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Resumo: A Doença do Trato Urinário Inferior de Felinos (DTUIF) é uma das mais
frequentes ocorrências de emergências na clínica de gatos, grande parte delas associadas
à obstruções uretrais. O manejo do paciente doente é um desafio para os médicos
veterinários e as particularidades, anatômicas e fisiológicas da espécie, devem ser
consideradas. Animais com DTUIF costumam apresentar sinais clínicos não específicos
e alterações metabólicas e sistêmicas de grande importância, o que torna necessário e
urgente, antes do tratamento da afecção primária, a estabilização desses distúrbios.
Intervenções terapêuticas e cirúrgicas podem melhorar a qualidade de vida desses
animais, reestabelecer a homeostase e aumentar com qualidade a sobrevida. O objetivo
desse trabalho é dissertar sobre a Obstrução Uretral (OU) em gatos e apresentar uma
revisão de literatura de artigos e textos, publicados em periódicos de referência
veterinária, do manejo dessa síndrome.
Palavras-chaves: obstrução uretral, DTUIF, cistite idiopática felina, síndrome de
pandora, urolitíase
Abstract: Feline Lower Urinary Tract Disease (FLUTD) is one of the most frequent
occurrences of emergencies in the cat clinic, most of which are associated with urethral
obstructions. The management of the sick patient is a challenge for veterinarians and the
particularities, anatomical and physiological of the species, must be considered. Animals
with FLUTD usually present non-specific clinical signs and metabolic and systemic
changes of great importance, which makes it necessary and urgent, before the treatment
of the primary condition, to stabilize these disorders. Therapeutic and surgical
interventions can improve the quality of life of these animals, restore homeostasis and
increase survival with quality. The objective of this work is to talk about Urethral
Obstruction (UO) in cats and present a literature review of articles and texts, published in
veterinary reference journals, on the management of this syndrome.
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1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Etiologia
2.2 Fisiopatologia
Com o bloqueio uretral irá acontecer a dilatação da bexiga além da sua capacidade
e consequente aumento da pressão intra vesical, o que leva à ascensão da urina para os
rins. Acontece então, o aumento da pressão intratubular, que ao se opor à Taxa de
Filtração Glomerular (TFG), poderá comprometer a funcionalidade tubular renal em
concentrar a urina, assim como disfunção na reabsorção e excreção de metabólitos, íons
e água. Esse quadro, geralmente resulta em uremia, acidose e hipercalemia (LANE,
2009).
diurese pós obstrução (DPO), que ocorre após o restabelecimento do fluxo urinário
normal (LANE, 2009).
2.4 Diagnóstico
2.5 Tratamento
2.5.2 Desobstrução
A desobstrução por cateterismo uretral pode ser feita no ambulatório. Para melhor
inspeção da uretra, deve-se fazer a retração do prepúcio para a exposição do pênis, sendo
recomendado a contenção química para melhor manejo e conforto do animal. Na
contenção farmacológica pode haver o emprego de miorrelaxantes, como o Diazepam,
para facilitar a inspeção e relaxamento da musculatura da uretra. (GALVÃO et al., 2010).
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Existem vários tipos de cateteres uretrais usados no manejo da OU, todos com
benefícios e malefícios. Cateteres de polipropileno são os mais rígidos, e podem auxiliar
na desobstrução, mas também apresentam alto risco de trauma uretral. Os cateteres de
polivinil são mais maleáveis e podem ser usados na drenagem após desobstrução
(COOPER, 2015). O excesso de manipulação do pênis, associada ao comprometimento
da integridade da uretra, conforme a condição do animal, pode ocasionar ruptura uretral
e/ou ureteral (GALVÃO et al., 2010).
Existe a indicação que a sonda deverá permanecer anexada pelo menor tempo
possível, até 24 horas, para auxiliar na saída de debris, coágulos e cristais urinários. Porém
a presença do material estranho é irritativa ao epitélio e pode contribuir para a inflamação
do trato urinário (COOPER, 2015). Após a remoção da sonda, o animal deve permanecer
em observação por no mínimo 24 horas, para avaliação de recidiva e verificar se o
músculo detrusor da bexiga já retomou sua tonicidade (CORGOZINHO et al., 2007;
LANE, 2009; MORAIS, 2004)
A cistocentese pode ser adotada quando o animal, em estado crítico, não puder
esperar a sondagem uretral. É uma terapia que promove o alívio imediato da pressão no
trato urinário (tensão vesical e pressão intra uretral) e auxilia no retorno da capacidade de
filtração glomerular. Essa técnica permite a coleta de amostra de urina não contaminada,
para análise microbiológica (COOPER, 2015; GEORGE, GRAUER, 2016). A
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Drobatz e Cole (2008) relatam que 22%, de 82 gatos, tiveram recidiva em 6 meses
e 24% em 2 anos. Hetrick e Davidow (2013), relatam que 11%, de 192 animais, tiveram
reobstrução em até 24 horas do primeiro episódio e 24%, de 157 felinos, em até 30 dias.
Eisenberg et al. (2013) citam como fatores de risco à recidiva, a idade, sendo gatos
mais velhos mais propensos; o tempo de cateterização, quanto maior o período de
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Alguns fatores de risco podem ser manejados, como peso, alimentação e ingestão
de água. O controle da obesidade e alimentação rica em líquidos podem repercutir de
forma benéfica no pH plasmático e urinário, além de evitar predispor a outras
comorbidades, como DM. Propiciar um ambiente livre de estresse e com adequação da
disposição e da quantidade de caixas sanitárias também é indicado na prevenção de OU
(COOPER, 2015; SEGEV et al., 2011).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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