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CESSAÇÃO DE VIGÊNCIA
Caso n.º 4
Caim é sócio de uma sociedade comercial — Afecto Animal, Lda. — e pretende instalar
um centro de atendimento médico-veterinário (CAMV) para tartarugas. O regime dos
CAMV para tartarugas consta Decreto-Lei n.º 70/20071, de 11 de Agosto e contém, entre
outras disposições, as seguintes:
1. Os gabinetes dos CAMV para tartarugas devem ter uma área máxima de 40 m2.
2. O funcionamento dos CAMV para tartarugas depende de autorização a emitir pela
Direcção Geral de Veterinária (“DGV”).
3. O pedido da autorização referida no número anterior é efectuado através de
requerimento apresentado electronicamente, em plataforma constante do site da DGV.
4. A entrada na plataforma referida no número anterior depende de uma password
fornecida pela DGV.
Em 9 de Agosto de 2009, o Governo aprovou o Decreto-Lei n.º 184/2009 que, tendo sido
publicado e disponibilizado em Diário da República a 11 de Agosto, entrou em vigor a
12 de Outubro de 2009. Este diploma regula os CAMV e contém, entre outras, as
seguintes disposições:
Artigo 3.º
1
Diploma Fictício.
a) Caim foi consultar a legislação, mas está confuso sobre qual a área que devem ter
os gabinetes do seu CAMV para tartarugas. Se Caim lhe pedisse um parecer jurídico
sobre a questão, o que lhe diria?
c) Imagine agora que Caim pretende solicitar uma autorização para abrir o seu
CAMV de tartarugas. Pode fazê-lo electronicamente, neste caso através de
plataforma electrónica do site da DGV?
R: O problema aqui colocado é distinto dos anteriores. Já sabemos que, por força da
intenção do legislador, foi revogada a norma do DL que permitia a apresentação de
requerimentos para autorização de CAMV para tartarugas electronicamente, passando
todos os requerimentos a ser apresentados presencialmente. Só que não houve qualquer
manifestação expressa do legislador relativa à norma da password contida no DL.
Nesta hipótese, e sem mais dados, há uma pressuposição lógica entre a apresentação
de requerimentos electronicamente e a password, ou seja, esta só é necessária
precisamente pela necessidade de fazer esses requerimentos através de plataforma
electrónica. Neste sentido, a partir do momento em que cessa a norma que impõe a
apresentação de requerimentos eletronicamente, cessa também o pressuposto necessário
para a aplicação da norma relativa à password. Deste modo, a revogação expressa da
norma relativamente aos requerimentos apresentados electrónica implica a revogação
tácita (cfr. artigo 7.º, n.º 2, do CC) da norma relativa à password.
Caso n.º5
Caim tem um amigo, Ezequiel, que também é amante de animais e adora fazer a
respectiva observação, sendo fascinado por Lobos-Ibéricos. Uma vez que é um cidadão
cumpridor, Ezequiel consultou a Lei n.º 35/912, de 20 de Novembro, que regula o
procedimento necessário para a obtenção de autorização para observação de Lobos
Ibéricos. Depois de apurar quais os documentos necessários, dirige-se ao Instituto da
Conservação da Natureza e Florestas, onde é informado que essas licenças já não são
emitidas porque, estando confirmado que não existem Lobos-Ibéricos em Portugal, a lei
deixou de estar em vigor.
Pergunta-se:
2
Lei fictícia.
a) A informação dada a Ezequiel foi correcta, ou seja, a Lei n.º 35/91, de 20 de
Novembro, já deixou de vigorar?
a) Referências às modalidades de cessação de vigência dos actos normativos;
b) Identificação da modalidade potencialmente em causa: caducidade;
c) Ponderação da verificação da caducidade:
a. Não está em causa uma lei que se destina a vigorar temporariamente;
b. Os pressupostos da aplicação do acto normativo cessaram: Discussão sobre se
pode ser fundamento de caducidade;
c. Referência às situações móveis, isto é, as situações dinâmicas, as quais podem
desaparecer e reaparecer;