Geologia e

Mecânica dos Solos

2021/2

AULA 01 – 17/08/2021
OBJETIVOS
• Introdução a Geologia: conceitos básicos
• Aplicações da Geologia na Enga. civil
• Interrelações Geologia de Engenharia
INTRODUÇÃO À GEOLOGIA
O que é a Geologia?
A Geologia é a ciência responsável por estudar a
constituição, a estrutura, a formação e as mudanças
que ocorrem na Litosfera ou crosta terrestre.
A Geologia estuda fenômenos como os terremotos, o
vulcanismo e o movimento das placas tectônicas
(tectonismo).
HISTÓRIA DOS CONHECIMENTOS GEOLÓGICOS
● Para entender as questões temporais e a interpretação da história
geológica da Terra precisamos voltar um pouquinho na história do
conhecimento geológico.
● Então, vamos entender a evolução do pensamento geológico?
Quais meios temos para reconstruir a história
geológica da Terra?
● O que é a história geológica?

○ sequência de eventos físicos e

biológicos ordenados
cronologicamente, a partir do mais
antigo

○ Tempo geológico:

■ origem da Terra (4.560 Ma) -

hoje
O entendimento do funcionamento do Planeta
Terra sempre foi o mesmo?
Como ocorreu a compreensão dos processos
geológicos ao longo do tempo?
Geologia
● Como é feita essa ciência?
● Como foi sua evolução ao longo dos séculos?
● Com base no que as primeiras ideias sobre a origem do planeta foram
formuladas?
● No que se diferencia de outras Ciências (Física, Química, Biologia)
Geologia
● Ulisse Aldrovani (1522-1605)

○ Fundou a cátedra de Filosofia Natural de fósseis, plantas e animais, na

Universidade de Bolonha – Itália

○ Separou as ciências da natureza em 3 áreas: Botânica, Zoologia e Geologia

(termo cunhado em 1604) para definir a ciência que trata dos minerais e
fósseis.
Concepção sobre o interior do planeta
A terra era vista como um corpo com seu interior parcialmente fundido com
canais alimentadores dos vulcões.
Princípios fundamentais da Geologia
 De volta ao Passado...
Um dos primeiros cientistas a se opor à igreja em
defesa da geologia foi o jovem médico
dinamarquês chamado Niels Stenson (1638 -1686)
que chegou a Florença, por convite do Grande
Duque Ferdinando II.
Pouco depois de sua chegada, trouxeram-lhe uma carcaça
de tubarão que foi por ele dissecada. Ele comparou os
dentes do tubarão com alguns dentes fósseis, que o povo
afirmara terem caído do céu, junto com outros
fragmentos, e matado pessoas. Steno concluiu que os
fósseis correspondiam a alguma espécie de tubarão que
evidentemente vivera na água.

Na sua dissertação de Um Sólido

Natural contido dentro de um
Sólido, publicado pela primeira vez
em 1667 definiu, as três leis da
estratigrafia.
Nicolau Steno (1638 – 1686):
Reconheceu dentes fósseis de tubarões
(glossopetrae).
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolaus_Steno
Desenho de Steno mostrando que os dentes fósseis
pertenceriam a alguma espécie de tubarão e não
deveriam ter vindo do céu conforme a crendice popular.
Princípio da superposição
Os sedimentos se depositam em camadas, com as antigas na base e as mais novas acima.
Princípio da horizontalidade original
Em função da gravidade, partículas sedimentares ao se depositarem tendem
a formar camadas ou estratos horizontais.
Princípio da horizontalidade original
Qualquer fenômeno que altere essa horizontalidade será sempre posterior à
sedimentação.
Princípio da horizontalidade original
Qualquer fenômeno que altere essa horizontalidade será sempre posterior à
sedimentação.
Princípio da continuidade lateral
camadas sedimentares são contínuas, estendendo-se até as margens da bacia de
deposição, ou afinando-se lateralmente
Princípio da continuidade lateral
● As camadas tendem a se estender até as bordas da bacia onde são
formadas, ouse afinarem lateralmente.
● Estratos em extremos opostos de uma bacia podem ser correlacionados.
Giovanni Arduíno entre 1750
e 1760, professor de Pádua
(Itália) dividiu as montanhas e
rochas associadas em quatro
categorias.
I. primárias, rochas que contém
minério sem fósseis.
II. secundárias, rochas
estratificadas com fósseis.

