Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Raio X Do Edital - Reta Final Delegado PCPR 2020 Medicina 24.03.20
Raio X Do Edital - Reta Final Delegado PCPR 2020 Medicina 24.03.20
RAIO X
MEDICINA
1 RETA FINAL DELTA PC/PR | @CICLOSR3
LEGAL
RETA FINAL DELTA PC/PR
RAIO X
RAIO X
aviso importante
Este material está protegido por direitos autorais (Lei nº 9.610/98), sendo
vedada a reprodução, distribuição ou comercialização de qualquer informação
ou conteúdo dele obtido, em qualquer hipótese, sem a autorização expressa
de seus idealizadores. O compartilhamento, a título gratuito ou oneroso, leva
à responsabilização civil e criminal dos envolvidos. Todos os direitos estão
reservados.
Além da proteção legal, este arquivo possui um sistema GTH anti-tem-
per baseado em linhas de identificação criadas a partir do CPF do usuário,
gerando um código-fonte que funciona como a identidade digital oculta do
arquivo. O código-fonte tem mecanismo autônomo de segurança e proteção
contra descriptografia, independentemente da conversão do arquivo de PDF
para os formatos doc, odt, txt entre outros.
MEDICINA LEGAL1
MEDICINA LEGAL
Conceito
Constrição cervical
3%
15%
Conceito e
diagnóstico
17%
Lesões corporais
12%
Crimes contra a
liberdade sexual
3%
MEDICINA LEGAL
QUESTÕES ANALISADAS
PONTO DO EDITAL (L) (D) (J) Nº TOTAL DE QUESTÕES
Conceito 00 01 00 01
Conceito e diagnóstico da morte 01 05 00 06
Lesões e mortes por ação contundente 01 10 00 11
Aspectos médico-legais dos crimes contra a liberdade
00 01 00 01
sexual
Exames de locais de crime 00 06 00 06
Aspectos médico-legais das lesões corporais 00 04 00 04
Aspectos por constrição cervical 00 05 00 05
34
LEGENDA
(L) Questões de Legislação
(D) Questões de Doutrina
(J) Questões de Jurisprudência
*Foram analisadas questões das seguintes provas, para o mesmo cargo, ainda que com bancas examinadoras di-
ferentes: PC/PR 2013; PC/ES 2019; PC/SE 2018; PC/GO 2018 e PC/SP 2018.
QUESTÕES ANALISADAS
PONTO DO EDITAL (L) (D) (J) Nº TOTAL DE QUESTÕES
Bloco 1 - - - 08
Bloco 2 06 (de 2013 para trás. Entre
- - - 2015 e 2020, nenhuma).
Bloco 3 - - - 06
Bloco 4 - - - 12
Bloco 5 - - - 18
Bloco 6 - - - 08
Bloco 7 - - - 04
Bloco 8 - - - 08
Bloco 9 - - - 04
Bloco 10 - - - 04
Bloco 11 e 12 - - - 01
79
LEGENDA
(L) Questões de Legislação e Súmulas
(D) Questões de Doutrina
(J) Questões de Jurisprudência
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
→ DICAS
• A parte conceitual e as divisões da Medicina Legal não são usualmente cobradas nas provas de Delegado.
Por isso, não gaste muita energia aqui.
• Corpo de delito, perícia e peritos é um tema com um pouco mais de incidência, mas as questões podem ser
resolvidas com a leitura do Código de Processo Penal: artigos 149, 158 a 184 e 275 a 281.
Conceito de Medicina Legal: É verdadeira ciência pois possui método, objeto e finalidade próprios. Trata-
-se de parte da medicina que está a serviço da Justiça. A medicina legal geral engloba o estudo da Deontologia
(deveres profissionais) e a Diceologia (direitos profissionais). Já a Medicina Legal especial (que nos interessa!) tem
como objeto o estudo do ser humano (vivo ou morto, são ou doente), que se inicia com a fecundação e cessa
com o desaparecimento dos vestígios cadavéricos, que divide-se em:
Estuda o ser humano a partir de sua morfologia (forma), objetivando sua identificação
ANTROPOLOGIA
quanto ao sexo, à idade, à espécie...
TRAUMATOLOGIA Estuda o trauma, o modo de ação dos agentes vulnerantes e as lesões acarretadas.
PSIQUIATRIA
Estuda os distúrbios mentais, visando diagnosticar imputabilidade e periculosidade.
FORENSE
E) É a aplicação de conhecimento médico e biológico na execução de leis segundo a previsão legal, com
obrigação de fazer relatórios cooperando na elaboração, auxiliando na interpretação, e colaborando na ex-
ecução das leis de forma a ser uma medicina aplicada.
GABARITO: D)
#ISSOÉUMPLUS:
Apesar de ter sido adotado como regra o Princípio do livre convencimento motivado do magistrado, não
havendo hierarquia entre as provas, entende grande parte da doutrina que o CPP excepcionou esse princípio no
que tange ao exame de corpo de delito em infrações penais não transeuntes (que deixem vestígios), adotando,
nesse ponto, o conceito de prova tarifada.
Perito oficial e perito nomeado: As provas costumam afirmar que os peritos oficiais prestarão compromis-
so de bem e fielmente desempenhar o encargo. Pegadinha! Quem o faz é o perito não oficial (número: dois, na
ausência do oficial). Artigo 159, parágrafo 2 CPP.
Cuidado com os conceitos. Corpo de delito é o conjunto de vestígios denunciadores da infração penal, ou
seja, elementos materiais que necessitam de comprovação para permitir a avaliação judicial. O exame de corpo
de delito é a avaliação que o profissional faz acerca desse conjunto de vestígios (o examinador muitas vezes afirma
como corpo de delito o próprio exame, o que está equivocado).
