Você está na página 1de 15

Obstrução Uretral em felinos machos: conduta e tratamento clínico

Urethral Obstruction in Male Cats: Management and Clinical Treatment


ARRUDA, Vanessa O.¹; TOLEDO JÚNIOR, João Carlos²

¹ Graduanda do curso de Medicina Veterinária – PUC Minas – Belo Horizonte/MG – Brasil


² M.V.; M.e em Patologia pela UFMG; Professor assistente IV – PUC Minas – Belo Horizonte/MG –
Brasil

Resumo: A Doença do Trato Urinário Inferior de Felinos (DTUIF) é uma das mais
frequentes ocorrências de emergências na clínica de gatos, grande parte delas associadas
à obstruções uretrais. O manejo do paciente doente é um desafio para os médicos
veterinários e as particularidades, anatômicas e fisiológicas da espécie, devem ser
consideradas. Animais com DTUIF costumam apresentar sinais clínicos não específicos
e alterações metabólicas e sistêmicas de grande importância, o que torna necessário e
urgente, antes do tratamento da afecção primária, a estabilização desses distúrbios.
Intervenções terapêuticas e cirúrgicas podem melhorar a qualidade de vida desses
animais, reestabelecer a homeostase e aumentar com qualidade a sobrevida. O objetivo
desse trabalho é dissertar sobre a Obstrução Uretral (OU) em gatos e apresentar uma
revisão de literatura de artigos e textos, publicados em periódicos de referência
veterinária, do manejo dessa síndrome.
Palavras-chaves: obstrução uretral, DTUIF, cistite idiopática felina, síndrome de
pandora, urolitíase

Abstract: Feline Lower Urinary Tract Disease (FLUTD) is one of the most frequent
occurrences of emergencies in the cat clinic, most of which are associated with urethral
obstructions. The management of the sick patient is a challenge for veterinarians and the
particularities, anatomical and physiological of the species, must be considered. Animals
with FLUTD usually present non-specific clinical signs and metabolic and systemic
changes of great importance, which makes it necessary and urgent, before the treatment
of the primary condition, to stabilize these disorders. Therapeutic and surgical
interventions can improve the quality of life of these animals, restore homeostasis and
increase survival with quality. The objective of this work is to talk about Urethral
Obstruction (UO) in cats and present a literature review of articles and texts, published in
veterinary reference journals, on the management of this syndrome.
2

Keywords: urethral obstruction, FLUTDs, feline idiopathic cystitis, pandora syndrome,


urolithiasis

1. INTRODUÇÃO

A obstrução do trato urinário em gatos é uma das mais comuns ocorrências


emergenciais em clínicas de animais de companhia sendo considerada uma manifestação
com maior potencial de desenvolvimento da Doença do Trato Urinário Inferior de Felinos
(DTUIF) (COOPER, 2015). George e Grauer (2016) relatam que a obstrução uretral (OU)
é uma emergência com uma taxa de sobrevida superior à 90%, embora as
descompensações agudas eletrolíticas e ácido básicas, secundárias, à azotemia e uremia
pós-renal sejam alterações que ameacem significativamente a vida dos animais
acometidos.

A urolitíase é considerada a condição mais comum relacionada à obstrução uretral


em felinos, sendo mais comum a formação dos urólitos de oxalato de cálcio, seguido
pelos de estruvita. A origem dos urólitos de oxalato de cálcio é incerta, existindo a
sugestão de pré-disposição genética, e sendo estes de maior importância nas obstruções
urinárias, devido à maior dificuldade de dissolução (BERENT et al., 2011; CANNON et
al,. 2007; KYLES et al., 2005; LEKCHOROENSUK et al. 2005). Outros fatores de riscos
relatados são obesidade, composição da dieta, inatividade física e estresse recorrente
(COOPER, 2015; SEGEV et al., 2011).

Segundo LEKCHAROENSUK et al. (2000), a OU representou o diagnóstico de


18% de 22 mil gatos com DTUIF, em um compilado de dados entre 1980 e 1999 de
animais levados a alguns dos hospitais-escola veterinários dos Estados Unidos
(Universidade do Estado do Michigan, Universidade Estadual de Iowa, Universidade da
Georgia e no Texas a Auburn Universidade). Conforme Lee e Drobatz (2003), dos
animais obstruídos, apenas 10% desse total, são levados à serviços de emergência.

