰C à noite, em seu interior, ela se
mantém estável, variando em apenas um grau ao longo de um dia. A construção utiliza 90% menos
energia no sistema de ventilação que os edifícios tradicionais e já economizou 3,5 milhões de dólares
em custos com ar‐condicionado.

Até os pulmões humanos têm sido alvo de estudos para o desenvolvimento de equipamentos que
sequestram carbono e previnem contra o aquecimento global. A companhia Carbozyme Inc.
desenvolveu um filtro que possui as mesmas características da membrana dos pulmões e consegue
remover mais de 90% do gás carbônico que passa pelas chaminés de fábricas. Uma outra tecnologia
baseada em uma enzima carbônica encontrada em moluscos tem transformado gás carbônico em pedra
calcária, que pode ser utilizada na construção civil.

Há alguns anos, o Instituto de Biomimética criou uma comunidade on‐line colaborativa conhecida
como AskNature (nome que, em português, significa “pergunte à natureza”), que reúne pesquisadores
interessados em trocar informações sobre o assunto. As invenções não vão parar por aqui.

Thays Prado. Biomimética: a indústria sustentável imita a natureza. In: Revista


Superinteressante. Internet: <super.abril.com.br> (com adaptações).

Acerca dos aspectos gramaticais e dos sentidos do texto apresentado, julgue o item.

O vocábulo “inovador” pertence à classe dos adjetivos, por qualificar o indivíduo que inventa novas
tecnologias.
Certo
Errado

Questão 90: Instituto ACCESS - Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão.

Mortalidade materna salta 77% em 2 anos; país retrocede à taxa de anos 1990

O pico de covid-19 em 2021 fez a mortalidade materna no Brasil crescer em patamares inéditos no
século. No ano passado, em números absolutos, foram 77% mais mortes que o registrado em 2019 –
antes da pandemia.

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Cálculos feitos pela coluna e pelo médico obstetra Marcos Nakamura, com dados do Ministério da
Saúde, apontam que a taxa de mortalidade materna do ano passado supera a casa dos 100 para cada
100 mil nascidos vivos. Isso deixa o país com um índice similar ao registrado nos anos 1990. Para
verificar a taxa, divide-se o número de óbitos de grávidas e puérperas pela quantidade de nascidos
vivos.

No ano passado, morreram 2.796 mulheres grávidas ou puérperas, segundo dados preliminares
informados pelo Painel de Monitoramento de Mortalidade Materna, do Ministério da Saúde. Foi o maior
número registrado desde 1996, quando começa a série de dados disponíveis.

Procurado, o Ministério da Saúde informou que, desde o início da pandemia, o governo federal
repassou mais de R$ 1 bilhão a estados e municípios para apoiar ações de assistência materna e que
instituiu a nova Rami (Rede de Atenção Materna e Infantil), com investimento anual de R$ 1,6 bilhão.

Óbito materno é quando uma mulher morre durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias
após o término (seja com parto ou aborto) "devido a qualquer causa relacionada com ou agravada pela
gravidez ou por medidas em relação a ela".

"Esse número não nos surpreende. Quem estuda viroses que ocorrem durante a gravidez sabe dos
riscos das viroses respiratórias [em gestantes]", afirma a pesquisadora e ginecologista especialista em
medicina fetal, Adriana Melo.

Segundo o painel do ministério, em 2021, 92 mil mulheres em idade fértil (entre 10 e 49 anos)
morreram no país – 50% a mais que em 2019. Ou seja, as mortes maternas tiveram alta maior.

Segundo Melo, isso ocorreu porque gestantes e mulheres logo após o parto ficam maisA) vulneráveis.

“Temos que lembrar as mudanças que ocorrem nesse período, como o aumento do volume abdominal
culminando em elevação do diafragma e consequente redução do volume respiratório", completa a
médica, que foi a pioneira em relacionar o vírus da zika com os casos de microcefalia que surgiam no
Nordeste em 2015.

Hoje, ela é pesquisadora e presidente do Instituto Paraibano de Pesquisa Professor Joaquim Amorim
Neto (IPesq), em Campina Grande (PB), referência nacional no tratamento de crianças com síndrome
congênita associada à infecção pelo vírus zika.

Melo lembra que, em 2009, tivemos o surto de H1N1 que vitimou muitasB) grávidas. "Por sorte, o vírus
não se espalhou pelo Brasil naquela época, mas houve uma preocupação com essa população", afirma.

Ela conta que, desde a chegada do coronavírus ao Brasil – no início de 2020 –, um sinal de alerta
acendeu. "Mas infelizmente 2021 foi bem mais trágico."

Para Melo, a lei que afastava as grávidas do trabalho chegou "muitoC) tarde [em abril de 2021], quando
muitas mulheres já tinham morrido". "Faltou também informações sobre os riscos e estímulo ao uso de
máscaras", avalia a especialista.

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Os dados deixam claro que há uma relação entre a altaD) das mortes de grávidas e o colapso no sistema
de saúde causado por uma onda de contaminação pelo coronavírus. O ápice de mortes ocorreu entre
março e maio de 2021, período em que o país registrou o recorde de óbitos pela covid.

(...)

(Carlos Madeiro. https://noticias.uol.com.br/colunas/carlosmadeiro/


2022/05/22/mortalidade-materna-salta-77-em-2-anos-pais-retrocede-ataxa- de-anos-1990.htm)

Assinale a opção em que o termo indicado desempenhe papel adjetivo.


a) mais
b) muitas
c) muito
d) alta

Questão 91: Instituto ACCESS - Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão.

Por um imposto regulador dos preços dos combustíveis

Apesar de o Brasil ser detentor de uma das mais generosas riquezas naturais do mundo, como o
pré-sal, as rendas governamentais vinculadas à exploração dessas riquezas geram montantes
relativamente pequenos aos cofres públicos diante do tamanho da economia e da carga tributária
total.

No caso do petróleo, a parcela dos impostos incidentes na comercializaçãoA) dos seusB) derivados,
constituída principalmente do ICMS, é pagaC) pelo consumidor. Mesmo essa carga não é das maiores no
mundo: na média da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a
participação dos tributos sobre o preço final de comercialização é de 54% (dados da Opep de 2020). No
Brasil, essa carga na gasolina é de 39%; no diesel, 20%; e no GNV (gás natural veicular), 23%.

E a carga de impostos que incidem na exploração do petróleo e gás no Brasil paga pelas empresas?
Esses tributos são constituídos de impostos federais sobre lucros (CSLL e IRPJ) e as rendas de
exploração, que são os royalties e as participações especiais recolhidas por estados, municípios e
União.

Segundo a Receita Federal, a arrecadação dos impostos federais sobre lucros do setor petroleiro foi de
irrisório 0,05% do PIB na média dos anos de 2011 a 2020, período em que ocorreu um aumento das
deduções legais praticadas. Já o pagamento de royalties e participações atingiram níveis recordes de
R$ 74,4 bilhões em 2021, mas representam apenas 0,86% do Produto Interno Bruto. Assim, se em 2021
a soma dos dois totalizar uma carga tributária perto de 1% ou 1,5% do PIB, a contribuição da produção
de petróleo na receita tributária brasileira fica entre 3% e 4,5% do total arrecadado.

