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GABRIELA DE JESUS FIGUEIREDO

ATUAÇÃO DO PSICOLOGO ESCOLAR NA INCLUSÃO DA


CRIANÇA COM AUTISMO

Cidade
Ano
GABRIELA DE JESUS FIGUEIREDO

ATUAÇÃO DO PSICOLOGO ESCOLAR NA INCLUSÃO DA


CRIANÇA COM AUTISMO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras Teixeira de Freitas
como requisito parcial para a obtenção do título
de graduado em psicologia.

Orientador: Patrícia Brandão


GABRIELA DE JESUS FIGUEIREDO

ATUAÇÃO DO PSICOLOGO ESCOLAR NA INCLUSÃO DA


CRIANÇA COM AUTISMO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial
para a obtenção do título de graduado em
Psicologia.

Teixeira de Freitas
2021
BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Cidade, dia de mês de ano (Fonte Arial 12)


Dedico este trabalho...

(OPCIONAL) (Fonte Arial tamanho 12;


espaçamento entrelinhas 1,5;
Alinhamento justificado; O texto no final
da página deverá ter um recuo de 8cm em
relação à margem esquerda.)
AGRADECIMENTOS (OPCIONAL)

Elemento opcional. Texto em que o autor faz agradecimentos dirigidos


àqueles que contribuíram de maneira relevante à elaboração do trabalho. (Fonte
Arial 12)
Assim como um diamante precisa ser lapidado para
brilhar, uma pessoa com autismo merece e deve ser
acolhida, cuidada e estimulada a se desenvolver.

Ana Beatriz Barbosa Silva


FIGUEIREDO, Gabriela de Jesus. ATUAÇÃO DO PSICOLOGO ESCOLAR NA
INCLUSÃO DA CRIANÇA COM AUTISMO.2021. Número total de folhas. Trabalho
de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia) – Faculdade Pitágoras, Teixeira
de Freitas, 2021.

RESUMO

Palavras-chave: Autismo. Inclusão. Atuação do psicólogo.

Figueiredo, Gabriela de Jesus. PERFORMANCE OF THE SCHOOL


PSYCHOLOGIST IN THE INCLUSION OF CHILDREN WITH AUTISM. 2021.
Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia)
– Faculdade Pitágoras, Teixeira de Freitas, 2021.

ABSTRACT

Keywords: Autism. Inclusion. Psychologist's role


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CID Classificação Internacional de Doenças

DSM-V Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais

PEPSIC Periódicos Eletrônicos de Psicologia

SCIELO Scientific Eletronic Library Online

TEA Transtorno do Espectro Autista


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................13
2. COMREENDENDO O TRASNTORNO DO ESPECTRO AUTSTA (TEA) .........15
2.1.TEA E A INCLUSÃO ESCOLAR..........................................................................19
3. TÍTULO DO SEGUNDO CAPÍTULO DA REVISÃO...............................................
4. TÍTULO DO TERCEIRO CAPÍTULO DA REVISÃO...............................................
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................
REFERÊNCIAS...........................................................................................................21
13

1 INTRODUÇÃO

O autismo, ou transtorno do espectro autista é extremamente complexo, por


se tratar de um transtorno global do desenvolvimento, que é conhecido por causar
comprometimentos na linguagem, na interação social e no comportamento
disruptivo. Isso porque as funções neurológicas da criança não se desenvolvem
como deveriam, havendo assim uma grande variação dos sintomas na comunicação
social. Quando se inclui um aluno com Transtorno do Espectro autista na escola
regular, torna-se necessário que se compreenda o conceito sobre o autismo.
Portanto será apresentada a parte histórica sobre o autismo, juntamente com suas
características, para que assim se busque práticas de intervenção que auxilie no
processo educacional e que seja um ambiente favorável para o acolhimento desses
alunos.
A escolha pelo tema deve-se ressaltar o fato em que mostra a importância
que o psicólogo tem diante a esse processo de inclusão do aluno com Transtorno
do espectro autista, e compreender quais são as dificuldades enfrentadas pelo
portador desse transtorno, juntamente com sua escola, pais e professores. A cada
cento e cinquenta crianças nascidas, uma e diagnosticada com autismo, onde a
maior parte dessas crianças possuem um déficit quantitativo e qualitativo na
comunicação. No entanto, isso não impede que a criança consiga e nem possa
desempenhar seu papel social de forma bastante satisfatória.
Partimos da hipótese de que o psicólogo vai enfrentar muitas dificuldades
para atuar na inclusão de uma criança com transtorno do espectro autista na
escola, e que estas dificuldades em muito estão relacionadas primeiramente com a
formação do professor que não possui um conhecimento adequado sobre o tema,
causando assim sofrimento para ambas as partes, o professor por não saber lidar
com a situação, e aluno por não conseguir acompanhar as aulas e nem ter uma
interação com os outros alunos. De fato, quando se tem um conhecimento sobre o
tema, as dificuldades encontradas, consequentemente será de mais possibilidades
na realização da inclusão do aluno com autismo, utilizando meios adequados para
promover sua socialização, aprendizagem e interação pois não se trata apenas de
incluir o aluno ao meio e sim produzir conhecimento sobre o meio para contribuir
com melhorias significativas no âmbito escolar.
14

