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CURSO - DISCIPULADO

Capítulo 1 - Porque estudar sobre discipulado?

“Quanto mais eu estudo o novo testamento mais convicção eu tenho que o


discipulado é a única forma de evitar a má nutrição espiritual e é o único método
para produzir cristãos maduros. ” (Keith Philips)

O discipulado nos tonará cada vez mais semelhantes a Jesus! Três razões sobre
porque devemos estudar discipulado:

1. Porque o discipulado é algo eterno


a. Na relação entre Deus e Adão (Gn 2:15)
b. Na caminhada de Jesus e os doze (Mt 4:19)
c. Na eternidade, em nossa relação com o Cristo (Jo 17:3)

2. O discipulado está presente em todas as etapas da vida cristã


a. Justificação (salvação) - Jesus disse “Ide a faça discípulos”.
b. Santificação – Tempo em que Cristo é formado em nós através da
igreja e da ação do Espírito Santo. O discipulado ocorre dentro do
ambiente da igreja (At 2:42-47)
c. Glorificação – Mesmo após recebermos o corpo glorificado, Jesus
continuará se revelando a nós por toda eternidade.

3. Discipulado é o método de Jesus


Foi a maneira que o Deus encarnado escolheu para expandir o Reino de Deus
na terra. Jesus não só implantou esse modelo, mas ordenou a igreja a
continuidade do discipulado. Todos os programas em uma igreja, sem
discipulado tornam-se incompletos. A melhor forma de consolidar a fé de alguém
é o discipulado.
Capítulo 2 – O que não é discipulado?

1. Não é terapia
Não é sobre se encontrar semanalmente, quinzenalmente para contar os
problemas somente.

2. Não é apenas amizade


Uma amizade sem objetivos mais definidos não está à altura do nível de
relacionamento que deve ser desenvolvido no discipulado. No discipulado, a
amizade é gerada com o propósito de formar Cristo. O discipulado a amizade a
um nível mais profundo, aonde eu sou sincero, verdadeiro e principalmente
amoroso. É mais que só um momento de lazer, diversão e descontração.

3. Não é um método de crescimento de igreja


Discipulado levará a noiva de Cristo a se preparar para o encontro com o noivo!

4. Não é autoritarismo
Líderes não são levantados para comandar a vida de pessoas. Jesus disse para
os pescadores O seguirem, mas seguir Jesus foi decisão deles! Líderes tem
sobre si a autoridade de Jesus, que se expressa através do servir, e o controle
do processo está nas mãos do Espírito Santo.

5. Ser um discipulador não é apenas ser um professor


Discipulado nos fará sair do campo da teoria e ir para o capo da prática. O que
ensinamos precisa ser visto em nossas atitudes. Por isso cada um de nós deve
continuar buscando o crescimento, amadurecimento.
Capítulo 3 – Os dois caminhos do discipulado

Dinâmica: Papel e caneta. Pergunta: Qual é a primeira coisa que vem à sua
mente quando eu falo a palavra discipulado? Anote. Isso que você escreveu é o
mais importante para você sobre o discipulado. Porém nem sempre é o mais
importante no geral!

Discipulado é um termo homônimo. Exemplo: manga (fruta ou parte da camisa?).


Nenhuma das definições está errada, precisamos entender o contexto.
Jonas Madureira em seu livro O custo do discipulado afirma que “discipulado é
uma palavra com dois significados: ato de ser como Jesus e o ato de colaborar
com a formação de Cristo em outro”.

Embora exista dois caminhos, o segundo ato só acontece quando o primeiro já


está acontecendo. Cada um de nós precisa desenvolver esse discipulado vertical
com Jesus. Você não pode dar o que não tem.

1. O ato de ser como Jesus


Há uma necessidade de nós conhecermos Cristo. Não falamos de um
conhecimento na teoria, mas conhecer a Jesus precisa causar um impacto de
transformação em nossa vida.
Conhecer Jesus é a atitude de imitar a Cristo! Isso implica em abrirmos mão da
nossa autenticidade para reproduzir as atitudes práticas de Jesus. Quanto mais
imitamos Jesus, maior será nossa influência na igreja. Que a nossa autenticidade
morra para a singularidade de Jesus cresça em nós.
A imitação de Cristo é basear toda nossa vida nas atitudes reais de Jesus
descritas na bíblia! Não há espaço para pensarmos “o que Jesus faria nesse
momento”! É perigoso criarmos um “Jesus pessoal”, de acordo com meus
gostos!
Para conhecermos Jesus precisamos gastar tempo com as escrituras.
Precisamos estudar mais os evangelhos, os apóstolos... identificar nossas
origens, o estilo de vida dessas pessoas para podermos imitá-los. Se voltarmos
a imitação de Jesus viveremos o verdadeiro evangelho. Depois precisamos
gastar tempo com o Espírito Santo. Ele vai vivificar tudo o estamos estudando!