De fato, dados apresentados no livro "International Taxation and the Extractive Industries", por Philip
Daniel e outros, ilustram que a arrecadação advinda da indústria extrativa (incluindo petróleo e
minérios) tem peso extremamente baixo na receita tributária total no Brasil (menos de 5%), em grande

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contraste com outros países. Essa participação chega a mais de 60% na Arábia Saudita e Emirados
Árabes; no México fica próxima de 30%; na Noruega e na Rússia, 20%; e, no Chile, 15%.

Na comparação setorial, dados da Firjan (relativos a 2016), considerando impostos de todos os entes
da Federação sobre produtos líquidos de subsídios, mostram que os setores intensivos na exploração
de commodities (incluindo a agropecuária e a indústria extrativa) pagam, juntos, apenas 7% do valor
bruto da produção. Já a indústria da transformação paga uma carga tributária de 45%; os serviços de
utilidade pública, 40%; o comércio, 36%; outros serviços privados, 23%; a construção, 14%.

Essa subtributação da exploração do petróleo indica fazer sentido a criação de um imposto sobre o
direito de exportar o óleo cru, conforme já foi defendido por Sergio Gobetti e outros. O pulo do gatoD)
é que esse imposto tem uma lógica oposta aos demais porque não é repassado ao consumidor; pelo
contrário, é um incentivo a reduzir o preço interno. Como os preços do petróleo são formados nos
mercados internacionais, o imposto sobre a exportação resulta numa redução do lucro exigido pelo
exportador para vender internamente.

Embora o preço seja cotado nos mercados internacionais, o custo de extração não é homogêneo e, no
Brasil, com o pré-sal, situa-se entre os menores do mundo. Com esse imposto, a regra de preço da
Petrobras pode manter a paridade internacional, descontando, porém, essa parcela de impostos. Essa
alíquota deve ser flexível e escalonada de forma que o desconto tributário seja tão maior quanto
maior o preço.

Assim, o imposto acaba tendo um papel regulador contra as oscilações dos preços. Essa alíquota deve
ser zerada caso o preço internacional caia para um limiar, de forma a preservar o lucro normal da
empresa, considerando seu (baixíssimo) custo de extração e todos os outros, inclusive os custos de
importações dos derivados. No médio prazo, esse imposto é também um incentivo fiscal ao aumento
da capacidade de refino e de investimentos em escoamento do gás associado.

(Julia de Medeiros Braga. Economista e professora da Faculdade de Economia da UFF (Universidade Federal Fluminense.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2022/05/por-um-imposto-regulador-dosprecos- dos-combustiveis.shtml. 19.mai.2022)

Assinale a opção em que a palavra, no texto, desempenhe papel adjetivo.


a) comercialização
b) seus
c) paga
d) gato

Questão 92: Instituto ACCESS - Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão.

Por um imposto regulador dos preços dos combustíveis

Apesar de o Brasil ser detentor de uma das mais generosas riquezas naturais do mundo, como o
pré-sal, as rendas governamentais vinculadas à exploração dessas riquezas geram montantes
relativamente pequenosA) aos cofres públicos diante do tamanho da economia e da carga tributária
totalB).

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No caso do petróleo, a parcela dos impostos incidentes na comercialização dos seus derivados,
constituída principalmente do ICMS, é paga pelo consumidor. Mesmo essa carga não é das maiores no
mundo: na média da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a
participação dos tributos sobre o preço finalC) de comercialização é de 54% (dados da Opep de 2020).
No Brasil, essa carga na gasolina é de 39%; no diesel, 20%; e no GNV (gás natural veicular), 23%.

E a carga de impostos que incidem na exploração do petróleo e gás no Brasil paga pelas empresas?
Esses tributos são constituídos de impostos federais sobre lucros (CSLL e IRPJ) e as rendas de
exploração, que são os royalties e as participações especiaisD) recolhidas por estados, municípios e
União.

Segundo a Receita Federal, a arrecadação dos impostos federais sobre lucros do setor petroleiro foi de
irrisório 0,05% do PIB na média dos anos de 2011 a 2020, período em que ocorreu um aumento das
deduções legais praticadas. Já o pagamento de royalties e participações atingiram níveis recordes de
R$ 74,4 bilhões em 2021, mas representam apenas 0,86% do Produto Interno Bruto. Assim, se em 2021
a soma dos dois totalizar uma carga tributária perto de 1% ou 1,5% do PIB, a contribuição da produção
de petróleo na receita tributária brasileira fica entre 3% e 4,5% do total arrecadado.

De fato, dados apresentados no livro "International Taxation and the Extractive Industries", por Philip
Daniel e outros, ilustram que a arrecadação advinda da indústria extrativa (incluindo petróleo e
minérios) tem peso extremamente baixo na receita tributária total no Brasil (menos de 5%), em grande
contraste com outros países. Essa participação chega a mais de 60% na Arábia Saudita e Emirados
Árabes; no México fica próxima de 30%; na Noruega e na Rússia, 20%; e, no Chile, 15%.

Na comparação setorial, dados da Firjan (relativos a 2016), considerando impostos de todos os entes
da Federação sobre produtos líquidos de subsídios, mostram que os setores intensivos na exploração
de commodities (incluindo a agropecuária e a indústria extrativa) pagam, juntos, apenas 7% do valor
bruto da produção. Já a indústria da transformação paga uma carga tributária de 45%; os serviços de
utilidade pública, 40%; o comércio, 36%; outros serviços privados, 23%; a construção, 14%.

Essa subtributação da exploração do petróleo indica fazer sentido a criação de um imposto sobre o
direito de exportar o óleo cru, conforme já foi defendido por Sergio Gobetti e outros. O pulo do gato é
que esse imposto tem uma lógica oposta aos demais porque não é repassado ao consumidor; pelo
contrário, é um incentivo a reduzir o preço interno. Como os preços do petróleo são formados nos
mercados internacionais, o imposto sobre a exportação resulta numa redução do lucro exigido pelo
exportador para vender internamente.

Embora o preço seja cotado nos mercados internacionais, o custo de extração não é homogêneo e, no
Brasil, com o pré-sal, situa-se entre os menores do mundo. Com esse imposto, a regra de preço da
Petrobras pode manter a paridade internacional, descontando, porém, essa parcela de impostos. Essa
alíquota deve ser flexível e escalonada de forma que o desconto tributário seja tão maior quanto
maior o preço.

Assim, o imposto acaba tendo um papel regulador contra as oscilações dos preços. Essa alíquota deve
ser zerada caso o preço internacional caia para um limiar, de forma a preservar o lucro normal da
empresa, considerando seu (baixíssimo) custo de extração e todos os outros, inclusive os custos de

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importações dos derivados. No médio prazo, esse imposto é também um incentivo fiscal ao aumento
da capacidade de refino e de investimentos em escoamento do gás associado.