Através dessa abordagem o presente trabalho foi formulado a parti do


seguinte questionamento: Quais as principais dificuldades apresentadas para
inclusão do autista na escola? Assim foram formulados os objetivos a serem
seguidos, objetivos esses como objetivos gerais que busca identificar quais
dificuldades o psicólogo encontra em sua atuação na inclusão do aluno com TEA.
Seguindo por objetivos secundários que objetiva a compreender a importância da
inclusão do autista no âmbito escolar. Descrever a atuação do psicólogo no cenário
de inclusão e discutir sobre as legislações a esse tema, bem como suas
contribuições e funções.
O presente trabalho realizado foi de uma Revisão de literatura e
bibliografias, onde se realizara análise de artigos e obras de caráter cientifico que
discorram acerca do tema proposto. A fundamentação teórica do estudo em
questão será construída a partir de livros, artigos científicos, Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), teses, monografias e pesquisas, de
forma exploratória, propiciando o acesso a uma gama de informações.
15

2 COMPREENDENDO O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

Entende-se o Transtorno do Espectro Autista como uma inadequação no


desenvolvimento que se apresenta nos três primeiros anos de vida. Segundo o
DSM-V, o TEA é definido por graus de comprometimento, são divididos em níveis de
gravidade desde o nível leve, moderado, até o nível severo. No grau leve, a criança
consegue se comunicar sem suporte, mas tem uma certa dificuldade em iniciar
interações sociais, tem também o interesse reduzido nessas interações, respostas
atípicas a aberturas sociais e tentativas frustradas de fazer amigos. Já no grau
moderado a criança necessita de um suporte, apresentando uma maior dificuldade
tanto na comunicação verbal quanto não verbal, além de déficits na interação social.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
(DSM V) as características diagnósticas são:
[...] prejuízo persistente na comunicação social recíproca e na interação
social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou
atividades. Esses sintomas estão presentes desde o início da infância e
limitam ou prejudicam o funcionamento diário. O estágio em que o prejuízo
funcional fica evidente irá variar de acordo com características do indivíduo
e seu ambiente. Características diagnósticas nucleares estão evidentes no
período do desenvolvimento, mas intervenções, compensações e apoio
atual podem mascarar as dificuldades, pelo menos em alguns contextos.
Manifestações do transtorno também variam muito dependendo da
gravidade da condição autista, do nível de desenvolvimento e da idade
cronológica; daí o uso do termo espectro. O transtorno do espectro autista
engloba transtornos antes chamados de autismo infantil precoce, autismo
infantil, autismo de Kanner, autismo de alto funcionamento, autismo atípico,
transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação, transtorno
desintegrativo da infância e transtorno de Asperger. (DSM V, 2014, p.53)

Algumas crianças têm alto índice de memorizar dados, mesmo que eles não
tenham sentido ou efeito prático, possuem hipersensibilidade a estímulos. Sendo
também, possível haver problemas com a alimentação por causa do seguimento de
16