III. terciárias, morros baixos

formados de sedimentos
inconsolidados, tais como seixos,
areias e argilas.

IV. Material recente depositado na

superfície da Terra como em praias.
Lehman (1719-1767) e Füchsel (1722- Lehman também
1776), dois geólogos alemães, realizaram figurou a primeira
estudos semelhantes aos dos italianos. sucessão geológica
Lehman, um engenheiro de minas alemão, de rochas
permianas das
publicou em 1755 uma classificação de
montanhas Harz.
rochas da crosta da Terra dividindo-as em
três categorias.
Füchsel reconheceu
1. Rochas cristalinas desprovidas de
que rochas
fósseis e acreditadas serem de origem estratificadas
química formadas antes do advento da podem ser reunidas
vida na Terra. Essas rochas foram em uma formação
denominadas primitivas. que representaria
uma época na
2. Rochas secundárias, fossilíferas e história da Terra. O
estratificadas, com partículas erodidas de conceito de LEHMAN
rochas mais antigas. formação é muito
importante em
3. Areias e seixos pouco consolidados, estratigrafia.
denominados aluvião.
Uniformitarismo Explicou que ambas as camadas eram
James Hutton (1726-1797), químico, horizontais (inferior soerguida e erodida
naturalista e geólogo escocês antes da camada seguinte.
contemporâneo a Werner tratou dos
Origem do uniformitarismo – o presente é
problemas geológicos de uma
a chave do passado; processos geológicos
maneira muito mais científica em
atuais iguais aos do passado.
seu artigo Teoria da Terra, mas
devido a falta de clareza de seus Recognized
escritos e o brilho de Werner, suas change on the
ideias permaneceram na Earth’s surface
obscuridade por muito tempo. (Surficial
processes were
Recusou a criação da Terra a partir de active).
um dilúvio (como evento único); –
Encontrou vestígios de repetidas Developed cyclic
perturbações alternadas com longos view of Earth.
períodos calmos de sedimentação; –
“No vestige of a
Sequência de estratos assenta sobre
beginning, no
camadas revolvidas ou corta camadas
prospect of an
inclinadas....
end”.
https://edmundsiderius.files.wordpress.com/2011/08/hutton.jpg
Desvendou que um granito
“primário” alojado em um
calcário “secundário” na
Escócia era mais novo que o
calcário, por meio de estudos
de fusão e resfriamento de
materiais rochosos.

Explicou que o granito se

formou de matéria em
estado de fusão.

http://www.univasf.edu.br/~ccinat.srn/arquivos/Aula%201
_introducao_a_geologia.pdf
Seu trabalho foi somente popularizado por John Playfair (1748-1819) no livro Illustrations of
the Huttonian theory of the Earth (1802) que esclarecia melhor as idéias de Hutton. O
Uniformitarismo insistia não só sobre a uniformidade dos processos como também sobre a
uniformidade da intensidade ou taxa dos processos. O uniformitarismo sustenta que
somente processos "graduais", muito lentos, "não catastróficos", ocorreram durante a
história terrestre e que as condições sobre a Terra pouco mudaram no passado geológico.
ACTUALISM

Natural laws governing

both past and present
processes on Earth have
been the same.

Hutton observed that for

all the processes to be
active, immense time was
needed.

Exploration of Siccar Point

recognized the vastness of
time recognized
unconformable
relationships in the rocks
unable to determine the
age relationships.
WERNER E O NETUNISMO.
Abraham Gottlob Werner (1750-1817).
Professor altamente influente e carismático
da Academia de Minas de Freiberg,
Alemanha.