(Julia de Medeiros Braga. Economista e professora da Faculdade de Economia da UFF (Universidade Federal Fluminense.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2022/05/por-um-imposto-regulador-dosprecos- dos-combustiveis.shtml. 19.mai.2022)

Assinale a opção em que esteja indicado corretamente um adjetivo biforme.


a) pequenos
b) total
c) final
d) especiais

Questão 93: Instituto ACCESS - Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão.

Promessa de renda, torres eólicas incomodam e expulsam vizinhos no Nordeste

Nos últimos anos, a paisagem no interior do Nordeste mudou com a instalação de torres para geração
de energia eólicaA). Prometidos como uma oportunidade de renda e desenvolvimento, alguns parques
acabaram trazendo prejuízo e problemas para os vizinhos, pois afetaram casas, cisternas, estradas,
acessos a determinadas regiões e até a saúde mentalB) de moradores.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica, dos 805 parques instalados no país, 708 deles estão
no Nordeste. A região, diz a entidade, é considerada estratégicaC) porque tem ventos “mais
constantes, em uma velocidade estável e não mudam de direção com frequência”.

Em dezembro de 2021, a energia eólica foi responsável por 10,9% da matriz energética brasileira,
segundo dados do Ministério de Minas e Energia.

Mas os parques de cataventosD) têm causado problemas a moradores do entorno. A coluna ouviu relatos
de moradores de três estados nordestinos. Os depoimentos são similares: a instalação dos
equipamentos mudou a vida de todos.

(...)

(Carlos Madero. https://noticias.uol.com.br/colunas/carlosmadeiro/


2022/05/15/promessa-de-renda-torres-eolicas-abalam-vida-de-familiasno- interior-do-ne.htm.)

Nas opções a seguir, todas as palavras, no texto, classificam-se como adjetivos, à exceção de uma.
Assinale-a.
a) eólica
b) mental
c) estratégica
d) cataventos

Questão 94: Instituto ACCESS - Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão.

Saiba como nasceu a moda de ter pinguins em cima da geladeira

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A história é engraçadaA). A ideia foi de uma marca americana de refrigeradores chamada Kelvinator. É
uma empresa antigaB), fundada em 1914. Nos anos 1950, os refrigeradores eram bem diferentes dos
modelos atuaisC). Pareciam móveis. Por isso, em lojas de artigos domésticos, eles eram confundidosD)
com grandes armários de louça. Para deixar claro quais eram as geladeiras, a Kelvinator entregou aos
vendedores estatuetas de cerâmica em formato de pinguins. Elas eram deixadas em cima das
geladeiras.

Os pinguins em cima das geladeiras da Kelvinator chamavam tanta atenção que os clientes pediam
para levá-los para casa quando faziam a compra.

(Marcella Franco. https://www1.folha.uol.com.br/folhinha/2022/04/saiba-comonasceu-


a-moda-de-ter-pinguins-em-cima-da-geladeira.shtml. 29.abr.2022)

Nas opções a seguir, estão listados adjetivos presentes no texto, à exceção de uma. Assinale-a.
a) engraçada
b) antiga
c) atuais
d) confundidos

Questão 95: FGV - Texto 1

Índio

Uma das consequências das Cruzadas (séculos XI a XIII) foi a descoberta das riquezas do Oriente:
tecidos, pedras e metais preciosos, especiarias.

Tudo isso passou a ter um valor extraordinário para os europeus do século XV (a canela chegou a valer
mais do que o ouro!). E assim as grandes navegações para a Ásia se tornaram financeiramente
atrativas.

O genovês Cristóvão Colombo, o que botou o ovo em pé (como se fosse uma grande coisa: as galinhas
já faziam isso muito antes dele), consegue, na Espanha, em 1492, o patrocínio dos reis Fernando II e
Isabel I para uma viagem à Índia.

Para chegar lá, os portugueses desciam até o final da África e dobravam à esquerda. Colombo, que
sempre adorou viver na contramão da História, sai da Espanha, no dia 3 de agosto, e dobra à direita,
convencido de que a Terra era redonda.

Acertou na forma, mas errou no cálculo do diâmetro. Colombo chega às Bahamas, em 12 de outubro, e
acha que alcançou a Índia. Por isso, ao ver uns selvagens locais, Colombo os chama de índios. Pronto,
o nome ficou e o erro se consagrou: a partir daí, todo selvagem, nu ou seminu, passou a ser chamado
de índio.

(PIMENTA, R. Casa da Mãe Joana, curiosidade na origem das palavras, frases e marcas. Ed. Campus. Rio de Janeiro-RJ. 2002)

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Ao escrever “tecidos, pedras e metais preciosos, especiarias”, o autor do texto quer mostrar que o
adjetivo “preciosos” se refere a
a) pedras, somente.
b) metais, somente.
c) tecidos, pedras e metais, somente.
d) pedras e metais, somente.
e) tecidos, pedras, metais e especiarias.

Questão 96: FGV - Texto 1

Índio

Uma das consequências das Cruzadas (séculos XI a XIII) foi a descoberta das riquezas do Oriente:
tecidos, pedras e metais preciosos, especiarias.

Tudo isso passou a ter um valor extraordinário para os europeus do século XV (a canela chegou a valer
mais do que o ouro!). E assim as grandes navegações para a Ásia se tornaram financeiramente
atrativas.

O genovês Cristóvão Colombo, o que botou o ovo em pé (como se fosse uma grande coisa: as galinhas
já faziam isso muito antes dele), consegue, na Espanha, em 1492, o patrocínio dos reis Fernando II e
Isabel I para uma viagem à Índia.

Para chegar lá, os portugueses desciam até o final da África e dobravam à esquerda. Colombo, que
sempre adorou viver na contramão da História, sai da Espanha, no dia 3 de agosto, e dobra à direita,
convencido de que a Terra era redonda.

Acertou na forma, mas errou no cálculo do diâmetro. Colombo chega às Bahamas, em 12 de outubro, e
acha que alcançou a Índia. Por isso, ao ver uns selvagens locais, Colombo os chama de índios. Pronto,
o nome ficou e o erro se consagrou: a partir daí, todo selvagem, nu ou seminu, passou a ser chamado
de índio.

(PIMENTA, R. Casa da Mãe Joana, curiosidade na origem das palavras, frases e marcas. Ed. Campus. Rio de Janeiro-RJ. 2002)

Os adjetivos, em língua portuguesa, mostram estados, características, qualidades e relações.

Assinale o adjetivo abaixo, retirado do texto, que não indica uma qualidade.
a) grande coisa.
b) selvagens locais.
c) metais preciosos.
d) valor extraordinário.
e) se tornaram financeiramente atrativas.