Os aspectos de manejo da OU, Segundo Cooper (2015), incluem a estabilização


do paciente e o controle de fatores que estejam ameaçando a vida do animal, regularização
de desequilíbrios hidroeletrolíticos, metabólicos, inflamatórios e cardiovasculares. O
alívio da obstrução em si apresenta importante papel, inclusive na pós desobstrução.
3

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Etiologia

A obstrução no Trato Urinário Inferior do Felino (TUIF) resulta de uma


inflamação de vias urinárias, que normalmente ocorre pelo acúmulo de muco proteínas,
urólitos e cristais urinários, além de células sanguíneas e minerais. Pode ocorrer também,
por disfunções músculo esqueléticas, infecções e neoplasias (SEGEV et al., 2011).
Embora menos frequentes, podem ocorrer por formação de plugues de tecidos moles
associados à debris inflamatórios, fragmentos minerais e coágulos sanguíneos (NELSON;
COUTO, 2015). A obstrução pode ser total ou parcial e estar localizada desde o óstio
externo da uretra por acúmulo de cristais, ou ao longo do ureter em sua porção pélvica ou
abdominal, até a inserção na face dorsolateral da vesícula urinária (BARTGES, POLZIN,
BARSANTI, 1996; KÖNIG, LIEBICH, 2016). Segev et al. (2011) relatam ser mais
incidente em machos, por apresentarem uretra mais longa e estreita do que em fêmeas.

Na obstrução pode acontecer a perda progressiva da função renal por aumento da


pressão hidrostática, situação que requer intervenção rápida (MILLIGAN; BERENT,
2018). Além disso, repercute em consequências bioquímicas com distúrbios eletrolíticos
e ácido-base, normalmente reversíveis com terapia parenteral sintomática e de suporte
(BARTGES, POLZIN, BARSANTI, 1996).

Alguns fatores de risco identificados incluem peso corporal excessivo e


sedentarismo. Situações de estresse, associadas à Cistite Idiopática Felina (CIF) ou
Síndrome de Pandora apresentam potencial para predisposição à OU (BUFFINGTON,
WESTROPP, 2014; COOPER, 2015). Animais domiciliados que tenham restrição de uso
de caixas sanitárias, por indisponibilidade ou falta de limpeza frequente, podem estimular
a retenção urinária, com aumento da densidade desta e consequente formação de plugues
uretrais. A fonte de alimentos e ingestão de água representam importante significância na
incidência de bloqueios urinários, sendo que animais que consomem alimentos secos e
tem baixa ingestão de água estão mais pré-dispostos (SEGEV et al., 2011).

O termo Síndrome de Pandora é atribuído para descrever gatos com sinais de


doença do trato urinário inferior crônica associado a comorbidades (comportamentais,
dermatológicas, endócrinas, gastrointestinaus erc.), podendo ser atribuída a casos de CIF
recorrentes (BUFFINGTON; WESTROPP, 2014).
4

O tipo de dieta e a frequência com que o animal é alimentado pode interferir


diretamente no pH plasmático e consequentemente urinário, o que pode pré-dispor à
formação de cálculos. De acordo com Milligan e Berent (2018), o pH urinário ideal deve
ser entre 6,8 e 7,2 com densidade menor que 1.020, para auxiliar na prevenção da
formação de cálculos.

Gerber, Eichenberg e Reusch (2008), relatam que obstruções com causas


idiopáticas correspondem a mais de 53% dos casos documentados, enquanto 29% estão
associadas à urolitíase e apenas 18% à plugues uretrais. Alguns pacientes podem
apresentar obstrução funcional secundária à espasmo uretral e/ou edema, associado ou
não à formação de cálculos e plugues de muco (COOPER, 2015).

O calicivírus aparece como um dos potenciais fatores de risco de obstrução,


detectado em maior incidência em felinos obstruídos, quando comparada a gatos não
obstruídos com cistite idiopática felina (CIF). Após a urolitíase, a CIF é o diagnóstico
mais comum em gatos jovens com DTUIF (LITTLE, 2015; NIVY et al., 2019).

2.2 Fisiopatologia

A obliteração do lúmen da uretra pode ocorrer por diversos fatores, como a


oclusão intramural por deposição de debris no sítio de bloqueio, fechamento anatômico
ou injúria no sítio de obstrução, de origem mural ou extramural. Pode ocorrer inabilidade
de micção em virtude da excessiva resistência da musculatura do colo vesical ou da uretra,
que pode estar relacionado à algum trauma espinhal (BARSANTI et al., 1996).

Com o bloqueio uretral irá acontecer a dilatação da bexiga além da sua capacidade
e consequente aumento da pressão intra vesical, o que leva à ascensão da urina para os
rins. Acontece então, o aumento da pressão intratubular, que ao se opor à Taxa de
Filtração Glomerular (TFG), poderá comprometer a funcionalidade tubular renal em
concentrar a urina, assim como disfunção na reabsorção e excreção de metabólitos, íons
e água. Esse quadro, geralmente resulta em uremia, acidose e hipercalemia (LANE,
2009).

Mesmo após intervenção e liberação da obstrução, a lesão tubular permanece,


presumivelmente até a solução do desequilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico. O dano
tubular ou perda de néfrons durante o processo contribui para a poliúria acentuada da
5

diurese pós obstrução (DPO), que ocorre após o restabelecimento do fluxo urinário
normal (LANE, 2009).