sua rotina. Algumas características podem estar presentes e outras não, com
intensidade e gravidade diferentes em cada caso. Mesmo sem cura, os
acompanhamentos médico e/ou terapêutico, educacional e social promovem
melhoras no prognóstico relacionado ao desenvolvimento.
Conforme o professor, Edson Defendi:
Os sinais que caracterizam o TEA podem levar a situações nas quais
quando crianças, tendem a se isolar socialmente e apresentar baixos níveis
de vocabulário. Essa situação pode levar a uma comunicação bastante
comprometida, assim como grandes dificuldades para compreender vários
tipos de contextos, sejam emocionais ou sociais. A intervenção precoce,
embora não consiga necessariamente eliminar todas essas características,
podem conduzir a um quadro que proporcione uma vida mais integrada e,
de certa forma, mais independente. (Defendi, Edson, pág. 06)
De acordo com estudos, a incidência do TEA é maior em pessoas do sexo
masculino e, conforme já destacado, incide igualmente em famílias de diferentes
etnias, localizações geográficas ou classes sociais. Ou seja, por todo mundo.
Edson Defendi, ainda afirma que:
O autista tem como característica uma extrema solidão – o chamado
isolamento autístico. Em função dele, a criança desconsidera, impede ou
ignora a presença do outro e das coisas que chegam de fora de seu
ambiente. Portanto, as crianças autistas apresentam, desde seus primeiros
anos de vida, uma incapacidade acentuada para desenvolver relações
interpessoais. Algumas crianças autistas têm ausência de toda forma de
comunicação, enquanto em outras há ocorrência de ecolalia (repetição
constante e descontextualizada de palavras ou frases). Em relação com as
mudanças no ambiente e a rotina, há uma obsessão por manter as coisas
no lugar, pela igualdade. Essa manutenção da ordem só pode ser rompida
por decisão do próprio autista. (Defendi, Edson. Pág. 10)

Silva et al (2012) nos relata que uma criança com TEA, (transtorno do
espectro autista) pode apresentar uma extraordinária capacidade de inteligência,
sendo capaz de tocar maravilhosas melodias no piano, sem nunca ter ido a uma
aula de música, ou até mesmo que desenvolva habilidades com cálculos
matemáticos, sem nenhuma aprendizagem escolar sobre o assunto. Porém, é
possível que haja limitações no raciocínio, na aprendizagem de crianças com
autismo. Existem também tipos de genialidade que podem estar presentes no TEA,
17

que são conhecidos como os savant, mais conhecidos como pessoas brilhantes
que apresentam habilidades extraordinárias e que segundo pesquisas, apenas
10% das pessoas com TEA possuem essa capacidade.
Conforme Ana Beatriz Barbosa Silva, Mayra Bonifácio Gaiato e Leandro
Thadeu Reveles:
Como já dissemos no decorrer do livro, as dificuldades que as
pessoas com funcionamento autístico apresentam são muitas, com
variados níveis de comprometimento, que vão desde traços até a falta
total de interação social. Mas algo de extraordinário ocorre com
algumas pessoas com autismo. Elas podem, ocasionalmente, sentar-
se num piano e tocar melodias magníficas, sem, contudo, terem
freqüentado qualquer escola de música; fazer cálculos matemáticos
como se fossem os maiores gênios da humanidade; ou, ainda,
começar a ler com 2 ou 3 anos, sem jamais terem ido à escola! O
autismo, ao mesmo tempo em que preocupa, exerce certo fascínio
sobre a opinião pública. Certas características típicas do autismo,
como a obsessão por assuntos específicos, a atenção voltada a
detalhes, o hiperfoco e a capacidade de pesquisar um assunto
exaustivamente, fazem com que algumas pessoas do espectro autista
sejam magníficas em determinados quesitos. Esse funcionamento
mental propicia um hiperfuncionamento em áreas específicas do
cérebro, em detrimento de outras. O nosso cérebro funciona como um
conjunto de sistemas integrados, como se fosse uma orquestra,
porém, em determinadas pessoas com autismo, a integração desses
sistemas não é completa. Dessa forma, certas regiões do cérebro
podem funcionar sem a interferência de outras, resultando em
talentos e habilidades excepcionais que, normalmente, não vemos
nas demais pessoas. Segundo Darold Treffert, psiquiatra e
pesquisador norte-americano, cerca de 10% das pessoas com
autismo são brilhantes em algumas tarefas. De forma geral, essas
potencialidades espetaculares estão relacionadas às áreas de
memória, cálculos matemáticos, cálculos de calendários, desenhos,
artes plásticas, música, literatura e outras de conhecimentos gerais.
Pessoas com tamanha capacidade também podem ser chamadas de
savants (sábios, em francês). Os savants são poucos no mundo e
apresentam "ilhas" de conhecimento em um cérebro com tantas
outras "falhas" ou deficiências. As pessoas costumam confundir
indivíduos portadores de síndrome de Asperger,
18

um quadro mais leve do espectro autista, com gênios ou savants.