Questão 97: IDECAN -


Polarização política é obstáculo para cobertura ambiental no jornalismo

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Uma pesquisa recente do instituto Pew Research Center mostrou que a vasta maioria dos americanos
apoia novas medidas de combate ao aquecimento do planeta.

Mais de dois terços são a favor de incentivos para o uso de veículos elétricos ou híbridos e da criação
de impostos para corporações com base em suas emissões de carbono. Nova regulação obrigando o
aumento do uso de energia de recursos renováveis teria o apoio de 72%, e 79% favorecem incentivos
fiscais do governo para ajudar empresas em projetos de captura e armazenamento de carbono.

A preocupação com o ambiente vem crescendo na última década e, em junho, uma pesquisa da
empresa YouGovAmerica revelou que hoje 56% da população se identifica como "ambientalista".(a)
Então, por que só 30% dos americanos se dizem interessados em acompanhar notícias sobre o meio
ambiente?

A polarização política nos EUA - e também a corrupção de políticos comprados por interesses especiais
- ajuda a explicar como o país está rachado ao meio no apoio à encolhida agenda ambiental de Joe
Biden, que sofre assaltos não só de ultraconservadores na Suprema Corte como do próprio(b) partido. O
senador Joe Manchin, da Virgínia Ocidental, vendido ao lobby do carvão, quase matou um pacote
legislativo ambiental ligado ao plano BBB (Build Back Better) antes de voltar atrás nesta quarta (27).

É difícil manter a atenção do público já assediado por más notícias sobre economia e saúde com
previsões apocalípticas. Mas os desinformados,(c) consumindo uma dieta negacionista como a servida
nos EUA pela Fox News, não são os maiores responsáveis pela falta de apoio ao combate ao
aquecimento global; são os narradores da mídia que tratam a ciência como ideologia.

A agência federal de ambiente dos EUA foi criada por Richard Nixon, um conservador cristão. O
correspondente do setor da rede CNN comparou recentemente os âncoras da rede de Rupert Murdoch
a sabotadores que bloqueiam a saída de um teatro pegando fogo.

Se o jornalismo quer ser tratado como serviço público, cabe ao jornalismo contribuir melhor para
desembaralhar a falácia de que a ciência ambiental é "de esquerda". Se no primeiro(d) semestre de
2020 a catástrofe da pandemia jogou repórteres de todos os setores na cobertura de um vírus, chegou
a hora de parar de setorizar a reportagem de ambiente.

Toda a cobertura tem um aspecto ambiental num mundo em que eventos relacionados ao clima já
matam 5 milhões por ano e devastam economias de qualquer(e) porte.

Um obstáculo evidente é que a reportagem científica requer um grau maior de especialização. Outro é
articular melhor o relato de fatos no contexto da destruição ambiental. O comentarista financeiro que
descreve só as cifras quando o governo precisa intervir no mercado de seguros da Luisiana porque as
tempestades e os furacões tomaram 600 mil residências inafiançáveis não deve omitir como a ciência
explica a debacle econômica.

A narrativa ambiental nunca teve à disposição tantas notícias promissoras com o progresso científico
na proteção ambiental. Equilibrar o noticiário entre os sacrifícios e as recompensas é um poder que o
jornalismo tem de resgatar a ciência refém dos autocratas populistas.

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(Lúcia Guimarães. https://www1.folha.uol.com.br/coluna/lucia-guimaraes/2022/07/polarizacao-


politica-e-obstaculo-para-cobertura-ambiental-no-jornalismo.shtml Folha de S.Paulo, 27.jul.2022)

Assinale a alternativa em que, no texto, a palavra NÃO apresente papel adjetivo.


a) ambientalista
b) próprio
c) desinformados
d) primeiro
e) qualquer

Questão 98: FCC - Atenção: Para responder à questão, considere o texto do cientista político Paulo
Sérgio Pinheiro.
Apesar de as garantias fundamentaisb do cidadão estarem bem definidas pela maioria das
constituições democráticas, o exercício da cidadania plena no Brasil sempre foi limitado para a maior
parte da população. E poderia ter sido diferente? Desde a Antiguidade, a constituição de um Estado
finca suas raízes no sistema social. Ao largo dos ideais presentes nas constituições, os procedimentos
jurídicos e o funcionamento da lei refletem as cruéis realidades da sociedade brasileira e não
conseguem temperar as sesqui-pedais diferenças entre pobres e ricos. O sistema jurídico é um
instrumento e um reflexo da sociedade e, portanto, da desigualdade social: o direito não se situa fora
e acima da sociedade e das realidades sociais, sem essência própria, sem lógica autônoma ou
existência independentec. O Estado não pode ser diferente da própria sociedade: não é nele que se
afrontam os interesses em conflito, as lutas de classe? As formas de governar dependem da estrutura
particular da sociedade, pois um governo não pode operar democraticamente num lugar onde, em
diversos períodos constitucionais, as mulheres e os analfabetos não votavam, os trabalhadores rurais
e os empregados domésticos não estavam assistidos pelos direitos sociais, um racismo estruturala
predominava e os órgãos do Estado jamais renunciavam ao arbítrio.

Nenhum regime pode ser efetivamente democrático se camadas desfavorecidas não têm acesso a
direitos básicos. Ao lado dos requisitos minimalistasd de um constitucionalismo democrático –
liberdade de reunião e de expressão, sufrágio universal, eleições regulares e limpas, independência
dos poderes –, a democracia requer a realização de um elenco mais alargado de exigências. São essas
o estado de direito, o devido processo da lei ou o direito a um julgamento justo e equânime, o
respeito à integridade física dos cidadãos. Essas últimas exigênciase, independentemente do regime
político vigente, foram atendidas na República de forma limitada.

(Adaptado de: PINHEIRO, Paulo Sérgio et al.


(orgs.). Brasil: um século de transformações. São Paulo: Companhia das Letras, 2001)

O termo que qualifica o substantivo na expressão lógica autônoma tem sentido equivalente ao termo
que qualifica o substantivo em:
a) racismo estrutural .
b) garantias fundamentais.
c) existência independente.
d) requisitos minimalistas
e) últimas exigências.

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Questão 99: IDECAN - Perdemos nossas casas em Alcântara para ricaços brincarem de astronautas

Em noites escuras, quem se embrenha mato adentro no Quilombo de Canelatiua sente-se como se
estivesse caminhando no espaço. Os vaga-lumes ao redor e as estrelas no céu causam a sensação.
Nossos ancestrais chegaram aqui da África; não vieram de foguete, mas em navios negreiros.

Apesar disso, fizeram da região de Alcântara (MA) sua terra. Ainda assim, somos tratados como ETs: só
soubemos pelos jornais que a base de lançamentos instalada em nosso lar pode servir de espaçoporto
para turismo espacial. Imagine perder sua casa para ricaços brincarem de astronauta?

A Virgin Orbit, empresa que pertence ao conglomerado do bilionário inglês Richard Branson, conseguiu
em junho licença para operar no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Seu avião de fuselagem
dupla, do qual são lançadas as naves, vai decolar de sua pista.