ATENÇÃO para as perícias complexas, que exigem mais de uma área de conhecimento especializado, bem
como para as perícias complementares, que ocorrem naqueles delitos em que os vestígios devem ser analisados
em dois momentos (exemplo: lesão corporal grave por incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30
dias. A nova perícia é feita 30 dias após o fato e não após a primeira perícia!).
• Violência doméstica e familiar contra mulher; (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018).
#LEITURAOBRIGATÓRIA
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e docu-
mentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e ma-
nuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com procedimentos policiais ou
periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial
fica responsável por sua preservação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração
penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas: (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019) (Vigência)
I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da prova peri-
cial; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato, me-
diato e relacionado aos vestígios e local de crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua
posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua
descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas características e nature-
za; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada,
de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora
e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições adequadas (embalagens,
veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de suas características originais, bem como
o controle de sua posse; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado com, no mínimo, in-
formações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome
de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura
e identificação de quem o recebeu; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas
características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em
laudo produzido por perito; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando pertinente,
mediante autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial, que dará o encaminha-
mento necessário para a central de custódia, mesmo quando for necessária a realização de exames complementa-
res. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem ser tratados como descrito nesta Lei, ficando
órgão central de perícia oficial de natureza criminal responsável por detalhar a forma do seu cumprimento. (In-
cluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes
da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua realização. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela natureza do material. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada, de forma a garantir a
inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o transporte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, impedir contaminação e vazamento,
ter grau de resistência adequado e espaço para registro de informações sobre seu conteúdo. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e, motivadamente, por pessoa
autorizada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de acompanhamento de vestígio o nome
e a matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as informações referentes ao novo lacre
utilizado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia destinada à guarda e controle dos
vestígios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão central de perícia oficial de natureza criminal. (In-
cluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local para conferência, recepção, devolução
de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a classificação e a distribuição de materiais, devendo ser um
espaço seguro e apresentar condições ambientais que não interfiram nas características do vestígio. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser protocoladas, consignando-se informações
sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacionam. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser identificadas e deverão ser registradas
a data e a hora do acesso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão ser registradas, consignando-se a
identificação do responsável pela tramitação, a destinação, a data e horário da ação. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) (Vigência)
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de custódia, devendo nela perma-
necer. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condições de armazenar determinado material,
deverá a autoridade policial ou judiciária determinar as condições de depósito do referido material em local diverso,
mediante requerimento do diretor do órgão central de perícia oficial de natureza criminal. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)
Pela leitura dos dispositivos mencionados, conclui-se que, com a alteração dada pelo Pacote Anticrime, o
assistente técnico não mais precisará aguardar a conclusão do laudo pelos peritos oficiais para ser admitido. Ou
seja, poderá acompanhar a produção da perícia. Entretanto, sabemos que todos os artigos referentes ao juiz das
garantias fui suspenso por decisão do Ministro Luiz Fux. Então, precisaremos de jogo de cintura para resolver as
questões!
ASSISTENTE TÉCNICO
ANTES DO PACOTE ANTICRIME APÓS O PACOTE ANTICRIME
Artigo 159 § 4º
Art. 3º-B
O assistente técnico atuará a partir de sua admissão
pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração Cabe ao juiz das garantias deferir pedido de admissão
do laudo pelos peritos oficiais. de assistente técnico para acompanhar a produção da
perícia;
(Esse dispositivo não foi expressamente revogado)
→ DICAS
• Por uma questão didática, deixaremos para analisar as diferenças entre identidade, identificação e reconhe-
cimento no próximo tópico.
Documentos médico-legais:
• Relatório médico-legal: a descrição mais minuciosa, uma narração mais detalhada de uma perícia médica,
com emissão de juízo valorativo.
• Atestado: Afirmação profissional pura e simples, por escrito, de um fato médico e suas consequências, ou de
um estado de sanidade.
ATENÇÃO: atestado de óbito. Duas situações devem ser distinguidas: morte natural (o atestado de
óbito é fornecido pelo médico assistente ou, não havendo no local, por duas pessoas qualificadas que
tiverem presenciado a morte – artigo 77 da Lei 6015/73) e morte violenta ou suspeita (é obrigatória
a autopsia pelo IML, que dará o atestado de óbito).
• Parecer: dirimir divergências na interpretação de uma perícia, sendo solicitado a uma pessoa de renome.
Geralmente, é um documento particular solicitado pela parte. O documento é constituído de todas as partes
do Relatório, EXCETO A DESCRIÇÃO.
• Notificação compulsória: comunicações compulsórias feitas pelos médicos às autoridades competentes, por
razões sociais ou sanitárias.
Não foram encontradas questões sobre documentos médico legais em provas de Delegado desde 2015, o
que é um indicativo da subsidiariedade do tema.
IDENTIFICAÇÃO
→ DICAS
• Diferentemente dos 2 primeiros temas, esse já tem uma incidência maior. Algumas provas foram bem exigen-
tes quanto à profundidade do tema, então, foco na doutrina.
• Médico-legal: identificação da espécie, raça, sexo, idade, estatura, impressão genética de DNA. Per-
cebemos que as identificações negritadas passaram a ser mas exigidas em provas de concurso para
Delegado, por isso #VEMPRAFUC, que lá você encontra tudo que precisar saber sobre o assunto.
• Judiciária: Assinalamento sucinto, fotografia simples, retrato falado, sistema antropométrico de Ber-
tillon, Fotografia sinaléptica, Sistema datiloscópico de Vucetih.