A lesão aguda renal é o resultado do aumento da pressão na pelve renal e ureter,


que diminui o fluxo sanguíneo e a TFG, predispondo à inflamação e lesão tubular. A
extensão da injúria renal é proporcional à duração do tempo de obstrução e presença de
fatores de comorbidade renais previamente existentes. Uma das mudanças iniciais da
lesão renal obstrutiva é o aumento de infiltração por células inflamatórias. Macrófagos
aparecem dentro de 4 horas após o início da oclusão e a fibrose pode ocorrer quando há
persistência da hipertensão intrarrenal com lesão e perda de nefróns (BERENT 2011;
CORONEOS et al. 1997 apud CLARK, 2018; WEN et al. 1999; WILSON 1977).

2.3 Sinais Clínicos

Os sinais clínicos de obstrução e a gravidade destes, dependem do curso da


afecção, geralmente são vagos e comuns a outras DTUIF. Em geral o felino apresenta
letargia, diminuição de apetite ou anorexia, que repercute em perda de peso aguda;
vomito, poliúria ou polidipsia, polaquiúria ou até mesmo anúria. É comum apresentarem
a mímica de micção, sem expulsão de conteúdo urinário. Esses gatos podem demonstrar
dor abdominal, disúria, incontinência, urina ectópica e hematúria. O comportamento do
animal poderá ser mais agitado, sendo comum a lambedura do pênis e no prepúcio pode
haver cristais urinários, com semelhança à grãos de areia, (DOWERS, 2009; SEGEV et
al. 2011).

Bradicardia e arritmia são secundárias aos efeitos da hiperpotassemia na condução


cardíaca. Segundo George e Grauer (2016), a baixa temperatura é esperada em cerca de
40% dos pacientes, devido a diminuição da perfusão tecidual consequente à hipovolemia
e bradicardia, como explica Lee e Drobatz (2006).

2.4 Diagnóstico

Para um diagnóstico preciso é importante que o médico veterinário esteja ciente


do histórico clínico e execute bem o exame físico do paciente. O auxílio de ferramentas
geradoras de imagem é essencial em pacientes com doença uretral, podendo ser
6

solicitados exames como radiografias e ultrassonografias. Exames laboratoriais auxiliam


no monitoramento e determinação da evolução da afecção e definição do prognóstico do
paciente (COOPER, 2015; MCLOUGHLIN, 2011).

O raio-x abdominal é útil para identificar cálculos de estruvita e oxalato de cálcio,


que são mais radiopacos. A radiografia contrastada pode ser indicada para descartar
urólitos menos radiopacos como os de urato, cistina, sílica e cálculos de origem mistas
(MCLOUGHLIN, 2011). Gatos com suspeita de urolitíase tem chances de diagnóstico de
81% em radiografias abdominais, com a sensibilidade aumentando para 90% quando
associada a ultrassonografia. A ultrassonografia é aconselhada para investigar a
integridade renal, o aporte sanguíneo aos rins, exotextura do parênquima, avaliação da
pelve renal e ecogenicidade da urina, assim como podem ser visualizados pequenos
cálculos na pelve, ureter e uretra, além de pontos de inflamação, efusão, neoplasia e
nódulos na região (D’ANJOU, BE´DARD, DUNN, 2011; HOLLOWAY e O’BRIEN
2007; WIDMER et al. 2004).

A urografia excretora e a cistografia contrastada permitem a identificação de


anomalias anatômicas em gatos jovens, porém apresentam riscos para animais com TFG
comprometida, pois os veículos contrastantes são agentes vasoconstritores e de direta
citotoxidade às células tubulares renais (LANE, 2009).

São achados em exames laboratoriais hiperproteinemia, hipercalemia,


hiperfosfatemia, hipermagnesemia, hipercolesteremia, acidose metabólica, azotemia e
aumento de outros catabólicos de proteína em níveis séricos. É esperado que o gato
obstruído tenha aumento de ureia e creatinina sérica, assim como dos valores séricos de
fósforo (GEORGE; GRAUER, 2016). Segundo Lane (2009), pela urinálise é possível
determinar a densidade urinária, que pode propiciar uma investigação mais aprofundada
de tipos de cristais, além de proteinúria, hematúria e provável observação de infecção
bacteriana. A densidade urinária pode ser superior à 1040 no início da OU, mas a urina
diluída pode ser percebida em OU prolongada, como resultado do aumento da disfunção
na filtração glomerular (GEORGE; GRAUER, 2016).
7

2.5 Tratamento

Os objetivos terapêuticos de suporte e correção devem visar recobrar a


homeostase do animal, correção dos distúrbios ácido base, da desidratação e da uremia
com a fluidoterapia apropriada (LEE; DROBATZ, 2003), George e Grauer (2016)
ressaltam que os animais que se apresentem em crise urêmica, com bexiga repleta e dura
necessitam de intervenção imediata.