É o mesmo usado por outro(a) braço da empresa, a Vlrgln Galactic, que cobra US$ 450 mil (cerca de R$
2,4 milhões) para quem quer bancar o Luke Skywalker. Tememos por nosso(b) futuro próximo pela
forma corno temos sido tratados desde um passado não tão distante(c) assim.

O Território Étnico de Alcântara, no Maranhão, começa a se formar no final do século 19, com o
abandono das terras por seus proprietários. Ele foi certificado como remanescente de quilombo em
2004, pela Fundação Cultural Palmares. Legalmente, porém, sua existência é reconhecida desde 1856,
quando obteve um registro na freguesia de São João de Cortes.

Consta, ainda, uma doação feita por Theofilo José de Barros, registrada no cartório de 1°. Ofício de
Alcântara, em 1915. O CLA foi criado nos anos 1980; naquela época, mais de 300 famílias de 24
comunidades do litoral foram removidas para o interior.

O impacto social foi enorme, já que a pesca é o nosso principal meio de subsistência. Não é possível,
contudo, mensurá-lo com exatidão, assim como os danos causados à natureza, já que a base funciona
sem nenhum(d) estudo ou licença ambiental.

o CLA é um porto pirata. Não há informações públicas oficiais sobre que tipos de combustível são
usados ou componentes químicos lançados no meio ambiente. Da mesma forma, o Movimento dos
Atingidos pela Base Espacial de Alcântara (Mabe) só pode fazer estimativas de quantos de nós ainda
perderão seus lares. Acontecimentos recentes indicam que cerca de 800 famílias e 30 quilombos estão
ameaçados.

No fim de 2019, o CLA foi cedido aos norte-americanos. O contrato prevê a possibilidade da ampliação
de suas instalações sobre o território quilombola. Em 27 de março de 2020, o governo quis remover
792 famílias de 27 comunidades, durante o pico da pandemia.

A medida só foi definitivamente revogada(e) em dezembro passado, quando uma denúncia enviada à
Comissão lnteramericana de Direitos Humanos da OEA em 2001, referente aos despejos dos anos 1980,
foi alçada a uma instância superior, a Corte lnteramericana de Direitos Humanos.

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Em 2011, o WikiLeaks revelou que os EUA não admitiam que desenvolvêssemos tecnologia para
fabricar foguetes. Não somos só nós que temos a perder; a própria soberania nacional pode ir para o
espaço.

(Danilo Serejo, Quilombola de Alcântara (MA) e membro do Movimento dos Atingidos pele Base Espacial
de Alcântera (Mabe). Folhe de S, Paulo, https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2022/07/
perdemos-nossas-casas-em-alcantara-para-ricacos-brincarem-de-astroneutas.shtml)

Assinale a alternativa em que, no texto, a palavra NÃO apresente papel adjetivo.


a) outro
b) nosso
c) distante
d) nenhum
e) revogada

Questão 100: IDECAN -


Perdemos nossas casas em Alcântara para ricaços brincarem de astronautas

Em noites escuras, quem se embrenha mato adentro no Quilombo de Canelatiua sente-se como se
estivesse caminhando no espaço. Os vaga-lumes ao redor e as estrelas no céu causam a sensação.
Nossos ancestrais chegaram aqui da África; não vieram de foguete, mas em navios negreiros.

Apesar disso, fizeram da região de Alcântara (MA) sua terra. Ainda assim, somos tratados como ETs: só
soubemos pelos jornais que a base de lançamentos instalada em nosso lar pode servir de espaçoporto
para turismo espacial. Imagine perder sua casa para ricaços brincarem de astronauta?

A Virgin Orbit, empresa que pertence ao conglomerado do bilionário inglês Richard Branson, conseguiu
em junho licença para operar no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Seu avião de fuselagem
dupla, do qual são lançadas as naves, vai decolar de sua pista.

É o mesmo usado por outro braço da empresa, a Vlrgln Galactic, que cobra US$ 450 mil (cerca de R$
2,4 milhões) para quem quer bancar o Luke Skywalker. Tememos por nosso futuro próximo pela forma
corno temos sido tratados desde um passado não tão distante assim.

O Território Étnico de Alcântara, no Maranhão, começa a se formar no final do século 19, com o
abandono das terras por seus proprietários. Ele foi certificado como remanescente de quilombo em
2004, pela Fundação Cultural Palmares. Legalmente, porém, sua existência é reconhecida desde 1856,
quando obteve um registro na freguesia de São João de Cortes.

Consta, ainda, uma doação feita por Theofilo José de Barros, registrada no cartório de 1°. Ofício de
Alcântara, em 1915. O CLA foi criado nos anos 1980; naquela época, mais de 300 famílias de 24
comunidades do litoral foram removidas para o interior.

O impacto social foi enorme, já que a pesca é o nosso principal meio de subsistência. Não é possível,
contudo, mensurá-lo com exatidão, assim como os danos causados à natureza, já que a base funciona
sem nenhum estudo ou licença ambiental.

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o CLA é um porto pirata. Não há informações públicas oficiais sobre que tipos de combustível são
usados ou componentes químicos lançados no meio ambiente. Da mesma forma, o Movimento dos
Atingidos pela Base Espacial de Alcântara (Mabe) só pode fazer estimativas de quantos de nós ainda
perderão seus lares. Acontecimentos recentes indicam que cerca de 800 famílias e 30 quilombos estão
ameaçados.

No fim de 2019, o CLA foi cedido aos norte-americanos. O contrato prevê a possibilidade da ampliação
de suas instalações sobre o território quilombola. Em 27 de março de 2020, o governo quis remover
792 famílias de 27 comunidades, durante o pico da pandemia.

A medida só foi definitivamente revogada em dezembro passado, quando uma denúncia enviada à
Comissão lnteramericana de Direitos Humanos da OEA em 2001, referente aos despejos dos anos 1980,
foi alçada a uma instância superior, a Corte lnteramericana de Direitos Humanos.

Em 2011, o WikiLeaks revelou que os EUA não admitiam que desenvolvêssemos tecnologia para
fabricar foguetes. Não somos só nós que temos a perder; a própria soberania nacional pode ir para o
espaço.

(Danilo Serejo, Quilombola de Alcântara (MA) e membro do Movimento dos Atingidos pele Base Espacial
de Alcântera (Mabe). Folhe de S, Paulo, https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2022/07/
perdemos-nossas-casas-em-alcantara-para-ricacos-brincarem-de-astroneutas.shtml)

Em vaga-lumes, o plural foi feito corretamente, segundo a norma culta. Nesse âmbito, assinale a
alternativa em que, observando-se igualmente a concordância nominal, isso NÃO tenha ocorrido.
a) foguetes vermelho-sangue
b) foguetes verde-claros
c) foguetes azuis
d) foguetes laranja
e) foguetes rosas

Questão 101: IDECAN -


Por que é importante diversidade no sequenciamento genético

Se houvesse um ranking de fatores(a) que unem os indivíduos ao redor do mundo, sem dúvida o DNA
estaria no topo: 99,9% das sequências de DNA humano são idênticas entre si.