Quem tem síndrome de Asperger geralmente apresenta interesses
restritos, mas nem sempre são brilhantes nesses interesses. Já os
portadores da síndrome de Savant (os savants) apresentam, de
maneira extraordinária, no mínimo uma habilidade especial. Essas
aptidões estão sempre acompanhadas de uma memória prodigiosa,
como se fosse uma memória de computador. Vale ressaltar que,
embora a síndrome de Savant possa surgir em conseqüência do
autismo, somente uma minoria dos que têm um funcionamento
mental autístico são de fato savants ou gênios. Embora não
possamos afirmar, grandes personalidades do passado
apresentavam características semelhantes ao do espectro autista,
tais como Leonardo da Vinci, Isaac Newton e Albert Einstein. Já no
mundo da ficção científica, o doutor Spock, sábio vulcaniano de
orelhas pontudas, de Jornada nas estrelas, apresenta algumas
características de síndrome de Asperger: racionalidade extrema e
incapacidade de apreciar as convenções sociais. Seguindo o mesmo
raciocínio, o brilhante investigador britânico Sherlock Holmes também
poderia ser um savant do espectro autista. Ele ficou famoso pela sua
dedicação obsessiva em desvendar crimes e mistérios, com métodos
científicos e lógica dedutiva, aliada a uma dose generosa de
isolamento social. Hábil em perceber detalhes que passavam
despercebidos aos outros, Sherlock era extremamente persistente e
focado em suas buscas, bem como incapaz de se sugestionar por
emoções ou sentimentos. Tanto Spock quanto Holmes são
personagens fictícios, e seus traços de autismo foram usados
como instrumentos vantajosos em suas profissões. (Silva; Gaiato;
Reveles. Págs 100/101).
O conceito de TEA ainda é novo e pouco compreendido. Por esse motivo as
pessoas costumam usar a expressão “autista” para nominar todas as variações do
transtorno do espectro autista, no entanto como o TEA não e é único em sua
forma, o correto a ser utilizado é o termo TEA, compreendendo que este espectro é
caracterizado por possuir variações que “transitam pela tríade de deficiências nas
áreas social, de comunicação e de comportamento, mas nem sempre todas essas
dificuldades aparecem juntas no mesmo caso” (SILVA et all, 2012, p. 64).
As características são as que fazem de cada autista, um ser único, dentro do
TEA existem inúmeras características, os problemas de longo prazo podem incluir
dificuldades, porém, essas dificuldades são diferentes para cada pessoa com TEA
19

e isso faz com que as pessoas se confundam como se existissem diferentes tipos
de autismo. Contudo o que existe são diferentes níveis de gravidade dentro de um
grande espectro, havendo assim a necessidade de uma forma específica de
inclusão para cada um, abrangendo cada particularidade.

2.1 TEA E INCLUSAO ESCOLAR

Durante muito tempo a luta pelo direito da criança com TEA tem sido marcada
por grandes lutas e grandes conquistas, no entanto ainda hoje no Brasil há uma
grande preocupação com a inclusão da criança com TEA na sociedade. Diante disso
destaque-se a Associação Brasileira de Autismo (ABRA) que têm como lema “a
União faz a Força”, todos na luta por direitos igualitários para as crianças com
autismo (SILVA et al, 2012, p. 115).
Cada vez mais a sociedade, pela falta de incompreensão, os mantém
afastados da convivência social. A inclusão é um termo relativamente recente,
ouvindo-se falar pela primeira vez no Brasil nos meados dos anos 90. Devido ter um
sentindo amplo, a palavra inclusão pode ser confundida com a palavra integrar.
Contudo enquanto a integração defende apenas a prioridade do direito
buscando apenas inserir parcialmente e condicionalmente, a inclusão conjectura o
direito de todos, sem restrição ou condição. A inclusão do aluno com TEA deve ser
compreendida como um processo que visa socializar, interagir e devolver as
habilidades da criança, tendo sempre o respeito pela sua particularidade.
Atualmente, o indivíduo com TEA e pouco ou nada, compreendido pela
sociedade que se distancia do princípio de inclusão devido à falta de conhecimento
sobre o assunto. (ORRÚ, 2012). Tal incompreensão vem provocando conceitos que
se distanciam das reais necessidades da pessoa com TEA, especialmente, no que
tange a sua aceitação em diversos ambientes, a exemplo, na escola.
De acordo com Orrú:
[…] quando as pessoas são questionadas sobre o autismo, geralmente são
levadas a dizer que se trata de crianças que se debatem contra a parede, tem
movimentos esquisitos, ficam balançando o corpo, e chegam até dizer que
são perigosos e precisam ser trancados em uma instituição para deficientes
20