2.5.1 Fluidoterapia e estabilização

A administração de fluidoterapia com cristaloide isotônico balanceado deve ser


instaurada assim que fixado o cateter periférico intravenoso, para auxiliar no aporte de
volume vascular, diluir a concentração de potássio e corrigir desarranjos metabólicos,
principalmente em animais críticos (COOPER, 2015). Em se comparando o efeito do
NaCl 0,9% ao do Ringer com lactato, Cunha (2010) apresentou que o Ringer Lactato
possui maior eficiência na correção de distúrbios ácidos básicos em animais gravemente
descompensados, onde mesmo em grandes volumes não foi registrado o aumento sérico
de potássio (CUNHA et al., 2010).

Deve-se contabilizar para a fluidoterapia ideal a taxa de manutenção, acrescida do


déficit percebido na avaliação do animal e, perdas contínuas que estiverem havendo
(LANGSTON, EATROFF, 2015; SILVESTEIN, SANTOTO-BEER, 2009). Deve-se
atentar para a reposição que seja necessária à DPO. A diurese pós obstrução, acredita-se
ter origem na acumulação osmótica de substâncias ativas no sangue (diurese osmótica),
disfunção do epitélio tubular, lavagem medular, resistência ao hormônio antidiurético
(ADH) e aumento de fatores natriuréticos que surgem durante o processo obstrutivo
(HARRIS, YARGER, 1975; KLAHR, HARRIS e PURKERSON, 1988; NARINS, 1970).
Francis et al. (2010) relatam que pacientes felinos apresentaram evidências de diurese
significativa até 6 horas pós desobstrução, com produção de urina, superior à 2 mL/kg/h.

Em casos de hipovolemia, recomenda-se fluidoterapia mais agressiva, assim como


a avaliação da pressão arterial, dosagem de lactato sérico, aferição da saturação de
oxigênio, avaliação das concentrações eletrolíticas e débito urinário, que devem
complementar o exame físico, para promover a melhor conduta de tratamento e
direcionamento da terapia de restabelecimento da perfusão (LANGSTON; EATROFF,
2015).
8

O gluconato de cálcio é o tratamento de escolha para animais em severa


hiperpotassemia, bradicardia e instabilidade eletrocardigráfica. Recomenda-se que a
solução, à 10%, seja administrada na taxa de 0,5 a 1 mL x peso vivo, intravenosa, de
forma lenta (de 2 a 3 minutos) enquanto continue a monitoração eletrocardigráfica. Se
houver piora da bradicardia ou diminuição de intervado QT a infusão deve ser
interrompida. É esperado que o tratamento com gluconato de cálcio rapidamente
estabilize a condução cardíaca do paciente, porém não atua diretamente sobre a
hipercalcemia. Com uma meia vida de 20 a 30 minutos, esse tratamento é uma estratégia
para que outras medidas necessárias para redução sistêmica de potássio sejam instituídas
(GEORGE; GRAUER, 2016).

Segundo George e Grauer (2016), a suplementação de dextrose auxilia no controle


de hipercalemia a longo prazo. Uma solução de 50% de dextrose, com 1mL por kg, deve
ser diluída para alcançar uma concentração final de 10% a 20%, que poderá sr
administrada em bolus intravenoso. Esse tratamento estimula a liberação endógena de
insulina, permitindo a translocação intracelular do potássio plasmático. A administração
de uma unidade internacional de insulina intravenosa acelera essa translocação
intracelular. Porém é necessário que ao adotar esse processo o animal esteja suplementado
com a dextrose e monitoração glicêmica contínua para prevenir quadros de hipoglicemia.

O bicarbonato de sódio pode ser administrado a pacientes com hipercalcemia


grave para auxiliar na translocação intracelular do potássio plasmático, na troca com íons
de hidrogênio. O protocolo recomendado é de 1 mEq por kg, sendo a dose máxima de 4
mEq por kg, administrado intravenoso. O uso excessivo de bicarbonato pode resultar em
hipocalcemia ionizada devido ao aumento da associação do cálcio à albumina e
translocação intracelular de cálcio ionizado, potencializando uma alcalemia (GEORGE;
GRAUER, 2016).

2.5.2 Desobstrução

A desobstrução por cateterismo uretral pode ser feita no ambulatório. Para melhor
inspeção da uretra, deve-se fazer a retração do prepúcio para a exposição do pênis, sendo
recomendado a contenção química para melhor manejo e conforto do animal. Na
contenção farmacológica pode haver o emprego de miorrelaxantes, como o Diazepam,
para facilitar a inspeção e relaxamento da musculatura da uretra. (GALVÃO et al., 2010).
9

Existem vários tipos de cateteres uretrais usados no manejo da OU, todos com
benefícios e malefícios. Cateteres de polipropileno são os mais rígidos, e podem auxiliar
na desobstrução, mas também apresentam alto risco de trauma uretral. Os cateteres de
polivinil são mais maleáveis e podem ser usados na drenagem após desobstrução
(COOPER, 2015). O excesso de manipulação do pênis, associada ao comprometimento
da integridade da uretra, conforme a condição do animal, pode ocasionar ruptura uretral
e/ou ureteral (GALVÃO et al., 2010).