2. Colaborar com a formação de Cristo em outros


É parte visível de Jesus em nós sendo visto por outras pessoas. Quando eu
estou demonstrando a natureza de Cristo em mim a fim de ensinar outros a
adquirirem essa mesma natureza. Isso acontece na vida da igreja! O discipulado
é exatamente esse estímulo, essa transferência da natureza de Jesus.
O discipulado acontece num ambiente colaborativo. O discipulador manifestando
Cristo na prática e o discípulo se esforçando, como um precioso aprendiz.
O discipulado é mais visível fora dos “ambientes espirituais” (você já levou seu
discípulo para andar de carro com você?).
Fatores para o discipulado ser efetivo:
a. É de Cristo e para Cristo – a autoridade é de Cristo, o discipulador é só
um representante. Um discípulo formado não é para glória do
discipulador, porque não abençoa o discipulador, abençoa a igreja de
Jesus! É para glória de Cristo. Quanto mais de Cristo existir na vida de
alguém maior será o potencial de formar discípulos. Não é sobre
eloquência, número de seguidores, etc.

b. Discipulado não é que eu acho, mas o que Cristo deseja - No discipulado


obedecemos a bíblia! Um discipulador sempre deve apontar para bíblia.
Não é sobre opinião particular, é sobre Cristo e sua palavra.

c. Discipulado é ver Cristo no outro e não você – Quando Paulo fala sobre
sermos imitadores dele ele estava apontando Cristo nele, o cristão que
ele se tornou. Não queira formar pessoas a partir de quem você é!
Capítulo 4 – O discipulado de Jesus

Todo cristão é um discípulo de Jesus. Não temos direito de escolher entre ser
ou não um discípulo. Diariamente Jesus nos convida para o discipulado.
O discipulado traz dois objetivos principais: transformação e nos colocar numa
missão (Mt 4:19).

1. Transformação: “e Eu os farei...”
Jesus não nos dá uma missão sem antes nos transformar. O convite de Jesus
ao seu discipulado e nos levar andar de acordo com a vontade Deus.
Jesus não quer nos reformar. Não é sobre uma nova versão de nós mesmos. É
preciso “nascer de novo”. Pedro nunca conseguiria liderar a igreja sendo um
pescador melhorado. O chamado de Jesus ao seu discipulado é sobre viver uma
vida!
Lc. 22:31 – Já havia se passado 3 anos e Pedro ainda estava num processo de
conversão, mas Jesus sabia que ele poderia se tornar alguém que ajudasse
outras. Discipulado é um convite diário a transformação.

2. Missão
Não existe discipulado sem missão. Não existe missão sem discipulado.
Precisamos aprender a ter uma vida missional em nosso cotidiano. Seja um
ótimo pai, um ótimo filho. Glorifique a Deus em seu trabalho, e as pessoas à sua
volta serão tocadas pelo poder do evangelho visível em sua vida.
Pedro largou tudo para seguir Jesus. No discipulado somos convidados a largar
tudo que nos atrapalha para segui-Lo (Hb 12:1).
Capítulo 5 – O custo do discipulado (Lc 14:25-34)

Os três custos principais do discipulado:


1. Amor
O nível de amor, afeto que temos pelas pessoas que nos cercam não podem
superar o amor que temos por Jesus. Eu amo minha esposa porque eu amor a
Jesus. Jesus deve estar no centro.
“A minha consciência Senhor não duvida. Antes tenho a certeza de que te amo.
Feriste o meu coração com a Tua palavra e te amei. O céu, a terra e tudo que
neles existem dizem-me por toda parte que te ame, mas o que eu amo quando
te amo? ” – Agostinho. O que você ama quando você ama a Deus? É simples
amar alguém que vemos! Você está disposto a amar mais Jesus do que sua
família? Então você está apto a ser discípulo de Jesus.

2. Sofrimento
No Brasil ainda temos liberdade de culto, mas há muitos países em que não há
liberdade. Você está disposto a passar sofrimento, perseguição pela causa de
Cristo? A mensagem de Pedro para os que estavam sendo perseguidos era
“Fiquem firmes”. No meio da dor da perseguição existe a presença de Deus!

