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MORFOFISIOLOGIA DO OMBRO
Artrologia do ombro
Os ossos do complexo do ombro são unidos formando três articulações ósseas
(esternoclavicular, acromioclavicular e glenoumeral), também conhecidas como
articulações verdadeiras, pelo fato desses ossos também formarem três articulações
funcionais (escapulotorácica, subacromial e sulcobicipital), nas quais deslizam
estruturas moles (Figura 6). As articulações possuem duas importantes funções,
extremamente opostas, uma é permitir o movimento desejado e a outra restringir
movimentos indesejáveis
Há duas superfícies articulares na escápula, uma no ângulo lateral, a pouco escavada
cavidade glenóide, que recebe a cabeça do úmero, formando a articulação
glenoumeral, e outra no acrômio que recebe a clavícula formando a articulação
acrômio-clavicular. A clavícula em sua extremidade medial articula-se com o osso
esterno, mais precisamente no manúbrio esternal, formando a articulação
esternoclavicular . A cabeça do úmero, nos movimentos de flexão e abdução, desliza
embaixo do acrômio, formando a articulação subacromial (ou supraumeral); o tendão
da cabeça longa do bíceps do braço desliza no sulco intertubercular (ou bicipital),
formando a articulação sulco-bicipital; e o corpo da escapula desliza sobre o tórax,
formando a articulação escapulotorácica. Em qualquer uma destas articulações
verdadeiras ou funcionais, dor ou limitação de movimentos pode ser sinal de
disfunção do ombro.
A articulação glenoumeral, também chamada de bola e soquete, esferóide ou
universal, é uma das mais importantes do corpo, possui três graus de liberdade, mas
tem pouca estabilidade óssea, pelo fato da cabeça do úmero com sua forma
hemisférica, repousar sobre o pequeno e raso, plano inclinado da cavidade glenóide. O
bordo da glenóide é rodeado por um lábio (labro) cartilaginoso, e uma cápsula
articular frouxa e fina recobre essa articulação, desde o colo da glenóide até o colo
anatômico do úmero
A cápsula articular é uma bolsa elástica que envolve um conjunto articular, no ombro,
ela é formada pelo grupo de ligamentos que ligam o úmero à glenóide. Estes
ligamentos são a principal fonte de estabilidade para o ombro, que junto aos quatro
tendões do grupo muscular denominado Manguito Rotador (MR), conectados as
camadas mais profundas dos músculos escapulares ao úmero, proporcionam reforço
capsular
Inervação
Os nervos que percorrem os membros superiores, passam pela axila e sob a
articulação do ombro, são três os principais nervos que passam pelo ombro: o nervo
radial, o nervo ulnar e nervo mediano. Junto com os nervos estão os grandes vasos
sanguíneos que suprem os membros superiores com sangue e nutrientes. A artéria
axilar passa pela axila e ramifica-se em menores vasos para fornecem sangue a
diferentes partes do ombro
As bursas são estruturas em forma de bolsa, localizadas entre duas superfícies móveis,
elas contêm uma pequena quantidade de fluido lubrificante e são importantes
mecanismos para reduzir o atrito entre duas estruturas que movem-se em contato
uma com a outra. Entre o manguito rotador e a camada exterior do ombro estão as
volumosas estruturas conhecidas como bursas. A bursa subdeltoidiana e subacromial
separam o tendão do músculo supraespinhal e a cabeça do úmero do acrômio,
processo coracóide, ligamento córacoacromial e do músculo deltoide, evitando o
impacto entre essas estruturas e consequentes lesões, como as bursites e tendinites,
que são frequentes, dolorosas e incapacitantes para determinadas atividades.
Músculos
Além dos músculos que formam manguito rotador, outros músculos contribuem para a
mobilidade do ombro. O bíceps, mais precisamente a cabeça longa do tendão do
bíceps é outro importante componente no complexo do ombro, assim como o músculo
deltoides em sua porção anterior, médio e posterior, e o músculo redondo maior,
todos contribuem para os movimentos do membro superior (KAPANDJI, 1990;
KIOSCHOS, 2001).
Como ilustrado na Figura 10, apesar de sua instabilidade natural, devido ao raso
receptáculo que é a fossa glenóide, o ombro possui estruturas estabilizadoras estáticas
e dinâmicas (Figura 11). Os estabilizadores estáticos consistem em: cápsula articular,
fossa glenóide, lábio glenoidal, ligamentos glenoumerais e intervalo dos rotadores
(espaço entre a margem anterior do músculo supraespinhal e a margem superior do
subescapular, contendo no seu interior o tendão da cabeça longa do bíceps, ligamento
coracoumeral e o ligamento glenoumeral superior). Logo os estabilizadores dinâmicos
são compostos pelos quatro músculos do Manguito Rotador e escápuloumerais. O
equilíbrio, a biomecânica e a localização destes músculos proporciona estabilidade e
mobilidade da articulação do ombro
Dor
A Figura 17 ilustra o sintoma álgico (dor), que está presente em todas as fases das
Tendinopatias do Manguito Rotador, pode surgir de forma espontânea e aumentar a
intensidade conforme o movimento, geralmente se manifesta na amplitude de 70 e
120 graus, dos movimentos de abdução e flexão do braço (SANTOS, 2006). Durante a
noite pode haver piora do quadro de dor, devido ao Ruptura do tendão do
supraespinhal 76 estiramento das estruturas moles.
As dores decorrentes das TMR são localizadas no entorno do ombro, podendo se
irradiar até a região da escápula, onde se originam os músculos supraespinhal e
infraespinhal. Porém, essa dor não ultrapassa os limites do cotovelo, caso esteja se
irradiando até a mão, é sinal de possíveis problemas com origem na coluna cervical.
Arco doloroso A intensidade das dores de origem tendínea e muscular aumentam com
movimentos de abdução e flexão do braço entre 70 e 120 graus, e em rotação interna.
Esse quadro álgico é explicado, pelo fato desses movimentos na amplitude
mencionada, causarem impacto subacromial. Após os 120 graus de elevação do
membro superior, ocorre diminuição das dores.
Déficit de força muscular
Capsulite adesiva (“ombro congelado”) A capsulite adesiva, é uma lesão que acomete a
cintura escapular, ocorre devido ao processo inflamatório instalado nos tendões e a
consequente imobilidade do membro superior determinada pela dor. Esse problema
também é conhecido como “ombro congelado”, devido à sua significativa contratura
que limita a amplitude de movimento do ombro.