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NÃO TRANSMISSÍVEIS:
Doenças ósseas
INTRODUÇÃO
população, causa impacto relevante nos sis-
temas de saúde, redução da qualidade de
vida da pessoa idosa, além de prejuízos so-
cioeconômicos. Isso ocorre por conta do
aumento significativo de agravos à saúde
ocasionado pelas doenças crônicas não
O
osso é um tecido vivo que está transmissíveis (DCNT), dentre elas estão
em constante atividade, exer- aquelas relacionadas à baixa densidade mi-
cendo várias funções no orga- neral óssea (DMO)3.
nismo, como a sustentação e auxílio na mo- Portanto, para envelhecer com saúde
vimentação do corpo e, proteção dos ór- óssea adequada, é necessário adotar hábi-
gãos vitais como pulmões, fígado, coração, tos saudáveis em todas as fases da vida, co-
rins, baço, pâncreas e cérebro1. mo por exemplo uma alimentação balance-
Alterações nos ossos continuam ocor- ada. Entre os nutrientes envolvidos nesse
rendo, mesmo após a fase de crescimento. processo de formação e manutenção dos
No adulto, o esqueleto está em constante ossos, o cálcio e a vitamina D têm um pa-
processo de remodelação, ou seja, o osso pel fundamental. No entanto, existem mais
antigo é substituído por osso jovem de for- fatores que podem influenciar esse proces-
ma contínua. Com o passar do tempo, pes- so, sendo os principais: estilo de vida, idade,
soas de ambos os sexos, perdem natural- genética, dentre outros1.
mente parte de sua massa óssea. Entre os Para finalizar a série de boletins sobre
60 e 70 anos de idade, o organismo tem as DCNT, apresentaremos as principais do-
uma tendência de retirar minerais dos os- enças ósseas (raquitismo, osteomalácia, hi-
sos, aumentando a suscetibilidade a fraturas perparatireoidismo e osteoporose), com o
e doenças1,2. objetivo de informar os aspectos nutricio-
Em alguns casos, esses sintomas po- nais envolvidos no seu desenvolvimento,
dem aparecer ainda mais cedo prejudicando tratamento e prevenção.
a qualidade de vida do indivíduo. Por isso,
os cuidados devem começar ainda na infân-
cia para que os ossos se calcifiquem e se
desenvolvam corretamente1.
Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), o envelhecimento gradual da
RAQUITISMO E OSTEOMALÁCIA5
Raquitismo é o defeito
de mineralização das cartila-
gens de crescimento na crian-
ça e se apresenta com retardo
no crescimento e deformida-
des esqueléticas.
Osso com
osteomalácia Osso normal
Causas
As causas de RAQUITISMO podem ser A OSTEOMALÁCIA tem como causa mais
divididas em: comum a deficiência em vitamina D,
que pode estar relacionada com sua ab-
Carenciais (exposição solar inadequada
sorção, metabolismo ou ação, podendo
ou baixa ingestão de vitamina D, cálcio
ocorrer em casos de:
ou fósforo)
Baixa ingestão de alimentos com vita-
Dependentes de vitamina D
mina D;
Resistentes à vitamina D (decorrentes Baixa exposição solar;
de perda renal de fosfato) Cirurgia do estômago ou intestino,
principalmente cirurgia bariátrica;
O uso de alguns medicamentos também
Uso de remédios para convulsões, co-
pode provocar raquitismo, como diuréti-
mo a fenitoína ou o fenobarbital;
cos, glicocorticoides, anticonvulsivantes
Má absorção intestinal;
e produtos à base de alumínio.
Insuficiência renal (não há ativação da
vitamina D).
atraso no crescimento;
atraso no desenvolvimento motor;
atraso no fechamento das fontanelas cranianas, conhecidas
popularmente como moleiras;
ossos longos encurvados e com as extremidades alargadas;
deformidades na coluna, como escoliose;
dores musculares, e outros.
Prevenção e Tratamento
DIAGNÓSTICO:
O exame mais adequado para o diag-
nóstico é a densitometria óssea, que
permite avaliar o estágio da doença e
serve como método de acompanha-
mento do tratamento.
PREVENÇÃO:
Deve ocorrer desde a infância para que se atinja o "pico de massa óssea" mais
alto possível. Isso é importante porque quanto mais massa óssea o indivíduo ti-
ver quando chegar à idade adulta, menor será a probabilidade de ter ossos
fracos e frágeis na idade avançada.
Medidas preventivas contra quedas:
Medidas não-medicamentosas: dieta
cuidados com pisos deslizantes, ilumina-
saudável rica em cálcio, exposição so-
ção adequada no domicílio, posição dos
lar adequada e atividade física regular.
móveis, corrimão nas escadas, proteção
em banheiros, fisioterapia, terapia ocu-
pacional, sobretudo em relação aos ido-
sos.
TRATAMENTO:
Portanto, quando sua ingestão está insuficiente, o mineral já utilizado no osso vai ser
remanejado para outras funções fisiológicas vitais, como manutenção das taxas sanguíneas
de cálcio, prejudicando a saúde óssea.
RECOMENDAÇÃO DE INGESTÃO
Fontes de Cálcio
Leite e seus derivados (iogurte, queijos) são as fontes dietéticas de cálcio mais pronta-
mente disponíveis. Além disso, os alimentos lácteos têm a vantagem de serem boas fon-
tes de proteína e outros micronutrientes importantes para a saúde óssea.
Leite de vaca Queijo minas padrão Queijo minas frescal Queijo muçarela
107mg 743mg 611mg 345mg
outros além de já
terem cálcio natural-
mente em sua com-
posição, também
Quinoa - 47mg Linhaça– 211mg Couve – 208mg
podem ser encon- Chia - 361mg
trados na versão
fortificados como os
leites vegetais (soja,
caju, amêndoa,
Rúcula– 107mg Laranja seleta - 34mg Agrião– 119mg Brócolis – 108mg
aveia).
*OBS.: Quantidade de cálcio em 100g / 100mL de alimento
BEBIDAS À BASE DE COLAS: contêm cafeína e ácido fosfórico, podendo afetar ne-
gativamente a saúde óssea.
DEFICIÊNCIA:
O estoque corporal dessa vitamina, com base na dosagem sanguínea da 25-
hidroxivitamina D pode ser avaliado de acordo com os seguintes parâmetros:
FONTES:
Alimentos de origem animal: o ovo, óleo de fígado de ba-
calhau, peixes gordurosos de água fria e profunda (ex: atum
e salmão), leite e derivados e alimentos fortificados.
Cogumelos shitake são uma fonte de origem vegetal des-
ta vitamina.
Procure incorporar no seu dia a dia essas orientações para ter ossos
saudáveis:
Lidia Araújo
Lidiane Pessoa
Luciana Cardoso
Priscila Maia
Contato: nutricao.prae@unirio.br