mentais. São falas que revelam desinformação a respeito dessa síndrome


(ORRÚ, 2012, p. 37).
A escola para o indivíduo com TEA acaba se tornando a primeira experiência
social, pois e nesse âmbito escolar que se aprende a viver e a conviver com
diferentes pessoas. Para uma criança sem o transtorno do espectro autista, essa
experiencia vem acompanhada de grandes expectativas, no entanto para a uma
criança com TEA, a experiencia se torna mais difícil, pois envolve a comunicação,
interação e a socialização. Há casos de crianças com traços de autismo leve que
conseguem desenvolver facilmente a rotina. Porém, como existem variações no
TEA, uma vez que o aluno possui maiores dificuldades no seu comportamento que
venha comprometer sua socialização e a comunicação com os demais colegas,
tornasse necessário um acompanhamento em tais casos. Para que essa adaptação
possa acontecer, a criança necessitará de acompanhamento educacional
personalizado e individual. (SILVA et al, 2012, p.75)
É preciso que todos estejam engajados nessa luta pela inclusão da criança no
convívio escolar. Os professores precisam estarem atentos as necessidades usando
uma metodologia onde o aluno vai conseguir acompanhar e que incentive no
desenvolvimento de suas potencialidades, onde será reforçado o aprendizado, para
que isso aconteça o professor tem que estar apto a fim de promover a inclusão
escolar.
21

3. A legislação x inclusão social

De acordo com o Decreto nº 3.298/99, art. 3º, aprovado pelo Conselho


Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência:

Deficiência é toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função


psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o
desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o
ser humano (BRASIL, 1999, p. 1).

Portanto, a deficiência é qualquer alteração nas funções normais de um


indivíduo, podendo ser permanente, quando é irreversível e estabilizada com
tratamentos aplicados, ou não permanente, sendo alterado dependendo das
condições em que o indivíduo for submetido. Quanto aos incapazes, aqueles com
redução efetiva da capacidade da integração social, e os reabilitados aqueles que
mesmo deficientes foram qualificados e estão aptos a exercer funções mesmo que
diferentes das exercidas anteriormente.

O portador de deficiência, no sentido em geral, possui algumas garantias


fundamentais embasado principalmente no princípio da igualdade, alicerce da
sociedade atual. Assim, a Assembléia Geral das Nações Unidas, desde 1948 na
Declaração Universal dos Direitos do Homem, preceitua que:

Art. 1º Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em


direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os
outros em espírito de fraternidade. Art. 2º Todos os seres humanos podem
invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração,
sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua,
de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de
fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação.

O princípio da igualdade/isonomia é assegurado através dos artigos 3°, IV e


5°, caput, da Constituição Federal Brasileira, onde garante o tratamento igualitário
a todos perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, tornando-o assim um
princípio informador dos demais direitos.
A ordem é que todos devem ser tratados de forma igualitária, almejando-se
acabar com a discriminação de qualquer natureza, seja por gênero, classe social,
22

opções ideológicas, posicionamento financeiro, raça, ou até mesmo diferenças


biológicas, como psíquicas e físicas.
Moraes, contextualiza o seguinte:

A Constituição Federal de 1988 adotou o princípio da igualdade de direitos,


prevendo a igualdade de aptidão, uma igualdade de possibilidades virtuais,
ou seja, todos os cidadãos têm direito de tratamento idêntico pela lei, em
consonância com os critérios albergados pelo ordenamento jurídico
(MORAES, 2003, apud PEREIRA, 2017, p. 32).

Esta garantia constitucional proporciona o tratamento a sociedade dado pela


lei, e em consonância com o entendimento de Delgado, ressalta as garantias do
trabalhador portador de deficiência:

O preceito magno propiciou importantes avanços no que toca à proteção do


portador de deficiência. A legislação previdenciária, por exemplo, agregou
restrição indireta à dispensa de empregados portadores de necessidades
especiais: estipulou que o obreiro submetido a processo de reabilitação
profissional somente poderia ser dispensado mediante a correlata
contratação de outro trabalhador em situação semelhante (art. 93, § 1s, Lei
n. 8.213/91). Obviamente a regra só se aplica àqueles que já tenham, de
fato, retornado ao trabalho, uma vez que os afastados por razões médicas
não podem sofrer a ruptura contratual por vontade empresária (art. 471,
CLT) (DELGADO, 2012, p. 814).

