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Introdução
O problema, como já discutimos várias vezes, é que esses dois propósitos não
andam bem juntos. Feedback olha para o futuro: como o funcionário pode melhorar
suas ações para que obtenha resultados cada vez melhores, e em consequência,
atinja seus objetivos pessoais. Reconhecimento, por outro lado, olha para o
passado: quanto o funcionário entregou de resultados e impacto à empresa, e como
isso deve ser recompensado para que ele, e dentro do possível, seus colegas,
sintam-se motivados a fazer o mesmo.
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Se numa mesma reunião o feedback é dado antes da decisão de remuneração, o
funcionário está aflito e ansioso demais para ouvir o feedback; se é dada depois,
ele está feliz ou triste demais para ouvir o feedback. Ou seja, é a famosa árvore de
consequências perde-perde.
Como a Adobe “aboliu” as avaliações de performance
Na Adobe, não era muito diferente: não havia um processo de feedback contínuo,
que servisse de espinha dorsal dos esforços de crescimento e desenvolvimento na
empresa. Assim, a avaliação anual, que tinha como produto principal a decisão de
reconhecimento, acabava sendo muito penosa: a organização inteira tinha que –
tentar – revisitar a performance coletiva do ano todo. Obviamente, não
funcionava. Todos ficavam cansados, exauridos, e os objetivos eram pouco
atingidos.
Outra grande limitação estratégica encarada pela Adobe era o framework de metas
anuais. A empresa passava por uma guinada muito grande no seu negócio e mercado –
de provedora de software on-premises para uma empresa totalmente baseada na
nuvem, que atendesse às mais variadas demandas criativas e de mídia dos seus
clientes (a plataforma Behance é um exemplo excelente) -, o que implicava em
mudanças constantes de prioridades e direção, e na necessidade de um processo de
gestão mais ágil e flexível. Nas palavras de um funcionário, “quando chegávamos
ao fim do semestre, nossas metas já não faziam o menor sentido”.
Todas essas limitações internas e externas serviram de pano de fundo para tudo o
que aconteceu na Adobe. Foi então que Donna Morris, sua SVP de Gente, numa viagem
à Índia, acabou dando uma entrevista que mudaria tudo. Na entrevista, Morris
comentou que estava “farta” das avaliações de performance, e a declaração teve
tanta repercussão que a executiva acabou usando o momentum gerado para de fato
buscar algo diferente.
O novo desenho
Como na GE, a equipe de RH da Adobe decidiu adotar uma metodologia ágil para
redesenhar e implementar uma nova forma de gerir performance. Foram feitas
pesquisas, entrevistas e workshops com as lideranças da empresa, com o intuito
de entender o que era produtivo e o que era improdutivo no processo antigo, e o
que deveria ser buscado em um novo desenho.
O resultado foi chamado de “Helping our employees do and be their best, each and
every day”. A escolha de palavras foi importante, pois “do” e “be” eram verbos
presentes na marca da empresa (A-do-be).
Como a Adobe “aboliu” as avaliações de performance
Na Adobe, a teoria é que o gestor, após um ano de check-ins frequentes com seus
funcionários sobre performance e comportamento, tem uma visão muito clara do
impacto gerado e alinhamento cultural dos seus subordinados diretos, de modo que
a decisão de remuneração fica muito facilitada.
Bibliografia selecionada
The dreaded performance review? Nota t Adobe., Adobe Life Magazine, Careers,
http://blogs.adobe.com/adobelife/adobe-life-magazine/v1/check-in/
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