Como falado, as bancas de Delegado tem cobrado um pouco mais sobre a identificação médico-legal. Não
se desespere em decorar todas (exemplo: medidas de crânio, de bacia etc.), mas é importante conhecer as carac-
terísticas básicas que diferenciam as raças, os sexos e que definem idade.
Pele branca ou trigueira; cabelos lisos ou crespos; louros ou castanhos; íris azuis ou
TIPO CAUCÁSICO castanhas; contorno crânio facial anterior ovoide ou ovoide-poligonal; perfil facial
ortognata e ligeiramente ptognata.
Pele amarela; cabelos lisos; face achatada de diante para trás; fronte larga e baixa;
TIPO MONGÓLICO
espaço interorbital largo; maxilares pequenos e mento saliente.
Pele negra; cabelos crespos, em tufos; crânio pequeno; perfil facial prognata; fronte
TIPO NEGROIDE alta e saliente; íris castanhas; nariz pequeno, largo e achatado; perfil côncava e
curto; narinas espessas e afastadas, visíveis de frente e circulares.
Não se afigura como um tipo racial definido. Estatura alta; pele amarelo-trigueira,
tendente ao avermelhado; cabelos pretos, lisos, espessos e luzidios; íris castanhas;
TIPO INDIANO
crânio mesocéfalo; supercílios espessos; orelhas pequenas; nariz saliente, estreito e
longo; barba escassa; fronte vertical; zigomas saliente e largos.
Estatura alta; pele trigueira; nariz curto e largo; arcadas zigomáticas largas e
TIPO AUSTRALOIDE
volumosas; prognatismo.
HOMEM MULHER
Bacia (PELVE) mais estreita e mais funda. Bacia mais larga e menos funda.
Crânio mais espesso. Crânio menos espeço.
Tórax é cônico. Tórax é ovoide.
Dimensões e as inserções musculares menos
Dimensões musculares maiores.
pronunciadas.
Sacro mais alto. O sacro é mais baixo.
São mais delicados. Extremidades articulares são de
Malares mais salientes.
menores.
Sistema antropométrico de Bertillon: Tal método se baseia na fixidez do esqueleto após os 20 anos.
Desenvolveu 11 medidas, da cabeça, da orelha, do pé esquerdo..., as quais são classificadas e arquivadas. Pela
primeira vez na história, qualquer pessoa uma vez identificada e devidamente classificada poderia ser novamente
identificada no futuro. CRÍTICAS: não pode ser aplicado a menores de 20 anos, além de ser de difícil execução e
arquivamento.
Sistema datiloscópico de Vicetih: Papiloscopia é a ciência que estuda as papilas, que são saliências, de na-
tureza neurovascular, situadas na parte superficial da derme, estando os seus ápices reproduzidos pelos relevos ob-
serváveis na epiderme. A Papiloscopia é gênero do qual são espécies a datiloscopia, a quiroscopia e a podoscopia.
A datiloscopia estuda as impressões digitais, que são vestígios e marcas deixadas pelas polpas dos dedos.
CUIDADO: desenho digital é o que você vê no seu dedo. O estudo da datiloscopia refere-se às impressões digi-
tais, ou seja é reversa, oposta ao desenho!
Vucetich se baseou, fundamentalmente, na presença ou ausência de delta. Delta é uma figura triangular
formada pelo encontro das linhas diretrizes, com a função de separar os três sistemas de linhas. Surgem 4 classifi-
cações de imagens: verticilo, arco, presilha externa e interna (o estudo de cada uma dessas classificações deve
ser feito com a análise das imagens #VEMPRAFUC).
Anomalias:
Sindrome de Nagali. Trata-se de uma doença em que não há impressões digitais. Não há cura. A pessoa
não tem impressões digitais e tem dificuldade em segurar objetos.
4. Lesões e mortes por ação contundente, por armas brancas e por projéteis de arma de fogo comuns
e de alta energia.
→ DICAS
• O edital tratou da traumatologia de modo esparso. Nesse tópico, o edital selecionou algumas lesões e mor-
tes causadas por energia de ordem física mecânica (FUC 3, até a página 48).
• Aqui, o foco deve ser primeiramente as lesões e mortes causadas por projéteis de arma de fogo. Observa-
ção: a banca exigiu apenas o estudo das lesões, silenciando acerca da balística, então, não se preocupe com
esse ponto.
Temos que ser exaustivos nesse ponto. Não deixe de ver todas as características das lesões de entrada
e de saída do projétil, efeitos primários e secundários causados pelo projétil.
As bancas costumam exigir muito: boca de mina de Hoffman; Sinal de Bonnet; sinal de Benassi;
Puppe-Werkgartner; Sinal de Schusskanol; Rosa de Tiro de Cevidalli.
• A banca trouxe apenas a expressão genérica “armas brancas” não classificando a natureza do objeto (cor-
tante, perfurante ou contundente). Certo é que as armas brancas são, em sua maioria, cortantes. Mas por
definição, armas brancas podem incluir martelos, soco inglês etc. Então, deverá ser estudado todos os tipos
de lesões (incisas, contusas e punctórias). Aprofunde-se em todas!
As energias de ordem mecânica são aquelas que tendem a modificar o estado de repouso ou de movimento
de um corpo no todo ou em parte. São três os instrumentos causadores:
#TEMNAFUC
CUIDADO: as bancas costumam misturar os instrumentos com as lesões. Exemplo: “As lesões contundentes
tem as seguintes características (...)”. A lesão é contusa, o instrumento é contundente!
Todas as características de cada tipo de instrumento, você verá de forma aprofundada na sua FUC. Agora, a
intenção é destacar pontos interessantes em cada um deles, para que você leia com maior atenção.