No processo de desobstrução pode ser usada a sedação do animal com cetamina


(de 2 a 5 mg por kg IV) associado ao diazepam (0,2 a 0,5 mg por kg IV) ouacepromazina
(0,005 – 0,05 mg por kg IV), geralmente de forma segura e efetiva. Uma nova dose da
associação escolhida pode ser administrada se for necessário mais tempo para completar
o procedimento. O diazepam pode ser uma escolha mais segura para pacientes críticos,
pois não está associado à hipotensão, como o a acepromazina. O propofol é um
medicamento eficaz, porém pode causar apneia e hipotensão como efeitos adversos
(GEORGE; GRAUER, 2016).

Existe a indicação que a sonda deverá permanecer anexada pelo menor tempo
possível, até 24 horas, para auxiliar na saída de debris, coágulos e cristais urinários. Porém
a presença do material estranho é irritativa ao epitélio e pode contribuir para a inflamação
do trato urinário (COOPER, 2015). Após a remoção da sonda, o animal deve permanecer
em observação por no mínimo 24 horas, para avaliação de recidiva e verificar se o
músculo detrusor da bexiga já retomou sua tonicidade (CORGOZINHO et al., 2007;
LANE, 2009; MORAIS, 2004)

Os autores (GEORGE; GRAUER, 2016) recomendam, após a cateterização, o


injeção de fluído e drenagem de conteúdo várias vezes é recomendada para propriciar a
remoção de debris e diminuir a incidência de reobstrução. A solução refrigerada pode ser
uma estratégia para promover a vasoconstrição e diminuir a hemorragia, em animais que
necessitem.

A cistocentese pode ser adotada quando o animal, em estado crítico, não puder
esperar a sondagem uretral. É uma terapia que promove o alívio imediato da pressão no
trato urinário (tensão vesical e pressão intra uretral) e auxilia no retorno da capacidade de
filtração glomerular. Essa técnica permite a coleta de amostra de urina não contaminada,
para análise microbiológica (COOPER, 2015; GEORGE, GRAUER, 2016). A
10

cistocentese é desaconselhada em casos de OU prolongada, ou quando o paciente possuir


o histórico de urina demasiadamente vermelha, sinal sugestivo de comprometimento da
viabilidade tecidual da vesícula urinária (LANE, 2009).

Algumas medicações promovem relaxamento da musculatura uretral incluindo a


fenoxibenzamina, acepromazina e prazosina, que atuam como alfa-1 antagonistas. A
acepromazina também causa sedação e reduz a resposta ao estresse, por diminuir a
atividade de dopamina no sistema nervoso central. A prazosina é o fármaco de escolha
para o relaxamento uretral por ter ação mais rápida, comparada à fenoxibenzamina e não
possuir efeito sedativo, quando sedação não é um benefício (COOPER, 2015).

Existe o consenso de que o uso preventivo de antibióticos não exerce papel


significativo no impedimento do desenvolvimento ao curso de infecções do TUIF
oriundas da sondagem uretral em cães e gatos (COOPER, 2015; LITTLE, 2015).

2.5.3 Pós Desobstrução

Após a remoção da obstrução é fundamental o monitoramento do débito urinário


para acompanhar a diurese pós obstrutiva e infecção bacteriana secundária. Deve-se
instaurar no animal a fluidoterapia adequada, analgesia e relaxantes uretrais
entiespasmóticos. Pode ser necessária suplementação de potássio. Os eletrólitos séricos
devem ser monitorada a cada 24 horas e pode ser necessária a suplementação de potássio
em casos de hipocalemia, principalmente em pacientes com diurese pós obstrutiva. O
tratamento analgésico é recomendado de 5 a 7 dias após o alívio da obstrução em todos
os pacientes. O acompanhamento médico deve ocorrer de 7 a 10 dias após alta médica e
a urinálise deve ser um exame de avaliação do quadro do animal (GEORGE, GRAUER,
2016).

2.5.4 Procedimento Cirúrgico

O tratamento cirúrgico irá acontecer em caráter de emergência quando os


protocolos conservativos não forem eficazes para alívio da oclusão e não houver sucesso
na desobstrução mecânica. Para esses pacientes, pode ser necessário o alívio temporário
por cistocentese, até que seja possível o tratamento cirúrgico (MCLOUGHLIN, 2011).
11

A intervenção cirúrgica é aconselhada quando recidivas do quadro de OU causam


prejuízos significativos na função renal, se houverem danos anatômicos, como estenose
uretral, por cálculos que sejam de oxalato de cálcio ou conforme a localização da
obstrução. (KYLES et al., 2005).

A uretrostomia é é indicada para obstruções recorrentes que não tenham sucesso


no tratamento medicamentoso; cálculos que não podem ser removidos por retropropulsão
com solução salina. A uretrostomia é realizada rotineiramente em gatos; entretanto,
também são descritos procedimentos de uretrostomia prépúbica e subpúbica, que visam
o mesmo objetivo, porém possuem abordagens diferentes (FOSSUM, 2015).

