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ETIOLOGIA:
BIOFILME
Assim, definiu-se que a matriz óssea extracelular (ECM) é constituída por um grande
número de proteínas como a fibronectina, o colagénio e a sialoproteína óssea. Foram
também identificadas as adesinas do S. aureus, chamadas MSCRAMMs, e a
fibronectina proteína A (FnBPA). Pensa-se que estas duas últimas proteínas são
responsáveis pela interação do microorganismo com as proteínas ECM do hospedeiro,
possibilitando sua adesão e colonização do substrato ósseo (6).
Dois acontecimentos decisivos na instalação de uma infecção óssea são a formação de
um biofilme, um estado metabólico adaptado pelas células do S. aureus, em que são
produzidas adesinas e outros factores virulentos (como toxinas e isoenzimas),
protegendo a comunidade bacteriana, e a recém-descoberta capacidade do S. aureus
de invadir e sobreviver intracelularmente em células como os osteblastos, o que
possibilita evasão ao sistema imune do hospedeiro e à antibioterapia (6).
As bactérias formadoras de biofilme existem em duas formas: planctônica e fixa. Na
forma planctônica (livre), as bactérias encontram-se livres fora da matriz extracelular,
e estão isoladas e vulneráveis aos mecanismos de defesa do hospedeiro. Entretanto,
quando há um volume elevado de bactérias planctônicas, é possível ocorrer a
migração para a corrente sanguínea, o que resulta em septicemia. A bactéria
planctônica pode se aderir a uma superfície como tecido necrosado ou corpo estranho
(implante cirúrgico), e tornar-se fixa. Já na forma fixa (séssil), as bactérias sésseis
tendem a formar um biofilme de polissacarídeo sobre a superfície tecidual ou o
implante.
FISIOPATOLOGIA
A infecção não examinada pode propagar-se pela medula óssea e, em seguida, atingir
o osso cortical por meio dos canais harvesianos ( direcionados e posicionados em um
sentido longitudinal do osso ) onde atinge o periósteo. A secreção purulenta que se
forma junto ao osso esponjoso pode vazar através das brechas existentes no córtex e
entrar nos tecidos moles, onde pode formar um abscesso ou migrar via trato sinusal
para a superfície da pele.
Fraturas e infecção
A osteomielite relacionada às fraturas ocorre geralmente nos cenários de exposição
óssea ou após tratamento cirúrgico (com ou sem colocação de implante). Nas fraturas
expostas, a contaminação é certamente presente. Os determinantes associados à
evolução da contaminação para infecção são a resposta imunológica do hospedeiro, a
capacidade da limpeza mecânica de diminuir a concentração bacteriana no local, e o
desbridamento para deixar tecido saudável e viável na ferida, menos suscetível à
aderência bacteriana.
CLASSIFICAÇÃO
. A mais aceite actualmente, instituída com base na duração dos sintomas ( aguda, com
duração inferior a duas semanas, subaguda, duração entre 2 semanas e 3 meses e
crónica, quando a sintomatologia se estende por mais de 3 meses ),
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
É recomendado que pacientes com suspeita de osteomielite sejam internados em
ambiente hospitalar com urgência, pois a rápida evolução e potenciais sequelas torna
fundamental a rapidez dos exames complementares para que o tratamento seja
iniciado.
A osteomielite hematogênica pode se manifestar como uma doença aguda sistêmica,
com mal estar, febre, calafrios, leucocitose e dor intensa sobre a região afetada. O
paciente, no entanto, pode apenas apresentar febre inexplicada, principalmente
lactentes ou uma dor localizada na ausência de febre em adultos. A dor, provocada
pela hiperemia tecidual e aumento da pressão intraóssea, geralmente é a primeira
queixa do paciente com osteomielite, que apresenta instalação aguda e aumento
progressivo da intensidade com o passar das horas. A característica dessa dor é a
resistência a analgésicos comuns, e com a evolução o paciente se torna irritadiço,
perde o apetite e diminui as atividades habituais. O edema surge nos primeiros dias e
se torna mais volumoso com o tempo. O edema e a inflamação de partes moles
também provocam impotência funcional, que surge na logo na fase inicial e piora com
a evolução. Quando há o envolvimento do membro inferior, a claudicação é o sinal
mais frequente.
DIAGNÓSTICO