Podem causar SINAL DO ACORDEÃO OU SINAL DE LACASSAGNE, cuja ferida, em virtude de ser comprimi-
da, apresenta uma extensão maior do que o instrumento que a produziu. Isso acontece quando a região atingida
apresenta uma depressibilidade dos tecidos, como no ventre.
Alguns instrumentos aparentemente perfurantes, de médio calibre, acabam originando lesões semelhantes a
de instrumentos perfurocortante de dois gumes (punhal, por exemplo), e, para diferenciá-las, deverá ser observada
as Leis de Filiós e Langer (para decorar: SPE – semelhança, paralelismo e elasticidade):
1ª lei (semelhança) - As soluções de continuidade dessas feridas assemelham-se às produzidas por instru-
mento de dois gumes ou tomam aparência de “casa do botão”.
2ª lei (paralelismo) - Têm sempre a mesma direção numa mesma região do corpo. Na mesma região, as
lesões produzidas por instrumentos perfurantes de médio calibre são paralelas entre si.
Cauda de escoriação (Romanese): na hora que o agressor aplica o golpe, assim que o instrumento toca a
pele, ele está exercendo uma força maior, que depois vai diminuindo. Então, a ferida se aprofunda e depois vai se
superficializando. O ponto mais profundo marca o início do golpe. O ponto mais superficial marca o final do golpe.
Lesões de hesitação: lesões múltiplas, pouco profundas, não letais, agrupadas, normalmente visualizadas
em caso de suicídio ou tentativa, indicando que a pessoa está procurando coragem para produzir o golpe fatal.
Lesões de defesa: feridas incisas localizadas na mão ou no antebraço da vítima. Afastam o elemento sur-
presa. Quando a pessoa tenta se defender numa luta, ela usa as mãos. Então, a pessoa leva o antebraço e as mãos
para tentar parar o golpe.
As lesões contusas ocasionadas por instrumentos contundentes possuem diversas características, podendo
ser abertas ou fechadas, superficiais ou profundas. Podem ser eritema, rubefação, equimose, hematoma, entorses,
etc. A equimose merece destaque pois podem ser observadas algumas particularidades muito cobradas em prova:
Manchas de Tardieu - Às vezes a petéquea é um pouco maior. Quando essa petéquea é um pouco maior,
o perito chamado Tardieu lhe deu o nome de mancha de Tardieu. Todas as vezes que o cadáver apresentava man-
cha de Tardieu, Tardieu dizia que a pessoa tinha morrido de asfixia (hoje já se sabe que podem aparecer em outras
mortes além da asfixia).
Mancha de Paultauf: equimoses que aparecem no afogamento pois a água penetra nos pulmões rompen-
do os alvéolos.
Máscara de Morestin (também chamada de equimose cérvico-facial le dentu): um peso muito grande em
cima do tórax impede que a pessoa possa respirar naturalmente, fazendo com que o sangue comece a se acumular
na cabeça e no pescoço, em gotículas, passando a extravasar. Cada pontinho desse é uma petéquea, que cresce
para uma sugilação, originando a máscara.
As manchas causadas pela equimose possuem um padrão de tonalidade até seu desaparecimento, estudado
por Le Grand du Salle:
• Conjuntiva ocular - Em virtude de ser muito oxigenada. Fica vermelha até curar.
As lesões contusas possuem diversas outras características que, pela natureza do material, não vamos abor-
dar aqui.
Sobre os instrumentos perfurocontundentes, vamos focar nas armas de fogo, por terem sido expressamente
discriminadas no edital. Toda atenção e energia devem ser depositadas nesse ponto!
EFEITOS SECUNDÁRIOS: Decorrem da ação explosiva contra um alvo animado ou não animado e só ocor-
rem em tiros de curta distância.
ZONA DE CHAMA
(CHAMUSCAMENTO/DE ZONA DE ESFUMAÇAMENTO ZONA DE TATUAGEM
QUEIMADURA
Produzida pelo depósito
Produzida pela pólvora incombusta
Produzida pelos gases de fuligem decorrente da
(NÃO QUEIMADA) ou parcialmente
superaquecidos e inflamados. combustão da pólvora
comburida.
(QUEIMADA).
Acima de 50 cm a quantidade de
TIROS A CURTA DISTÂNCIA TIROS À CURTA DISTÂNCIA
partículas sólidas diminui progressiva
(=queima-roupa). (=queima roupa).
e rapidamente.
Formada pelos resíduos finos e
impalpáveis aderidos ao plano do Incrustam-se no alvo, NÃO
X alvo. FACILMENTE REMOVIDOS REMOVÍVEIS POR LAVAGEM.
POR LAVAGEM.
Nos tiros perpendiculares apresenta-
Nos tiros perpendiculares,
se sob a forma circular. Nos inclinados
X apresenta forma estralada.
tem forma elíptica.
Traço característico do orifício de
X X
entrada.
#ATENÇÃO: Nos disparos a queima roupa, as zonas nem sempre estarão presentes. As vestes, muitas vezes, po-
dem reter os grânulos de pólvora, impedindo que estes se incrustem no corpo. Se utilizado compensador de recuo
também não haverá.
Tiro a queima roupa não se confunde com tiro encostado. Aqui, todo o material que sai do cano da arma
não vai ter espaço para se expandir, então vai penetrar pela lesão de entrada, ocorrendo uma ferida circular, com
uma orla de escoriação, uma orla de enxugo e com uma queimadura ao redor. A queimadura ao redor é porque
os gases superaquecidos passaram por ali e queimaram a pele naquela região.