A uretrostomia perineal é a abordagem mais utilizada em em felinos, consiste em


um procedimento que promove o aumento do diâmetro uretral, ao criar uma abertura mais
ampla e permanente, entre a porção pélvica, mais proximal, da uretra e a pele perineal. É
o tratamento de escolha para animais machos com obstruções recorrentes, com taxas de
complicação de 13 a 25% a curto prazo e de 20 a 42% a longo prazo. A taxa de
mortalidade relatada foi de 24% (SENEVIRATNE; STAMENOVA; LEE, 2020).

Procedimentos cirúrgicos estão associados a complicações como vazamento de


urina para o interstício, incontinência urinária, estreitamento do diâmetro uretral (fibrose
ou estenose), persistência de obstrução, necroses, comprometimento da inervação,
infecções e morte. Tais intercorrências podem se dar por resultado de tratamentos
inapropriados, diagnóstico inadequado ou plano cirúrgico falho. Não observar e respeitar
a anatomia de inervação e vasos adjacentes pode implicar em hemorragias e disfunções
musculo nervosas. A falha na remoção dos urólitos, assim como estabilização inadequada
do animal azotêmico, com disfunção hidroeletrolítica e hemodinâmica, podem ameaçar a
qualidade e expectativa de vida do paciente (MCLOUGHLIN, 2011).

2.6 Prognóstico e Profilaxia

Drobatz e Cole (2008) relatam que 22%, de 82 gatos, tiveram recidiva em 6 meses
e 24% em 2 anos. Hetrick e Davidow (2013), relatam que 11%, de 192 animais, tiveram
reobstrução em até 24 horas do primeiro episódio e 24%, de 157 felinos, em até 30 dias.

Eisenberg et al. (2013) citam como fatores de risco à recidiva, a idade, sendo gatos
mais velhos mais propensos; o tempo de cateterização, quanto maior o período de
12

cateterização maior a chance de recidiva; o calibre da sonda, sondas de maior diâmetro


foram associadas a reobstruções e o uso de fenoxibenzamina ao invés de prazosina,
principalmente no período pós obstrução.

Alguns fatores de risco podem ser manejados, como peso, alimentação e ingestão
de água. O controle da obesidade e alimentação rica em líquidos podem repercutir de
forma benéfica no pH plasmático e urinário, além de evitar predispor a outras
comorbidades, como DM. Propiciar um ambiente livre de estresse e com adequação da
disposição e da quantidade de caixas sanitárias também é indicado na prevenção de OU
(COOPER, 2015; SEGEV et al., 2011).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A obstrução uretral é uma patologia que desafia os veterinários da clínica de


felinos. Além das técnicas tradicionais, novas abordagens têm permitido o aumento da
qualidade de vida e prognóstico favorável de animais com DTUIF. O tratamento precoce
aumenta a chance de sucesso e previne o agravamento de distúrbios eletrolíticos e
hemodinâmicos, que são complicadores e podem levar o animal ao óbito.

REFERÊNCIAS

BARSANTI, J. A. et al. Detrusor- treatment of malignant ureteral


sphincter dyssynergia. Veterinary Clinics obstruction in dogs: 12 cases (2006–
of North America: Small Animal 2009). JAVMA, Vol. 238, N. 8, abr.
Practice, Vol. 26, n. 2. mar. 1996. 2011. Disponível em:
Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/2149204
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article 5/. Acessado em 07 de mai de 2021.
s/PMC4739973/. Acessado em 07 de mai.
2021. BUFFINGTON, C. A. Tony;
WESTROPP, Jodi L.; CHEW, Dennis J.
BARTGES, Joseph W.; POLZIN, David (2014). From FUS to Pandora syndrome.
J.; BARSANTI, Jeanne A. Journal of Feline Medicine and
Pathophysiology of urethral obstruction. Surgery, 2014. Disponível em:
Vet Clin North Am Small Anim Pract. doi:10.1177/1098612x14530212.
Mar., 1996. Disponível em: Acessado em 05 de jun de 2021.
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/8711861/
. Acessado em 07 de mai de 2021. CANNON, Allison B. et al. Evaluation of
trends in urolith composition in cats:
BERENT, Allyson C. et al. Use of 5,230 cases (1985–2004). JAVMA, Vol.
indwelling, double-pigtail stents for 231, N. 4, Ago.2007. Disponível em:
13