Outro princípio com enorme relevância para a proteção dos portadores de


deficiência é o da dignidade da pessoa humana. O princípio da dignidade da
pessoa humana consiste em uma garantia constitucional onde pode ser observada
expressamente no art., 1º, III, onde a constituição federal transforma a dignidade
da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito.
No tocante a dignidade da pessoa humana direcionada aos deficientes, é
valido ressaltar a Lei nº. 7.853/89 quem em seu art. 1º, §§ 1º e 2º, diz o seguinte:

Art. 1° - Ficam estabelecidas normas gerais que asseguram o pleno


exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de
deficiência, e sua efetiva integração social, nos termos desta Lei.

§ 1° - Na aplicação e interpretação desta Lei, serão considerados os valores


básicos da igualdade de tratamento e oportunidade, da justiça social, do
respeito à dignidade da pessoa humana, do bem-estar, e outros, indicados
na Constituição ou justificados pelos princípios gerais de direito.

§ 2° - As normas desta Lei visam garantir às pessoas portadoras de


deficiência as ações governamentais necessárias ao seu cumprimento e
das demais disposições constitucionais e legais que lhes concernem,
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afastadas as discriminações e os preconceitos de qualquer espécie, e


entendida a matéria como obrigação nacional a cargo do Poder Público e da
sociedade (BRASIL, 1989).
Um exemplo para inclusão está na dignidade do trabalho, como ser
humano, deve ser profunda ressonância na interpretação e aplicação das normas
legais e das condições contratuais de trabalho, é o que fundamenta a Lei 8.213/91,
criada em 24 de Julho de 1991 a qual determina cotas mínimas de trabalhadores
com algum tipo de deficiência para as empresa com 100 ou mais empregados.
Martins contextualiza da seguinte forma:

O art. 93 da Lei 8.213/91 prevê que nas empresas com 100 ou mais
empregados há a necessidade do preenchimento de seus cargos com
pessoas portadoras de deficiência ou reabilitados. O preceito constitucional
tem por objetivo que o deficiente possa ter meios de subsistência, inclusive
de sua família, exercendo atividade remunerada, retirando, de certa forma,
esse dever do Estado (MARTINS, 2013, apud PEREIRA, 2017, p. 35).

Muitas empresas preferem arcar com o pagamento das multas por


descumprimento da lei, ao invés de investir na capacitação e adaptação dos
trabalhadores.

Ressalte-se que a aceitação do argumento de ausência de qualificação


profissional por parte do Poder Judiciário é preocupante, por ser ele o principal
responsável por garantir o cumprimento dos direitos fundamentais e o exercício
pleno da cidadania e dignidade dos seus jurisdicionados.

A despeito de críticas à contagem do número de portadores de deficiência


no país, a deficiência ainda exclui milhões de brasileiros. Esse grupo que, de
acordo com o IBGE, já soma 45,6 milhões de pessoas ou quase um quarto da
população, tem taxas de escolarização menores do que as de pessoas sem
deficiência. A desigualdade se repete nos indicadores de ocupação e rendimento
(OLIVEIRA, 2017).

O Direito a inclusão social é tratado como um direito social e garantia


fundamental, pela Constituição Federal em seu art. 6º e 7º, onde fala:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho,


a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.
24

Em suma o direito a inclusão social consiste em que toda a pessoa, sem


distinção, tem o direito de prover seu próprio sustento, trabalho, saúde, educação,
lazer, convivência em sociedade, entre outros.

Maranhão assevera que:

A exposição teve origem num ritmo que visava à exclusão de seres


maléficos. As pessoas expostas eram consideradas maléficas porque
constituíam uma ameaça ao rei ou à comunidade, criança que possuíam
qualquer deformidade reflete a ira divina e, com a exposição tornavam-se
purificadoras das faltas da comunidade ou bodes expiatórios. Quando
sobreviviam, transformavam-se em seres benéficos e redentores para a
sociedade que os banira (MARANHÃO, 2005, p. 24).