Sinais (fenômenos) verificados nas lesões por projetil de arma de fogo em que as características de entrada
e saída são peculiares:
Boca de mina de Hoffman: No tiro encostado, se houver uma região óssea embaixo, quando o projétil
entra, ele quebra o osso do crânio e vai embora. Quando os gases vem atrás, batem no osso e voltam com uma
pressão muito grande e o buraco de entrada, que seria um buraco proporcional ao diâmetro do projétil, agora se
transforma numa cratera (num rombo).
Sinal de Benassi: A boca de mina de Hoffman é o efeito gerado que podemos visualizar na pele pelo tiro
encostado. Já o Sinal de Benassi é a orla de enxugo é visualizada no osso nos casos de tiro encostado. Observação:
a boca de mina, por ser na pele, não é visualizada no cadáver esqueletizado mas o Sinal de Benassi, sim!
Sinal de Schusskanol: é exatamente a mesma orla vista no sinal de Benassi, mas não na superfície mais
externa do osso e sim no CANAL INTERNO, por onde o projetil passa dentro do corpo (podendo ser osso ou não)
também deixará pólvora,
Sinal de Bonnet Também ocorre no caso de tiro encostado em superfície óssea, especificamente, o crânio,
que é um osso achatado e duplo. Nesses casos, forma-se uma figura peculiar, semelhante a um funil, em que os
ossos ficam com uma parede inclinada (bisel).
Rosa de Tiro de Cevidalli: Conjunto de ferimentos produzidos pela entrada de projéteis de arma de fogo
disparados por cartucho de projéteis múltiplos (arma de alma lisa). Essas armas possuem balins, que saem da boca
da arma e começam a se espalhar. Assim, o alvo vai ser atingido por uma quantidade maior ou menor de balins
conforme a distância que o alvo esteja colocado.
O projétil, portanto, deixa uma lesão na entrada (orifício de entrada) e outra, na saída, cada qual com suas
características específicas, que podem ser resumidas no seguinte quadro:
ENTRADA SAÍDA
Forma Arredondada (regular) Irregular
Invertidas (Invaginadas), salvo na
Borda Evertidas
mina de Hoffman
Sem Zonas (pode ser orla
Orlas e Zonas (salvo se houver
equimótica e de escoriação, mas
Elementos compensador ou roupa)
nunca de enxugo)
Diâmetro Menor ou proporcional ao projétil Maior ou desproporcional
Sangramento Pouco ou Ausente Muito sangue
Para finalizar, não esqueça de estudar as lesões causadas por projéteis de alta energia (um adendo: a dou-
trina especializada afirma que o correto é alta VELOCIDADE, mas comumente as expressões são tratadas como
sinônimas no direito).
Fenômeno da cavitação: É a lesão indireta causada por esse tipo de projétil nas cavidades temporá-
rias, gerando:
Onda de Choque: projéteis com velocidade maior que a do som, causam uma explosão interna.
Onda de pressão: Apesar da pressão maior do projetil, eles deixam uma zona de baixa pressão logo
por onde passam, ampliando a lesão do canal de ferida permanente.
TANATOLOGIA
→ DICAS
• Outro ponto de suma importância. Se tiver que fazer escolhas trágicas em medicina legal, opte por trauma-
tologia e tanatologia!
• Atenção para as mortes naturais, súbitas, violentas e suspeitas: todos esses conceitos devem ser analisados
na FUC 2.
• Obrigatoriedade (ou não) de fornecimento de atestado de óbito aos natimortos: se menos de 5 meses de
gestação, se o feto medir menos de 25cm ou pesar menos de 500g, não obrigado.
#FAÇAOLINK: Ao estudar os documentos médico-legais, você viu que, sendo violenta a morte, não
será concedido atestado de óbito pelo médico e sim realizada a autopsia pela perícia.
• Exumação:
Administrativa: Feita pelo administrador do cemitério par fins administrativos, como interesse da famí-
lia.
Judicial: sempre que possa haver um erro na causa da morte, no cadáver, deve ser feita uma diligên-
cia, presidida pelo Delegado de Polícia e todos os que presenciarem, assinarão o auto de exumação.
Posteriormente, o cadáver será levado para exame pericial, quando o perito elaborará o laudo de
exumação. ARTIGO 163 CPP: é o administrador do cemitério que deverá indicar o local da sepultura,
sob pena de desobediência.
Morte natural (morte por antecedentes patológicos) - aquela oriunda de um estado mórbido adquirido ou
de uma perturbação congênita.
Morte violenta - há relação de causa e efeito entre agressão e a morte. Tem origem por ação externa (“vin-
das de fora”) nas quais se incluem o homicídio, o suicídio e o acidente. Não precisa ser, necessariamente criminosa!
É qualquer morte não oriunda de patologias.
Morte suspeita - aquela que ocorre de forma duvidosa e sobre o qual não se tem evidência de ter sido de
causa natural ou de causa violenta. Esse tipo de morte atualmente é transferido para a responsabilidade médico-
-legal pela Resolução do Conselho Federal de Medicina.
Morte súbita: Ocorre quando não há tempo de atendimento médico. Deve ser natural! Não é possível
falarmos em morte súbita suspeita/violenta.
Considerando essa situação hipotética e os diversos aspectos a ela relacionados, julgue o item a seguir.
O evento morte descrito será classificado, quanto à causa jurídica, como morte natural.
Errado
Você vai notar que a maioria das questões de tanatologia podem ser resolvidas com a “decoreba” dos fenô-
menos cadavéricos em relação ao tempo de morte. Então, para ir #PARAIRFIXANDO veja essa tabela:
Denominação Fenômenos
-Algidez:
3 primeiras horas: - 0,5 graus.
6 horas seguintes: - 1 grau.