Embora tenha publicado muito pouco, suas

brilhantes aulas teóricas, sem base de
campo, dominaram o pensamento geológico
da época, atraindo estudantes de toda a
Europa, inclusive José Bonifácio de Andrade
e Silva, o patriarca da independência do
Brasil.

Werner adotou o conceito das formações.

Acreditava que as rochas estratificadas
ocorriam numa ordem invariável em função
de vários dilúvios e que as formações
identificadas por sua litologia podiam ser
reconhecidas em qualquer parte.
A teoria de Werner era também conhecida por
"catastrofismo", uma vez que cada dilúvio que
precipitava uma camada de rocha.
A classificação de Werner continha 5 categorias de
rochas assim denominadas séries distintas:
1. Série Primitiva - Incluindo o que é agora reconhecido
como rochas ígneas intrusivas e metassedimentos de
alto grau. Estas rochas eram consideradas os primeiros
precipitados químicos derivados do oceano, antes da
emersão das terras.
2. Série de Transição - Composta por calcários
completamente endurecidos, diques e soleiras, e grau-
vacas espessas. Essas eram consideradas os primeiros
depósitos formados do oceano. Como as rochas pri-
mitivas, elas eram consideradas universais em extensão,
isto é, estendiam-se sem interrupção por todo o
mundo.
3. Séries Estratificadas, denominadas Secundário -
rochas estratificadas fossilíferas. Elas representariam
a emersão das montanhas do fundo do mar devido a
retirada do oceano, com produtos da erosão
depositados nos flancos das montanhas.
4. Séries Aluviaes, denominadas Terciário - Areias,
seixos e argilas pobremente consolidadas, formadas
após a remoção do oceano dos continentes.
5. Séries Vulcânicas - Inclui lavas associadas com
chaminés vulcânicas. Werner colocava pouca
importância nessas rochas, considerando-as como
resultado da combustão local de camadas de carvão,
afirmava que o basalto resultara de precipitação em
um oceano.
William Smith (1769-1839) um construtor de canais na
Inglaterra, tornou-se um colecionador de fósseis e muito
interessado nas diferentes camadas de rochas que seus
trabalhos de abertura de canais expunham e nas observações
em suas viagens a cavalo (andava 10.000 milhas por ano).

Smith tomava notas detalhadas, coletava fósseis e logo

reconheceu uma ordem na disposição das várias camadas, que
podia ser prevista, usando os fósseis e princípios de Steno.