O monge e cientista austríaco Gregor Johann Mendel (1822-1884) foi o primeiro a sugerir que certos
"fatores invisíveis" eram responsáveis pelas diversas características humanas. Sabe-se hoje que tais
fatores são os genes, compostos de ácido desoxirribonucleico, ou DNA.

Essas moléculas de ácido dão instruções genéticas aos seres vivos. Mas se os humanos compartilham
tanto do mesmo material genético, por que a diversidade é importante no contexto de seu
sequenciamento?

Para entender isso, deve-se mudar o foco para o 0, 1% de diferença entre as sequências de DNA. Essa
diferença aparentemente pequena decorre das variações existentes entre os 3 bilhões de pares de
bases (ou nucleotídeos) que compõem o genoma humano.

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Todas as características que distinguem os seres humanos entre si, incluindo altura e cor dos olhos ou
cabelo, se devem a essas(b) variações. Mas vai além:(c) ao longo(d) dos anos, cientistas descobriram que
essas variações também podem fornecer informações vitais sobre o risco de um indivíduo ou população
desenvolver uma doença especifica.

Assim, pode-se usar a avaliação de risco dos dados genéticos para projetar uma estratégia de saúde
adaptada ao Indivíduo ou à região.

Em consultas médicas, é comum o paciente ter que preencher formulários sobre o histórico de saúde
de seus pais e familiares.(e) Se um dos pais for diabético, por exemplo, recomenda-se que o filho fique
longe de doces e açúcares processados.

Embora a transferência de doenças cardíacas, câncer e diabetes entre as gerações seja mais
conhecida, existem muitas outras doenças que podem ser herdadas geneticamente.

Por exemplo, sabe-se que a anemia falciforme ocorre quando se herdam duas cópias anormais do gene
que produz a hemoglobina (proteína dos glóbulos vermelhos do sangue), uma de cada genitor.

Nas últimas décadas, a pesquisa genética avançou a ponto de os cientistas conseguirem isolar os genes
responsáveis por muitas doenças. Mas aqui está o problema: a ciência tem conhecimento dessa
correlação entre genes e doenças aplicado a uma população muito restrita.

Sarah Tishkoff, geneticista e bióloga evolutiva da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, é
uma entre muitos cientistas que pressionam por conjuntos de dados genômicos mais diversos.

É problemático, por exemplo, se um "estudo focado em indivíduos com ascendência europeia


identificar variantes genéticas associadas ao risco de doenças cardíacas ou diabetes, e usar essa
informação para prever o risco de doenças em pacientes não incluídos no estudo original".

"Sabemos por experiência que essa previsão de risco de doença não funciona bem quando aplicada a
indivíduos com diferentes ascendências, principalmente se tiverem ascendência africana", explica
Tishkoff.

Historicamente, quem fornece seu DNA para pesquisa genômica é predominantemente de ascendência
europeia, "o que cria lacunas no conhecimento sobre os genomas no resto do mundo", registra o
Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano (NHGRI, na sigla em inglês), nos EUA.

Segundo a instituição, 87% de todos os dados de genoma disponíveis no mundo são de ascendência
europeia, seguidos por 10% de asiáticos e 2% de africanos.

Como resultado, os potenciais beneficias da pesquisa genética, que inclui diagnóstico precoce e
tratamento de várias doenças, podem não beneficiar as populações sub-representadas.

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O problema não acaba na avaliação do risco de doença. Também leva à desigualdade nos cuidados
médicos, diz Jan Witkowski, professor da Escola de Pós-Graduação em Ciências Biológicas do
Laboratório Cold Spring Harbor, no estado de Nova York, EUA.

"Digamos que existam dois grupos, A e B, que são muito diferentes. O conhecimento e as informações
que se aprende sobre o grupo A podem não se aplicar ao grupo B. Imagine desenvolver tratamentos
médicos para todos, baseados apenas nas informações do grupo A. Não vai funcionar no grupo B."

Ao incluir diversas populações nos estudos genômicos, pesquisadores podem identificar variantes
genômicas associadas a várias configurações de saúde, tanto no nível individual quanto populacional.

Segundo o instituto NHGRI, contudo, diversificar os participantes na pesquisa genômica é caro e exige
o estabelecimento de relações de confiança e de respeito no longo prazo entre as comunidades e os
pesquisadores.

(Sushmitha Ramakrishnan. https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2022/07/por-


que-e-importante-diversidade-no-sequenciamento-genetico.shtml. 25.Jul.2022)

Assinale a alternativa em que a palavra exerça, no texto, papel adjetivo.


a) fatores
b) essas
c) além
d) longo
e) familiares

Questão 102: IDECAN -


As ruínas de culto misterioso milenar que pode mudar entendimento da pré-história

O carro deslizava suavemente pela rodovia Impecavelmente conservada de AIUla, uma região no
noroeste da Arábia Saudita, quando o motorista saiu abruptamente da estrada.

"Perdi o desvio", disse ele.

Olhei pela janela meio(a) confusa, pois não conseguia ver uma curva óbvia.

"Aqui", exclamou ele, enquanto o carro sacudia pelas rochas de basalto(b) para pegar um caminho
quase(c) imperceptível para o deserto.

Seguimos por uma paisagem vasta e plana. Um céu azul brilhante nos cercava por todos os lados, e um
punhado de nuvens brancas pairava baixo.

Depois de alguns minutos, paramos em um círculo de pedras empilhadas. Sai do carro, esperando
encontrar Jane McMahon, integrante de uma equipe de arqueólogos da Universidade da Austrália
Ocidental que trabalha em AIUla desde 2018.

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Ao meu(d) redor havia uma planície árida de rochas cinza-escuro levemente polvilhadas com areia
rosada.

Havia algo de sobrenatural naquilo tudo: a falta de uma única árvore ou pedaço de grama; a quietude
do ar que só era interrompida de vez em quando por uma rajada implacável de vento que gelava até
os ossos.

Vim até aqui porque as recentes descobertas em AIUla estão lançando luz sobre um período fascinante
da história na Arábia Saudita.

Como o país só abriu para pesquisas internacionais há alguns anos (e para turistas em 2019), muitos de
seus sítios arqueológicos antigos estão sendo estudados pela primeira vez.

Embora os historiadores estejam familiarizados com as ruínas das cidades de cerca de 2.000 anos de
Hegra e Dadan, localizadas na Rota do Incenso (as tumbas e monumentos de Hegra são Patrimônio
Mundial da Unesco), eles não tinham muito conhecimento sobre a civilização que veio antes - até
agora.

Eles descobriram que, espalhados pela vasta e remota paisagem de AIUla, estão vestígios
arqueológicos milenares que podem mudar nossa compreensão da pré-história.