-Rigidez
Até 2 horas: masseter mole
2 a 6 horas: masseter duro
6/8 horas até 24 horas: corpo todo duro
Após 24 horas: volta a amolecer de cima para baixo.
Início da putrefação.
-Hipóstase ou livor
ABIÓTICOS MEDIATOS/CONSECUTIVOS/SINAIS DE
CERTEZA/SINAIS TARDIOS 30 minutos: pontinhos
2 horas: manchas pontuais
6/8 horas: corpo todo manchado
10 horas: livores se tornam fixos e não se desfazem
mais
Após 24 horas: não se formam mais livores
-Espasmo cadavérico
-Desidratação:
Início entre 15 e 30 minutos após a morte. Perda de
10 a 18g por KG por dia.
-Autólise
Acidificação
-Putrefação:
coloração (mancha verde): 18 a 24 horas (início no
abdômen)
TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
gasoso: 2 a 8 dias (Circulação Póstuma de Bruardel)
coliquativo
esqueletização
-Maceração
Mumificação
Saponificação
TRANSFORMATIVOS CONSERVATIVOS Corificação
Calcificação
TOXICOMANIAS + TRAUMATOLOGIA
→ DICAS
• considerando as questões jurídicas. Dessa forma, já é um tema conhecido do Direito Penal, então não
precisa se aprofundar demais aqui. LEMBRE-SE que a dependência química quando crônica e, com-
provada por perícia, poderá ser considerada doença mental, tornando o agente inimputável.
• Fases da embriaguez
• Como eu disse, o edital separou o estudo da traumatologia. As ações térmicas, elétricas e barométricas são
também espécies de energia de ordem física.
#PRAFIXAR
E) Uma mesma quantidade de álcool etílico administrada a indivíduos diferentes irá produzir os mesmos resulta-
dos, no mesmo período de tempo, em todas as ocasiões.
GABARITOG: C)
Fases da Embriaguez:
• EUFÓRICA (macaco);
• AGITADA (leão): é aqui que se considera a “embriaguez completa” para fins penais.
• COMATOSA (fase do porco): essa fase também tem importância em âmbito penal pois poderá haver o co-
metimento de crimes comissivos por omissão.
• NATURAL (raio):
• fulminação (morte);
• fulguração (lesão): Poderá deixar a cicatriz temporária denominada de sinal de Lichtenberg, que tem
início uma hora após a descarga e desaparece nas próximas 24 horas. É visível na pele mas ocorre nos
vasos sanguíneos.
• ARTIFICIAL:
• eletrocussão (morte)
• eletroplessão: dano corporal, com ou sem resultado morte, causado por corrente elétrica artificial ou
industrial. A ENTRADA dessa corrente deixará no indivíduo o sinal de Jellineck (lesão amarelo esbran-
quiçada e indolor que usualmente assume a forma do condutor elétrico que originou a descarga. Pode
permanecer ainda que a vítima venha a óbito).
Ação térmica:
• ERITEMA (1 GRAU);
• FLICTENAS (2 GRAU);
#ATENÇÃO: Essas características são geradas pela queimadura. As geladuras ocasionarão também os eritemas,
flictenas e a necrose do tecido, não possuindo, por óbvio, a fase da carbonização.
Sinal de Divergie: Ocorre quando o sujeito morre de circunstância outra que não o fogo e, logo após a
morte, é queimado (ou o local pega fogo). Ocorre uma reação no organismo mesmo após a morte e os braços
contraem-se, ficando na posição de boxeador, como se estivesse se defendendo. No entanto, esse sinal não tem
ligação com a causa da morte.
Sinal de Montalti: Na ocasião de um incêndio, se o indivíduo ainda estiver vivo no momento, inspirará a
fuligem ocasionada pelo fogo e ela poderá ser notada no pulmão do indivíduo no momento do exame, o que
poderá elucidar se a causa da morte foi o incêndio ou a vítima já havia falecido.
As trocas de calor entre o corpo e o ambiente podem ser por condução, irradiação, convexão (sucessão de
ondas de ar frio levando o calor. Exemplo: água gelada de chuveiro caindo sobre o corpo humano quente; venti-
lador, etc.) e evaporação.
Baropatias: Não são usualmente cobradas, mas vale pontuar duas doenças causadas pela submissão à
drásticas alterações de pressão:
Doença dos caixões ou mal dos escafandristas: causa jurídica habitualmente acidental, interessa parti-
cularmente à infortunística (acidentes laborais), por atingir mergulhadores que trabalham em poços de petróleo
marítimos. Submetidos muitas vezes a pressão superior a cinco atmosferas. Suscetível de desencadear acidentes
muito graves, traduzidos por ruptura do tímpano, vertigens, síndrome de Menière, otorragia, epistaxe, dispneia,
perturbações passageiras da visão, epigastralgia intensa, hemorragia interna, edema pulmonar, parestesias e até
a morte por embolias gasosas formadas pelo nitrogênio anteriormente dissolvido sob pressão no soro sanguíneo.
Doença da descompressão (BEND): é consequência das subidas incorretas (rápidas), as quais não
chegam a levar a morte, mas somam bolhas (gases descomprimidos) nas articulações que se acumulam
(causa contraturas dolorosas)!
SEXOLOGIA
7. Aspectos médico-legais dos crimes contra a liberdade sexual, da sedução, da corrupção de menores,
do ultraje público ao pudor e do casamento.
→ DICAS
• O ponto de destaque é o estudo do hímen para auxiliar na solução de crimes contra a dignidade sexual
(observação: a banca foi atécnica na nomenclatura dos crimes, tratando dos crimes sexuais quando ainda
eram considerados “crimes contra os costumes”, antes da Lei 12015/2009.... Isso mesmo!!).