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/1769685 _type_on_acid-
7/. Acessado em 07 de mai de 2021. base_and_electrolyte_status_of_cats_with
_urethral_obstruction. Acessado em 07 de
COOPER, Edward S. Controversies in the mai de 2021.
management of feline urethral obstruction.
Journal of Veterinary Emergency and EISENBERG, Beth W. et al. Evaluation
Critical Care, Vol. 25, pg 130-137, 2015. of risk factors associated with recurrent
Disponível em: obstruction in cats treated medically for
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/2559067 urethral obstruction. J Am Vet Med
7/. Acessado em 07 de mai de 2021. Assoc, 2013. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/2409426
CUNHA, Marina G. M. C. M. et al. Renal 1/. Acessado em 07 de mai de 2021.
and cardiorespiratory effects of treatment
with lactated Ringer’s solution or FOSSUM, Theresa Welch. Cirurgia de
physiologic saline (0.9% NaCl) solution in Pequenos Animais. Elsevier Editora
cats with experimentally induced urethral Ltda. 2015. 4ª Edição.
obstruction. AJVR, Vol. 71, N. 7, Jul.
2010. Disponível em: FRANCIS, Brenda J. et al. Retrospective
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/2059408 study to characterize post-obstructive
8/. Acessado em 07 de mai de 2021. diuresis in cats with urethral obstruction.
Journal of Feline Medicine and
D’ANJOU, Marc-Andre´; BE´DARD, Surgery, 2010. Disponível em:
Agathe; DUNN, Marilyn E. CLINICAL https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/2065549
SIGNIFICANCE OF RENAL PELVIC 3/. Acessado em 07 de mai de 2021.
DILATATION ON ULTRASOUND IN
DOGS AND CATS. Veterinary GALVÃO, André Luiz Batista et al.
Radiology & Ultrasound, Vol. 52, N. 1, OBSTRUÇÃO URETRAL EM GATOS
pg. 88-94, 2011. Disponível em MACHOS – REVISÃO LITERÁRIA.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10. Acta Veterinaria Brasilica, V.4, N.1, pg.
1111/j.1740-8261.2010.01729.x. 1-6, 2010. Disponível em
Acessado em 07 de mai de 2021. https://periodicos.ufersa.edu.br/index.php/
acta/article/view/1446/4501. Acessado em
DOWERS, Kristy. Nonobstructive 07 de mai de 2021.
idiopathic feline lower urinary tract
disease: How to approach a puzzling GEORGE, Christopher M.; GRAUER,
disorder. Site DMV 360, 2009. Gregory. FELINE URETHRAL
Disponível em: OBSTRUCTION: DIAGNOSIS &
https://www.dvm360.com/view/nonobstru MANAGEMENT. TODAY’S
ctive-idiopathic-feline-lower-urinary- VETERINARY PRACTICE, 2016.
tract-disease-how-approach-puzzling- Disponível em:
disorder. Acessado em 07 de mai de 2021. https://todaysveterinarypractice.com/feli
ne-urethral-obstruction-diagnosis-
DROBATZ, Kenneth J.; COLE, Steven G. management/. Acessado em 05 de jun de
The influence of crystalloid type on acid- 2021.
base and electrolyte status of cats with
urethral obstruction. Journal of GERBER, Bernhard; EICHENBERG,
Veterinary Emergency and Critical Simone; REUSCH, Claudia E. Guarded
Care, Vol. 18, N. 4, pg. 355-361, 2008. long-term prognosis in male cats with
Disponível em: urethral obstruction. Journal of Feline
https://www.researchgate.net/publication/ Medicine and Surgery, 2008. Disponível
227945516_The_influence_of_crystalloid em:
14

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/1771925 LANE, India. Urethral obstruction in cats:


5/. Acessado em 07 de mai de 2021. Catheters and complications
(Proceedings). Site DVM 360, abr. 2009 .
HARRIS, Robert H.; YARGER, William Disponível em:
E. THE ROLE OF CIRCULATING https://www.dvm360.com/view/urethral-
NATRIURETIC AND DIURETIC obstruction-cats-catheters-and-
FACTORS, INCLUDING UREA. The complications-proceedings-1. Acessado
Journal of Clinical Investigation, Vol. em 07 de mai de 2021.
56, 1975. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/1159091/ LANGSTON, Cathy; EATROFF, Adam.
. Acessado em 07 de mai de 2021. Acute Kidney Injury. August's
Consultations in Feline Internal
HETRICK, Peter F; DAVIDOW, Medicine, Vol. 7, 2016. Disponível em:
Elizabeth B. Initial treatment factors https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article
associated with feline urethral obstruction s/PMC7152133/. Acessado em 07 de mai
recurrence rate: 192 cases (2004–2010). de 2021.
JAVMA, Vol. 243, N. 4, ago. 2013.
Disponível em: LEE, Justine A.; DROBATZ, Kenneth J.
ttps://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23902444/ Characterization of the clinical
. Acessado em 07 de mai de 2021. characteristics, electrolytes, acid-base, and
renal parameters in male cats with urethral
HOLLOWAY, Andrew; O’BRIEN, obstruction. Journal of Veterinary
Robert. PERIRENAL EFFUSION IN Emergency and Critical Care, 2003.
DOGS AND CATS WITH ACUTE Disponível em:
RENAL FAILURE. Veterinary https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.
Radiology & Ultrasound, Vol. 48, N. 6, 1111/j.1534-6935.2003.00100.x.
2007. Disponível em: Acessado em 07 de mai de 2021.
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/1801873
3. Acessado em 07 de mai de 2021. LEE, Justine A.; DROBATZ, Kenneth J.
Historical and physical parameters as
KLAHR, Saulo; HARRIS, Kevin; predictors of severe hyperkalemia in male
PURKERSON, Mabel L. Effects of cats with urethral obstruction. Journal of
obstruction on renal functions. Pediatr Veterinary Emergency and Critical
Nephrol, 1988. Disponível em: Care, 2006. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/3152999. doi:10.1111/j.1476-4431.2006.00189.x.
Acessado em 07 de mai de 2021. Acessado em 05 de jun de 2021.