3.1 – Inclusão social x Autismo

A inclusão dos autistas não deve acontecer somente na comunidade, mas


também nas instituições de ensino e principalmente no mercado de trabalho, onde
a pessoa irá colocar suas habilidades em prática, desenvolver-se e buscar atingir
seus objetivos.

“Desde dezembro de 2012, a pessoa com TEA (Transtorno do Espectro


Autista) é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais,
conforme estabelecido pela Lei n° 12.764/2012. Portanto, é relativamente nova a
inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho por meio da Lei de Cotas, um
mecanismo afirmativo para garantir a equidade de pessoas que ao longo da vida
sofrem preconceitos e desigualdades em nossa sociedade”, ponderou a assessora
técnica do Departamento de Assistência Social da Fundação FEAC, Regiane Costa
Fayan.

Conforme pesquisas, eles são concentrados, focados e objetivos. Possuem


habilidades específicas em organização, facilidade no cumprimento de regras e
normas, são pontuais e responsáveis. Isto, porque varia em cada caso e em seus
níveis.

No sentido educacional e legislativo, no dia 27 de dezembro de 2012, foi


sancionada a Lei nº 12.764, cujas disposições instituíram a Política Nacional de
Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista,
estabelecendo direitos a integridade física e moral, a inclusão social, a igualdade, a
25

dignidade da pessoa humana, bem como o reconhecimento do autista como uma


pessoa com deficiência, abrangendo assim, todos os direitos legais previstos para
as pessoas deficientes.

A referida Lei nº 12.764/2012, dispõe no parágrafo 1º do artigo 1º:

Art. 1º […]

§ 1º Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa com transtorno do


espectro autista aquela portadora de síndrome clínica caracterizada na
forma dos seguintes incisos I ou II:

I – Deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da


interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação
verbal e não verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade
social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível
de desenvolvimento;

II – Padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e


atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais
estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva
aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses
restritos e fixos.

Outrossim, não basta reconhecer o direito ao estudo, é preciso tornar esse direito
uma realidade com o acolhimento nas escolas. Recusar a matrícula desses alunos
especiais é passível de indenização de danos morais, conforme a decisão do
Tribunal de Justiça do Amapá:

APELAÇÃO E RECURSO ADESIVO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. DANO


MORAL. INSTITUIÇÃO DE ENSINO. MATRÍCULA. AUTISTA.
SUCUMBÊNCIA RECÍPROVA. 1 A recursa desarrazoada e arbitrária da
instituição de ensino em matricular menor portador de transtorno de
espectro autista configura ataque ao direito à dignidade da pessoa humana
e autoriza a reparação por danos morais. 2) Na ação indenizatória por dano
moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial não
implica sucumbência recíproca. 3) A ausência de sucumbência recíproca
26

impossibilita o conhecimento de recurso adesivo que tem por finalidade


apenas a majoração da indenização por danos morais. 4) recurso adesivo
não conhecido e apelação parcialmente provida. (TJ-AP – APL:
00022107020178030001 AP, Relator: Desembargador CARMO ANTÔNIO,
Data de Julgamento: 20/08/2019, Tribunal).

É de responsabilidade do Estado a formação da criança e do adolescente. E por


causa de sua condição especial, o portador de TEA tem direito a um
acompanhamento especializado dentro da escola. É o que decidiu o Tribunal de São
Paulo:

APELAÇÃO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. INFÂNCIA E


JUVENTUDE. Adolescente com Transtorno Espectro Autista (CID F 84.0).
Pretensão de fornecimento de profissional de apoio dentro da sala de aula
em escola da rede pública. Direito fundamental à educação, com
atendimento especializado a criança e adolescente com necessidades
especiais. Direito Constitucional previsto no artigo 208, III e VII, da
Constituição Federal, artigo 54, III, do Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Pleno acesso à educação por meio de todos os meios. Dever do Estado.
Possibilidade de intervenção do Poder Judiciário. Comprovação da
necessidade de acompanhante especializado em sala de aula. Inexistência
de prescrição de profissional da saúde ou pedagógico acerca da
necessidade de acompanhamento por professor auxiliar especializado em
sala de aula. Ausência de norma impositiva de profissional exclusivo à
criança. Fixação de multa diária em caso de descumprimento da obrigação.
Honorários advocatícios sucumbenciais indevidos pelo Estado, nos termos
da Súmula 421 do Colendo Superior Tribunal de Justiça. Apelo do autor
provido. (TJ-SP – AC: 100058791202082600361 SP 1000587-
91.2020.8.26.0361, Relator: Dimas Rubens Fonseca (Pres. Da Seção de
Direito Privado), Data de Julgamento: 26/03/2021, Câmara Especial, Data
de Publicação: 16/03/2021).