• Leia absolutamente tudo sobre as características dessa membrana e também os fatores que indicam
certeza da prática de conjunção carnal (exemplo: espermatozoide no fundo do saco vaginal, gravidez)
e os fatores que indicam probabilidade #TEMNAFUC.
• Atenção também para a perícia nos crimes sexuais em que não há conjunção carnal.
O hímen é a membrana que circunda o orifício de entrada da vagina. É variável em forma e tamanho e tem
uma abertura única (o óstio himenal), que pode existir em número maior ou até mesmo não existir. É im-
portantíssimo saber a diferença entre entalhe e ruptura porque este é fator de certeza da conjunção carnal, já o
entalhe é congênito:
RUPTURA ENTALHE
Se estendem até as borda (Completos) Não se estendem até as bordas (incompletos)
As bordas se coaptam (se encaixam) As bordas não se coaptam
As bordas apresentam cicatriz As bordas são do mesmo tecido do hímen
Sob luz ultravioleta, apresenta-se pálida Apresenta-se mais vermelha
São assimétricos São geralmente simétricos
Ângulo em forma de V Ângulo arredondado
Flamínio Favero desenvolveu a seguinte metodologia para diagnosticar, no caso concreto, se o hímen está
roto ou entalhado: submete-se à luz ultravioleta. Tecidos normais, ou seja, com características congênitas, aparen-
tarão cor violácea. Tecidos cicatrizados, tonalidade branca.
#ATENÇÃO - NEM SEMPRE O HÍMEN SE ROMPE COM A CONJUNÇÃO CARNAL. O hímen pode ter uma
elasticidade tal que não se rompa com a penetração do pênis. Quando isso ocorre, o hímen é chamado
complacente. Para fins periciais, não fornece subsídios para o diagnóstico da virgindade. Hímens não com-
placentes também podem não romper, por exemplo quando estiver muito lubrificada, ou o pênis for muito
pequeno. Outras vezes, a presença de muitos entalhes aumenta o orifício e não há ruptura com a penetração.
Carúnculas mirtiformes: Após um parto, as rupturas aumentam, restando apenas fragmentos de hímen.
Assim, num exame do hímen, poderão ser observadas as seguintes características: Características do hímen:
único ou múltiplo; comissurado (borda livre tem linhas curvas que se encontram) ou acomissurado (hímen anular);
perfurado ou imperfurado; complacente ou não complacente; com roturas, entalhes ou chanfraduras; com carún-
culas mirtiformes.
Quadrante de Oscar Freire: Representa-se o hímen na figura de um relógio para que se possa mensurar o
local exato da rotura (como se fosse em determinada hora – analogicamente à imagem do relógio).
Perícia do coito anal observará as seguintes características no ânus: lesões anais e perianais (períneo é a
região entre o ânus e a vagina); FÍSTULA RETOVAGINAL – ruptura dos tecidos entre o reto e a vagina; as linhas de
força da pele do ânus estão dispostas no sentido radiado, fazendo com que qualquer lesão nesse local assuma a
forma de fenda ou triângulo (chamada de RÁGADE).
ASFIXIAS
8. Asfixias por constrição cervical, por sufocação, por restrição aos movimentos do tórax e por
modificações do meio ambiente.
→ DICAS
• Entre as 4 formas de asfixia exigidas, a de maior destaque, sem dúvida alguma, é a por constrição cervical.
#PRIORIDADE
• Foque nos sinais e terminologias, pois são de grande incidência em provas (#FAÇAOLINK: Manchas de Tar-
dieu e Máscara de Morestin já foram estudadas!);
EXTERNOS INTERNOS
Cianose na face (cor azulada ou arroxeada da face) Sangue fluido e escuro
Cogumelo de espuma (não confirma por si só afo- Há equimoses viscerais, mais comuns na região
gamento) subpleural (manchas de tardieu, que existem em qual-
quer asfixia, não são patognomônicas de afogamen-
to)
Projeção da língua para fora Maior volume de sangue nas vísceras
Equimoses externas, com forma de petéquias, na Hemorragia, edema e efisema pulmonar.
pele e mucosas da face, sobretudo nas pálpebras e
olhos (conjuntiva ocular)
Livores cadavéricos mais escuros e precoces X
A doutrina faz diversas classificações (não unanime!) sobre as asfixiais: puras e complexas, diretas e indiretas.
Na sua FUC, foi adotado o critério de Genival Veloso França. Entre as asfixias puras, o afogamento é uma das mais
relevantes, por isso, muita atenção.
Quanto às complexas, como falei, as asfixias por constrição cervical são as mais importantes, então vamos
sistematizar as diferenças entre enforcamento, esganadura e estrangulamento, que são muito recorrentes em pro-
vas. #PRADECORAR!
#ISSOÉUMPLOS: O enforcamento deve ser acionado pelo peso do corpo da vítima. Assim, teremos alguns casos
curiosos: a) Se o agente deita num precipício, amarra uma corda em seu pescoço e, na outra ponta, amarra uma
pedra e a arremessa para baixo do precipício, não há enforcamento, já que o laço foi acionado pelo peso da pedra.
b) No caso de alguém amarrar uma corda no pescoço de alguém e a outra ponta em um carro e acelerar, será
enforcamento, pois, em termos físicos, o corpo da vítima agiu opostamente ao do carro.
ASPÉCTOS MÉDICO-LEGAIS
→ DICAS
• O tópico 2.3 ao 2.5 da FUC de Sexologia é suficiente aqui. Atente-se para os conceitos de puerpério e estado
puerperal, sua duração; o momento que a doutrina considera iniciado o parto.