KÖNIG, Horst Erich; LIEBICH, Hans- LEKCHAROENSUK, Chalermpol et al.


Georg. Anatomia dos animais Association between patient-related
domésticos: texto e atlas colorido 6ª ed. factors and risk of calcium oxalate and
Porto Alegre : Artmed, 2016. magnesium ammonium phosphate
urolithiasis in cats. JAVMA, Vol. 217, N.
KYLES, Andrew E. et al. Management 4, ago. 2000. Disponível em:
and outcome of cats with ureteral calculi: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/1095371
153 cases (1984 – 2002). Journal of the 6/. Acessado em 07 de mai de 2021.
American Veterinary Medical
Association, Vol. 226, n. 6, Pg. 937-944, LITTLE, susan E. O gato: medicina
mar. 2005. Disponível em interna. 1ª ed. Rio de Janeiro: Roca, 2015
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/1578699
7/. Acessado em 07 de mai de 2021. MCLOUGHLIN, Mary A. Complication
Of Lower Urinary Tract Surgery In Small
15

Animals. Vet Clin Samll Anim., n 41, p. SEGEV, Gilad et al. Urethral obstruction
889-913, 2011. Disponível em in cats: predisposing factors, clinical,
https://doi.org/10.1016/j.cvsm.2011.07.00 clinicopathological characteristics and
1. Acessado em 07 de mai de 2021. prognosis. Journal od Feline Medicine
and Surgery. n. 13, p. 101-108, 2011.
MILLIGAN, Melissa; BERENT, Alysson Disponível em:
C. Medical and Interventional https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/2114576
Management of Upper Urinary Tract 8/. Acessado em 07 de mai de 2021.
Uroliths. Vet Cli Small Anima., n 49, p.
157-174, 2018. Disponível em SENEVIRATNE, Maheeka;
https://doi.org/10.1016/j.cvsm.2018.11.00 STAMENOVA, Poliana; LEE, Karla.
4. Acessado em 07 de mai de 2021. Comparison of surgical indications and
short- and log-term complications in 56
NARINS, Robert G. POST- cats undergoing perineal, transpelvic ou
OBSTRUCTIVE DIURESIS: A prepubic urethrostomy. Journal of Feline
REVIEW. Official Journal of 'he Medicine and Surgery, 2020. Disponível
Ameriean Geria'ric. Society, Vol. 18, N. em:
12, dez. 1970. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/3299683
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/4101338/ 6/. Acessado em 05 de jun de 2021.
. Acessado em 07 de mai de 2021.
SILVESTEIN, Deborah C.; SANTORO-
NELSON, Richard W.; COUTO, C. BEER, Kari. SMALL ANIMAL
Guillermo. MEDICINA INTERNA DE CRITICAL CARE MEDICINE, parte 2,
PEQUENOS ANIMAIS. 5 ed. Rio de pg. 316-321. 2 ed. Elsevier: 2009
Janeiro: Elsevier, 2015.
WEN, J, G. et al. Obstructive
NIVY, R. et al. A prospective randomized nephropathy: an update of the
study of efficacy of 2 treatment protocols experimental research. Urol Res, 1999.
in preventing recurrence of clinical signs Disponível em:
in 51 male cats with obstructive idiopathic https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/1009215
cystitis. Journal of Veterinary Internal 1/. Acessado em 07 de mai de 2021.
Medicine. 2019. Disponpivel em:
doi:10.1111/jvim.15594. Acessado em 10 WIDMER, William R. et al.
de mai de 2021 Ultrasonography of the urinary tract in
small animals. JAVMA, Vol. 225, N. 1,
SABINO, Catherine; BOUDREAU, jul. 2004. Disponível em:
Ainsley; MATHEWS, Karol A. https://avmajournals.avma.org/doi/abs/10.
Emergency Management of Urethral 2460/javma.2004.225.46?journalCode=ja
Obstruction in Male Cats. Clinicians vma. Acessado em 07 de mai de 2021.
Brief, 2016. Disponível em:
https://www.cliniciansbrief.com/article/e WILSON, Douglas R. RENAL
mergency-management-urethral- FUNCTION DURING AND
obstruction-male-cats. Acessado em 05 de FOLLOWING OBSTRUCTION. Ann.
jun de 2021. Rev. Med., 1977. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16559/.
Acessado em 07 de mai de 2021.

Você também pode gostar