3. Desapego
Jesus nos convida a desapegar de nós mesmos. Você está disposto a morrer
para você mesmo para ser meu discípulo. Só existe um trono em nosso coração,
quem irá ocupa-lo? Renúncia sem relacionamento torna-se religiosidade!
Renunciar tudo para que Cristo possa viver em nós é motivo de glória.
Capítulo 6 – Os 4 R’s do discipulado

1. Relacionamento
É a porta de entrada do discipulado. Antes de entrar no discipulado é necessário
construir um relacionamento. Sem relacionamento o discipulado não sobrevive.
É necessário conhecer muito bem meu discípulo. A partir da comunhão do
Espírito Santo eu crio uma relação de amor com meu discípulo, e isso me dá voz
na vida dele.
“Pedro, tu me amas? Então cumpra a sua missão. ” Existe amor na relação de
Pedro com Jesus. Não se repreende antes de amar. Filhos aceitam a repreensão
dos pais num ambiente de amor. Crie o relacionamento, e só então discipule.

2. Revelar (Jo 1:29-37)


Nosso discipulado funciona como uma seta que aponta pra Jesus. Precisamos
revelar Jesus através da nossa vida aos nossos discípulos. Nossa fala não deve
ser “Jesus te ama”. Nossa fala deve eu te amo, Jesus amando as pessoas
através de nós. Sobre revelar Jesus, há 3 pontos que devemos revelar:
a. A graça de Jesus – Devemos revelar o amor de Jesus pelos discípulos, a
graça que alcança, perdoa nossos pecados e nos transforma. Pode ser
que as coisas não aconteçam instantaneamente no discipulado. Revelar
a graça de Jesus é um processo.

b. O perdão de Jesus – A igreja tem o poder de perdoar pecados. É olhar


para as pessoas e dizer “nós como igreja perdoamos você”.

c. A santidade de Jesus – Ao caminhar junto com seu discípulo suas atitudes


revelam a santidade de Jesus. Só o “vida na vida” vai revelar a santidade
de Jesus.

3. Restaurar
Está conectado diretamente com a santificação da pessoa. É a parte mais árdua,
trabalhosa. É o momento em que o ferro está sendo afiado. O discipulador torna-
se o “coaching da morte”. É o ministério da faquinha. Atenção: Senão trabalhou
bem os dois primeiros R’s então volte e trabalhe, para que nessa etapa você
tenha êxito.
Como “matar” alguém?
a. Leve seu discípulo a entender que ele deve perder a vida para encontrar
Cristo.

b. Leve seu discípulo a identificar os seus erros (você está errado).

c. Leve seu discípulo a entender que independentemente da situação


importa que Cristo seja formado em mim!

4. Reposicionar
O último nível do discipulado. O momento que ajudo o discípulo a encontrar sua
missão e o encaminho.
1º passo – Ele deve fazer com outros a mesma coisa que foi feito com ele
(discipulado). É sobre dar continuidade à mensagem que recebemos. O mar
morto é morto porque ele recebe a vida mas não passa adiante.

2º passo – Reposicione na sociedade. Não tem a ver com se tornar um pregador


de plataforma, tem a ver com ser o melhor no que Deus te chamou para fazer.
O discipulador não precisa ter todas as respostas. Os dois podem orar juntos e
buscar a ajuda do Espírito Santo, que nos guia a toda verdade. É um exercício
em conjunto de escutar o Espírito Santo.
Capítulo 7 – Discipulado na prática

1. Convite à morte
O discipulado não é gostoso, não é prazeroso. É um convite à morte. Mas é
necessário.
No discipulado cuidamos das áreas mais escuras do interior da pessoa. Quando
exploramos essas áreas descobrimos as raízes e respostas do porque somos
assim.

2. Cavando pelas perguntas certas


Precisamos aprender a discipular fazendo perguntas. Um conselho não é tão
importante quanto uma pergunta.

Porque tenho que fazer perguntas?


a. Para extrair informações do passado - A maioria dos problemas do
presente foram situações do passado que não soubemos resolver.

b. Para criar um ambiente de confiança de segurança (saudável) - Gera


mais conexão.

c. Para criar um vínculo mais profundo de amor – Quando eu paro para ouvir
e faço mais perguntas você está dizendo “eu me importo com você”

Como fazer a pergunta certa?


a. Estude sobre o tema, se aprofunde. Existem estudos sobre isso.

b. Peça o auxílio do Espírito Santo.

c. Peça o dom de palavra de conhecimento.

Quando eu sei que fiz aas perguntas certas? Quando as resistências foram
vencidas e o discípulo está abrindo o coração.

Fiz as perguntas certas, e agora? Peça inspiração do Espírito Santo para liberar
uma palavra de Deus para trazer cura e restauração para vida do discípulo.

Discipulado também acontece quando estou em oração pela vida do discípulo,


ouvindo de Deus direções para aquela pessoa.
PERGUNTAS MOVEM PESSOAS DA DEPENDÊNCIA PARA
INDEPENDÊNCIA! Isso significa maturidade!