O trabalho de McMahon e seus colegas está lançando luz sobre alguns dos primeiros monumentos de
pedra da história mundial - anteriores a Stonehenge e à primeira pirâmide de Gizé.

Quando McMahon chegou, explicou que o circulo de rochas ao meu lado era os restos de uma casa
ocupada no período Neolítico (de 6000 a 4500 a.C.), e que essa área já foi repleta de prósperos
assentamentos.

Até recentemente, o pensamento predominante era que essa região tinha pouca atividade humana até
a Idade do Bronze após 4000 a.e.

Mas o trabalho de McMahon e seus colegas revelou uma história muito diferente: que a Arábia Saudita
neolítica era uma paisagem dinâmica, intensamente povoada e complexa, espalhada por uma vasta
área.

Ao meu redor, havia mais de 30 moradias e túmulos, e isso era apenas uma pequena fração dos
vestígios encontrados aqui.

Tentei imaginar como a paisagem poderia ser há milhares de anos: verde, exuberante e repleta de
pessoas que se moviam ruidosamente, pastoreando cabras e chamando umas pelas outras.

"O clima e a paisagem inerte da Arábia Saudita significam que a maior parte da arqueologia está muito
bem preservada na superfície de 5 mil a 8 mil anos atrás. Então exatamente do jeito que você vê, é
como era todo esse tempo atrás", diz McMahon.

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Ela explica que entender mais sobre a vida desses primeiros povos também poderia esclarecer como os
grandes e densos assentamentos de Hegra e Dedan se desenvolveram, e como ocorreram as mudanças
culturais e tecnológicas na região - como a agricultura de irrigação, metalurgia e textos escritos - nos
milênios seguintes.

"As mudanças culturais que aconteceram após o Neolítico são enormes, mas não sabemos muito como
essas mudanças ocorreram", diz ela. No entanto, mesmo nas mãos de arqueólogos tão experientes,
uma descoberta em AIUla continuou carecendo de explicação.

Espalhadas por uma área de impressionantes 300 mil quilômetros quadrados e construídas num modelo
relativamente consistente, estão 1,6 mil estruturas monumentais retangulares de pedra que também
datam do período Neolítico.

Inicialmente chamadas de "portões" devido à sua aparência vista de cima, as estruturas foram
posteriormente renomeadas como "mustatil", expressão árabe que pode ser traduzida como
"retângulo".(e)

"Faz voar sua imaginação pensar que temos estruturas tão grandes quanto cinco a seis campos de
futebol, feitas de milhares de toneladas de pedra, que não apenas cobrem uma região geográfica
enorme, como também têm 7.000 anos", diz Hugh Thomas, codiretor dos Projetos de Arqueologia
Aérea do Reino da Arábia Saudita (AAKSAU, na sigla em inglês).

Ele tem trabalhado ao lado de McMahon nos últimos dois anos, realizando pesquisas arqueológicas
aéreas e escavações direcionadas para entender o propósito do mustatil.

Os mustatils são certamente impressionantes, e a única maneira real de ter uma noção do seu
tamanho é pelo ar.

Quando sobrevoei as estruturas de helicóptero, pude ver as grandes pedras dispostas em linhas retas
na areia, com aproximadamente o comprimento de quatro campos de futebol e uma largura de pelo
menos dois.

"Na minha opinião, os mustatils estão entre as estruturas arqueológicas mais únicas identificadas até
agora no mundo", avalia Thomas.

"Quando olhamos para outras estruturas que datam do Neolítico que são tão impressionantes em sua
construção, tenho dificuldade de pensar em alguma que cubra uma região geográfica tão grande."

Atém de ter registrado mustatils de vários tamanhos e complexidade, a equipe de Thomas também
notou características consistentes. Todos foram construídos de maneira semelhante, empilhando
pedras para formar paredes baixas que são preenchidas com cascalho - e incluem uma cabeça (o topo
da estrutura), uma base e paredes compridas que os conectam.

Alguns possuem entradas e vários pátios interiores estreitos. As pedras usadas para a construção foram
especialmente escolhidas, de modo a se encaixar e suportar as grandes estruturas, demonstrando uma
profunda compreensão dos materiais locais.

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Esses monumentos pré-históricos foram registrados pela primeira vez na década de 1960 por uma
equipe local que realizava levantamentos de solo, mas naquela época ninguém sabia do que se
tratava.

Pesquisas de sensoriamento remoto realizadas pelo professor David Kennedy (também da Universidade
da Austrália Ocidental), em 2017, acentuaram o interesse na área, e as teorias iniciais sugeriam que os
mustatils eram usados como marcadores territoriais para pastagens ancestrais.

No entanto, à medida que foram encontradas cada vez mais estruturas, todas datando do mesmo
período, surgiu um entendimento diferente.

Desde então, Thomas, McMahon e suas equipes descobriram evidências que sugerem a prática de um
culto.

Eles acharam um grande número de crânios e chifres de gado, cabra e gazela selvagem em pequenas
câmaras nas cabeças dos mustatils, mas não encontraram nenhuma indicação de que fossem mantidos
para uso doméstico.

Como não foram encontradas partes do corpo de nenhum outro animal, isso levou a equipe a deduzir
que eram sacrifícios. E sugeria que os animais eram sacrificados em outro lugar. Isso é importante
porque é evidência de uma sociedade de culto altamente organizada, muito mais antiga do que se
pensava anteriormente - antecedendo o Islã na região em 6 mil anos.

"A escavação de vários mustatits revelou artefatos sugestivos de práticas rituais que ocorriam dentro
das estruturas", diz Thomas.

"As pessoas que os construíram tinham uma cultura e um sistema de crenças compartilhados, e essa
não era uma prática localizada. Ela se espalhava por uma área enorme da Arábia, do tamanho da
Polônia."

"A Arábia Saudita tem a aparência de ser uma paisagem árida e inóspita, vista como isolada do resto
do mundo, exceto por alguns locais notáveis, como Dedan e Hegra. No entanto, evidências
arqueológicas, como os mustatils, demonstram que a região tinha uma história rica e complexa. Ter
uma estrutura tão amplamente dispersa em uma área tão grande sugere um sistema de crenças,
idioma e cultura compartilhados em uma escala que eu pessoalmente nunca imaginei ser possível",
acrescenta Thomas.

Munirah Almushawh, codiretor de um projeto arqueológico em Khaybar (outra área de AIUla),


concorda, observando que essa sociedade não apenas compartilhava um sistema de crenças único,
como viajou grandes distâncias para compartilhar o conhecimento que permitiu construir as
estruturas.

Alguns dos mustatits pesam até 12 mil toneladas; mais do que a Torre Eiffel. Sua construção teria
exigido conhecimento, habilidade e organização por longos períodos de tempo. "O mustatil sugere

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grandes redes sociais, habilidades arquitetônicas inovadoras e vasta exploração na Arábia


pré-histórica", observa Almushawh.