#DESTAQUE: As docimasias (testes, exames para averiguar se o bebê nasceu com vida, ou não) tem
muita relevância na esfera penal, pois definirá a conduta criminosa (se aborto ou homicídio/infanticí-
dio).
Mais uma vez, os tópicos aqui elencados “confundem-se” com Direito Penal, então não serão de difícil elu-
cidação.
Sabemos, pela leitura do CP, que três são os tipos de aborto permitidos no Brasil. No entanto, as vezes a
banca trará nomenclaturas “esquisitas” para confundir. Vamos lá:
Constituem crime:
• Aborto honorífico - provocado para resguardar a honra da mulher que engravidou. Pratica-se o aborto
como forma de esconder a gravidez.
• Aborto estético - provocado com vistas a preservar a beleza do corpo da mulher. Seriam os casos
de modelos etc.
• Aborto miserável ou econômico-social – Provocado por não haver condições econômicas e sociais
para a criança viver com dignidade, evitando-se assim o seu nascimento. É também criminalizado em
nosso país.
• Aborto eugênico, eugenésico ou piedoso – visa evitar que nasça uma criança com graves defeitos
genéticos. A legislação brasileira não permite expressamente essa prática. Atenção para o caso do
anencéfalo, que é atípico.
• Aborto criminoso - pressupõe conduta dolosa humana que determina a supressão do nascituro.
• Aborto natural ou espontâneo - ocorrido de forma espontânea. O próprio organismo da mãe rejeita
(expulsa) o ser em desenvolvimento.
• Aborto permitido ou legal - quando a lei admite o aborto voluntariamente provocado (não há crime).
Subdivide-se em: aborto terapêutico ou necessário e aborto sentimental, humanitário ou ético.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
Essa tabela vai ajudar a responder todas as questões de prova sobre as docimasias:
D) Para se determinar um estupro, é necessário que respostas aos quesitos sobre a ocorrência de conjunção
carnal ou ato libidinoso sejam afirmativas: essas ocorrências sempre deixam vestígios.
E) Para a resposta ao quesito sobre virgindade da paciente, a integridade do hímen pode não ser necessária,
desde que outros elementos indiquem que a periciada nunca manteve relação sexual.
GABARITO: A)
PSICOPATOLOGIA FORENSE
10. Modificadores e avaliação pericial da imputabilidade penal e da capacidade civil. Doença mental,
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, perturbação mental.
→ DICAS
• Novamente, faça um estudo rápido, conjugando os aspectos médico-legais da inimputabilidade com o Có-
digo Penal.
#LEITURAOBRIGATÓRIACP:
Art. 26 (inimputabilidade) - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incom-
pleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato
OU de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único (redução de pena) - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de per-
turbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 27 (menores de 18 anos) - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às
normas estabelecidas na legislação especial.
Art. 28(..)
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era,
ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou
força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 45 da lei 11.343 (inimputabilidade na lei de drogas) - É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou
sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer
que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determi-
nar-se de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato
previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu en-
caminhamento para tratamento médico adequado.
ASPECTOS MÉDICO-LEGAIS
11. Aspecto médico-legais do testemunho, da confissão e da acareação, das lesões corporais e dos
maus-tratos a menores e idosos.
→ DICAS
• Juntamos os tópicos 11 e 12 do edital por motivos didáticos e também porque não exigem maiores digres-
sões. Mais uma vez, faça uma análise dos tópicos em conjunto com Direito Penal e Processo Penal.
• #LEITURAOBRIGATÓRIA: artigos 202 a 255 CPP; 229 e 230 CPP; artigo 129 CP.
I – incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias: É a incapacidade para qualquer ocu-
pação habitual, não precisa ser trabalho fixo, abrangendo crianças, idosos, qualquer pessoa que exerça atividades
habituais lícitas. O exame complementar será após 30 dias do fato criminoso, e não do primeiro exame!
II – perigo de vida: real e objetiva probabilidade de dano à vida. Concausas e inexistências de sequela não
afastam o perigo de vida. ATENÇÃO: todas as asfixias, por si só, já são caracterizadoras do perigo de vida,
bem como queimaduras em mais de 50% do corpo. O perigo de vida deve demonstrar clinicamente a presença
de uma condição concreta de morte, diferenciando-se do risco de vida, que é mero prognóstico (possibilidade).
III – debilidade permanente de membro, sentido ou função: membros são pernas e braços. Pênis não é
membro! A perda de um órgão duplo gera a incidência desse inciso, e não a lesão gravíssima por perda de sentido
ou função.
I – incapacidade permanente para o trabalho: diferentemente das lesões graves, essa abrange apenas
atividades econômicas.
III – perda ou inutilização de membro, sentido ou função: Apesar de o CP não usar a palavra órgão, se
ele foi único, o comprometimento de mais de 70% dele gerará a perda da função ou sentido.
IV – deformidade permanente: dano estético que afeta autoestima e o relacionamento interpessoal. Não
precisa ser visível. STJ: a cirurgia estética que repare os danos NÃO afasta a qualificadora.
V – aborto.
A perícia nas lesões corporais seguidas de morte é imprescindível para diferenciar esse delito do homicídio,
com base na análise da seda, profundida, número de lesões, auxiliando o aplicador do direito na aferição do dolo
do agente.
A) a prova testemunhal substitui o exame de corpo de delito mesmo quando vestígios forem encontrados.
B) a análise dos vestígios é dispensável quando o culpado confessar o crime ou for pego em flagrante.
C) vestígios são provas do cometimento de um crime, sobretudo se são encontrados no local dos fatos.
D) o corpo da vítima é parte do corpo de delito e os vestígios nele encontrados.
E) corpo de delito é o conjunto de vestígios encontrados no local dos fatos ou a estes relacionados.
GABARITO: D)