Observou que vários grupos de camadas tinham fósseis

característicos que poderiam ser reconhecidos e agrupados em
uma sequência o que mais tarde foi conhecido como o Princípio
da Sucessão Faunal, estabelecendo o valor dos fósseis na análise
estratigráfica.
Publicou um mapa das Cinco Milhas em volta da cidade de
Bath, em 1799, um dos primeiros mapas geológicos do mundo.
William Smith, (Churchill, Oxfordshire, 1769-
Northampton 1839) considerado o "pai da
geologia inglesa". Seu trabalho mais conhecido
é o "The Map That Changed the World“
do País de Gales e de uma parte da Escócia.
Este não recebeu inicialmente seu devido
valor. Plagiado, foi arruinado financeiramente
e passou muito tempo na prisão. Recebeu a
primeira Medalha Wollaston, em 1831,
concedida pela Sociedade Geológica de
Londres.
 Baseado na distribuição estratigráfica de
braquiópodes, amonóides, moluscos, etc.
http://www.bgs.ac.uk/discoveringGeology/geologyOfBritain/archives/williamsmith/publications.html
http://www.bgs.ac.uk/discoveringGeology/geologyOfBritain/archives/williamsmith/publications.html
CHARLES LYELL - Consolidação da Geologia e do
pensamento de Hutton
Escreveu 12 edições do livro Principles of Geology entre
1830 e 1875, também divulgando amplamente os
conceitos do uniformitarismo de Hutton.
Charles Lyell escreveu o livro "Princípios de Geologia" em
1833, apresentando uma coluna estratigráfica baseada
nos trabalhos de Hutton e William Smith.
As unidades estratigráficas eram arranjadas em ordem de
superposição, constituindo os grupos. Os grupos eram
subdivididos em categorias mais altas denominadas "Períodos".
É interessante notar que remanescentes da terminologia da
escola werneriana persistiram até hoje na designação dos
períodos, tais como "Terciário" e "Quaternário". Sir Charles Lyell (Forfarshire, 1797 —
Seu primeiro artigo, "On a Recent Formation of Freshwater Londres, 1875) foi um advogado e
Limestone in Forfarshire", foi apresentado em 1822. Por volta geólogo britânico.
de 1827, ele tinha abandonado a lei e embarcou em uma carreira Medalha Real (1834),
com a Geologia, que resultaria em uma aceitação difundada das Medalha Copley (1858),
idéias propostas por James Hutton algumas décadas antes. Medalha Wollaston (1866)
Seu trabalho específico mais importante foi no Em várias edições revisadas até 1872,
campo da estratigrafia. "Principles of Geology" foi o
trabalho geológico mais influente no
Em 1828, ele viajou para o sul da França e para meio do século XIX, e foi essencial para
a Itália, onde ele percebeu que o estrato dar a Geologia um embasamento
recente poderia ser categorizado de acordo moderno.
com o número e a proporção de conchas
marinhas contidas nas rochas. Pelos seus esforços, ele foi condecorado
em 1848, então, recebeu o título de Barão
Baseado nisso, ele propôs a divisão do em 1864.
período Terciário em três partes, as quais ele
denominou de Plioceno, Mioceno, e Eoceno.
Foi, juntamente com John Playfair, o maior advogado
da idéia então controversa do uniformitarianismo, de
que a terra foi moldada praticamente inteiramente
por forças lentas agindo por um longo período de
tempo, contrastando com o catastrofismo, uma idéia
que postulava que a maior parte das modificações
eram abruptas, pela idade da Terra inferida através da
cronologia da bíblia.
Ele construiu três fases glaciais para a América do
Norte: Leste-Wisconsin, East Iowan e Kansan (o
mais antigo).
Sua cronologia glacial foi proposto em um Jornal
de Geologia editorial (1896)
Esta teoria considerou que a Terra formado por Chamberlin também desafiou o
acreção de pequenos corpos, frio (poeira e trabalho de Lord Kelvin, que
Asteriods), em contraste com a teoria nebular-gas- postulou que a Terra era muito
nuvem. mais jovem do que os bilhões de
anos reivindicados pelos
Seu colega Floresta R. Moulton, um matemático geólogos.
brilhante, calculou as forças planetárias no
trabalho. Buscando explicação
Astrônomos Yerkes Observatory, com seus virou-se para mudanças
telescópios confirmaram teorias de Chamberlin que climáticas, com foco na
contribuiu para o colapso da hipótese Laplaciana. alteração dos níveis de
Seu esquema foi apresentado em um livro de 3 dióxido de carbono na
volumes, Geologia, publicado pela primeira vez em atmosfera.
1906.
A geração de geólogos americanos foram treinados Seus estudos produzidos
com este texto. perguntas sobre as origens
Chamberlin foi também um dos primeiros
da terra e do próprio
defensores da "teoria do efeito estufa" para o clima sistema solar.
da Terra.
RESUMINDO:

- DIATROFISMO: um termo geral relativo a todos os movimentos da crosta terrestre com origem em
processos tectónicos. formação de bacias oceânicas, continentes, planaltos e cordilheiras. As subdivisões
principais são duas: -movimento orogenético — horizontal, que pode ser entendido como o conjunto de
processos que levam à formação ou rejuvenescimento de montanhas ou cadeias de montanhas produzido
principalmente pelo diastrofismo, ou seja, pela deformação compressiva da litosfera continental; -
movimento epirogenético — vertical, os movimentos da crosta terrestre cujo sentido é ascendente ou
descendente, atingindo vastas áreas continentais, porém de forma lenta, inclusive ocasionando regressões
e transgressões marinhas.