Apesar dessas descobertas emocionantes, o conhecimento sobre os mustatils ainda é incipiente, com
apenas cinco dos 1,6 mil escavados até agora. A única certeza é que AIUla continuará a revelar seus
mistérios.

À medida que a região reabre para o turismo pós-pandemia de covid-19, há planos para construir um
enorme museu a céu aberto, onde os visitantes podem se embrenhar por vários sítios arqueológicos ou
contar com o serviço de um guia.

Os turistas vão poder aprender sobre o período Neolítico, ver as antigas ruínas de casas e mustatils, e
imaginar como essa sociedade aparentemente altamente organizada vivia e se deslocava pela
paisagem.

McMahon e Thomas estão tão animados com o futuro de AIUla quanto com seu passado.

"O significado do que descobrimos está reescrevendo a história do Neolítico no noroeste da Arábia",
afirma McMahon.

"Nosso trabalho revelou até agora apenas o que sempre existiu: a complexidade do período Neolítico
nessa região, que anteriormente havia sido considerada inabitável ou meramente sem importância na
época."

(Demi Perera. BBC FUTURE. ln: https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2022/07/as-ruinas-de-


culto-misterioso-milenar-que-pode-m8udar endimento-da-pre-historia.shtml. 24.jul.2022)

Assinale a alternativa em que a palavra indicada desempenhe, no texto, papel adjetivo.


a) meio
b) basalto
c) quase
d) meu
e) retângulo

Questão 103: FGV - A fim de tornar um texto mais conciso, um dos processos utilizados é a
substituição de uma locução por uma só palavra.

Assinale a frase abaixo em que essa substituição foi feita de forma adequada.
a) pensamento sem clareza / pensamento obscuro.
b) revolução sem chefia / revolução anarquista.
c) crime sem motivação / crime anônimo.
d) texto sem título / texto acéfalo.
e) cidade sem esgoto / cidade inesgotável.

Questão 104: AVANÇASP -


57 mil detidos: número de brasileiros cruzando fronteira do México para EUA aumenta 8 vezes em um
ano e bate recorde

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O número de brasileiros cruzando ilegalmente a fronteira sul dos Estados Unidos bateu recorde
histórico no ano fiscal de 2021 (que vai de 1º de outubro de 2020 a 30 de setembro de 2021). Ao todo,
foram 56.881 detidos, um aumento de 700% em relação ao mesmo período de 2020.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (22/10) pelo órgão americano de Alfândega e Proteção de
Fronteiras.

Só em setembro, 10.471 tentaram a travessia, a maior marca durante o período.

A maioria tentou entrar no país pelo Estado do Arizona (36.682 ou 65% do total).

O número total de brasileiros cruzando ilegalmente a fronteira sul dos EUA nesse ano fiscal (56.881)
superou em quase oito vezes o total de 2020 (ou seja, de 1º de outubro de 2019 a 30 de setembro de
2020), quando o contingente de detidos nessa rota migratória foi de 7.161.

Com o aumento dos que tentam a travessia ilegal, o Brasil já é a sexta nação com o maior número de
imigrantes detidos pelas autoridades americanas na fronteira sul do país, atrás do México, Honduras,
Guatemala, El Salvador, Equador, nessa ordem.

Está à frente, por exemplo, de países como Nicarágua, Cuba, Colômbia e Venezuela que,
historicamente, enviavam mais imigrantes irregulares aos EUA.

Para se ter ideia do tamanho desse fluxo registrado em 12 meses, é como se, em média, 156
brasileiros fossem detidos por dia ao tentar acessar os EUA a pé pela fronteira com o México.
(Luis Barrucho / BBC News Brasil em Londres – 22/10/2021)

Indique, dentre as opções abaixo, aquela em que a palavra destacada atua como adjetivo na frase:
a) O preço está muito caro.
b) O preço está muito caro.
c) Alugamos o veículo.
d) O João cantou hoje.
e) Ouvi falar disso ontem.

Questão 105: CEBRASPE (CESPE) - Texto CB1A1-I

A história da saúde não é a história da medicina, pois apenas de 10% a 20% da saúde são determinados
pela medicina, e essa porcentagem era ainda menor nos séculos anteriores. Os outros três
determinantes da saúde são o comportamento, o ambiente e a biologia – idade, sexo e genética. As
histórias da medicina centradas no atendimento à saúde não permitem uma compreensão global da
melhoria da saúde humana. A história dessa melhoria é uma história de superação. Antes dos primeiros
progressos, a saúde humana estava totalmente estagnada. Da Revolução Neolítica, há 12 mil anos, até
meados do século XVIII, a expectativa de vida dos seres humanos ocidentais não evoluíra de modo
significativo. Estava paralisada na faixa dos 25-30 anos. Foi somente a partir de 1750 que o equilíbrio
histórico se modificou positivamente. Vários elementos alteraram esse contexto, provocando um
aumento praticamente contínuo da longevidade. Há 200 anos, as suecas detinham o recorde mundial

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com uma longevidade de 46 anos. Em 2019, eram as japonesas que ocupavam o primeiro lugar, com
uma duração média de vida de 88 anos. Mesmo sem alcançar esse recorde, as populações dos países
industrializados podem esperar viver atualmente ao menos 80 anos. Desde 1750, cada geração vive um
pouco mais do que a anterior e prepara a seguinte para viver ainda mais tempo.

Jean-David Zeitoun. História da saúde humana: vamos viver cada vez mais?
Tradução Patrícia Reuillard. São Paulo: Contexto, 2022, p. 10-11 (com adaptações).

No que se refere a aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o item seguinte.

O termo “positivamente” (oitavo período) é empregado como adjetivo de sentido quantitativo e se


refere ao fato de a expectativa de vida humana aumentar numericamente, e não diminuir.
Certo
Errado

Gabarito
1) B 2) C 3) C 4) A 5) C 6) B 7) C 8) A 9) A 10) C 11) A 12) D 13) C 14) D 15) E 16) C 17) B 18) A 19)
Certo 20) B 21) A 22) Errado 23) Certo 24) D 25) D 26) Errado 27) D 28) B 29) A 30) A 31) C 32) C 33)
E 34) C 35) E 36) A 37) Errado 38) C 39) C 40) Errado 41) D 42) D 43) D 44) Certo 45) Certo 46) E 47)
C 48) D 49) C 50) D 51) B 52) E 53) C 54) C 55) E 56) C 57) A 58) A 59) A 60) C 61) D 62) C 63) B 64)
C 65) D 66) Errado 67) Certo 68) Certo 69) B 70) C 71) C 72) B 73) A 74) D 75) D 76) D 77) A 78) C
79) E 80) Errado 81) B 82) A 83) B 84) A 85) Errado 86) C 87) D 88) B 89) Errado 90) B 91) B 92) A
93) D 94) D 95) D 96) B 97) C 98) C 99) E 100) E 101) B 102) D 103) A 104) B 105) Errado

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