Além das atribuições, a Lei n° 13.977, de 2020, criou a Carteira de Identificação da


Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea). A norma ficou conhecida como
Lei Romeo Mion, que é filho do apresentador de televisão Marcos Mion e tem
transtorno do espectro autista.
27

Considerando outras demandas do cotidiano, também foram recepcionadas normas


para inclusão, por exemplo a Lei n° 13.370/2016 que reduz a jornada de trabalho de
servidores públicos com filhos autistas, a Lei n° 8.899/94 que garante a gratuidade
no transporte interestadual à pessoa autista que comprove renda de até dois
salários mínimos. A solicitação é feita através do Centro de Referência de
Assistência Social (CRAS),a Lei n° 8.742/93 - Lei Orgânica da Assistência Social
(LOAS), que oferece o Benefício da Prestação Continuada (BPC). Para ter direito a
um salário mínimo por mês, a Lei n° 7.611/2011 que dispõe sobre a educação
especial e o atendimento educacional especializado. A Lei n° 7.853/1989 que
estipula o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social,
disciplina a atuação do Ministério Público e define crimes. A Lei n°10.098/2000 que
estabelece normas gerais da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência
ou com mobilidade reduzida.
A Lei n° 10.048/2000 - Dá prioridade de atendimento às pessoas com deficiência e
outros casos.

Por todo exposto, observa-se que a previsão legal é o instrumento que permite a
efetivação dos direitos na vida prática, cuja regulamentação da proteção das
pessoas com transtorno espectro autismo é resultado da luta pelo reconhecimento
em igualdade de direitos, os quais somente são garantidos com a aplicação de
medidas que levam em consideração as características, limitações e especialidades
da pessoa com deficiência.
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REFERÊNCIAS

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de


transtornos mentais. Tradução de M. I. C. Nascimento. 5. ed. Porto Alegre: Artmed,
2014. Disponível em: http://www.niip.com.br/wp-content/uploads/2018/06/Manual-
Diagnosico-e-Estatistico-de-Transtornos-Mentais-DSM-5-1-pdf.pdf Acesso em 28
abril de 2021

BRASIL. Dispõe sobre a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista, e altera o § 3o do art. 98 da Lei no 8.112, de 11 de
dezembro de 1990. Lei nº 12.764. Presidencia da república casa civil. Brasília.
2012 Disponível em: https://jus.com.br/artigos/48333/lei-n-12-764-2012-direitos-da-
pessoa-com-transtorno-do-espectro-autista Acesso em 28 abril de 2021

CUNHA, Eugênio. Autismo e inclusão: psicopedagogia e práticas
educativas na escola e na família. Livro. 4. ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2012.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/cpdd/v16n1/06.pdf Acesso em 28 abril
de 2021.

DEFENDI, Edson. Transtorno do Espectro do Autismo. 2016, Prof. Edson Defendi.


Cartilha. Rev. Paulista de Pediatria. São Paulo, Vol. 38, 2020. Disponível em:
http://sis.posuscs.com.br/sistema/rota/rotas_84/1292/scorm/aula2/pdf/pdf_TEA.pdf
Acesso em 28 abril de 2021.

GOMES, Marise Miranda. O orientador educacional, o mediador escola e a


inclusão um caminho em construção. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2014. P 28-29.

NUNES, D. R. de P.; AZEVEDO, M. Q. O.; SCHMIDT, C. Inclusão educacional de


pessoas com autismo no Brasil: uma revisão da literatura. Revista Educação
Especial, v. 26, n. 47, p. 557-72, set-dez.2013. Disponível em:
http://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/download/10178/pdf Acesso em:
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SILVA, Ana Beatriz Barbosa; Gaiato, Mayra Bonifácio; Reveles, Leandro Thadeu.
Mundo Singular do Autismo – Entendendo o autismo. Fontanar, 2012. Disponível
em: http://alma.indika.cc/wp-content/uploads/2015/04/Mundo-Singular-Ana-Beatriz-
Barbosa-Silva.pdf Acesso em 28 abril de 2021
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