- VARIAÇÕES NO NÍVEL DO MAR;

- INTEMPERISMO E EROSÃO;
- EVOLUÇÃO DOS PLANETAS;
- MUDANÇAS CLIMÁTICAS POR MEIO DA VARIAÇÃO DE CO2;
- MUDANÇA DAS FAUNAS NO TEMPO GEOLÓGICO.
GEOLOGIA APLICADA
O que é a Geologia aplicada?
Um dos sub-ramos da geologia é a geologia urbana
ou geologia de engenharia, que trata dos
impactos, geralmente caóticos, gerados sobre o
ambiente, quando o crescimento descontrolado das
cidades ocasiona catástrofes que afetam diretamente
a qualidade de vida da população. (1)
https://brasil.elpais.com/brasil/2020-01-26/ao-menos-30-morrem-apos-chuvas-em-minas-e-governo-federal-decreta-
estado-de-emergencia-em-bh.html
https://tconline.com.br/sobe-para-14-o-numero-de-mortos-com-chuvas-em-belo-horizonte/
https://exame.com/brasil/com-164-mortos-chuvas-deixam-marca-de-destruicao-a-moradores-do-sudeste/
https://globoplay.globo.com/v/8249260/
https://www.otempo.com.br/o-tempo-betim/belo-
horizonte-esta-com-alerta-de-risco-geologico-
ate-domingo-1.2305275
Conceitos - fundamentos
CONCEITOS FUNDAMENTOS

Natureza em contínuo Toda natureza geológica está

movimento submetida a processos e toda
intervenção humana
interage com a dinâmica
desses processos
Conceitos - fundamentos
CONCEITOS FUNDAMENTOS

Sentido do equilíbrio Todos os movimentos

inerentes aos processos
naturais ou induzidos
explicam-se de posições de
maior equilíbrio
Conceitos - fundamentos
CONCEITOS FUNDAMENTOS

Imanência das características Materiais com características

físicas diferentes responderão
diferenciadamente a
solicitações semelhantes
Ambiente geológico + ação antrópica = ambiente tecnogênico
Quais as interrelações?
Será que existe alguma correlação?
Geologia de planejamento
O termo Geologia de Planejamento parece estar mais intimamente ligado ao
aproveitamento racional da superfície terrestre.

A atuação do profissional (engenheiro ou geólogo) no Planejamento deveria

ser entendida como um trabalho de equipe, em que constassem especialistas
em todas as áreas de conhecimento exigidas pelo trabalho.

A filiação da Geologia de Planejamento a Geologia de Engenharia se deve à

tecnologia já implantada e desenvolvida por este ramo da Geologia,
tecnologia essa que vai de encontro às necessidades iniciais da Geologia de
Planejamento.
Geologia de planejamento
Além de subsidiar o planejamento do uso territorial e urbano, este ramo
da Geologia pode participar de programas de recuperação e controle de
degradação ambiental. Para tal, dispõe-se dos recursos da geotecnia para a
escolha dos meios a áreas propícias.
Premissas básicas: Geologia no planejamento
● O desenvolvimento de “know-how” nacional, obtido através de
estudos globais com experimentos de campo, e paralelamente,

● O abandono da mentalidade imediatista na administração dos bens

naturais.
Premissas básicas: desdobramentos
As duas premissas acham-se interrelacionadas em muitos pontos, num
círculo vicioso de interdependência. De um lado, o insucesso de
planejamentos e medidas parciais de correção, e ainda os altos custos de
conservação de certas obras, desencorajam as ações da administração
publica.

De outro lado, a intermitência das dotações de verba, aliada a fatores de

ordem profissional, impedem a eficiência dos estudos. Como todo
desenvolvimento de “know-how”, tais trabalhos se revelam produtivos
quando contínuos e profundos.
Aspectos legais
● Plano Diretor Municipal (Lei n° 7.165/1996), instrumento capaz de conciliar os
interesses das iniciativas pública, privada e da população, aspectos sociais,
econômicos e ambientais em uma estratégia de desenvolvimento.