3. Conhecimento
No discipulado preciso me habituar a compartilhar o que estou aprendendo. O
que você tem lido, aprendido? Você compartilha isso com seu discípulo? Ele
compartilha com você? Crie essa cultura!
Quando compartilhamos o que estamos consumindo diminuímos o risco de
entrar em heresias! O discipulado tem que trazer crescimento, alinhamento.

Atenção: A resposta determina o investimento que você fara na vida de alguém!

Algumas pessoas não estão respondendo ao processo e você está preso a


essas pessoas! Conselho: Seja amigo, não seja discipulador! Está tudo bem
essas pessoas ficar sentada no banco da igreja! Sempre haverá pessoas com
desejo de serem curadas, restauradas, encontre essas pessoas! Não tenha
medo de abrir mão! Procure respostas sobre os seus discipulados se está
valendo a pena!

Pausa para dinâmica – procure seu discípulo e converse com ele sobre como
está sendo o discipulado (momento de cura, restauração, pedido de perdão,
quebrantamento). Vamos continuar ou vamos parar por aqui?

4. Oração
Não é sobre ensinar seu discípulo a orar somente. É sobre ouvir seu discípulo
orando. A oração revela o coração, a teologia do seu discípulo.

Algumas expressões do seu discípulo na oração vão revelar algumas carências


que precisam ser trabalhadas.

Marque encontros de oração com seu discípulo. Aproveite para revelar sua
caminhada de oração para seu discípulo. O influencie a ter mais fome e sede,
paixão por Jesus. A nossa vida de oração pode inspirar nossos discípulos a ir
mais profundo em Jesus.

5. Cultura da submissão
A partir do momento que nascemos de novo podemos acessar honra e
submissão na pessoa de Jesus (Fp. 2)

Aprender sobre submissão é importante porque eu mato a rebeldia. Toda


liderança é instituída por Deus. Meu papel de submissão é fundamental (Davi e
Saul).

Jesus para ser submisso se entregou. Satanás para não se curvar se rebelou.
“Quando você quebra um princípio você é quebrado pelo princípio” (Josué
Gonçalves).

Respeite, ame e ore pela sua liderança. Seja leal, apoie, caminhe junto com sua
liderança.

Cristãos maduros não se submetem pelo sentimento... se submetem porque


entenderam que estão abaixo de uma missão!
Submissão é diferente de obediência. Obediência é fazer algo mesmo não
gostando. Submissão é mais profundo. É estar posicionado dentro da missão. É
estar acima de qualquer sentimento. É Jesus no Getsêmani. Saia do sentimento!
Amor não é um sentimento, não é uma decisão, é uma atitude!
Submissão.... é uma atitude!

6. Igreja
Um entendimento errado sobre a igreja gera feridas, decepções nas pessoas
(desigrejados). A igreja existe para curar, não para ferir!

Discipulado para acontecer precisa da igreja.

Ensine seu discípulo a amar a igreja, amar a noiva de Cristo. Não dá para fazer
discipulado para falar mal da noiva de Cristo, da igreja.

Ensine seu discípulo a falar bem da igreja, a fazer declarações de benção sobre
a igreja.

Ensine seu discípulo a servir a igreja! Deus não nada na terra se não for a partir
da igreja!

Ensine seu discípulo a clamar junto com a noiva e o Espirito MARANATA!

7. Confissão e cura
Não existe vida com Deus sem santificação.
Não existe santificação sem cura.
Não existe cura sem confissão.

Confissão de pecados faz parte da base da igreja. A igreja precisa ter maturidade
suficiente para criar um ambiente de confissão de pecados.

O discipulador precisa criar esse ambiente de confiança para que o discípulo


confesse seu pecado. Alguns pecados levará um tempo para restauração.

Revele a graça e o perdão para que haja cura (Tg 5:16).

Não diminua a pessoa por causa dos pecados dela. Você é tão pecador quanto
ela! Ensine a andar em santidade! É melhor confessar tentação do que confessar
pecado!

Confessar a Deus – perdão. Confessar no discipulado – cura.

Confissão traz cura, cura traz santidade.


Capítulo 8 – O fim do discipulado

O discipulado não tem fim, porque o propósito é formar Cristo. O que pode
acontecer é em uma determinada estação fazer mais sentido caminharmos com
outra pessoa. Cada situação é específica. É comum vermos irmãos caminhando
juntos por muitos anos, até pelo relacionamento que ambos construíram.

Podemos transicionar de filho para cooperador (Paulo e Timóteo).

A distância não é um impedimento. A tecnologia encurtou as distâncias. Paulo


discipulava por cartas.

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