● Lei de Planejamento, Uso e Ocupação do Solo – LPOUS

(Lei nº 7.166/1996), capaz de reorganizar o espaço e instrumentalizar de gestão
e planejamento por meio de um zoneamento e imposição de diretrizes elaboradas
para cada zona.
População urbana e rural no mundo
Ocupação urbana no Brasil
Problemas urbanos e ambientais
O problema de drenagem urbana
Problemas de drenagem
Impermeabilização do solo
Bacia hidrográfica urbana
Problemas de natureza geológica
No Brasil, os problemas mais conhecidos, que mostram a ligação entre os
sucessos dos usos territoriais e a natureza geológica, agrupam-se em três
categorias principais:

- problemas ligados à erodibilidade,

- problemas ligados a movimentos de massas e

- problemas ligados ao abastecimento d’água.

Problemas ligados à erodibilidade
As características de erodibilidade, estando ligadas aos aspectos
topográficos e granulométricos da distribuição dos solos superficiais,
entre outros aspectos, determinam as conhecidas formas de erosão laminar
e de ravinamento.

Uma forma de erosão mais danosa, que é a voçoroca/oçoroca, a qual, mais

que grande ravina, revela-se especialmente perigosa quando se desenvolve
junto a cidades obras viárias ou outras obras civis.
Problemas ligados à erodibilidade
Aparentemente dissociada das características litológicas indicadas nos mapas
geológicos brasileiros, a voçoroca afeta indistintamente tanto solos que
capeiam rochas cristalinas, quanta aqueles que capeiam as
metasedimentares.

Fatores relacionados a erodibildade: perfis pedológicos, comuns aos solos

tropicais, de condições topográficas e geomorfológicas de regiões onduladas,
onde predominam as formas côncavas e suaves.
Problemas ligados à erodibilidade
as regiões sul e sudeste apresentam extensas áreas profundamente afetadas
pela erosão e, consequentemente, pelos problemas de assoreamento, de rios
e reservatórios
Problemas ligados a movimentos de massa
Quanto aos movimentos de massas, podem ser assim considerados: diversos
tipos de escorregamento e fenômenos de adensamento, ou de subsidência.

a) Os escorregamentos se acham intimamente ligados à configuração

topográfica, à geologia (estruturas, espessuras de solo), à cobertura vegetal, à
pluviosidade local.
Problemas ligados a movimentos de massa
Os condicionamentos geológicos e climáticos, aliados às atividades
antrópicas, como sua travessia por vias de transporte, desmatamento e
outras formas de ocupação desordenada, fazem destas unidades geográficas
o palco de deploráveis acidentes.

A ocupação indiscriminada destas encostas atua como um fator catalisador e

acelerador destes processos.
Problemas ligados a movimentos de massa
b) Outras categorias de fenômenos relacionados aos problemas de
movimentos são os fenômenos de solos suscetíveis a adensamento ou
mobilização vertical de outras naturezas.

Nesta categoria, o território brasileiro apresenta, além de várzeas com

depósitos argilosos, extensas formações costeiras, nas quais a deposição de
sedimentos marinho-continentais resulta em terrenos de baixa capacidade
de suporte, com espessas camadas argilosas orgânicas de elevado índice de
vazios.
Problemas ligados a movimentos de massa

As características dos maciços terrosos tropicais com suas grandes

espessuras e, naqueles de origem residual, a manutenção das feições
estruturais da rocha matriz, fazem, destes maciços um caso particular nos
estudos tradicionais de estabilidade. Implicando em estudos de soluções
adequadas a cada cenário.
Problemas ligados ao abastecimento de água
Mesmo nas regiões chuvosas do Sul e Sudeste ocupadas pela agricultura,
muitos núcleos urbanos apresentam graves problemas de abastecimento de
água potável.

A maior parte dos problemas se acham ligados aos sistemas de obtenção de

água, que é o de captação superficial, e se substanciam em dois aspectos
mais importantes. O primeiro é o rápido assoreamento dos reservatórios,
graças à acelerada erosão a que estão sujeitas extensas áreas sob exploração
agrícola. O segundo aspecto, muitas vezes associado ao primeiro, é a
poluição dos mananciais por defensivos agrícolas, de uso crescente e
irrestrito durante a última década
Exemplos de Aplicação da
Geologia na Engenharia
Alguns heróis não valorizados da Engenharia Civil…

fundações Exploração
do solo

túneis
… enterrados logo abaixo de
nossos pés.
Dados requeridos do solo:
❖ Perfil do Solo
- espessura da camada e identificação do solo através de todos
os seus horizontes, que se estende até o material de origem.
❖ Propriedades-índices
- teor de umidade, limites de Atterberg, etc.

❖ Características de resistência e compressibilidade

c’ , cu , φ’ , Cc , Cr , RSA , …
C’= τ - σ’v. x tgφ ; C’ = ⅔ C ; C = Nspt/α tf/m² Cu = 10 x Nspt;
φ’=28°+(0,4.Nspt) ; Cc=0,007.(Wi-10)Skempton; Cr=Cc/1+e.
❖ ;RSA=σa / σv
❖ Outros (e.g., profundidade do nível de água subterrâneo)
Exemplo de aplicação
Exemplo de aplicação
Geodinâmica Superficial - Exemplos
Geodinâmica Superficial - Exemplos
Geodinâmica Superficial – Unidades de relevo
COMPARAÇÃO DOS CRITÉRIOS DA NORMA SPT 2001 / 2020

2001 2020
25 15
25 15
25 15
25 15
25 15
50 25
50 25
50 25
50 25
50 25
25
25
25
25
25
Perfil de sondagem SPT
Resumo dos ensaios geotécnicos
Aplicações: Geologia e Mecânica dos Solos
Aplicações: Geologia e Mecânica dos Solos
Aplicações: Geologia e Mecânica dos Solos
Aplicações: Geologia e Mecânica dos Solos
Aplicações: Geologia e Mecânica dos Solos
Aplicações: Geologia e Mecânica dos Solos
Aplicações: Geologia e Mecânica dos Solos
Roteiro de estudo
Roteiro de estudo
● Leitura do artigo: O BRASIL E A GEOLOGIA NO PLANEJAMENTO
TERRITORIAL E URBANO - FERNANDO LUIZ PRANDINI - Anais do 1º
Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia – Volume 3 – maio de
1976. Páginas: 29-40.
● Responder ao forms.
BIBLIOGRAFIA
Bibliografia básica
CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações: fundamentos. 7.ed. Rio
de Janeiro: LTC, 2015. v.1. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-216-3005-0

CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações: exercícios e problemas
resolvidos. 7.ed.Rio de Janeiro: LTC, 2020. v.3. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-216-3003-6

CHIOSSI, Nivaldo. Geologia de engenharia. 3.ed. Oficina de Textos, 2013. E-book.

Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/162912/pdf/0
Bibliografia complementar
FIORI, Alberto Pio; WANDRESEN, Romualdo. Tensões e deformações em geologia. São Paulo: Oficina de textos, 2014.
E-book. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/180520/epub/0

CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações: mecânica das rochas, fundações e obras de terra.
7.ed. Rio de Janeiro LTC 2015. v.2. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-
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ROSSI, Carlos Henrique Amaral (org.). Fundamentos de geologia. São Paulo: Pearson Education, 2016. E-book.
Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Loader/127455/epub

CONDIE, Kent C. Plate tectonics and crustal evolution. 4. ed. Oxford: Butterworth-Heinemann, 1997. E-book.
Disponível em: https://raregeologybooks.files.wordpress.com/2015/02/plate-tectonics-crustal-evolution-condie.pdf.

QUEIROZ, Rudney C. Geologia e geotecnia básica para engenharia. São Paulo: Blucher, 2016.E-book. Disponível em:
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